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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 1 ÍNDICE Provas Em Espécie II �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 Interrogatório do Réu ��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������2 AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 2 Provas Em Espécie II Interrogatório do Réu Natureza jurídica do interrogatório do réu Para a grande maioria da doutrina, a natureza jurídica do interrogatório do réu é mista, ou seja, o interrogatório é ao mesmo tempo meio de prova e de defesa, eis que faz parte da autodefesa o direito de ser ouvido pelo Juiz� Locais para o interrogatório Se o réu estiver solto, será interrogado pelo Juiz, no fórum mesmo� Mas e se o réu estiver preso? Seu interrogatório deve ser realizado no estabelecimento em que estiver recolhido, em sala própria, desde que garantidas a segurança do Juiz, do MP e dos Auxiliares da Justiça, assegurada a presença do Defensor e a publicidade do ato – esta é a regra para réus presos� → Detalhe recorrente em provas: Art. 185, § 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) → Vídeoconferência pode? Pode! Mas é excepcional, de modo a precisar de decisão fundamenta- da, intimação das partes com 10 dias de antecedência e desde que: 1) não seja possível observar a regra acima (que diz que o réu preso deve ser ouvido no estabelecimento em que estiver reco- lhido); e 2) estejam presentes uma das seguintes hipóteses legais: ˃ prevenção de risco à segurança pública, quando houver fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa; ˃ prevenir risco à segurança pública, quando o acusado puder fugir; ˃ quando houver relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; ˃ impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência; ˃ questão de gravíssima ordem pública� → Detalhe importante: Art. 185, § 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. Fora destas situações, se não possível se seguir a regra, ou seja, se não houver sala própria no esta- belecimento em que o réu estiver recolhido, ele será ouvido no fórum� Fases do interrogatório e o Direito ao Silêncio Procedimento bifásico: de forma bastante simplificada, fala-se que o interrogatório tem duas fazes, por isto, procedimento bifásico: 1) a primeira sobre a pessoa do acusado (interrogatório de qualificação); e 2) a segunda sobre o fato em foco (interrogatório de mérito)� Direito ao Silêncio: lembre-se que autodefesa pode ser dispensada (por aquele que está se defen- dendo), de modo que o réu tem direito a ficar em silêncio, sem que isto seja interpretado, de qualquer modo, contra ele� É somente quanto à segunda fase do interrogatório que vige o Direito ao Silêncio� Detalhe importante: o interrogatório deve ser o último ato da audiência de instrução. Por AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 3 quê? Para que o réu tenha total ciência do que lhe estão imputando e possa, portanto, utilizar o interrogatório da melhor maneira possível para sua defesa. É daqui que se extrai que o interroga- tório do réu tem, além da natureza de meio de prova, natureza de defesa. A ordem da instrução fica assim: declarações do ofendido, oitiva das testemunhas de acusação, oitiva das testemunhas de defesa, outras diligências que forem necessárias e, por fim, o interrogatório do réu� Mais um detalhe: há procedimentos específicos que deslocam o interrogatório dentro da ins- trução� De acordo com o STF, a norma que tira o interrogatório do réu da última posição dentro da instrução é inconstitucional� Este é o caso, por exemplo, da Lei de Drogas� Sistema adotado para o interrogatório do réu Adota-se, no Brasil, o Sistema Presidencialista� Assim, o Juiz atua como presidente do ato – é ele quem inquire primeiro o réu e, depois, repassa as perguntas do MP e da Defesa ao réu� Isto não é assim no Tribunal do Júri, em que as perguntas são feitas diretamente ao réu – menos as perguntas dos Jurados, que passam necessariamente pelo Juiz – fala-se em Sistema Misto� O outro sistema, que é adotado na inquirição de testemunhas (e do ofendido), é o Sistema do Cross-Examination, em que as partes perguntam diretamente à testemunha, sem o intermédio do Juiz, que pode triar as questões e complementá-las após as perguntas das partes� Situações clássicas em concurso – as chamadas modalidades especiais de in- terrogatório Réu surdo: perguntas escritas e respostas orais� Réu mudo: perguntas orais e respostas escritas� Réu surdo-mudo: perguntas e respostas escritas� Réu não fala português ou surdo-mudo analfabeto: intérprete� Características do interrogatório do réu Características: 1) é obrigatório (sua ausência é tratada como causa de nulidade); 2) é ato per- sonalíssimo; 3) oralidade; 4) publicidade; 5) obrigatória presença de advogado; 6) direito de en- trevista prévia, pessoal e reservada com o advogado; 7) Princípio do nemo tenetur se detegere – que nos informa que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo (mas, e se produzir? se produzir, já era: o MP poderá fazer uso desta prova, eis que a prova não tem dono – de acordo com o Princípio da Aquisição Processual, provas são do processo, e não da parte que a produziu); 8) pode ser realizado novamente a qualquer momento antes do trânsito em julgado da sentença� EXERCÍCIOS 01. Quanto ao interrogatório, correto afirmar: a) Da decisão que determinar a sua realização por videoconferência as partes deverão ser inti- madas com dez dias de antecedência� b) É possível a realização por videoconferência para impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, ainda que viável a colheita do depoimento destas pelo mesmo sistema� c) Deve ser efetivado na presença do defensor, dispensado o direito de entrevista prévia e reser- vada no caso de advogado constituído� d) A ausência do ato constitui nulidade relativa, passível de preclusão se não arguida em tempo oportuno� e) O réu deverá ser informado pelo juiz do seu direito de permanecer calado, bem como de que o silêncio poderá repercutir em seu desfavor� AlfaCon Concursos Públicos Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação,inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 4 02. No tocante ao interrogatório por videoconferência, é correto afirmar que pode ser determina- do por ato discricionário do juiz, independentemente de decisão fundamentada� Certo ( ) Errado ( ) GABARITO 01 - A 02 - ERRADO Provas Em Espécie II Interrogatório do Réu
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