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1
Wi 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
FACULDADE INTEGRADA AVM 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
 
COMO PRODUZIR UMA MONOGRAFIA PASSO A PASSO... 
...Siga o mapa da mina. 
 
Prof. Msc. Marco Antonio Larosa 
Prof. Dr. Fernando Arduini Ayres 
 
 
Rio de Janeiro 
2010 
 
 
 
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
FACULDADE INTEGRADA AVM 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
 
 
 
Esta publicação atende a complementação didático-
pedagógica da disciplina de metodologia da pesquisa e 
a produção e desenvolvimento de monografia para os 
cursos de pós-graduação lato e stricto sensu. 
 
Rio de Janeiro 
2010 
 
COMO PRODUZIR UMA MONOGRAFIA PASSO A PASSO... 
...Siga o mapa da mina. 
 
 
 
 
3
AGRADECIMENTOS
A todos os autores, corpo docente do Instituto A 
Vez do Mestre, à professora Márcia Chaves de 
Souza pela revisão dos textos. Aos alunos e 
pessoas que, direta e indiretamente, contribuíram 
para a confecção desse trabalho acadêmico e sua 
constante atualização. 
 
 
 
 
4
DEDICATÓRIA
À minha mulher Lílian, que tanto colaborou para a 
confecção e o aperfeiçoamento desse trabalho. 
Também a Maria Clara e João Lucca meus filhos, 
pela alegria que trouxeram ao nosso lar. 
Marco Antonio Larosa 
 
À Laura Arduini, minha mãe e primeira professora 
na universidade da vida. 
Fernando Arduini 
 
 
 
 
5
RESUMO 
 
Diagramado como uma monografia o objetivo desta obra não é outro 
senão o de colaborar didaticamente para o enfrentamento do desafio da 
elaboração de um trabalho monográfico. Usando uma linguagem clara e 
objetiva são apresentados os passos mais importantes para a construção de 
uma monografia a partir de uma análise de cada uma de suas partes. Repleto 
de exemplos e comparações que facilitam o aprendizado dos leitores este livro 
avalia detalhadamente todas as partes essenciais que compõem uma 
monografia, desde a elaboração do plano de pesquisa até sua estruturação 
propriamente dita. Espera-se assim que a obra possa ajudar a dirimir as 
principais dúvidas nessa área e servir como um livro de consulta útil, um mapa 
da mina como o título sugere, para todos aqueles que pretendem elaborar sem 
receios um trabalho monográfico de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
6
METODOLOGIA 
 
A metodologia utilizada destina-se a apoiar as aulas e palestras de 
conteúdo programático teórico, bem como as vivências adquiridas no decorrer 
de outros cursos ou no próprio mercado de trabalho, tornando o assunto mais 
atraente e compreensível para os educandos. 
O aluno terá um livro bem didático, acompanhará passo a passo, 
como trilhar os caminhos que levam à excelência de uma monografia. 
Utilizamos como referência, bibliografias (oferecidas ao aluno para consulta), 
pesquisa de campo (coleta de dados nas salas de aula, nos cursos de 
graduação e pós-graduação), além da experiência dos autores no Mestrado e 
Doutorado. 
A proposta deste livro é adequar e valorizar o trabalho acadêmico 
que, muitas das vezes, é recolhido à biblioteca, tornando-se esquecido entre 
tantos outros, até que algum interessado venha consultá-lo. Neste sentido, 
objetiva-se buscar uma dissertação acadêmica adequada à realidade do 
mercado, criando-se assim uma “monografia proposta” ou simplesmente um 
projeto, pronto a ser implantado ou ainda, o início do estudo científico de um 
tema, que o aluno poderá aprofundar em sua vida acadêmica, num posterior 
mestrado ou doutorado, ou em sua vida profissional. 
No livro são fornecidos exemplos de como configurar o processo de 
diagramação e o preenchimento correto de cada uma das páginas que 
constituem o trabalho monográfico. 
Torna-se importante ressaltar que, em paralelo à utilização deste 
livro, o autor da monografia deverá utilizar o apoio da orientação de 
monografia, ou seja, o professor de orientação metodológica e, se for o caso, 
de orientadores de conteúdo (professores ou profissionais da área em estudo). 
Cabe ao orientador a responsabilidade de manter o orientando no 
caminho correto, no foco, no objetivo traçado no projeto de pesquisa. Cabe, 
 
 
 
7
ainda, reconhecer seus erros de avaliação, sabedor de suas limitações. O 
amadurecimento do orientador é a conseqüência natural de quem busca o 
aperfeiçoamento. 
 
 
8
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO 09 
CAPÍTULO I 
METODOLOGIA DA PESQUISA 12 
CAPÍTULO II 
O PLANO DE PESQUISA 19 
CAPÍTULO III 
A PESQUISA 36 
CAPÍTULO IV 
A CONFIGURAÇÃO 52 
CONCLUSÃO 59 
BIBLIOGRAFIA 61 
ÍNDICE 64 
ÍNDICE DE FIGURAS 66 
ANEXOS 67 
OS AUTORES 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
INTRODUÇÃO 
 
As aulas iniciais da disciplina de metodologia da pesquisa fazem 
com que esta seja considerada por muitos alunos como uma disciplina difícil, 
complexa e de pouca aplicabilidade, porém, por se tratar de trabalho 
acadêmico, isso não é verdade. O fato é que a linguagem utilizada em um 
trabalho acadêmico deve ser culta e específica, o que dificulta a compreensão 
do leitor leigo no assunto. 
Entretanto, esse não é o maior dos problemas. Nesses muitos anos 
de carreira docente, observamos que, em cada dez alunos, nove estão 
preocupados com o formato e estrutura da monografia. As perguntas ecoam 
pelos corredores das instituições de ensino e fazem coro na sala de aula: “– 
Professor, como é uma monografia? Como nós fazemos uma? O senhor tem 
uma cópia à mão para que a gente possa ver? Estou preocupado com a 
monografia, professor! E não sei como fazer uma. 
Perguntas, perguntas e mais perguntas. Mas, uma pergunta, talvez a 
mais importante, normalmente não é formulada – Como produzir uma 
monografia? O educando ainda não se preocupou em perguntar: - Que passos 
necessito seguir para formular um tema e desenvolver a monografia? Os 
alunos, normalmente, estão preocupados com o “visual”, ou seja, ver 
fisicamente uma monografia pronta e diagramada, no formato padronizado pela 
instituição e dentro das regras da ABNT – Associação Brasileira de Normas 
Técnicas. 
O trabalho de formatação é o mais fácil, difícil é escolher o tema 
principal e iniciar o aprofundamento nos conteúdos. Depois, mais um processo 
de aprofundamento e a busca do tema particular, devidamente delimitado, e aí 
sim, coletar os dados necessários para a confecção da monografia. 
Se você ainda sente dificuldade, muita calma nessa hora. Siga os 
passos a seguir: feche esse livro e leia com atenção o título. Após a 
interiorização da mensagem verbal, visualize a capa desse livro..., depois a 
 
 
10
página de rosto..., o agradecimento..., a dedicatória..., o resumo..., até chegar à 
introdução e, conseqüentemente, aos capítulos que ensinam passo a passo 
como produzir um eficiente trabalho acadêmico. Interiorizou a mensagem? 
Vamos lá, feche o livro e faça o teste, aguardamos você.... 
Então, visualizou bem o livro? Pois é, você acaba de ver como é 
uma monografia, o livro já está no formato de um trabalho acadêmico, com 
toda a formatação, a paginação e o desenvolvimento de capítulos. Afinal este 
livro foi diagramado como uma monografia. É só olhar, estudar e deixar de se 
preocupar com um mal que costuma a acometer muitos de nossos alunos: a 
TPM – Tensão Pré-Monográfica. 
Que tal finalizarmos nossa conversa a partir da definição de termos-
chave da disciplina de Metodologia da Pesquisa. Assim vejamos: 
Ciência: trata-se de conhecimento público através de textos de 
pesquisa, o preparo de livros para o ensino e a organização de documentos 
com informações para públicos diferenciados. Estas são algumas das faces 
importantes do vasto processo de comunicação que sustentapermanentemente as atividades acadêmicas. 
Metodologia Científica: trata-se do conjunto de etapas, 
ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação de um objeto ou 
fenômeno. Preocupa-se em descrever o problema e sempre que possível, 
explicá-lo ponto a ponto. 
Monografia: trata-se de trabalho acadêmico que, incentivando o 
hábito da pesquisa, procura apresentar contribuições pessoais à ciência, 
através do estudo de um assunto único e das reflexões obtidas neste processo. 
Comunicação: Ato ou efeito de emitir, transmitir e receber 
mensagens através de diferentes meios através de uma linguagem falada ou 
escrita. 
A comunicação direta viabiliza o intercâmbio de idéias e 
experiências entre as pessoas e os meios sociais, previamente definidos; já a 
 
 
11
comunicação indireta, feita por meio de documentos, assume importância cada 
vez maior em nossa sociedade. A produção acadêmica, a armazenagem de 
informações e o uso de documentos constituem etapas essenciais para as 
variadas alternativas de acesso à informação, preocupação maior da sociedade 
na busca permanente para resolver problemas emergentes e prever o futuro 
próximo. 
Pesquisa: Busca ou estudo metódico com a finalidade de responder 
uma dúvida ou uma questão. Mais tarde teremos a oportunidade de conversar 
mais sobre as características e os diferentes tipos de pesquisa. 
A pesquisa é muito importante para a educação e o desenvolvimento 
empresarial, pois através da busca de conhecimento e do aprofundamento de 
conteúdos o pesquisador descobre parâmetros que estão relacionados à sua 
realidade sócio-econômica. Uma vez que a história se repete muitas vezes e, 
com os erros do passado, aprendemos a viver o presente e a prevenir o futuro. 
Esta definição de educação, ou desenvolvimento, como processo de formação 
da competência humana, busca a qualidade que é encontrada no 
conhecimento inovador, o ponto de partida para a formação ética do indivíduo. 
A pesquisa proporciona um questionamento crítico e criativo dos 
problemas sociais, ou seja, deixa-se o discurso de lado e buscam-se as razões, 
discute-se dialeticamente o problema, até encontrarem-se soluções possíveis. 
Assim, viabiliza-se o trabalho monográfico em busca de um ganho social. 
Nesta obra, o aluno vai encontrar na pesquisa, não só um 
instrumento de ensino, mas também uma poderosa ferramenta, que pode ser 
muito útil na vida cotidiana e no seu desenvolvimento profissional e pessoal, 
pois no momento em que o educando se aprofunda em determinado tema, ele 
amplia seus conhecimentos, tornando-se capaz de formar uma opinião sólida 
sobre esse mesmo fato. 
 
