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Prof.: Jeronimo de Moura Junior, MSc. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 2 • O objetivo deste item é tratar dos ângulos das ferramentas de corte. 2.1) GENERALIDADES • As primeiras normas sobre este assunto foram baseadas nas ferramentas para torneamento: – 1930: Norma DIN (Instituto Alemão para normatização) 768 (Fundamentos sobre as ferramentas de corte); – 1939: Norma ASA (Associação americana de padronização) B5.13 (Terminologia e definições de ferramentas monocortantes); – Desenvolvimento das máquinas operatrizes e dos processos de usinagem (não correspondência com às exigências práticas); – 1950: Norma ASA B5.22 (Ferramentas de barra e suportes); • Substituiu a norma ASA B5.13 de 1939; • Incluiu a norma ASA B5.2 de 1943 (Cabos e suportes); • Procura-se mostrar a influência da posição da ferramenta em relação à peça sobre os ângulos de corte; • Apresenta dificuldades de emprego em outras ferramentas, tais como brocas, alargadores e fresas helicoidais. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 3 • Diretrizes para as normas sobre técnica de usinagem: 1. Ser aplicável a todas operações de usinagem; 2. Os conceitos devem apresentar-se numa dependência lógica geométrica; 3. Os conceitos tradicionais, já existentes, deveriam ser levados em consideração à medida do possível. 2.1) GENERALIDADES • Diretrizes 1 e 2: – Introdução de novas considerações; – Não serão adotadas de imediato nas fábricas e oficinas; – Clareza e lógica obtidas; – Limitar ao mínimo o número de conceitos para a prática. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 4 2.1) GENERALIDADES • 1966: Norma DIN 6581 (Geometria na cunha cortante das ferramentas): – Vários estudos (Suiça: Bickel; Alemanha: Röhlke, Kienzle, Schmidt, Witthoff; EUA: Kronenberg); – Elaboração de um projeto pela DIN (Fundamentos da usinagem, conceitos e designações das ferramentas); – Trata o assunto de maneiro uniforme a todas as ferramentas; – Distinção entre os ângulos da ferramenta e os ângulos efetivos ou de trabalho. – Ângulo da ferramenta: • Obtido pela medida direta na ferramenta através de instrumentos de medição; • São invariáveis com a mudança de posição da ferramenta; • Independem das condições de usinagem. • Interessam à execução e manutenção da ferramenta. – Ângulos efetivos ou de trabalho: • Se referem à ferramenta em operação; • Grande importância para operação de corte; – Sistema de referência da ferramenta e sistema efetivo de referência: • Converter ângulo da ferramenta em ângulo de trabalho, ou vice-versa; • Transformações trigonométricas. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 5 2.2) SUPERFÍCIES, ARESTAS E PONTAS DA CUNHA CORTANTE • Cunha de corte: parte da ferramenta na qual o cavaco se origina, através do movimento relativo entre ferramenta e peça. Composta pelas superfícies de saída e de folga da ferramenta; • Superfícies de folga: define a folga entre a superfície e a ferramenta. Denominam-se superfície principal de folga e superfície lateral de folga; • Superfície de saída: é a superfície da cunha cortante, sobre a qual o cavaco se forma. Ferramenta de barra • SUPERFÍCIES Superfície de Saída Superfície Principal de folga Superfície lateral de folga 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 6 2.2) SUPERFÍCIES, ARESTAS E PONTAS DA CUNHA CORTANTE Broca Superfície de Saída Superfície Principal de folga Superfície lateral de folga Superfície lateral de folga Superfície Principal de folga 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 7 2.2) SUPERFÍCIES, ARESTAS E PONTAS DA CUNHA CORTANTE • Arestas de corte: formada pelas superfícies de folga e de saída. • Aresta principal de corte: é a aresta de corte cuja cunha de corte correspondente indica a direção de avanço no plano de trabalho; • Aresta lateral de corte: é a aresta de corte, cuja cunha de corte correspondente não indica a direção de avanço no plano de trabalho. Ferramenta de barra • ARESTAS Superfície de Saída Superfície Principal de folga Superfície lateral de folga Aresta principal de corte Aresta lateral de corte 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 8 2.2) SUPERFÍCIES, ARESTAS E PONTAS DA CUNHA CORTANTE Broca Superfície de Saída Superfície Principal de folga Superfície lateral de folga Superfície lateral de folga Superfície Principal de folga Aresta principal de corte Aresta lateral de corte Aresta principal de corte Aresta transversal de corte Aresta transversal de corte 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 9 2.2) SUPERFÍCIES, ARESTAS E PONTAS DA CUNHA CORTANTE • Ponta de corte: é a ponta na qual se encontram a aresta principal e a lateral de corte de uma mesma superfície de saída; • Arredondamento da ponta: o arredondamento da ponta de corte é feito com um raio r, medido no plano de referência da ferramenta; • Chanframento da ponta: no lugar do arredondamento da ponta de corte é executado um chanframento de largura le, medido na superfície de saída. • Pontas Aresta principal de corte Aresta lateral de corte Ponta de Corte 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 10 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE • As definições das arestas e superfícies que compõem a cunha cortante não são suficientes para determinar a geometria da ferramenta. • As ferramentas apresentam entre si diferenças significativas de geometria, por meio dos ângulos da cunha cortante. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 11 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE • As ferramentas apresentam entre si diferenças significativas de geometria, por meio dos ângulos da cunha cortante. • Os ângulos da cunha cortante são estipulados a partir de planos dos chamados sistemas de referência da cunha cortante. São definidos dois sistemas: – De referência da ferramenta; – De referência efetiva. • Os sistemas de referência são formados por um conjunto de planos estabelecidos pelas direções das velocidades de corte e efetiva de corte. • Sistema de referência da ferramenta é delimitado a partir da direção da velocidade de corte e utilizado na fase de projeto, fabricação e controle da ferramenta de corte. • Sistema de referência efetiva é decidido de acordo com a direção efetiva de corte e usado no estudo da geometria da cunha durante o corte. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 12 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE • Para determinação dos ângulos na cunha cortante emprega-se um sistema de referência. Este sistema de referência é constituído por três planos ortogonais, passando pelo ponto de referência da aresta cortante. São eles: – Plano de referência; – Plano de corte; – Plano de medida. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 13 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE Sistema efetivo de referência de uma ferramenta de torno Sistema de referência de uma ferramenta de torno Plano efetivo de corte Plano efetivo de medida Plano efetivo de referência Plano de medida da ferramenta Plano de referência da ferramenta Plano de corte da ferramenta 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 14 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE Sistema de referência de uma ferramenta de torno Plano de referência da ferramenta • Planos de referência: – Plano de referência da ferramenta: é um plano que passa pelo ponto de corte e é perpendicular à direção de corte. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 15 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃODOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE Sistema efetivo de referência de uma ferramenta de torno Plano efetivo de referência • Planos de referência: – Plano efetivo de referência: é um plano perpendicular à direção efetiva de corte, passando pelo ponto de referência. 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 16 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE • Plano efetivo de corte: é o plano que atravessa o ponto de corte escolhido, é tangente à aresta de corte e perpendicular ao plano efetivo de referência. Plano efetivo de corte Plano efetivo de referência Sistema efetivo de referência de uma ferramenta de torno 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 17 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE • Planos de corte da ferramenta: é o plano que atravessa o ponto de corte escolhido, é tangente à aresta de corte e perpendicular ao plano de referência da ferramenta. Sistema de referência de uma ferramenta de torno Plano de corte da ferramenta Plano de referência da ferramenta 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 18 2.2) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE • Plano de medida da ferramenta: é um plano perpendicular ao plano de corte da ferramenta e perpendicular ao plano de referência da ferramenta. Sistema de referência de uma ferramenta de torno Plano de medida da ferramenta Plano de referência da ferramenta Plano de corte da ferramenta 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 19 2.2) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE • Plano efetivo de medida: é um plano perpendicular ao plano efetivo de corte e perpendicular ao plano efetivo de referência. Sistema efetivo de referência de uma ferramenta de torno Plano efetivo de medida Plano efetivo de referência Plano efetivo de corte 2) GEOMETRIA DA CUNHA CORTANTE 20 2.3) SISTEMAS DE REFERÊNCIA UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DOS ÂNGULOS DA CUNHA CORTANTE • Plano de trabalho: – Plano de trabalho no sistema efetivo de referência: é um plano que contém a direção de corte e a direção de avanço e passa pelo ponto de referência . – Plano de trabalho no sistema de referência da ferramenta: é o plano que passa pelo ponto de referência, é perpendicular ao plano de referência da ferramenta e paralelo à direção de avanço. Plano de trabalho 21 Ângulos da ferramenta de uma fresa de faceamento. 22 Ângulos da ferramenta de uma fresa de faceamento. 23 Ângulos da ferramenta para um ponto de referência da aresta principal de corte de uma ferramenta de torno.
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