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� ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS I IJUÍ- 2016 ANATOMIA COMPARADA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS I 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS CONCEITO A anatomia é um ramo do conhecimento que estuda a forma, a disposição e a estrutura dos componentes dos seres vivos. O termo, de origem grega, literalmente significa “cortar fora”, por isso a dissecação do cadáver ser um meio tradicional de estudá-la, além de primordial. Divisão da anatomia: anatomia especial e anatomia comparada. A anatomia especial é aquela que compreende o estudo de uma única espécie. A anatomia comparada compara uns indivíduos com outros de espécies diferentes e descobre as analogias e diferenças de organização existente entre eles. A anatomia normal estuda os indivíduos que gozavam de bom estado de saúde, antes do abate ou eutanásia e está dividida em descritiva e microscópica ou histológica. Anatomia descritiva: é a que estuda sucessivamente, os diferentes órgãos. Descrever um órgão é informar o seu nome, sua situação, sua forma, seu volume, peso, cor, consistência, relações e a disposição relativa de suas diferentes partes, quando subdividido. Anatomia microscópica ou histológica (geral): estuda as estruturas e seus detalhes invisíveis a olho nu com o uso da microscopia óptica e eletrônica. A anatomia apresenta as seguintes subdivisões: 1.2. OBJETO E OBJETIVOS DA ANATOMIA. O objeto da anatomia veterinária - são as espécies utilizadas no estudo e na dissecção. Exemplos: Animais domésticos. Animais de pequeno porte:Felino (gato), canino (cão), gallus (galinha). Animais de médio porte:Ovino (ovelha), suíno (porco). Animais de grande porte:Eqüíno (cavalo), bovino (boi). Dissecção/Dissecação – é o ato de cortar em partes por planos pré-estabelecidos. O objetivo da anatomia é fornecer informações básicas que darão suporte e subsídios ao estudo e compreensão da histologia, fisiologia, cirurgia, patologia, clínica e etc... Importância da Anatomia é que ela é a base para todos os outros conhecimentos dentro do curso de medicina veterinária. 1.3. HISTÓRICO A história da anatomia engloba um lapso de tempo que supera o cálculo humano. Sua origem se perde na pré-história. Consideramos na história da anatomia cinco épocas: vulgar, Escola de Alexandria, de Galeno, de Vesálio e atual. Época vulgar: caracterizou-se por um desconhecimento quase completo dos seres vivos. Conhecimentos elementares e incompletos integram a doutrina anatômica dessa época. O espírito observador de alguns, se consagrando por sacrificar e desarticular os animais empregados na alimentação humana gerou os conhecimentos da época. Escola de Alexandria: no século III a.C., foi celebre a grandiosa biblioteca e o museu, existente na cidade de Alexandria, para onde convergiam homens eminentes, estudiosos de todas as ciências. Neste grande centro cultural estudou-se a anatomia em condições vantajosas, graças aos trabalhos de dissecações realizadas em animais de várias espécies. Época de Galeno: Galeno nasceu em Bérgamo, que compartilhava com Alexandria o conhecimento da época, no ano 131 de nossa era. Foi um grande médico, porém o espírito religioso do período, o privou, de ensinamentos adquiridos em cadáveres humanos. Como viajante incansável percorreu extensos territórios, praticou dissecações em muitas espécies de animais descobrindo novos tipos de organizações, até conseguir formar a escola médica. É considerado o criador da anatomia comparada. Devido ao espirito religioso da época, tido como todo poderoso, nenhum descobrimento anatômico humano novo se incorporou aos de Galeno e assim passaram-se 14 séculos. Época de Vesálio: em 1543, André Vesálio, publicou pela primeira vez seu memorável trabalho “De humani corporis fabrica” (sobre a estrutura do corpo humano), sendo caracterizado como o primeiro livro de anatomia humana realmente exato, pois, era dito popular da época “é melhor equivocar-se com Galeno do que acertar com outros”. Vesálio que lecionava na Universidade de Pádua, tinha apenas 29 anos quando apresentou uma anatomia sistemática baseada não na fé ou em analogias da anatomia animal de Galeno, mas em estudos de dissecações do cadáver humano. André Vesálio foi considerado o restaurador da obra de Galênica e o verdadeiro fundador da anatomia humana. Época Atual: os descobrimentos, a partir daí se sucederam vertiginosamente. Com o descobrimento do microscópio, surgem investigações anatômicas de grande alcance. Em nossos dias são utilizados meios complementares, além do bisturi e pinças, como o uso do raio-X (anatomia radiológica), ultra-sonografia, microscopia de varredura, entre outros. 1.4. NOMENCLATURA ANATÔMICA Como toda ciência, a anatomia tem sua linguagem própria. O conjunto de termos empregados para designação e descrição de um organismo ou suas partes denomina-se nomenclatura anatômica. Foi realizado em Paris, em 1955, um Congresso de Anatomia, visando uma uniformização internacional da nomenclatura anatômica. Foi escrita em latim com a permissão de cada nação traduzi-la para sua língua. Em 1968, foi publicada em Viena, pela Comissão Internacional de Nomenclatura Veterinária, sob responsabilidade da Associação Mundial de Anatomistas Veterinários, a Nomina Anatômica Veterinária (NAV); essa nomina é periodicamente revista, sendo a quinta versão de 2012- FIFTH EDITION (revised version), e tentaremos usá-la de forma permanente neste trabalho. É escrita em latim e pode ser traduzida para a língua do profissional que a emprega, por exemplo, o latim hepar torna-se fígado em português, higado em espanhol, liver em inglês, foie em francês e leber em alemão. Epônimos – é a desinência dada a estruturas por nomes de homens; foram preferencialmente eliminadas na edição de 2005 da NAV. Exemplos: Trompa de Falópio, mudou para tuba uterina Trompa de Eustáquio; mudou para tuba auditiva. . 1.5. POSIÇÃO ANATÔMICA Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a posição pode variar, convencionou-se uma posição padrão (posição anatômica). Para os animais quadrúpedes, a posição anatômica é aquela em que o animal está com os quatro membros em estação (de pé) e alerta (FIG 01). Esta posição é diferente da posição anatômica humana. Quando descrevemos um órgão, não interessando se o cadáver está sobre uma mesa, por exemplo, sempre temos em mente a posição anatômica. Foto de um eqüino demonstrando a posição anatômica para os animais domésticos quadrúpedes. 1.6. PLANOS PARA O CORPO DOS ANIMAIS QUADRÚPEDES Plano é uma superfície, real ou imaginária, ao longo da qual dois pontos quaisquer podem ser unidos por uma linha reta. Na posição anatômica o corpo pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície, formando uma figura geométrica, um paralelepípedo. Assim, tem-se os seguintes planos de delimitação: dois planos verticais, um tangente a cabeça, plano cranial e outro tangente a cauda, plano caudal. dois planos verticais tangentes de cada lado do corpo, planos laterais direito e esquerdo. dois planos horizontais, um tangente ao dorso, plano dorsal e outro à palma das mãos e planta dos pés o plano podálico. O tronco isolado é limitado inferiormente, pelo plano que tangencia o ventre denominado plano ventral. PLANOS DE SECÇÃO Plano mediano ou sagital mediano: divide o animal em dois ANTÍMEROS criando a simetria bilateral, o conceito de antimeria e os termos associados direito e esquerdo. Plano sagital: são planos que cortam o animal paralelamente ao plano mediano, criando os termos medial e lateral. Plano horizontal: divide o animal em dois PAQUÍMEROS originando o conceito de paquimeria e os termos dorsal e ventral. Plano transversal: divide o animal em dois METÂMEROS criando o conceito de metameria e os termos cranial e caudal. Representação dos planos anatômicos de secção para o corpo dos animais domésticos. 1.7. TERMOS ANATÔMICOS GERAISQUE INDICAM A POSIÇÃO (LOCAL) E DIREÇÃO DAS PARTES DO CORPO DOS ANIMAIS: -Cranial e Caudal – expressões usadas para indicar na direção ou maior aproximação da cabeça ou da cauda. -Dorsal e Ventral – na direção ou relativamente próximo ao dorso ou ao ventre (abdome) do animal respectivamente. O termo ventral nunca deve ser usado para membros. -Lateral e Medial – estrutura distante ou afastada do plano mediano e na direção ou relativamente próximo ao plano mediano respectivamente. -Rostral – na direção ou relativamente próximo ao focinho (rostro-nariz) do animal, usado somente para a cabeça. -Proximal e Distal – proximal relativamente próximo à raiz ou origem principal e distal afastado da raiz, utilizado para membros e cauda. -Axial e Abaxial – as estruturas que ficam próximas ao eixo central de um dedo central, ou próximo ao eixo do membro se passarem entre os dois dedos são ditas axiais e as que estão à distância do eixo de referência estão em posições abaxiais (ab, fora de). -Interno e Externo; Superficial e Profundo – têm o significado usual dos termos. -Parietal e Visceral - parietal refere-se a face da estrutura que em direção a parede da cavidade e visceral quando na direção das outras vísceras. -Cortical e Medular – o primeiro significa a camada externa e o segundo a interna de alguns órgãos como rins, adrenal, etc. -Nos membros usamos para a mão – Dorsal e Palmar – e para o pé – Dorsal e Plantar - para designar características localizadas em cima ou abaixo dos mesmos. � 1.8. DIVISÃO DO CORPO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS Corpo divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. O esquema seguinte apresenta as principais partes do corpo: Cabeça Pescoço Tórax Tronco Abdome Pelve Raiz Ombro Divisão do Corpo Torácicos Braço Membros Parte Livre Antebraço Mão (palma e dorso Raiz Quadril Pélvicos ou Coxa Pelvinos Parte Livre Perna Pé (planta e dorso) 2. OSTEOLOGIA GERAL Osteologia: é a ciência que estuda os ossos. Esqueleto: é o conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que compõem o corpo de um animal. O esqueleto é composto de partes duras e resistentes que estrutura as formas dos animais. Desempenha várias funções vitais ao organismo animal, dentre elas podemos citar: proteção para órgãos moles, como o coração, pulmões, sistema nervoso central, etc. Sustentação e conformação do corpo; sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem o deslocamento do corpo, no todo ou em parte; local de armazenamento de íons Ca e P (durante a gravidez a calcificação é feita, em grande parte pela reabsorção destes elementos armazenados no organismo materno) e, finalmente, local de produção de certas células do sangue. 2.1DIVISÃO DO ESQUELETO � Esqueleto axial: compreende em ossos da raque ou coluna vertebral, costelas, esterno, cabeça. Esqueleto apendicular: compreende em ossos dos membros torácicos e pélvicos. Esqueleto esplâncnico ou visceral: compreende em vários ossos desenvolvidos no interior de algumas vísceras ou órgãos. Ex: osso peniano dos canídeos e felídeos osso cardíaco dos bovinos osso rostral do focinho dos suídeos fabelas dos caninos ( dois ossos em forma de ervilha, situados caudal mente aos côndilos do fêmur no interior do músculo gastrocnêmio ou gêmeo). 2.2 NÚMERO DE OSSOS O número de ossos em um esqueleto animal varia: - segundo a idade deste animal devido à fusão que ocorre das partes ósseas desde a origem até o nascimento e daí até a idade adulta. Os elementos ósseos que se originam separados no feto vão se unindo à medida que o animal se desenvolve até a idade adulta. - varia dentro de uma mesma espécie, principalmente no número de vértebras caudais. - varia dentro do esqueleto de um mesmo animal entre os dois antímeros. Ex: tarso do eqüino pode apresentar 6-7 ossos, e o carpo de 7-8 ossos. Eqüino Bovino Ovino Suíno Canino TOTAL 199 - 209 203 - 205 200 - 206 272 - 279 302 - 305 2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS � Ossos longos: caracterizam-se por apresentar uma forma longa e cilíndrica em que uma dimensão, o comprimento, predomina sobre as outras duas (largura e espessura). Apresentando, normalmente, extremidades dilatadas. Encontram-se nos membros com função de colunas de sustentação. Compostos de um corpo ou diáfise, a qual contém em seu interior uma cavidade medular que abriga a medula óssea. Suas extremidades ou epífises estão interligadas a diáfise nos animais em crescimento por um anel cartilagíneo chamado metáfise ou disco epifisário. Ex: úmero, rádio – ulna, metacarpo, falange proximal (menor osso longo), fêmur, tíbia – fíbula, metatarso. Fêmur eqüino vista cranial Osso Alongado O comprimento é maior que a largura e espessura e não apresentarem canal medular. Exemplo: costelas. Ossos planos ou chatos: apresentam duas dimensões, comprimento e largura, predominante sobre a espessura. Apresentam grande área para inserções musculares, tendo ainda, a função de proteção de órgãos e vísceras. Ex: ossos da abóboda craniana, escápula, ossos do coxal (ílio, ísquio, púbis). Ossos curtos: não apresentam nenhuma dimensão predominante, sendo todas proporcionais entre si. Sua função consiste em amortizar os choques diminuindo os atritos e direcionando os tendões dos movimentos. Ex: ossos do carpo e tarso, falange média, ossos sesamóides, patela. Carpo eqüino vista cranial Ossos irregulares: ossos de aspecto disforme ou de forma complexa. Encontram-se, geralmente, na linha mediana e são ímpares. Tem várias funções e não são passíveis de classificação geral, e sim, especiais. Ex: falange distal, vértebras, ossos da base do crânio. Vértebra lombar de eqüino. Ossos pneumáticos: são ossos pertencentes à outra classe que apresentam, em seu interior, um espaço revestido de membrana mucosa, repleto de ar. Este espaço entra em contato com o meio exterior através do sistema respiratório e tuba auditiva nas aves ou pela cavidade nasal nos mamíferos. Ex: mamíferos → seios paranasais aves → raque, esterno, úmero 2.4 ESTRUTURA DO OSSO LONGO Periósteo: é uma membrana que reveste a superfície externa do osso, com exceção das extremidades articulares que são revestidas por tecido cartilagíneo. É composto, externamente, de uma membrana de tecido conjuntivo fibroso de proteção e internamente, de uma camada de células osteogênicas. Substância compacta: forma a maior parte da diáfise. É rica em depósito de sais minerais, principalmente de cálcio. É extremamente dura e resistente. Substância esponjosa: forma o interior das extremidades. Tem aspecto poroso e é formada por uma disposição especial de lâminas ósseas chamadas lamelas ósseas. Endóstio: é uma fina membrana fibrosa que reveste a cavidade medular e o interior da substância esponjosa. Medula óssea: é um tecido hematocitopoiético ou hematocitogênico, ou seja, que dá origem às células sangüíneas. Localiza-se nos ossos longos, dentro das cavidades medulares. Nas outras classes de ossos, no interior da substância esponjosa. Nos jovens a medula óssea é sempre vermelha, nos mais idosos este tecido vai sendo substituído por tecido adiposo, formando a medula óssea amarela. A medula óssea do esterno permanece por toda a vida vermelha. Desenho esquemático demonstrando as estruturas de um osso longo. 2.5 ESTRUTURA DO OSSO PLANO São formados por duas lâminas de substânciacompacta, e preenchidas por substância esponjosa. Os ossos planos da abóbada craniana apresentam uma lâmina externa de substância compacta e uma lâmina interna de osso muito denso, estando as duas interligadas por uma certa quantidade de substância esponjosa, sendo denominada esta formação de diploë. A lâmina compacta interna não é mais espessa que a externa e sim mais resistente. A face interna da cavidade craniana não apresenta periósteo, não tendo capacidade regenerativa, em fraturas e lacerações tem que ser completadas com placa metálica. Se houvesse periósteo teríamos a formação de calo ósseo e compressão do tecido nervoso. A natureza revestiu a cavidade com uma membrana chamada dura – máter. Esquema demonstrando as diferença entre as estruturas de um osso plano do esqueleto apendicular para um osso plano craniano. 2.6 VASOS E NERVOS As artérias que nutrem os ossos são de dois tipos: - periósticas - medulares ou nutrícias As artérias periósticas ramificam-se no periósteo e penetram pelos canais de Wolkmann indo nutrir o sistema Haversiano da substância compacta. As artérias nutrícias ou medulares penetram na diáfise através do forame nutrício indo irrigar a medula óssea. As veias principais abandonam o osso, geralmente, por forames localizados próximos ou nas epífises, nunca acompanhando as artérias. Os nervos acompanham as artérias sendo que as terminações nervosas do periósteo são sensoriais e estão relacionadas com o sentido muscular e o equilíbrio (cinestesia). 2.7 DESENVOLVIMENTO ÓSSEO O primitivo esqueleto embrionário consiste de cartilagem e tecido fibroso, nos quais os ossos desenvolvem-se. O processo é designado de ossificação ou osteogênese e é elaborado essencialmente pelas células produtoras de osso, chamadas osteoblastos. Os ossos são formados, a princípio, no desenvolvimento embrionário por matrizes cartilagíneas ou fibrosas. São ditos ossos membranosos os formados por moldes de tecido conjuntivo fibroso. Os principais ossos são aqueles da abóboda e lados do crânio e muitos ossos da face. Os ossos cartilagíneos são os que se desenvolvem de uma matriz de cartilagem. É a maior parte do esqueleto. Daí derivam os nomes de ossificação intramembranosa e endocondral. Condros é cartilagem. O processo de ossificação dá-se a partir de um centro de ossificação, irradiando-se até a periferia óssea. Os ossos apresentam vários centros de ossificação. 