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Fichamento processo civil processo de execução novo CPC 2015 WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo, Curso avançado de processo civil execução, 2015

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WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo, Curso avançado de processo civil: execução, volume 2, 16. Ed. Ver e atual São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
CAPITULO 1. Conceito de execução jurisdicional
	É aquela que cabe ao Estado assegurar a observância do ordenamento jurídico, cabendo apenas ao Estado por em pratica a sanção de modo institucional, que é a forma e condição aplicadas.
	A execução não se confunde com o cumprimento espontâneo do dever pelo obrigado, ao contrario havendo adimplemento não surgira a necessidade de incidência de sanção negativa a execução, alude-se que é o cumprimento pelo próprio devedor.
	Não se confunde com a sentença constitutiva, que é que modifica um estado jurídico, seja para constituí-lo ou desconstituí-lo, pois a dificuldade neste caso é o entendimento de que a sentença constitutiva estará havendo uma sanção. Através da sentença constitutiva há satisfação de um direito potestativo que pode ser a formação, a alteração ou extinção de um estado jurídico independente da vontade do devedor, a execução sempre consiste numa atuação pratica do devedor. 
	A execução diferencia-se da autotuela que é a defesa direta e pessoal de uma pretensão pelo próprio interessado a “justiça com as próprias mãos”.
	Não se confunde com a execução imprópria, que é atividade desenvolvida por órgãos oficiais não integrantes do judiciário para inscrever atos em registro publico em cumprimento de decisão judicial, tal atividade é mera formalização da execução. 
	Cumprimento de diligencias como citações, intimações, expedições de alvarás, também não consiste necessariamente em execução, são ato instrumentais.
	Por fim a diferenciação da execução indireta, que é a aplicação judicial de medidas de coação, de pressão psicológica sobre o devedor a fim de que voluntariamente cumpra a obrigação, exemplo de multa diária ate que a obrigação se cumpra, segundo entendimento prevalecente da doutrina essa não seria a rigor execução.
	Não parece inadequado reputar execução indireta como verdadeira forma de execução, pois através dela há verdadeira atuação de sanção, pois entende-se que jamais realiza colaboração da atividade voluntaria do inadimplente (WAMBIER, L. R; TALAMINI, E, 2015, p.51).
Execução geral
	A atividade jurisdicional executiva identifica-se pela atuação da vontade concreta da lei, através da substituição das partes pelo Estado, substituindo em maior ou menor grau a conduta do credor e do devedor, onde é constante a intervenção do juiz.
	Há dois tipos de atividade jurisdicional: a cognitiva e a executória. A primeira é intelectual, o juiz investiga os gastos ocorridos anteriormente e define a norma que esta incidindo no caso concreto. A segunda é prevalentemente material, busca-se o resultado pratico e concreto a exemplos de retirada de um bem do patrimônio do devedor e sua entrega ao credor, expropriação, alienação e entrega do dinheiro obtido ao credor. A atividade de conhecimento não se confunde com a execução, sendo esta um processo autônomo. Sendo viável ocorrer processo de execução sem que tenha havido processo de conhecimento, nas hipóteses de titulo executivo extrajudicial.
	Nada impede que atividades cognitiva e executiva sejam desenvolvidas na mesma relação processual, é que se da nas chamadas ações executivas lato sensu, em que a efetivação da sentença de procedência dispensa nova demanda do autor; sua execução tem vez no processo em curso, independente até de pleito do interessado.
CAPITULO 2. Requisitos da execução
	
	Como conseqüência direta da existência da atividade jurisdicional cognitiva e executiva, aplica-se ao processo de execução e cumprimento de sentença as regras sobre pressupostos processuais e condições da ação.
	As partes precisam ter capacidade de ser parte e estar em juízo, sendo representadas por seus advogados; o juiz não pode ser impedido nem incompetente, sendo vedada a reiteração de pretensão executiva já externada em processo em curso; a petição inicial deve ser regular e apta; impõe-se a presença de interesse processual, possibilidade jurídica do pedido e legitimidade das partes. 
	No processo de execução não haverá discussão acerca da efetiva existência do direito, as poucas defesas relativas ao mérito que o executado pode suscitar precisam ser apresentadas mediante incidente de impugnação ao cumprimento da sentença. E o art. 523 prevê que a execução de credito fundar-se-á em titulo executivo certo, liquido e exigível, também alude a liquidez a quantia do objeto da condenação.
Titulo executivo.
	Titulo executivo é cada um dos atos jurídicos que a lei reconhece como necessários e suficientes para legitimar a realização da execução, sem qualquer indagação a acerca da existência do credito. Só autorizara execução aquele ato que a lei qualificar como tal.
	O titulo afasta a necessidade de qualquer investigação, no bojo da execução, acerca da existência do direito. O juiz só verifica se o exequente junto o documento representativo da de algum daqueles atos catalogados na lei como titulo executivo, liquido, certo e exigível, se juntou é o que basta o juiz defere a execução. 
	 Há divisão dos títulos executivos em judiciais e extrajudiciais, os executivos extrajudiciais serão sempre executados mediante processo autônomo de execução, ao passo que os títulos executivos judiciais normalmente darão ensejo a uma fase de cumprimento de sentença inserida no próprio processo em que o titulo se formou.
	Títulos executivos judiciais
	
	Consiste em provimentos jurisdicionais, que contem a determinação a uma das partes de prestar algo a outra.
	Destacam-se:
	A sentença proferida no processo judicial civil que contenha eficácia condenatória, que é a determinação para uma parte cumprir prestação perante a outra, não se fazendo presente apenas nas sentenças condenatórias, mas também nas de natureza declaratórias e constitutivas que em algumas exceções veiculam condenações.
	Sentença penal condenatória transitada em julgado (art. 515, VI, CPC) que é eficácia civil da sentença penal condenatória, que condena o acusado, para a vitima receber indenização civil, a ser arcado pelo condenado em virtude do crime que cometeu. Não será necessário novo processo, bastando que se proceda apuração do valor devido através do procedimento de liquidação. Agora quando se pretender a indenização perante outros responsáveis civis que não a pessoa condenada na esfera penal, como exemplo os do art. 932, III do código civil a sentença penal não servira de titulo executivo, havendo necessidade de instauração de processo especifico para execução e liquidação.
	Sentença homologatória de conciliação ou transação mesmo que não inclua matéria posta em juízo.
	Sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça
	Formal e certidão de partilha, que é a formalização de transferência de titularidade de bens em virtude de sucessão causa mortis 
	Sentença arbitral, decisão final de procedimento de arbitragem de comum acordo, a sentença será titulo executivo quando contiver eficácia condenatória.
	Outros dispositivos legais esparsos também podem criar títulos executivos judiciais.
	Títulos executivos extrajudiciais
	Os títulos executivos extrajudiciais tem sua criação fundamentas na alta probabilidade de violação de norma ensejadora de sanção, alguns deles:
Letra de cambio, nota promissória, duplicata, debênture, cheque.
