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Controle de constitucionalidade atualizado

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24/02/2017
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Prof. Camila P. B. Gomes
 Inconstitucionalidade formal e material
◦ Inconstitucionalidade formal ou nomodinâmica:
norma produzida em desconformidade com o
processo de elaboração da norma.
 Orgânica: não observância da competência legislativa
para a elaboração do ato
 Formal propriamente dita: violação do processo
legislativo
 Inconstitucionalidade material ou nomoestática: surge
quando o conteúdo da norma é contrário à Constituição
Federal
 Quanto ao momento do controle
◦ Controle Preventivo: ocorre antes do projeto de lei
virar lei. Visa impedir a entrada no sistema
normativo de uma norma viciada.
 Poder Legislativo: comissão de constituição e justiça
 Executivo: veto (art.66,§1ºCF)
 Judiciário: só pode ser exercido em duas situações:
 Projeto de lei ou PEC em cuja tramitação haja manifesta
ofensa a cláusula constitucional relativa ao processo
legislativo
 No caso de PEC, o controle abrange, além da regularidade
do procedimento, a observância do art.60§4ºCF.
◦ Busca garantir ao parlamentar o respeito ao devido
processo legislativo, vedando sua participação em
procedimento em desconformidade com a CF
 O controle judicial preventivo é exercido via mandado
de segurança interposto por parlamentar
◦ A jurisprudência do STF só permite o controle
judicial preventivo de constitucionalidade de modo
excepcional, se restringindo ao devido processo
legislativo, quando viola norma expressa na
Constituição.
 não se estende para atos interna corporis
(interpretação de normas regimentais)
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 Controle repressivo: é aquele que incide
sobre a lei, visando paralisar-lhe a eficácia
◦ Em regra, é exercido pelo Poder Judiciário (STF é o
guardião da CF)
◦ Excepcionalmente, admite-se atuação repressiva
pelo seguintes poderes:
 Legislativo (sustar atos normativos exorbitantes
do Executivo)
 Executivo (recusar aplicação de norma
inconstitucional: privativo do chefe do Executivo.
Só pode ocorrer quando não há manifestação
definitiva e vinculante do Poder Judiciário sobre a
constitucionalidade da norma).
 Surge ao se permitir a qualquer juiz ou Tribunal o
reconhecimento da inconstitucionalidade da norma
Verifica-se no caso concreto
 A declaração de inconstitucionalidade é incidental
(prejudicial ao exame do mérito)
◦ A inconstitucionalidade é a causa de pedir da ação
◦ O caso do bloqueio da poupança
 Competência: qualquer juiz ou Tribunal
◦ Primeiro Grau: livre para decidir
◦ Tribunal: cláusula de reserva de plenário (“full bench”)
 Art. 97CF: Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou
dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público.
◦ A cláusula de reserva de plenário trata-se de
verdadeira condição de eficácia jurídica da
declaração de inconstitucionalidade
 Súmula vinculante 10 STF: “Viola a cláusula de reserva
de plenário (CF, art.97) a decisão de órgão fracionário
de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder
público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”
◦ Por questões de economia processual e segurança jurídica,
tem sido dispensado o procedimento do art.97CF quando
já há decisão do órgão especial ou pleno do Tribunal, ou do
STF, sobre a matéria
 Art. 946, parágrafo único CPC: Os órgãos fracionários dos
tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a
arguição de inconstitucionalidade, quando já houver
pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal
Federal sobre a questão.
◦ A cláusula de reserva de plenário se aplica ao STF?
 A leitura do art.97CF conduz ao entendimento positivo, o que é
sustentado por parte da doutrina
 STF: “O STF exerce, por excelência, o controle difuso de
constitucionalidade quando do julgamento do recurso
extraordinário, tendo seus colegiados fracionários competência
regimental para fazê-lo sem ofensa ao art.97CF”
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 Recapitulando....
