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NUTRIÇÃO 1

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1 INTRODUÇÃO
A preocupação com indicadores do estado nutricional do indivíduo hospitalizado tem sido crescente, uma vez que a desnutrição intra-hospitalar continua sendo a causa mais frequente do aumento da morbimortalidade na internação, atingindo entre 30% e 50% das pessoas hospitalizadas de todas as idades.
Além disso, mais da metade dos pacientes hospitalizados depende da unidade responsável pela alimentação para obtenção de sua única fonte de nutrição. Destaca-se, ainda, que pacientes internados por um período abaixo de cinco dias podem sofrer menos com a redução do consumo nutricional. No entanto, pacientes severamente doentes, em risco nutricional e internados por longo período, podem tornar-se desnutridos, aumentando-se as complicações, o período de internação e, consequentemente, os custos.
Estudos têm demonstrado uma avaliação insuficiente do estado nutricional e da capacidade de ingestão alimentar dos pacientes, o que resulta em inadequação de proteínas e calorias, bem como na produção superestimada de alimentos, o que, por sua vez, acarreta desperdício. A ingestão alimentar insuficiente é sempre atribuída, primeiramente, aos aspectos clínicos. No entanto, em outras referências bibliográficas observaram que os pacientes não ingerem boa parte da alimentação que lhes é oferecida em razão não apenas da doença, da falta de apetite e das alterações do paladar, mas também da mudança de hábitos e da insatisfação com as preparações e o ambiente hospitalar. Além disso, a aceitação da alimentação também tem sido relacionada com o tipo de atendimento prestado.
Consideram que um alimento, para ser capaz de manter a vida, não deve ter somente qualidades nutricionais, expressas pelas quantidades de glicídios, lipídeos, proteínas, vitaminas e minerais. É necessário que ele seja conhecido e/ou aceito pelo indivíduo e pelo grupo social, e que a alimentação apresente quatro funções essenciais: nutricional, higiênica, hedônica e convivial. Assim, aspectos como o gosto, a cor, a forma, o aroma e a textura, além da temperatura das refeições, o horário de distribuição, dentre outros elementos, são componentes que precisam ser considerados na abordagem nutricional. 
2 OBJETIVO
No âmbito hospitalar, é necessário fazer a detecção dos pacientes em risco nutricional, permitindo realizar intervenção nutricional primária nos mesmos, evitando assim, a instalação de um quadro de desnutrição. A nutrição tem como maior objetivo a manutenção de um estado nutricional adequado de seus pacientes, envolvendo desde a prevenção até o tratamento de riscos nutricionais.
A área responsável por cuidar da alimentação dos pacientes é a nutrição clínica, que trabalha de modo a atender as necessidades nutricionais de cada um de acordo com as recomendações dos médicos, ou seja, trabalha em conjunto com a equipe médica e também com a equipe da enfermagem que fará a administração, seja solida ou liquida quando vem em sondas, garantindo, assim, todo o planejamento do cuidado ao paciente.
A alimentação dos pacientes deve ser adequada ao seu estado nutricional correto, quer seja para manter ou para recuperar sua condição nutricional ou ainda, como coadjuvante para retirada de um estado patológico, assim demostraremos a dieta especial e a importância da sondagem nasogastrica. 
3 DESENVOLVIMENTO
A Sonda Nasogastrica serve de via de acesso ao estômago do paciente, indicada para aqueles que está impossibilitados de deglutir. O procedimento consiste na inserção de um cateter estéril, pelo nariz até o estômago, onde serão administradas a dieta líquida, a terapia medicamentosa prescrita pelo médico. 
A Sonda Nasogastrica quando utilizada para alimentação deve ser montada em equipo próprio, com gotejo controlado, e deve ser limpa com aplicação de água no final de cada utilização. Esse procedimento deve ser repetido a cada troca do frasco de alimentação para evitar que a comida liquefeita endureça no cateter provocando a obstrução e forçando a substituição da sonda.
Pacientes com Sonda Nasogastrica devem seguir rigorosamente a dieta prescrita pela equipe médica. Observe sempre as restrições de alimentação. A oferta e ingestão de água pela via normal (pela boca) deverão ser liberadas pela equipe médica.
3.1 Definição
A passagem de sonda nasogastrica é a inserção de uma sonda plástica ou de borracha, flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz, que quando prescrito, deve ser tecnicamente introduzido desde as narinas até o estômago. Sua finalidade está associada à maneira como ficará instalada no paciente.