Escritura publica ou outro documento público assinado pelo devedor, o instrumento de transação extrajudicial referendado pelo ministério publico.
Contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida.
O credito decorrente de foro e laudêmio
O credito documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio.
O credito de serventuário de justiça, perito, interprete.
Certidão de divida ativa da fazenda publica da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
O art. 784, XII, CPC/15 ressalva que os títulosexecutivos extrajudiciais todos os demais que a lei atribuir força executiva.
	
Liquidez, certeza e exigibilidade
	Não basta a presença do titulo executivo nos termos do art. 783 “A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.” São atributos necessários a representação do direito no titulo.
	A lei impõe como condição para executar que o titulo traga a representação de obrigação de obrigação certa, não esta exigindo certeza, o requisito não concerne se obrigação existe ou não, pois isso não é matéria da execução. A circunstancia da obrigação ser alternativa não afeta o requisito da certeza, se a escolha couber ao credor ele devera indicar na petição inicial da execução art. 800, §2º “A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la.” Cabendo ao devedor, Art. 800, caput ele “será citado para exercer a opção para realizar a prestação dentro de 10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei, no contrario, ou na sentença.”
	Outros dois requisitos.
	Estará satisfeito o requisito da exigibilidade se houver a precisa indicação de que a obrigação já deve ser cumprida, conforme o art. 514 “quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o credor não poderá executar a sentença sem provar que realizou a condição ou que ocorreu o termo.” 
	Há liquidez autorização da execução quando o titulo permite, independente de prova de outros fatos, a exata definição de bens devidos, indicada diretamente ou por número final apurado mediante critérios constantes do próprio titulo ou fontes oficiais publicas. Quando a obrigação é infungível o problema de determinação desaparecer, mas quando é fungível recai sobre coisa determinada unicamente pelo gênero e a quantidade, é imprescindível estabelecer a quantidade de bens objeto da prestação.
Inadimplemento
Para que possa ocorrer a execução é preciso que tenha havido a violação da norma, acarretadora de sanção. O art. 786 disciplina o prosseguimento da execução ao inadimplemento “A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.” 
O art. 787 “Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo.” Hipótese em que as partes têm obrigações recíprocas e o cumprimento de uma delas não pode ser exigida enquanto não implementada da outra. Neste caso o executado poderá exonerar-se da obrigação depositando em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz suspendera a execução, não permitindo que o credor a receba
É certo que tendo adimplemento e reconhecido pelo credor a execução é inadmissível, mas afirmado o inadimplemento pelo exequente, a alegação e demonstração terão de ser feitos nos embargos (procedimento autônomo, embora incidental ao processo de execução) ou impugnação ao cumprimento de sentença. 
Inadimplemento absoluto são obrigações especificas (obrigação de entrega de coisa, obrigação de fazer, ou não fazer) traz a impossibilidade da obrigação e a sua execução especifica, implica a conversão em obrigação de pagar perdas e danos. Outras vezes o inadimplemento não impossibilita o cumprimento da obrigação, ele é chamado de inadimplemento relativo ou mora, pois permanece viável a execução em relação a própria obrigação inadimplida. Em regra a mora configura-se de modo automático, basta o advento do termo ou implemento da condição para o cumprimento da obrigação sem que esse ocorra para que configure o inadimplemento. Neste caso o credor terá de fazer prova na interpelação na petição inicial da execução. 
Muitos civilistas cogitam a possibilidade de haver inadimplemento antecipado da obrigação, mesmo antes do advento do termo ou implemento da condição a partir da qual a obrigação seria exigível bastando condutas do devedor que não ira cumprir a obrigação.
Competência para executar
	A competência para processamento de execuções fundadas em títulos executivos judiciais é detida:
Pelos tribunais de sua competência originaria, por exemplo, de um estado da Federação que é proposta diretamente no STF.
Pelo juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição o juízo.
Pelo juízo cível competente quando o título executivo for sentença penal condenatória
Para a execução de sentença estrangeira homologada pelo STJ, será competente a justiça federal de primeiro grau.
Existem regras especificas de competência para execuções fiscais (tem por titulo inscrição em divida ativa conforme o art. 784, IX “A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei.”
Ação de execução
A ação de execução é a demanda formulada ao juiz, pedindo a execução e os demais atos que o exequente pratica, tem os mesmos atributos da ação de conhecimento, é publica, independente, autônoma, abstrata e condicionada 
Publica pois é dirigida ao Estado que atuara a sanção.
Independente, autônoma e abstrata uma vez que ação executiva existira ainda que não o direito de credito.
Condicionada no sentido de que a sua existência esta subordinada a requisitos diversos da própria existência do direito cuja efetivação se pleiteia.
Pode-se definir ação de execução como direito de se ativar a aplicação material da sanção pela jurisdição, de modo tal que nenhuma alegação quanto a efetiva existência do direito a sanção possa ser feita no próprio processo de execução.
Cumulação de demandas executivas
	O art. 780 traz o seguinte texto: “O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.” Tal regra é aplicável apenas ao processo autônomo de execução, e não ao cumprimento de sentença, quando este é mera fase processual destinada a execução da sentença proferida naquele processo.
	Os requisitos são: (I) identidade do credor; (II) identidade do devedor; (III) o juiz deve deter competência absoluta para processar todos os pedidos executivos (por exemplo não pode cumulativamente executar um cheque o qual é competente um juiz estadual de primeiro grau, e uma sentença estrangeira homologada pelo STJ, cuja competência é de juiz federal de primeiro grau) (IV) todos os pedidos devem ser submetidos a mesma forma de processo executivo (exemplo: não se admite cumulação de execução de obrigação de fazer com execução para entrega de coisa) admite a cumulação subjetiva quando o titulo faz menção a vários credores ou devedores. 
CAPITULO 4. Partes e terceiros na execução. Responsabilidade Patrimonial. Fraudes
Partes
	Ao tratar de legitimidade na execução alude a legitimidade originaria e derivada, ordinária ou extraordinária.
	A divisão entre legitimidade originaria e derivada vincula-se sobretudo ao tema da sucessão e da cessão de direitos.
	A legitimidade ativa esta estabelecida no art. 778 “Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.”
	O credor a quem a lei confere titulo executivo “§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário.” Aquele cuja condição de credor é atribuída diretamente pelo titulo executivo detem legitimidade ativa ordinária originaria. 
	O Ministério Público “I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;”
	O preceito refere-se a legitimação ativa extraordinária, vale dizer aqueles casos em que embora o ministério publico não conste como credor no titulo, ele pode propor execução em virtude de expressa previsão legal.
O fiador, quando paga a divida pelo afiançado, sub-roga-se no credito. Se tal pagamento se da no curso da execução, o fiador então art.795 “poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo.”