1) A exigência de cláusula de reserva de plenário só é 
aplicável à apreciação da primeira controvérsia sobre a 
inconstitucionalidade de determinada lei;
2) Se houver decisão do pleno ou de órgão especial do 
respectivo tribunal, ou do plenário do STF, os órgãos 
fracionários tem competência para proclamar a 
inconstitucionalidade da lei, observando o precedente
3) Se houver divergência entre a decisão do órgão do 
tribunal e a decisão do STF, os órgãos fracionários 
devem aplicar a decisão do STF
◦ Cláusula de reserva de plenário e turmas recursais
dos Juizados: a cláusula não se aplica pois as
referidas turmas não são consideradas tribunais, de
modo que podem declarar a inconstitucionalidade
sem precisar observar o art.97CF
◦ Em regra, “ex tunc”: retroativos
 Nulidade da norma inconstitucional para o caso
concreto
 Nulidade x segurança jurídica e boa-fé
 Modulação dos efeitos da decisão: excepcionalmente, tem 
sido admitida pelo STF, a atribuição de efeitos “ex nunc”, 
em alguns casos, para o controle difuso. (exige votação 
de 2/3 de seus membros)
 Apenas entre as partes (“inter partes”)
 Não retira a lei do ordenamento jurídico
 Há alguma forma de atribuir efeitos “erga omnes” e
evitar ações repetitivas?
 Art. 52,X CF: Compete privativamente ao Senado
Federal suspender a execução, no todo ou em parte, de
lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal;
◦ Se a decisão, pela via difusa, for do pleno do STF, 
deve ser comunicada, após o trânsito em julgado, 
ao Senado, para efeitos do art.52,X CF
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ATUAÇÃO DO SENADO
◦ Trata-se de atuação típica do controle difuso
◦ Não há prazo para a edição da resolução do Senado
◦ A resolução não pode modificar os termos da
decisão do STF
◦ A partir do momento em que o Senado editar a
resolução de suspensão, deixa de se aplicar a
referida norma (efeitos “ex nunc” e “erga omnes”)
◦ O Senado não é obrigado a suspender a execução
da lei considerada inconstitucional pelo STF:
discricionariedade política.
 Como os efeitos da decisão do controle difuso de
constitucionalidade são “inter partes” e não
vinculativos, há uma proliferação de demandas
com mesmo argumento
◦ O STF não admite a reclamação quando se alega o
descumprimento de decisão proferida em recurso
extraordinário, quando o reclamante não tenha sido
parte
 Forma de combate à morosidade decorrente do
grande número de processos: súmula vinculante
 Pode ser editada, revista ou cancelada de ofício
ou por provocação de um dos seguintes
legitimados:
◦ Defensor Público geral da União
◦ Tribunais Superiores, Tribunais de Justiça, Tribunais
Regionais Federais, Tribunais Regionais do Trabalho,
Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunais Militares
◦ Legitimados da ADI
◦ O Município não pode provocar diretamente o STF para
edição, revisão ou cancelamento de Súmula vinculante,
mas pode propor essa medida, de forma incidental, em
um processo de que seja parte
 A proposta de edição, revisão ou cancelamento
de súmula vinculante não autoriza a suspensão
dos processos em que se discute a mesma
questão
 No procedimento de edição, revisão ou
cancelamento de súmula vinculante, haverá a
participação do PGR (dispensada quando ele
provocou o procedimento)
 O relator pode admitir a manifestação de
terceiros em decisão irrecorrível
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 Requisitos para edição de súmula vinculante 
(cumulativos):
◦ Matéria constitucional
◦ Existência de reiteradas decisões do STF sobre a 
matéria
◦ Existência de controvérsia atual entre órgãos 
judiciários ou entre esses e a Administração Pública
◦ A controvérsia acarrete grave insegurança jurídica e 
relevante multiplicação de processos sobre questão 
idêntica
 Quórum de aprovação: 2/3 dos Membros do STF 
emsessão plenária
 A partir da publicação, a súmula terá força
vinculante e eficácia imediata para a
Administração Pública e Poder Judiciário (admite
a modulação dos efeitos)
◦ Do ato ou decisão que contrarie súmula vinculante, cabe
reclamação diretamente ao STF
◦ Não caberá a reclamação se a decisão impugnada for
anterior à edição da súmula vinculante
◦ No caso de reclamação contra ato da Administração
Pública, exige-se o esgotamento das vias
administrativas
 É aquele exercido por um único órgão ou 
Tribunal
 O pedido do autor da ação é a própria
questão referente à constitucionalidade da lei
ou ato normativo
◦ Não há caso concreto
◦ Não há interesses subjetivos específicos a serem
tutelados (não existem partes)
◦ Processos objetivos: discute-se a lei em tese
 Trata-se de um controle em tese (abstrato),
pois não há caso concreto relacionado à
questão levada a juízo.