2.8 CRESCIMENTO DOS OSSOS Os ossos longos crescem em comprimento através do disco epifisário da metáfise que é cartilagíneo. A cartilagem deste disco vai proliferando e ossificando até que o osso atinja o tamanho ideal, então todo o disco ossifica na idade adulta não podendo mais crescer. Normalmente o disco epifisário distal ossifica e se consolida bem antes que o proximal. O crescimento em espessura dos ossos longos é do tipo membranoso, feito pela proliferação da lâmina osteogênica do periósteo, que se multiplica em camadas e ossifica. Os ossos membranosos crescem através do tecido conjuntivo fibroso que persiste nos bordos ósseos e que prolifera e vai ossificando em camadas. 2.9 ACIDENTES ÓSSEOS São variações na superfície dos ossos, podendo ser saliência ou depressão do tipo articular ou não articular. Saliências articulares: promovem articulação entre ossos. Cabeça: ex: do fêmur, da costela, do úmero Côndilo: ex: da mandíbula, do occipital, do temporal Tróclea: ex: do tarso Saliências não articulares: servem de ponto de apoio para músculos, tendões e ligamentos. Processo ou apófise: ex: processo odontóide do axis, processo espinhoso das vértebras Tuberosidade: ex: tuberosidade deltóide do úmero, protuberância occipital externa Cristas: ex: parietal, facial, da tíbia Tubérculo: ex: do úmero, da costela Espinhas: ex: espinha da escápula Linhas: ex: da tíbia, do coxal Trocânter: ex: trocanter maio e menor do fêmur Epicôndilo: ex: epicôndilo lateral dos côndilos Depressões articulares Cavidade Cotilóide: ex: nas vértebras torácicas, acetábulo que recebe a cabeça do fêmur (mais funda que a glenóide) Cavidade Glenóide: ex: na escápula Cavidade anular do atlas: ex: onde articula o axis Cavidade troclear: ex: patela que articula com as trócleas do fêmur. Depressões não articulares Chanfradura: ex: da mandíbula Hiato: ex: hiato rasgado Forame: ex: forame magno do occipital Fissura: ex: fissura palatina Impressões digitais: ex: no temporal Seios: ex: no frontal, maxilar Goteiras: ex: da costela Canais: ex: canal alar Sulco: ex: na face medial da escápula, da costela Fossa: ex: no temporal, no úmero, massetérica Meato: ex: da tuba auditiva do temporal Incisura: ex: falange distal 3. ESQUELETO AXIAL -CABEÇA ÓSSEA: É a porção elevada e anterior das espécies domésticas, estando em posição normal. Está dividida em crânio e face. CRÂNIO: é a porção mais caudal, é formado por ossos planos e esses concorrem para a formação da cavidade craniana, que vai proteger parte do sistema nervoso central o encéfalo. Está dividido em porção basal e porção dorsal. Porção basal: lembra a continuação da coluna vertebral, estando formado pelos seguintes ossos: 1 - Occipital 1 - Esfenóide 1 - Etmóide 2 - Temporais Porção dorsal: forma o teto e parte das paredes laterais da cavidade craniana, compreendendo os ossos: 2 - Parietais 1 - Interparietal 2 - Frontais A FACE forma a porção oral e restante da cabeça, é constituída pelos seguintes ossos: 2 - Nasais 2 - Zigomáticos 2 - Lacrimais 2 - Incisivos 2 - Maxilares 4 - Cornetos 1 - Vômer 2 - Palatinos 2 - Pterigóides 1 - Mandíbula 1 - Hióide 3.1. OSSOS DO CRÂNIO 3.1.1. OCCIPITAL É o mais caudal dos ossos do crânio. Apresenta para descrição duas faces uma exocraniana (externa) e uma endocraniana (interna). A face exocraniana apresenta os seguintes acidentes ósseos: Côndilos do occipital ( se articulam com o atlas (1ª vértebra cervical) Forame magno ( localizado entre os côndilos serve de entrada para a medula espinhal. Importante local de coleta do líquido cérebro espinhal (líquor). Protuberância occipital externa ( situada na linha média. Crista nucal ( se estendem lateralmente para cada lado, a partir da protuberância. Fossa condilar ventral ( depressão localizada próximo aos côndilos na porção basal do osso. Canal do hipoglosso ( situado na fossa condilar, por onde emerge do crânio o nervo hipoglosso (XII par craniano) Processos paracondilares (jugulares) ( projeções pares localizados próximos aos côndilos que servem para fixação de músculos. Forame lácero (mais caudal) e forame jugular (mais rostral), situados na junção do occipital com os ossos temporal e esfenóide. Os referidos forames estão unidos no eqüino (forame jugulacerado ou hiato rasgado). Base do occipital (porção basilar)( em contato com o esfenóide, apresenta pequenos Tubérculos musculares. A face endocraniana apresenta: Protuberância occipital interna – processo tentório Impressões digitais BOVINOS: forma parte ventral somente da superfície caudal do crânio crista occipital externa ( estende-se ventralmentre na protuberância occipital externa; côndilos mais afastados, processos paracondilares curtos e largos; na fossa condilar ventral encontramos 2 ou + forames o mais ventral é o canal do hipoglosso os demais forames são paras as veias do canal condíleo; forame mastóide( de cada lado na junção do occipital e temporal a base do occipital é curta e apresenta 2 grandes tubérculos musculares localizados na junção com o esfenóide; não tem forame lacero, somente o forame jugular; não possui crista nucal no local uma linha nucal. SUÍNOS: forma a superfície caudal do crânio, achatado e alongado; processo paracondilar alongado; canal do hipoglosso localiza-secaudal ao forame jugular; apresenta linha temporal e linhas oblíquas; presença de forame lacero e jugular; - tubérculos nucais CARNÍVOROS: côndilos achados; presença de forame mastoide; processos paracondilares curtos; parte basilar larga e se une a bula timpânica; presença do forame jugular; canal do hipoglosso pequeno. 3.1.2 ESFENÓIDE Tem o formato semelhante a uma borboleta. Forma 2/3 rostrais do crânio entre o occipital caudalmente e etmoíde rostralmente. Encontra-se dividido em três partes: corpo, asas temporais e asas orbitais. Corpo O corpo é externamente liso. Internamente encontramos os seguintes acidentes ósseos: Sela túrcica Fossa hipofisária ( onde se acomoda a glândula hipófise. Sulco óptico ou sulco do quiasma Seio esfenoidal Impressões digitais Asas temporais Externamente encontra-se o forame alar caudal e a crista pterigoide e internamente impressões digitais. Asas orbitais Externamente as asas orbitais encontra-se: Forame etmoidal (na transição entre o osso frontal e esfenóide) Forame óptico Fissura orbitária ((espaço ósseo) Forame redondo ( se abre dentro da fissura Forame alar rostral Forame alar parvo Os forames dão passagem a vasos e nervos. Internamente encontram-se impressões digitais. BOVINOS: crista pterigoide; forame órbito-redondo (união da fissura orbitaria e o forame redondo) forame oval; não apresenta canal alar e nenhum dos forames alares. SUÍNOS: corpo mais triangular; forame órbito-redondo semelhante aos ruminantes; crista pterigóide; não apresenta forame alar. CARNÍVOROS: forame oval; forame alar rostral e caudal; forame etmoidal duplo 3.1.3 ETMÓIDE Está localizado no interior da cabeça no limite entre o crânio e a face. Está subdividido em três partes: Lâmina perpendicular Coloca-se medianamente entre as massa laterais e as lâminas crivadas. Na crista perpendicular localiza-se a crista galli. Massas laterais (labirinto etmoidal) Massas ósseas enroladas de forma espiralada envolvidas por uma lâmina óssea chamada lâmina papirácea. Lâminas crivadas São lâminas ósseas colocadas transversalmente e de cada lado da lâmina perpendicular. 3.1.4 TEMPORAIS Localizados de cada lado da cavidade craniana. Está subdividido em porção escamosa e porção petrosa. Porção escamosa Externamente: Processo zigomático do temporal: se une ao processo temporal do zigomático e forma o arco ou ponte zigomática. Tubérculo articular: articulam-se com os côndilos da mandíbula. Fossa mandibular Processo retroarticular situados caudalmente ao tubérculo articular Forame retroarticular ( situado caudalmente ao processo retroarticular. A face externa da porção escamosa contribui para formação da fossa temporal. Internamente: Impressões digitais Porção petrosa Tem a forma de uma pirâmide, esta dividida em quatro faces, uma base e um vértice. Faces: Externamente: Processo acústico externo Meato acústico externo Processo mastóide Internamente: Meato acústico interno Crista petrosa A face caudal (aboral) relaciona-se diretamente com o occipital. Base: Processo muscular Processo estilóide ( local onde se articula com o osso hióide. Forame estilomastoide ( dá passagem ao nervo facial. Bolha ou bula timpânica ( aloja a orelha interna. Vértice: Porção mais dorsal, está relacionada com a porção escamosa do temporal e com o osso occipital. BOVINOS: processo retroarticular menos proeminente; processo muscular é grande; não possui processo mastóide; meato temporal. SUÍNOS: processo retroarticular reduzido; bula timpânica alongada; processo muscular; processo mastóide de reduzido; processo estiloide fundido à bula timpânica; forame estilomastóide. CARNÍVOROS: não apresenta tubérculo articular; processo retroarticular grande; processo mastóide; forame estilomastóide; processo muscular; processo estilóide. 3.1.5 PARIETAIS Os parietais formam as partes do teto da cavidade craniana, contorno rombóide fortemente curvo. Externamente: Crista parietal externa A face externa do parietal, juntamente com a porção escamosa do temporal, contribui para a formação da fossa temporal. Internamente: Crista parietal interna Impressões digitais BOVINOS não entram na formação do teto da cavidade craniana, constitui parte dorsal da parede caudal do crânio. É marcado pela crista sagital externa que se continua com a crista temporal; SUÍNOS: crista parietal mais lateral. CARNÍVOROS: fortemente curvo, crista sagital externa distinta. 3.1.6 FRONTAIS São ossos pares que formam a porção oral do teto da cavidade craniana. Estão no limite entre o crânio e a face. Externamente: Processo zigomático do frontal Forame supra orbital Internamente: Impressões digitais Seio do frontal BOVINOS: forma metade do comprimento total do crânio, as bordas formam com o parietal uma grande protuberância intercornual ponto mais alto do crânio; processo cornual ( animais aspados); processo zigomático curto e se une ao processo frontal do zigomático; forame supraorbital apresenta o sulco supra-orbital. SUÍNOS: processo zigomático é incompleto naõ alcança o arco zigomático. CARNÍVOROS: processo zigomático curto; não apresenta forame supraorbitário. 3.1.7 INTERPARIETAL Osso temporário que aparece durante o período fetal até os primeiros dias de vida. Posteriormente é reabsorvido pelo occipital e pelo parietal. 3.2. OSSOS DA FACE: 3.2.1. MAXILAR OU MAXILAS: Situam-se na porção lateral da face e se articulam com quase todos os ossos da face, bem como os temporais e frontais. Para sua descrição dividem-se em um corpo e dois processos: Alveolar e palatino. O corpo apresenta 4 faces: Face facial: é convexa no animal jovem e côncava no animal adulto. Apresenta caudalmente uma crista horizontal denominada de crista facial. Aproximadamente 5 cm dorso-rostralmente a crista situa-se o forame infra-orbitário que é a abertura do canal infra-orbitário. Face nasal: forma a maior parte da parede lateral da cavidade nasal. Apresenta o raso sulco naso-lacrimal e ventralmente a este a crista conchal que suporta a concha nasal ventral. Face pterigopalatina: apresenta uma proeminência denominada de tuberosidade maxilar. Medial a essa tuberosidade situa-se um profundo recesso (nicho pterigopalatino) onde localizam-se três orifícios que são dorsoventralmente: 1. Forame maxilar: que é o início do canal infra-orbitário. 2. Forame esfeno-palatino: que abre-se na cavidade nasal. 3. Forame palatino maior caudal: entrada do canal palatino maior. Face orbital: forma uma pequena porção da parede ventral da órbita. Processo alveolar: apresentam seis grandes cavidades ou alvéolos para os dentes pré-molares e molares superiores. Rostralmente ao primeiro grande molar freqüentemente existe um alvéolo para o primeiro pré-molar chamado de dente de lobo. Rostralmente aos alvéolos dentários na borda alveolar situa-se o espaço interalveolar ou interdental. Junto ao osso incisivo existe um alvéolo para o dente canino que só está presente nos machos adultos. Processo palatino: projeta-se medialmente formando a maior parte do palato duro. Apresenta lateralmente o sulco palatino. Une-se ao processo palatino do lado oposto pela sutura palatina média, sobre a qual dorsalmente na cavidade nasal situa-se o osso vômer. A borda caudal junta-se com a porção horizontal do osso palatino na sutura palatina transversa. Seios do maxilar: são espaços entre duas lâminas ósseas, cobertas por mucosa e preenchidos por ar. BOVINOS: - O maxilar é mais curto. - O forame infra-orbitário pode ser duplo, principalmente na espécie ovina. - Não apresenta crista facial, apresentando no seu lugar a tuberosidade facial. - Foramemaxilar se transforma em fissura maxilar. SUÍNOS: - O maxilar é alongado. - Forame infra-orbitário geralmente é duplo. - Apresenta junto com os ossos lacrimal e zigomático na face facial a fossa muscular ou canina. CANINOS: - Não apresenta crista nem tuberosidade facial. 3.2.2 VÔMER Está localizado na cavidade nasal, fixado dorsalmente na sutura palatina média. É contituida por uma lâmina que forma rostralmente uma canaleta onde se encaixa a cartilagem do septo nasal. Caudalmente se expande lateralmente como se fossem orelhas de gato se articulando com os ossos palatino, esfenóide e pterigóide. Caudalmente divide as coanas em duas partes. Comparada: - Nos bovinos o sulco para o septo é bem mais alargado. 3.2.3 PALATINOS Estão situados em ambos os lados das coanas e formam a porção caudal do palato duro. Apresentam duas lâminas: horizontal e perpendicular. Lâmina horizontal: é plana e forma a porção caudal do palato duro. Possui a forma de uma ferradura quando unida a lâmina do lado oposto. Une-se com o processo palatino do maxilar pela sutura palatina transversa e forma com este o forame palatino maior oral que é a saída do canal palatino. Lâmina perpendicular: forma a parede lateral das coanas. São côncavas e lisas. Forma com o osso pterigóide o processo piramidal ou pterigoideo. BOVINOS: - A lâmina horizontal forma 1/3 do palato duro. - O forame palatino maior oral está situado mais medialmente. SUINOS: - A lâmina horizontal tem formato de cunha. - Os forames palatinos maior oral situam-se nos processos palatinos dos maxilares. CANINOS: - A lâmina horizontal forma 1/3 do palato duro. 3.2.4 PTERIGÓIDES É o menor osso da face. São lâminas ósseas encurvadas que articulam-se com os ossos palatino, esfenóide e vômer. Formam parte das paredes laterais das coanas. A extremidade ventral é livre e forma o processo ganchoso do pterigóide ou hâmulo do pterigóide. Comparada: - Nas demais espécies o processo ganchoso é menor. - Nos suínos localiza-se caudal ao processo piramidal do osso palatino. 3.2.5 INCISIVOS São os ossos mais rostrais da face, se articulam com os ossos nasais, maxilares e vômer. É composto de um corpo e três processos: alveolar, palatino e nasal. Corpo: A face labial é lisa e relaciona-se com o lábio superior e a face palatina é côncava. O corpo acha-se perfurado pelo canal inter-incisivo, onde penetram artéria, veia e nervo incisivo. Processos alveolares: apresentam três alvéolos profundos para os dentes incisivos superiores. Processos nasais: projetam-se caudal e dorsalmente formando parte da parede lateral da cavidade nasal. Formam juntamente com o osso nasal a incisura naso-incisiva. Ventralmente, na junção com o maxilar forma no macho adulto o alvéolo para o dente canino. Processos palatinos: são duas lâminas ósseas que formam a porção rostral do palato duro. Está separada lateralmente do maxilar pela fissura palatina. BOVINOS: - Não apresentam processos alveolares. - O canal inter-incisivo se transforma numa incisura SUÍNOS: - Fissura palatina é alargada. - O canal inter-incisivo se transforma em incisura CANINOS: - Não possui incisura naso-incisiva. 3.2.6 ZIGOMÁTICOS Articulam-se com os ossos lacrimal dorsalmente, com o maxilares rostral e ventralmente, e com o temporal caudalmente. A face lateral (facial) é lisa e ligeiramente convexa. Apresenta na sua porção ventral a crista facial, que se prolonga rostralmente com a crista facial do maxilar e caudalmente com o processo temporal, que juntamente com o processo zigomático do temporal forma o arco zigomático. O processo frontal não existe no eqüino. A face orbitaria é muito menor que a facial e forma parte da parede ventral e rostral da órbita. A face nasal é côncava e dirige-se para o seio maxilar. BOVINOS: - Apresenta o processo bifurcado em duas porções: uma é o processo frontal do zigomático que se articula com o processo zigomático do frontal e a outra é o processo temporal do zigomático. SUINOS: - Forma parte da fossa muscular ou canina. - Não se articula com o frontal. - Processo temporal bastante robusto e também é bifurcado. CANINOS: - O processo temporal é a maior parte do osso zigomático. É muito longo e fortemente curvo. - Entre os processos temporal e zigomático existe uma pequena eminência denominada de processo frontal, no qual se insere o ligamento orbitario. 3.2.7 LACRIMAIS Estão localizados na porção rostral da órbita e se estendem rostralmente sobre a face até o maxilar. Articulam-se com os ossos frontal e nasal dorsalmente e com o zigomático e maxilar ventralmente. Apresenta 2 faces: orbitaria e facial. A face orbitaria é de contorno triangular, lisa e côncava. Próxima a margem orbitaria apresenta uma fossa afunilada que representa a entrada do canal lacrimal. Esta fossa é ocupada no animal vivo pelo saco lacrimal que é a origem do ducto naso-lacrimal. A face facial é mais extensa e lisa. Apresenta a uns 2 cm da margem orbital o pequeno processo lacrimal. BOVINOS: - Face facial extensa e côncava. Não apresenta o processo lacrimal. - A fossa para o saco lacrimal é pequena e bem próxima do contorno da órbita. - Ovino: a face facial apresenta uma fossa lacrimal externa ou infraorbitaria que é ocupada no animal vivo pela bolsa infra-orbitaria, onde se localizam grandes glândulas sebáceas. SUÍNOS: - Apresenta dois orifícios lacrimais no contorno da órbita. - Forma junto com o maxilar e zigomático a fossa canina ou muscular. CANINOS: - É um osso muito pequeno, quase não existe porção facial. 