 
Legitimação passiva:
	O devedor reconhecido no titulo executivoart. 779 “I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;”
	O espolio em legitimidade passiva ordinária derivada depois de constituído o titulo transmite-se a condição de devedor. “II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;”
Responsabilidade patrimonial
	O titulo executivo estabelece três posições fundamentalmente a execução: (I) confere ao órgão judicial função executiva; (II) confere ao credor o poder de exigir a realização de tais medidas constritivas pelo órgão judicial; (III) em correspondência as duas anteriores, submete o devedor a responsabilidade executiva ou patrimonial.
	Responsabilidade consiste a sujeição a atuação da sanção. É a situação em que se encontra o devedor de não poder impedir a sanção. Tem a sua diretriz no art. 789 “O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.”
	Duas proposições fundamentais: todos os bens do devedor respondem por suas obrigações, porem daí que: (I) há bens que não respondem por suas obrigações; (II) há bens de terceiros que por elas respondem.
	Por razões de ordem política social e humanitária a lei exclui alguns bens específicos que são bens impenhoráveis: art.833 traz o rol de tais bens:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os saldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
	O mesmo critério é observado no inciso III segundo o qual são impenhoráveis os vestuários e pertences pessoais. 
	Relativamente impenhoráveis os bens que na falta de outros podem ser penhorados e expropriados conforme o art. 834 “Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis.”
	Os bens do devedor gravados de hipoteca e penhor em favor de um dos credores também escapam
	A lei 8.009/1990 instituiu a impenhorabilidade do imóvel residencial único ou de menor valor do casal ou de entidade familiar. “o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas” (sumula 364 STJ).
	Os bens públicos são também impenhoráveis previsto no art. 100 da Constituição Federal.
	
Terceiros submetidos a responsabilidade patrimonial
	Podem ser reunidos em um grupo os bens que pertenceram ao devedor, não pertencem mais, e mesmo assim permanecem sujeitos
	Bens alienados em fraude contra credores quando já gravados de penhora
	Bens hipotecados ao credor e depois alienados a terceiro, isso decorre o direito de seqüela inerente aos direitos reais. 
	Bens do sucesso a titulo singular, tratando de execução fundada em direito real art. 790, I, “Do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;”
	“Bens do sócio nos termos da lei art. 790, II “do sócio, nos termos da lei;” o sócio pode valer do beneficio previsto no art. 795 “ Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei.”
§ “1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.” Cabendo nomear bens da sociedade sitos na mesma comarca, livres e desembargos quantos bastem para pagar o debito.
	Por fim, aponte-se que mera circunstancia de bens do devedor estarem na posse de terceiro não os libera da sujeição executiva art. 790, III, “ do devedor, ainda que em poder de terceiros.”
Capitulo 5. Princípios da Execução.
Principio da autonomia da execução.
	A Execução tem autonomia estrutural caracterizada pela possibilidade desenvolvimento de um processo próprio e autônomo. 
	Seja nos casos que a execução desenvolve em processo próprio
	Seja nos processos sincréticos estabelecidos pelas reformas em que cognição e execução põem-se em fases inconfundíveis
Principio do titulo
	A drasticidade da execução sobre a esfera jurídica do executado faz com que ela subordine-se a previa existência de um titulo executivo (art. 786, 783, 803, I) seja na fase de cumprimento de sentença (art. 784). Afinal, nelas a atuação pratica da decisão é normalmente operada de oficio pelo magistrado. Não há necessidade de se cogitar um titulo executivo que caiba a aparte apresentar como substrato de seu requerimento a execução, pois tal requerimento não tem vez. Titulo ai estaria apenas para atuar executivamente de oficio, o juiz teve antes de atuar cognitivamente.
	Por outro lado não fica descartada a configuração de titulo derivado de provimentos sumários (antecipação de tutela condenatória).
	
Principio da realidade da execução e da responsabilidade patrimonial
	De acordo com este principio, a execução recai sobre o patrimônio do executado e não sobre a sua pessoa, mas há exceções, como a remoção com uso de força do executado do bem imóvel. A prisão civil contra devedor de alimentos.
Principio da disponibilidade da execução
	A finalidade da execução é a satisfação do credor (art. 789) consequentemente é amplo a disponibilidade do exequente em relação a ação executiva.
	Ele pode desistir sem que o executado tenha interesse jurídico de opor-se a tanto (art. 775). Por outro lado o exequente pode transferir o direito, já no curso da execução, com automática mudança da parte autora da ação independente de concordância do executado art. 778, §1º, “Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. III o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos.”
Principio do menor sacrifício do executado.
	Em prol do credor, deve-se buscar sempre o caminho menor oneroso para o devedor. Norma expressa no art. 805 “Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.”
	Não se busca pelos meios executivos civis, a punição do devedor, quando necessário o ordenamento prevê a sanções punitivas para o transgressor do direito. O disposto no art. 805 é o desdobramento do principio da proporcionalidade.
	Podem ser mencionados os seguintes mecanismos para a execução que leva em conta essa diretriz.
O direito do devedor pedir substituição do bem penhorado por outro. No prazo de 10 dias depois de intimado da penhora, desde que prove que não trará prejuízos ao credor e será menos oneroso para ele art. 847
O direito do devedor, quanto do credor, requerer a substituição do bem penhorado mesmo fora do prazo. Art. 848, parágrafo único. “A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constanteda inicial, acrescido de trinta por cento.”
Possibilidade do devedor ficar como depositário dos bens penhorados art. 840, §2º “Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos de difícil remoção ou quando anuir o exequente.”
Proibição de arrematação de bens do devedor por preço vil art. 891 “Não será aceito lance que ofereça preço vil.”
Impenhorabilidade de certos bens do devedor (art. 833, 834)
Possibilidade do executado requerer no prazo para embargos, o pagamento em ate seis parcelas mensais, como deposito inicial de trinta por cento do valor do debito art. 916.
CAPITULO 14. Execução para entrega de coisa
Execução para entrega de coisa certa
	A inicial executiva atendera aos requisitos dos arts. 798, 799 e no que couber o art. 319. O juiz citara o devedor para entregar a coisa no prazo de 15 dias conforme o art. 806” O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.” O juiz ao despachar a inicial, poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento do mandado executivo art. 806, §1º “Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insuficiente ou excessivo.” 
	 Citação será normalmente por oficial de justiça, cabe também por edital o por hora certa conforme as hipóteses previstas na parte geral do código.
	Surgem as seguintes alternativas:
O autor entrega a coisa, no prazo de 15 dias, constatado que entregou a coisa correta, lavra-se o termo e extingue-se a execução. Mediante sentença art. 924, II “Extingue-se a execução quando: a obrigação for satisfeita.”	 A não ser que o titulo contivesse ainda condenação de pagamento de quantia certa referente a perdas e danos, ai prossegue-se a execução por quantia certa art. 807 “Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver.”
O executado não entrega a coisa, pois pretende opor embargos, e sim, deposita em juiz, no prazo de 15 dias, lavra-se o termo de deposito nos autos (art. 806 parte final). O devedor terá 15 dias para opor embargos contados da juntada dos autos do comprovante de citação art. 915 “Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231.” Recebido os embargos com efeito suspensivo, fica sustado o processo de execução, de modo que a coisa não poderá ser levantada pelo credor até a sentença de improcedência dessa ação incidental de conhecimento proposta pelo executado, quando se houver apelação, a execução prossegue como provisória. 