 Tem por objeto a própria questão da
inconstitucionalidade
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 Art. 102, I, a, CF: Compete ao Supremo Tribunal
Federal processar e julgar, originariamente, a
ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo federal ou estadual, quando alegada
contrariedade à CF.
 Art.125,§2ºCF: possibilidade de instituição de
representação de inconstitucionalidade de leis ou
atos normativos estaduais ou municipais, em
face da Constituição Estadual
◦ A competência, nesse caso, é do TJ, conforme art.74 da
Constituição Estadual
 Lei ou ato normativo federal ou estadual que 
contrariar a CF STF
 Lei ou ato normativo estadual ou municipal 
que contrariar a CE TJ local
Não existe controle concentrado por 
ADI no caso de lei municipal que 
ofende a CF. Apenas controle difuso.
 Leis do Distrito Federal
◦ No desempenho de competência estadual
 Se contrárias à CF ADI perante o STF
◦ No desempenho de competência municipal
 Se contrárias à CF não cabe ADI perante o STF
 Podem ser objeto de controle de
constitucionalidade:
◦ Emenda constitucional (no que tange aos vícios formais
e materiais: cláusulas pétreas)
◦ Tratados e convenções internacionais
◦ Leis federais e estaduais (lei complementar, lei ordinária,
lei delegada, resolução, decreto legislativo)
 inclusive, de acordo com nova orientação do STF, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias
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 Atos normativos que desrespeitem diretamente a CF 
(regimentos internos dos tribunais do Poder Judiciário 
– art.96, I, “a” CF, das casas legislativas e do Tribunal 
de Contas)
 Medidas provisórias (tem força de lei)
 Não podem ser objeto de controle de 
constitucionalidade via ADI:
◦ Súmulas (não são normas)
 Aplica-se, inclusive, para a Súmula vinculante, para a
qual existe um procedimento especial de revisão para
o seu cancelamento
◦ Normas produzidas pelo Poder Constituinte
Originário
◦ Leis ou atos normativos revogados
◦ Atos normativos anteriores à CF (essas normas são
recepcionadas, ou revogadas, não se admitindo a
inconstitucionalidade superveniente)
 Legitimado ativo: rol taxativo: art.103,CF
◦ Legitimados universais: Presidente da República, Mesas
do Senado e da Câmara, Procurador Geral da República,
Conselho Federal da OAB e partido político com
representação no Congresso Nacional.
◦ Legitimados especiais: aqueles que devem demonstrar
interesse (pertinência temática), em relação à sua
finalidade institucional. São eles:
 Governador de Estado/DF
 Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
DF
 Confederação sindical
 Entidade de classe de âmbito nacional (real existência de
associados em pelo menos 9 Estados da Federação)
 Atenção: a UNE não é considerada, pelo STF, entidade
de classe de âmbito nacional
 Apenas os legitimados previstos no art.103,VIII e IX,
quais sejam, partidos políticos com representação no
Congresso e confederação sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional, necessitam de advogado
para a propositura de ações de controle pela via
abstrata
 A legitimidade deve ser verificada no momento da
propositura da ação
◦ Perda superveniente da representatividade do partido não
prejudica a apreciação da ação
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 STF: considera manifestamente improcedente
ação direta de inconstitucionalidade de norma
cuja constitucionalidade já tenha sido declarada
pelo plenário, mesmo que em controle difuso.
 Efeitos da decisão
◦ “erga omnes” (art.102,§2ºCF)
◦ Vinculante em relação ao Judiciário e à Administração
Pública federal, estadual e municipal (art.102,§2º CF)
 Caso haja desrespeito à decisão proferida em ADI, cabe
reclamação perante o STF, para que garanta a autoridade de
sua decisão
 O efeito vinculante não alcança o próprio STF, que pode
modificar seu entendimento
◦ Repristinatórios: é como se a lei que foi revogada 
pela lei que foi declarada inconstitucional jamais 
tivesse perdido sua vigência
 “ex tunc”: atos normativos contrários à CF são nulos e
não produzem efeitos. Trata-se de um vício de origem,
de nascimento.
