Seminário Neuropsicanálise

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Neuropsicanálise
O Aparelho Psíquico 
O inconsciente não é apenas uma parte da atividade psíquica. Ele constitui sua maior parte e, na verdade, é o que determina toda a atividade psíquica. Toda ideia é primeiro inconsciente. A consciência é algo que pode ou não se acrescentar a apenas uma parte das nossas representações. Tudo aquilo que se torna consciente é determinado por algo inconsciente.
Tanto o Icc como o Prcc consistem em processos; no entanto, as leis que os regem são diferentes. Mas não se trata de dois tipos de processos que ocorrem em dois lugares diferentes e que não possuem conexão um com o outro. Esses processos se superpõem. Os de nível superior são regidos por leis diferentes, mas são determinados pelos inferiores. Em outras palavras, um processo pré-consciente é um processo inconsciente ao qual se acrescentou alguma coisa, um novo elemento- no caso, a associação com uma representação de palavra- que faz com que o processo como um todo passe a ser regido por um princípio diferente. Da mesma forma, um processo consciente é um processo pré-consciente ( e inconsciente ) ao qual se acrescentou alguma coisa. 
O psíquico inconsciente, para Freud, consiste em processos materiais que ocorrem no cérebro. Isto esta claro no Projeto de uma psicologia e está implícito ( algumas vezes explícito ) nos textos posteriores. 
Na verdade os sistemas conscientes poderiam falir inteiramente, sem efeito algum sobre os sistemas inconscientes. 
Segundo a teoria Freudiana, nada que ocorre na vida psíquica pode ser atribuído ao acaso: não há nada de aleatório na atividade psíquica: tudo possui uma determinação.
As explicações são sempre retroativas, como no darwinismo. São explicações históricas (registros mnêmicos) em termos de condições necessárias e não suficientes.
Os Neurônios
A hipótese supõe 2 classes de neurônios com diferença fundamental nas suas condições funcionais:
O sistema φ seria aquele grupo de neurônios a que chegam os estímulos externos (ambiente). O sistema Ψ conteria os neurônios que recebem as excitações endógenas (que se origina dentro, no interior).
De fato, conhecemos, a partir da anatomia, um sistema de neurônios (subst. Cinzenta da medula espinhal) como o único em conexão com o mundo externo (φ) . E seu superposto (Ψ) [subst. Cinzenta do cérebro], que não tem ligações periféricas diretas, mas é responsável pelo desenvolvimento do sistema nervoso e das funções psíquicas. 
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Propriedade do tecido nervoso: reter e permanecer receptivo
O sistema tente a manter constante ou o mais baixa possível a quantidade, ao mesmo tempo em que se defende de qualquer acréscimo. 
Em primeiro lugar, não há dúvida de que o mundo externo é a origem de todas as grandes quantidades de energia, pois ele, segundo nossos conhecimentos de física, consiste em massas poderosas em movimento violento, que propagam seu movimento. 
O neurônio expressa uma certa materialidade onde se manifesta uma diferença entre repouso e movimento.
Apenas algo externo pode colocar o sistema nervoso primitivo em movimento.
O aspecto mecânico considera que uma Q maior torna um caminho mais permeável; o biológico ressalta que o mesmo ocorre se um caminho for percorrido várias vezes
O sistema psi, de acordo com nosso melhor conhecimento, não tem ligação com o mundo externo e só recebe Q, de um lado, dos próprios neurônios fi, e , de outro lado, dos elementos celulares no interior do corpo.
Além dos neurônios de memória(Ψ) e percepção(φ), Freud postularia uma terceira classe de neurônios, os neurônios ω, responsáveis por explicar a consciência.