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Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 1. Princípios constitucionais processuais penais ........................................................ 2 1.1 Princípio da Ampla Defesa ................................................................................ 2 1.2 Princípio do garantismo penal .......................................................................... 2 1.3 Princípio da presunção de inocência ................................................................ 3 Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br Professor André Queiroz E-mail: arqueiroz@globo.com 1. Princípios constitucionais processuais penais 1.1 Princípio da Ampla Defesa A ampla defesa pode ser dividida em duas partes: a) autodefesa e b) defesa técnica. Assim, quando se fala no princípio da ampla defesa no processo penal, está se falando que no processo penal uma pessoa tem o direito de se autodefender e de ter uma defesa técnica. O réu poderá se autodefender através do interrogatório. Além disso, ele também se defende através do direito de estar presente em todos os atos. A terceira forma de autodefesa é o direito recursal, ou seja, o próprio réu, de próprio punho, pode interpor o seu recurso. Em relação à defesa técnica, está se falando em capacidade postulatória. O STF editou a sumula 523, que informa que a ausência do advogado no processo acarreta a nulidade absoluta, sendo isso um prejuízo presumido; e a deficiência do advogado provoca uma nulidade relativa, e isso é um prejuízo que deve ser demonstrado. 523. No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu. Os crimes dolosos contra a vida são julgados no tribunal do júri. Esse tribunal possui algumas características: votação sigilosa; soberania dos vereditos e plenitude de defesa; quem julga são pessoas leigas. Qual a diferença da ampla defesa para a plenitude de defesa no tribunal do júri? Conforme o princípio da ampla defesa o réu pode se defender apenas das formas admitidas em lei. Já no princípio da plenitude de defesa o réu pode se defender não apenas das formas autorizadas pela lei, mas de qualquer forma, esteja ela admitida ou não na lei. Na ampla defesa, tem que ser lei porque quem irá julgar é uma pessoa técnica, já no júri quem irá julgar são os jurados que não são técnicos, são leigos. 1.2 Princípio do garantismo penal Prega que todas as normas processuais penais devem ser interpretadas conforme o princípio da dignidade da pessoa humana. Uma das decorrências do garantismo penal é a Súmula Vinculante nº 11, do STF, que preleciona sobre o uso de algemas, informando que Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br elas devem ser usadas excepcionalmente, e quando as usar, deve-se fundamentar em: risco de fuga, resistência por parte do preso, risco de vida do preso ou de terceiros. O garantismo fala que o Estado irá intervir na liberdade de uma pessoa quando for necessário, mas sempre respeitando o princípio da dignidade da pessoa humana. Todo o poder emana do povo e, por isso, o povo se resguarda de garantias. Poder ilimitado não é democracia, é autoritarismo. Existem várias garantias e uma delas é a de que para condenar uma pessoa, tem que respeitar a sua dignidade. Algemar alguém sem ser devido a uma das hipóteses previstas na lei, a pessoa terá direito a uma indenização, quem algemou comete abuso de autoridade e a prisão deverá ser relaxada. Se quiser demandar uma ação, as condições da ação são a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade das partes. No entanto, em razão ao garantismo penal, no processo penal deve haver mais um requisito, que é a justa causa. Ela é indícios de autoria e da prova de existência do fato criminoso. 1.3 Princípio da presunção de inocência Esse princípio informa que o réu apenas poderá ser considerado culpado após o transito em julgado. Além disso, o estado tem que respeitar três regas: uma de tratamento, uma de julgamento e uma de garantia. Qual a diferença do transito em julgado para coisa julgada? Transito em julgado é a decisão que não cabe mais recurso. Se da decisão não cabe mais recurso, ela tem um efeito, que é a coisa julgada. A coisa julgada é imutabilidade da decisão. No entanto, é imutabilidade, não indiscutibilidade, pois é possível que a decisão seja discutida com a revisão criminal. Em relação à regra do tratamento, como o réu é presumidamente inocente, o Estado deve tomar o cuidado de preservar a sua imagem. Além disso, a prisão antes do transito em julgado, deve ser excepcional, mas se ela acontecer, deve ser uma prisão ne natureza cautelar. Observação: Para que haja a progressão de regime, é necessário que a sentença já tenha transitado em julgado. Ocorre que devido à demora judicial, muitos presos cautelares estavam desistindo de interpor recurso para que a sentença transitasse em julgado e, assim pudessem requerer a progressão da pena. Então, observando que isso estava causando um cerceamento de defesa, o STF editou a Súmula 716, STF, que informa que mesmo em prisão Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br cautelar, se o sujeito preencher os requisitos para a progressão de regime ele poderá progredir. 716. Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Para julgar, o juiz deve analisar e aplicar a lei mais benéfica e sempre que a lei for mais benéfica é possível retroagir para beneficiar o réu. No entanto, não se admite a combinação de leis, ou seja, não é possível alegar que o caput de um artigo de uma lei seja mais benéfico e misturar os parágrafos e incisos de um artigo outra lei. Outro aspecto que deve ser analisado é que se deve levar em consideração o princípio do in dubio pro reo. Além disso, existem recursos que são exclusivos da defesa, p. ex. embargos infringentes (art. 609, CP). A revisão criminal apenas cabe quando o indivíduo for condenado. Em relação às garantias, existe a inadmissibilidade das provas obtidas por meio ilícito, que inclusive é um princípio.
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