Prévia do material em texto
ECLETISMO NA EUROPA CURSO ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA THAU IV PROFª ME. ANA PAULA GURGEL ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA SUMÁRIO 1. CONTEXTUALIZAÇÃO 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS Neo-Egípcio Neoclássico Neogótico Neoromânica Neobarroco Críticas ao ecletismo 3. PLANO HAUSSMANN Antecedentes Projeto urbano Difusão mundial 4. PLANO CERDÀ 5. RINGSTRASSE DE VIENA REFERÊNCIAS CONTEXTUALIZAÇÃO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •O século XIX marca, finalmente, o triunfo da burguesia sobre a nobreza. •Esse é o resultado da acumulação de grandes fortunas surgidas ao longo do século e, frequentemente, como conseqüência do seu espírito empreendedor na indústria e no comércio. •Tal importante avanço no setor da economia e finança é realizado graças à exploração da grande massa do proletariado urbano. •Surgem os primeiros movimentos de luta e, em 1848, Max e Engels publicam o “Manifesto do Partido Comunista”. 1. CONTEXTUALIZAÇÃO 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •O 1848 é também o ano das revoluções na Europa. •Após uma fase de violenta repressão inicia um lento e progressivo desenvolvimento das classes sociais mais humildes que acarreta novos direitos para a emergente classe operária. •A revolução industrial se alastra a partir da Grã Bretanha e rapidamente invade a Alemanha, a França, a Bélgica e a Holanda, sem esquecer os Estados Unidos. •Se, por um lado, o proletariado vê melhorada progressivamente a sua posição social, pelo outro assistimos ao triunfo da grande burguesia e, em seguida, também da pequena e média burguesia. 1. CONTEXTUALIZAÇÃO 1 É exatamente dessa classe social que nascem os novos gostos e tendências culturais. ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •Do ponto de vista demográfico, assistimos a uma evasão rural para as grandes cidades, em busca de trabalho e melhores condições de vida. •Em virtude do impressionante desenvolvimento urbano torna-se necessário um novo estilo no planejamento das cidades. •A arquitetura é, obviamente, o instrumento mais contundente desta revolução socioeconômica. •Nasce a arquitetura industrial, ou seja, aquela maneira de projetar e realizar os edifícios ligados às exigências da produção: oficinas, fábricas, laboratórios, estações ferroviárias, etc. 1. CONTEXTUALIZAÇÃO 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •Em Paris e Londres são construídos edifícios públicos utilizando, pela primeira vez,maciças estruturas metálicas. •Na Inglaterra e França são edificados grandes complexos dedicados às primeiras exposições universais chamadas de “feiras da modernidade“ 1. CONTEXTUALIZAÇÃO 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 1. CONTEXTUALIZAÇÃO •O uso do termo Ecletismo é introduzido na historiografia da arte no século XVIII pelo teórico alemão Johann Joachim Winckelmann (1717-1768) para designar uma espécie de sincretismo consciente. •A expressão “Ecletismo Historicizante Acadêmico” designa aquela mobília produzida entre 1850 e 1900. Retrato de Johann Joachim Winckelmann Data entre 1761 e 1762 (shortly after 1755) Óleo sobre tela (64 × 49 cm) Metropolitan Museum of Art 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 1. CONTEXTUALIZAÇÃO •O termo “Historicizante” resume a tendência geral de pegar como fonte de inspiração fases históricas e estilísticas do passado, enquanto o termo “Acadêmico” indica como os objetos produzidos nesse período chegam a receber o consenso das Academias de Arte, gozando da aprovação da crítica da época. “Ecletismo é o uso livre do passado” César Denis Daly (1811 – 1893) L'architecture privée au XIXme siècle (Troisième Série)- editor Daly, César Denis (1877) http://www.imamuseum.org/collections/artwork/foyers-h%C3%B4tel-du-figaro-paris-daly- c%C3%A9sar-denis 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 1. CONTEXTUALIZAÇÃO •Sempre ouve um debate onde os acadêmicos se perguntavam se o ecletismo devia ser considerado um estilo novo e próprio de sua época ou devia ser considerado apenas a re-formulação dos velhos estilos sem produzir uma inovação por si só. •Desde a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) tende-se a admitir o ecletismo como procedimento válido na atividade criativa. L'architecture privée au XIXme siècle (Troisième Série)- editor Daly, César Denis (1877) http://www.imamuseum.org/collections/artwork/foyers-h%C3%B4tel-du- figaro-paris-daly-c%C3%A9sar-denis 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 1. CONTEXTUALIZAÇÃO •Como movimento artístico, o Ecletismo ocorre na arquitetura e na arte do século XIX. •As primeiras vanguardas desse movimento datam da terceira década do Sec. XIX com a afirmação de pulsões neo-góticas em áreas francófonas e neo-renascentistas em Florenza. •Por volta de 1840, sempre na França, em reação à hegemonia do estilo greco-romano, os arquitetos começam a propor a retomada de outros modelos históricos como, por exemplo, o gótico e o românico. 