 Modulação dos efeitos da decisão: evolução da visão
tradicional; admite, excepcionalmente, a concessão de
efeitos “ex nunc”, desde que preenchidos certos requisitos
Art. 27 da Lei 9868/99: Ao declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo
em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
maioria de dois terços de seus membros, restringir os
efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro
momento que venha a ser fixado.
 Ressalte-se que, no controle concentrado, não há
necessidade de resolução do Senado para suspender
a lei. O art.52,X CF só se aplica ao controle difuso de
constitucionalidade.
 A causa de pedir é aberta: o STF é livre para declarar
a inconstitucionalidade com base em dispositivo
constitucional diverso do apontado pelo autor
◦ Por essa razão, não se admite ação rescisória (o STF, ao
analisar a constitucionalidade de uma lei, analisa a CF
inteira, e não apenas o fundamento do autor)
◦ O STF está vinculado ao pedido, e só pode declarar a
inconstitucionalidade do dispositivo solicitado, mesmo que
por outros fundamentos
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 Não há prazo ampliado para a Fazenda Pública
 Da decisão de mérito não caberá recurso, exceto
embargos de declaração
 Não há prazo prescricional para a propositura da
ação
 É vedada a desistência da ação (art.5º, Lei 9868/99)
 Natureza dúplice: produz efeitos qualquer que seja a
decisão
◦ Provimento: declara a inconstitucionalidade
◦ Improvimento: declara a constitucionalidade
 Petição inicial
◦ Indicará o dispositivo de lei ou ato normativo
impugnado, o pedido e seus fundamentos
 Informações dos órgãos responsáveis pelo ato
impugnado
 Manifestação do Advogado Geral da União e do
Procurador Geral da República
◦ Mesmo quando o PGR for o autor da ação, ele preserva o
direito de se manifestar
 Relator fará o relatório e pedirá dia para
julgamento
◦ O relator pode requisitar outras providências como
designar perito ou fixar data para audiência pública,
onde são ouvidas pessoas com autoridade na matéria
 Deriva da impossibilidade dos juízes decidirem,
em sede constitucional, com segurança e certeza,
sobre matérias sobre as quais pouco ou nada
conhecem (pressupõem conhecimento médico,
antropológico, científico)
◦ Não se destinam a discutir teses jurídicas, mas a
apresentar argumentos de outras áreas de conhecimento
◦ A participação dos “experts” é provocada pelo juízo
 Amplia o debate constitucional
◦ Sociedade dos intérpretes da Constituição
◦ Maior legitimidade para as decisões constitucionais
◦ Exercício de cidadania democrática e participativa
 Art. 7ºLei 9868/99: não admite intervenção de
terceiros
◦ Admite,no entanto, a participação de quem não é parte,
mas tem legítimo interesse no resultado da ação (amicus
curiae)
◦ Trata-se de um colaborador informal da corte
◦ Sua participação é voluntária
 Sua presença pode ser admitida pela relator, em
decisão irrecorrível, desde que se trate de
matéria relevante e haja representatividade dos
postulantes.
◦ Já foi admitida sua presença no recurso extraordinário,
em sede de controle difuso
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◦ Segundo o STF, a pessoa física não pode atuar
como “amicus curiae” por lhe faltar
representatividade
◦ Objetivo: auxiliar na instrução processual
◦ Pode ser admitido no processo até a entrada deste
em pauta para julgamento
◦ Não pode interpor recurso para discutir a matéria
impugnada
◦ Pode apresentar memoriais e fornecer as
informações que lhe sejam solicitadas
◦ Pode apresentar sustentação oral
◦ Plausibilidade da tese exposta (fumus boni iuris)
◦ Possibilidade de prejuízo com a demora na decisão 
(periculum in mora)
◦ Deve ser votada por maioria absoluta (6 votos) dos 
membros do Tribunal, devendo estar presentes na 
sessão pelo menos 8 ministros
◦ No caso de deferimento, tem eficácia vinculante em 
relação aos demais órgãos do Judiciário e da 
Administração Pública
◦ Tem efeitos “erga omnes” e eficácia “ex nunc”, salvo 
se o Tribunal entender que deve lhe atribuir eficácia 
retroativa
 Uma vez deferida, afasta-se a vigência da norma até o
julgamento do mérito, o que suspende o julgamento
dos processos
 A concessão da cautelar torna aplicável a legislação
anterior existente, salvo expressa manifestação em
contrário
 Inovação da CF88 que visa combater a “síndrome 
de inefetividade das normas constitucionais”
 Podem ser impugnadas omissões do Legislativo,
do Executivo (regulamentos, instruções,
resoluções) e do Judiciário (omissão em
regulamentar o regimento interno)
 Espécies de omissão
◦ Total: não há cumprimento do dever de legislar
◦ Parcial: a lei regulamentadora é insuficiente
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 Competência: STF para omissões normativas
federais, estaduais e do DF no que tange à
sua competência estadual.
