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INTRODUÇÃO 
O comportamento da economia é de suma importância para a elaboração de estudos de projeção de demanda e de expansão de oferta de energia. As projeções de indicadores macroeconômicos, dentre eles aqueles voltados para 
o setor externo, para o setor público e para os investimentos, bem como de crescimento dos principais setores consumidores de energia baseiam a construção do cenário econômico e energético. 
Essa nota técnica visa apresentar o cenário econômico para o horizonte decenal. Com esse objetivo, tal estudo apresenta o acompanhamento da 
conjuntura econômica – mundial e nacional – buscando diferenciar, dentre os fatores que explicam o desempenho atual da economia, aqueles que terão seus efeitos prolongados ao longo dos anos e discutir os desafios para solucionar os gargalos existentes e, dessa forma, alcançar uma trajetória de crescimento robusto e consistente. 
A forma como esse crescimento é distribuído entre os setores da economia também é extremamente relevante para se estimar a demanda de energia do país, visto que o consumo de energia varia bastante entre os setores. Neste estudo são apresentadas as projeções para os macrosetores, a saber agropecuária, serviços e indústria, com destaque para a evolução esperada das indústrias. 
Dessarte, este trabalho se divide em três partes. A primeira apresenta um resumo da conjuntura mundial, destacando os fatores que possam afetar o desempenho da economia internacional. A seguinte mostra os principais destaques da conjuntura nacional, ressaltando as dificuldades a serem enfrentadas pela economia brasileira. Por fim, é caracterizado o cenário macroeconômico de referência, com as projeções para as principais variáveis macroeconômicas, bem como sua respectiva desagregação setorial. 
A economia brasileira passa por um período complicado. Em 2015, o PIB caiu 3,8%, com destaque negativo, pelo lado da oferta, para a indústria e serviços. A indústria já vinha apresentando um fraco desempenho nos últimos anos. 
Sendo assim, a novidade foi o setor de serviços que nos últimos anos cresceu a taxas significativas. Ambos os setores foram pressionados pela retração da demanda interna, que se deu em parte pelo aumento do desemprego e redução do rendimento real médio, conforme pode ser visto no Gráfico
Fonte: IBGE, 2016 (PME).
Pela esfera da demanda, pode ser destacado o comportamento da formação bruta de capital fixo, que caiu cerca de 14% no ano. Essa retração dos investimentos foi agravada pelo baixo nível de utilização de capacidade instalada do setor, pela deterioração da confiança dos agentes econômicos – os indicadores de confiança de consumidores e empresários alcançaram mínimos históricos em 2015. Para que haja uma recuperação da economia, é fundamental ter uma retomada dos investimentos, o que depende inicialmente de uma melhora das expectativas dos agentes econômicos. 
No Gráfico 3 pode ser visto que desde o segundo trimestre de 2014 a formação bruta de capital fixa vem apresentando quedas sucessivas em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Fonte: IBGE, 2016.
Diante disso, a perspectiva, segundo o Boletim Focus 1 , é de que a economia brasileira
apresente queda do PIB no ano de 2016, afetado por um forte carregamento estatístico. A
expectativa de mais um ano de recessão é influenciada tanto por fatores externos como
internos. Dentre eles podemos citar, o aumento do risco de desaceleração mais forte da
China, impactos da mudança de política monetária norte-americana, inflação acima da meta,
maior dificuldade de implementação de um ajuste fiscal, demanda interna fraca e baixo nível de confiança dos agentes. Com relação aos juros americanos, mesmo que a autoridade monetária norte-americana tenha indicado que essa normalização da política monetária será executada com cautela, esta pode ter efeitos sobre o câmbio e a taxa de juros doméstica, que já se encontram em patamares elevados.
No que se refere ao mercado doméstico, a inflação mostrou uma forte aceleração em 2015,
superando o teto da meta, sobretudo pela forte elevação dos preços administrados. Segundo
o IBGE, a energia elétrica subiu 51% no ano, impactando o índice IPCA em 1,5 p.p.
Adicionalmente, os combustíveis impactaram o IPCA com 1,04 p.p. É de se destacar que os
preços de eletricidade e combustíveis juntos representam 24% desse índice. O Banco Central respondeu a essa aceleração de preços por meio de uma política monetária restritiva, com elevação da taxa de juros. 
A Tabela 1 mostra a evolução do IPCA nos últimos anos, bem comoda taxa de juros básica – SELIC.
Tabela 1 - Histórico de inflação e Selic (% a.a.)
Fonte: IBGE e BCB, 2016.