 
12
CAPÍTULO I 
METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
“Ciência é a arte de bem argumentar, preferindo sempre a 
autoridade do argumento ao argumento da autoridade” (Demo, 2005, p. 10). 
Planejar e cumprir metas só será possível através da utilização de 
ferramentas que encaminhem o educando às respostas concretas do problema 
proposto - que precisa ser conhecido profundamente para, só então, ser 
discutido dialeticamente. Através da ciência, é possível resolver problemas em 
benefício do homem. A busca pela sobrevivência financeira e biológica do ser 
humano é o maior desafio da ciência nos dias de hoje. 
Vale ressaltar que a ciência se divide em dois níveis: o de produção 
do conhecimento científico (interiorizar os conteúdos, a partir de pressupostos 
ou do conhecimento cotidiano) e o da produção da ciência propriamente dita 
(ciência como instituição e prática social do saber). 
 
1.1. O Papel da Metodologia 
 
A metodologia pode ser vista de várias formas como, por exemplo: 
um plano detalhado de como alcançar os objetivos, respondendo a questões e 
testando hipóteses formuladas. Em outras palavras a metodologia é o ato que 
guia o aluno na investigação da verdade, cientificamente. É também uma 
disciplina acadêmica construída a partir do princípio aceito de que não há 
produção de conhecimento científico, ou melhor, da ciência, a não ser através 
da pesquisa. Portanto, objetiva que o educando adquira a teoria e os 
instrumentos metodológicos básicos para a formação de um pesquisador, 
através de métodos e técnicas de pesquisa que serão aplicados em cada fase 
do processo de desenvolvimento da monografia. 
 
 
13
Processo esse, com etapas bem definidas, como: problematização, 
coleta de dados, mensuração, formação do tema e das hipóteses, levantamento 
de variáveis hipotéticas, reavaliação dos dados e produção do projeto inicial, as 
quais serão amplamente abordadas nesse livro. 
 
1.2. Pesquisa Científica 
 
O conhecimento descoberto através da pesquisa pode ser aplicado 
a muitas atividades cotidianas e profissionais, seja na solução de problemas, 
na convivência interpessoal, na formação de opinião através da retórica, no 
cotidiano profissional, e muitas outras. A palavra “pesquisa” se origina no latim, 
no verbo perquiro, que significa “procurar; buscar com cuidado; procurar por 
toda parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem; aprofundar na busca”. 
O particípio passado desse verbo latino é perquisitum. O primeiro R se 
transformou em S na passagem do latim para o espanhol, daí, seguindo o 
caminho histórico, surgiu o verbo “pesquisar”, que conhecemos hoje. Percebe-
se que os significados desse verbo em latim insistem na idéia de uma busca 
feita com cuidado e profundidade (Bagno, 2000). 
A pesquisa faz parte do cotidiano de qualquer cidadão, é só 
observar como se comportam as pessoas diante de algum fato. Por exemplo, 
quando um cantor famoso de MPB se envolve com o crime organizado, por se 
tratar de uma pessoa pública, você busca informações em diferentes veículos 
de comunicação de massa, como: jornais, revistas telejornais, programas de 
rádio, ou seja, você pesquisa. 
O homem é um ser curioso, um simples fato, como encontrar as ruas 
escuras, provoca uma série de perguntas: – O que está acontecendo aqui? 
Será que o corte de energia é geral? Essas indagações no consciente humano 
logo se tornarão ações lógicas, na tentativa de descobrir o que está 
acontecendo - início da coleta de dados. Tentar responder às perguntas e ter 
uma opinião sobre o ocorrido nada mais é do que o exercício de pesquisa com 
base no conhecimento disponível. 
 
 
14
Vejamos alguns tipos de conhecimento: 
 
1.2.1. Conhecimento Intuitivo 
 
A intuição é um conhecimento que, pela característica de alcançar o 
objeto sem “meio” ou intermediários, assemelha-se ao fenômeno do 
conhecimento sensorial. Na intuição sensorial, os sentidos não analisam, não 
comparam e não julgam. O conhecimento surge no instante em que se 
percebe, ou seja, é um dado de experiência interna apreendida imediatamente. 
O ser humano passa a conhecer o que está a sua volta, desde o nascimento, 
através dos órgãos dos sentidos, que têm a função de transmitir ao cérebro a 
existência dos objetos por intermédio de algumas de suas características, da 
sensação que elas provocam. A reflexão, que também faz parte desse 
processo, pode ser entendida como a ação de examinar o conteúdo por meio 
do entendimento, da razão. 
 
1.2.2. Conhecimento Antecipado 
 
Antecipa um fenômeno natural ou social, uma ação e uma realidade 
pessoal ou de um grupo, ou seja, a experiência externa utiliza os órgãos dos 
sentidos para a apreensão do objeto e a experiência interna limita-se a 
comparar os diferentes dados da experiência externa. Exemplificando, através 
da visão e da audição podemos distinguir os fatos ao redor, como cores, 
tamanhos, formas etc. 
 
1.2.3. Conhecimento Cotidiano 
 
Informações recebidas do macromeio social (onde se habita) que 
estimulamo aprofundamento na matéria ou tema abordado. A apuração da 
informação oferece um conhecimento sobre ela, que podemos classificar como 
diferença pessoal, ou seja, de interesse de uma ou duas pessoas. 
 
 
 
15
1.2.4. Conhecimento Científico 
 
Adquire-se através da comprovação de sua veracidade, por leis e 
causas, por instrumentos reconhecidos pela sociedade científica. Seu resultado 
será de domínio público e de grande benefício no campo social. 
 
1.2.5. Conhecimento Teológico ou Mítico 
 
Detém-se na pesquisa dos fatos ou na análise dos conteúdos dos 
dogmas à procura de evidência, como cita São Tomás de Aquino: “Na verdade, 
o filósofo tira seu argumento das próprias causas das coisas, enquanto que o 
fiel o toma da causa primeira, a saber, porque assim foi divinamente revelado”. 
Esse fundamento do conhecimento teológico leva o fiel a aceitar como verdade 
incontestável o dogma da fé. O conhecimento teológico exige a fé que brota do 
desejo e da submissão, a partir da autoridade de terceiros. O conhecimento 
revelado – relativo a Deus – aceito pela fé teológica constitui o conhecimento 
teológico. É aquele conjunto de verdades a que os homens chegaram com o 
auxílio de sua inteligência, mas mediante a aceitação dos dados da revelação 
divina. 
Se não houvesse pesquisa, todas as grandes invenções e 
descobertas científicas não teriam acontecido. E é bastante lógico que, nas 
Universidades, a pesquisa também se torne muito importante. Cabe aos 
professores vencer a resistência à pesquisa ainda presente nos alunos, de 
modo geral. 
O Professor Universitário que se limita a dar suas aulas sem estar 
engajado em algum projeto de pesquisa não é visto com bons olhos pelos seus 
colegas. Afinal, a Universidade não pode ser apenas um “depósito” do 
conhecimento acumulado ao longo dos séculos. Ela deve ser, também, uma 
“fábrica” de conhecimento novo. E esse conhecimento novo só se consegue, 
pesquisando. 
 
 
16
No Brasil, por exemplo, em nível nacional, existem entidades como a 
CAPES e o CNPq e, no estadual, a FAPERJ, a FGV, a FIOCRUZ, o IUPERJ, o 
Databrasil, entre outras, que financiam ou produzem projetos de pesquisa. 
Existem também fundações privadas que apóiam pesquisadores, dando-lhes 
condições de levar adiante seus projetos. 
 
1.3. Leitura Preliminar 
 
Ao definir o assunto que pretenda estudar, é necessário uma leitura 
preliminar para que se possa identificar, com mais conhecimento de causa, o 
tema que se pretende pesquisar na monografia. É a etapa em que se forma a 
idéia sobre o conteúdo geral a ser estudado. 
No momento em que se escolhe um tema generalizado, busca-se 
contato com autores (bibliografias) que permitam um maior conhecimento 
sobre o assunto. Nesta fase, não se deve buscar autores preferenciais, leia 
todos que puder sobre o tema. Afinal, cada autor tem a sua visão ou versão 
sobre o assunto e, na busca pela verdade científica, não se pode deixar ser 
influenciado ou ter uma opinião formada sobre o fato. 
As leituras sucessivas permitem uma entrada segura no 
conhecimento procurado, que lhe dará base, em direção à pesquisa por um 
tema mais específico. Neste momento, as leituras lhe darão uma idéia concreta 
sobre as dificuldades, questionamentos, discordâncias e opiniões assumidas 
que vão esclarecer o assunto e possibilitar ao pesquisador algumas pistas 
sobre o tema principal a ser pesquisado na monografia. 
O pesquisador deve ter paciência, pois a meta é adquirir 
conhecimento sobre o tema para, só então, produzir ações interiorizadas 
(conscientização do fato) em direção a novas ações exteriorizadas (opinião que 
possibilite discussão dialética sobre o tema). O importante é saber se situar 
sobre o problema em questão, como exemplifica o pesquisador Augusto 
Thompson: 
 
 
17
(...) importa situar-se na geografia do problema, divisar 
estradas, caminhos, encruzilhadas, esquinas, becos sem saída, 
passagens de nível, aclives e declives, as planícies amenas, os 
picos e grotões assustadores. Aja como contemplador, 
interessado, arguto, atento, mas despido da intenção de intervir 
(THOMPSON, 1991, p. 20). 
 
