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24/02/2017 1 Prof. Camila P. B. Gomes Inconstitucionalidade formal e material ◦ Inconstitucionalidade formal ou nomodinâmica: norma produzida em desconformidade com o processo de elaboração da norma. Orgânica: não observância da competência legislativa para a elaboração do ato Formal propriamente dita: violação do processo legislativo Inconstitucionalidade material ou nomoestática: surge quando o conteúdo da norma é contrário à Constituição Federal Quanto ao momento do controle ◦ Controle Preventivo: ocorre antes do projeto de lei virar lei. Visa impedir a entrada no sistema normativo de uma norma viciada. Poder Legislativo: comissão de constituição e justiça Executivo: veto (art.66,§1ºCF) Judiciário: só pode ser exercido em duas situações: Projeto de lei ou PEC em cuja tramitação haja manifesta ofensa a cláusula constitucional relativa ao processo legislativo No caso de PEC, o controle abrange, além da regularidade do procedimento, a observância do art.60§4ºCF. ◦ Busca garantir ao parlamentar o respeito ao devido processo legislativo, vedando sua participação em procedimento em desconformidade com a CF O controle judicial preventivo é exercido via mandado de segurança interposto por parlamentar ◦ A jurisprudência do STF só permite o controle judicial preventivo de constitucionalidade de modo excepcional, se restringindo ao devido processo legislativo, quando viola norma expressa na Constituição. não se estende para atos interna corporis (interpretação de normas regimentais) 24/02/2017 2 Controle repressivo: é aquele que incide sobre a lei, visando paralisar-lhe a eficácia ◦ Em regra, é exercido pelo Poder Judiciário (STF é o guardião da CF) ◦ Excepcionalmente, admite-se atuação repressiva pelo seguintes poderes: Legislativo (sustar atos normativos exorbitantes do Executivo) Executivo (recusar aplicação de norma inconstitucional: privativo do chefe do Executivo. Só pode ocorrer quando não há manifestação definitiva e vinculante do Poder Judiciário sobre a constitucionalidade da norma). Surge ao se permitir a qualquer juiz ou Tribunal o reconhecimento da inconstitucionalidade da norma Verifica-se no caso concreto A declaração de inconstitucionalidade é incidental (prejudicial ao exame do mérito) ◦ A inconstitucionalidade é a causa de pedir da ação ◦ O caso do bloqueio da poupança Competência: qualquer juiz ou Tribunal ◦ Primeiro Grau: livre para decidir ◦ Tribunal: cláusula de reserva de plenário (“full bench”) Art. 97CF: Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. ◦ A cláusula de reserva de plenário trata-se de verdadeira condição de eficácia jurídica da declaração de inconstitucionalidade Súmula vinculante 10 STF: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art.97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte” ◦ Por questões de economia processual e segurança jurídica, tem sido dispensado o procedimento do art.97CF quando já há decisão do órgão especial ou pleno do Tribunal, ou do STF, sobre a matéria Art. 946, parágrafo único CPC: Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. ◦ A cláusula de reserva de plenário se aplica ao STF? A leitura do art.97CF conduz ao entendimento positivo, o que é sustentado por parte da doutrina STF: “O STF exerce, por excelência, o controle difuso de constitucionalidade quando do julgamento do recurso extraordinário, tendo seus colegiados fracionários competência regimental para fazê-lo sem ofensa ao art.97CF” 24/02/2017 3 Recapitulando.... 