3.2.8 NASAIS Formam a maior parte do teto da cavidade nasal. Articulam-se com os ossos incisivo, maxilar, lacrimal e frontal. Possui um contorno triangular alongado, com a extremidade caudal alargada e a extremidade rostral pontiaguda. Face externa: é lisa e convexa transversalmente. Face interna (nasal): é lisa e côncava. Aproximadamente no seu centro apresenta a crista etmoidal que serve de sustentação da concha nasal dorsal. Forma juntamente com o processo nasal do osso incisivo a chanfradura naso-incisiva. BOVINOS: - É bem menor, não se funde com os ossos adjacentes mesmo na idade avançada. - Extremidade caudal é pontiaguda. - A extremidade rostral é alargada e apresenta uma chanfradura. OVINOS: - semelhante ao eqüino. SUÍNOS: - Nesta espécie na extremidade rostral da cartilagem do septo nasal entre os ossos nasal e incisivo apresenta o osso rostral (osso do focinho do porco). CANINO: - É mais largo rostralmente que caudalmente. - Não formam com os processos nasais do osso incisivo a chanfradura naso-incisiva. 3.2.9 CONCHAS NASAIS São ossos em forma de cartuchos localizados no interior da cavidade nasal, são em número de 2 pares (ventral e dorsal) que estão separados pelo septo nasal. As conchas nasais dorsais estão fixadas nas cristas etmoidais dos ossos nasais e as ventrais nas cristas conchais dos maxilares. Meatos são os espaços existentes entre os cornetos e são: Meato nasal dorsal: é o espaço entre a concha nasal dorsal e o teto da cavidade nasal. Meato nasal médio: é o espaço entre as conchas nasais dorsal e ventral. Meato nasal ventral: é o espaço entre a concha nasal ventral e o assoalho da cavidade nasal. Meato comum: é o espaço entre as conchas e o septo nasal. Corte transversal da cabeça de equino na altura do quarto dente pré molar superior. 38 – concha nasal dorsal, 39 – concha nasal ventral, 33 – meato nasal comum, 34 – meato nasal ventral, 35 – meato nasal médio, 36 – meato nasal dorsal. -Corte mediano da cabeça de eqüino. 5 – concha nasal dorsal, 6 – concha nasal média, 8 – concha nasal ventral, 13 – meato nasal dorsal, 14 – meato nasal médio, 15 – meato nasal ventral Caninos: - Os cornetos apresentam formaarborizante com lâminas secundárias e terceiras que se espiralizam apresentando a extremidade livre. 3.2.10 MANDÍBULA É o maior osso da face e é ímpar pois as duas metades se fundem quando o animal apresenta ao redor de dois meses de idade. Para descrição consiste em um corpo e dois ramos verticais. Corpo: É a porção horizontal espessa que apresenta os dentes. É composta de uma porção incisiva e outra porção molar. A porção incisiva apresenta duas faces e uma borda. A face lingual é lisa e côncava onde repousa a ponta da língua (superfície geniana). A face labial é convexa, e está marcada por um sulco mediano que corresponde a sínfise mandibular. A borda alveolar apresenta seis alvéolos para os dentes incisivos inferiores e um pouco mais caudal, dois alvéolos para os dentes caninos no macho. A porção molar (ramo horizontal) estende-se caudalmente da porção incisiva. Suporta os dentes molares (pré-molares e molares) inferiores. Apresenta duas faces e duas bordas. A face lateral (labial) é lisa e apresenta na junção com a porção incisiva o forame mental ou mentoniano que é a abertura rostral do canal mandibular. A face medial (lingual) é lisa e apresenta a frágil linha milohioidea onde se, insere o músculo milohioideo. A borda dorsal ou alveolar rostralmente forma o espaço interalveolar, que é delgado. Caudalmente é espessa e escavada por seis alvéolos pares para os dentes pré-molares e molares inferiores. Também existe no potro jovem o alvéolo para o dente de lobo (primeiro pré-molar). A borda ventral é arredondada no cavalo jovem, tornando-se estreita e cortante nos animais idosos. Na sua porção caudal existe pequena depressão denominada de incisura vasorum facialum (incisura dos vasos faciais) onde os vasos faciais e o ducto parotídeo contornam o osso e é local de tomada de pulso no eqüino. Ramo: É a porção vertical do osso, alargada e onde se inserem músculos poderosos. A face lateral é côncava e apresenta linhas rugosas para inserção do músculo masseter. A face medial é côncava e apresenta linhas de inserção para o músculo pterigoideo medial. Apresenta o forame mandibular que é o forame de entrada do canal mandibular. A extremidade articular é composta pelo processo coronóide rostralmente, processo condilar caudalmente e entre estes a incisura mandibular. O processo condilar se articula com a porção escamosa do temporal por meio de um disco ou menisco articular. A união da porção molar (ramo horizontal) com o ramo vertical é espessa é denominada de ângulo da mandíbula. Desenho da mandíbula de um equino demonstrando seus acidentes ósseos BOVINOS: - As duas metades não se fundem completamente mesmo na idade avançada, portando existe sínfise mandibular. - O corpo é mais curto e mais largo, e apresenta 8 alvéolos para os dentes incisivos inferiores. Não há alvéolos para os dentes caninos. Apresenta 6 alvéolos para os dentes molares. - O processo coronóide é mais extenso e se projeta caudalmente. - O ramo é menor que o do eqüino. SUÍNOS: - Mandíbula bastante volumosa. - Existe um par de forames mentonianos mediais. Na face lateral há vários forames mentonianos laterais. - Apresenta alvéolos para os dentes caninos dirigidos lateralmente. - O processo coronóide é pequeno e a chanfradura mandibular é larga. CANINOS: - Apresenta sínfise mandibular. - Apresenta alvéolos para os dentes caninos. - Existem dois ou três forames mentonianos. - O processo coronóide é muito extenso. - No ângulo entre o corpo e o ramo vertical da mandíbula existe o processo angular que se projeta caudalmente. 3.2.11 HIÓIDE É conhecido vulgarmente por osso da língua. Está situado entre os ramos da mandíbula caudalmente. É constituído por diversas peças ósseas que se articulam entre si. Está inserido no processo estilóide da parte petrosa do temporal através da cartilagem timpano-hióide. Projeta-se rostralmente através de uma lâmina óssea denominada de estilo-hióide, forma um ângulo de 90° e se continua com o cerato-hióide, este último se articula com uma peça transversal denominada de basi-hióide. As extremidades laterais do basi-hióide se projetam caudalmente constituindo os tiro-hióides. Medianamente projeta-se rostralmente em um longo processo lingual. Os ossos do hióide são pares, com exceção do basi-hióide e do processo lingual. Osso hióide de eqüino: g – ângulo articular; f’ – ângulo muscular; f – estilóide (estiloióide); e – epióide (fundido no estilóide - vermelho); d – ceratoióide; a – basióide; b – processo lingual; c – processo tiroióide; c’ – catilagem de c. BOVINOS: - Entre o estilo-hióide e o cerato-hióide existe o epi-hióide. - O processo lingual é curto e tuberoso. -Osso hióide de bovino: 1 – ângulo articular; 2’ - ângulo muscular; 2 – estilóide; 3 – epióide; 4 – ceratoióide; 5 - processo tiroióide; 6 - catilagem de 5; 7 – basióide; 8 - processo lingual. CANINOS: - Apresenta epi-hióide bem desenvolvido. - Não tem apófise lingual. SUÍNOS - Apresenta apófise lingual curta e pontiaguda. - Apresenta epi-hióide. 3.2.12 SEIOS PARANASAIS São cavidades dentro de alguns ossos da cabeça preenchidas por ar. Elas são revestidas internamente por uma membrana mucosa e se comunicam com a cavidade nasal. Os seios frontal e maxilar são os mais conhecidos, mas muitos outros estão presentes, incluindo o esfenóide, palatino, lacrimal e seios conchais. 1. Seios frontais: são os seios paranasais encontrados nos ossos frontais de todas as espécies domésticas. 2. Seios maxilares: são os seios paranasais dos ossos maxilares. Este se abre dentro da cavidade nasal através da abertura nasomaxilar. Comparada: BOVINOS: Divertículo cornual: Continuação direta do seio frontal para dentro do processo cornual em ruminantes aspados. 4. ARTROLOGIA (estudo das articulações) Uma articulação é formada pela união de dois ou mais ossos ou cartilagens por outro tecido. O osso é a parte fundamental da maioria das articulações, em alguns casos um osso e uma cartilagem ou duas cartilagens, formam uma articulação. 4. 1 CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES As articulações podem ser classificadas quanto à dinâmica em três classes: - articulações Sinoviais ou Diartroses - articulações Cartilaginosas ou Anfiartroses - articulações Fibrosas ou Sinartroses - articulação Muscular ou Sisarcose 4.1.1ARTICULAÇÕES FIBROSAS – SINARTROSE - neste tipo de articulação o elemento de união é o tecido fibroso que praticamente impede os movimentos, por isso são freqüentemente denominadas articulações fixas ou imóveis. Não apresentam cavidade articular. A maioria destas articulações é temporária em razão do meio de união ser invadido por processo de ossificação, resultando em uma sinostose. Divide-se em: 4.1.1.1 Sutura: este termo aplica-se as articulações da cabeça, em que os ossos adjacentes encontram-se intimamente unidos por tecido fibroso - os ligamentos suturais. Classificam-se em: sutura serrátil: as bordas dos ossos apresentam irregularidades que se engrenam. Ex: sutura fronto nasal. sutura plana: as bordas dos ossos são lisas ou levemente enrugadas. Ex: sutura inter nasal. sutura escamosa: as bordas dos ossos são biseladas e se superpõe. Ex: sutura parieto temporal. 4.1.1.2. Sindesmose: neste tipo o meio de união é o tecido fibroso branco ou tecido elástico ou uma mescla de ambos. Ex: corpos dos metacarpianos e metatarsianos do cavalo, inserções das cartilagens costais entre si, rádio e ulna, etc. 4.1.1.3. Gonfose: este termo é algumas vezes aplicado para a implantação dos dentes nos alvéolos. Não é corretamente uma articulação, visto que os dentes não fazem parte do esqueleto. 4.1.2 ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS – ANFIARTROSES – o meio de união é fibrocartilagem ou cartilagem hialina ou uma combinação de ambas. A flexibilidade depende do meio de união. São temporárias.Classificam-se em: 4.1.2.1. Sincondrose: o meio de união é a cartilagem hialina. Este tipo de articulação é temporário visto que a cartilagem se transforma em osso antes da idade adulta. A cartilagem hialina que une os ossos é uma porção persistente do esqueleto cartilaginoso do embrião. Ex: porção basilar do occipital com o corpo do esfenóide, sincondrose inter mandibular no eqüino, esternébras, etc. 4.1.2.2. Sínfise: nestas articulações o meio de união é constituído por fibrocartilagem em alguma fase de sua existência. Os movimentos nestas articulações são limitados e variáveis. Ex: sínfise pélvica, articulação entre os corpos vertebrais, sínfise mandibular, etc. 4.1.3 ARTICULAÇÕES SINOVIAIS – DIARTROSE – são denominadas articulações móveis ou verdadeiras. Caracterizam-se pela presença de: 4.1.3.1 Elementos constantes: - Superfície articular: variam muito quanto à forma e são na maioria lisas. Em certos casos a superfície acha-se interrompida por fossas ou fóveas sinoviais. Ex: fóvea da cabeça do fêmur, fossa acetabular. - Cartilagem articular: geralmente do tipo hialino, revestem as superfícies articulares dos ossos. São espessas naquelas articulações que são sujeitas a maior pressão ou atrito. Acentuam a curvatura dos ossos. As cartilagens não são vascularizadas, diminuem os efeitos dos abalos e reduzem grandemente a fricção. - Cápsula articular: é um tubo cujas extremidades estão inseridas ao redor das superfícies articulares. Formada de duas camadas. Uma externa constituída de tecido fibroso e uma interna a membrana sinovial. a) Membrana fibrosa: insere-se a margem da superfície articular. Sua espessura varia muito, em alguns pontos é extremamente espessa e em outros pontos está ausente, neste caso a cápsula articular consiste apenas de membrana sinovial. b) Membrana sinovial: reveste a cavidade articular exceto sobre as cartilagens articulares. É uma membrana ricamente suprida por vasos e nervos. Pode apresentar pregas e vilosidades que se projetam no interior da cápsula articular, nas pregas encontramos coxins de gordura. A membrana sinovial secreta um líquido a sinóvia que lubrifica a articulação. Tem o aspecto de clara de ovo amarelada e também nutre a cartilagem hialina articular. A cavidade articular é virtual, apenas contém sinóvia suficiente para a lubrificação da juntura. 4.1.3.2Elementos inconstantes: - Ligamento: são fortes cintas ou membranas constituídas de tecido fibroso que unem os ossos entre si. São praticamente inelásticos, com algumas exceções como o ligamento nucal. Divide-se em: a) ligamentos extra capsulares: são freqüentemente fusionados com a membrana fibrosa ou fazendo parte dela e em outros casos são distintos. Ligamento colateral está localizado lateralmente a uma articulação. b) ligamento intra capsulares: estão localizados dentro da cápsula articular, porém, não dentro da cavidade articular, porque estão revestidos pela membrana sinovial. Em alguns casos, músculos, tendões, espessamentos de fáscias podem funcionar como ligamentos. - Discos e meniscos articulares: são placas de fibrocartilagem colocadas entre as cartilagens articulares. Dividem a cavidade articular parcial ou totalmente em dois compartimentos, permitem maior amplitude de movimento, diminuem o choque, tornam as superfícies articulares mais congruentes. Ex: disco - juntura temporo mandibular; menisco - juntura femoro tibial. - Cartilagem marginal: é um anel de cartilagem que rodeia a borda de uma cartilagem articular, ampliando a cavidade e prevenindo fraturas na borda articular. Ex: articulaçõe coxo-femoral (lábio acetabular). 4.1.3.3 Movimentos articulares: Angulares (flexão/extensão): nestes movimentos há uma diminuição ou aumento do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele que permanece fixo. Flexão é a diminuição do ângulo, o aumento é extensão. Ex: aproximação do úmero + rádio e ulna. Abdução e adução: abdução é sinônimo de abertura e significa o movimento de afastamento do osso do eixo mediano. Ex: movimento de afastamento do membro anterior. Adução é o retorno do membro à posição primitiva ou quando se aproxima do eixo principal do corpo. Rotação: quando um elemento permanece fixo e outro gira em torno do eixo principal longitudinal. Ex: articulação atlanto-axial Deslizamento: para que haja um movimento de deslizamento as superfícies devem ser planas. Ex.: vértebras pelos processos articulares. Circundação: são movimentos em que o segmento descreve círculos em torno de um eixo. Ex. articulações na extremidade da coluna (pescoço e cauda). Nos quadrúpedes só é possível em grau limitado e como manifestação de enfermidade. 4.1.3.4 Tipos de Articulações Sinoviais: - Articulação Plana: caracteriza-se por apresentar superfície articular plana ou quase plana que permite deslizamento de umas sobre as outras. Ex: articulações dos processos articulares das vértebras e articulação sacroilíaca (face ventral do ílio e asas do sacro). - Articulação tipo Gínglimo: articulação típica de dobradiça realizando movimentos angulares. Caracteriza-se pela apresentação de uma superfície articular formato arredondado e outra escavada para recebê-la. Ex. articulação da tíbia e tálus, articulação do cotovelo (úmero-rádio-ulnar), atlanto-occipital. - Articulação Condilar: são constituídas por 2 côndilos. Executam dois movimentos principais: extensão e flexão (angulares) e acessoriamente, lateralidade e deslizamento. Ex. art. têmporo mandibular e articulação do joelho (fêmuro-tíbio-patelar). - Articulação tipo Trocóide: neste tipo de articulação o movimento se limita a rotação de um segmento ao redor do eixo longitudinal do outro. Ex. art. atlanto-axial. - Articulação Esferoidal: caracteriza-se pela recepção de uma cabeça articular numa cavidade de forma apropriada. Permite a maior variedade de movimentos: flexão e extensão, abdução e adução e rotação em torno do eixo vertical. Ex. escapulo umeral(cavidade glenóide da escápula com a cabeça do úmero), articulação coxo femoral (cavidade cotilóide do coxal com a cabeça do fêmur). 4.1.4 ARTICULAÇÕES MUSCULARES OU SISARCOSES – nos mamíferos domésticos, desprovidos de clavícula, existe ainda a articulação tronco apendicular torácica, que é a união de ossos estabelecidas apenas por músculos. Ex. união da escápula ao tronco. 5. ARTICULAÇÕES DA CABEÇA 5.1. Articulação Temporo mandibular (ATM): tipo sinovial. Superfícies articulares de formato e tamanho desiguais, o côndilo da mandíbula, côndilo do temporal e fossa mandibular. Apresenta um disco articular entre as superfícies, as quais a torna mais congruente dividindo a cavidade articular em superior e inferior. A cápsula articular é forte com ligamento lateral e caudal que vão do processo pós glenóideo ao colo da mandíbula. Movimentos de deslizamento. Com a boca fechada o côndilo da mandíbula está na cavidade glenóide (fossa mandibular) do temporal, com a boca aberta o côndilo da mandíbula está com o côndilo do temporal. Movimentos transversais (ruminantes) com rotação dos côndilos da mandíbula sobre um eixo vertical, o disco desliza rostralmente em um lado e caudalmente e outro lado. 5.2. Articulações fibrosas: tipo suturas. Ex: sutura fronto nasal, internasal, parieto temporal, etc. 5.3. Articulações cartilaginosas: tipo sincondrose. - Porção basilar do occipital com o corpo do osso esfenóide, sincondrose esfeno-occipital, ossifica com quatro anos. - Sincondrose interesfenoidal, ossifica com três anos. - Sincondrose interoccipital, dois anos. - Sincondrose intermandibular, de um a seis meses. 