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 1. CONTEXTUALIZAÇÃO •Não se trata de uma atitude de simples copista, mas da habilidade de combinar as características superiores desses estilos em construções que satisfaçam a demandas da época por todo tipo de edificação. •Na segunda metade do século XIX, o Ecletismo tem forte presença na Europa. •O estilo Segundo Império ou Napoleão III é caracterizado pela realização de importantes edifícios ecléticos, como o Teatro Ópera de Paris, projetado por Charles Garnier (1825-1898). 1 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 1. CONTEXTUALIZAÇÃO • O ecletismo arquitetônico difunde-se também pelas Américas, marcando as construções do mundo novo. •No Brasil, no período de transição para o século XX, o Ecletismo é a corrente dominante na arquitetura e nos planos de reurbanização das grandes cidades. Por exemplo, no Rio de Janeiro o engenheiro Francisco Pereira Passos (1836 - 1913) empreende a reforma urbanística 1 OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Três correntes estilísticas 1 Composição Estilística imita corretamente as formas do passado (neogregos, neoegípcio e neogótico) 2 Historicismo Tipológico relação estilo-função Estilo metalúrgico moderno: Estufas, armazéns, mercados, pavilhões de exposição Românico ou gótico: igrejas Clássico: Edifícios públicos 3 Pastiches Compositivos libertos inventavam soluções estilísticas. 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •Os estilos históricos são vistos como simples formas recombinadas a gosto. •Deixam de ser suporte de uma expressão e o valor que lhes é atribuído é avaliado apenas por critérios de modas e sociais Neo-egípcio Neoclássico Neo-gótico Neo-românica Neo-barroco • Revival - O despertar advém das ruínas, que só passam a ser bem vistas no final do século XVIII, ondesurge o interesse, os estudos e os catálogos. • Existem outras correntes que utilizam linguagens orientais como o mourisco, arquitetura indiana, chinesa e japonesa. 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA ATENÇÃO!!! Houve a coexistência Ecletismo e Neoclássico. Qual a diferença entre eles? Ambos podem ter a influência greco-romana? Neoclássico: obedece com fidelidade de composição as regras ditadas pelos tratadistas no Renascimento (pensamento iluminista) Ecletismo: As regras de composição seriam reconsideradas à luz da intenção decorativa, sem rigor e com liberdade, visando também atender o gosto do cliente. 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS: NEO-EGÍPCIO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •A Egiptologia, um dos primeiros grandes temas da Arqueologia científica, vai inspirar o Neo-Egípcio. •Tem grande incremento nos tempos do Primeiro Império napoleônico, devido em parte à sua campanha militar e ao apreço deste líder por aquela cultura ancestral. •Grandes arquitetos do Império, como Etiènne Boullée, J-N. Ledoux, Percier e Fontaine , trabalharam com as figuras típicas da arquitetura egípcia – a pirâmide, a mastaba, a esfinge, o obelisco, os pilones, os capitéis em forma de papiro ou lótus, e a sala hipostila . s, por exemplo. Fo ir e d u C ai re ( 1 7 9 8 ) P ar is . En tr ad a p ar a a E gy p ti an A ve n u e d o C e m it ér io H ig h g at e (1 8 3 8 –3 9 ), L o n d re s. 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS: NEO-EGÍPCIO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Egyptian Hall (1812) Londres 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS: NEO-EGÍPCIO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Egyptian Building da Faculdade de Medicina da Virginia (1845), Richmond, EUA 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS: NEO-EGÍPCIO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Grauman’s Egyptian Theatre (1922), Hollywood, EUA 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA MOVIMENTO ROMÂNTICO Primazia ao subjetivismo e a poiesis buscando abandonar os valores teóricos dos clássicos e neoclássicos, sobrepondo a sensibilidade à razão. • A “romantização do passado” ocorreu em diversas áreas do saber, incluindo a arquitetura. Os românticos admiravam São Francisco de Assis e seus Cânticos ao sol; o