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Profa. Ms.Maria Eliane Maciel AÇÕES BÁSICAS DE PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E TRATAMENTO DO DIABETES 1 OBJETIVOS Ao final desta aula, o aluno estará apto a: Identificar o diabetes mellitus (DM) como um problema de saúde pública mundial Compreender os fatores determinantes e a fisiopatologia do DM Relacionar os critérios de diagnóstico e classificação do DM, estabelecendo diferenças entre os tipos 1 e 2 Compreender a fisiopatologia e as complicações da doença Identificar ações de enfermagem na prevenção e controle da doença 2 CONCEITO É um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por níveis elevados de glicose no sangue decorrentes dos defeitos na secreção e/ou na ação da insulina. (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2003) 3 CONCEITO Crescente prevalência e habitualmente está associado à dislipidemia, à hipertensão arterial e à disfunção endotelial. É um problema de saúde considerado Condição Sensível à Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram que o bom manejo deste problema ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e mortes por complicações cardiovasculares e cerebrovasculares (ALFRADIQUE, 2009). 4 EPIDEMIOLOGIA América Central e do Sul – 26,4 milhões de pessoas e projetada para 40 milhões, em 2030. Brasil – acima de 18 anos aumentou de 5,3% para 5,6%, entre 2006 e 2011. Ocorrências mais comuns em pessoas com baixa escolaridade. Aumenta de acordo com a idade: 21,6% dos brasileiros com mais de 65 anos referiram a doença. A capital com o maior número de pessoas com diabetes foi Fortaleza, com 7,3% de ocorrências. 5 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2003 5 INSULINA É hormônio anabólico produzido pelo pâncreas (ilhotas de Langerhans – cels. β), controla o nível de glicose no sangue ao regular a produção e o armazenamento de glicose. No estado diabético: - ↓ resposta à insulina pelas cels. - Cessação ou ↓ da produção de insulina pelo pâncreas. Complicações metabólicas agudas Complicações a longo prazo 6 INSULINA Transporta e metaboliza a glicose para a energia Estimula o armazenamento de glicose no fígado e músculo (glicogênio) Sinaliza ao fígado para interromper a liberação de glicose Estimula o armazenamento de lipídios da dieta no tecido adiposo Acelera o transporte de aminoácidos para as células 7 RASTREAMENTO 8 Critérios para o rastreamento do DM em adultos assintomáticos Excesso de peso (IMC >25 kg/m2) e um dos seguintes fatores de risco: • História de pai ou mãe com diabetes; • Hipertensão arterial (>140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos em adultos); • História de diabetes gestacional ou de recém-nascido com mais de 4 kg; • Dislipidemia:hipertrigliceridemia(>250 mg/dL) ou HDL-C baixo(<35 mg/dL); • Exame prévio de HbA1c (hemoglobinaglicada) ≥5,7%, tolerância diminuída à glicose ou glicemia de jejum alterada; • Obesidade severa,acanthosisnigricans; • Síndrome de ovários policísticos; • História de doença cardiovascular; • Inatividade física; RASTREAMENTO 9 Critérios para o rastreamento do DM em adultos assintomáticos OU Idade≥45 anos; OU Risco cardiovascular moderado Alguns estudos apontaram que as pessoas que apresentam resultados negativos podem ser testadas a cada 3 a 5 anos CLASSIFICAÇÃO Tipo 1 (5-10%) Destruição das cels β pouca ou nenhuma insulina produzida Início agudo, antes dos 30 anos Tipo 2 Sensibilidade diminuída à insulina Funcionamento prejudicado da cel β produção diminuída de insulina Gestacional Devido a hormônios secretados pela placenta Usualmente 2º ou 3º trimestre DM associado a outras condições ou síndromes Doenças pancreáticas, anormalidades hormonais, etc. 10 CLASSIFICAÇÃO Tipo 1 (5-10%) - Apresentação é em geral abrupta, acometendo principalmente crianças e adolescentes sem excesso de peso. - Traço clínico que mais define o tipo 1 é a tendência à hiperglicemia grave e cetoacidose. - A destruição das células beta é geralmente causada por processo autoimune (tipo 1 autoimune ou tipo 1A), que pode ser detectado por autoanticorpos circulantes como antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas e anti-insulina. - Em menor proporção, a causa é desconhecida (tipo 1 idiopático ou tipo 1B). - A destruição das células beta em geral é rapidamente progressiva, ocorrendo principalmente em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), mas pode ocorrer também em adulto. 