5.4. Articulações Hióideas (osso hióide) - art fibrosa tipo sindesmose: temporo-hióidea (estilóide com o processo estilóide do osso temporal). - art cartilaginosa: estilóide com o ceratoióide e o epióide no meio (bovinos). - art sinovial: ceratoióide com o corpo do basióide. Movimentos devido à mastigação e deglutição. 6. MIOLOGIA6.1 Generalidades sobre músculos Miologia é o capítulo da anatomia que estuda os músculos. Músculos são órgãos que gozam da propriedade de contrair-se, isto é, diminuem de comprimento sob a influência de um estímulo, o qual é proveniente do sistema nervoso. O aparelho locomotor é constituído pelos ossos, articulações e músculos, estes últimos são elementos ativos do movimento, enquanto que os ossos, são os elementos passivos, verdadeiras alavancas biológicas. A musculatura, não assegura só a dinâmica, mas também a estática do corpo. Realmente, a musculatura não apenas torna possível o movimento, como também, mantém unidas as peças ósseas, determinando a posição e postura do esqueleto. 6.2Variedade dos músculos Os músculos, são formados por tecido muscular estriado, liso e cardíaco. Os músculos de fibras estriadas de contratibilidade rápida, geralmente avermelhados, apresentam uma estriação dupla: longitudinal e transversal. São voluntários porque suas contrações estão sob influência da vontade do indivíduo. Revestem o esqueleto, o que lhes vale o nome de esquelético, da vida de relação e, ainda, de exteriores. Constituem os músculos motores do esqueleto. Os músculos de fibras lisas, de contratibilidade lenta, possuem coloração vermelho pálido ou creme, são chamados involuntários, porque suas atividades não estão sob influência da vontade do indivíduo. Entram na constituição das paredes de muitas vísceras ou órgãos internos e, por isso, são também chamados de músculos viscerais da vida orgânica e de interiores. O músculo cardíaco, embora, seja constituído de fibras estriadas, encontra-se em uma classificação aparte, pois não está sob o domínio da vontade do indivíduo. 6.3 Componentes anatômicos dos músculos estriados esqueléticos Um músculo esquelético típico possui uma porção média e 2 extremidades. A porção média é carnosa vermelha in vivo e recebe o nome de ventre muscular. Nele predominam as fibras musculares, sendo portanto a parte ativa do músculo, isto é, a parte contrátil. Quando as extremidades são cilíndricas ou então tem a forma de fita, chama-se tendões. Quando são laminares, recebem o nome de aponeuroses. Tanto tendões quanto aponeuroses são esbranquiçadas e brilhantes, muito resistentes praticamente inextensíveis, constituídos por tecido fibroso denso. Tendões e aponeuroses servem para prender o músculo ao esqueleto. As definições acima referidas tem exceções: os tendões ou aponeuroses nem sempre se prendem ao esqueleto, podendo fazê-lo em outros elementos: cartilagem, cápsulas articulares, septos intermusculares, derme, tendão de outro músculo, etc. Em um grande número de músculos, as fibras tem dimensões tão reduzidas que se tem a impressão de que o ventre muscular se prende diretamente ao osso. Descrição dos componentes anatômicos dos músculos estriados esqueléticos 6.4 Considerações sobre o músculo esquelético O músculo isolado é composto de várias células unidas por tecido conjuntivo. Estas células são gigantes e visíveis a olho nu quando isoladas, sendo denominadas fibras musculares devido a sua dimensão e forma. O músculo esquelético é envolto como um todo por uma densa camada de fáscia denominada epimísio. Abaixo do epimísio, encontra-se uma camada mais frouxa que envolve os pequenos feixes (fascilados) nos quais as fibras estão agrupadas denominada de perimísio. A camada delicada de revestimento que envolve cada fibra muscular denomina-se endomísio. Estes componentes de tecido conjuntivo se funde em cada extremidade do “ventre” muscular formando os tendões e/ou aponeuroses pelas quais o músculo se fixa. 6.5 Fáscia muscular È uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve cada músculo de coloração branca brilhante. A espessura da fáscia muscular varia de músculo para músculo, dependendo de sua função. As vezes a fáscia muscular, é muito espessa e pode contribuir para prender o músculo ao esqueleto. Para que os músculos possam exercer eficientemente um trabalho de tração ao se contrair, é necessário que eles estejam dentro de uma bainha elástica de contenção, papel executado pela fáscia dos músculos. Permitindo, inclusive, o fácil deslizamento dos músculos entre si. Em certos locais, a fáscia muscular pode apresentar-se espessada e dela partem prolongamentos que vão terminar se fixando ao osso, sendo denominados septos intermusculares. Estes separam grupos musculares em lojas ou compartimentos e ocorrem freqüentemente nos membros. 6.6Volume O volume dos músculos é muito variável. É grande a diferença entre o músculo gêmeos e o músculo oblíquo externo do abdômen. 6.7 Peso O peso dos músculos varia de poucas gramas a quilogramas e o peso total da massa muscular corresponde a + 50% do peso total do corpo, mas é variável em função da espécie, raça, idade e sexo. 6.8 Número É variável o número de músculos porque também é variável o número de ossos nas diversas espécies animais. No eqüino, por exemplo, o número de músculos é de + 500. 6.9 Situação Quase todos os músculos são pares, isto é, encontram-se em ambos os lados do plano longitudinal médio. Poucos são os músculos ímpares, isto é, situados no plano mediano longitudinal, tais como o diafragma e o esfíncter anal. Quer os músculos pares, quer os músculos ímpares, são relativamente simétricos, com exceção do diafragma que apresenta notável assimetria. A linha mediana que assinala a união dos músculos pares correspondentes denomina-se rafe. 6.10Particularidades usadas para descrição de um músculo Nome: o nome dos músculos é mais variável ainda do que os usados para os osso. Sendo que o nome está determinado por várias considerações, com a ação, inserção, forma, posição, direção, etc. Forma: os músculos podem ser longos, largos, curtos, triangulares, etc. Os músculos longos, principalmente nos membros são fusiformes. Em uma determinada região, os músculos superficiais são sempre mais longos que os profundos. Origem e inserção: por razões didáticas convencionou-se chamar origem à extremidade do músculo presa a peça óssea que não se desloca. Por contraposição, denomina-se inserção à extremidade do músculo presa a peça óssea que se desloca. Origem e inserção são também denominadas respectivamente de ponto fixo e ponto móvel. O músculo braquial prende-se na face anterior do úmero e da ulna, atravessando a articulação do cotovelo. Ao contrair-se, executa flexão do antebraço e consideramos sua extremidade umeral (proximal) como origem e sua extremidade ulnar (distal) como inserção. Nos membros, geralmente a origem de um músculo é proximal e a inserção é distal. Ação: pertence mais ao estudo da fisiologia, mas os pontos mais importantes se estudam geralmente nas descrições anatômicas. Em alguns casos a ação é simples, em outros complexa. Relações: Constituem uma parte muito importante na anatomia topográfica. Irrigação sangüínea e inervação: já vimos que a atividade muscular é controlada pelo sistema nervoso central. Nenhum músculo pode contrair-se se não receber estímulo através de um nervo. Se caso o nervo for seccionado, o músculo deixa de funcionar e por esta razão entra em atrofia. Para executar seu trabalho mecânico, os músculos necessitam de considerável quantidade de energia. Em vista disso, os músculos recebem eficientemente suprimento sangüíneo através de uma ou mais artérias, que neles penetram e se ramificam intensamente, formando um extenso leito capilar. Nervos e artérias penetram sempre pela face profunda do músculo pois assim são melhores protegidos. 6.1.1 Denominações quanto a ação Músculos agonistas: um músculo ou grupo de músculos que produzam um determinado movimento (ação). Músculos antagonistas: aqueles que se opõe ativamente a um determinado movimento produzido por outro músculo ou grupo de músculos. Músculos sinergistas: são aqueles que podem eliminar um efeito indesejável, modificando a ação de um agonistae não se opondo ou facilitando diretamente um determinado movimento. Músculo fixador: são músculos utilizados para estabilizar partes do corpo numa posição para permitir a atuação dos agonistas. 6.12 Músculo esfíncter Quando as fibras se dispõem em círculos paralelos, formando verdadeiros anéis, como segmentos de tubos. Ex. esfíncter anal. 6.13 Músculo orbicular Neste caso as fibras também se distribuem formando círculos, porém, estes são concêntricos, resultando disso músculos grandes, porém planos. Os esfíncteres são anexos às vísceras e estão normalmente em contração, relaxando-se sob o estímulo da vontade, enquanto que os orbiculares apresentam o mesmo tônus que os outros, isto é, o seu estado normal é em relaxamento, entrando em contração sob a ação da vontade. 6.14 Músculo cutâneo O músculo cutâneo é uma delgada capa muscular desenvolvida na fáscia superficial. Está aderida a pele, e fixado ao restante do esqueleto de modo muito frouxo. Não cobre todo o corpo e pode ser dividido em quatro porções: Porção facial: está representada pelo músculo cutâneo da face. Consiste numa delgada capa muscular, de um modo geral incompleta. Porção cervical: está apresentada pelo músculo cutâneo do pescoço e encontra-se na região ventral do pescoço. Porção braquial: está apresentada pelo músculo cutâneo omobraquial. Cobre a face externa do ombro e do braço. Porção abdominal: está representada pelo músculo cutâneo do tronco (matambre). 6.15. Quanto ao ventre muscular Alguns músculos apresentam mais de um ventre muscular, com tendões intermediários situados entre eles. São digástricos os músculos que apresentam dois ventres (Ex. músculo digástrico) e poligástricos os que apresentam número maior como é o caso do músculo reto do abdome. 6.16 Quanto ao número de cabeças Quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam mais de uma cabeça de origem. São então classificados como músculos bíceps, tríceps ou quadríceps. Ex. bíceps braquial, tríceps do braço e quadríceps da coxa. 6.17. Membrana sinovial São bolsas de paredes delgadas, análogas as membranas sinoviais das articulações e desempenham a mesma função. Apresentam-se em duas formas: Bolsa sinovial: é uma simples bolsa que se interpõe entre um ponto de bastante pressão, situando-se entre tendão e músculo ou músculo e esqueleto. Bainha sinovial: está disposta ao redor do tendão, apresentando duas capas: interna, aderida ao tendão e externa, que reveste o canal onde se acha o tendão. Desenho representando as duas formas da membrana sinovial dos músculos 6.18 Linha branca Também chamada de linha alba ou alva. É um cordão “fibroso”, que segue na linha mediana ventral desde a cartilagem xifóide até a extremidade cranial da sínfese pélvica (púbica). A linha branca serve de ponto de inserção para os músculos abdominais de ambos os lados. 6.19 Canal inguinal É uma fenda existente na parede abdominal na altura da virilha, entre a parte carnuda do músculo oblíquo interno do abdome de um lado e a porção lateral da aponeurose do músculo oblíquo externo do outro. As paredes são justapostas e unidas por tecido areolar, exceto por onde passam as estruturas. O anel inguinal profundo é a entrada abdominal do canal, situado na borda livre do músculo oblíquo interno; a saída do canal, o anel inguinal superficial, está contido entre os dois ramos da aponeurose do músculo oblíquo externo. Pelo canal passam no macho os componentes do funículo espermático e em ambos os sexos, conduz também, a artéria e veia (geralmente) pudendas externas, nervo genitofemural, vasos eferentes dos linfonodos inguinais superficiais (escrotais ou supramamários). A saída de órgãos para o canal e através dele, constitui a hérnia inguinal. DISSECAÇÃO Para dissecar e identificar os músculos é necessário a remoção da pele que recobre a região em estudo. Entretanto a remoção deve ser feita gradativamente à medida em que os músculos vã sendo dissecados para evitar ressecamento das áreas ainda não preparadas. Alguns músculos possuem uma localização mais profunda (sob outros) e para a sua dissecação é necessário a secção (corte) dos músculos superficiais. Essa secção deve ser feita no terço médio (metade) do músculo. 7. MUSCULOS DA REGIÃO DA CABEÇA Na cabeça há a musculatura mímica e a mastigatória que são inervadas por nervos provenientes do sistema nervoso central chamados nervos cranianos. 7.1 Musculatura mímica e superficial - elevador naso labial – dorsal e caudal a narina 1 - elevador do lábio superior- 2 - canino- dilata as narinas 3 - orbicular do olho – ao redor dos olhos 4 -bucinador – músculo que forma a bochecha 5 - orbicular da boca – ao redor dos lábios 6 - zigomático – atravessa a face indo até a comussura labial 7 7.2 Musculatura Mastigatória - masseter- maior de todos os músculos da face, tem a função de fechar a boca (aproxima a mandíbula do maxilar) 8 - temporal – função de fechar s boca 9 - pterigóideo medial – localizado medialmente no ramo da mandíbula - digástrico – tem a função de abrir a boca - milohioideo – fecha os ramos horizontais da mandíbula. Desenho representando os músculos da região da face de um equino 7.3 Origem, inserção e ação dos principais músculos da face M. masseter Origem- crista facial (região maxilar) e arco zigomático. Inserção- superfície lateral do ramo da mandíbula (ramo). Ação- promover a aproximação da mandíbula com o maxilar, só de um lado tracionar em direção ao lado ativo. M. temporal Origem- fossa temporal. Inserção- processo coronóide da mandíbula. Ação- levantar a mandíbula. M. digástrico É composto de dois ventres unidos por um tendão. Origem- processo jugular (paracondilar) do occipital. Inserção- medialmente na borda ventral da parte molar da mandíbula. Ação- auxilia na depressão da mandíbula e abertura da boca. M. bucinador Origem- porção bucal ( osso maxilar e porção molar ( porção molar da mandíbula. Inserção- porção bucal e porção ( músculo orbicular junto ao ângulo da boca. Ação- movimento medial da bochecha; pressionando desta forma o alimento entre os dentes. 8. OSTEOLOGIA DA COLUNA VERTEBRAL (RAQUE) É uma cadeia de ossos irregulares, denominados vértebras, que se estendem desde a cabeça até a extremidade da cauda. A coluna vertebral forma o eixo principal do corpo, apresentando-se dividida em regiões denominadas: região cervical, torácica, lombar, sacral e caudal. 8.1 FÓRMULA VERTEBRAL É a maneira de se expressar graficamente o número de vértebras das diversas regiões. O número é constante dentro de uma espécie, variando apenas a região caudal. Toma-se a letra inicial da região seguida pelo número de vértebras desta. Cervical Torácica Lombar Sacral Caudal Eqüino C 7 T 18 L 6 S 5 Ca 15-21 Bovino C 7 T 13 L6 S 5 Ca 18-20 Ovino C 7 T 13 L 6 S 4 Ca 16-18 Canino C 7 T 13 L 7 S 3 Ca 20-23 Suíno C 7 T 14-15 L 6-7 S 4 Ca 20-23 8.2 VÉRTEBRAS São ossos ímpares, irregulares e que apresentam características particulares para cada região e na mesma região. Os caracteres gerais são encontrados em todas as vértebras e servem como meio de diferenciação destas com os demais ossos do esqueleto. As vértebras em geral apresentam: -.Corpo: é cilíndrico e ventral. Apresenta uma extremidade cranial, geralmente convexa e uma extremidade caudal, normalmente côncava. A face dorsal do corpo forma o assoalho do canal vertebral e é plana, enquanto sua face ventral é convexa transversalmente podendo apresentar na linha mediana uma crista ventral. -.Arco: é dorsal e formado embriologicamente de duaslâminas, assim esse conjunto cria um espaço chamado forame vertebral. Os forames vertebrais em sequência originam o canal vertebral que abriga a medula espinhal. O arco apresenta incisuras na junção com o corpo, incisuras craniais e caudais, que juntamente com a vértebra precedente ou com a seguinte formam forames intervertebrais, por onde emergem os nervos espinhais. Do arco surgem expansões ósseas chamadas processos. -.Processos (espinhosos, articulares, transversos) O processo espinhoso é mediano e projeta-se dorsalmente do arco da vértebra. Os processos articulares, 2 craniais e 2 caudais, projetam-se cranial e caudalmente do arco, com a função de articular a vértebra com a precedente e a subseqüente. Os processos transversos emergem do arco lateralmente, próximo a fusão com o corpo. Os processos mamilares são projeções crânio-dorsal, do processo articular cranial de uma vértebra, aparecendo nas 4 últimas vértebras torácicas, porém sendo típico das vértebras lombares. 