O devedor não deposita a coisa nem entrega a coisa no prazo e 15 dias. Expede-se mandado de imissão de posse ou busca e apreensão conforme o art. 806, §2º “Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo que lhe foi designado.” Na busca e apreensão ou imissão na posse, a execução só poderá ser extinta por sentença depois de transcorrido em branco o prazo de embargos ou após estes serem rejeitados. A estrutura geral esta prevista nos art. 808, 809, 810.
Coisa alienada a terceiro depois de pendente a ação.
	Citado o réu no processo executivo ou no processo de conhecimento, a coisa se torna litigiosa (art. 240). Quem adquire depois disso só poderá ingressar no processo no lugar do anterior titular do bem, se houver concordância do adversário (art. 109, §1º) e mesmo que não ingresse a sentença proferida entre as partes originarias estender-lhe-á a seus efeitos (art. 109, §3º)
	Em consonância, o art. 808 estabelece que “Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido após depositá-la.” Esta regra coíbe a fraude a execução. O terceiro só será ouvido depois de depositá-la. Ele detém a condição de mero responsável. 
	A responsabilidade do terceiro, diante da execução é restrita ao bem, que se pretende a entrega, indenização é unicamente devida pelo devedor art. 809 “O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.”
Conversão em execução genérica
	E possível alem da cumulação para entrega de coisa com execução por quantia certa. O credor terá direito ao recebimento da obrigação pecuniária em lugar do bem nas seguintes hipótese (a) a coisa não lhe é entregue; (b) a coisa deteriorou-se; (c) a coisa não é encontrada; (d) o credor não pretende que a atividade executória se volte contra terceiro que adquiriu a coisa.
	Se no próprio titulo já constar o valor da coisa, este será adotado, se for o caso é acrescido atualização monetária, onde o credor devera apresentar demonstrativo art. 509 e 798, b. para avaliação da coisa por perdas e danos procerde-se-á a liquidação art. 809, 2º “Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.” O próprio credor fará a estimativa a qual será submetida ao juiz art. 809, §1º “Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial.”
Benfeitorias indenizáveis
	O ordenamento consagra hipóteses em que determinadas benfeitorias serão indenizada a quem fez (art. 1.219 do código civil) toda vez que houver benfeitorias indenizáveis, cumpre o credor promover a sua previa liquidação. O credor não pleiteara a liquidação não só quando o titulo aludir, mas sempre que saiba existir as benfeitorias. Se o credor não propor diretamente a execução sem liquidá-las corre o risco do executado apresentar embargos art. 917, IV e §5º “Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa; Nos embargos de retenção por benfeitorias, o exequente poderá requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou dos danos considerados devidos pelo executado, cumprindo ao juiz, para a apuração dos respectivos valores, nomear perito, observando-se, então, o art. 464.” Hipótese que para ser imitido da posse da coisa, o exequente precisara prestar caução ou depositar o valor devido pelas benfeitorias ou compensar esse debito com eventual credito art. 917, §6º “O exequente poderá a qualquer tempo ser imitido na posse da coisa, prestando caução ou depositando o valor devido pelas benfeitorias ou resultante da compensação.”
Execução para entrega de coisa incerta
	 Recebe tratamento parcialmente especifico a execução para entrega de coisa incerta. A coisa incerta exige previa individualização pelo gênero e quantidade art. 811 “Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha.”
	Toda vez que o titulo retratar obrigação de entrega de coisa determinadas apenas pelo gênero e quantidade, o devedor será citado para em 15 dias (art. 806 e 813) entregá-las individualizadas.
CAPITULO 13. Obrigação de fazer e não fazer.
	
Execução de obrigação de fazer
	Antes da lei 8.953/1994 execução de obrigação de fazer só podia amparar-se em titulo executivo judicial, não se admitia em titulo extrajudicial, com o advento da lei passou a ser possível. Por outro lado a sentença no processo de conhecimento impõe o cumprimento de dever de fazer ou não fazer, deixou de ter força meramente condenatória passando a ser efetivada de oficial. 
	A petição inicial observara as formalidades previstas nos arts. 798 e 799 e no que couber no art. 319 e seguintes, estando devidamente instruída a peça o juiz deferira a expedição do mandado executivo, fixando seu prazo de cumprimento, cominara a multa incidirapor dia de atraso. Citado o devedor abrem-se três alternativas:
O devedor atende ao mandado cumprindo a obrigação de fazer, neste caso depois de pagar as custas e os honorários advocatícios, o processo será extinto através de sentença, se ele apenas satisfazer a obrigação, mas não arcar com as verbas processuais, prosseguir-se-á, nos mesmos autos com a execução, por quantia certa.
O devedor propor embargos a execução, no prazo do art. 915. Se forem recebidos pelo juiz sem efeito suspensivo, aplicar-se-á o exposto na primeira hipótese, acima ou na terceira a seguir.
Não cumprimento da obrigação, nem propositura de embargos, neste caso a execução prosseguira incidindo a partir da data fixada pelo juiz, a multa diária, salvo se a obrigação já ter se tornado impossível.
 	Se a prestação for fungível o credor terá a faculdade de escolha entre:
Optar pela conversão da originaria obrigação de fazer em perdas e danos art. 816 “Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização.”
Pedir nos próprios autos do processo o cumprimento da obrigação por terceiro a custa do executado art. 817 “Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a satisfaça à custa do executado.”
O exequente tem preferência para ele mesmo prestar o fato pelo mesmo valor proposto pelo terceiro selecionado art. 820 “Se o exequente quiser executar ou mandar executar, sob sua direção e vigilância, as obras e os trabalhos necessários à realização da prestação, terá preferência, em igualdade de condições de oferta, em relação ao terceiro.” Caber-lhe-a exercer esse direito no prazo de cinco dias contados da data em que ele for dado conhecimento da proposta selecionada art. 820 parágrafo único “O direito de preferência deverá ser exercido no prazo de 5 (cinco) dias, após aprovada a proposta do terceiro.” 
Frisa-se que não há prazo para o credor requerer a prestação do fato por terceiro ou a conversão em perdas e danos, ele pode aguardar por um período, apostando que o devedor, pressionado pela multa diária ainda que cumpra a prestação.
O art. 821 disciplina obrigação infungível, entende-se a todas as hipóteses de impossibilidade de prestação por terceiro. “Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.”
Nos termos do parágrafo único deste artigo, diante do descumprimento pelo devedor e da impossibilidade de que terceiro cumpra, a obrigação se converte em perdas e danos, nos mesmos autos instaura-se a liquidação por quantia certa art. 816 parágrafo único “O valor das perdas e danos será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.”
Execução de obrigação de não fazer
	Deferida a petição, que observara os art. 798, 799. 