1) A exigência de cláusula de reserva de plenário só é aplicável à apreciação da primeira controvérsia sobre a inconstitucionalidade de determinada lei; 2) Se houver decisão do pleno ou de órgão especial do respectivo tribunal, ou do plenário do STF, os órgãos fracionários tem competência para proclamar a inconstitucionalidade da lei, observando o precedente 3) Se houver divergência entre a decisão do órgão do tribunal e a decisão do STF, os órgãos fracionários devem aplicar a decisão do STF ◦ Cláusula de reserva de plenário e turmas recursais dos Juizados: a cláusula não se aplica pois as referidas turmas não são consideradas tribunais, de modo que podem declarar a inconstitucionalidade sem precisar observar o art.97CF ◦ Em regra, “ex tunc”: retroativos Nulidade da norma inconstitucional para o caso concreto Nulidade x segurança jurídica e boa-fé Modulação dos efeitos da decisão: excepcionalmente, tem sido admitida pelo STF, a atribuição de efeitos “ex nunc”, em alguns casos, para o controle difuso. (exige votação de 2/3 de seus membros) Apenas entre as partes (“inter partes”) Não retira a lei do ordenamento jurídico Há alguma forma de atribuir efeitos “erga omnes” e evitar ações repetitivas? Art. 52,X CF: Compete privativamente ao Senado Federal suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; ◦ Se a decisão, pela via difusa, for do pleno do STF, deve ser comunicada, após o trânsito em julgado, ao Senado, para efeitos do art.52,X CF 24/02/2017 4 ATUAÇÃO DO SENADO ◦ Trata-se de atuação típica do controle difuso ◦ Não há prazo para a edição da resolução do Senado ◦ A resolução não pode modificar os termos da decisão do STF ◦ A partir do momento em que o Senado editar a resolução de suspensão, deixa de se aplicar a referida norma (efeitos “ex nunc” e “erga omnes”) ◦ O Senado não é obrigado a suspender a execução da lei considerada inconstitucional pelo STF: discricionariedade política. Como os efeitos da decisão do controle difuso de constitucionalidade são “inter partes” e não vinculativos, há uma proliferação de demandas com mesmo argumento ◦ O STF não admite a reclamação quando se alega o descumprimento de decisão proferida em recurso extraordinário, quando o reclamante não tenha sido parte Forma de combate à morosidade decorrente do grande número de processos: súmula vinculante Pode ser editada, revista ou cancelada de ofício ou por provocação de um dos seguintes legitimados: ◦ Defensor Público geral da União ◦ Tribunais Superiores, Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais do Trabalho, Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunais Militares ◦ Legitimados da ADI ◦ O Município não pode provocar diretamente o STF para edição, revisão ou cancelamento de Súmula vinculante, mas pode propor essa medida, de forma incidental, em um processo de que seja parte A proposta de edição, revisão ou cancelamento de súmula vinculante não autoriza a suspensão dos processos em que se discute a mesma questão No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de súmula vinculante, haverá a participação do PGR (dispensada quando ele provocou o procedimento) O relator pode admitir a manifestação de terceiros em decisão irrecorrível 24/02/2017 5 Requisitos para edição de súmula vinculante (cumulativos): ◦ Matéria constitucional ◦ Existência de reiteradas decisões do STF sobre a matéria ◦ Existência de controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a Administração Pública ◦ A controvérsia acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica Quórum de aprovação: 2/3 dos Membros do STF emsessão plenária A partir da publicação, a súmula terá força vinculante e eficácia imediata para a Administração Pública e Poder Judiciário (admite a modulação dos efeitos) ◦ Do ato ou decisão que contrarie súmula vinculante, cabe reclamação diretamente ao STF ◦ Não caberá a reclamação se a decisão impugnada for anterior à edição da súmula vinculante ◦ No caso de reclamação contra ato da Administração Pública, exige-se o esgotamento das vias administrativas É aquele exercido por um único órgão ou Tribunal O pedido do autor da ação é a própria questão referente à constitucionalidade da lei ou ato normativo ◦ Não há caso concreto ◦ Não há interesses subjetivos específicos a serem tutelados (não