uso do estilo gótico nas catedrais com sua mensagem sobrenatural também era a atração para os românticos e outro poderoso fator foi a Virgem “A mulher divina”. (BORNHEIM, Filosofia do romantismo apud CARNEIRO, 1998, p. 32) 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA MOVIMENTO ROMÂNTICO •De acordo com Leonardo Benévolo o êxito do movimento neogótico na arquitetura se deu em 1830 junto com o início das reformas sociais e urbanísticas ocorridas na Inglaterra e na França. •Nesta época em Paris, o plano Haussmann elaborado pelo Barão Georges Eugène Haussmann (1809-1891) reestruturou toda a cidade, que por consequência da industrialização encontrava muito cheia de pessoas e doenças. •Diversas cidades tiveram sua urbanização inspirada pelo plano parisiense, como Bruxelas e Florença na Europa, Cidade do México, São Paulo e Rio de Janeiro na América. 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA O modelo teórico do Neogótico permitia uma praxis aberta, onde se podia adequar novos materiais e tecnologia para a evolução das construções. Ao contrário do que muitos imaginam, o Neogótico apesar de ser uma corrente revivalista era acima de tudo composta de profissionais que estavam dispostos a experimentar. Muitos foram os teóricos desta corrente, como por exemplo Pugin (1812-1852) e John Ruskin (1819-1900) na Inglaterra e Viollet-le-Duc (1814-1879) na França. 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Augustus Welby Northmore Pugin classificou os seguintes princípios para orientação do movimento neogótico: 1) A decoração como simples enriquecimento da estrutura essencial; 2) A adequação das construções às características dos materiais empregados; 3) A correspondência entre interior e exterior; 4) A exclusão de qualquer elemento que não seja necessário à comodidade, à estrutura e à conveniência; 5) A capacidade de exprimir claramente o fim ao qual cada edifício é destinado 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA House of parliament (1840-88) Charles Barry e A.W. Pugin - Londres Complexo retangular estruturado por uma sequência de corpos assiméticos. A fachada oeste, ao longo do Rio Tamisa é dominada pela Victoria Tower e o lado norte pelo Big Ben. O gótico se apresenta como um revestimento decorativo. 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA House of parliament (1840-88) Charles Barry e A.W. Pugin - Londres 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA House of parliament (1840-88) Charles Barry e A.W. Pugin - Londres 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Saint Martin in the Fields - James Gibbs, Londres 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •O arquiteto francês Eugene-Emmanuel Viollet-le-Duc (1814-1879) afirma a importância de recuperar o estilo gótico não no sentido de simples imitação do modelo formal, e sim de seus princípios construtivos. •Na catedral gótica ele vê o antecessor mais direto das fábricas com esqueleto metálico e coberturas de ferro e vidro. •Para ele existe uma beleza intrinsecamente ligada a utilidade da técnica moderna. • aplicou seus conhecimentos à restauração de construções góticas como Saint Chapelle e Notre Dame de Paris 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Notre Dame Paris – Gótica 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 2 Foram aceitas as propostas de consolidação, ornamentação e melhoria no sistema de escoamento das águas, os trabalhos menos urgentes como a reconstrução da flecha e a restauração das fachadas laterais, e as propostas relativas a vidros e pinturas. Também foram aprovados os acréscimos escultóricos julgados indispensáveis para preencher as lacunas deixadas pelas depredações do tempo e da Revolução. As obras foram iniciadas em 1845 e a consagração foi em 1864, dando à catedral uma nova vida. Em Notre-Dame, Viollet-le-Duc assumiu várias funções, inclusive a de mestre- de-obras, coordenando ainda os projetos relativos à estatuária, aos vitrais, à pintura mural, à decoração, ao mobiliário etc. 