	Normalmente já terá ocorrido a violação a obrigação de não fazer, daí o mandado executivo, será para que o devedor desfaça os efeitos do ato, cuja abstenção estava obrigado (exemplo: destruição de muro, que pelo direito de vizinhança estava proibido de construir). Tanto o desfazimento quanto a cessação da conduta serão cominadas com multa art. 814 “Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida”
	Abrir-se-ão neste espécie de execução, três caminhos.
O devedor atende ao mandado, desfazendo o que havia feito, ou abstendo-se de prosseguir com a conduta vedada, neste caso mediante o pagamento de custas e honorários advocatícios, o processo será extinto mediante sentença. 
O devedor propor embargos a execução, o prazo de quinze dias juntada aos autos comprovante da citação, recebido os embargos com efeito suspensivo o processo ficara suspenso.
Não há cumprimento da obrigação de desfazer ou de abster-se, nem propositura de embargos, neste caso a execução prossegue, incidindo a partir da data fixada pelo juiz, a multa diária, salvo obrigação já se houver tornado impossível.
Se possível o desfazimento dos efeitos do ato por terceiro, o juiz determinara que seja desfeito a custa do devedor, respondendo ainda por perdas e danos art. 823
 Conclusão
	É extremamente falho o sistema de execução das obrigações de fazer e não fazer. Exceto na hipótese de o devedor pressiona pela multa cumprir a obrigação.
	Na obrigação de não fazer, a ineficiência do processo é ainda mais marcante, pela generalidade dos casos, restara ao credor, quando possível, apenas obter o desfazimento do que não poderia ter sido feito.
CAPITULO 7. Execução por quantia certa.
Introdução
	A execução por quantia certa exige exame mais extenso que o das outras execuções, por ter maior incidência pratica. 
	Estrutura procedimental
Petição inicial
	É processo autônomo, nova relação processual instaurada por ação também autônoma. Vigora aqui o principio da demanda no processo. A execução só se inicia mediante provocação do credor, ou de outro a quem a lei confira igual prerrogativa. Aplicam-se a inicial executiva os requisitos genéricos da petição inicial. Uma vez através dela apenas se pede a aplicação da sanção já autorizada no titulo.
	Peculiaridades:
A inicial deve formular pedido mediato (obrigação monetária) e imediata, a formulação de pedido imediato terá especialidade quando por mais de um modo puder ser efetuada a execução. Se a obrigação representada no titulo for alternativa e a escolha couber ao credor, indicara na petição. Art. 800§2º “A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la.”
A inicial não dispensa apresentação da sua causa de pedir, ainda que em termos singelos.
Devera haver menção precisa ao titulo que embasa o credito o qual acompanhara a inicial art. 798,I,a. determinara que o credor apresente o titulo em 15 dias sob pena de indeferimento da inicial. Também terá de ser narrado e demonstrado que o titulo já é exigível e que apesar disso, o réu não pagou. Se a obrigação estava sujeita a termo ou condição. Alem disso deve ser apresentado o demonstrativo atualizado na inicial. 
Cumulação de demandas
Nos termos do art. 799,I quando a penhora recair sobre bens gravados com penhor, hipoteca anticrese ou usufruto em favor de terceiro, caberá ao exequente a intimação deste terceiro. 
O exequente tem possibilidade de pleitear medidas acautelatórias urgentes no próprio processo em que já se formulou. 
Inicial vera igualmente indicar valor atribuído a causa art. 771.
Não é necessário para requerimento de provas na inicial. Não há discussão quanto ao mérito da execução.
Citação e possíveis conduta do devedor
	A citação do devedor devera se efetivar-se através de oficial de justiça. Eventualmente se dara por edital desde que não seja localizado. Se dara por hora certa art. 830, §2º “ Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora certa.”
	O prazo de três dias para pagar é contado a partir da própria citação, e não da juntada do mandado executivo aos autos – eis uma diferença que permanece em relação as regras gerais do processo de conhecimento. 
	Já o prazo para embargar é de 15 dias contado na forma do art. 231. Alem dessas duas hipóteses alguns autores conceberem uma terceira conduta que ele poderia assumir o pagamento voluntario.
Arresto (pré penhora) de bens do devedor
Pode acontecer do oficial de justiça não localizar o devedor, mas encontrar bens que respondam pela divida. Nesta hipótese aplica-se o art. 830 “Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução.” 	Arrestando tantos bens quantos bastem para garantir a execução, é medida tomada ex officio pelo oficial de justiça. 
	O arresto nadamais é que penhora previa.
A pré penhora envolve as seguintes etapas:
Terá de haver concreta tentativa do oficial encontrar o devedor, não bastando uma só tentativa.
Procede-se então ao arresto
Nos dez dias seguintes o oficial de justiça deve procurar o devedor por mais de 3 vezes, art. 830, §1º “Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.”
Caso o oficial consiga citar o devedor, este poderá pagar em três dias, hipótese que ficara sem efeito o arresto. 
Caso não encontre o devedor o oficial certificara o ocorrido.
O credor então terá dez dias para requerer a publicação de editais de citação do devedor, se não requerer extingue-se o arresto.
Feita a citação por edital, o devedor terá três dias para pagar.
O devedor ainda terá prazo de 15 dias, depois de decorrido o prazo do edital, para opor embargos.
Diante da conversão do arresto em penhora, será formalizado o auto de penhora art. 838
A seguir o devedor será intimado da penhora, caso ele continue sendo encontrado, o juiz dispensara a intimação
Se depois dos editais o executado ainda assim não comparecer no processo, devera ser nomeado curador especial art. 72, II, ao qual caberá embargos de devedor.
Frisa-se que não se localizando o devedor nem bens seus, é possível proceder diretamente 
a citação por edital, sem arresto.
CAPITULO 8. Execução por quantia certa: penhora.
Extinção da faculdade de nomeação de bens a penhora pelo devedor. A possibilidade de pleito de substituição da penhora.
	 No sistema do código de 1973, no prazo de 42 horas depois da citação o devedor tinha a faculdade de se não fosse cumprir espontaneamente a obrigação, nomear bens a penhora. Faculdade que era dada em atenção ao principio do menor sacrifício. A partir da lei 11.232/2005 essa faculdade foi restrita a execução dos títulos extrajudiciais. Por fim a reforma empreendida pela lei 11.382/2006 extinguiu a figura da nomeação de bens a penhora. 
O executado é citado para pagar em três dias e desde já, para embargar em quinze dias. Não havendo pagamento em três dias o oficial promovera a penhora dos bens, sem que em principio o devedor possa interferir na definição do bem que será penhorado. O oficial empregara para tanto uma segunda via do mandado executivo, pois a primeira terá sido juntada aos autos, a fim de que tenha inicio o prazo para embargos art. 915 “Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231.” O credor sim, pode indicar na inicial os bens a serem penhorados art. 798, II, c, e 829, §2º.
O juiz pode de oficio ou por provocação do credor, intimar o devedor para que indique quais são seus bens penhoráveis e mesmo onde se encontram art. 847, §2º, sob pena de não se fazer, atentar contra a dignidade da justiça. 