 Legitimados: mesmos da ADI
◦ Valem as observações sobre pertinência temática
Omissões municipais não se sujeitam a impugnação 
em ADO perante o STF
 Procedimento: mesmo da ADI
◦ Petição inicial deve indicar a omissão e o pedido
◦ Não se admite a desistência
◦ A manifestação do Advogado Geral da União, em
ADO, é facultativa, pois não há norma a ser
defendida
◦ A manifestação do Procurador Geral da República é
obrigatória, nas ações em que ele não for o autor
◦ Admite-se a cautelar, por decisão da maioria
absoluta, que consistirá na suspensão da aplicação
da lei ou ato normativo questionado, no caso de
omissão parcial
 Declarada a inconstitucionalidade:
 Omissão de órgão administrativo: devem ser adotadas 
providências em 30 dias ou em prazo razoável definido 
pelo Tribunal, sob pena de responsabilidade 
(art.12h,§1ºLei 9868/99)
 Omissão de Poder competente: não há prazo fixado. Há 
quem defenda que o STF poderia estipular prazo 
razoável
 Separação de poderes x suprimento da omissão 
(ativismo)
 Eficácia da ADO??
 Visa obter a declaração de que um ato normativo 
é constitucional
◦ Não se presume que a lei é constitucional? Presunção 
relativa (juris tantum)
◦ Utilizada quando há grande controvérsia entre juízes e 
tribunais sobre determinada questão constitucional
 Possui muitas semelhanças com a ADI
◦ Mesma legitimação ativa
◦ Não se sujeita a prazo prescricional
◦ Não admite desistência
◦ Não admite intervenção de terceiros, mas admite o 
“amicus curiae” e a designação de peritos e audiência 
pública
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◦ A decisão é irrecorrível, ressalvada a interposição
de embargos de declaração
◦ Não admite ação rescisória
◦ Procurador Geral da República atuará
obrigatoriamente no processo, emitindo seu
parecer com autonomia
◦ Quórum para votação: 8 Ministros para instalar a
sessão de julgamento; votação da maioria absoluta
(6 dos 11 Ministros) para declarar a
constitucionalidade
◦ Decisão terá eficácia contra todos, efeitos
retroativos e força vinculante. Caso a ação seja
improcedente (declara a inconstitucionalidade da
norma), terá efeitos repristinatórios, em relação à
legislação anterior.
 Admite a modulação dos efeitos da decisão
 Objeto limitado a leis ou atos normativos federais
 A petição inicial, além de indicar o dispositivo de lei
questionado , o pedido e os fundamentos do pedido,
deve demonstrar a existência de relevante
controvérsia judicial para o ajuizamento de ADC
◦ Não basta a polêmica doutrinária
 O procedimento não prevê informações dos órgãos 
dos quais emanou a Lei
 Não há obrigatoriedade de citação do Advogado Geral 
da União
◦ A medida cautelar, na ADC, pode ser deferido por 
maioria absoluta dos membros do STF e determina 
que juízes e tribunais suspendam o julgamento dos 
processos que envolvam a aplicação da lei ou ato 
normativo objeto da ação até o seu julgamento 
definitivo.
 Diferente da cautelar na ADI, que suspende a vigência 
da norma
 a cautelar terá efeito vinculante e “erga omnes”
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 Prevista no art.102,§1ºCF e regulamentada pela Lei 
9882/99
Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da
Constituição Federal será proposta perante o
Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar
ou reparar lesão a preceito fundamental,
resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também argüição de
descumprimento de preceito fundamental:
I - quando for relevante o fundamento da
controvérsia constitucional sobre lei ou ato
normativo federal, estadual ou municipal,
incluídos os anteriores à Constituição
 Abrange situações em que não são admissíveis a
ADI e a ADC
◦ Impugnação de ato normativo municipal frente a CF
◦ Controvérsia envolvendo direito pré-constitucional
 A doutrina vê duas modalidades de ADPF:
◦ Arguição autônoma : art.1º, “caput”
 Pode ter caráter preventivo ou repressivo
 Exige nexo causal entre a lesão a preceito fundamental e o
ato do Poder Público (não precisa ser ato normativo, pode
ser ato administrativo)
 STF já definiu que os atos políticos não se incluem na
expressão “atos do Poder Público”
 Enunciados de súmulas não são atos do Poder Público
lesivos a preceito fundamental (STF)
A lei não conceitua preceito fundamental.