Por outro lado, a situação econômica desfavorável do país, bem como o câmbio
desvalorizado, vem promovendo um ajuste externo. Com a fraca atividade econômica, as importações caíram, sobretudo às relacionadas a matérias-primas e bens de capital. As exportações também diminuíram, no entanto, a uma taxa inferior à das importações. Sendo assim, em 2015, a balança comercial apresentou superávit de cerca de 20 bilhões de dólares, o que aliado a menores déficits na Balança de Serviços e Rendas, resultou em uma redução do déficit em transações correntes. É importante ressaltar que o saldo positivo da balança comercial veio acompanhado de uma redução da corrente de comércio. A expectativa para 2016 é de que o ajuste externo continue em curso, com mais um superávit significativo na balança comercial.
Fonte: SECEX, 2016 (MDIC)
o cenário macroeconômico de referência para o planejamento energético no horizonte decenal. Vale destacar que uma de suas premissas principais é o
encaminhamento, ao longo do horizonte, de soluções para os gargalos de infraestrutura, admitindo-se elevação dos investimentos e da produtividade total dos fatores.
Com relação à economia mundial, nos próximos anos a expectativa é de melhor desempenho dos países desenvolvidos e de desaquecimento dos países emergentes, em virtude especialmente do menor crescimento da economia chinesa.
Espera-se que o comércio mundial entre em trajetória mais vigorosa à medida que os níveis de atividade dos países desenvolvidos aumentarem, favorecendo a demanda por produtos dos países emergentes. Como resultado, espera-se que a economia mundial cresça 3,7% ao ano e o comércio internacional, 4,4% ao ano (médias no período).
Tabela 2 – Taxas de crescimento do nível de atividade (médias no período)
O crescimento do comércio mundial, aliado ao câmbio desvalorizado, deve favorecer o setor externo nacional e, consequentemente, as indústrias voltadas para o mercado internacional.
Na medida do sucesso do enfrentamento dos fatores que tem inibido o aumento da competitividade, a economia brasileira poderá retomar sua trajetória de crescimento sustentado. Estima-se, no período, expansão de 2,4% ao ano, em média.
Nos anos seguintes, contudo, a retomada do crescimento econômico favorecerá a arrecadação permitindo um equilíbrio das contas e retomada de confiança na economia brasileira. Com a inflação de volta ao centro da meta e uma maior austeridade na política fiscal, haverá espaço para redução dos juros e queda da dívida líquida do setor público.
A abordagem econômica setorial trabalha com o conceito de valor adicionado, composto pela indústria, análises setoriais apresentadas a seguir foram feitas com ênfase nos setores de maior consumo energético por produto gerado.
Além do valor adicionado, considera-se também a evolução da produção física para a elaboração das projeções de demanda de energia, principalmente quando abordados setores menos pulverizados da economia
O histórico recente do valor adicionado nacional mostra que a indústria, principal setor consumidor de energia elétrica, cresceu à velocidade menor do que serviços e agropecuária. 
No Gráfico 7 estão ilustradas as trajetória dos valores adicionados dos
setores que compõem o PIB nacional. 
Fonte: IBGE(contas nacionais, 2015 estivamtiva).
Observa-se, nesse período, o crescimento contínuo do setor de serviços, ao mesmo tempo em que os demais setores apresentam taxas de crescimento mais modestas. Destaca-se, também, a reversão na trajetória de crescimento da indústria após a crise econômica mundial, iniciada em 2008, a despeito de uma breve recuperação entre 2010 e 2011. A crise alterou o padrão de crescimento dos mercados mundiais provocando uma pressão competitiva mais forte para a indústria nacional, impactada pela redução mais acentuada da demanda externa por seus produtos pouco competitivos. Cabe mencionar que, nos anos anteriores, a indústria já havia sofrido os impactos do aumento das importações, o que contribuiu para um efeito ainda mais forte sobre a economia nacional.
A dinâmica da indústria impacta diretamente os demais setores econômicos. Além de seu papel relevante na geração de empregos formais, ela possui grande intensidade de capital, demandando elevados investimentos e insumos tanto na forma de bens como de serviços desde suporte às áreas meio até a busca de inovações. A perda de participação industrial no valor adicionado – de 28,4% em 2005 para 25,7% em 2015 expõe a persistência de custos
sistêmicos e estruturais. Conforme IEDI (2015a), os fatores que impactam negativamente a competitividade da indústria, incluem a tributação elevada e complexa, a infraestrutura insuficiente, o baixo nível de qualificação da mão de obra, assim como o elevado custo de capital de terceiros. O câmbio acentuadamente valorizado ao longo da última década também dificultou a “reação dos setores domésticos através de aumentos de produtividade e reduções de custos” (IEDI, 2015b).