A circunstancia de o devedor não deter mais o direito a nomeação inicial do bem a penhora não significa que no exercício do contraditório, controlar a legitimidade da penhora. Podendo demonstrar que o bem é impenhorável, podendo apontar os motivos conforme os incisos do art. 848 “As partes poderão requerer a substituição da penhora se: I - ela não obedecer à ordem legal; II - ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento; III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados; IV - havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; V - ela incidir sobre bens de baixa liquidez; VI - fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei.” Terá igualmente o direito de impugnar a penhora por não haver seguido a ordem legal de preferência do art. 835. Tais defeitos podem ser argüidos em embargos de executado art. 917, II “Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: II - penhora incorreta ou avaliação errônea;” 
Das decisões do juiz sobre o tema, caberá agravo de instrumento art. 1.015, parágrafo único “Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.”
Parâmetros legais da penhora
	 Penhora feira originalmente ou aquela derivada do pedido de substituição do devedor, submete-se aos seguintes parâmetros:
Observância da gradação legal dos bens sobre os quais preferencialmente deve recair a penhora art. 835 e 848, I. deu-se preferência ao dinheiro, aos bens mais fáceis de serem alienados. A regra do art. 835, procura privilegiar a eficiência da execução, mas sem desconsiderar o principio do menor sacrifício do executado, precisamente por buscar o equilíbrio entre dois princípios, tal ordem não é rígida e absoluta.
Preferência de bens desembaraçados de ônus art. 848, IV “As partes poderão requerer a substituição da penhora se: havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame;” também essas exigências tomam em conta o principio da máxima utilidade. 
Preferência por bens de maior liquides, que possam ser alienados de modo relativamente fácil
Preferência por recair sobre o bem que, por lei, contrato ou ato judicial, foi destinado a assegurar a satisfação da divida art. 848, II “ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento;”
Penhora, conceito, natureza, fins e efeitos
A penhora produtos os seguintes efeitos:
Vincula bem especifico a execução, há assim a afetação de determinado bem que se destinara as finalidades da penhora.
Penhora presta-se a conservar o bem que foi individualizado, destina-se ao resguardo de tal bem no curso da execução. Tal conservação pode ser de forma direta, retirando o bem do devedor para que fique depositado com outrem.
A penhora confere ao credor preferência em relação aos outros credores da mesma categoria que penhorem o mesmo bem posteriormente. 
Verificação de sua natureza
	É ato publico estatal praticado pelo oficial de justiça como longa manus do juiz. Não é ato privado do credor.
	Consequentemente não tem caráter contratual, não decorre de contrato entre credor e devedor e não se confunde com direitos reais de garantia.
	Por fim a penhora tem natureza executiva. É ato típico do processo de execução. Da inicio a atividade executiva propriamente dita com imposição de medidas coativas que independem de colaboração do executado.
Objeto e extensão da penhora.
	A penhora pode recair sobre todo e qualquer bem integrante da responsabilidade patrimonial do executado
Procedimento e aperfeiçoamento da penhora.
	Duas são a condições para que ocorra a penhora: existência de citação e inocorrência de pagamento
	A penhora é ato complexo, integrado por uma serie de outros
Pesquisa de bens e atos de documentação: 
a penhora feita pelo oficial de justiça, quando não há pagamento pelo executado, é formalizada pelo auto de penhora art. 841 “A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá:” Neste caso cumpre o oficial de justiça procurar bens para penhorar.
Quando a penhora derivar do deferimento de um pedido de substituição de bem penhorado. Far-se-a a sua documentação mediante termo lavrado pelo escrivão art. 849 “Sempre que ocorrer a substituição dos bens inicialmente penhorados, será lavrado novo termo.”
Investigação de bens penhoráveis e aperfeiçoamento da penhora podem realizar-se por meios eletrônicos art. 854 “Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidadeao valor indicado na execução.”
Apreensão e deposito do bem
A apreensão pode ser direta com concreta remoção ou desapossamento, ou indireta com o bem permanecendo com o devedor, embora vinculado a execução. A penhora feita pelo oficial, havendo resistência do devedor o oficial comunicara ao juiz art. 846 “Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.” que determinara o arrombamento. Se necessário o juiz requisitara força policial e os oficiais poderão prender quem resistir a ordem art. 846, §2º “Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os oficiais de justiça na penhora dos bens.” Será feito auto de resistência minucioso em duas vias outra para autoridade policial “3º Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrência, entregando uma via ao escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser juntada aos autos, e a outra à autoridade policial a quem couber a apuração criminal dos eventuais delitos de desobediência ou de resistência.” O deposito destina-se a garantir a conservação do bem. O depositário poderá ser o próprio devedor, o credor ou um terceiro. 
Inscrição da penhora no registro do bem:
A inscrição da penhora serve para gerar presunção absoluta da ciência da penhora por terceiros e a sua falta não acarreta a inexistência do ato constritivo, apenas transferindo ao exequente o ônus de provar que o terceiro adquirente do imóvel penhorado conhecia a situação do bem. Atualmente a averbação da penhora não esta restrita aos bens imóveis. 
Atos subseqüentes a penhora
Da penhora devem ser intimados (I) devedor, dando oportunidade para manifestar sobre a validade de penhora ou querer sua substituição art. 847 e 848. (II) o cônjuge do devedor se a penhora recair sobre móvel art. 842 “Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação absoluta de bens.” (III) os terceiros proprietários ou co-proprietários do bem penhorado (IV) os terceiros credores do executado que detenham direitos reais de garantia usufruto sobre o bem penhorado art. 799 e 804
Penhora dos bens em outra comarca
	Ressalvada a hipótese do art. 845, §1º “A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem, quando apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos automotores, quando apresentada certidão que ateste a sua existência, serão realizadas por termo nos autos.” A penhora de bens situados em outra comarca será feita mediante carta precatória. Os atos seguintes da execução (avaliação e alienação) serão realizados na comarca em que estão os bens. É competência funcional e, portanto absoluta. O juiz de uma comarca é absolutamente incompetente para efetivar a penhora em outra. 
Modificação da penhora.
	A penhora pode ser:
Aumentada se os bens penhorados forem insuficientes para cobrir o debito art. 255
Diminuída se os bens tem valor maior que o debito art. 851, II “ não se procede a penhora se: executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente;” e 874, II “Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária, mandar: ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente.”
Substituída nas duas hipóteses anteriores.
Substituída se a primeira for anulada art. 851, I “a primeira for anulada; “Substituída se o credor desistir dela porque os bens eram litigiosos ou já estavam onerados por algum outro motivo art. 851, III “o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem submetidos a constrição judicial.” 
Substituída por outro bem a requerimento do devedor, formulado no prazo de dez dias art. 847
Substuida por fiança bancaria ou seguro garantia judicial art. 848 “A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
Hipóteses especiais de penhora.