STF, até o momento, também não definiu o 
conceito.
De modo geral, entende-se que são preceitos 
fundamentais: as cláusulas pétreas (não 
podem ser objeto de emenda – art. 60, 
§4ºCF), os princípios constitucionais 
sensíveis (art.34,VII, sua violação pode levar à 
decretação de intervenção), os direitos e 
garantias fundamentais e os princípios do 
Estado democrático (soberania, cidadania, 
dignidade da pessoa humana entre outros) 
◦ Arguição incidental: art.1º, parágrafo único
 Deve ser demonstrada a divergência jurisdicional 
relevante (comprovação da controvérsia judicial)
 Restringe-se a ato normativo
 Exige uma demanda concreta
 O incidente não pode ser suscitado pelas partes do 
caso concreto. É preciso que um dos legitimados da 
ADPF entenda que a controvérsia constitucional 
suscitada no caso é relevante e proponha a arguição 
incidental 
 Ressalte-se que STF está para se manifestar sobre a 
possibilidade de criação, pelo legislador ordinário, da 
ADPF incidental
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 O STF já firmou entendimento pela
impossibilidade de cabimento da ADPF que
tenha por objeto, exclusivamente, decisão
judicial transitada em julgado.
◦ Corolário da segurança jurídica: art.5º,XXXVICF
 Trata-se de ação subsidiária :art.4º,§1º Lei 
9882/99
◦ Não será admitida se houver outro meio capaz de 
sanar a lesividade
 Competência: STF (art.102,§1ºCF)
 Legitimidade: mesmada ADI (processo 
objetivo)
 Procedimento ADPF
◦ Petição Inicial
 Pode ser proposta a qualquer tempo
 Será indeferida pelo relator, quando não for caso de 
ADPF ou faltar um dos requisitos da Lei
◦ Apreciação do Pedido de liminar, se houver
◦ Informações das autoridades responsáveis pela 
prática do ato questionado
 No caso de arguição incidental, o relator pode ouvir as 
partes dos processos que ensejaram a arguição
 Relator pode designar peritos e fixar data para 
audiência pública (ADPF 54 – interrupção da gravidez 
por anencefalia)
 Excepcionalmente, tem-se admitido o “amicus curiae”, 
aplicando-se, por analogia, o art.7,§2º Lei9868/99
◦ Ouvido o MP
◦ Relator elabora relatório e pede dia para julgamento
◦ Decisão deve ser proferida por quórum da maioria 
absoluta, desde que presente o quórum de 
instalação (2/3 dos Ministros=8)
 Da decisão não cabe recurso, exceto embargos de
declaração
 Não cabe ação rescisória
 A decisão é imediatamente aplicável,
independentemente da publicação do acórdão
 A decisão terá eficácia contra todos, efeitos retroativos
e efeitos vinculantes para os demais órgãos do Poder
Público
 Pode haver modulação dos efeitos da decisão
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 Admite-se a liminar em ADPF, por decisão da 
maioria absoluta dos membros do STF
◦ Pode conduzir à suspensão do processo ou de qualquer 
outra medida que tenha relação com o objeto da ADPF, 
salvo os decorrentes da coisa julgada
 ADPF pode ser conhecida como ADI?