8.3 REGIÃO CERVICAL (7 vértebras) Apresenta sete vértebras em todas as espécies domésticas. A 1ª e 2ª são modificadas devido à função especial de sustentar e movimentar a cabeça, a 6ª e 7ª também possuem algumas modificações. As características desta região são o corpo, o arco e cabeça articular desenvolvidas. ATLAS (1ª vértebra) Articula-se cranialmente com o occipital e caudalmente com o axis. O corpo e o processo espinhoso estão atrofiados. Os processos transversos transformaram-se em asas, com uma fossa atlantal (ventralmente). Assim restaram dois arcos, o dorsal com um tubérculo dorsal na linha mediana e um arco ventral com um tubérculo ventral, também na linha mediana. A extremidade cranial sofreu uma modificação nos processos articulares originando duas cavidades glenóides, as quais recebem os côndilos do occipital. Essa articulação permite o movimento de afirmação da cabeça. A extremidade caudal no arco modificou-se e a superfície articular caudal formou uma cavidade chamada de fossa odontóide (cavidade anular) que serve para articulação com o processo odontóide do áxis, que permite o movimento de negação da cabeça. As asas (processo transverso modificado) são vazadas cranialmente pelos forames, vertebral lateral e alar, e caudalmente pelo forame transverso. O forame vertebral lateral é mais medial e abre-se no canal vertebral, enquanto o forame alar é mais lateral, abrindo-se na fossa atlantal. RUMINANTES: asas menos encurvadas. Não apresenta forame transverso. SUÍNOS: tubérculo dorsal grande, asas achatadas, o forame transverso passa atrás da borda caudal da asa e não é visível dorsalmente, às vezes está ausente. CARNÍVOROS: arco ventral estreito, superfície dorsal é convexa. As asas são largas e quase horizontais, apresenta chanfradura alar ao invés de forame alar. Forame transverso presente. ÁXIS (2° vértebra) É a mais longa de todas as vértebras e caracteriza-se por apresentar um grande processo espinhoso bífido e um processo odontóide (dente). A extremidade cranial modificada articula-se com a cavidade anular do Atlas pela superfície ventral convexa do dente e por áreas articulares laterais a este. Na fusão do arco dorsal com o corpo, nos animais jovens, encontramos uma incisura, que no adulto fecha-se com uma ponte óssea formando o forame vertebral lateral. Na extremidade caudal temos uma cavidade cotilóide que recebe a cabeça da terceira vértebra cervical. Os processos transversos são pouco desenvolvidos, voltados caudalmente e vazados por um pequeno forame transverso. O processo espinhoso é muito desenvolvido, bifurcado caudalmente, terminando cada ponta em um grande processo articular caudal. BOVINOS: o axis é curto, o processo espinhoso se projeta um pouco cranialmente. Processo odontóide é largo sua face dorsal é profunda e côncava. Forame vertebral lateral é circular e não tão junto à borda do arco. Processos transversos mais espessos, forame transverso às vezes incompleto. SUÍNOS: processo espinhoso desenvolvido direcionado dorsal e caudalmente. Processo odontóide cilíndrico, processo transverso pequeno e às vezes não está presente. CARNÍVOROS: processo odontóide arredondado e longo chega atingir o occipital. Processo transverso pontiagudo, forames transversos relativamente grandes, processo espinhoso fino e de altura moderada se prolonga cranialmente de modo a se sobrepor ao arco dorsal do atlas. Não apresenta forame vertebral lateral, possui incisura vertebral cranial. VÉRTEBRAS TÍPICAS (3°, 4° e 5° vértebras cervicais - bicúspides) As vértebras cervicais típicas são C3, C4 e C5, pois apresentam uma forma alongada, com processos articulares muito bem desenvolvidos, processos espinhosos atrofiados e processos transversos bicúspides e amplos, vazados na base por um forame transverso e com uma crista ventral acentuada. O conjunto dos forames transverso forma o canal transversal, por onde passa a artéria vertebral e o nervo vertebral do Sistema Nervoso Autônomo. O longo corpo apresenta uma extremidade cranial, com uma superfície articular convexa chamada cabeça e na extremidade caudal, a superfície articular é côncava e chamada de cavidade cotilóide. 6° VÉRTEBRA - tricúspide É mais curta que o padrão (C3, C4 e C5), tem um processo transverso com 3 pontas (cúspide), vazado por um imenso forame transverso. O processo espinhoso começa a aparecer. 7° VÉRTEBRA – unicúspide É a mais curta das vértebras cervicais. Tem o processo transverso com apenas uma cúspide, que não é vazado na base, pela ausência de forame transverso. O processo espinhoso já é desenvolvido e, na extremidade caudal do corpo, lateralmente, surge uma faceta articular caudal, que recebe juntamente com a faceta cranial da 1ª vértebra torácica, a cabeça da 1ª costela. Ausência de crista ventral com exceção dos cães. 8.4 REGIÃO TORÁCICA (18 vértebras) São comumente em nº de 18 no cavalo, 13 no bovino, 14/15 no suíno e 13 nos carnívoros. Como características principais observamos faces para articulação com a costela, tamanho e forma dos processos espinhosos (desenvolvidos). Uma vértebra torácica em geral caracteriza-se, por apresentar um corpo muito curto, com facetas articulares, duas craniais e duas caudais, para receber a cabeça da costela. O arco é pequeno, o processo espinhoso muito desenvolvido, com processos articulares pequenos e ovais. O processo transverso é curto com uma superfície (faceta) articular que recebe o tubérculo da costela. As facetas articulares do corpo de uma vértebra torácica, juntamente com a faceta da vértebra precedente ou da vértebra seguinte, formam uma cavidade articular chamada fóvea costal, que recebe a cabeça da costela. Na união do arco com o corpo encontramos grandes incisuras, sendo que as caudais são mais profundas que as craniais, e formam com as incisuras da vértebra precedente e da subseqüente, forames intervertebrais. Através deles saem os nervos espinhais. A última vértebra (T18) não possui faceta articular caudal. E se observarmos as vértebras torácicas, quanto mais próximo da última, mais às facetas craniais ficam próximas da superfície articular do processo transverso, até fundirem-se. A cabeça da costela torna-se menor e funde-se com a superfície articular do tubérculo. Nas 4 ou 5 últimas vértebras torácicas encontramos processos mamilares. De um modo geral os processos transversos diminuem de tamanho e estão dispostos cada vez mais ventral. Os processos espinhosos aumentam em comprimento até a terceira ou quarta vértebra e então diminuem até a 15ª as espinhas mais longas são as mais espessas e apresentam seus ápices engrossados. BOVINOS: corpo mais largo SUÍNO: o arco é perfurado de cada lado por um forame (do arco). Processo transverso apresenta processo mamilar a partir da 3ª vértebra. CARNÍVOROS: apresentam o processo mamilar em todas as vértebras, as três últimas apresentam o processo acessório,as três ou quatro primeiras tem o processo espinhoso aproximadamente igual no comprimento. Caudal a este ponto tornam-se gradativamente mais curtas. 8.5 REGIÃO LOMBAR (6 vértebras) São em número de 6 no cavalo e nos ruminantes, suínos 6/7 e 7 nos carnívoros. Caracterizam-se por apresentar processos transversos desenvolvidos. Os corpos das 3 primeiras são elípticos e apresentam uma crista ventral distinta. A partir da 4ª se tornam mais largos e achatados e a crista diminui. Depois da 3ª aumentam em altura e largura. As chanfraduras caudais são mais profundas que as craniais. Os processos articulares são pequenos, sendo que os craniais apresentam tipicamente uma expansão dorsal chamada processo mamilar. Os processos transversos, retangulares e longos, crescem até a 3ª ou 4ª vértebra e os últimos diminuem. Os 3 primeiros inclinam-se caudalmente enquanto os 3 últimos inclinam-se cranialmente, fechando o flanco dorsalmente. O processo transverso da 5ª vértebra lombar apresenta caudalmente uma faceta articular oval côncava, que articula com a faceta articular convexa do bordo cranial do processo transverso da 6ª vértebra. O processo transverso da 6ª vértebra apresenta cranialmente uma faceta convexa para o processo da 5ª e caudalmente outra faceta côncava que se articula com a faceta da asa do sacro. A 5ª e a 6ª podem estar fusionadas. BOVINOS: são mais longas que o cavalo. Processo transverso da última lombar não se articula com o sacro. CARNÍVOROS: processos transversos semelhantes a placas. Comprimento aumenta até a 5ª vértebra, não formam articulações uns com os outros ou com o sacro. Processos acessórios projetam-se caudalmente sobre as incisuras caudais das 5° primeiras vértebras. Os processos articulares caudais são grandes e sustentam os processos mamilares. Processos espinhosos largos ventalmente mas estreitos dorsalmente. Sulco para o nervo espinhal lombar. 8.6 REGIÃO SACRAL (5 vértebras) O sacro é formado pela fusão de 5 vértebras através de seus corpos , sendo descrito como um osso único. A forma é triangular e ele está suspenso, fixado aos ossos ilíacos (coxal), com os quais está firmemente articulado. Seu eixo longitudinal é levemente curvo, sendo sua extremidade caudal um pouco mais elevada que a cranial. Face dorsal – apresenta 5 processos espinhosos (espinhas sacrais), direcionados dorsal e caudalmente. Os processos são acompanhados lateralmente pelos forames sacrais dorsais, por onde emergem os ramos dorsais dos nervos espinhais sacrais. A fusão dos processos transversos cria a crista sacral lateral. Em animais idosos os processos espinhosos podem fundir-se formando uma crista sacral mediana. Face ventral (pélvica) – é côncava longitudinalmente, cortada por 4 linhas transversais, formadas pela fusão dos corpos vertebrais. Nas extremidades de cada linha encontramos um forame sacral ventral, por onde emerge o ramo ventral de cada nervo espinhal sacral. Bordos laterais – as bordas laterais são rugosas, espessas cranialmente e delgadas caudalmente. Base – é cranial e ampla. Apresenta a extremidade cranial do primeiro corpo vertebral, cujo lábio ventral saliente é chamado de promontório. Este é uma referência para medir um dos diâmetros de abertura da cavidade pélvica (passagem fetal). A cada lado do corpo encontra-se uma incisura, que juntamente com a incisura de L6 forma um forame intervertebral. Dorsal ao corpo tem a abertura de entrada do canal sacral (triangular), lateralmente encontra-se o processo articular cranial, com uma projeção mamilar. As asas do sacro apresentam cranialmente, uma superfície articular oval e convexa que articula com a superfície côncava do bordo caudal do processo transverso de L6. Caudalmente a asa apresenta uma superfície articular alongada, rugosa e irregular, voltada dorsocaudalmente, a face auricular que articula com o ílio, e possue uma face dorsal rugosa para insersão ligamentosa (lig sacroilíaco ventral). Vértice – é formado pela superfície caudal do último corpo sacral, que se articula com o corpo da 1ª vértebra caudal. A abertura caudal do canal sacral é também triangular, porém bem mais estreita que a entrada. BOVINOS: formado por 5 segmentos, mais longo que o do cavalo. Os processos espinhosos são unidos para formar uma crista sacral mediana. Uma crista sacral lateral é formada pela fusão dos processos articulares. A face pélvica é marcada por um sulco central que indica o curso da artéria sacral mediana. Os forames sacrais pélvicos são grandes. As asas encurvam-se cranioventralmente, são quadrangulares e curtas. Face cranial concava não articular. SUÍNOS: normalmente constituídos de 4 vértebras, menos curvado do que no bovino. Processo espinhoso pouco desenvolvido. Nos lados encontram-se os forames sacrais dorsais. Presença de um forame entre o sacro e a 1ª vértebra caudal. A asa é semelhante a dos bovinos. Processos articulares grandes. CANINOS: fusão de 3 vértebras, curto, largo e quadrangular. Linhas transversais, forames sacrais ventrais, processo articular cranial, processo articular caudal, crista sacral mediana. 8.7 REGIÃO CAUDAL (15 - 21 vértebras) Muito variável em número. Da primeira a última diminuem de tamanho. As primeiras possuem corpo alargado, na face ventral há um sulco mediano na qual passa a arteria caudal mediana. Arco pequeno e triangular. Não apresentam chanfraduras craniais. Pequenos rudimentos de processo articulares. Os processos transversos vão diminuindo caudalmente e as vértebras ficam reduzidas a bastões cilíndricos de tamanho decrescente. A última apresenta extremidade pontiaguda. BOVINOS: longas e mais desenvolvidas que no cavalo. As 5-6 primeiras possuem arco espinhoso completo. SUINOS: a 1ª vértebra caudal está unida ao sacro. CARNÍVOROS: arco nas seis primeiras, processos articulares desenvolvidos nas 4 primeiras.Processos transverso grande nas primeiras e gradativamente desaparece. 8.8 CANAL VERTEBRAL O maior diâmetro encontra-se no Atlas. Este diminui gradualmente até C4, em C5 inicia uma dilatação que cresce em C6, C7 e volta a diminuir em T1 até T2. Isto se deve a grande concentração de corpos de neurônios e axônios que inervam o membro torácico criando um engrossamento da medula espinhal chamada intumescência cervical, de onde se origina o plexo braquial. A partir daí o canal estrangula ainda mais e na metade da região torácica chega-se ao menor diâmetro, que se mantém com pequena variação de aumento até na altura de L3, onde aumenta, voltando a diminuir em L5. Dentro desta dilatação encontra-se a intumescência lombar de onde se originam os nervos que formam o plexo lombossacral, que inervam o membro pélvico. O canal estreita rapidamente na parte sacral até desaparecer nas primeiras vértebras caudais. 9. ARTICULAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL As vértebras formam dois conjuntos de articulações, um é cartilaginoso, envolvendo conexão direta dos corpos vertebrais, a outra é sinovial, existente entre as faces articulares dos processos articulares, cranial e caudal. Associados a estas articulações, há ligamentos que unem os arcos e os processos, os comuns estendem-se ao longo de quase toda a coluna vertebral ou em uma considerável parte da mesma, enquanto os especiais são limitados a uma única articulação. Os movimentos são de flexão dorsal, ventral e lateral e de rotação, com exceção da articulação atlanto-axial. São mais livres na região cervical e caudal; e limitados nas regiões torácica e lombar. 9.1. Articulação atlanto-occipital: é a articulação entre os côndilos do occipital e as duas cavidades glenóides do atlas. Classe: sinovial. Tipo: gínglimo. Movimentos: angulares (flexão e extensão). Elementos de união: a) membrana atlanto-occipital ventral: do arco ventral do atlas até a margem ventral do forame magno. b) membrana atlanto-occipital dorsal: do arco dorsal do atlas à margem dorsal do forame magno. c) ligamentos laterais: da borda da asa do atlas até o processo paracondilar(occipital), um de cada lado. 9.2. Articulação atlanto-axial: é a articulação entre a fossa odontóide do atlas e o processo odontóide do áxis. Classe: sinovial Tipo: trocóide Movimento: rotação Elementos de união: a) ligamentos interespinhais: duas faixas elásticas do arco dorsal do atlas até a espinha do áxis. b) ligamento longitudinal: estende-se da superfície dorsal côncava do dente do áxis alargando-se até a superfície interna do arco ventral do atlas (leque). 9.3. Articulação dos corpos vertebrais: articulação entre a cabeça de uma vértebra com a cavidade cotilóide de outra. Encontramos um disco ou menisco articular intercalado entre estas superfícies. Apresenta movimento relativo. Classe: cartilaginosa Tipo: sínfise Elementos de união: a) discos intervertebrais: são fibrocartilagens e ocupam o espaço entre os corpos de duas vértebras adjacentes, em que está intimamente aderido. Cada disco consiste de um ânulo (anel) fibroso periférico e um núcleo pulposo mais macio central. O ânulo fibroso é constituído de lâminas de tecido fibroso e fibrocartilagem e circunda o núcleo pulposo. A parte central do ânulo é cartilaginosa e gradativamente assume o caráter do núcleo pulposo. A retenção do núcleo no anel fibroso serve para amortecer choques e difundir forças compressivas em que está sujeita a coluna. b) ligamento longitudinal ventral: situa-se na superfície ventral dos corpos das vértebras e dos discos intervertebrais ao qual está firmemente inserido. É uma faixa estreita e fina que vai alargando caudalmente até terminar na superfície pélvica do sacro. c) ligamento longitudinal dorsal: situa-se ao longo do assoalho do canal vertebral, do áxis ao sacro. 9.4. Articulação dos arcos vertebrais: cada vértebra típica apresenta dois pares de processos articulares com facetas (processos articulares craniais e caudais) que se articulam com as vértebras adjacentes. Classe: sinovial – plana: na região cervical e torácica sinovial – trocóide: na região lombar Movimento: deslizamento. Elementos de união: a) ligamento flavo: liga os arcos de vértebras adjacentes. São membranáceos e consistem essencialmente de tecido elástico. b) ligamento supra-espinhal: inicia na protuberância occipital externa dirigindo-se caudalmente sobre os processos espinhosos dorsais das vértebras até a altura da região sacral. É um cordão de tecido fibroso. c) ligamento nucal: é a porção do ligamento supra-espinhal colocada sobre a região cervical. É um ligamento elástico cuja função principal é auxiliar os músculos extensores da cabeça e do pescoço. Estende-se do occipital ou do processo espinhoso do axis até a altura da escápula, onde é diretamente contínuo a parte toracolombar do ligamento supra-espinhal. Consiste de duas partes: Funículo da nuca - surge da protuberância occipital externa e se insere aos vértices dos processos espinhosos torácicos (altura da escápula). Lâmina da nuca - consiste de duas lâminas separadas medialmente por uma camada de tecido conjuntivo frouxo. Cada lâmina é formada por digitações que surgem das espinhas torácicas (II e III) e do funículo da nuca e se inserem nos processos espinhosos cervicais, exceto a I e última (atlas e unicúspide). d) ligamentos interespinhais: se estende entre os processos espinhosos de vértebras contíguas. e) ligamentos intertransversais: são membranas que ligam processos transversos adjacentes das vértebras lombares. 9.5. Articulações intertransversais: são do tipo sinoviais planas formadas pelos processos transversos da quinta e sexta vértebras lombares e entre a sexta e asa do sacro. As superfícies articulares possuem formato oval e realizam movimento de deslizamento. 9.6. Articulações sacrais e caudais: as vértebras sacrais são ossificadas muito cedo, a consolidação se completa aproximadamente aos 3 anos.nos equinos As vértebras caudais estão unidas por disco intervertebrais, espessos e bicôncavos. 