Quando a penhora recair sobre credito do executado a terceiro art. 855 “Quando recair em crédito do executado, enquanto não ocorrer a hipótese prevista no art. 856, considerar-se-á feita a penhora pela intimação:”
Penhora nos autos. O executado esta pleiteando em juízo credito penhorado, então averba-se tal penhora na contracapa dos autos do processo em que o executado esta fazendo este pleito art. 860 “Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a penhora que recair sobre ele será averbada, com destaque, nos autos pertinentes ao direito e na ação correspondente à penhora, a fim de que esta seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou que vierem a caber ao executado”
CAPITULO 9. Execução por quantia certa contra devedor solvente: deposito, avaliação e alienação antecipada dos bens penhorados.
Deposito dos bens penhorados
	Deposito é ato integrante da penhora, pelo qual se incumbe alguém de guarda e conservação do bem.
Deveres do depositário
	Fica incumbido de guarda e conservação do bem. Art. 159 CPC. O depositário responde por perdas e danos e perde o direito a remuneração no caso de perecimento ou destruição total ou parcial do bem por dolo ou culpa, art. 161 CPC. Detém legitimidade para propor ação de indenização o credor, e o devedor ou terceiro responsável. O depositário será certamente legitimado passivo para esta demanda. O depositário diante da complexidade de administração pode contratar preposto que o auxiliem.
	O depositário tem o dever de entregar o bem depositado assim que o juiz determinar.
Deveres do depositário
	O depositário recebera remuneração por seu trabalho, normalmente o valor é objeto da tabela oficial de custa e emolumentos
	O depositário perde direito de ser remunerado, se culposa ou dolosamente causar danos as partes. 
Avaliação dos bens penhorados
	Avaliação é ato preparatório da expropriação, consistente em pericia pela qual se define o valor dos bens penhorados. A tarefa de avaliar o bem é do oficial de justiça art. 870 “A avaliação será feita pelo oficial de justiça.” De todo modo, havendo defasagem da avaliação, a nova avaliação será realizada pelo avaliador não pelo oficial de justiça. O mesmo pode ser dito para os casos em que o juiz acolhe impugnação formulada por qualquer das partes contra ao avaliação feita pelo oficial de justiça.
	Dispensa-se avaliação, por oficial de justiça ou avaliador:
Se o credor aceitar a estimativa feita pelo devedor na nomeação a penhora art. 870 e 871, I” Não se procederá à avaliação quando: I - uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;”
Se o titulo com cotação oficial ou bolsa, art. 870, II “se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;” hipótese que se tomara em conta o valor da cotação oficial do dia.
Alienação antecipada dos bens penhorados
	Excepcionalmente, é possível que a alienação judicial dos bens se de antes do momento oportuno. Art. 852 “O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados quando: I - se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de outros bens móveis sujeitos à depreciação ou à deterioração; II- houver manifesta vantagem.”
CAPITULO 10. Execução por quantia certa: alienação judicial mediante hasta publica e por iniciativa particular.
Expropriação dos bens penhorados
A penhora houver recaído sobre dinheiro, decorrido em branco o prazo para interposição de embargos ou depois da rejeição desses. 
Art. 825 “ A expropriação consiste em: I - adjudicação; II - alienação; III - apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.”
Natureza a alienação judicial (ou arrematação)
	Em épocas pretéritas já se buscou explicar a natureza da alienação judicial dos bens do devedor. O Estado não age como procuradordo devedor, ele atua em nome e no interesse do representado.
	Uma segunda teoria reconhecer o caráter publico da arrematação, mas sem abandonar a idéia de compra e venda. Hoje prevalece terceira orientação que reconhece o caráter publico da alienação judicial.
Conceito de arrematação ou alienação judicial.
	É forma de expropriação executiva pelo qual os bens penhorados são transferidos por procedimento licitatório realizado pelo juízo da execução.
	Três aspectos (I) na alienação judicial, mais do que desapropriação, há simultânea transferência para patrimônio de terceiro (II) realiza-se prévio procedimento, estatal destinado a encontrar quem oferece o melhor preço, e em certos casos melhores condições de pagamento (III) é ato executivo cuja finalidade é a consecução de dinheiro para satisfação do credor.
Espécie de hasta publica.
	Há duas espécies de hasta publica. 
Os bens moveis submetem-se a leilão, exceção feita a determinados títulos cuja alienação deve ocorrer em bolsa de valores. 
Os bens imóveis são levados a praça publica.
Atos preparatórios da arrematação.
	A alienação judicial é antecedida dos seguintes atos.
Avaliação
Publicação de editais. Destina-se a conferir publicidade a hasta publica, para que compareça um maior numero possível de interessados. Com a sua falta, aplica-se o art. 903, §1º, I “ Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o § 4o deste artigo, assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos.§1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação poderá, no entanto, ser I - invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;”
Conterá a descrição detalhada, valor e localização do bem, dia, lugar e hora da hasta, menção de existência de ônus recurso ou causa pendente sobre o bem art. 886 “O leilão será precedido de publicação de edital”
Dispensa-se a publicação de edital para bens que valham menos do que 60 salários mínimos. Não se realizando por motivo justo a hasta publica, o juiz determinara a publicação do anuncio da transferência pela imprensa local e no órgão oficial
Intimações
O devedor será intimado da data, hora e local da arrematação. Não tendo advogado, o próprio devedor será intimado, por mandado, carta com aviso de recepção, edital ou outro meio idôneo. 
Serão cientificados da gasta o senhorio direto do bem penhorado ou outros credores, que detenham garantia real sobre os bens penhorados, ou que tenham penhora anteriormente averbada sobre o mesmo bem art. 799, I, art. 804 e 889 “Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência:” a intimação deve ocorrer pelo menos 5 dias antes da hasta. 
Alienação por iniciativa particular
	Nos termos do art. 880 “a adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão judiciário.” Não havendo adjudicação o exequente pode pleitear que os bens penhorados sejam alienados por sua própria iniciativa ou de um corretor credenciado.
	Nesta hipótese o juiz fixara prazo para que a alienação pelo próprio credor, definira também a forma de publicidade 
	Ocorrendo a alienação por iniciativa do exequente o ato será formalizado por um termo nos autos. 
CAPITULO 11. Processo de execução por quantia certa contra devedor: adjudicação; usufruto executivo; entrega do dinheiro.
Adjudicação.
	Pela adjudicação permite-se que o exequente adquira o bem penhora e já avaliado. A aquisição far-se-a por valor não inferior ao da avaliação, e o credor quando for ele o adjudicante, abatera esse montante do seu credito, conforme este seja menor ou maior do que aquele, respectivamente, o credor completará a diferença ou poderá prosseguir na execução do saldo, art. 876 “É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.”
	Adjudicação é, portanto ato de expropriação executiva, em que o bem penhorado se transfere para o credor ou é adquirido por determinadas pessoas que tem vinculo familiar com o devedor.
Ato executivo, pois ocorre necessariamente dentro da execução.
Quando realizada pelo credor, há transferência direta do bem penhorado do patrimônio do devedor para o seu.