O Gráfico 9 exibe a trajetória de crescimento dos setores que compõem a indústria. O setor de produção de distribuição de energia elétrica, água e gás mostra uma trajetória de crescimento entre 2005 e 2015 em linha com o crescimento do PIB. Seu desempenho segue principalmente a evolução da produção de energia elétrica e de gás, os quais respondem por cerca de 80% do valor adicionado desse setor.
A indústria extrativa vinha sendo beneficiada pelo mercado externo favorável e pela forte competitividade que possui, fruto da alta qualidade do minério brasileiro e da logística fortemente integrada com os mercados internacionais e nacionais. A mineração não energética brasileira – predominantemente ferro – possui excelente qualidade de rochas e uma estrutura logística de escoamento integrada ao mercado internacional. Dessa forma o custo da extração do minério brasileiro está na posição inferior das curvas de custo mundial 7 .
Entretanto, nos últimos anos o setor sofreu com os impactos da redução dos preços do minério e do petróleo no mercado internacional, além da desaceleração da economia da China, para onde se destina 66% das exportações brasileiras de minério. Tais fatores não impediram que o setor alcançasse crescimento expressivo de 8,6% em 2014 e de 4,9% em
2015.
A indústria de construção civil e infraestrutura foi marcada, nos últimos 10 anos, por períodos de forte crescimento, em especial a partir de 2010, quando se observou um boom no setor.
Entre 2007 e 2011 o VA da construção apresentou uma taxa média de crescimento de 8,5% a.a., segundo dados do IBGE. No entanto, desde 2012 essa trajetória vem se revertendo, com o setor apresentando queda acentuada em 2015 de -7,6%. O índice de confiança do setor de
construção, publicado pela FGV, atingiu em dezembro o menor nível da série, que tem início em 2010. Entre os fatores que contribuíram para esse movimento pode-se destacar a queda na confiança dos agentes, o aumento das restrições de crédito e o ajuste fiscal em curso.
Soma-se a isso a fraca demanda do setor imobiliário, prejudicada pelo aumento do desemprego e pela redução das rendas das famílias, resultando em um crescimento significativo do nível de estoques de imóveis residenciais no período.
Na indústria de transformação, a evolução recente do consumo de bens duráveis reflete em grande medida a mesma deterioração das condições de mercado interno que impactou a contrução civil. Destaca-se a desaceleração da massa salarial e do crédito, bem como maior comprometimento da renda das famílias.
Resumo
Esse estudo procura analisar a influência de políticas macroeconômicas para
desenvolvimento da indústria brasileira e da economia, além da influência da
microeconomia sobre o andamento da economia como um todo, bem como no
âmbito da indústria no país. Primeiramente, tem-se a análise do conceito de
desenvolvimento da indústria e da economia. Após isso, tem-se a análise embasada em autores importantes a respeito de macroeconomia e microeconomia relacionadas à indústria. 
ABr [Instituto Aço Brasil]. Mercado Brasileiro de Aço. Rio de Janeiro: IABr, 2014.
______. Anuário Estatístico 2015. Rio de Janeiro: IABr, 2015.
IBGE. Contas Nacionais Trimestrais. Rio de Janeiro: IBGE, dez. 2015.
______. Pesquisa Mensal de Comércio. Rio de Janeiro: IBGE, jan. 2016.
______. Pesquisa Mensal de Emprego. Rio de Janeiro: IBGE, dez. 2015.
IEDI [Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial]. Para vencer a crise. 2015a.
Disponível em: <http:// http://www.iedi.org.br/>. Acesso em: 17 fev. 2016.
______. Contribuições para uma agenda de desenvolvimento do Brasil. 2015b. Disponível em:
<http:// http://www.iedi.org.br/>. Acesso em: 17 fev. 2016.
IPEA [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada]. Produtividade no Brasil: desempenho e
determinantes – Volume I. Organizadores: Fernanda De Negri, Luiz Ricardo Cavalcante. –
Brasília:ABDI: IPEA, 2014.
______. Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes – Volume II.
Organizadores:Fernanda De Negri, Luiz Ricardo Cavalcante. – Brasília:ABDI: IPEA, 2015.