11 CLASSIFICAÇÃO Tipo 2 - Costuma ter início insidioso e sintomas mais brandos. Manifesta-se, em geral, em adultos com longa história de excesso de peso e com história familiar de DM tipo 2. Com a epidemia de obesidade atingindo crianças, observa-se um aumento em jovens. - Deficiência relativa de insulina - estado de resistência à ação, associado a um defeito na sua secreção (menos intenso que DM tipo 1). - Pode evoluir por muitos anos antes de requerer insulina para controle. Seu uso, nesses casos, não visa evitar a cetoacidose, mas alcançar o controle do quadro hiperglicêmico. - Cetoacidose rara e, quando presente, em geral é ocasionada por infecção ou estresse muito grave. - A hiperglicemia desenvolve-se lentamente, permanecendo assintomática por vários anos (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2010). 12 CLASSIFICAÇÃO Gestacional - Estado de hiperglicemia, menos severo que o diabetes tipo 1 e 2, detectado pela primeira vez na gravidez. - Geralmente se resolve no período pós-parto e pode frequentemente retornar anos depois. - Hiperglicemias detectadas na gestação que alcançam o critério de diabetes para adultos, em geral, são classificadas como diabetes na gravidez, independentemente do período gestacional e da sua resolução ou não após o parto. Sua detecção deve ser iniciada na primeira consulta de pré-natal (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2010). 13 FISIOPATOLOGIA Hiperglicemia pós-prandial Hiperglicemia em jejum Produção livre de glicose pelo fígado ↓ produção de insulina Destruição das cels β GLICOSÚRIA Diurese osmótica Produção de corpos cetônicos 14 Produção de corpos cetônicos são produtos derivados da quebra dos ácidos gordos para fornecer energia no fígado e no rim. São usados como fonte de energia no coração e no cerébro. Glicosúria positiva + Cetonúria positiva = falta insulina acetoacetato betaidroxibutirato acetona 15 Glicosúria negativa + Cetonúria positiva = falta alimentação FISIOPATOLOGIA HIPERGLICEMIA Secreção de insulina comprometida Absorção gastrintestinal de glicose Aumento da produção hepática de glicose Quebra do glicogênio estimulada pela redução de insulina Pâncreas Músculo Fígado 16 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS “4P” (Poliúria, polidipsia, polifagia perda inexplicável de peso) Diurese osmótica estado catabólico Outros Fadiga Fraqueza Alt. visuais súbitas Formigamento ou dormência (mmss / mmii) Pele seca / Lesões cutâneas Recorrência de infecções 17 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DM1 Sinais mais agudos, podendo progredir para cetose, desidratação e acidose metabólica, especialmente na presença de estresse agudo. DM2 Início é insidioso e muitas vezes a pessoa não apresenta sintomas. Suspeita da doença é feita pela presença de uma complicação tardia, como proteinuria, retinopatia, neuropatia periférica, doença arteriosclerótica ou então por infecções de repetição. 18 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 19 Sinais e sintomas clássicos: • Poliúria; •Polidipsia; • Perdainexplicadade peso; •Polifagia. Sintomas menos específicos: • Fadiga, fraqueza e letargia; • Visão turva (ou melhora temporária da visão para perto); • Prurido vulvar ou cutâneo,balanopostite. Complicações crônicas/doenças intercorrentes: •Proteinuria; • Neuropatia diabética (câimbras,parestesiase/ou dor nos membros inferiores,mononeuropatiade nervo craniano); • Retinopatia diabética; • Catarata; • Doença arteriosclerótica (infarto agudo do miocárdio,acidente vascular encefálico, doença vascular periférica); • Infecções de repetição. DIAGNÓSTICO 20 Detecção da hiperglicemia. Tipos de exames que podem ser utilizados no diagnóstico do DM: Glicemia casual Glicemia de jejum Teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75 g em duas horas (TTG) Hemoglobina glicada (HbA1c). Quando a pessoa requer diagnóstico imediato e o serviço dispõe de laboratório com determinação glicêmica imediata ou de glicosímetro e tiras reagentes, a glicemia casual é o primeiro exame a ser solicitado, pois fornece um resultado na própria consulta. Nesse caso, o ponto de corte indicativo de diabetes é maior ou igual a 200 mg/dL na presença de sintomas de hiperglicemia (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013). DIAGNÓSTICO DE DM 21 