Numa linguagem mais simples: É hora de conhecer a floresta. Veja-
a de cima, atente para sua extensão e seus acidentes geográficos. Mais tarde, 
dispondo do conhecimento já adquirido sobre esta, você escolherá qual árvore 
ou riacho estudará de perto. 
É importante lembrar que o pesquisador deve ter consciência de que 
o tema não pode ultrapassar as fronteiras do curso que estuda, sob pena de 
proporcionar um aprofundamento em várias direções e o distanciamento cada 
vez maior em relação à situação problemática prevista. Isto ocorrendo, a 
monografia pode não levar a lugar algum. Mantenha-se fiel ao tema e direcione 
sua pesquisa bibliográfica neste sentido. As dificuldades surgirão no momento 
em que você se aprofundar mais e mais no assunto. Então não é tarefa fácil 
nem simples e demanda tempo e dedicação. 
Metodologia então é o método para se conseguir o conhecimento 
verdadeiro, analisando o objeto real, viabilizando sua comprovação e 
benefícios sociais, ou seja, o conhecimento é provado por qualquer pessoa em 
qualquer parte do universo. A ciência cria novos objetos de estudo que não 
existem no cotidiano. 
O que existe no cotidiano é o conhecimento superficial ou por 
vivências e não o conhecimento profundo do fato. Como exemplo, a famosa 
medicina popular, que é o conhecimento de ervas e poções milenares com 
características curativas. Após a comprovação científica, este conhecimento 
cotidiano transformou-se, chegando ao que se convenciona chamar de 
Homeopatia. 
 
 
 
18
1.4. Metodologia na Investigação Científica 
 
É um estudo com dois enfoques definidos, Empírico e Teórico. 
Assim, o autor poderá definir que linha de trabalho adotar. Sempre de acordo 
com o seu cotidiano, afinal, se ele possuir pouco tempo para a pesquisa, em 
razão de sua atividade econômica ocupar grande parte do tempo disponível, a 
opção racional será pela pesquisa bibliográfica. 
1. Empírico: estudo que trabalha diretamente com o objeto real. Ex: 
O antropólogo observa o ciclo de vida de uma espécie em 
extinção, do nascimento ao ataque de predadores, mas sem 
poder interferir em seu curso natural. 
2. Teórico: Este estudo envolve idéias e conceitos, científicos ou 
não, que serão fundamentados a partir de documentos, livros ou 
de outras pesquisas. Ex: Monografias realizadas com base em 
uma “idéia” ou problema a ser resolvido, em que o pesquisador 
busca comprovar o fato através de publicações que reforçam sua 
“idéia”. 
A investigação deve ser iniciada a partir de um planejamento que 
parte da concepção teórica (o problema, os objetivos e hipóteses) e da escolha 
do método que será utilizado na investigação (instrumentos de avaliação e 
captação de conteúdos). Obs.: Toda investigação é empírica ou teórica, sendo 
que ambas partem de um planejamento fundamentado na teoria ou na 
aplicação prática. 
 
 
 
19
CAPÍTULO II 
O PLANO DE PESQUISA 
 
A construção do plano de pesquisa diz respeito a etapa inicial de sua 
pesquisa, com ele você se organiza e estrutura suas idéias para começar a 
pesquisa em si. Para a apresentação de um plano de pesquisa é necessário ter 
os objetivos bem determinados, assim como o plano de coleta e análise de 
dados. Sua redação exige que se disponha de informações seguras acerca de 
todos esses tópicos. Pode ocorrer que em algumas situações se faça 
necessário apresentar, por escrito, as intenções de pesquisa. Neste caso, 
redige-se um plano provisório, mais adequadamente denominado anteprojeto. 
Existem vários tiposde planos de pesquisa, logo, não existe uma 
padronização. Afinal, cada instituição de ensino procura uniformizar seus 
trabalhos acadêmicos, ou seja, identificar de forma particular sua produção 
acadêmica. Isso explica as diferentes formas encontradas também na 
formatação de trabalhos acadêmicos. Contudo, é possível definir um esquema 
capaz de abranger a maioria dos tipos que habitualmente aparecem nos 
projetos de pesquisa. Este esquema inclui os itens que formam um conjunto 
ordenado de ações lógicas que compõem o plano de pesquisa: 
 
• Tema – fato, fenômeno ou assunto a ser estudado; 
• Título – nome do estudo de acordo com o conteúdo; 
• Problema – questão central a ser enfocada escrita em forma de 
pergunta; 
• Justificativas – o porquê do estudo, que razões o levaram a 
pesquisar o assunto; 
• Objetivos – gerais e específicos, indicando o que se pretende 
atingir; 
• Hipótese – possível solução antecipada do problema; 
• Delimitação – apresenta a área real que será coberta pelo 
estudo; 
 
 
20
• Procedimento Metodológico – meios, estratégias e 
procedimentos utilizados para desenvolver o trabalho; 
 
Vamos ver os itens passo a passo? 
Mas antes não se esqueça de apresentar dados essenciais à 
identificação do plano de pesquisa: entidade a que se destina o plano de 
pesquisa, o curso, a matrícula, nome do aluno etc. 
 
2.1. Tema 
 
A escolha do tema é uma das principais dificuldades encontrada 
pelo aluno quando é chegada a hora de fazer sua monografia. Parece residir aí 
a grande dificuldade dos alunos em dar a partida em seu trabalho. É claro que 
uma monografia não é só o tema, pois existe muito a desenvolver até a 
conclusão do trabalho, mas, acredite, com a temática de estudo definida, o 
resto da tarefa torna-se bem mais fácil. 
A escolha da área de estudo (é dela que virá nosso tema) é o ponto 
de partida da investigação a ser feita e, portanto, da monografia. É preciso, 
primeiro, reconhecer as áreas ou assuntos cobertos pelo seu curso em que 
você tenha maior interesse ou para os quais tenha aptidão. Trabalhar em algo 
que seja do seu interesse pessoal trará maior motivação e, em conseqüência, 
as chances de acerto e da confecção de uma boa monografia aumentarão 
consideravelmente. 
No momento em que o educando se prepara para escolher o tema a 
ser pesquisado na monografia, deve levar em conta a necessidade de procurar 
um tema que faça parte da sua área de estudo, mereça ser investigado e que 
possa ser formulado e delimitado. A dica para facilitar este processo preliminar 
é que o educando busque um tema em que ele já possua algum conhecimento, 
mesmo que superficial, seja através de leitura (autodidata) ou por força da 
prática do trabalho no meio (vivência). A afinidade intelectual do estudante com 
 
 
21
o assunto escolhido colabora para o bom desenvolvimento do trabalho. Assim, 
é possível ao educando: 
• Ter uma visão geral sobre o tema escolhido; 
• Localizar o problema no meio social; 
• Diagnosticar ligações e estado de dependência com relação a 
outros temas; 
• Identificar possibilidades para o esclarecimento de um fato. 
 
Outro fator que poderá ajudar bastante para obtermos um bom 
trabalho, é a escolha de um tema que já esteja sendo trabalhado pelo aluno em 
outras atividades. Além da imediata familiarização com o conteúdo, haverá um 
grande ganho, também, na coleta de informações sobre o assunto, já que boa 
parte das fontes estará fazendo parte do cotidiano do discente. Lembre-se de 
que a participação em estágios também pode servir como uma boa base de 
pesquisa para a monografia. 
Para os alunos dos cursos empresariais, a opção de escolher um 
tema na área em que atua é particularmente interessante, pois, além de dispor 
da própria empresa como cenário para estudo, poderá contar com o auxílio de 
profissionais com maior experiência na área para ajudá-lo na qualidade de co-
orientador. 
Outra boa dica é lembrar que, por mais interessante e desafiante 
que seja um tema desconhecido, é preciso, antes da sua escolha, que se tenha 
certeza da existência de fontes de consulta disponíveis. De nada adianta um 
excelente tema, se não tivermos como coletar informações ou aprofundar o 
estudo sobre ele. Uma bibliografia mínima é necessária. É claro que a Internet 
é uma boa fonte de consulta, mas seus dados não bastam para elaborar uma 
monografia. Arquivos, depoimentos, livros e periódicos serão importantes no 
aprofundamento da questão. Portanto, verifique a validade do seu tema. Por 
vezes, identificamos temas que, à primeira vista, parecem excelentes, mas, 
após uma análise mais criteriosa, não justificam um longo trabalho de análise. 
 
 
22
Converse com seu orientador sobre o tema que pretende 
desenvolver. Discuta com ele suas propostas e aceite as sugestões de um 
profissional que tem profunda experiência no desenvolvimento desta atividade. 
Às vezes, ele vai parecer chato (refazer? De novo?), mas na verdade, estará 
procurando melhorar seu trabalho. 
Outra dica importante é a que a se refere ao fator tempo. Leve-o em 
consideração antes de escolher o tema. Pois a opção por determinados 
assuntos implicará na exigência de mais tempo do que outros no que se refere 
a sua pesquisa e desenvolvimento. 
 
