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Casos concretos Direito civil VI (coleção 2017)

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Caso Concreto 1
João morre em dezembro de 2015 deixando dois filhos, Camila e Roberto. Camila e Roberto, no entanto,
em virtude do grande sofrimento vivenciado pela morte de João, acabam por não tomar as medidas
necessárias ao processamento de inventário de João. Diante da situação apresentada, pergunta -se: a) é possível afirmar que Camila e Roberto são proprietários dos bens deixados por João?
R: Em principio não , tendo em vista que a posse ainda não foi transferida. O principio da saisine determina que a transferência abstrata da posso dos bens, uma vez que ao falecer o decujus é necessário a abertura do respectivo processo de inventário. A propriedade plena será outorgada com a elaboração formal da partilha. Art 1784
Caso Concreto 2
Ricardo morreu em 30/10/2012 deixando como únicos herdeiros seus três filhos, Marcelo, Gabriela e
Renato. Ricardo possuía um único imóvel, que foi objeto de inventário por escritura pública, no valor de
R$ 300.000,00 dividido em partes iguais por seus três filhos. O imóvel foi vendido seis meses depois da
morte de Ricardo. Um ano depois do falecimento de seu pai, o filho mais velho, Marcelo é acionado em
ação de cobrança de dívida deixada por seu falecido pai, no montante de R$ 250.000,00. Preocupado com a situação Marcelo lhe procura e pergunta se é obrigado a pagar a dívida toda deixada por seu pai.
Explique sua resposta.
R: Marcelo não terá que pagar o valor total do débito, pois conforme o art 1792 ninguém poderá responder por encargos superiores as forças da herança, e sendo assim Marcelo teria que pagar o equivalente a $ 100.000,00 (cem mil reais)
Caso Concreto 3
Gustavo falece em fevereiro de 2013 casado com Renata, deixando cinco filhos. Os dois mais velhos,
Laura e Luiz, filhos de um casamento anterior de Gustavo e os três mais novos, Carolina, Carlos e Cíntia
filhos de Renata. Em virtude de estar em grave crise conjugal na oportunidade do falecimento do marido
Renata junta aos autos escritura declaratória de renúncia em janeiro de 2017. Inconformada com sua
atitude, sua filha mais velha, Carolina, afirma que Renata não pode renunciar a sua parte na herança, em
virtude de já ter realizado aceitação em sua modalidade presumida, pois não se manifestou quando
questionada pelo Juiz. Com atenção a disciplina da aceitação e renúncia, explique se a renúncia
apresentada por Renata é válida.
R: Conforme art 1806 renuncia deverá constar através de instrumento publico ou termo judicial, e a aceitação poderá ser expressa ou tácita.Desta forma Renata poderá renunciar conforme descreve a lei e não podemos conceber aceitação presumida.
No caso concreto não menciona sobre a aceitação da herança e sendo assim em qualquer tempo Renata poderá renunciar.A renuncia é irrevogável 
Caso Concreto 4
Carlos André, conhecido por ser um jovem ambicioso, é acusado da morte de seus pais Marcos e
Clarisse, vítimas de um atentado ocorrido em 07/09/2016 sofrendo por isso, processo de indignidade.
Naquela oportunidade Carlos André tinha um casal de filhos gêmeos. Um mês após a morte dos pais de
Carlos André, seu avô, João, falece, em decorrência de um infarto. Diante deste quadro, caso seja
declarada a indignidade de Carlos André: 
a) se seus filhos terão direito sucessório sobre os bens de
Marcos e Clarisse;
R: Os filhos de Carlos André têm direito de terão direito de herança aos bens de Marco e Clarisse, pois recebem no lugar do indigno. ART. 1816.
 b) se Carlos André terá direito sucessório sobre os bens de João.
R: Carlos André não poderá receber a herança deixada por seu avô por ser indigno.