3.2 Finalidades
- Preparo do paciente para exames, tratamentos e cirurgias;
- Lavagem gástrica;
- Para exame do conteúdo gástrico;
- Drenagem de suco gástrico
- Administrar alimentos (gavagem) e medicamentos aos pacientes impossibilitados de deglutir.
1 - Sonda Nasogástrica Aberta: Quando o objetivo é drenar líquidos intra-gástrico, a saber:
- esverdeado: Bile
- borra de café: bile + sangue
- sanguinolento vivo
- sanguinolento escuro
- amarelado
Podemos exemplificar cirurgias onde no pós-operatório se deseja o repouso do sistema digestivo e também em casos de intoxicação exógena, onde o conteúdo ingerido precisa ser removido rapidamente.
2- Sonda Nasogástrica Fechada:
Utilizada com finalidade de alimentação, quando por alguma razão o paciente não pode utilizar a boca no processo de digestão. Ex: câncer de língua, anorexia, repouso pós- cirúrgico.
3.3 Material 
– Sonda Nasogástrica (também chamada de Levine) de numeração 10, 12, 14, 16, 18, 20 e 22; 
– Esparadrapo;
– Lubrificante hidrossolúvel (xilocaína gel);
– Seringa 20 ml;
– Gazes;
– Luvas de procedimento;
– Impermeável forrado;
– Cuba-rim.
3.4 Descrição do Procedimento
1. Verificar na prescrição médica a indicação da sondagem; 
2. Revisar o histórico do paciente para condições nasais que contra indiquem a passagem da
sonda pelo nariz (nesse caso faz-se a passagem pela cavidade oral);
3. Explicar o procedimento ao paciente (mesmo inconsciente); 
4. Separar o material necessário para o procedimento na bandeja;
5. Colocar o paciente em posição sentada ou elevar a cabeceira da cama à 45º, colocando o impermeável forrado sobre o tórax (pacientes com rebaixamento do nível de consciência colocar a cabeceira da cama no mínimo a 30º);
6. Realizar higienização das mãos;
7. Calçar as luvas de procedimento; 
8. Medir a distância de introdução da sonda, colocando a extremidade da mesma do lóbulo da orelha ao ápice da pirâmide nasal e daí para baixo até o apêndice xifoide, mais 05 cm (dois dedos), marcar essa distância com esparadrapo; 
9. Lubrificar os primeiros 10 cm da extremidade anterior da sonda com a geleia lubrificante;
10. Introduzir a sonda perpendicular ao ângulo da face, 90°. Importante deixar uma das saídas abertas para observar posicionamento pulmonar, mediante a ausculta do ar, a medida que progride a sonda;
11. Fletir a cabeça em direção ao tórax, caso sinta resistência, solicitar ao paciente que degluta;
12. Interromper a introdução da sonda se o paciente começar a tossir ou engasgar, observar cianose, angustia respiratória, e dispneia. Recuar a sonda ligeiramente para trás caso ele continue tossindo;
13. Após o paciente relaxar, avançar cuidadosamente com a sonda enquanto o paciente engole a seco, até que a distância marcada com esparadrapo atinja a narina do paciente.
14. Verificar a localização da sonda executando os testes;
15. Fixar a sonda;
16. Retirar as luvas; 
17. Lavar as mãos; 
18. Anotar no prontuário.
3.5 Observações
 
1. Caso não seja possível passar a sonda nasogastrica (nasal), a via oral (orogástrica) poderá ser utilizada;
2. Se no momento da introdução da sonda, o paciente apresentar sinais de sufocamento, tosse, cianose ou agitação, retirar a sonda e reiniciar o procedimento;
3. Lavar a sonda após a administração de dieta e medicamentos com 20 a 50 ml de água em adultos e de 10 a 20 ml na criança, ou conforme prescriçãomédica;
4. Observar e registrar volume e aspecto do líquido drenado;
5. Colocar o recipiente para drenagem abaixo do nível do paciente para facilitar a saída de líquidos; 
6. Trocar a sonda quando para alimentação de 7/7 dias, ou quando necessária;
7. Trocar a sonda quando para drenagens de 5/5 dias, ou quando necessária;
8. Elevar a cabeceira (45 a 90 graus) para veiculação de dieta gástrica ou lavagem da sonda;
9. Nos pacientes com tubo traqueal ou traqueostomia (cânula descartável), verificar se o cuff está insuflado e aspirar secreções antes de administrar a dieta;
10. Caso o paciente apresente vômito, distensão abdominal ou em situação de reanimação cardiopulmonar, abrir a sonda nasogastrica; se necessário aspirar com a seringa;
11. Orientar o paciente a inspirar e prender a respiração, fechar a sonda e puxá-la continuamente até a retirada da mesma.