2.1.1. Delimitando o Tema 
 
Ao fim da busca do conhecimento sobre o tema generalizado, inicia-
se outro processo em busca da excelência, que é o tema específico. O tema 
deve ser muito bem escolhido, pois dele dependerá o sucesso ou o fracasso da 
monografia. Para facilitar o processo de escolha, o educando deve seguir os 
mesmos padrões que utilizou na escolha do tema generalizado. É claro que o 
aluno já terá um conhecimento razoavelmente profundo sobre o tema e não 
será difícil delimitar o objeto de estudo, ou seja, o tema segmentado. 
Com o tema definido, exclua itens que, por serem irrelevantes, não 
se inserem no contexto atual. Acrescente os dados necessários para aprimorar 
ou desenvolver o planejamento do novo tema. O educando poderá traçar um 
roteiro de estudo para então definir, inicialmente, os pontos de estudo e 
aprofundamento. 
O primeiro passo seria buscar a bibliografia sobre o tema 
selecionado e, depois, consultar as bibliografias sugeridas por cada autor em 
suas obras. O segundo, pedir a intervenção do orientador para ajudá-lo. 
Jornais, revistas, Internet, entrevistas com personalidades do meio em questão 
também são ótimas fontes de informação. Atente também para o tempo que 
você dispõe para escolher um tema a partir de seu nível de complexidade e 
esforço que irá exigir. 
 
 
23
Obs.: Estamos começando a falar da delimitação aqui na hora de 
descrever o tema, mas você deverá escrever essa delimitação, mas ao final. 
Aguarde! 
 
2.2. Montando o Título 
 
O título de ser breve, pois títulos muito longos mostram que sua 
capacidade de ser sucinto e objetivo não é muito boa. Lembre-se de que a 
monografia tem a sua cara. O título longo tende a desmotivar o leitor a se 
interessar pela sua obra. Veja um mau exemplo de título: 
A influência dos meios de comunicação de massa, em particular a 
televisão, na aquisição de opinião, pois povo sem conhecimento é suscetível a 
manipulação. 
O título deve antecipar ao leitor o escopo da monografia. Evite 
excesso de adjetivos, termos técnicos ou palavras que dificultem o acesso do 
leitor à informação contida na monografia. Lembre-se, nem todos os leitores 
são do mesmo ramo de atividade que você. Veja, agora, um exemplo de como 
poderíamos “refinar” o título anteriormente citado: 
“A influência da mídia televisiva em sociedades menos 
esclarecidas.”2.3. O Problema 
 
Em busca do que pesquisar, o educando normalmente parte de um 
tema definido e complexo. Ele possui conhecimento pré-concebido do tema ou 
percebido durante o dia-a-dia, mas sem o devido aprofundamento. Este 
processo é considerado normal, afinal, é comum partir do geral para o 
particular, atingindo a delimitação em um assunto. 
 
 
24
O tema amplo permite que o educando busque cada vez mais 
informações, conceitos e teorias que lhe permitam conhecimento profundo 
sobre o tema particular. Somente a partir deste conhecimento, o aluno poderá 
buscar particularidades (na linguagem acadêmica isso chama-se “variáveis”) 
sobre o tema, que lhe indiquem uma questão a ser resolvida. A segmentação 
do tema permite maior facilidade na busca de dados e um aprofundamento 
direcionado. 
O problema se resume a uma questão que deve ser resolvida 
através da pesquisa que se inicia a partir de algum tipo de indagação. A 
utilização da palavra problema, não significa que algo está errado, podemos 
também evoluir de algo que está funcionando bem ou até antever uma situação 
que poderá acontecer em um futuro bem próximo. 
Pode-se dizer que um problema é considerado como de ordem 
científica, quando permite que variáveis por ele identificadas possam ser 
observadas, manipuladas e, é claro, testadas. Testar significa apurar se o fato 
ocorre no cotidiano que o educando escolheu para estudo, com uma resposta 
presumida, positiva ou negativa. Testar uma variável não significa que ela já 
exista. O educando pode colher informações que identifiquem indícios de que 
um fato percebido pode vir a ser um problema em um futuro próximo. Abaixo 
são apresentados alguns exemplos de problemas, antigos ou futuros que 
dispõem de variáveis passíveis de teste: 
§ Estudantes oriundos de escolas particulares obtêm melhor 
aproveitamento nos exames vestibulares? 
§ Estudantes admitidos nas universidades pelo sistema de cotas 
apresentam um desempenho inferior aos demais colegas? 
§ O aumento da participação feminina no mercado de trabalho 
aumenta o número de divórcios nas grandes capitais brasileiras? 
§ A obrigatoriedade de ter produzido uma monografia durante a 
graduação melhora as condições de empregabilidade de um recém formado? 
 
 
25
Um questionamento muito comum dos alunos é até que ponto um 
tema já escolhido por outros colegas mereça ser estudado por eles. Não duvide 
mesmo um assunto que já tenha sido alvo de estudos por outros 
pesquisadores pode motivar um outro pesquisador a efetuar nova exploração, 
visando o aprofundamento de algumas relações e condições já identificadas 
anteriormente ou o encontro de novas possíveis variações. 
 
2.3.1. Formulando o Problema 
 
A formulação do problema se inicia através do estudo da literatura 
disponível sobre o assunto; é preciso aprofundar-se no conteúdo para 
conhecer um objeto, assim como discutir o assunto com pessoas experientes 
neste campo de estudo. 
 
2.3.2. Regras para a Formulação do Problema 
 
Na busca de soluções científicas para os problemas, 
desenvolveram-se regras básicas que facilitam o encontro da situação 
problema, fato gerador do interesse pela pesquisa que se desenvolverá. 
Segundo Gil (2002), devem ser observadas as seguintes regras: 
 
Ø O problema deve ser formulado como uma pergunta (inclusive 
trazendo o sinal de interrogação ao final). 
 
ü A formulação da pergunta remete o leitor do plano de pesquisa a uma 
apresentação clara e rápida do assunto estudado. Além disso, a 
utilização da pergunta identifica imediatamente o problema que se 
pretende pesquisar. Porém, deve-se registrar que a pergunta formulada 
não deve ter o formato de uma pergunta de questionário, ou de opinião, 
que pode ser respondida de imediato. Ao contrário, deverá ser capaz de 
gerar as dúvidas que serão respondidas com o desenvolvimento e o 
resultado do trabalho. 
 
 
 
26
Ex: Pretende-se pesquisar sobre o problema das altas mensalidades 
cobradas pelas escolas. Ou, reformulando a questão: que fatores levam as 
escolas a aumentarem as mensalidades? 
 
Ø O problema deve ser claro e preciso. 
 
ü Os problemas não podem ser formulados de maneira vaga, fazendo com 
que o consultor tenha dificuldade em saber do que se trata e por onde 
começar a resolver a questão. 
 
Ex: O que determina a natureza humana? Pode ser a criação 
familiar; pode ser o meio social, ou podem ser diversas outras causas. Afinal, 
qual é o problema do proponente? Não está claro, logo, não é possível 
identificá-lo. 
 
Ø O problema deve ser empírico (baseado em experiências). 
 
ü Os problemas científicos que se referem a valores regionais, étnicos, 
raça, religião, entre outros, devem ser tratados de forma completamente 
isenta e imparcial pelo profissional. Estes problemas, tratados sem a 
isenção necessária, conduzem inevitavelmente a julgamentos morais e 
considerações subjetivas, invalidando os propósitos da investigação 
científica, que devem possuir a objetividade como uma das suas mais 
importantes características. 
 
Ex: A Mulher deve ocupar o lugar do homem no mercado de 
trabalho? 
 
Ø O problema deve ser suscetível de solução. 
 
ü Um problema só deve ser utilizado, ou escolhido, quando existirem 
formas de apresentar sua solução. De nada adianta escolher um tema 
 
 
27
claro e interessante se o educando não dispuser de meios de pesquisa 
para o desenvolvimento e a avaliação do assunto. 
 
Ex: “A partir de uma base no planeta Marte, será possível desvendar 
o mistério relacionado à última fronteira da galáxia”. Sem tecnologia adequada 
para montar a base e depois investigar a fronteira final, só na “Enterprise” com 
Dr. Spock e tudo. 
 
Ø O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável, ou 
seja, possível de executar, mensurar. 
 
ü Normalmente logo após os primeiros passos de uma pesquisa, as 
leituras e pesquisas fazem com que o tema tendam à amplitude, sendo 
necessário um certo tipo de delimitação por parte do orientador. A 
delimitação faz-se necessária para um maior aprofundamento no tema 
específico e, também, por conta da disponibilidade de recursos e meios 
para a pesquisa. 
 
Ex: A educação no Brasil é falha? Seria necessário delimitar que 
área da educação se pretende pesquisar. O que vai ser estudado, a educação 
infantil, a educação básica, o ensino médio ou o ensino superior? O ensino 
público ou o privado? Num País como o nosso, de dimensão continental e 
distintas realidades regionais, parece bem provável que uma delimitação 
geográfica seja obrigatória. 
 
2.4. Justificativa 
 
Consiste na apresentação, de forma clara, objetiva e rica em 
detalhes, das razões de ordem teórica ou prática que justificam a realização da 
pesquisa ou o tema proposto para avaliação inicial. No caso de pesquisa de 
natureza científica ou acadêmica, a justificativa deve indicar: 
 
 
 
28
a) O estágio de desenvolvimento dos conhecimentos referentes ao 
tema; 
b) As contribuições que a pesquisa pode trazer, no sentido de 
proporcionar respostas aos problemas propostos ou de ampliar as 
formulações teóricas a esse respeito; 
c) A relevância social do problema a ser investigado; 
d) A possibilidade do estudo sugerir contribuições no âmbito da 
realidade proposta pelo tema. 
 
2.5. Objetivos 
 
A apresentação dos objetivos varia em função da natureza do 
projeto. Nos objetivos de pesquisa, cabe identificar claramente o problema, 
apresentar sua delimitação, bem como apresentar as hipóteses a serem 
testadas. Apresentam-se os objetivos de forma geral e específica. 
 
2.5.1. ObjetivoGeral 
 
Refere-se ao escopo central, o objetivo maior do estudo. Uma boa 
dica a ser seguida é a repetição do problema na forma afirmativa com um 
verbo associado a pesquisa como “analisar”, “investigar”, “entender melhor”, 
“compreender” etc. 
 