10. MÚSCULOS DO PESCOÇO Grupo ventral M. esternocefálico (seccionar) -Dividido em porções: - porção mandibular (bovino e caprino) - porção mastóide (carnívoros, bovino, caprino, suinos) - porção occipital (carnívoros) M. esternohiodeo M. esternotirohioideo M. longo do pescoço M. longo da cabeça M. escaleno Dividido em -M. Escaleno médio - M. Escaleno dorsal Grupo dorsal M. trapézio Dividido em - M. trapézio cervical - M. trapézio torácico M. omotransverso M. rombóide Dividido em porções -M. rombóide da cabeça (suínos, carnívoros) - M. rombóide cervical (suínos, bovinos, eqüinos, carnívoros) - M. rombóide torácico (suínos, bovinos, eqüinos, carnívoros) M. esplênio (seccionar) M. serrátil ventral Dividido em - M. serratil ventral porção cervical - M. serratil ventral porção torácica M. semiespinhal da cabeça Dividido em -M. Biventre cervical - M. Complexo (seccionar) M. reto dorsal maior da cabeça M. oblíquo cranial da cabeça M. oblíquo caudal da cabeça M. longo da cabeça e do atlas 11. OSTEOLOGIA DA REGIÃO DO TÓRAX 11.1 COSTELAS São ossos alongados dispostos em pares que formam a parede lateral do tórax. Cada costela se articula na região dorsal com duas vértebras e se continua na região ventral com as cartilagens costais. O número de costelas corresponde ao de vértebras torácicas. ANIMAL PARES DE COSTELAS COSTELAS ESTERNAIS COSTELAS ASTERNAIS ESTERNEBRAS EQÜINO 18 8 10 7(6) RUMINANTE 13 8 5 7 SUÍNO 14 7 7 6 CARNÍVORO 13 9 4 8 São divididas em: Costelas esternais ou verdadeiras: são aquelas que se articulam com o osso esterno por meio de suas cartilagens costais. Geralmente são os primeiros pares. Costelas asternais ou falsas: são aquelas que são articuladas entre si, por meio das suas cartilagens costais e formam o arco costal. São todas aquelas que não são verdadeiras. Costelas flutuantes: são as que sua extremidade ventral termina livremente, não aderida a uma cartilagem adjacente (arco costal). As duas últimas costelas no homem e carnívoros. Espaço intercostal: é o intervalo entre as costelas. Características gerais das costelas: 1.Corpo: é a porção média da costela que se apresenta de forma arqueada. Face lateral: é convexa e apresenta cranialmente um sulco longitudinal até a porção mediana. Face medial: é côncava e apresenta caudalmente uma depressão chamada de sulco (goteira) costal, por onde passam artéria, veia e o nervo intercostal. 2.Extremidade dorsal ou vertebral: apresenta uma cabeça, colo e tubérculo. - Cabeça: apresenta duas superfícies articulares, separadas por um sulco onde se prende o ligamento intraarticular, que vão se articular com o corpo de duas vértebras adjacentes na fóvea costal. - Colo: É a porção estreita logo após a cabeça que une esta ao corpo. - Tubérculo: apresenta uma superfície articular que se articula com o processo transverso da vértebra de igual número de série. 3.Extremidade ventral ou esternal: apresenta uma tira de cartilagem que dá continuação as costelas e denomina-se cartilagem costal. Pode se articular com o esterno (costelas esternais) ou com outra cartilagem adjacente por meio de tecido elástico para formar o arco costal (costelas asternais). A primeira costela é mais curta, sendo que seu corpo alarga grandemente na extremidade esternal. No terço médio do bordo cranial ocorre à presença do tubérculo do músculo escaleno. Sulco e goteira estão ausentes. A cabeça é grande e o tubérculo maior ainda. RUMINANTES: costelas mais largas e espaço intercostal mais estreito. Cavidade torácica mais curta e colo longo. SUÍNOS: costelas acentuadamente curvas em raças melhoradas, corpo estreito. CARNÍVOROS: o corpo é cilíndrico e a cartilagem costal é mais longa. 11.2 ESTERNO É um osso segmentário, situado na linha média, que forma o assoalho da cavidadetorácica e articula-se lateralmente com as cartilagens das costelas esternais. Consta de 6-8 segmentos ósseos (esternébras) unidas por cartilagens interpostas em animais jovens. É conhecido vulgarmente como osso do peito. Apresenta a forma de uma canoa comprimida lateralmente, exceto na extremidade caudal que é achatada dorso ventralmente. Ventralmente apresenta a crista esternal que é palpável no animal vivo. Apresenta 3 porções: 1. Manúbrio ou pré-esterno: extremidade mais cranial. A borda dorsal apresenta uma chanfradura que serve para articulação do primeiro par de costelas. No eqüino encontramos a cartilagem cariniforme, que é um prolongamento do manúbrio. Serve de inserção para músculos do peito e pescoço. 2. Corpo ou mesoesterno: É a principal parte, apresenta lateralmente, no ponto de união dos segmentos, superfícies articulares côncavas para articulação das costelas esternais. A face dorsal é côncava, em forma de triangulo estreito com a base caudal. A face ventral apresenta uma crista em forma de quilha que diminui ao se aproximar da extremidade caudal. Pode ser palpada no animal vivo. 3. Extremidade caudal ou metaesterno: apresenta a cartilagem xifóide que é longa e delgada e, presa a última esternébra, o processo xifóide. Dorsalmente, serve de inserção ao músculo do diafragma e ventralmente serve de inserção para o músculo transverso do abdome e para a linha alba. RUMINANTES: não tem cartilagem do manúbrio, nem crista ventral. A cartilagem xifóide é pequena e o esterno é achatado no sentido dorso-ventral. SUÍNOS: não apresenta cartilagem do manúbrio e nem crista ventral. O processo xifóide é longo e estreito. CARNÍVOROS: esternébras arredondadas. Não apresenta cartilagem do manúbrio, apresenta uma curta cartilagem cônica. O esterno é longo, sendo que este tem quase o mesmo comprimento da região torácica. 12. ARTICULAÇÕES DA REGIÃO TORÁCICA Cada costela típica forma duas articulações com a coluna vertebral, uma por sua cabeça e uma por seu tubérculo. O movimento é de rotação ao redor de um eixo que liga os centros da cabeça e do tubérculo das costelas. O movimento é limitado na parte cranial e bastante considerável nas articulações caudais. 12.1 Articulação Costovertebral: é uma articulação sinovial tipo trocóide, formada pela junção da cabeça da costela com os corpos de duas vértebras adjacentes e o disco intervertebral. As duas facetas na cabeça das costelas são separadas por um sulco não articular e correspondem às duas facetas côncavas dos corpos vertebrais. A cápsula articular é bastante estreita e está coberta pelos seguintes ligamentos: a) ligamento radiado: estende-se ventralmente do colo da costela para espalhar-se nos corpos vertebrais e no disco intervertebral. b) ligamento intra-articular: ausente na primeira articulação. Está inserido no sulco da cabeça da costela, passa transversalmente dentro do canal vertebral sob o ligamento longitudinal dorsal inserindo-se no corpo da vértebra, disco intervertebral e cabeça da costela oposta. 12.2. Articulação Costotransversal: É uma articulação sinovial plana, formada pela faceta do tubérculo da costela e superfície articular do processo transverso da vértebra torácica. a) ligamento costotransversal: é uma faixa forte e distinta que surge no processo transverso da vértebra e termina na face não articular do tubérculo. 12.3 Articulações Costocondrais: são articulações fibrosa tipo sindesmose. No bovino, da segunda a 11° costela e no suíno, da segunda a 6° costela são sinoviais. Superfícies articulares: superfície côncava da costela e superfície convexa da cartilagem costal. 12.4. Articulações Esternocostais: são articulações entre a cartilagem das costelas esternais e o esterno. Movimento: rotação. Sinovial tipo trocóide. 12.5. Articulações Interesternais (esterno): os sete segmentos ósseos no potro recém nascido são unidos por cartilagem persistente = Sincondrose interesternebrais. Nos animais idosos há uma ossificação mais ou menos pronunciada da cartilagem interesternebral que pode levar a fusão de segmentos adjacentes, principalmente os caudais. ligamento do esterno: se origina no primeiro segmento e se divide em três partes. O ramo medial passa caudalmente e espalha-se no último segmento e cartilagem xifóide. Os ramos laterais, mais espessos e largos, situam-se ao longo das bordas laterais, dorsais às articulações esternocostais e terminam na cartilagem da oitava costela. 13. MÚSCULOS DAS REGIÕES TORÁCICA E ABDOMINAL 13.1 Músculos da parede lateral do tórax M. reto do tórax M. peitoral superficial M. peitoral profundo M. serrátil ventral (porção torácica) M. intercostal interno M. intercostal externo M. escaleno médio M. diafragma (cão dissecado) Músculos do tórax M. intercostal externo Origem- borda caudal da costela. Inserção- borda cranial da costela. Ação- puxar as costelas cranialmente na inspiração. M. intercostal interno Origem- borda cranial da costela. Inserção- borda caudal da costela. Ação- oposta a do intercostal externo. Estreita os espaços intercostais e evita o deslocamento para fora ou para dentro da parede durante a respiração. M. diafragma É um músculo ímpar que separa a cavidade torácica da abdominal. Esta dividido numa porção carnosa periférica e um centro tendinoso. A porção muscular está dividida numa parte costal e esternal e numa parte lombar composta por dois pilares. A parte costal prende-se na superfície interna das costelas e cartilagens. A esternal na superfície dorsal da cartilagen xifóide. O pilar direito da parte lombar esta inserido no ligamento longitudinal ventral, e por meio deste até as primeiras 3 ou 4 vértebras lombares; o pilar esquerdo está fixado de modo semelhante nas 1º e 2º vértebras lombares. É o principal músculo da inspiração e aumenta o diâmetro longitudinal do tórax. O diafragma é perfurado por três aberturas: o hiato aórtico, no intervalo entre os dois pilares por onde passa a aorta, veia ázigos e ducto torácico; o hiato esofágico, que perfura o pilar direito e que dá passagem ao esôfago e nervos vagos dorsal e ventral; e o forame da veia cava, localizado no centro tendinoso dando passagem a veia cava caudal. 13.2 Músculos da região espinho dorso lombar M. trapézio Porção cervical Porção torácica M. grande dorsal M. rombóide torácico M. rombóide cervical M. serrátil dorsal cranial M. serrátil dorsal caudal M. íliocostal M. longo dorsal 13.3 Músculos abdominais M. oblíquo externo do abdome (seccionar) M. oblíquo interno do abdome (seccionar) M. transverso abdominal M. reto abdominal M. cremaster externo (só nos machos) - Canal inguinal (observar) - Linha branca (observar) Músculos abdominais M. oblíquo abdominal externo Origem- sua parte costal emerge das últimas costelas e a parte lombar emerge da última costela e da fáscia toracolombar. Inserção- na parede abdominal ventral. Forma uma aponeurose ampla que se insere na linha alba e no ligamento púbico. Ação- quando se contrai, ajuda na micção, defecação, parto (“prensa abdominal”), na respiração e locomoção. Também é empregado no ajuste da postura. M. oblíquo abdominal interno Origem- fáscia toracolombar , caudalmente à última costela em comum com o oblíquo externo, e a partir da tuberosidade coxal e porção adjacente do ligamento inguinal. Inserção- alguns fascículos craniais se inserem diretamente na última costela, mas em sua maior parte são prolongados por uma aponeurose, que passa ventral ao reto e atinge a linha alba. Ação- semelhante ao músculo oblíquo externo. M. transverso abdominal Origem- se origina das superfícies internas das últimas costelas e dos processos transversos das vértebras lombares. Inserção- sua aponeurose se insere na linha alba, após cruzar a superfície interna do reto do abdome. Ação- semelhante à dos músculos oblíquoexterno e interno. M. reto abdominal Origem- origina-se das superfícies ventrais das cartilagens das costelas e esterno. Inserção- na borda púbica por meio de um potente tendão pré-púbico. Ação- flexiona a parte toracolombar da coluna vertebral além das ações semelhantes ao oblíquo externo e interno. M. cremaster externo Origem- borda livre do oblíquo interno do abdômen. Inserção- túnica vaginal próximo ao testículo. Ação- elevar o testículo, atuando na termorregulação. 14. ESQUELETO APENDICULAR - MEMBRO TORÁCICO – Consiste de quatro partes: cintura escapular, braço, antebraço e mão. Cintura escapular - quando completamente desenvolvida é formada por escápula, coracóide e clavícula. Nos mamíferos domésticos somente a escápula é desenvolvida e o osso coracóide funde-se com ela. A clavícula está ausente ou é um pequeno rudimento encravado no músculo braquiocefálico. Os membros torácicos se articulam com o tronco por meio de músculos. Este tipo de articulação é denominada sisarcose. Braço - consiste de um único osso longo, o úmero. Antebraço - é formado por dois ossos, rádio e ulna. No cavalo e boi os dois ossos estão fusionados. O rádio é bem mais desenvolvido e a ulna só é desenvolvida na extremidade proximal. No suíno a ulna é maior e bem desenvolvida. Mão - é formada por carpo, metacarpo, falanges e sesamóides. 14.1 ESCÁPULA (cintura escapular ) - é um osso plano situado lateralmente na porção cranial da parede do tórax. Tem forma triangular e apresenta duas faces, três bordas e três ângulos. Face lateral - acha-se dividida em duas fossas pela espinha da escápula. Esta espinha apresenta uma proeminência central denominada de tuberosidade da espinha. A fossa situada cranialmente a espinha é denominada de fossa supra-espinhosa e a localizada caudalmente de fossa infra-espinhosa. Face costal (medial) - apresenta a fossa subescapular. Borda proximal - situa-se a cartilagem escapular. Borda cranial - é convexa e rugosa na porção proximal; côncava e lisa na porção distal. Borda caudal - é levemente côncava. Ângulo articular (distal ou glenóide) - une-se ao corpo da escápula pelo colo. Apresenta a cavidade glenóide para articular com a cabeça do úmero. A cavidade é oval com uma incisura glenóide. Apresenta também, o tubérculo supraglenóide cranialmente, e no seu lado medial temos o processo coracóide. Ângulo cranial e caudal - no ruminante, no cão, no gato e no suíno (rudimentar) a espinha da escápula projeta-se distalmente formando o acrômio. RUMINANTES: a fossa supra-espinhal não se estende até a porção ventral do osso. A tuberosidade da espinha não é distinta. A espinha se prolonga ventralmente por uma projeção pontiaguda denominada de acrômio. Não apresenta incisura glenóide. O processo coracóide é curto e arredondado. SUÍNOS: a espinha é triangular e projeta-se por cima da fossa infra-espinhosa. Possui acrômio rudimentar. A tuberosidade da espinha é grande. Não tem incisura glenóide, nem processo coracóide. CANINO: não apresenta tuberosidade da espinha e incisura glenóide. O processo coracóide é pequeno. O acrômio é rombudo. A cartilagem da escápula não é tão desenvolvida. 14.2 ÚMERO (braço) - É um osso longo que se articula com a escápula proximalmente formando a articulação do ombro e com o rádio e ulna distalmente formando a articulação do cotovelo. Compõe-se de um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises). Diáfise – é irregular e apresenta aparência de ter sofrido uma torção. A face lateral é encurvada espiralmente formando um sulco musculoespiral para o músculo braquial. Face medial - apresenta a tuberosidade redonda maior e no terço distal o forame nutrício. Face cranial – apresenta-se separada da face lateral pela crista do úmero na qual encontramos a tuberosidade deltóide. Acima desta teremos a tuberosidade redonda menor e uma área rugosa para a inserção do músculo infraespinhoso. Face caudal – é redonda e lisa. Epífise proximal - apresenta uma cabeça articular que se articula com a cavidade glenóide da escápula e cranialmente uma fossa com vários forames. Apresenta também o tubérculo maior (lateral) com duas partes, uma cranial e outra caudal; e o tubérculo menor (medial) também com parte cranial e outra caudal. O sulco intertuberal ou bicciptal situado cranialmente e dividido por uma crista. Epífise distal – formada por um côndilo medial e um lateral e dois epicôndilos (lateral e medial). Apresenta duas fossas, uma cranial a fossa radial e outra caudal a fossa do olécrano na qual projeta-se o processo ancôneo da ulna. RUMINANTES: sulco intertuberal é único, a tuberosidade deltóide é menos proeminente. SUÍNOS: a tuberosidade deltóide é pequena ou inexistente, não apresenta tuberosidade redonda maior, o tubérculo lateral é grande, o sulco intertuberal não está dividido. CANINOS: o úmero é relativamente muito longo, as fossas radial e do olécrano, normalmente se comunicam através do forame supratroclear. 14.3 RÁDIO (antebraço) - é o mais longo dos dois ossos do antebraço no eqüino. Articula-se proximalmente com o úmero, distalmente com o carpo e caudalmente com a ulna. Diáfise – é encurvada em toda a extensão. Apresenta duas faces e dois bordos. Face caudal – é côncava e aplainada e apresenta o espaço interósseo do antebraço que é um sulco liso pouco profundo que se forma com a ulna. Epífise proximal – é achatada, apresenta a superfície articular para o úmero (circunferência articular umeral) e cranio-dorsalmente a tuberosidade do rádio. Constituída de duas cavidades separadas por uma crista sagital, em cuja extremidade encontramos o processo coronóide. Epífise distal – apresenta a face articular para articulação do carpo. Na face cranial encontramos 3 sulcos rasos separados por cristas. 14.4 ULNA - é um osso longo reduzido, situado caudalmente ao rádio, com o qual está parcialmente fusionado no adulto, articulando-se também com o úmero. Projeta-se proximalmente constituíndo o olécrano que é a maior parte do osso. A borda cranial apresenta uma projeção pontiaguda, denominada de processo ancôneo, que se prolonga distalmente com a incisura troclear (semilunar), a qual se articula com o úmero. A extremidade livre é uma tuberosidade rugosa denominada de tuberosidade do olécrano, onde se insere o músculo tríceps braquial. Epífise distal é fusionada ao rádio. RUMINANTES: a extremidade distal da ulna projeta-se além da extremidade distal do rádio, formando o processo estilóide da ulna, essa extremidade articula-se como carpo. SUÍNO: a ulna também se articula com os ossos do carpo. CÃO: tanto o rádio como a ulna apresentam o processo estilóide. LEMBRETE: Rádio e tíbia são mediais, ulna e fíbula são laterais. 