existem partes) ◦ Processos objetivos: discute-se a lei em tese Trata-se de um controle em tese (abstrato), pois não há caso concreto relacionado à questão levada a juízo. Tem por objeto a própria questão da inconstitucionalidade 24/02/2017 6 Art. 102, I, a, CF: Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, quando alegada contrariedade à CF. Art.125,§2ºCF: possibilidade de instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais, em face da Constituição Estadual ◦ A competência, nesse caso, é do TJ, conforme art.74 da Constituição Estadual Lei ou ato normativo federal ou estadual que contrariar a CF STF Lei ou ato normativo estadual ou municipal que contrariar a CE TJ local Não existe controle concentrado por ADI no caso de lei municipal que ofende a CF. Apenas controle difuso. Leis do Distrito Federal ◦ No desempenho de competência estadual Se contrárias à CF ADI perante o STF ◦ No desempenho de competência municipal Se contrárias à CF não cabe ADI perante o STF Podem ser objeto de controle de constitucionalidade: ◦ Emenda constitucional (no que tange aos vícios formais e materiais: cláusulas pétreas) ◦ Tratados e convenções internacionais ◦ Leis federais e estaduais (lei complementar, lei ordinária, lei delegada, resolução, decreto legislativo) inclusive, de acordo com nova orientação do STF, a Lei de Diretrizes Orçamentárias 24/02/2017 7 Atos normativos que desrespeitem diretamente a CF (regimentos internos dos tribunais do Poder Judiciário – art.96, I, “a” CF, das casas legislativas e do Tribunal de Contas) Medidas provisórias (tem força de lei) Não podem ser objeto de controle de constitucionalidade via ADI: ◦ Súmulas (não são normas) Aplica-se, inclusive, para a Súmula vinculante, para a qual existe um procedimento especial de revisão para o seu cancelamento ◦ Normas produzidas pelo Poder Constituinte Originário ◦ Leis ou atos normativos revogados ◦ Atos normativos anteriores à CF (essas normas são recepcionadas, ou revogadas, não se admitindo a inconstitucionalidade superveniente) Legitimado ativo: rol taxativo: art.103,CF ◦ Legitimados universais: Presidente da República, Mesas do Senado e da Câmara, Procurador Geral da República, Conselho Federal da OAB e partido político com representação no Congresso Nacional. ◦ Legitimados especiais: aqueles que devem demonstrar interesse (pertinência temática), em relação à sua finalidade institucional. São eles: Governador de Estado/DF Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF Confederação sindical Entidade de classe de âmbito nacional (real existência de associados em pelo menos 9 Estados da Federação) Atenção: a UNE não é considerada, pelo STF, entidade de classe de âmbito nacional Apenas os legitimados previstos no art.103,VIII e IX, quais sejam, partidos políticos com representação no Congresso e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional, necessitam de advogado para a propositura de ações de controle pela via abstrata A legitimidade deve ser verificada no momento da propositura da ação ◦ Perda superveniente da representatividade do partido não prejudica a apreciação da ação 24/02/2017 8 STF: considera manifestamente improcedente ação direta de inconstitucionalidade de norma cuja constitucionalidade já tenha sido declarada pelo plenário, mesmo que em controle difuso. Efeitos da decisão ◦ “erga omnes” (art.102,§2ºCF) ◦ Vinculante em relação ao Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal (art.102,§2º CF) Caso haja desrespeito à decisão proferida em ADI, cabe reclamação perante o STF, para que garanta a autoridade de sua decisão O efeito vinculante não alcança o próprio STF, que pode modificar seu entendimento ◦ Repristinatórios: é como se a lei que foi revogada pela lei que foi declarada inconstitucional jamais tivesse perdido sua vigência “ex tunc”: atos normativos contrários à CF são nulos e não produzem efeitos. Trata-se de um vício