2.5.2. Objetivos Específicos 
 
Como o plural sugere tem de ser pelo menos dois. Estes objetivos 
dão base ao geral. Sem responder os mesmos não temos condições de 
atender o objetivo geral. 
Ex: Se o objetivo geral for: “Analisar a importância do brincar para o 
aprendizado de matemática”. 
Os objetivos específicos serão algo em torno de: 
 
 
29
Ex: “Pesquisar sobre diferentes tipos de brincadeira e a importância 
do brincar para a educação” 
Ex: “Investigar os principais desafios no aprendizado de 
matemática”. 
 
2.6. A Hipótese 
 
Podemos dizer que a Hipótese é uma suposta solução antecipada 
para o problema proposto. Ou, o reconhecimento antecipado de sua causa 
geradora. Após a formulação do problema (que deve ter sido feita em forma de 
pergunta) e da pesquisa bibliográfica preliminar, é possível ao pesquisador 
construir hipóteses que orientarão seu trabalho investigativo. As hipóteses 
poderão ser testadas ao longo do trabalho, comprovando ou não a suposta 
solução antecipada. 
Tomemos como exemplo a suposição do seguinte problema: Por 
que o número de alunos que cursam pós-graduação no Brasil é incompatível 
com o número de graduados que se formam anualmente? 
Após uma pesquisa preliminar, o pesquisador poderia ter sugerido 
as seguintes hipóteses: 
- Ex: O aumento da concorrência na oferta de cursos de graduação 
gerou uma queda nos preços das mensalidades, possibilitando um grande 
crescimento do número de matrículas em tal setor. 
- Ex: Na pós-graduação é encontrada uma situação de exclusão 
social, pois os graduados de baixa renda não dispõem de recursos financeiros 
para arcar com os altos custos deste nível de ensino. 
O pesquisador dará continuidade a seu trabalho investigativo, 
direcionando-o para testar as hipóteses sugeridas. Não se pode, contudo, 
considerar que as hipóteses propostas estarão sempre certas. Possivelmente, 
algumas poderão ser negadas ao longo do trabalho, o que não significa em 
 
 
30
absoluto que a pesquisa esteja errada, mas sim que novos conhecimentos 
estão sendo adquiridos na resolução do problema. 
 
2.6.1. Classificando as Hipóteses 
 
A hipótese é, portanto, um acontecimento incerto, uma orientação 
para a investigação de um fato do cotidiano, uma suposição sobre uma 
possível resposta para um problema, da qual não se tem certeza. Podemos 
classificar as hipóteses em duas grandes áreas: hipóteses casuísticas e 
hipóteses cotidianas. 
§ Hipótese Casuística: Baseada em fato ocorrido, porém sem 
comprovação. Muito utilizada em pesquisas de caráter 
histórico onde são apresentadas a versão do pesquisador 
sobre um fato já conhecido, mas sobre o qual não existem 
registros completamente confiáveis. Como, por exemplo, a 
versão que propõe que Tiradentes não foi mártir da 
Inconfidência e, sim, que foi enforcado para encobrir os 
verdadeiros líderes do movimento e acabou servindo de 
exemplo na prevenção de futuros golpes. 
§ Hipótese Cotidiana: Antecipa que determinada característica 
ocorre com maior ou menor freqüência em determinado 
grupo, sociedade ou cultura. Ex: “É elevado o número de 
pessoas que buscam cursos de pós-graduação para 
qualificar-se no mercado de trabalho”; ou, “A procura pelo 
esoterismo é muito comum na classe média”. 
 
2.6.2. Buscando a Hipótese 
 
O educando, durante o trabalho de construção da hipótese, deverá 
contar principalmente com sua capacidade de observação dos fatos, a 
avaliação de estudos anteriores e o conhecimento das teorias já existentes 
 
 
31
sobre o tema. É claro que a criatividade é sempre bem vinda e uma boa 
intuição poderá ajudar bastante. 
Independente do número de hipóteses que o educando, ou 
pesquisador, tenha alcançado neste primeiro momento, é necessário, a seguir, 
depurar os resultados obtidos verificando se as componentes da lista obtida 
são testáveis ou não. Eventualmente, algumas delas, após um maior 
aprofundamento, poderão ser abandonadas. 
Para obter um melhor resultado na hipótese proposta, eis algumas 
dicas: procure a clareza na apresentação dos conceitos, escolha a simplicidade 
na sua construção, seja específico na identificação do que vai ser testado e 
evite utilizar julgamentos de valor. 
É bom lembrar que, no processo inicial da pesquisa, o educando 
aponta uma hipótese com base no seu conhecimento do fato, naquele 
momento. Com o passar do tempo e o aprofundamento dos conceitos e teorias, 
essa mesma hipótese poderá sofrer alterações. Isto é absolutamente normal. 
Não se preocupe. 
E as varáveis? Utiliza-se o termo Variável para nomear os diversos 
objetos de estudo passíveis de assumir, ao longo de um trabalho científico, 
valores, estados ou aspectos diferenciados, dependendo das circunstâncias 
apresentadas. Por exemplo, o salário é uma variável, porque pode ser 
representado por diversos valores. O mesmo ocorre com número de alunos, 
valores de mensalidades, quantidade de ônibus numa cidade, idade etc. 
Embora alguns objetos de estudo não assumam valores numéricos e 
sim categorias, como, por exemplo, nível de escolaridade (básico, médio, 
superior), também podem ser identificados e tratados como variáveis. Assim 
podemos incluir os sem-teto, os descamisados, os sem-terra etc. 
No primeiro exemplo de hipótese apresentado anteriormente, 
podemos identificar as variáveis: oferta de cursos de graduação, preços de 
mensalidades e número de matrículas, todas podendo ser valoradas, ou seja, 
 
 
32
representadas de forma numérica. Já no segundo exemplo, a variável custo de 
ensino, também valorada, aparece junto à variável baixa renda que não é, 
necessariamente, representada por um valor numérico, podendo ser 
identificada, também, por classes ou categorias. 
De um modo geral as hipóteses identificam dois tipos básicos de 
relações entre as variáveis do objeto de estudo: Associação, quando existe a 
relação entre as variáveis, mas estas não sofrem influência uma da outra; ou 
Dependência, quando uma ou mais variáveis sofrem interferências diretas de 
outras. 
 
2.7. Delimitação 
 
O trabalho de pesquisa necessita de uma delimitação que depende 
das características do objeto de estudo e do nível de conhecimento do 
pesquisador. 
A delimitação pode ser definida a partir de uma especificação mais 
concreta do seu problema em relação à área de abrangência, local, tempo e 
amostra que servirá ao estudo. Por mais que tenhamos tentado aclarar através 
dos objetivos e hipóteses o que queremos com nosso estudo, algumas 
perguntas ainda podem ficar sem respostas. E é aqui na delimitação que isso 
deverá ser esclarecido. 
 
2.8. Metodologia 
 
A redação de um plano de pesquisa é constituída pela especificação 
da metodologia a ser adotada. O educando ainda não possui profundidade 
suficiente no tema que o habilite a definir, com conhecimento de causa, o 
melhor método para buscar as informações pertinentes ao desenvolvimento do 
tema proposto: 
 
 
33
§ Tipo de delineamento (traçar o esboço da pesquisa); 
§ Amostragem; 
§ Técnica de coleta de dados; 
§ Análise dos dados; 
§ Forma de relatório. 
Cabe ao professor ou orientador trilhar esses caminhos junto com o 
educando, em uma conversa franca e esclarecedora sobre a justificativa e os 
objetivos do aluno, ou seja, como buscar informações e até onde ele quer 
chegar com a proposta. A orientação é importantee de muita responsabilidade. 
O professor deve ser conhecedor do tema escolhido pelo aluno. 
 
2.9. Como Apresentar o Plano de Pesquisa 
 
Embora uma excessiva padronização, em muitas situações, possa 
ser prejudicial, a utilização de fórmulas padronizadas para facilitar os trabalhos 
de elaboração, discussão e aprovação do plano são bem vindas. A seguir, é 
reproduzida uma padronização para a apresentação do plano de pesquisa. O 
formato é adequado aos cursos de pós-graduação, pois possibilita uma visão 
generalizada do que pensa o aluno para a sua monografia e é utilizado como 
padrão nos cursos do Instituto A Vez do Mestre. Porém, isso não inviabiliza a 
necessidade de uma conversa pessoal com o orientador, afinal, alguns 
possuem dificuldades em dissertar sobre o que realmente pensam. 
Obs: Não escreva aqui no livro. Baixe o modelo do plano de 
pesquisa disponibilizado na primeira página do site do IAVM (www.avm.edu.br). 
 