DIAGNÓSTICO DE DM 22 - Pessoas com hiperglicemia intermediária (glicemia de jejum entre 110 mg/dl e 125 mg/dl, e duas horas pós-carga de 140 mg/dl a 199 mg/dl e HbA1c entre 5,7% e 6,4%), também denominadas de casos de pré-diabetes, pelo seu maior risco de desenvolver a doença, deverão ser orientadas para prevenção do diabetes, o que inclui orientações sobre alimentação saudável e hábitos ativos de vida, bem como reavaliação anual com glicemia de jejum. DIAGNÓSTICO DE DM 23 - A hemoglobina glicada, hemoglobina glicosilada ou glico-hemoglobina, também conhecida pelas siglas A1C e HbA1C, indica o percentual de hemoglobina que se encontra ligada à glicose. Como ele reflete os níveis médios de glicemia ocorridos nos últimos dois a três meses, é recomendado que seja utilizado como um exame de acompanhamento e de estratificação do controle metabólico. Tem a vantagem de não necessitar de períodos em jejum para sua realização. DIAGNÓSTICO DE DM 24 CONSULTA DE ENFERMAGEM 25 - O processo de educação em saúde do usuário deverá ser contínuo e iniciado na primeira consulta. É fundamental que o plano de cuidado seja pactuado com a pessoa e inclua as mudanças de estilo de vida (MEV) recomendadas. - A avaliação inicial visa determinar se existe um problema associado que requeira tratamento imediato ou investigação mais detalhada. CONSULTA DE ENFERMAGEM 26 - Para estabelecer um plano terapêutico é preciso classificar o tipo de diabetes e o estágio glicêmico. - É de competência do enfermeiro, realizar consulta de enfermagem para pessoas com maior risco para desenvolver DM tipo 2, abordando fatores de risco, estratificação do risco cardiovascular e orientação sobre MEV. CONSULTA DE ENFERMAGEM 27 A consulta de enfermagem tem o objetivo de conhecer a história pregressa do paciente, seu contexto social e econômico, grau de escolaridade, avaliar o potencial para o autocuidado e avaliar as condições de saúde. É importante que o enfermeiro estimule e auxilie a pessoa a desenvolver seu plano de autocuidado em relação aos fatores de risco identificados durante o acompanhamento. CONSULTA DE ENFERMAGEM 28 • Identificação da pessoa (dados socioeconômicos, ocupação, moradia, trabalho, escolaridade, lazer, religião, rede familiar, vulnerabilidades e potencial para o autocuidado). • Antecedentes familiares e pessoais (história familiar de diabetes, hipertensão, doença renal, cardíaca e diabetes gestacional). • Queixas atuais, história sobre o diagnóstico de DM e os cuidados implementados, tratamento prévio. Histórico de Enfermagem CONSULTA DE ENFERMAGEM 29 • Percepção da pessoa diante da doença, tratamento e autocuidado. • Medicamentos utilizados para DM e outros problemas de saúde e presença de efeitos colaterais. • Hábitos de vida: alimentação, sono e repouso, atividade física, higiene, funções fisiológicas. • Identificação de fatores de risco (tabagismo, alcoolismo, obesidade, dislipidemia, sedentarismo). Histórico de Enfermagem 30 CONSULTA DE ENFERMAGEM 31 • Altura, peso, circunferência abdominal e IMC. • Pressão arterial com a pessoa sentada e deitada. • Alterações de visão. • Exame da cavidade oral, com atenção para a presença de gengivite, problemas odontológicos e candidíase. • Frequência cardíaca e respiratória e ausculta cardiopulmonar. Exame Físico CONSULTA DE ENFERMAGEM 32 • Avaliação da pele quanto a sua integridade, turgor, coloração e manchas. • Membros inferiores: unhas, dor, edema, pulsos pediosos e lesões; articulações (capacidade de flexão, extensão, limitações de mobilidade, edemas); pés (bolhas, sensibilidade, ferimentos, calosidades e corte das unhas). • Durante a avaliação ginecológica, quando pertinente, deve-se estar atento à presença de candida albicans. Exame Físico 33 CONSULTA DE ENFERMAGEM 34 • Dificuldades e déficit cognitivo, analfabetismo; • Diminuição da acuidade visual e auditiva; • Problemas emocionais, sintomas depressivos e outras barreiras psicológicas; • Sentimento de fracasso pessoal, crença no aumento da severidade da doença; • Medos: da perda da independência; de hipoglicemia, do ganho de peso, das aplicações de insulina; Diagnóstico das necessidades de cuidados CONSULTA DE ENFERMAGEM 35 • Insulina: realiza a autoaplicação? Se não realiza, quem faz? Por que não autoaplica? Apresenta complicações e reações nos locais de aplicação? Como realiza a conservação e o transporte? • Automonitorização: Consegue realizar a verificação da glicemia capilar? Apresenta dificuldades no manuseio do aparelho? Diagnóstico das necessidades de cuidados CONSULTA DE ENFERMAGEM 36 • Abordar/orientar sobre: o Sinais de hipoglicemia e hiperglicemia e orientações sobre como agir diante dessas situações; o Motivação para modificar hábitos de vida não saudáveis (fumo, estresse, bebida alcoólica e sedentarismo); o Percepção de presença de complicações; o A doença e o processo de envelhecimento; o Uso de medicamentos prescritos (oral ou insulina), indicação, doses, horários, efeitos desejados e colaterais, controle da glicemia, estilo de vida, complicações da doença; Planejamento da Assistência CONSULTA DE ENFERMAGEM 37 • Abordar/orientar sobre: o Uso da insulina e o modo correto de como reutilizar agulhas; planejamento de rodízio dos locais de aplicação para evitar lipodistrofia. • Solicitar e avaliar os exames previstos no protocolo assistencial local. • Quando pertinente, encaminhar ao médico e, se necessário, aos outros profissionais. Planejamento da Assistência CONSULTA DE ENFERMAGEM 38 • A implementação da assitência deverá ocorrer de acordo com as necessidades e grau de risco da pessoa e da sua capacidade de adesão e motivação para o autocuidado, a cada consulta. • Pessoas com DM com dificuldade para o autocuidado precisam de mais suporte até que consigam ampliar as condições de se cuidar. • O apoio ao autocuidado poderá ser da equipe de Saúde ou de outros recursos, familiares ou comunitários, articulados para esse fim. Implementação da Assistência CONSULTA DE ENFERMAGEM 39 • Avaliar com a pessoa e a família o quanto as metas de cuidados foram alcançadas e o seu grau de satisfação em relação ao tratamento. • Observar se ocorreu alguma mudança a cada retorno à consulta. • Avaliar a necessidade de mudança ou adaptação no processo de cuidado e reestruturar o plano de acordo com essas necessidades. • Registrar em prontuário todo o processo de acompanhamento. Avaliação do Processo de Cuidado TRATAMENTO Cinco componentes do tratamento do diabetes 40 TRATAMENTO 41 Metas de Controle Glicêmico para crianças e adolescentes com DM tipo 1 TRATAMENTO 42 Monitorização da Glicemia É recomendada a monitorização da glicemia capilar três ou mais vezes ao dia a todas as pessoas com DM tipo 1 ou tipo 2 em uso de insulina em doses múltiplas (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013). Em pessoas com bom controle pré-prandial, porém com HbA1c elevada, a monitorização da glicemia capilar duas horas após as refeições pode ser útil. Em pessoas com DM tipo 2 em uso de antidiabéticos orais a monitorização da glicemia capilar não é recomendada rotineiramente (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2013). A HbA1c deve ser medida no início do tratamento e a cada três meses, podendo ser realizada duas vezes ao ano para aqueles com bom controle metabólico. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO 43 Terapia nutricional e educação alimentar Ver orientações para HAS Interrupção do tabagismo Atividade física Educação TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 44 Antidiabéticos orais (hipoglicemiantes orais) Agentes que retardam a absorção pós-prandial de glicose (ex.: inibidores de alfaglicosidase) Agentes que aumentam a secreção de insulina (ex.: sulfonilréias) Agentes que reduzem a resistência insulínica (ex.: biguanidas) Insulinas TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 45 Inibidores de Alfa-glicosidase Trabalham no intestino delgado, onde os amidos e as móleculas grandes de açúcar são decompostos e absorvidos. Bloqueia a ação de uma das principais enzimas responsáveis pela absorção de glicose no sangue. Em conseqüência, a glicose é absorvida mais lentamente e parte dela pode nem ser absorvida. Este atraso na absorção de glicose pelo sangue ajuda a prevenir as repentinas altas que podem ocorrer após as refeições. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 46 Inibidores de Alfa-glicosidase Efeitos colaterais relatados com estes medicamentos: diarréia e produção intensa de gases. Com sua eficiência mínima e seus efeitos colaterais freqüentes, a classe dos inibidores de alfa-glicosidase não tem tido muita popularidade com os diabéticos. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 47 SULFONILRÉIAS Ex.: Clorpropamida, Glibenclamida e Glimepirida Estimulam agudamente a cél. β a secretar insulina Devem ser administradas no DM tipo 2 não-obeso ou com sobrepeso Estão indicadas em associação com a metformina Contraindicada na gravidez TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 48 SULFONILRÉIAS Falência Primária – ocorre quando após um período de uso de dois a três meses, em dose máxima, não se consegue um bom controle metabólico. Falência Secundária – é caracterizada com o reaparecimento dos sinais e sintomas em pacientes que vinham sendo bem controlados com os hipoglicemiantes orais por períodos de meses ou anos. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 49 BIGUANIDAS Metformina Aumenta a sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos A redução da glicemia provocada pela metformina deve-se especialmente à diminuição da produção hepática de glicose. Indicações: DM tipo 2 obeso, com hiperglicernia não-controlada com dieta e exercício. DM tipo 2, associada ás sulfoniluréias, quando há falha secundária a estes fármacos. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 50 BIGUANIDAS Contraindicada na DM tipo I e na gravidez. Efeitos colaterais: podem surgir anorexia, náuseas, vômitos e diarréia. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 51 52 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 53 INSULINAS Ação Ultra-Rápida: Lispro, Asparte evitam a hiperglicemia pós-prandial Ação Rápida: Insulina Regular, aplicada ao acordar e no final da tarde Seu início de ação leva de 30 minutos a uma hora, o pico máximo de atividade ocorre de 2 a 3 horas depois e a duração da ação vai de 4 a 6 horas. É usada quando um ação rápida é necessária, como na cetoacidose diabética. Pode ser misturada com a insulina NPH. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 54 INSULINAS Ação Intermediária: NPH Inicia sua ação em 30 minutos a uma hora e meia, com pico máximo de ação em 4 a 7 horas, podendo a duração alcançar 14 a 18 horas após a aplicação. Manutenção dos níveis de insulina “normais” durante todo o dia . Ação Longa: Glargina/Basal e Insulina Ultra-lenta: Determir períodos pré-prandiais e de jejum; TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 55 INSULINAS DISPONÍVEIS PELO SUS 56 Regular NPH 57 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 58 INSULINAS Não expor a insulina ao Sol e ao calor excessivo Não armazenar na porta da geladeira e nem congelar Não transportar com gelo Em viagem, não colocar a insulina na bagagem Não agitar violentamente o frasco de insulina Validade: 2 anos, refrigerada a 2°- 8°C, 30 dias na caneta ou no reservatório de insulina nas Bombas. Em temperatura ambiente 15-30ºC descartar após 30 dias. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 59 INSULINAS: locais de aplicação TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 60 Recomendações para aplicação: 1. A recomendação para a limpeza do local de aplicação deve ser seguida para locais que não estejam limpos ou se a aplicação for realizada em um local com chances de contaminação (ex: hospitais); 2. As insulinas NPH e as pré-misturas devem ser gentilmente homogeneizadas (misturadas) 20 vezes antes de cada aplicação, garantindo a ação da insulina; 3. Dicas para que a aplicação não seja dolorosa: aplicar a insulina à temperatura ambiente; se utilizar álcool na limpeza do local espere até que seque completamente; tentar utilizar uma nova agulha a cada aplicação; TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 61 Recomendações para aplicação: 4. Após a aplicação de insulinas com canetas, contar lentamente até 10 para retirada da agulha. Para doses maiores, pode ser necessário contar até 20 segundos, a fim de evitar perda de medicação. Esta recomendação não é necessária para aplicação com seringas. 5. As agulhas devem ser desconectadas imediatamente das canetas após aplicação (evitar obstrução e contaminação). TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 62 Recomendações para aplicação: 6. A insulina regular deve ser aplicada preferencialmente no abdômen para aumentar a taxa de absorção, enquanto a NPH deve ser aplicada, preferencialmente, nas coxas ou nas nádegas, para retardar a absorção e reduzir o risco de hipoglicemia. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 63 INSULINAS: seringas para aplicação TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 64 COMPLICAÇÕES DA INSULINOTERAPIA Hipoglicemia Lipodistrofia hipertrófica Edema insulínico Resistência insulínica MONITORAMENTO 65 Automonitoramento Glicose no sangue capilar e medida da glicosúria Revisar resultados periodicamente Frequência 4x dia Suspeita clínica de hipoglicemia: COMPLICAÇÕES AGUDAS 66 Descompensação hiperglicêmica aguda Cetoacidose: Emergência endocrinológica decorrente da deficiência absoluta ou relativa de insulina, potencialmente letal, com mortalidade em torno de 5%. Ocorre principalmente em pacientes com DM tipo 1, sendo, diversas vezes, a primeira manifestação da doença. A pessoa com DM tipo 2, que mantém uma reserva pancreática de insulina, raramente desenvolve essa complicação. Os principais fatores precipitantes são infecção, má aderência ao tratamento (omissão da aplicação de insulina, abuso alimentar), uso de medicações hiperglicemiantes e outras intercorrências graves (AVC, IAM ou trauma). COMPLICAÇÕES AGUDAS 67 Descompensação hiperglicêmica aguda Cetoacidose: Indivíduos em mau controle glicêmico são particularmente vulneráveis a essa complicação. Os principais sintomas são: polidipsia, poliúria, enurese, hálito cetônico, fadiga, visão turva, náuseas e dor abdominal, além de vômitos, desidratação, hiperventilação e alterações do estado mental. O diagnóstico é realizado por hiperglicemia (glicemia maior de 250 mg/dl), cetonemia e acidose metabólica (pH <7,3 e bicarbonato <15 mEq/l). Esse quadro pode se agravar, levando a complicações como choque, distúrbio hidroeletrolítico, insuficiência renal, pneumonia de aspiração, síndrome de angústia respiratória do adulto e edema cerebral em crianças (KITABCHI et al., 2006; MAGEE; BHATT, 2001). COMPLICAÇÕES AGUDAS 68 Descompensação hiperglicêmica aguda Cetoacidose: Sinais / sintomas Poliúria - polidipsia Dor abdominal Desidratação Rubor facial Hálito cetônico Hiperventilação Náuseas Sonolência Vômitos COMPLICAÇÕES AGUDAS 69 Descompensação hiperglicêmica aguda Síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica A síndrome hiperosmolar não cetótica é um estado de hiperglicemia grave (superior a 600 mg/dl a 800 mg/dL) acompanhada de desidratação e alteração do estado mental, na ausência de cetose. Ocorre apenas no diabetes tipo 2, em que um mínimo de ação insulínica preservada pode prevenir a cetogênese. A mortalidade é mais elevada que nos casos de cetoacidose diabética devido à idade mais elevada dos pacientes e à gravidade dos fatores precipitantes. COMPLICAÇÕES AGUDAS 70 HIPOGLICEMIA Sinais / sintomas: Tremores Sudorese intensa Palidez Palpitações Fome intensa Visão borrada Diplopia Cefaléia Ataxia Distúrbios do comportamento Convulsão Perda da consciência Coma COMPLICAÇÕES AGUDAS 71 HIPOGLICEMIA COMPLICAÇÕES CRÔNICAS 72 Retinopatia Nefropatia Cardiopatia isquêmica Doença cerebrovascular Fatores de risco: Longa duração da doença Mau controle metabólico Presença de HAS Tabagismo e alcoolismo Complicações preexistentes Gestação PÉ DIABÉTICO 73 Uma das complicações mais devastadoras Risco de amputação e de vida Fatores de risco: Antecedente de úlcera / amputação Educação terapêutica deficiente Inacessibilidade ao sistema de saúde Neuropatia Calosidades Uso de calçados inadequados Tabagismo, HAS, dislipidemia) Patologia não-ulcerativa (micoses, (bolhas, rachaduras, fissuras) PÉ DIABÉTICO 74 Exame Físico minuncioso: Avaliação da pele; Avaliação musculoesquelética; Avaliação vascular; Avaliação neurológica (Avaliação com monofilamento de 10g, Teste para a sensação da picada PÉ DIABÉTICO 75 Orientações / cuidados gerais: Exame diário dos pés. Atenção para calos, rachaduras, alterações na cor da pele Massagem com creme hidratante Secar bem, cortar as unhas com cuidado Inspecionar diariamente os sapatos, usar calçados macios e sem meias Não andar descalço PÉ DIABÉTICO 76 Cuidados recomendados: ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO 77 Desenvolver atividades educativas (individuais ou coletivas) Capacitar auxiliares e agentes comunitários Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames e repetir medicação Orientar pctes sobre automonitorização, técnica de aplicação de insulina e como proceder em caso de hipoglicemia Estabelecer estratégias que favoreçam a adesão (grupos de mutua ajuda) Implementar plano individualizado, buscando o alcance de objetivos e metas OBRIGADA! 78
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