de origem, de nascimento. Modulação dos efeitos da decisão: evolução da visão tradicional; admite, excepcionalmente, a concessão de efeitos “ex nunc”, desde que preenchidos certos requisitos Art. 27 da Lei 9868/99: Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Ressalte-se que, no controle concentrado, não há necessidade de resolução do Senado para suspender a lei. O art.52,X CF só se aplica ao controle difuso de constitucionalidade. A causa de pedir é aberta: o STF é livre para declarar a inconstitucionalidade com base em dispositivo constitucional diverso do apontado pelo autor ◦ Por essa razão, não se admite ação rescisória (o STF, ao analisar a constitucionalidade de uma lei, analisa a CF inteira, e não apenas o fundamento do autor) ◦ O STF está vinculado ao pedido, e só pode declarar a inconstitucionalidade do dispositivo solicitado, mesmo que por outros fundamentos 24/02/2017 9 Não há prazo ampliado para a Fazenda Pública Da decisão de mérito não caberá recurso, exceto embargos de declaração Não há prazo prescricional para a propositura da ação É vedada a desistência da ação (art.5º, Lei 9868/99) Natureza dúplice: produz efeitos qualquer que seja a decisão ◦ Provimento: declara a inconstitucionalidade ◦ Improvimento: declara a constitucionalidade Petição inicial ◦ Indicará o dispositivo de lei ou ato normativo impugnado, o pedido e seus fundamentos Informações dos órgãos responsáveis pelo ato impugnado Manifestação do Advogado Geral da União e do Procurador Geral da República ◦ Mesmo quando o PGR for o autor da ação, ele preserva o direito de se manifestar Relator fará o relatório e pedirá dia para julgamento ◦ O relator pode requisitar outras providências como designar perito ou fixar data para audiência pública, onde são ouvidas pessoas com autoridade na matéria Deriva da impossibilidade dos juízes decidirem, em sede constitucional, com segurança e certeza, sobre matérias sobre as quais pouco ou nada conhecem (pressupõem conhecimento médico, antropológico, científico) ◦ Não se destinam a discutir teses jurídicas, mas a apresentar argumentos de outras áreas de conhecimento ◦ A participação dos “experts” é provocada pelo juízo Amplia o debate constitucional ◦ Sociedade dos intérpretes da Constituição ◦ Maior legitimidade para as decisões constitucionais ◦ Exercício de cidadania democrática e participativa Art. 7ºLei 9868/99: não admite intervenção de terceiros ◦ Admite,no entanto, a participação de quem não é parte, mas tem legítimo interesse no resultado da ação (amicus curiae) ◦ Trata-se de um colaborador informal da corte ◦ Sua participação é voluntária Sua presença pode ser admitida pela relator, em decisão irrecorrível, desde que se trate de matéria relevante e haja representatividade dos postulantes. ◦ Já foi admitida sua presença no recurso extraordinário, em sede de controle difuso 24/02/2017 10 ◦ Segundo o STF, a pessoa física não pode atuar como “amicus curiae” por lhe faltar representatividade ◦ Objetivo: auxiliar na instrução processual ◦ Pode ser admitido no processo até a entrada deste em pauta para julgamento ◦ Não pode interpor recurso para discutir a matéria impugnada ◦ Pode apresentar memoriais e fornecer as informações que lhe sejam solicitadas ◦ Pode apresentar sustentação oral ◦ Plausibilidade da tese exposta (fumus boni iuris) ◦ Possibilidade de prejuízo com a demora na decisão (periculum in mora) ◦ Deve ser votada por maioria absoluta (6 votos) dos membros do Tribunal, devendo estar presentes na sessão pelo menos 8 ministros ◦ No caso de deferimento, tem eficácia vinculante em relação aos demais órgãos do Judiciário e da Administração Pública ◦ Tem efeitos “erga omnes” e eficácia “ex nunc”, salvo se o Tribunal entender que deve lhe atribuir eficácia retroativa Uma vez deferida, afasta-se a vigência da norma até o julgamento do mérito, o que suspende o julgamento dos processos A concessão da cautelar