 
 
 
 
 
34
 
 
 
 Nome do(a) Aluno(a): 
 
 
 Curso: Matrícula: 
 
 
TEMA 
(fato ou fenômeno a ser 
estudado) 
 
 
 
TÍTULO 
(Nome do estudo de 
acordo com o conteúdo) 
 
 
 
 
 
PROBLEMA 
(Questão central a ser 
enfocada em seu estudo 
escrita sob a forma de 
pergunta) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUSTIFICATIVA 
(o porquê de seu estudo, 
incluindo de forma 
resumida a orientação 
teórica) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35
OBJETIVO 
GERAL 
(Propósito central de seu 
estudo) 
 
 
 
 
OBJETIVOS 
ESPECÍFICOS 
(outros objetivos que seu 
trabalho pretenda) 
 
 
 
 
 
 
 
 
HIPÓTESE 
(Possível resposta ao 
problema acima 
formulado) 
 
ou QUESTÕES 
SECUNDÁRIAS 
(Em caso de estudo 
exploratório) 
 
 
 
 
 
 
DELIMITAÇÃO 
(Especificação do objeto 
de estudo e onde o 
mesmo será estudado) 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO 
METODOLÓGICO 
(Como pretende 
desenvolver o trabalho? 
Enfocar detalhes da 
Amostra, metodologia 
empregada e referências 
bibliográficas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Plano de Pesquisa 
 
 
36
CAPÍTULO III 
A PESQUISA 
 
O interesse em pesquisar é inerente ao ser humano. Foi através da 
pesquisa, mesmo que efetuada sem base metodológica, que o ser humano 
conseguiu desenvolver seus conhecimentos e sair da idade da pedra. Através 
da pesquisa o homem dominou o fogo, construiu habitações e criou armas que 
o ajudavam a caçar seus alimentos. De lá para cá, muita coisa mudou, mas a 
mesma razão prática – buscar novos meios de fazer alguma coisa, o 
aperfeiçoamento do que já existe, a eficácia, a cura para alguma doença – 
continua a existir. Hoje, é claro, esta razão prática é estimulada pelos 
interesses mercadológicos. É a pesquisa aplicada (conhecer para dominar). O 
conhecimento sobre algo novo, melhor ou mais barato, poderá vir a ser um 
sucesso de vendas e, por isso, muito tempo e dinheiro é investido em 
pesquisa. 
Mas não se pesquisa apenas pela ordem prática. O homem é 
curioso, sempre foi. Pesquisa-se pelo simples, e soberbo, pelo prazer de 
adquirir conhecimento, de crescer intelectualmente, de descobrir as causas dos 
acontecimentos ou de visualizar novos horizontes científicos. É a chamada 
pesquisa “pura” (conhecer para conhecer). 
Obviamente, a ciência e o conhecimento crescem com base nos 
dois grupos. Pesquisas inicialmente classificadas como “aplicadas”, em seu 
decorrer, por vezes, seguem em direção à ciência “pura” e vice-versa. 
A pesquisa vista de forma simples, como apresentado no item 
anterior, pode então ser definida como a busca da solução de problemas. 
Sejam eles pré-existentes, conhecidos e de ordem prática ou, até mesmo, 
problemas que existam ainda apenas na curiosidade, nas dúvidas e nos 
questionamentos interiores do pesquisador. 
 
 
 
37
A pesquisa científica, partindo dos mesmos princípios acima 
mencionados, utiliza métodos e técnicas para a correta identificação do 
problema, a observação da realidade, a verificação e a mensuração dos 
resultados, de forma sistemática e racional. As conclusões obtidas em 
pesquisas feitas desta forma metodológica permitem que o conhecimento 
científico adquirido tenha precisão e objetividade. 
Ø O pesquisador: Os argumentos acima são importantes para 
compreendermos os motivos que levam uma pessoa a pesquisar e sua 
importância para a sociedade. Na verdade, esse conhecimento deve ser 
associado a um lado interessado, ou seja, o sucesso da pesquisa e de suas 
descobertas para o mundo, dependem das habilidades do pesquisador. O 
trabalho dos pesquisadores deve ser pautado inicialmente pelo conhecimento 
do assunto e, sobretudo, pela curiosidade, pela disciplina e pela persistência. 
Dificuldades com certeza serão encontradas ao longo da tarefa, mas a 
perseverança e a auto-disciplina encaminharão o pesquisador ao encontro da 
solução dos problemas. 
Ø A realidade do pesquisador: Ciência e romantismo são coisas 
do passado, quando o descobridor era reconhecido como um gênio. Hoje, o 
pesquisador depende, além de suas habilidades pessoais para desenvolver o 
processo de criação científica, dos recursos disponíveis para o 
desenvolvimento da pesquisa. 
Ø O capital: Possui um papel fundamental no processo, afinal não 
se pode duvidar da interferência do poder econômico no resultado, ou seja, o 
trabalho com amplos recursos tem maior probabilidade de ser bem sucedido 
em um empreendimento de pesquisa, do que outro em que os recursos sejam 
deficientes. 
Qualquer pesquisa deverá levar em consideração o problema dos 
recursos disponíveis. Para isso, deve-se estar atento aos gastos decorrentes 
da aquisição de material e equipamento necessário, gerando assim economia 
de tempo em busca da agilidade necessária para a confecção do trabalho. O 
pesquisador precisa elaborar um orçamento adequado, ou seja, administrar 
 
 
38
seu trabalho de pesquisa. Alguns pesquisadores se sentem constrangidos com 
esta imposição, mas é fundamental para que o trabalho não sofra interrupções. 
Não é mais possível dissociar a pesquisa científica das práticas 
sociais que as sustentam como interesses sócio-econômicos e políticos, 
prioridades institucionais, estrutura de poder das agências financiadoras, 
ideologia, entre outros. Só pelo desenvolvimento do ensino e da pesquisa será 
possível compreender exatamente o significado do papel crítico que as 
instituições de ensino devem desenvolver. 
O planejamento, uma antecipação da investigação, é o passo mais 
importante em direção à monografia. Neste momento, o educando busca um 
assunto ou problema a ser investigado e através de ações internas, procura 
antever em qual direção deve seguir para resolver o problema, se há 
bibliografias sobre o assunto, se o fato que pretende dissertar é atual ou antigo, 
se o tema pode ser investigado em seu habitat ou à distância, o custo 
operacional para o desenvolvimento e se há tempo hábil para buscar a 
solução. 
É importante lembrar que o pesquisador deve ter noção do tempo a 
ser utilizado na finalização da pesquisa, calcular o custo estimado para concluí-
la no prazo e definir se o tema é atual ou não. Tema atualizado requer tempo e 
dedicação, afinal não existem muitas bibliografias disponíveis e não se 
surpreenda se, ao término do trabalho, você concluir que deve publicá-lo, já 
que não há quase nada no mercado sobre o assunto e o seu livro talvez seja 
uma excelente fonte para futuras pesquisas.3.1. Classificações da Pesquisa 
 
As pesquisas são classificadas de várias formas. Cada autor, ou 
pesquisador, prefere utilizar uma classificação mais próxima da sua visão e de 
seus critérios particulares sobre o assunto. Neste trabalho optou-se por 
apresentar uma classificação genérica, mas que abrangesse as formas de 
pesquisa mais utilizadas nas monografias. São elas: 
 
 
39
3.1.1. Pesquisas Bibliográficas 
 
Permitem ao pesquisador obter conhecimento para a solução do 
problema através da busca referências ao assunto estudado em documentos, 
livros etc. publicados anteriormente. Pode atuar como parte de outras formas 
de pesquisa ou de forma independente. 
 
3.1.2. Pesquisas Exploratórias 
 
Permitem ao pesquisador absorver mais conhecimento pela 
aproximação ao assunto, de forma a melhor compreender o universo estudado 
e “afinar” seu relacionamento com o problema proposto. Através delas, o 
pesquisador obtém um aprofundamento no assunto, identificando os fatores 
históricos que o envolvem. A pesquisa bibliográfica, citada acima bem como o 
levantamento de informações no próprio campo são recursos usados pelo 
pesquisador neste tipo de pesquisa. 
 
3.1.3. Pesquisas Descritivas 
 
Permitem ao pesquisador observar e registrar fatos do cotidiano, 
perfis de grupos, opiniões, dogmas etc.. Após a análise dos registros obtidos é 
possível ao pesquisador efetuar a correlação dos fatos observados, definir o 
que aconteceu, como, quando e onde ocorreu. As conhecidas pesquisas de 
opinião, eleitorais ou de motivação (procuram saber as razões ocultas de 
alguma atitude) fazem parte desta categoria. 
 
3.1.4. Pesquisa Experimental 
 
O pesquisador produz “experimentos”, sobre um determinado 
assunto estudado, manipulando as variáveis e observando os resultados da 
manipulação num verdadeiro estudo de causa e efeito. Por exemplo, “O que 
acontece com a variável X se alterarmos de uma certa forma a variável Y?”. 
Identificando as relações entre as variáveis do estudo e a lógica das alterações 
 
 
40
produzidas pela variável independente na variável dependente, o pesquisador 
reconhecerá as causas do fenômeno em estudo. Embora o termo 
“experimental” nos remeta a experiências executadas em laboratório, estas 
pesquisas não se limitam ao ambiente laboratorial, podendo também ser 
utilizadas em trabalhos de campo. 
 
3.1.5. Pesquisas Explicativas 
 
Bem próxima da Pesquisa Experimental, a Pesquisa Explicativa, 
como sugere seu nome, pretende “explicar” as causas de um fenômeno 
utilizando a observação ou o experimento. Ao final o pesquisador espera 
conhecer as razões que levam o fato a ocorrer, quem são os atores envolvidos, 
e quais conseqüências do ocorrido. 
Obs.: É interessante que na metodologia você esclareça que tipo de 
pesquisa você irá utilizar. 
 
3.2. O Planejamento Inicial da Pesquisa 
 
Independente do tipo de pesquisa selecionado dentre a classificação 
apresentada, o pesquisador deverá planejar de que forma ela será executada 
para que os objetivos propostos sejam alcançados. O desenho da pesquisa 
deverá prever que informações (dados) serão trabalhadas, onde serão 
encontradas, como serão coletadas e de que forma serão analisadas. 
 
3.3. Coletas de Dados 
 
Para se coletar dados é necessário antes de mais nada saber o que 
se busca. Para se acertar a flecha, é necessário conhecer o alvo. A partir do 
tema escolhido, são procuradas informações em livros, documentos, artigos 
científicos e periódicos direcionados, como revistas especializadas ou em 
periódicos de grande tiragem (voltados para a massa) que penetram em 
grandes núcleos sociais. 
 