◦ Fungibilidade: demonstrada a impossibilidade de se
conhecer a ADPF ante a existência de outro meio eficaz
para impugnação da norma, pode ser conhecida como
ADI, desde que presentes os requisitos desta
MAIORIA ABSOLUTA 2/3 DOS MEMBROS
Cláusula de reserva de plenário Modulação dos efeitos da decisão
Cautelar em ADI/ADC Súmula vinculante
Liminar na ADPF
 Autonomia dos entes federados
◦ Possuem governo próprio e competências
constitucionais exclusivas
◦ Excepcionalmente, nas hipóteses previstas na
Constituição Federal, admite-se o afastamento dessa
autonomia: intervenção
 No Brasil, podem efetivar a intervenção:
 União: pode intervir nos Estados, no Distrito Federal e em
municípios situados em territórios (jamais intervém em
municípios situados em Estado)
 Estados: podem intervir em municípios situados em seu
território
 Não se admite intervenção praticada por Município ou
Distrito Federal
◦ Trata-se de ato político, executado, exclusivamente, pelo Chefe
do Poder Executivo (Presidente da República ou Governador)
 Por meio de decreto interventivo, o Chefe do Executivo nomeia
um interventor, se necessário, e afasta as autoridades de seus
cargos
 A intervenção é sempre temporária, de modo que, cessando
seus motivos, as autoridades voltarão a seus cargos, salvo
impedimento legal
◦ Existe um controle político do Congresso Nacional sobre o decreto
de intervenção expedido pelo Executivo (aprova ou rejeita a
intervenção via decreto legislativo. Em caso de rejeição, a
intervenção deve cessar imediatamente)
 dispensado nos casos do art.34, VI e VIICF, caso em que o
decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado,
se esta medida bastar ao restabelecimento da normalidade
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◦ A intervenção federal pode ser de dois tipos:
 Intervenção espontânea: efetivada diretamente, por iniciativa
do Chefe do Executivo que, de acordo com seu juízo
discricionário, opta pela intervenção e a executa de ofício.
 Pode ocorrer nos casos de defesa da unidade nacional, defesa
da ordem pública e defesa das finanças públicas
 Intervenção provocada: situação em que o Chefe do
Executivo não pode agir de ofício, dependendo de
provocação do órgão competente.
 Essa provocação pode se dar por meio de solicitação (não
obriga o Presidente a decretar a intervenção) ou requisição
(obriga o Presidente a decretar a intervenção)
 Intervenção por solicitação: art.34, IV CF: para defesa dos
Poderes Legislativo (a pedido da assembleia legislativa
estadual ou Câmara legislativa do Distrito Federal) ou
Executivo (a pedido de Governador do Estado ou do Distrito
Federal) .
 Intervenção por requisição: do STF (em caso de coação ao
Poder Judiciário local, caso em que o TJ solicita ao STF que
requisite a intervenção);
 Intervenção por requisição do STF, STJ ou TSE: em caso de 
desobediência à ordem ou decisão judicial
Nas intervenções espontâneas ou provocadas 
por solicitação, o Presidente da República 
ouvirá o Conselho da República e de Defesa 
Nacional (opiniões não vinculativas)
◦ Intervenção provocada, dependendo de provimento de
representação do Procurador Geral da República pelo STF: surge
no caso de ofensa aos princípios constitucionais sensíveis,
previstos no art. 34, VII, ou para prover a execução de lei federal
(art.34, VI). Trata-se, no primeiro caso, da representação
interventiva, em que busca-se provocar o Judiciário para declarar
a inconstitucionalidade de um ato praticado pelo ente federado
 A representação interventiva é modalidade de controle
concentrado de constitucionalidade, mas não se trata de
controle abstrato, pois depende da impugnação de um ato
concreto do Estado ou Município
 É admitida quando há violação aos princípios constitucionais
sensíveis
 O não provimento da representação pelo STF determina o
arquivamento do processo
◦ O provimento da representação pelo STF não anula o
ato, mas apenas indica que estão presentes os
pressupostos para futura decretação da intervenção pelo
Chefe do Executivo
 Nesse caso, a atuação do Presidente da República é
vinculada, cabendo a ele a formalização da decisão judicial
que deu provimento à representação do PGR
 O Presidente expede o decreto interventivo e não há
necessidade de controle político pelo Congresso (decisão
veio do STF)
 Não necessariamente haverá afastamento da autonomia do
ente federado, pois se a simples suspensão do ato
impugnado restabelecer a normalidade, esse será o
procedimento
◦ Legitimado ativo: apenas o PGR
24/02/2017
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◦ Legitimado passivo: ente federativo no qual se
verifica a violação a princípio sensível
◦ A decisão do STF que julga a representação é
irrecorrível, não admitindo sequer ação rescisória

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