torna aplicável a legislação anterior existente, salvo expressa manifestação em contrário Inovação da CF88 que visa combater a “síndrome de inefetividade das normas constitucionais” Podem ser impugnadas omissões do Legislativo, do Executivo (regulamentos, instruções, resoluções) e do Judiciário (omissão em regulamentar o regimento interno) Espécies de omissão ◦ Total: não há cumprimento do dever de legislar ◦ Parcial: a lei regulamentadora é insuficiente 24/02/2017 11 Competência: STF para omissões normativas federais, estaduais e do DF no que tange à sua competência estadual. Legitimados: mesmos da ADI ◦ Valem as observações sobre pertinência temática Omissões municipais não se sujeitam a impugnação em ADO perante o STF Procedimento: mesmo da ADI ◦ Petição inicial deve indicar a omissão e o pedido ◦ Não se admite a desistência ◦ A manifestação do Advogado Geral da União, em ADO, é facultativa, pois não há norma a ser defendida ◦ A manifestação do Procurador Geral da República é obrigatória, nas ações em que ele não for o autor ◦ Admite-se a cautelar, por decisão da maioria absoluta, que consistirá na suspensão da aplicação da lei ou ato normativo questionado, no caso de omissão parcial Declarada a inconstitucionalidade: Omissão de órgão administrativo: devem ser adotadas providências em 30 dias ou em prazo razoável definido pelo Tribunal, sob pena de responsabilidade (art.12h,§1ºLei 9868/99) Omissão de Poder competente: não há prazo fixado. Há quem defenda que o STF poderia estipular prazo razoável Separação de poderes x suprimento da omissão (ativismo) Eficácia da ADO?? Visa obter a declaração de que um ato normativo é constitucional ◦ Não se presume que a lei é constitucional? Presunção relativa (juris tantum) ◦ Utilizada quando há grande controvérsia entre juízes e tribunais sobre determinada questão constitucional Possui muitas semelhanças com a ADI ◦ Mesma legitimação ativa ◦ Não se sujeita a prazo prescricional ◦ Não admite desistência ◦ Não admite intervenção de terceiros, mas admite o “amicus curiae” e a designação de peritos e audiência pública 24/02/2017 12 ◦ A decisão é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos de declaração ◦ Não admite ação rescisória ◦ Procurador Geral da República atuará obrigatoriamente no processo, emitindo seu parecer com autonomia ◦ Quórum para votação: 8 Ministros para instalar a sessão de julgamento; votação da maioria absoluta (6 dos 11 Ministros) para declarar a constitucionalidade ◦ Decisão terá eficácia contra todos, efeitos retroativos e força vinculante. Caso a ação seja improcedente (declara a inconstitucionalidade da norma), terá efeitos repristinatórios, em relação à legislação anterior. Admite a modulação dos efeitos da decisão Objeto limitado a leis ou atos normativos federais A petição inicial, além de indicar o dispositivo de lei questionado , o pedido e os fundamentos do pedido, deve demonstrar a existência de relevante controvérsia judicial para o ajuizamento de ADC ◦ Não basta a polêmica doutrinária O procedimento não prevê informações dos órgãos dos quais emanou a Lei Não há obrigatoriedade de citação do Advogado Geral da União ◦ A medida cautelar, na ADC, pode ser deferido por maioria absoluta dos membros do STF e determina que juízes e tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação até o seu julgamento definitivo. Diferente da cautelar na ADI, que suspende a vigência da norma a cautelar terá efeito vinculante e “erga omnes” 24/02/2017 13 Prevista no art.102,§1ºCF e regulamentada pela Lei 9882/99 Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição Abrange situações em que não são admissíveis a ADI e a ADC ◦ Impugnação de ato normativo municipal frente a CF ◦ Controvérsia envolvendo direito pré-constitucional A doutrina vê duas modalidades de ADPF: ◦ Arguição autônoma : art.1º, “caput” Pode ter caráter preventivo ou repressivo Exige nexo causal entre