3.6 Métodos para confirmar posicionamento correto da sonda
- ASPIRAÇÃO: Adaptar a seringa à sonda e aspirar. Se estiver no estômago haverá retorno de líquido ou conteúdo gástrico;
- AUSCULTA: Colocar um estetoscópio sobre o abdômen do paciente e injetar 20 ml de ar rapidamente. Se ouvir um ruído borbulhante, a sonda estará no estomago;
- TESTE COM ÁGUA: Colocar a extremidade da sonda em um copo com água. Se a água borbulhar, a sonda deverá ser retirada, pois estará na traqueia.
4 DIETAS ESPECIAIS
A manutenção de um organismo saudável requer um plano alimentar para este fim. Quando isto não ocorre, o organismo busca por mecanismos adaptativos para continuar a funcionar normalmente. Entretanto, o organismo enfermo, possui ajustes de adaptação limitados e, caso não receba os nutrientes dos quais necessita adequadamente, ocorrerão consequências que se aliarão ao seu estado patológico, agravando ainda mais sua situação. Neste contexto, o processo de alimentação torna-se uma medida terapêutica – e não mais somente um meio de saciar a fome – baseada em princípios de dietoterapia.
4.1 Dieta para Diabéticos/Hipocalórico
Dieta para pessoas que não podem comer açúcar, sendo necessário controlar os alimentos energéticos, como arroz, batata, pão e massas. São proibidos, alimentos e bebidas que contenham açúcar, alimentos gordurosos e fritura em excessos.
4.2 Dieta Hipercalórica
São dietas com o objetivo de fornecer mais energia, deve ser oferecida maior quantidade de arroz, massas e doces. 
4.3 Dieta obstipante ou sem resíduos
É para pacientes com diarreia, aqui não poderá comer verduras cruas ou cozidas, legumes, frutas cruas e alimentos gordurosos, leite e derivados, doces (só gelatina) e sucos de frutas (com exceção do suco do limão, maça e goiaba).
4.4 Dieta laxativa ou com resíduos
Indicado para pacientes com intestino preso, e será oferecido maior quantidade de verduras, legumes, frutas (laranja, mamão, ameixa) e líquidos.
4.5 Dieta Hiperproteíca
Contém maior quantidade de proteínas, são oferecido leite, gelatina, carne, iogurte, queijos e ovos. 
4.6 Dieta Hipoproteíca
Contém menor quantidade de proteínas.
4.7 Dieta Hipogordurosa (indicado para pessoas com problemas de fígado)
Contém pouca quantidade de gordura, e são proibidos: manteiga, margarina, queijo, iogurte, leite (só desnatado), frituras e alimentos gordurosos. 
4.8 Dieta Hipossódica
Dieta com controle de sódio e sal, aqui são proibidos; pão francês, bolacha de água e sal, cream craker, queijos salgados e embutidos. Pode oferecer até 2gr de sal em sache. 
4.9 Dieta Assódica ou sem sal
Dieta preparada sem adição de sal no cozimento dos alimentos. 
5 CONCLUSÃO
Dieta modificada é aquela que, em qualquer de suas características físico-químicas, necessita ser ajustada a uma alteração do processo digestivo ou de funcionamento geral do organismo, sendo modificada a partir da dieta normal.
Sob esse aspecto, as dietas hospitalares são divididas em duas categorias, dietas de rotina as quais apresentam mudanças físicas nas suas características e são conhecidas pelas modificações de consistência.
Além disso, podem ser usadas de forma sequencial na progressão da alimentação de um indivíduo doente, como a dieta geral ou normal, branda (leve), pastosa, semilíquida e líquida (geral e restrita).
E também as dietas especiais que caracterizam-se pelas mudanças na sua estrutura química (modificação de nutrientes) com finalidades terapêuticas, podendo também incorporar as alterações de consistência. Assim, temos dietas com manipulação proteica para mais (Hiperproteíca) ou para menos (Hipoproteíca), rica em fibras, sem lactose, hipossódica, dentre outras.
A identificação de pacientes com alto risco de desnutrição e o conhecimento da equipe multiprofissional sobre as técnicas de terapia nutricional, oferecida através de sondas, garantem uma melhor recuperação de pacientes internados em hospitais e também dos que estejam em seu domicílio.

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