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMONA EUROPA 2 Sainte-Chapelle Paris, c. 1240 • Durante a Revolução Francesa a capela foi transformada em escritório administrativo e os vitrais foram tapados com enormes armários, foram destruídos os assentos do coro e o painel do altar principal, o pináculo do teto deitado abaixo e muitas das suas relíquias dispersas. • Iniciada em 1836, a restauração foi um verdadeiro laboratório experimental. • Procurou-se, com maior ou menor sucesso, ser fiel aos documentos e aos indícios existentes. • Viollet-le-Duc, apesar da falta de prática em restauração, tinha aprofundado conhecimento sobre a arquitetura medieval. Sainte-Chapelle, na véspera da sua restauração 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 2 Sainte-Chapelle Paris, c. 1240 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 2 Sainte-Chapelle Paris, c. 1240 Foto: Ana Paula Gurgel, 2015 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOGÓTICO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Parlamento de Budapeste (1885-1904 ) Imre Steindl 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEO-ROMÂNICA ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •Embora sem a abrangência do Neogótico, a arquitetura Neo-românica vai dividir com este a preferência dos arquitetos ecléticos, neste caso restringindo-se quase sempre a motivos religiosos e, raramente, a programas militares. •Na teoria associacionista, enquanto o gótico representa a exuberância, a luz e a verticalidade, o românico representa o fechamento e a interiorização. •Os edifícios românicos são muitas vezes “fortalezas de Deus”. •O uso do arco de meia volta, em lugar da ogiva, e a predominância de cheios são as principais diferenças entre o Gótico e o Românico . arco triunfal, também chamado arco do cruzeiro, os contrafortes, ao invés dos arcos botantes, e a abóbada de berço, substituindo, às vezes, as abóbadas de arestas. os capitéis cúbicos, de flautas, historiados, as galerias, as arquivoltas, os intra-dorsos escalonados em meia volta, e uma grande coleção de frisos 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEO-ROMÂNICA ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Smithsonian Institution Building, James Renwick, Jr. in 1855. Washington, DC 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEO-ROMÂNICA ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Royce Hall , Universidade da California, Los Angeles. 1929. Arquiteto Allison & Allison 2 •O Neobarroco tem como inspiração a arquitetura setecentista, que está ligada socialmente à aristocracia em seu melhor momento, religiosamente, à contra-reforma e às ordens seculares. •Ressalta o desenho individual, o capricho, o artifício, o drama. •É a arquitetura dos grandes efeitos de perspectiva, da espacialidade, tanto internamente quanto com relação à cidade. •Grandes edifícios barrocos, igrejas, palácios, vão emprestar seus elementos – volutas, frontões sinuosos, colunatas de colunas duplas, para grandes equipamentos urbanos de lazer e cultura – óperas, grandes teatros, museus, academias, palácios para fins governamentais e residenciais, e mesmo para catedrais. 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Palais Garnier – Ópera de Paris (1861-1875), Paris – Charles Garnier A Ópera foi projetada no contexto da grande reforma urbana de Paris no Segundo Império, liderada pelo prefeito da região parisiense, Georges-Eugène Haussmann. O projeto foi objeto de concurso público, em 1861, do qual foi vencedor o arquiteto Charles Garnier (1825-1898), que era então um profissional desconhecido, de 35 anos de idade, e que viria posteriormente a construir também a Ópera de Monte Carlo, em Mônaco. 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Palais Garnier – Ópera de Paris (1861-1875), Paris – Charles Garnier 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Palais Garnier – Ópera de Paris (1861-1875), Paris – Charles Garnier • Símbolo do Segundo Império, pode ser considerada a « catedral » da burguesia pariense do séc. XIX- paradigma do estilo Napoleão III 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 22 Foto: Ana Paula Gurgel, 2015 Palais Garnier – Ópera de Paris (1861-1875), Paris – Charles Garnier 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Palais Garnier – Ópera de Paris (1861-1875), Paris – Charles Garnier 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Palais Garnier – Ópera de Paris (1861-1875), Paris – Charles Garnier 2 Foto: Ana Paula Gurgel, 2015 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Bode-Museum (1904), Berlim – Ernst von Ihne 2 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - NEOBARROCO ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA Bode-Museum (1904), Berlim – Ernst von Ihne 2 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA A produção industrial vai interferir duramente no estilo e subverter a ordem, utilidade e beleza com a imposição de elementos construtivos metálicos completamente estranhos às formas e às proporções características dos estilos e das ordens arquitetônicas. •O pudor dos costumes burgueses impedem a “rude e vergonhosa” nudez estrutural que deveria está