Fontes de dados
BCB [Banco Central do Brasil]: http://www.bcb.gov
EIA [U.S. Energy Information Agency]: http://www.eia.doe.gov
FMI [Fundo Monetário Internacional]: http://www.imf.org
IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]: http://www.ibge.gov.br
MDIC [Ministériodo http://www.mdic.gov.br Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior]:
MTPS [Ministério do Trabalho e Previdência Social]. RAIS - Relação Anual de Informações
Sociais. http://www.rais.gov.br/sitio/index.jsf/
World Bank Commodity Price Data: http://www.worldbank.org
NOTA TÉCNICA DEA 08/16 - Caracterização do Cenário Macroeconômico para os próximos 10 anos (2016-2025)
Grafico 5 - Evolução do valor adicionado de setores da indústria 2005-2015 (2005=100)
	
	EE,Água e Gás
	Extrativa
	Construção
	Transformação
	2005
	100
	100
	100
	100
	2006
	105
	108
	98
	102
	2007
	110
	110
	109
	109
	2008
	115
	115
	115
	111
	2009
	115
	112
	120
	100
	2010
	120
	129
	140
	110
	2011
	128
	131
	150
	112
	2012
	128
	130
	152
	111
	2013
	128
	128
	160
	112
	2014
	125
	140
	158
	110
	2015
	122
	150
	140
	100
Grafico 4 - Evolução do valor adicionado 2005-2015 (2005=100)
	
	Agropecuária
	Serviços
	Indústria
	2005
	100
	100
	100
	2006
	105
	105
	103
	2007
	108
	110
	109
	2008
	112
	115
	110
	2009
	109
	119
	106
	2010
	119
	125
	119
	2011
	122
	129
	120
	2012
	120
	132
	120
	2013
	130
	135
	125
	2014
	130
	135
	123
	2015
	133
	133
	115
Gráfico 1 - Evolução de dados relacionados ao mercado de trabalho
	
	desocupação
	taxa de variação de rendimento médio mensal
	01/14
	8
	4.8
	02/14
	5.2
	5
	03/14
	4
	4.9
	04/14
	3.8
	4.8
	05/14
	5
	4.9
	06/14
	2.9
	4.8
	07/14
	4
	4.9
	08/14
	6
	5
	09/14
	4.9
	4.9
	10/14
	6.8
	4.6
	11/14
	5.2
	4.8
	12/14
	2
	4
	01/15
	5
	5
	02/15
	3
	5.8
	03/15
	2.5
	6
	04/15
	4
	6.2
	05/15
	2.5
	6.6
	06/15
	5
	6.9
	07/15
	4.7
	7.2
	08/15
	4.9
	7.2
	09/15
	4
	7.2
	10/15
	4.3
	7.6
	11/15
	3
	7
12/15
	5.5
	6.6
Gráfico 2 - Taxa trimestral de crescimento da Formação Bruta de Capital Fixa (%)
	
	Coluna B
	2013/I
	3
	2013/II
	8.5
	2013/III
	7.3
	2013/IV
	4.4
	2014/I
	4
	2014/II
	-6.6
	2014/III
	-7.7
	2014/IV
	-6.9
	2015/I
	-10.1
	2015/II
	-12.9
	2015/III
	-15
	2015/IV
	-18.5
Gráfico 3 - Evolução da balança comercial (US$ dólares)
	
	Exportação
	Importação
	Saldo da Balança Comercial
	2005
	120
	70
	50
	2006
	140
	80
	60
	2007
	160
	110
	50
	2008
	200
	170
	30
	2009
	150
	150
	0
	2010
	210
	200
	10
	2011
	250
	220
	30
	2012
	230
	210
	20
	2013
	230
	230
	0
	2014
	210
	220
	-10
	2015
	190
	170
	20
???
Página 
??? (???)
00/00/0000, 00:00:00
Página / 
	Ano
	IPCA
	Selic (Fim do Periodo)
	2007
	4,46%
	11,25%
	2008
	5,90%
	13,75%
	2009
	4,31%
	8,75%
	2010
	5,91%
	10,75%
	2011
	6,50%
	11,00%
	2012
	5,84%
	7,25%
	2013
	5,91%
	10,00%
	2014
	6,41%
	11,75%
	2015
	10,97%
	14,25%
	
	Indicadores Econômicos
	Histórico
	Projeção
	2005-2009
	2010-2014
	2016-2020
	2021-2025
	PIB mundial (% a.a.)
	3,80%
	3,90%
	3,60%
	3,80%
	Comércio mundial (% a.a.)
	3,50%
	5,80%
	4,10%
	4,70%
	PIB nacional (% a.a.)
	3,70%
	3,30%
	1,40%
	3,50%
???
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