Caso Concreto 5
Tadeu e Tatiana eram casados pelo regime da comunhão parcial de bens, tendo três filhos, mariana,
Maria e Marcio. Tadeu falece deixando dois imóveis que recebeu de herança, quando do falecimento de
seus pais, e um imóvel comprado um ano antes do falecimento. Explique quem são os herdeiros de
Tadeu, e como deverá ser feita a partilha.
R: Neste caso devemos aplicar o art 1829 , I que envolve a concorrência do cônjuge com descendentes no regime da comunhão parcial de bens. Conforme a corrente majoritária o cônjuge será meeiro do bem adquirido onerosamente na Constancia do casamento e este bem será partilhado entre os três descendentes com relação aos outros 50 %.
No que se refere aos imóveis recebidos por herança, o cônjuge não será meeiro mas será herdeiro em concorrência com os 3 filhos. Art 1829
Caso Concreto 6
Mariana é casada com Tiago pelo regime da comunhão universal de bens. Mariana morre sem filhos,
deixando sua mãe e seus avós maternos. Como dever ser realizada a partilha dos bens deixados por
Mariana?
R: Tiago além de meeiro será herdeiro em concorrência com a mãe de Mariana art 1837. Os avós serão afastados em virtude de serem parentes de 2 grau.
Caso Concreto 7
João e Maria viviam em união estável até o falecimento de João no ano de 2016. Juntos, tiveram 4 filhos.
João, antes do casamento, possuía bens avaliados em R$ 300.000,00 e durante a união com Maria, o
patrimônio construído pelo casal representava R$600.000,00. Diante da situação apresentada, indique de forma fundamentada os herdeiros de João e o respectivo quinhão.
R: Serão herdeiros após o casamento os 4 filhos e sua companheira Maria e neste caso corresponderá 1/5 para cada herdeiro conforme art 1790, I CC (união estável). Por sua vez em relação ao patrimônio anterior a união estável sucederão apenas os filhos conforme art 1790 CC.
Maria terá direito a habitação na residência do casal.
Caso Concreto 8
Leonardo, solteiro e sem herdeiros necessários, faz testamento público em que nom eia sua enfermeira
herdeira de todos os seus bens. Aberta a sucessão, os irmãos do falecido impugnam a disposição
testamentária porque, ao testar, o titular do patrimônio consumia medicamentos de venda controlada,
cujos efeitos alteravam seu humor tragicamente e diminuíam sua percepção da realidade. Em sua defesa,
a herdeira testamentária destaca que o testador já não mais fazia uso de tais remédios ao tempo da
morte. Logo, se não alterou o testamento, é porque o manteve. Diante disso, deverá ser cumprida a
última vontade do testador? Justifique.
R: Conforme art 1861 CC o testamento do incapaz não se torna valido se no momento da elaboração ele já estava incapacitado e sendo assim este testamento será nulo de pleno direito.
Caso Concreto 9
Daniel, acometido de grave doença cardíaca, teme não desembarcar vivo. Destarte, elabora testamento
especial para revogar um testamento público anterior, no qual dispôs de seus bens em favor da sua nova
esposa, com quem se casou pelo regime da separação obrigatória. O testador não morre na viagem,
porém, uma semana após desembarcar é internado num hospital onde permanece na UTI até falecer 115
dias mais tarde.
A viúva requer o cumprimento do testamento público sob a alegação de ter caducado o testamento
aeronáutico, pois foi ultrapassado o prazo de 90 dias antes da morte de Daniel, conforme art. 1891, CC.
Os herdeiros necessários procuram você para esclarecê-los se realmente terão de partilhar a herança
com a madrasta ou se o testamento aeronáutico pode ser cumprido. Responda-os justificadamente
R: A regra em estrito senso vai dizer que ocorreu a decadência de 90 dias.
Com base no artigo 1891 somente determina a caducidade (decadência) se o testador puder fazer o testamento na forma ordinária no prazo de 90 dias a contar do desembarque.No caso em tela ao desembarcar o testador já estava doente e assim permaneceu até a sua morte portanto o testamento especial não perder seus efeitos.

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