O próprio bem penhorado é transferido, e não a quantia monetária obtida com a alienação do bem
A transferência se da fora da arrematação
Legitimidade para adjudicar (condições subjetivas da adjudicação)
	Podem requerer a adjudicação do bem
O credor art. 876, caput.
O credor com garantia real art. 876, §5º “Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII, pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos descendentes ou pelos ascendentes do executado.”
Os credores que penhoraram o mesmo bem em outras execuções, art. 876, §5º.
O cônjuge, ascendente ou descendente do executado art. 876 §5º. 
Os sócios em relação a cotas sociais penhoradas em execução movida por terceiro art. 876, §7º “No caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada realizada em favor de exequente alheio à sociedade, esta será intimada, ficando responsável por informar aos sócios a ocorrência da penhora, assegurando-se a estes a preferência.”
Condições objetivas
	Com a lei 11.382/2006 tornou-se possível a adjudicação a qualquer tempo, depois de penhorado e avaliado o bem.
	Como não é só o exequente que pode adjudicar, mas também outras pessoas, pode surgir um concurso de interessados na adjudicação art. 876, §6º “Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre eles, tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o companheiro, o descendente ou o ascendente, nessa ordem.”
	Adota-se os seguintes critérios
Terá preferência quem oferecer maior valor do bem
Havendo igualdade de ofertas, a preferência caberá primeiramente ao conuuge, descendente ou ascendente, nessa ordem.
Estando dois ou mais credores em condições quanto a categoria de preferência, terá preferência aquele que tiver ajuizado a execução em que se deu a primeira penhora sobre o bem art. 797
A licitação será resolvida pelo juiz 
Não se pode adjudicar por valor inferior ao da avaliação art. 876 caput
Não é necessário o credor depositar o valor ofertado pelo bem, abate-se a importância do próprio credito junto ao devedor. Quando o valor da ajudidcação for superior ao do credito, deve ser depositada a diferença de imediato art. 876, §4º “Se o valor do crédito for: I - inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de imediato a diferença, que ficará à disposição do executado; II - superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.”
Documentação para a adjudicação
	Havendo único pretendente adjudicação será deferida por decisão do juiz e imediatamente será lavrado o auto de adjudicação art. 877 “3o No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo até a assinatura do auto de adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido.
Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hipotecário, o direito de remição previsto no §3º será deferido à massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente recusar o preço da avaliação do imóvel.”
Este ato art. 871 §1º “Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de secretaria, e, se estiver presente, pelo executado.”
	Lavrado o auto a adjudicação esta aperfeiçoada. Contudo se houve embargos o adjudicante pode dela desistir.
	Alem do auto quando o bem for imóvel, terá de ser expedida carta de adjudicação que conterá os mesmo elementosexigidos para carta de arrematação: descrição do imóvel com remissão a sua matricula e registros, copia do auto de adjudicação e aprova de quitação do imposto de transmissão art. 877 “A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão à sua matrícula e aos seus registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.”
Usufruto judicial
	É a forma expropriatória que simultaneamente satisfaz o credor. Ocorre nos casos em que o bem penhorado produz frutos e rendimentos com valor significativo (exemplo: predo locado, imóvel rural com produção agrícola).
	Trata-se de expropriação parcial do bem: constrição executiva.
	É definitivo o usufruto executivo como ato pelo qual, dentro da execução, concede-se ao credor direito real e ilimitado e temporário sobre o bem penhorado, a fim que receba seu credito por meio das rendas geradas.
	Constitui direito real, de modo que mesmo alienado o bem, ainda que em outra execução, permanecera existindo o usufruto.
Legitimidade para ser usufrutuário judicial (condições subjetivas)
	É concedida exclusivamente ao exequente art. 716 e 721
Condições objetivas
Pode incidir sobre qualquer bem móvel ou imóvel apto em gerar resultados econômicos e frutos.
Será deferido quando diante das circunstancias concretas for menos gravosos ao executado e eficiente para o recebimento do credito
Se tiver por objeto bem imóvel, o deferimento do usufruto dependera de pleito do credor anterior a praça. O executado deve ser ouvido previamente, mas não significa que o deferimento do usufruto dependa da concordância do devedor. Caberá ao juiz decidir se o defere, tomando em conta os argumentos das partes
Antes de decidir o juiz nomeara perito para avaliar os frutos e rendimentos do bem para calcular o tempo necessário para satisfação da divida.
O exercício do usufruto permanecera sob o controle do juiz, cabendo-lhe decidir todas as questões que surjam em seu curso
Condições formais
	 O usufruto torna-se eficaz a partir da publicação da decisão que o concede
	Se o usufruto recair sobre imóvel expedir-se-á carta de constituição para o registro de imóveis. 
O administrador do usufruto judicial. 
	O administrador será nomeado na sentença, que deferir o usufruto e será investido em todos os poderes que concernem ao usufrutuário. Pode ser administrador: o credor consentindo o devedor, ou o devedor consentindo o credor.
	O administrador deve receber os frutos e rendimentos do bem no interesse do usufrutuário, submeter à aprovação judicial a forma de administração, prestar contas na forma e periodicidade definidos pelo juiz
Forma de satisfação do credor através do usufruto
	Decretado o usufruto, o devedor perde o gozo do bem, ate que credor seja pago do principal, juros, custas honorários advocatícios.
	Se o imóvel objeto do usufruto estiver arrendado, o aluguel será pago diretamente o credor ou administrador. No segundo caso este repassara as quantias recebidas a aquele.
Entrega do dinheiro ao credor
Quando a execução segue o rumo da alienação judicial, a expropriação e a satisfação do credito ocorrem em duas etapas sucessivas – a segunda delas consiste na entrega do dinheiro ao exequente art. 905 e seguintes
Dois procedimentos para o levantamento do dinheiro.
Simplificado, quando sobre o bem arrematado não havia nenhuma outra penhora, privilegio nem garantia real art. 905, II “não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências instituídos anteriormente à penhora.” Nessa hipótese ao receber o mandado de levantamento do dinheiro o credor assinara termo de quitação que ficara nos autos art. 905 “O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral de seu crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens alienados, bem como do faturamento de empresa ou de outros frutos e rendimentos de coisas ou empresas penhoradas, quando:”
Concurso singular de credores, embora o devedor seja solvente outras penhoras ou direitos reais de garantia recaiam sobre o bem art. 908 “havendo pluralidade de credores ou exequentes, o dinheiro lhes será distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas preferências.”
O art. 909 estabelece procedimento do concurso singular de credores, cada um deles formulara suas pretensões, requerendo as provas que pretendera produzir em audiência “Os exequentes formularão as suas pretensões, que versarão unicamente sobre o direito de preferência e a anterioridade da penhora, e, apresentadas as razões, o juiz decidirá.”
BIBLIOGRAFIA
WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo, Curso avançado de processo civil: execução, volume 2, 16. Ed. Ver e atual São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.

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