14.5 CARPO (mão) - é formado por um conjunto de ossos ordenados em duas filas, uma proximal e outra distal. A fila proximal articula-se com o rádio no eqüino e, nas demais espécies com o rádio e ulna. Fileira proximal Fileira distal Osso radial do carpo Primeiro carpiano Osso intermédio do carpo Segundo carpiano Osso ulnar do carpo Terceiro carpiano Osso acessório do carpo Quarto carpiano Fileira proximal: o radial é o maior de todos; o intermédio tem forma de cunha; o ulnar é o menor e mais irregular; o acessório tem forma de disco, é bem saliente e apresenta duas facetas articulares - uma para o rádio e outra para o carpo ulnar. Fileira distal: o primeiro é o menor e é inconstante, aparecendo em cerca de 50% dos animais; o segundo é o menor dos constantes e tem forma quase esférica; o terceiro é o maior e mais irregular e o quarto tem forma de cunha e apresenta um tubérculo palmar. Face dorsal Face palmar 1 – radial, 2 – intermédio, 3 – ulnar 1 – acessório, 2 – ulnar, 3 – intermédio, 4 4 – II , 5 – III, 6 – IV radial, 5 – IV carpiano, 6 – III,carpiano 7 – Icarpiano (inconstante), 8 – II carpiano – Foto do carpo de um eqüino vista dorsal epalmar. BOVINO: o carpo apresenta seis ossos. Fileira proximal Fileira distal Osso radial do carpo não possui 1ºcarpiano Osso intermédio do carpo 2º+3º fusionados Osso ulnar do carpo 4º carpiano Osso acessório do carpo SUÍNO: composto de 8 ossos. CÃO: composto de 7 ossos. Fileira proximal Fileira distal Osso radial + intermédio do carpo 1º carpiano Osso ulnar do carpo 2º carpiano Osso acessório do carpo 3º carpiano 4º carpiano Desenho esquemático mostrando a evolução do carpo e metacarpo nas diferentes espécies animais. 14.6 METACARPO - no equino existem 3 ossos metacarpianos, sendo que somente um, o terceiro ou grande metacarpiano, é completamente desenvolvido e suporta um dedo, os outros (segundo e quarto) são muito reduzidos e são comumente chamados de pequenos metacarpianos. O primeiro e quinto metacarpianos não existem no eqüino. Grande metacarpiano: é um osso longo e muito forte, situado entre o carpo e a falange proximal. Diáfise – é liso, semi cilíndrico, achatado no sentido dorso-palmar. Apresenta na face palmar uma área rugosa para inserção dos pequenos metacarpianos. Epífise proximal – apresenta uma face articular para a fileira distal do carpo. Dorsomedialmente encontramos a tuberosidade metacarpiana (referência de posição para direito ou esquerdo). Epífise distal – apresenta dois côndilos separados pela crista sagital que se articula com a falange proximal e ossos sesamóides proximais. Pequenos metacarpianos: estão situados na face palmar do grande metacarpiano (no terço proximal). Apresentam a epífise proximal alargada com facetas para articulação com a fila distal do carpo e a epífise distal que termina em forma de estilete no terço distal do grande metacarpiano Corresponde ao segundo e quarto dedos. RUMINANTES: o grande metacarpiano é constituído pela fusão do III e IV metacarpianos. Apresenta, na face dorsal, um sulco longitudinal (sulco vascular). Na porção proximal da borda lateral do grande metacarpiano encontra-se um pequeno metacarpiano que é vestígio do quinto dedo. SUÍNO: apresenta quatro ossos metacarpianos. O primeiro é ausente, o terceiro e quarto são bem desenvolvidos e o segundo e quinto são menores e sustentam os dígitos acessórios (não atingem o solo). CANINOS: apresenta cinco ossos metacarpianos, sendo o primeiro menor e o terceiro e quarto os maiores. 14.7 FALANGES (dedos) – formado por três falanges: a falange proximal a média e a distal. Falange proximal – é o menor um osso longo. Situa-se entre o grande metacarpiano e a falange média. A diáfise é lisa e mais larga proximalmente. A epífise proximal apresenta duas cavidades glenóide (articulares) separadas por um sulco sagital. A epífise distal apresenta dois côndilos que se articulam com a falange média. Falange média – é um osso curto. Está situada entre as falanges proximal e distal. A face proximal apresenta duas cavidades glenóide (articulares) que vão se articular com a falange proximal. A face distal articula-se com a falange distal e sesamóide distal (ou navicular). Falange distal - encontra-se envolvida pelo casco, com o qual se assemelha. Apresenta três faces: articular, dorsal e palmar. Face articular – articula-se com a falange média e com o osso sesamóide distal (navicular). Na borda proximal, apresenta uma eminência denominada de processo extensor, onde se insere o músculo extensor comum dos dedos. Face dorsal – apresenta inúmeros forames de vários tamanhos, responsáveis pela irrigação desta área. Lateralmente e medialmente apresenta o sulco dorsal. Na borda distal (solar), centralmente, existe uma incisura chamada de crena. Face palmar – está dividida em duas partes por uma linha curva e rugosa denominada de crista semi-lunar. As extremidades, lateral e medial, são chamadas de processos angulares ou palmares, sendo o local onde se prende a cartilagem de complementação. 14.8 SESAMÓIDES PROXIMAIS – são em número de dois, localizados na face palmar da articulação do grande metacarpiano com a falange proximal. Articula-se com os côndilos da epífise distal do grande metacarpiano, e estão presos por meio de ligamentos na falange proximal. 14.9 SESAMÓIDE DISTAL (osso navicular) – é um osso único, localizado na junção da falange média com a falange distal, articulando-se com ambas. RUMINANTES: apresenta dois dedos desenvolvidos (terceiro e quarto), cada um com três sesamóides (dois proximais e um distal). O segundo e quinto dedos são vestígios e estão situados na face palmar da falange proximal. SUÍNOS: apresenta quatro dígitos, dois maiores (terceiro e quarto) e dois menores (segundo e quinto). Os maiores apresentam três sesamóides (dois proximais e um distal) e os menores somente sesamóides proximais. CANINOS: apresenta cinco dígitos que possuem três falanges cada, com exceção do primeiro que têm duas (falta a falange média). A falange distal corresponde à forma de garras e apresentam o processo ungueal que é curvo e com extremidade livre. Desenho esquemático mostrando o membro torácico e pélvico comparativo entre humanos e eqüino. 15. ARTICULAÇÕES DO MEMBRO TORÁCICO 15.1. Sisarcose: fixação da escápula na parede lateral do tórax por meio de músculo. 15.2. Articulação do ombro: entre a cavidade glenóide da escápula com a cabeça do úmero. Classe: sinovial Tipo: esferoidal Movimentos: flexão/extensão, adução, abdução e rotação são restritos. A cápsula articular é ampla e está reforçada cranialmente por dois ligamentos gleno umerais – vão da tuberosidade da escápula as tuberosidades lateral e medial do úmero. Músculos e tendões ao redor da articulação fornecem bastante segurança e raramente ocorre deslocamento. 15. 3. Articulação do cotovelo- entre os côndilos do úmero + superfície articular do rádio + incisura troclear da ulna (semilunar). Classe: sinovial Tipo: gínglimo Movimento: angulares (flexão/extensão) A cápsula articular está reforçada por dois ligamentos colaterais, um medial e outro lateral. a) ligamento colateral lateral: é curto e espesso. Está inserido no epicôndilo lateral do úmero e distalmente, na tuberosidade lateral do rádio. b) ligamento colateral medial: é longo e fino. Está inserido no epicôndilo medial do úmero e divide-se em superficial e profundo. O superficial é longo e termina na borda medial do rádio distal ao nível do espaço interósseo. O profundo é curto e está inserido na tuberosidade medial do rádio. Em cães e gatos há um terceiro ligamento: ligamento anular, que se estende entre os ligamentos colaterais. 15. 4. Articulação do carpo: entre a epífise distal do rádio, ossos do carpo e epífise proximal do metacarpo. Classe: sinovial Tipo gínglimo. Movimentos: angulares Principais ligamentos: a) ligamento colateral lateral: inserido no processo estilóide lateral do rádio e estende-se até a extremidade proximal do quarto metacarpiano. b) ligamento colateral medial: semelhante ao anterior, porém mais forte e mais largo distalmente. Desde o processo estilóide medial do rádio até o segundo e terceiro metacarpianos. 15.5. Articulação metacarpofalângica (boleto): epífise distal do metacarpo e epífise proximal da falange proximal e sesamóides proximais Os sesamóides proximais articulam-se com a face palmar da epífise distal do metacarpo. Classe: sinovial Tipo: gínglimo Movimentos: angulares A cápsula está reforçada por dois ligamentos colaterais, que se inserem nas eminências e depressões da epífise distal do III metacarpiano e na epífise proximal da falange proximal e ossos sesamóides. 15.6 Articulação interfalângica proximal (quartela): entre a epífise distal da falange proximal e a superficie proximal da falange média. Classe: sinovial Tipo: gínglimo Movimentos: flexão palmar 15.7. Articulação interfalângica distal (casco, úngula): epífise distal da falange média e superfície articularda falange distal e osso sesamóide distal. Classe: sinovial Tipo: gínglimo Movimentos: angulares 16. MÚSCULOS DO MEMBRO TORÁCICO 16.1. Músculos do cinturão escapular Grupo dorsal M. trapézio Porção cervical Porção torácica M. omotransverso M. rombóide da cabeça M. rombóide cervical M. rombóide torácico M. grande dorsal Grupo ventral M. braquiocefálico (seccionar em nível do “tendão clavicular”) Porção cleidocervical Porção cleidomastóide Porção cleidobraquial M. peitoral superficial M. peitoral profundo M. serrátil ventral 16.2. Músculos do ombro Grupo lateral M. deltóide Porção acromial Porção escapular (seccionar) M. supraespinhal M. infraespinhal M. redondo menor Grupo medial M. subescapular M. redondo maior M. coracobraquial 16.3. Músculos do braço M. bíceps braquial M. braquial M. tensor da fáscia antebraquial M. tríceps Cabeça longa Cabeça lateral (seccionar) Cabeça medial Cabeça acessória( somente no cão) M. ancôneo 16.4. Músculos do antebraço e mão Grupo extensor M. extensor carpo radial M. ext. digital comum (comum dos dedos) M. ext. digital lateral M. ext. carpo ulnar ou ulnar lateral M. extensor do 1º e 2º dedo M. ext. longo do polegar ou 1º dedo (M. ext. oblíquo do carpo) M. supinador Grupo flexor M. pronador redondo M. flexor carpo radial M. flexor digital superficial M. flexor carpo ulnar Cabeça umeral Cabeça ulnar M. flexor digital profundo Cabeça umeral Cabeça radial Cabeça ulnar M. pronador quadrado Músculos do membro torácico: M. trapézio Origem- rafe dorsal mediana e ligamento supra-espinhal. Inserção- espinha da escápula. Ação- elevar a escápula. M. bíceps braquial Origem- tubérculo supraglenóide. Inserção- tuberosidade do rádio e em parte adjacente da ulna. Ação- flexionar a articulação do cotovelo. M. tríceps do braço Possui três cabeças de origem (longa lateral e medial), sendo no cão quatro (acessória). Ocupa o espaço entre a borda caudal da escápula e o úmero. As várias cabeças se unem formando um tendão forte que se insere na tuberosidade do olécrano. Ação- estender a articulação do cotovelo M. extensor digital comum Origem- cranialmente na extremidade distal do úmero, tuberosidade lateral da extremidade proximal do rádio e superfície lateral da ulna . Inserção- processo extensor da falange distal (de cada dedo funcional). Ação- estender as articulações digitais e cárpicas. M. extensor digital lateral Origem- epicondilo lateral do úmero. Inserção- extremidades proximais das falanges (todas) dos dedos III, IV e V, principalmente no processo extensor da falange distal desses dedos. Ação- estender as articulações dos dedos III, IV e V. M. flexor digital superficial Origem- epicôndilo medial do úmero e caudalmente no rádio. Inserção- palmarmente nas falanges médias. Ação- flexionar os dedos e o carpo. M. flexor digital profundo É formado por três cabeças: umeral, radial e ulnar. Inserção- linha semilunar; na face palmar da falange distal. Ação- flexionar os dedos e o carpo. 17. ESQUELETO APENDICULAR MEMBRO PÉLVICO – Constituído de quatro partes: cinturão pélvico, coxa, perna e pé. Cinturão ou cíngulo pélvico – representado pelo osso coxal, que é formado pela fusão dos ossos ílio, ísquio e púbis. Coxa – fêmur e patela. Perna – tíbia e fíbula. Pé – tarso, metatarso, dedo (falanges e sesamóides). 17.1 COXAL – é o maior osso plano, compondo-se de três ossos: o ílio, ísquio e púbis que se unem no acetábulo, uma grande cavidade cotilóide que se articula com a cabeça do fêmur. Esses ossos se fusionam ao redor de um ano de idade no eqüino. Está unido ao longo da linha mediana ventral pela sínfise pélvica que por sua vez é formada pelas sínfises púbica e isquiática (sínfise ísquio púbica). ÍLIO - é a maior das três partes, dividido em corpo e asa do ílio. Apresenta 2 faces, 3 bordos e 3 ângulos. Face glútea – direciona-se dorsolateral e caudalmente. Na porção mais larga situa-se a linha glútea, que se estende desde o centro da borda medial até a tuberosidade coxal. Presta inserção aos músculos glúteo médio e profundo. Face sacropélvica – é convexa e apresenta uma faceta denominada de face auricular para articulação com o osso sacro. Na sua face ventral cruza a linha arqueada ou íliopectínea, que inicia ventral a face auricular e estende-se até a borda cranial do púbis. Esta linha está interrompida no terço médio pelo tubérculo do psoas para o músculo psoas menor. Bordo cranial – ou crista do ílio. Bordo medial – forma a incisura isquiática maior que se continua caudalmente com a espinha isquiática. Bordo lateral – apresenta sulco para os vasos iliolombares e o forame nutrício. Ângulo medial – situa-se a tuberosidade sacral. Ângulo lateral – a tuberosidade coxal. Ângulo acetabular – união com os outros 2 ossos para formar o acetábulo. ÍSQUIO – forma a parte caudal da parede ventral ou assoalho da pelve óssea. Borda cranial – forma o contorno caudal do forame obturado (obturador ou obturatório). Borda caudal – é espessa e forma o arco isquiático, juntamente com o lado oposto. Borda medial – une-se com o lado oposto na sínfise isquiática. Borda lateral – forma a incisura isquiática menor, que se continua cranialmente com a espinha isquiática. Ângulo caudo-lateral – localiza-se a tuberosidade isquiática (no bovino é trifacetada). Ângulo cranio-lateral – dorsalmente está a espinha esquiática. PÚBIS - é a menor das três partes do osso coxal. Forma a parte cranial do assoalho pélvico. Face pélvica – é convexa no animal jovem e no garanhão, e lisa e côncava na égua e no macho castrado. Face ventral – é convexa e rugosa para inserção muscular. Próximo ao bordo cranial está cortada pelo sulco púbico (sulco do ligamento acessório), só no eqüino. Bordo cranial – apresenta lateralmente a eminência iliopúbica e, próximo a sínfise, o tubérculo púbico. Bordo medial – une-se com o osso oposto na sínfise púbica. Bordo caudal – forma a margem cranial do forame obturado. ACETÁBULO – é uma grande cavidade cotilóide que aloja a cabeça do fêmur. É formada pelo ísquio, ílio e púbis. A porção medial, do bordo do acetábulo, apresenta a incisura acetabular, pela qual passam os ligamentos acessório e redondo da cabeça do fêmur. O ligamento acessório só está presente no eqüino. A porção articular está voltada internamente para uma depressão rugosa, a fossa acetabular (porção não articular). O lábio acetabular é uma cartilagem localizada na borda do acetábulo que serve para ampliar a profundidade da cavidade. FORAME OBTURADO – é formado pelo ísquio e púbis. Seu contorno é oval e está sulcado craniolateralmente pelos vasos e nervo obturador. No animal vivo encontra-se fechado pela membrana obturatória. PELVE ÓSSEA – a parede dorsal ou “teto” está formado pelo sacro e pelas primeiras três vértebras caudais e a parede ventral ou “assoalho” pelo púbis e ísquio. As paredes laterais são formada pelo ílio e parte do corpo do ísquio. No animal vivo está completada pelo ligamento sacrotuberal largo e pelos músculos semimembranoso. A abertura apresenta dois diâmetros principais: 1. Diâmetro conjugado (sacropúbico): é a medida que vai do promontório do sacro até a extremidade cranial da sínfise púbica. 2.Diâmetro transverso: é medida dorsal aos tubérculos do psoas de um lado a outro. A pelve óssea apresenta diferenças notáveis entre os dois sexos e entre as espécies quanto ao tamanho e forma. O arco isquiático é mais aberto na fêmea. Diferenças sexuais: (1) DC (2) DT Macho 18,75 cm 20 cm Fêmea 23 a 24 cm 23 a 24 cm Vista dorsal: 10 – crista ilíaca, 12 – tuberosidade sacral, 13– linha glútea, 16 – incisura isquiática maior, 14 – acetábulo, 24 – forame obturador, 21 – sínfise púbica, 22 – sínfise isquiática, 23 – sínfise pélvica (arco isquiático), 18 – tuberosidade isquiática. Vista ventral: 11 – tuberosidade coxal, 15 – face auricular, 17 – tubérculo psoas, 16 – 19 – linha arqueada (iliopectínea), 20 – sulco púbico, 24 – forame obturador, FIGURA 16 –Desenho esquemático mostrando o osso coxal de um eqüino vista dorsal e ventral Vista cranial da pelve óssea para medida dos diâmetros: 1 – promontório, 14 – sínfise púbica, 4 – tubérculo psoas, 3 – linha arqueada, 10 – acetábulo. FIGURA 17 – Desenho esquemático mostrando a vista cranial do osso coxal de um eqüino. RUMINANTES: apresentam a tuberosidade isquiática grande e trifacetada. SUÍNOS: o ílio e ísquio estão quase em linha (mesmo plano) um com o outro. CANINO: as incisuras isquiáticas maior e menor são muito rasas. Obs: fratura de pelve óssea é comum em pequenos animais em atropelamentos e fratura do túber coxal em grandes animais. 