 
41
As pesquisas inicialmente são desenvolvidas quase que 
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Seguindo o que foi pesquisado, 
busca-se mais informação em outros tipos de publicações válidas, tanto de 
conteúdo científico quanto de domínio público. A Internet está na categoria de 
domínio público, mas cuidado, já que nem sempre é possível confirmar a 
veracidade de suas fontes. 
Nas monografias voltadas para o ambiente empresarial, por vezes 
será necessária a busca de informações sobre o mercado, a indústria – aí 
compreendida como a área da atuação empresarial estudada – ou, até mesmo, 
sobre os concorrentes. Tal tarefa, que poderíamos chamar de monitoração do 
ambiente externo pode, a princípio, parecer difícil e complexa, mas, segundo 
Henry Dou (1995), a maior parte das informações sobre o mercado ou sobre os 
concorrentes está disponível sem custo, bastando ter capacidade de 
organização para coletá-las. 
 
FORMAL 
40% 
INFORMAL 
40% 
ESPECIALISTAS 
10% 
EVENTOS 
10% 
 
Figura 2 – Fontes de Informação segundo Henry Dou (1995). 
 
3.3.1. Instrumentos de Coleta de Dados (em caso de pesquisa 
de campo) 
 
Os instrumentos necessários para a realização da pesquisa devem 
ser indicados de maneira detalhada. Os equipamentos e suprimentos variam 
consideravelmente de acordo com o tipo de pesquisa. Dentre os diversos itens 
que podem ser considerados, formulamos os seguintes: 
§ Questionários e formulários; 
§ Impressos especiais para registro; 
 
 
42
§ Manuais de instrução para os pesquisadores; 
§ Equipamentos de registro (papel, caneta, computador, 
gravador, vídeo); 
§ Pessoal para o trabalho de campo 
Devem ser anexados ao trabalho os modelos dos instrumentos a 
serem utilizados para a coleta de dados, tais como: formulários, questionários e 
escalas de atitudes. Anexe também os modelos de outros materiais impressos, 
como: manuais de instrução, mapa das áreas de investigação etc. Caso o 
educando utilize questionários em um primeiro momento da pesquisa, nos 
quais o objeto de observação seja contemplado, é importante anexar tais 
documentos. 
 
3.3.2. Pesquisando Bibliografias 
 
O início de qualquer pesquisa normalmente parte de um material já 
existente como livros e artigos publicados. Na verdade, boa parte dos estudos 
é desenvolvida com base em outras publicações sobre o assunto, seja como 
fonte de consulta ou como ponto de partida para uma contestação. Não se 
esqueça de que o que importa é conhecer a fundo o assunto escolhido, como 
forma de agilizar a pesquisa e, por conseqüência, a monografia. 
Uma monografia inicialmente se desenvolve a partir de consultas prévias 
sobre o tema. Os livros e artigos, encontrados facilmente em bibliotecas ou nos 
arquivos das redações de jornais e revistas, representam a base documental que 
sustentará a sua tese, ou servirão de base para o desenvolvimento da dissertação. 
É bom lembrar que na monografia devem constar referências bibliográficas dos 
autores consultados que comprovem a veracidade da proposta do trabalho. As 
fontes podem ser encontradas de acordo com a necessidade do pesquisador, em 
diferentes meios de comunicação, como na seguinte orientação: 
 
 
 
43
Ø Livros em geral: Podem ser de caráter técnico ou literário. Neste 
item incluem-se, também, as monografias e teses que, por tratar do assunto 
estudado, devem fazer parte da pesquisa bibliográfica. 
Ø Manuais de consulta: São as fontes de referência. Através delas 
obtêm-se rapidamente as informações procuradas; é o caso de enciclopédias, 
anuários, dicionários, ou catálogos. 
Ø Periódicos: São os jornais e as revistas publicados periodicamente, 
que apresentam notícias, entrevistas, informações e artigos diversos, com a 
participação de vários colaboradores ou autores. Em alguns casos são veículos 
voltados para a cobertura de assuntos específicos (científicos ou não), que podem 
se tornar uma fonte de consulta ricae atualizada. 
Ø Impressos diversos: São os variados tipos de publicações que 
possuem conteúdo específico de uma entidade de classe, informativos, trabalhos 
acadêmicos e páginas científicas na Internet. Por exemplo, os informativos do 
Conselho Regional de Medicina (CREMERJ), as jurisprudências fornecidas pela 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disponibilizadas na Internet, entre outros. 
Ø Mídia magnética: As novas formas de armazenamento e 
divulgação das informações têm trazido mais facilidade aos pesquisadores. 
Além da Internet, uma ferramenta de pesquisa extremamente rápida, o 
pesquisador dispõe cada vez mais de informações distribuídas em mídias, 
magnética ou eletrônica, que suportam um grande volume de dados em um 
mínimo de espaço, permitindo a utilização de índices e ferramentas de 
localização rápida de assuntos ou palavras-chave. 
Na figura a seguir, é reproduzido o Ciclo da Comunicação e 
Informação, como apresentado por Leda Vânia (1998). Sob tal enfoque, os 
canais de comunicação seriam alimentados pela própria ciência, pela indústria 
e por unidades de desenvolvimento de tecnologia. Informações recuperadas 
através da Internet (que não aparece na figura) podem ser classificadas como 
informais, semiformais, formais ou mesmo superformais, dependendo da 
origem e do tipo do site que as forneça. 
 
 
44
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3.3. Pesquisa Documental 
 
Importantes pesquisas são elaboradas exclusivamente a partir de 
documentos que não são localizados em bibliotecas. Identificam-se pesquisas 
elaboradas a partir de fontes documentais como: correspondência pessoal, 
documentos cartoriais, registros de batismo, prontuários, entre outros. 
 
CANAIS 
INFORMAIS FORMAIS SEMIFORMAIS SUPERFORMAIS 
TELEFONE 
E-MAILS 
LIVROS 
PATENTES 
PERIÓDICOS 
PRIMÁRIA 
Autor 
SECUNDÁRIA 
Análise por 
profissionais 
da informação 
TERCIÁRIA 
• Bibliografia da 
bibliografia 
• Bibliotecas 
virtuais 
• Livros 
CATÁLOGO RESUMO BIBLIOGRAFIA 
RELATÓRIOS 
Ciência Tecnologia Indústria 
Figura 3 – Ciclo da Comunicação e Informação (Fonte: Vânia, 1998) 
 
 
45
A Pesquisa Documental leva o pesquisador a trabalhar com 
documentos que ainda não receberam tratamento ou análise de profissionais 
específicos da área de informação e que podem ser encontrados sob diversas 
formas, nos mais variados locais. Cabe ao pesquisador, além de identificar as 
informações procuradas nas fontes analisadas, ser criterioso ao avaliá-las, pois 
podem ser subjetivas e oriundas de fontes não representativas. 
Neste tipo de pesquisa serão encontrados documentos classificados 
como primários, por não terem recebido nenhum tratamento, como registros 
públicos, por exemplo, e também os documentos classificados como 
secundários, por já terem sofrido algum tipo de análise. 
• Tipos de documentos primários: correspondências individuais, 
fotos, anotações pessoais, diários, comunicados internos, 
memorandos, súmulas, atas de assembléias, entrevistas ao vivo 
etc. 
• Tipos de documentos secundários: relatórios diversos, divulgação 
de pesquisas, catálogos de empresas, relatórios de empresas, 
anuários estatísticos, entrevistas editadas etc. 
 
3.4. Ficha Bibliográfica 
 
Tudo que for interessante, anote. Resenhas de livros e de artigos, 
resumos de posições, súmulas de pontos de vista, frases, trechos de obras 
literárias etc. Sobretudo pensamentos que lhe ocorram constantemente ou não 
em relação ao tema proposto pelo autor. O importante é registrar logo as idéias 
que vão surgindo. Deixando para depois, elas simplesmente vão fugir de nossa 
memória. De pouco adianta reunir farto material, se inscrito numa montanha de 
folhas e rascunhos bem rabiscados, em retalhos de papel, em blocos comuns. 
Os assuntos se misturam e depois nem você próprio conseguirá entender. 
 
 
 
46
Por isso sugerimos: Organize-se. Construa um arquivo. Selecione 
uma pequena pasta ou fichário, onde você possa depositar suas fichas 
bibliográficas em vez de fazê-lo em folhas soltas ou cadernos. Veja, a seguir, 
um exemplo de ficha simples que pode ser produzida por você. 
 
FRENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VERSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4.1. A Ficha 
 
Ø Conceito: é um conjunto de elementos que permite a 
identificação, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados 
Assunto: O Lúdico 
Tema: Efeitos da Globalização na Educação e na formação do indivíduo 
Citação 1: 
 
“O corpo é uma totalidade e uma estrutura interna fundamental ao 
desenvolvimento mental, afetivo e motor da criança” (LAPIERRE & 
AUCOUTURIER, 1986, p. 34). 
 
Citação 2: 
Nº da Ficha: 3 
Bibliografia: 
LAPIERRE & AUCOUTURIER. A Simbologia do Movimento. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1986. 
Comentário: o corpo e a imagem corporal são importantes para 
uma vivência significativa, e sabendo que toda a aprendizagem deve 
começar do conhecido para o desconhecido, do concreto para o abstrato, 
realmente encontramos nessa via um método de trabalho de fácil 
assimilação e comunicação do arteterapeuta com as crianças e entre elas 
mesmas. 
 