completamente escondidas e revestidas por motivo de decorativos 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS 2 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •O Movimento Moderno foi muito crítico com relação ao Ecletismo, em parte por uma atitude iconoclasta própria das vanguardas, em parte por questões ideológicas e, finalmente, por condenar o suposto superficialismo desta prática. • Grande parte dessas críticas eram advindas de arquitetos e artistas de orientação política sobretudo marxista ou socialista, como William Morris, Walter Gropius etc. •O Ecletismo representava, para esses críticos, o mundo burguês e vitoriano, com seus valores políticos, econômicos e morais condenáveis. 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - CRÍTICAS 2 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA •A hipocrisia deste mundo estaria representada na disjunção dos sistemas formais arquitetônicos, uma “arquitetura de aparências” representando uma sociedade de aparências. •Independente de uma avaliação da correção de seus argumentos, o fato é que a rejeição pura e simples do Ecletismo transformou-se numa posição preconceituosa, que sérios danos causou à historiografia deste movimento. •Muito de seus métodos foram perdidos e muitos edifícios destruídos, em nome de uma suposta “ausência de valor arquitetônico”, uma atitude condenável, sob o ponto de vista do relativismo histórico. 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - CRÍTICAS 2 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMONA EUROPA •A partir dos anos 1960, quando se acentua um maior apreço pelos centros históricos e monumentos, tenta-se recuperar uma crítica mais consciente e fundamentada, fugindo-se da atitude puramente opinativa, para uma outra mais comprometida em termos culturais, segunda a qual uma produção não pode ser desligada do contexto que a produziu e julgada segundo critérios alheios a ela. 2. OS REVIVALISMOS HISTORICISTAS - CRÍTICAS 2 PLANO HAUSSMANN ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN - ANTECEDENTES 3 A cidade industrial necessita de intervenção •1830 – 1850 – Primeiros passos para a urbanística moderna •Início das leis sanitaristas ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN - ANTECEDENTES •A crise urbana era alarmante: Apesar das construções realizadas por Napoleão I e Luis Filipe, predominava o traçado medieval e a compacidade imposta pelas muralhas Alta densidade populacional sem infra-estrutura urbana epidemias de cólera eram decorrência da deficiência da infra-estrutura sanitária 1840: congestionamentos do tráfego Cidade com grandes contradições econômicas: luta de classes A Ilha de citei-a e sua estrutura urbana medieval dantes dos trabalhos de restauração (plano de 1771 ). •A revolução de 1789 e a era napoleônica deram a França uma administração moderna 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN - ANTECEDENTES •Em 1851, Louis Napoleón Bonaparte – Napoleão III – assume o poder • Aspirava que Paris se convertesse no centro do mundo, sobressaindo-se a hegemonia de Londres •Nomeia como prefeito de Paris, o Barão Haussmann (1809-1891) – o que resultou num das reestruturações urbanas mais importantes da história. •Napoleão III – aspirava uma Paris com : ruas mais seguras e com melhores habitações melhor infra-estrutura de saneamento Sistemas de comunicação rápidos e eficazes Zonificada desenhada para a burguesia – estética e com a pobreza escondida 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO •Haussmann foi o grande remodelador de Paris, cuidando do planejamento da cidade, durante 17 anos, com a colaboração dos melhores arquitetos e engenheiros de Paris. •Haussmann planejou uma nova cidade, melhorando os parques parisienses e criando outros. •O plano de por Haussmann durante este período pode ser divido em 3 categorias: 1. Obras viárias (criação de uma nova malha) 2. Edificações (novas edificações como marcos) 3. Novas instalações hidráulicas e elétricas 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 1. Obras viárias (criação de uma nova malha) •Demoliu-se as ruas sujas e apinhadas da cidade medieval e criou uma capital ordenada sobre a geometria de avenidas e bulevares. •Como conseqüência destruiu-se bairros perigosos que eram foco de revoltas; •Uma nova malha de ruas largas e retilíneas, garantido uma comunicação com outros meios de transportes e uma eficaz manutenção do fluxo de carros através de cruzamentos e anéis; 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 1. Obras viárias (criação de uma nova malha) • A reformulação da área em um dos extremos dos Champs-Elysées; • Criação de Bulevares; • Haussmann criou uma estrela de 12 avenidas amplas em volta do Arco do Triunfo, onde grande mansões foram erguidas entre 1860 e 1868. 