a lesão a preceito fundamental e o ato do Poder Público (não precisa ser ato normativo, pode ser ato administrativo) STF já definiu que os atos políticos não se incluem na expressão “atos do Poder Público” Enunciados de súmulas não são atos do Poder Público lesivos a preceito fundamental (STF) A lei não conceitua preceito fundamental. STF, até o momento, também não definiu o conceito. De modo geral, entende-se que são preceitos fundamentais: as cláusulas pétreas (não podem ser objeto de emenda – art. 60, §4ºCF), os princípios constitucionais sensíveis (art.34,VII, sua violação pode levar à decretação de intervenção), os direitos e garantias fundamentais e os princípios do Estado democrático (soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana entre outros) ◦ Arguição incidental: art.1º, parágrafo único Deve ser demonstrada a divergência jurisdicional relevante (comprovação da controvérsia judicial) Restringe-se a ato normativo Exige uma demanda concreta O incidente não pode ser suscitado pelas partes do caso concreto. É preciso que um dos legitimados da ADPF entenda que a controvérsia constitucional suscitada no caso é relevante e proponha a arguição incidental Ressalte-se que STF está para se manifestar sobre a possibilidade de criação, pelo legislador ordinário, da ADPF incidental 24/02/2017 14 O STF já firmou entendimento pela impossibilidade de cabimento da ADPF que tenha por objeto, exclusivamente, decisão judicial transitada em julgado. ◦ Corolário da segurança jurídica: art.5º,XXXVICF Trata-se de ação subsidiária :art.4º,§1º Lei 9882/99 ◦ Não será admitida se houver outro meio capaz de sanar a lesividade Competência: STF (art.102,§1ºCF) Legitimidade: mesmada ADI (processo objetivo) Procedimento ADPF ◦ Petição Inicial Pode ser proposta a qualquer tempo Será indeferida pelo relator, quando não for caso de ADPF ou faltar um dos requisitos da Lei ◦ Apreciação do Pedido de liminar, se houver ◦ Informações das autoridades responsáveis pela prática do ato questionado No caso de arguição incidental, o relator pode ouvir as partes dos processos que ensejaram a arguição Relator pode designar peritos e fixar data para audiência pública (ADPF 54 – interrupção da gravidez por anencefalia) Excepcionalmente, tem-se admitido o “amicus curiae”, aplicando-se, por analogia, o art.7,§2º Lei9868/99 ◦ Ouvido o MP ◦ Relator elabora relatório e pede dia para julgamento ◦ Decisão deve ser proferida por quórum da maioria absoluta, desde que presente o quórum de instalação (2/3 dos Ministros=8) Da decisão não cabe recurso, exceto embargos de declaração Não cabe ação rescisória A decisão é imediatamente aplicável, independentemente da publicação do acórdão A decisão terá eficácia contra todos, efeitos retroativos e efeitos vinculantes para os demais órgãos do Poder Público Pode haver modulação dos efeitos da decisão 24/02/2017 15 Admite-se a liminar em ADPF, por decisão da maioria absoluta dos membros do STF ◦ Pode conduzir à suspensão do processo ou de qualquer outra medida que tenha relação com o objeto da ADPF, salvo os decorrentes da coisa julgada ADPF pode ser conhecida como ADI? ◦ Fungibilidade: demonstrada a impossibilidade de se conhecer a ADPF ante a existência de outro meio eficaz para impugnação da norma, pode ser conhecida como ADI, desde que presentes os requisitos desta MAIORIA ABSOLUTA 2/3 DOS MEMBROS Cláusula de reserva de plenário Modulação dos efeitos da decisão Cautelar em ADI/ADC Súmula vinculante Liminar na ADPF Autonomia dos entes federados ◦ Possuem governo próprio e competências constitucionais exclusivas ◦ Excepcionalmente, nas hipóteses previstas na Constituição Federal, admite-se o afastamento dessa autonomia: intervenção No Brasil, podem efetivar a intervenção: União: pode intervir nos Estados, no Distrito Federal e em municípios situados em territórios (jamais intervém em municípios situados em Estado) Estados: podem