17.2 FÊMUR (coxa) – é o maior e o mais pesado dos ossos longos. Articula-se proximalmente com o acetábulo e distalmente com tíbia e patela. Diáfise – é cilíndrica. O bordo medial apresenta proximalmente o trocanter menor e distalmente a tuberosidade supracondilar medial. O bordo lateral é proeminente e apresenta proximalmente o terceiro trocanter e distalmente a fossa supracondilar e a tuberosidade supracondilar lateral. Epífise proximal – é larga e consiste de cabeça, colo e trocanter maior. A cabeça está medial e articula-se com o acetábulo. É escavada medialmente por uma fóvea na qual se insere os ligamentos acessório e redondo da cabeça do fêmur. O colo une a cabeça ao corpo. O trocanter maior situa-se lateralmente. A sua borda caudal continua-se distalmente como a crista trocantérica que forma a parede lateral da fossa trocantérica. Epífise distal – está constituída da tróclea cranialmente para articular com a patela, e dois côndilos caudalmente. Os côndilos estão separados por uma profunda fossa intercondilar e se articulam com os côndilos da tíbia e meniscos da articulação do joelho. Na face medial existe uma proeminência, o epicôndilo medial e na face lateral o epicôndilo lateral. RUMINANTES: o trocanter maior não está dividido, não apresenta o terceiro trocanter. SUÍNOS: não apresenta terceiro trocanter. CANINO: o terceiro trocanter é mínimo, apresentam dois sesamóides que se articulam com os côndilos. 17.3 PATELA (joelho) – é um grande sesamóide largo que se articula com a tróclea do fêmur. A face cranial é livre, convexa e rugosa para inserção muscular e de ligamentos. A face articular apresenta uma crista que corresponde ao sulco da tróclea do fêmur. No bordo medial se insere a fibrocartilagem da patela. A base é proximal e o ápice é distal. BOVINO: é longa, estreita e bastante espessa. Sua face cranial é muito convexa. O grande processo cartilagíneo, no lado medial marca a inserção da fibrocartilagem. 17.4 TÍBIA (perna) – é um osso longo que se articula proximalmente com o fêmur, distalmente com o tarso e lateralmente com a fíbula. Diáfise – é triangular proximalmente e alarga-se na extremidade distal. A face caudal é aplainada e apresenta a linha poplítea. O bordo cranial forma a crista da tíbia e o bordo lateral é côncavo e forma junto com a fíbula o espaço interósseo. Epífise proximal – apresenta dois côndilos (medial e lateral) que se articula com os côndilos do fêmur e os meniscos. Entre os côndilos existe uma proeminência central denominada eminência intercondiliana (espinha da tíbia). Cranialmente, no alto da eminência intercondiliana situa-se a tuberosidade da tíbia. O côndilo lateral apresenta, na sua face lateral, uma faceta articular para a fíbula. Epífise distal – apresenta uma face articular que se adapta a tróclea do osso tarso-tibial (astrágalo). Lateral e medialmente estão os maléolos lateral e medial. O maléolo lateral corresponde à extremidade distal da fíbula. 17.5 FÍBULA – é um osso longo, reduzido, situado ao longo do bordo lateral da tíbia. A diáfise é uma haste delgada que forma o limite lateral do espaço interósseo. A epífise proximal articula-se com o côndilo lateral da tíbia. A epífise distal fusiona-se com a tíbia formando o maléolo lateral. RUMINANTES: a fíbula é bem curta, a epífise proximal está fusionada ao côndilo lateral e a distal é solta, formando o maléolo lateral. CANINOS E SUÍNOS: a fíbula tem comprimento semelhante a tíbia e aparece um grande espaço interósseo. 17.6 TARSO (pé) – compõe-se de 6 ossos em 3 fileiras: proximal, média e distal. Fileira proximal Fileira média Fileira distal Tarso tibial Osso central do tarso I + II tarsianos (tálus ou astrágalo) III tarsiano Tarso fibular IV tarsiano (calcâneo) Tarso tibial (talus, astrágalo) – tem posição médio dorsal, na fileira proximal. Articula-se com a tíbia através da tróclea, distalmente articula-se com o osso central do tarso. Plantarmente, apresenta faces articulares para o calcâneo. Tarso fibular (calcâneo) – é o maior dos ossos do tarso e sua extremidade livre forma a tuberosidade calcânea, onde se insere o tendão calcanear comum (de Aquiles). O primeiro e segundo ossos tarsianos podem estar fusionados no eqüino. BOVINOS: tarso com 5 ossos. Apenas a fileira proximal é bem definida, a média e a distal confundem-se. fileira proximal Tarso tibial com dupla tróclea e tarso fibular fileiras média e distal Centroquarto (central + IV tarsiano) I tarsiano II + III tarsianos SUÍNOS E CANINOS: tarso com 7 ossos. fileira proximal Tarso tibial Tarso fibular fileira média osso central do tarso fileira distal I tarsiano II tarsiano III tarsiano IV tarsiano FIGURA 18 -Desenho esquemático mostrando a evolução do tarso nas diferentes espécies. FIGURA 19 Desenho esquemático mostrando os ossos do tarso de suíno (esquerda)e eqüino (direita). LEGENDA FIGURA A vista dorso medial. B vista dorso lateral. a – talus; b – calcâneo; c – tarso central; d – I; e – II; f – III; g – IV. Eqüino, vista dorsal esquerda: A – tarso fibular, B – tarso tibial, C – tarso central, D – I + II tarsianos, III – III tarsiano, IV – IV tarsiano. METATARSO - é semelhante ao metacarpo, a diáfise do grande metatarsiano apresenta o contorno circular. RUMINANTES: na face médio plantar da epífise proximal, localiza-se um pequeno metatarsiano, vestígio do segundo dedo. FIGURA 20 - Corte transversal, vista dorsal dos ossos metacarpo e metatarso esquerdo para comparar o diâmetro. FALANGES (dedo) – igual ao membro torácico. 18.ARTICULAÇÕES DO MEMBRO PÉLVICO 18.1. Articulação Sacroilíaca: união óssea entre a coluna e o membro pélvico. As asas do sacro articulam com o osso ílio. Classe: sinovial Tipo: plana Movimentos: não são apreciáveis no adulto, sendo a estabilidade e não a mobilidade a principal finalidade desta articulação. Ligamentos: a) ligamento sacroilíaco dorsal: inserido na tuberosidade sacral até os vértices das espinhas sacrais e outra parte inserida na tuberosidade sacral e borda medial do ílio e borda lateral do sacro. b) ligamento sacrotuberal largo: é uma extensa lâmina quadrilátera que completa a parede pélvica lateral. Sua borda dorsal está inserida na borda do sacro e nos processos transversos da primeira e segunda vértebra caudal, a borda ventral está inserida na espinha e tuberosidade isquiática, alcançando a borda lateral do ísquio completando o forame isquiático menor. A borda cranial é côncava e completa o forame isquiático maior. c) ligamento iliolombar: é uma lâmina triangular que se insere nas extremidades dos processos transversos lombares e na superfície ventral do ílio. 18.2. Sínfise Pélvica: é a união ventral dos ossos coxais. Essa sínfise éformada pela união da sínfise isquiática e sínfise púbica. No eqüino jovem os ossos estão unidos por uma cartilagem (lâmina intercartilagínea intercoxal), no adulto ela é gradativamente substituída por osso, iniciando-se o processo na sínfise púbica e depois na isquiática. Nenhum movimento é apreciável mesmo antes da sinostose. Uma faixa transversal cobre o bordo cranial do púbis sendo chamada de ligamento púbico cranial. Outras fibras estendem-se através do arco isquiático - ligamento arqueado isquiático. Obs: Membrana obturatória: é uma fina camada de tecido fibroso que cobre o forame obturado, deixando apenas uma passagem, o canal obturatório para os vasos e nervos obturadores. 18. 3. Articulação Coxofemoral (quadril): entre a cabeça do fêmur e acetábulo (cavidade cotilóide do quadril). A cabeça do fêmur é mais extensa que a cavidade que recebe, por isso existe um anel de fibrocartilagem, lábio acetabular que está inserido na margem óssea. A cápsula articular é espaçosa e está inserida ao redor das margens do acetábulo e no colo do fêmur. Classe: sinovial Tipo: esferoidal Movimentos: todos possíveis. Ligamentos: a) ligamento da cabeça do fêmur (redondo): estende-se desde a fóvea da cabeça do fêmur até a incisura acetabular. b) ligamento acessório do fêmur: coloca-se ventralmente, é mais longo e só existe no equino. Sai da fóvea até o sulco do ligamento acessório. Fixa o fêmur no acetábulo. 4. Articulação do joelho: é uma sinovial composta. É a maior e mais elaborada das articulações. Consiste de duas articulações: a) Articulação femoropatelar: tróclea do fêmur com a patela que sendo bem menor que a tróclea é completada medialmente por uma placa de fibrocartilagem e lateralmente por um estreito segmento de cartilagem. A cápsula articular é fina e muito espaçosa, insere-se ao redor da margem da superfície articular da patela e no fêmur. Classe: sinovial Tipo: gínglimo a) ligamento femoro-patelar lateral e medial: são finas cintas que reforçam a cápsula a cada lado. O lateral vai do epicôndilo lateral do fêmur a borda lateral da patela e o medial do epicôndilo medial a fibrocartilagem da patela. b) ligamentos patelares: são três cintos muito fortes que inserem a patela a tuberosidade da tíbia, o lateral, o intermédio e o medial. b) Articulação femorotibial: côndilos do fêmur com côndilos da tíbia, entre eles os meniscos articulares. Classe: sinovial Tipo: condilar a) ligamento colateral medial: inserido próximo ao epicôndilo medial do fêmur, vai até a área rugosa distal a margem do côndilo medial da tíbia. b) ligamento colateral lateral: é mais espesso, surge de uma depressão superior ao epicôndilo lateral e termina na cabeça da fíbula. c) ligamentos cruzados: são duas faixas fortes e arredondadas situadas na fossa intercondílea do fêmur. Eles cruzam um ao outro na forma de X. O ligamento cruzado cranial se origina na fossa central da espinha da tíbia, dirige-se proximal e caudalmente terminando na parede lateral da fossa intercondílea. O ligamento cruzado caudal é medial a este e maior inserido na face caudal da tíbia dirige-se proximal e cranialmente terminando na parte cranial da fossa intercondílea do fêmur. Movimentos: flexão e extensão principalmente, a rotação é limitada. Meniscos lateral e medial: são placas de fibrocartilagem em forma de meia lua que permitem a adaptação das superfícies articulares. Cada menisco tem uma superfície côncava proximal que se adapta aos côndilos do fêmur e uma superfície côncava distal que se encaixa aos côndilos da tíbia. A borda periférica é espessa e convexa e a central é fina e côncava. 18.5. Articulação tíbio-fibulares: é formada pela cabeça da fíbula e uma faceta articular distal a margem lateral do côndilo lateral da tíbia. A cápsula articular é forte e muito ajustada. O eixo da fíbula insere-se na face lateral da tíbia pela membrana interóssea da perna (sindesmose). O maléolo lateral da tíbia é a extremidade distal da fíbula que se fundiu a tíbia. Nenhum movimento apreciável ocorre nesta articulação. 18.6. Articulação társica ( do pé ou do jarrete): é uma articulação composta formada de várias articulações. a) articulação tarso-crural: entra tíbia distal e osso tarsotibial (entre a tróclea do tálus e a superfície correspondente da tíbia). Sinovial do tipo gínglimo. b) articulação intertársica: entre as duas filas de ossos do tarso. Sinovial tipo plana. c) articulação tarsometatársica: entre a fileira distal do tarso com o metatarso. Sinovial do tipo gínglimo A parte fibrosa da cápsula articular está inserida ao redor da margem da superfície articular da tíbia até as margens das superfícies articulares metatársicas. Há formação de quatro sacos sinoviais: a) saco tibiotársico: lubrifica a articulação proximal (tarsocrural). b) saco intertársico proximal: forra as articulações formadas pelo tarsotibial e tarsofibular proximalmente e o osso central e quarto társico distalmente. c) saco intertársico distal: lubrifica as articulações formadas entre o osso társico central e os ossos distalmente (1+2, 3 e 4). d) saco tarsometatársico: lubrifica a articulação formada entre os ossos társicos distais e metatársicos. Ligamentos Comuns: a) ligamento colateral lateral: consiste de duas cintas distintas que cruzam uma a outra. O ligamento colateral lateral longo é superficial, desde o maléolo lateral da tíbia em linha reta até o calcâneo e terceiro e quarto metatarsianos. O colateral lateral curto é mais profundo, surge na parte cranial do maléolo lateral e se dirige caudalmente, terminando na superfície lateral do calcâneo. b) ligamento colateral medial: também consiste de duas partes que se cruzam entre si. O colateral medial longo é superficial, surge na parte caudal do maléolo medial e se insere na tuberosidade distal do tálus, segundo e terceiro metatarsianos. O colateral medial curto situa-se sob a cobertura do longo, se estende da parte cranial do maléolo medial, corre caudalmente e se insere no tálus. Movimentos: flexão e extensão na articulação tarsocrural. Os movimentos entre os ossos társicos e társicos com metatársicos são tão limitados a ponto de serem desprezíveis. A extensão completa da articulação é evitada pelos ligamentos colaterais. As articulações do boleto, quartela e casco não diferem em nenhuma relação de seus equivalentes no membro torácico. 19. DISSECAÇAO DOS MÚSCULOS DO MEMBRO PÉLVICO Músculos laterais da anca e da coxa M. tensor da fáscia lata glúteo superficial (seccionar) M. glúteo médio (seccionar) M. glúteo profundo M. bíceps femural (seccionar) M. semitendíneo M. semimembranoso M. abdutor caudal da perna Músculos mediais da coxa M. sartório Porção cranial Porção caudal M. reto interno ou grácil M. pectíneo M. adutor M. quadrado femural M. obturador externo M. gêmeos M. quadríceps femural (seccionar) Vasto lateral Vasto intermédio Vasto medial Vasto femural Músculo da perna e do pé 10.3.1 Grupo extensor M. tibial cranial M. ext. digital longo (longo dos dedos) M. fibular longo M. extensor digital lateral M. extensor longo do 1º dedo M. fibular curto M. extensor digital curto 10.3.2 Grupo flexor M. gastrocnêmio Cabeça lateral Cabeça medial M. flexor digital superficial M. flexor digital profundo M. flexor digital lateral M. flexor digital medial M. poplíteo Músculos do membro pélvico M. glúteo médio Origem- origina-se da superfície externa do ílio e da fáscia glútea. Inserção- trocanter maior do fêmur. Ação- é um extensor excepcionalmente potente da articulação do coxal com certo potencial de abdução, faz a rotação medial do membro pélvico. M. bíceps femoral Origem- tuberosidade isquiática e ligamento sacrotuberal. Inserção- por meio da fáscia da coxa e da perna se insere à patela,ao ligamento patelar e ao bordo cranial da tíbia. Também pela fáscia da perna se insere na tuberosidade calcânea. Ação- estende a quadril, o joelho e o tarso (pé). A parte caudal do músculo flexiona o joelho. M. semitendinoso Origem- tuberosidade isquiática. Inserção- face medial do corpo da tíbia e por meio da fáscia da perna também se liga à tuberosidade do calcâneo. Ação- estende o quadril, flexiona o joelho e estende o tarso. M. semimembranoso Origem- tuberosidade isquiática. Inserção- côndilo medial do fêmur e côndilo medial da tíbia. Ação- estende o quadril. A parte que se liga ao fêmur estende o joelho e a parte que se liga à tíbia flexiona ou estende o joelho, dependendo da posição do membro. M. pectíneo Origem- eminência ílio púbica e ligamento púbico. Inserção- proximalmente no fêmur. Ação- aduzir o membro posterior. M. adutor Origem- em toda a sínfise pélvica e na superfície ventral do púbis e do ísquio e parte adjacente do arco isquiático. Inserção- ao longo dos dois terços distais da face medial do fêmur, fáscia e ligamentos da face medial do joelho. Ação- aduzir o membro, estender a articulação do quadril M. quadríceps femoral É composto por quatro partes: reto femoral, vastos medial, vasto intermédio e vasto lateral. Origem- o reto femoral origina-se do corpo do ílio. Os vastos medial, intermediário e lateral se originam das faces medial, cranial e lateral do corpo do fêmur. Inserção- a inserção comum é na tuberosidade da tíbia, pois o músculo prolonga-se distalmente à patela pelos ligamentos patelares. Ação- principal extensor do joelho. O reto femoral tem ação secundária na flexão do coxal. M. extensor digital longo Origem- se origina da extremidade distal do fêmur. Inserção- processos extensores das falanges distais. Ação- estender os dedos e flexionar o jarrete. M. extensor digital lateral Origem- extremidade proximal da fíbula. Inserção- falange média do dedo funcional mais lateral. Ação- flexão do tarso, em carnívoros estende e abduz o quinto dedo. M. gastrocnêmio Origem- as duas cabeças emergem das tuberosidades medial e lateral do fêmur. No cão, na origem de cada tendão há um osso sesamóide. Inserção- tuberosidade calcânea. É o principal componente do tendão calcanear comum. Ação- pode ser um flexor do joelho, entretanto acredita-se que a função básica é se opor à curvatura da tíbia, assegurando que a tensão seja dirigida ao longo do seu eixo longitudinal. M. flexor digital superficial Origem- fossa supracondilar (ou tubérculo na face caudal) do fêmur. Junto à origem do gastrocnêmio. Inserção- tuberosidade calcânea e falanges médias. Ação- flexionar as duas primeiras articulações digitais, flexionar o joelho e estender o tarso. M. flexor digital profundo É composto por três músculos: flexor lateral, flexor medial e tibial caudal. Origem- dois terços proximais da tíbia, na metade proximal da fíbula e na membrana interóssea adjacente. Inserção- superfície plantar de cada uma das falanges distais. Ação- flexionar os dedos e estender o tarso. 20. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ARAUJO, J. C. Anatomia dos animais domésticos- aparelho locomotor São Paulo:Manole., 270p, 2003. DYCE, K.M.; SACK, W.; WENSING, C.J.G. Tratado de anatomia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 3ed 2004. EVANS, HOWARD E.; DE LAHUNTA, ALEXANDER. MÜLLER. Guia para a dissecação do cão. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. v.1. KONIG, H., E.; LIEBICH, H. G.. Anatomia dos animais domesticos –vol 1 – Aparelho Locomotor . Porto Alegre: ArtMed 2002. POPESCO, PETER. 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Roca, 216p, 2007. ** Polígrafo da Anatomia dos Animais Domésticos do Departamento de Morfologia. Curso de Medicina Veterinária – UFSM 2005. ESQUELETO AXIAL (eixo) APENDICULAR (apêndices ou projeções) ESPLÂNCNICO (visceral) CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS OSSOS LONGOS OSSOS PLANOS ou CHATOS OSSOS CURTOS OSSOS IRREGULARES OSSOS ALONGADOS OSSOS PNEUMÁTICOS �PAGE � � PAGE \* MERGEFORMAT �2�����