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 1. Obras viárias (criação de uma nova malha) 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 1. Obras viárias (criação de uma nova malha) 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 1. Obras viárias (criação de uma nova malha) 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 1. Obras viárias (criação de uma nova malha) 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 3 O boulevard Henri-IV: Criado para traçar uma perspectiva harmoniosa entre a coluna da Bastille e a dôme do Panthéon ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 2. Edificações (novas edificações como marcos) Moradias para os mais pobres Cité Napoleon - Complexo de casas populares da Rue Rochechouart 1852: Batignolles e Neuilly Entretanto essas iniciativas não alteram sensivelmente a situação de moradias operárias em Paris 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 2. Edificações (novas edificações como marcos) • Construiu vários edifícios públicos, como a L’Opéra; • Construiu vários Parques públicos, como o Bois de Boulogne, ao leste da cidade, uma antiga floresta ao longo do Rio Sena, e devido sua vizinhança com a Champs Elysées, rapidamente se torna sede da classe alta de Paris 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 2. Edificações (novas edificações como marcos) • E outros parques como: Bois de Vincennes, ao oeste da cidades, destinado para as classes populares. 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO 3. Novas instalações hidráulicas e elétricas Haussmann juntamente com o engenheiro François Eugéne Belgrand melhorou também o sistema de distribuição de água e criou a grande rede de esgotos. • Novos Aquedutos e instalações de elevação das águas do rio Sena, • aumentando o fornecimento de água. • Nova rede de esgoto, onde os desaguamentos no rio sena são levados para bem longe da cidade e possuem depósitos coletores. • Instalações elétricas atendem a toda a população • Serviço de transporte publico é reordenado. Definindo a empresa prestadora de Transporte publico e serviço regular de veículos de praça. • Em 1866 construção do novo cemitério em Méry-sur-Oise 3 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – PROJETO URBANO No nível normativo e econômico •Novas normas construtivas •Criação de mecanismos legais e financeiros que executaram as obras públicas em combinação com os interesses dos burgueses No nível sociocultural Promoveu uma segregação social – criação de bairros pobres na periferia As obras públicas fazem subir os preços dos terrenos No nível estético Aceita a tradição clássica e os conceitos tradicionais de simetria , regularidade e prevê pontos de fuga monumentais . Impõe um arquitetura uniforme nas ruas e praças mais representativas 3 ARQUITETURA E URBANISMO- THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 3. PLANO HAUSSMANN – CRÍTICAS • Visto de hoje, o plano Haussmann expressou a forte intervenção do Estado sobre a parte central de uma metrópole industrial em intensa transformação, que chegou a 1870 com cerca de dois milhões de habitantes. • À época, seu caráter autoritário e até arbitrário foi criticado por liberais, intelectuais e artistas por sua rigidez e pela destruição de áreas tradicionais da cidade. 3 Plano Cerdà ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ - BARCELONA 4 Barcelona é uma cidade que conta com mais de 2000 anos de história. Uma cidade provinciana e marginal, pois nunca foi capital de uma monarquia ou estado importante. A única coisa que havia na Barcelona Medieval era a famosa Rambla, que fazia ligação ao mar ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ - BARCELONA 4 Na primeira metade do séc. XIX, no auge da revolução industrial, Barcelona continuava a ter um urbanismo medieval, ou seja, rodeada por muralhas e comprimidas pela instalação de indústrias recentes e com elas, uma expansão demográfica acelerada. A qualidade de vida urbana começa a deteriorar-se e a questionar-se a viabilidade do processo fruto da industrialização. O clero manifesta-se dizendo que o progresso estava a dissipar a qualidade de vida. Surge então aquilo a que chamam a corrente higienista juntamente com o planeamento, como forma de conciliar o progresso com a qualidade de vida. No processo de higienização surgem os primeiros espaço públicos – os cemitérios, como combate à cólera ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ - BARCELONA 4 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 Ildefonso Cerdá A decisão oficial de derrubar as muralhas, em 1854, abre caminho para a transformação da cidade de Barcelona. Em 1855, uma comissão da qual Cerdá faz parte, inicia os estudos de um plano de extensão para a cidade Plano de Extensão (Ensanche) de Barcelona 1859: uma visão estratégica com avanços inigualáveis para a época. ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 “Teoria Geral da Urbanização” dois conceitos diretores, a “habitação” e a “circulação” projeto cuidadoso de uma rua realmente racional, com 20m de largura e separação entre os meios de locomoção. "Plan Cerdà" – Secção da rua. 1859. ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 Uma grelha de quadras ajardinadas de 113m de lado, com vértices cortados diagonalmente para facilitar a circulação das charretes e com prédios dispostos em seu perímetro, porém sem fechá-las (um ou dois lados não seriam ocupados). ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 • Cada quadra teria em seu interior corredores arborizados e equipamentos comunitários, fornecendo iluminação e ventilação aos edifícios além de criar espaços semi- públicos. • As ruas tinham 20m de largura (sendo 5m de calçada para cada lado) e eram retas para evitar formação de sinuosidades que permitissem formação de lutas de barricadas. • No cruzamento delas, formava-se praças octogonais de mesma medida em cada lado. • Previa-se também grandes diagonais que cruzariam a cidade, fazendo a ligação entre esta nova área (L’Exaimple) e o centro antigo (Ciutat Vella); e aproveitando as conexões existentes para promover uma expansão urbana gradativa ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 Ao combinar os elementos de seus estudos anteriores sobre Barcelona, Cerdà utiliza-los com extrema variedade e possibilita maior autonomia das construções, realçando o valor das ruas e esquinas; e potencializando a interdependência dos espaços urbanos. ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 Para Cerdà, o novo centro da cidade seria o cruzamento de três avenidas principais por ele traçadas: 1. a Av. Meridiana, saída para a Av. França; 2. a Av. Diagonal, que liga a estrada de Madrid ao mar; 3. a Avenida Gran Via de les Corts Catalanes, paralela ao mar e que conecta com os pequenos povoados marítimos da planície. ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 As ruas eram planejadas seguindo os princípios da orientação solar, largura, perfis transversais, tipo de pavimentação, diferença de cotas entre outros. As paisagens, praças e quadras deveriam interagir entre si, além de serem elementos harmônicos na cidade: isso seria possível através da análise de cortes (relação altura x largura) e na relação da casa com a quadra. ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 4. PLANO CERDÀ 4 Segundo Muxi: O que Cerdà buscava com o Ensanche de 1859 era uma cidade homogênea, uma cidade moderna de direitos civis, sem hierarquias. Contrário à Haussmann em Paris, cujo projeto realçava elementos arquitetônicos relacionados por eixos, hierarquias e visões de herança barroca, Cerdà buscava uma cidade sem essas hierarquias, que pudesse ser estendida quase ao infinito, com base na confiança na tecnologia, e em que houvesse pelo menos duas alternativas de circulação: 1. através das ruas, pelas quais circulariam os meios de transporte de massa (que ele imaginava que corresponderiam no futuro ao trem), e; 2. atravessando o interior das quadras, que propunha ser inteiramente verde, já que pensava que as quadras teriam fechados no máximo três dos seus quatro lados. Isso não aconteceu, e por isso a cidade de hoje é muito mais compacta, mais densa e mais edificada do que projetou Cerdà, resultando talvez em uma cidade pouco verde, mas ainda muito ativa e complexa. RINGSTRASSE DE VIENA ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 A antiga cidade de Viena é circundada por um anel de fortificações além do qual crescem os novos bairros. 1860 - Liberais da Áustria assumiram o poder - Bastião político, capital econômica, centro de irradiação de sua vida intelectual LIBERAIS - bem sucedidos nos serviços públicos, o que permitiu acomodar uma população em rápido crescimento * Danúbio canalizado contra inundações * 1860 - sistema de fornecimento de água * 1873 - inauguração do primeiro hospital da cidade * Sistema sanitário público contra epidemias Reconstrução urbana: RINGSTRASSE 5. RINGSTRASSE DE VIENA ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA - planejamento controlado pelos habitantes prósperos e profissionais liberais - o que dominou o remodelamento da cidade com a Ringstrasse não foi, necessariamente, a utilidade e sim a AUTOPROJEÇÃO CULTURAL TERMO 1860 "Embelezamento da Imagem da Cidade" O QUE É A RINGSTRASSE? É uma ampla faixa de terra separando a antiga cidade interna dos subúrbios - um complexo de edifícios públicos e residências particulares. AMPLA FAIXA DE TERRA? Foi uma consequência do atrasohistórico da cidade, pois Viena mantivera suas fortificações muito tempo depois de terem sido demolidas em outras capitais européias. ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA E s p la n a d a q u e s e p a ra o s u b ú rb io d a a n ti g a c id a d e i n te rn a . ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA O Ring permitiu inserir a cidade antiga dentro do sistema viário da cidade moderna sem cortar e destruir o velho tecido (como ocorre em Paris) Permite compor os principais edifícios em um ambiente amplo e arejado, entre passeios e jardins - as árvores servem apenas para ressaltar a supremacia da rua e o isolamento dos edifícios É circular e com escala monumental, avenida larga não converge para os edifícios ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA A comissão de expansão da cidade definiu metas sem levar em consideração necessidades habitacionais dos grupos de baixa renda nem em termos do desenvolvimento urbano total. O mercado definiu o resto: cruzamento entre os interesses econômicos e valores culturais dos ricos ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA Triunfo da cultura secular sobre a fé religiosa - ideal cultural burguês - a classe média ao expressar seus valores na arquitetura retrocede para a História: edifícios com diversidade de estilos históricos. PARLAMENTO - Grego Clássico PREFEITURA - Gótico UNIVERSIDADE - Renascentista TEATRO - Barroco Parlamento - Theophil Hansen, arquiteto Prefeitura – Rathaus - Friederich Schimidt, arquiteto Universidade - Heinrich Ferstel, arquiteto Teatro Hofburg -Gottfried Semper e Carl Hasenauer, arquitetos ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA Ringstrasse, mostrando (da esquerda para a direita) o Parlamento, a Rathaus, a universidade e o HofBurgtheater. ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA Ocupação na Ringstrasse - especulação imobiliária incentivada - maior parte edifícios mistos – comércio e residência - parte comercial no térreo e residência nos pavimentos superiores - prédios de apartamentos - 4 a 6 andares ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA Ocupação na Ringstrasse - estilo do palácio tradicional da aristocracia na época barroca - caráter aristocrático apenas na fachada (internamente moravam várias famílias) - a fachada mostrava o nível social dos moradores: quanto mais alto o pavimento, menores e mais numerosas as moradias - grandiosas escadarias e amplos vestíbulos para o pavimento nobre (escada simples para os demais) - aproximação entre a aristocracia e a burguesia (industriais têxteis) ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA 5 5. RINGSTRASSE DE VIENA REFERÊNCIAS ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA ARQUITETURA E URBANISMO - THAU IV-PROFª ME. ANA PAULA GURGEL -ECLETISMO NA EUROPA AUSSEL, A. Arte neogótica. In: ABC dos estilos da Arquitetura. 2ª ed. Lisboa: Ed. Presença, 1970. BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. São Paulo: Perspectiva, 1976. _____. História da cidade. São Paulo: Perspectiva, 2001. BOHIGAS, O.; BUCHANAN, P.; ÁBALOS, M. D.; LAMPUGNANI, V. M. et alii. Barcelona: arquitectura y ciudad (1980-1992). 3. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 1992. CARNEIRO, Marília Dalva Magalhães. Ecletismo, uma ironia romântica: Estudo da arquitetura doméstica em Belo Horizonte- 1897/1940 (dissertação de mestrado). Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1998. FABRIS, Annatereza (org.) Ecletismo na Arquitetura Brasileira. São Paulo: Nobel & EDUSP, 1987. GOITIA, F. C. Breve história do urbanismo. 5. ed. Lisboa: Editorial Presença, 2003. GUINSBURG, J. O Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 1978. GIEDION, Sigfried. Espaço, tempo e arquitetura: O desenvolvimento de uma nova tradição. São Paulo: Martins Fontes, 2004. MUXI, Zaida. episódios da transformação urbana de Barcelona e os grandes eventos. ARQtexto, nº 17 (P. 104 – 123) RIBEIRO, Carlos Fléxa. Ideias modernas sobre o gótico- A controvérsia da ogiva. Rio de Janeiro: Livraria Civilização Brasileira, 1950. SORIA Y PUIG, A. Cerdá: Las cinco bases de la teoría general de la urbanización. Barcelona: Electa, 1996.