intervir em municípios situados em seu território Não se admite intervenção praticada por Município ou Distrito Federal ◦ Trata-se de ato político, executado, exclusivamente, pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da República ou Governador) Por meio de decreto interventivo, o Chefe do Executivo nomeia um interventor, se necessário, e afasta as autoridades de seus cargos A intervenção é sempre temporária, de modo que, cessando seus motivos, as autoridades voltarão a seus cargos, salvo impedimento legal ◦ Existe um controle político do Congresso Nacional sobre o decreto de intervenção expedido pelo Executivo (aprova ou rejeita a intervenção via decreto legislativo. Em caso de rejeição, a intervenção deve cessar imediatamente) dispensado nos casos do art.34, VI e VIICF, caso em que o decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado, se esta medida bastar ao restabelecimento da normalidade 24/02/2017 16 ◦ A intervenção federal pode ser de dois tipos: Intervenção espontânea: efetivada diretamente, por iniciativa do Chefe do Executivo que, de acordo com seu juízo discricionário, opta pela intervenção e a executa de ofício. Pode ocorrer nos casos de defesa da unidade nacional, defesa da ordem pública e defesa das finanças públicas Intervenção provocada: situação em que o Chefe do Executivo não pode agir de ofício, dependendo de provocação do órgão competente. Essa provocação pode se dar por meio de solicitação (não obriga o Presidente a decretar a intervenção) ou requisição (obriga o Presidente a decretar a intervenção) Intervenção por solicitação: art.34, IV CF: para defesa dos Poderes Legislativo (a pedido da assembleia legislativa estadual ou Câmara legislativa do Distrito Federal) ou Executivo (a pedido de Governador do Estado ou do Distrito Federal) . Intervenção por requisição: do STF (em caso de coação ao Poder Judiciário local, caso em que o TJ solicita ao STF que requisite a intervenção); Intervenção por requisição do STF, STJ ou TSE: em caso de desobediência à ordem ou decisão judicial Nas intervenções espontâneas ou provocadas por solicitação, o Presidente da República ouvirá o Conselho da República e de Defesa Nacional (opiniões não vinculativas) ◦ Intervenção provocada, dependendo de provimento de representação do Procurador Geral da República pelo STF: surge no caso de ofensa aos princípios constitucionais sensíveis, previstos no art. 34, VII, ou para prover a execução de lei federal (art.34, VI). Trata-se, no primeiro caso, da representação interventiva, em que busca-se provocar o Judiciário para declarar a inconstitucionalidade de um ato praticado pelo ente federado A representação interventiva é modalidade de controle concentrado de constitucionalidade, mas não se trata de controle abstrato, pois depende da impugnação de um ato concreto do Estado ou Município É admitida quando há violação aos princípios constitucionais sensíveis O não provimento da representação pelo STF determina o arquivamento do processo ◦ O provimento da representação pelo STF não anula o ato, mas apenas indica que estão presentes os pressupostos para futura decretação da intervenção pelo Chefe do Executivo Nesse caso, a atuação do Presidente da República é vinculada, cabendo a ele a formalização da decisão judicial que deu provimento à representação do PGR O Presidente expede o decreto interventivo e não há necessidade de controle político pelo Congresso (decisão veio do STF) Não necessariamente haverá afastamento da autonomia do ente federado, pois se a simples suspensão do ato impugnado restabelecer a normalidade, esse será o procedimento ◦ Legitimado ativo: apenas o PGR 24/02/2017 17 ◦ Legitimado passivo: ente federativo no qual se verifica a violação a princípio sensível ◦ A decisão do STF que julga a representação é irrecorrível, não admitindo sequer ação rescisória
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