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Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 1.1 Princípios da ação penal pública e da ação penal privada ............................... 2 1.2 Ação penal pública condicionada ..................................................................... 3 1.3 Ação penal pública subsidiária da pública ........................................................ 4 1.4 Ação penal privada ........................................................................................... 5 1.5 Ação penal personalíssima ............................................................................... 6 1.6 Ação penal concorrente .................................................................................... 6 1.7 Aditamento da denúncia .................................................................................. 6 Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br 1.1 Princípios da ação penal pública e da ação penal privada Continuação. Na ação penal pública, antes da denúncia vigora o princípio da obrigatoriedade e depois vigora o princípio da indisponibilidade. Já na ação penal privada, antes da queixa vigora o princípio da facultatividade e depois é o princípio da disponibilidade. Quando há uma infração de menor potencial ofensivo, essas infrações são julgadas no JECRIM (Lei 9.099/95, para os juizados estaduais e a Lei 10.257/01, para os juizados federais). Nos JECRIM, a transação penal ocorre antes de iniciada a ação penal, sendo que a transação penal é uma exceção ao princípio da obrigatoriedade, ela não está relacionada ao princípio da indisponibilidade. Depois de iniciada a ação penal pode ocorrer a suspensão condicional do processo (sursis). A transação penal está prevista no art. 76 da Lei 9099/95 e o sursis processual está no art. 89 da Lei 9099/95. A transação penal se vincula ao princípio da obrigatoriedade e o sursis se vincula ao princípio da indisponibilidade. Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; II - proibição de frequentar determinados lugares; III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz; IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. § 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. § 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano. § 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta. § 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade. § 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo. § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. Na ação penal privada há o instituto da renúncia e do perdão. A renúncia existe antes de oferecida a queixa e ela existe em razão ao princípio da facultatividade. Em relação ao perdão, ele é possível após iniciado o processo, o perdão ocorre em razão do princípio da disponibilidade. A renúncia é um ato unilateral, pois a outra parte não precisa aceitar. Já o perdão é bilateral, pois o réu deve aceitar a renúncia. 1.2 Ação penal pública condicionada A ação penal pública condicionada pode ser de dois tipos: condicionada à representação ou condicionada à requisição do Ministro da Justiça. A representação é uma manifestação da vítima no sentido de querer processar o ofensor, sendo essa uma condição de procedibilidade, pois apenas haverá o processo se a vítima representar. Exemplos: lesão corporal leve, estupro, injúria qualificada (a simples é ação penal privada). O art. 38, CPP estabelece um prazo para representar, que é o prazo de seis meses, contados a partir do conhecimento da autoria do fato. Se não representar nesse prazo, ocorrerá a decadência, que gera a extinção da punibilidade. Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em quevier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. 1.3 Ação penal pública subsidiária da pública O prazo para concluir o inquérito policial está previsto no art. 10, CPP. O prazo para oferecer a denúncia está no art. 46, CPP. Quando o MP se mantém inerte em relação ao prazo do art. 46, CPP, isso se chama de in albis (o prazo correu em branco). Então, nesse caso de inercia do MP, a vítima poderá aplicar o art. 29, CPP, ação penal pública subsidiária da pública, em que a vítima irá entrar com a queixa subsidiária (ou substitutiva). Isso também está previsto Art. 5º, LIX, CF. Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. §1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação § 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo. Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Artigo 5º, Constituição Federal (...) LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; (...) Exemplo: Alberto foi vítima de um assaltado e Mévio foi preso como suspeito. No entanto, o MP pediu o arquivamento dos autos por entender que não havia provas suficientes de que Mévio era o autor do crime. No entanto, Alberto não poderá entrar com uma ação penal subsidiária da pública, pois o MP não foi inerte, já que ele pediu o arquivamento. 1.4 Ação penal privada Na ação penal privada é possível a desistência em razão do princípio da disponibilidade. Desistência não é a mesma coisa que perdão. Toda vez que o querelante desiste, ocorre a perempção. O art. 60, CPP traz as hipóteses em que se considerará perempção: a) o querelante não comparece à audiência; b) o querelante deixa de dar andamento ao processo por 30 dias seguidos; c) pessoa jurídica é extinta e não deixar um sucessor; d) quando o querelante fizer as alegações finais e não pedir a condenação; e) a sucessão processual ocorre quando o querelante morrer ou ficar incapaz e quem vai dar continuidade ao processo é o CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmão), e eles têm o prazo de 60 dias para dar continuidade ao processo e se não o fizerem nesse prazo, haverá perempção. Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Direito Processual Penal O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 6 www.cursoenfase.com.br 1.5 Ação penal personalíssima Na ação penal personalíssima não é possível a substituição processual, então se a pessoa morrer, o processo não poderá continuar. Atualmente apenas existe um crime que é esse tipo de ação, é o previsto no art. 236, CP Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento 1.6 Ação penal concorrente A ação penal concorrente está prevista na Súmula 714, STF. SÚMULA 714 É CONCORRENTE A LEGITIMIDADE DO OFENDIDO, MEDIANTE QUEIXA, E DO MINISTÉRIO PÚBLICO, CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, PARA A AÇÃO PENAL POR CRIME CONTRA A HONRA DE SERVIDOR PÚBLICO EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES. 1.7 Aditamento da denúncia Já houve a denúncia, o processo está acontecendo, no entanto, apareceu um fato novo e há a necessidade de inclui-lo, então haverá um aditamento, que é incluir algo na denúncia. Exemplo: uma pessoa sofreu uma tentativa de latrocínio e estava internada. O MP ofereceu denúncia por tentativa de latrocínio. Ocorre que no curso do processo a vítima faleceu, então o crime passou a ser latrocínio consumado. Portanto, o MP precisa fazer um adiamento. O aditamento pode ser próprio ou impróprio. O aditamento é próprio quando se incluir algo elementar. Exemplo: a morte no curso do processo é elementar. Já o aditamento é impróprio quando irá se incluir uma circunstância. Há também o aditamento objetivo e o subjetivo. O aditamento objetivo é a inclusão de fatos e o subjetivo é a inclusão de pessoas.
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