 
47
em diversos tipos de material. É indispensável à identificação de publicações 
mencionadas em qualquer trabalho. 
Ø Objetivos: o cuidado com as fichas depende um dos arremates 
da obra, a lista bibliográfica, tanto quanto a correta apresentação das notas de 
rodapé ou de final de capítulo. 
Ø Elementos Complementares: são aqueles elementos opcionais 
que, acrescentados aos essenciais, permitem caracterizar melhor as 
publicações referenciadas em bibliografias ou resumos. 
Observe-se que existem outras fontes de consulta e, para cada 
elemento, há uma única regra ou ordem de descrição, embora tenham 
características próprias quanto à forma de apresentação. As especificações a 
seguir identificam os elementos das referências bibliográficas e estabelecem 
uma ordem ou seqüência padronizada para a apresentação. 
Ø Monografias (livros, folhetos, dissertações...): Os elementos 
são: autor, título, indicadores de responsabilidade, edição (local, editor e ano 
de publicação) descrição física (nº de páginas ou volumes, ilustração, 
dimensão, série ou coleção, notas especiais). Ex: DIAS, Gonçalves: Gonçalves 
Dias. poesia. Organizado por Manuel Bandeira; revisão crítica por Maximiano 
Silva. 11º ed., Rio de Janeiro: Agir, 1983. 80 p. Nossos Clássicos. 
Ø Coleções ou Revistas: REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA. 
Rio de Janeiro; IBGE, 1990. Trimestral. Boletim Bibliográfico do IBGE. p. 34. 
Ø Sem Autoria Própria: autor, título, edição (local, editor e ano de 
publicação), localização da parte referenciada. Ex: SOARES, Fernandes, 
BURLAMAQUI, Carlos Kopke. Pesquisas brasileiras, 1 e 2 graus. São Paulo: 
Formar, 1972. Vol. 3: Dados estatísticos, micro-regiões. 
Ø Com Autoria Própria: ORLANDO, José, LEME, Edson. Utilização 
agrícola dos resíduos de agroindústria. In: SIMPÓSIO SOBRE 
FERTILIZANTES NA AGRICULTURA BRASILEIRA, 1994. Brasília. Anais: 
EMBRASA, Departamento de Estudos e Pesquisas, 1994. pp. 451-459. 
 
 
48
Ø Fascículos, Suplementos e Números especiais: CONJUNTURA 
ECONÔMICA. As 500 maiores micro empresas do Brasil. Rio de Janeiro: 
SEBRAE, vol. 7, 1995. Suplemento. 
Ø Artigos e Jornais: Biblioteca Climatiza seu Acervo. O Globo, Rio 
de Janeiro, 4 mar.1991, p.11, caderno c. 
Ø Texto retirado da Internet: Em caso de autor definido – 
NISKIER, Arnaldo. Consciência Educativa. www.ABL.com.br . p. 1-1, acessado 
em dia/mês/ano. 
Ø Textoretirado da Internet: www.bradesco.com.br. Banco 
Bradesco, Bradesco saúde, 1-4 p., acessado em dia/mês/ano. 
É fundamental produzir cópias ou backup dos arquivos em pen 
drives, emails ou CD-ROM, evitando assim a perda do material. Em caso de 
danos no seu computador PC, a cópia pode salvar o seu trabalho e a sua nota. 
 
3.4.2. Citação 
 
As citações também são armazenadas nas fichas, facilitando o 
processo de arrumação no texto, de acordo com o conteúdo. A citação é um 
importante aliado na confirmação do que o autor propõe, ou seja, funciona 
como uma base de sustentação teórica que traz a “veracidade” ao conteúdo 
proposto. Uma monografia não pode ser baseada somente em experiências 
pessoais, necessita dividir com outros autores as mesmas experiências. Assim, 
o autor diminui a contestação de um avaliador ou banca examinadora. Com 
base em outros autores, o educando pode fazer comparações com a sua 
realidade ou, até, com outros autores e, assim, formar uma opinião própria. As 
citações podem ser diretas, indiretas ou citação de citação 
A chamada citação indireta ou livre diz respeito à reprodução de 
algumas idéias sem que haja transcrição literal das palavras do autor 
consultado. Apesar de ser livre, deve ser fiel ao sentido do texto original. Não é 
 
 
49
necessário usar aspas e citar ao final da mesma o número da página de onde a 
pesquisa foi feita. Ex: De acordo com Machado (2001) o Estado no exercício de 
sua soberania exige que os indivíduos lhe forneçam os recursos que necessita 
(p. 44). 
Na citação direta, temos uma reprodução fiel (ipsis litteris) da fonte 
consultada. Caso a citação ocupe até três linhas de texto, deve-se mantê-la no 
corpo do documento usando aspas. Ex: O rondel compõe-se de duas quadras 
e de uma quintilha; como pode ser observado em Carmo (1919, p. 215), 
“presta-se o rondel aos conceitos galantes, e madrigalescos, às gentilezas 
amorosas, aos sentimentos delicados”. Na bibliografia teremos: CARMO, 
Manoel do. Consolidação das Leis do Verso. São Paulo: Duprat, 1919. 
Quando ocupar mais de três linhas começaremos a transcrição da 
citação direta pulando uma linha, recuando à direita 4 cm na régua do word, 
alinhando com a margem direita, a fonte terá tamanho 11 (menor do que o 
corpo da monografia propriamente dito), espaço entre linhas simples e sem 
aspas.Ex: 
 
É assim que podemos acompanhar Henry Edmond ao longo de 
toda a sua vida e que Hamlet poucas horas passará conosco. 
Em um dia de leitura podemos viver anos e anos da existência 
das personagens de uma ficção. (SIMÕES, 1944, p.14). 
 
 
50
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Seleção e recuo da citação 
 
A citação de citação é aquela em que o autor do texto não tem 
acesso direto à obra citada, valendo-se de citação constante em outra obra. A 
indicação dos autores separados pela expressão “apud” ou “citado por”. Ex: 
Ponce (1982), citado por Silva (1994), declara que instrução, no sentido 
moderno do termo, quase não existia entre os espartanos. Ou, ex.: 
 
A indústria de informação, isoladamente, não produz 
conhecimento. Produz estoques de informação organizada 
para uso imediato ou futuro, ou, o que é pior, a criação 
voluntária no Brasil de uma base importante para sustentar a 
indústria transnacional de indústria da informação em ciência e 
tecnologia, na qual o profissional é formado no país para 
funcionar como um mero executor de normas e regulamentos, 
sem, no entanto, tê- los criado. (BARRETO apud SOUZA, 
1991, p. 183). 
 
 
 
51
Nunca é demais lembrar que as citações diretas devem ser 
reproduzidas com o mesmo texto que foi retirado do livro ou publicação, sem 
que nenhuma palavra seja modificada. É importante que no mesmo texto 
conste a fonte, ou seja, o nome do autor, o ano de publicação e a página de 
onde você retirou o texto. A referência bibliográfica completa deve ser 
reproduzida na "bibliografia”. 
Quando o nome do autor é encontrado dentro do texto, este se 
apresenta em caixa baixa, quando o autor está acompanhando uma citação o 
nome ficará em caixa alta. 
É possível que existam citações muito longas em consideração ao 
assunto que o aluno quer escrever, então orienta-se cortar a citação 
assinalando este corte com reticências entre parentes. 
Ex.: 
 
(...) importa situar-se na geografia do problema, divisar 
estradas, caminhos, encruzilhadas, esquinas, becos sem saída, 
passagens de nível, aclives e declives, as planícies amenas, os 
picos e grotões assustadores. Aja como contemplador, 
interessado, arguto, atento, mas despido da intenção de 
intervir. (THOMPSON, 1991, p. 20). 
 
 
 
52
CAPÍTULO IV 
A CONFIGURAÇÃO 
 
Pronto, chegamos ao momento de formatar a monografia de acordo 
com as configurações básicas previstas pela Associação Brasileira de Normas 
Técnicas (ABNT) e o modelo do Instituto A Vez Mestre. Atenção nas 
explicações de seu professor, pois as configurações a seguir podem trazer 
alguma dúvida e as regras da ABNT sofrem alterações anuais, podendo 
apresentar algumas modificações nas configurações atuais. 
 
4.1. Configuração de Página 
 
A formatação é o momento em que se transforma em resultado 
gráfico o resultado de tanta coleta de dados e dissertações. A monografia 
ganha forma e estilo, motivando ainda mais seu autor a buscar o melhor de si. 
Se você não domina o programa Word, poderá acompanhar passo a passo, ao 
longo deste capítulo, todas as etapas necessárias à formatação do documento, 
inclusive com ilustrações e/ou retirar o modelo no site do IAVM. A seguir, você 
verá como efetuar as primeiras configurações do seu documento. 
O primeiro passo deve ser a configuração da página, onde você irá 
colocar todas as medidas necessárias para que seu documento fique uniforme, 
os exemplos dados serão baseados no Word 2007. Clique na barra de 
ferramentas do Word e na guia “Layout da página”, logo após clique em 
“Configurar Página” e depois na guia “Margens”, preencha as medidas pedidas 
conforme os padrões especificados abaixo: 
• Margem Superior: 3 cm 
• Margem Inferior: 2,5 cm 
• Margem Esquerda: 3,5 cm 
• Margem Direita: 2,5 cm. 
 
 
53
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Configuração de página 
 
4.2. Configuração do Texto 
 
O segundo passo retrata a formatação do texto, onde deverá ser 
usada a fonte (tipo de letra) Arial, tamanho de letra 12 (diferente da citação que 
possui tamanho 11), alinhamento justificado para que fique ajustado nas 
margens que já foi especificada (conforme item 4.1), 1,5 cm entre as linhas do 
texto e parágrafo iniciando a 2 cm da régua existente acima do seu documento. 
Para tamanho e fonte da letra dos documentos, basta clicar na guia 
“Início” e marcar o que foi informado anteriormente. Veja a figura abaixo. 
 
 
 
54
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Configuração de fonte e tamanho da letra 
 
Para configurar o restante do texto, clique na barra de ferramentas a 
guia “Parágrafo” e preencha o que está sendo solicitado conforme ensinado. 
Veja a figura da próxima página 
 
 
 
 
55
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Configuração do documento 
 
Agora veremos como criar uma padronização para a utilização das 
fontes no texto. O trabalho fica mais “limpo” e com um visual bonito. No 
entanto, a padronização não diz respeito apenas à aparência do trabalho, trata-
se de um importante guia, para o leitor identificar as diferenças entre títulos de 
conteúdo, tópicos e subtópicos. 
• Para Títulos: 16 (caixa alta e negrito)

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