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* * LEI PENAL NO TEMPO – ARTIGO 2.º, CP. A lei começa a produzir efeitos após a sua entrada em vigor, passando a regular todas as situações futuras (regra) e passadas (exceção). A entrada em vigor equivale ao nascimento da lei. Após esse momento, a lei vige até que outra posterior a revogue (art. 2.° da LICC). A revogação (equivale à morte da Lei) pode ser expressa ou tácita. Expressa: a lei posterior declara textualmente que a anterior não mais produz efeitos. Tácita: a lei posterior não determina expressamente a revogação da anterior, mas com esta é incompatível ou regula inteiramente a matéria antes tratada. O fenômeno jurídico pelo qual a lei regula todas as situações ocorridas durante seu período de vida, isto é, de vigência, denomina-se atividade (regra). Quando a Lei regula situações fora do seu período de vigência, ocorre a chamada extra-atividade (exceção). * * ABOLITIO CRIMINIS –Artigo 2.º caput A nova Lei deixa de considerar como infração um fato que era anteriormente punido. Natureza Jurídica: Extinção da punibilidade – Art. 107, III, CP NOVATIO LEGIS IN MELLIUS – Art. 2º, § único: Efeitos: Exclui todos os efeitos jurídico-penais do comportamento antes considerado infração. Importância prática: a persecutio criminis, ainda não foi movimentada: o IP ou Ação Penal não pode ser iniciado; * * Cessação dos efeitos da condenação: Condenação é ato do juiz, sob a forma de sentença que transforma a pena abstrata em concreto. Rol dos culpados: O nome do réu é riscado do rol dos culpados; vida pregressa. Se vier a praticar outra infração, a conduta anterior não o prejudicará. Efeitos civis: A obrigação civil de reparação do dano causado constitui efeito secundário da condenação (Art. 91, I, CP). A Lei nova descriminante não exclui essa obrigação. O Art. 2.º diz: “efeitos penais”, perdurando os de natureza civil. Ex. Adultério. * * A extra-atividade pode ocorrer com situações passadas ou futuras: retroatividade - quando a lei regula situações passadas, ou seja, ocorridas antes do início de sua vigência. ultra-atividade - quando se aplica, mesmo após a cessação de sua vigência. * * Lei nova incriminadora: A Lei que incrimina novos fatos é irretroativa, uma vez que prejudica o sujeito. Sujeito que realiza o fato na vacatio legis: Não pratica crime, uma vez que a Lei penal adquire obrigatoriedade quando entra em vigor. Novatio legis in pejus: Se agrava a situação do sujeito, não retroage. Crime continuado: Art.71. Aplica-se a lei nova, ainda que mais gravosa. Sum. 711 STF. Competência para a aplicação da Lei posterior mais benéfica: se antes da sentença: cabe ao próprio juiz ou tribunal se após a sentença transitada em julgado: cabe ao juiz das Execuções. Súmula 611 do STF – Art. 66, I da LEP Combinação de Leis: Há duas posições: não se admite a combinação de leis para favorecer o agente, pois estaria o juiz criando uma terceira Lei, o que não é permitido. Admite a combinação: Damásio, Celso Delmanto, Mirabete: se o juiz pode aplicar o “todo” de uma ou outra Lei, poderá também mesclar. * * LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA – ART. 3.º Leis excepcionais: São aquelas promulgadas em casos de calamidade pública, guerras, revoluções, epidemias, etc. Leis temporárias: São as que possuem vigência previamente fixada pelo legislador. Terá vigência até certa data. Princípio da reserva legal: Não derrogam o citado princípio, uma vez que não se aplicam a fatos ocorridos antes de sua vigência. * * Características: Auto-revogação: O término da vigência das leis excepcionais e temporárias não depende de revogação por lei posterior, fugindo à regra geral. Fala-se em auto-revogação. Ultra-atividade: Elas são ultra-ativas, pois continuam a serem aplicadas aos fatos praticados durante a sua vigência, uma vez que se assim não fosse, todos os que tivessem desobedecido a sua norma nos últimos dias de vigência ficariam impunes e assim, uns seriam condenados, outros não. Exemplo: Durante uma revolução, o legislador estabelece como crime “passar em determinada ponte”. João realiza a conduta punível, e no transcorrer do processo, termina a revolução. Ocorre auto-revogação da Lei Penal excepcional. O criminoso pode ser condenado. * * ARTIGO 4.º - Tempo do Crime Tempo do crime é o momento em que ele se considera cometido. A determinação do tempo em que se reputa praticado o delito, tem relevância jurídica não somente para fixar a Lei que o vai reger, mas também para fixar a imputabilidade do sujeito etc. Teorias: Teoria da Atividade – Considera praticado o crime no momento da prática da ação ou omissão. Teoria do Resultado (do Evento ou Efeito) – Considera o tempus delicti o momento da produção do resultado. Teoria Mista (ou da Ubiqüidade) – Tempus delicti é indiferente, o momento da ação ou do resultado. O CP adotou a Teoria da Atividade. Foi também a Teoria adotada pela Lei dos Juizados Especiais Criminais (artigo 63, Lei 9.099/95).
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