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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS – FEMA FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS – FIMA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO INTERNACIONAL GESTÃO DE ESTOQUES EM UMA EMPRESA DO SETOR METAL MECÂNICO: FATOR DECISIVO PARA A LUCRATIVIDADE ORGANIZACIONAL RELATÓRIO DE ESTÁGIO JÚNIOR ROGÉRIO DA SILVA SANTA ROSA, RS, BRASIL 2010 GESTÃO DE ESTOQUES EM UMA EMPRESA DO SETOR METAL MECÂNICO: FATOR DECISIVO PARA A LUCRATIVIDADE ORGANIZACIONAL por JÚNIOR ROGÉRIO DA SILVA Relatório de Estágio apresentado ao curso de Graduação em Administração com Habilitação em Comércio Internacional das Faculdades Integradas Machado de Assis de Santa Rosa – RS, como requisito parcial para obtenção de grau de BACHAREL em ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO INTERNACIONAL. SANTA ROSA – RS, BRASIL 2010 FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS – FEMA FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS – FIMA CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO INTERNACIONAL A COMISSÃO EXAMINADORA, ABAIXO, APROVA O RELATÓRIO DE ESTÁGIO GESTÃO DE ESTOQUES EM UMA EMPRESA DO SETOR METAL MECÂNICO: FATOR DECISIVO PARA A LUCRATIVIDADE ORGANIZACIONAL ELABORADO POR: JÚNIOR ROGÉRIO DA SILVA COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM COMÉRCIO INTERNACIONAL COMISSÃO EXAMINADORA: Sandra Horn Bohm – Orientadora Marcos Rogério Rodrigues João Antonio Cervi SANTA ROSA – RS, 09 DE AGOSTO DE 2010. “É preferível realizar aproximadamente hoje, do que exatamente nunca”. Kaoru Ishikawa DEDICATÓRIA Carinhosamente dedico este trabalho: Ao meu filho Gabriel e minha esposa Silvana que me ajudaram a persistir e ter forças para continuar lutando pelos objetivos traçados no decorrer desta jornada de 5 anos. Aos meus queridos pais Celi, Hélio e meu irmão Jonas que mesmo de longe me deram muito apoio para seguir em frente nos momentos mais difíceis e que sempre estiveram ao meu lado no decorrer deste curso e pelo incentivo na realização desta faculdade. . AGRADECIMENTOS À empresa AGCO do Brasil pela oportunidade da realização do trabalho de conclusão e também pelo apoio dos profissionais desta área e demais colegas, em especial ao supervisor Claudio Brondani que ofereceu seu conhecimento e toda sua experiência na gestão de materiais. À professora Sandra Horn Bohm, pela orientação, dedicação e a transmissão do conhecimentos prestado nos momentos de dúvidas; Aos meus amigos e colegas da empresa AGCO do Brasil que me auxiliaram nas informações e empréstimo de materiais bibliográficos; Faculdades Integradas Machado de Assis pela oportunidade da realização do curso; A coordenadora do curso professora Andrea Cacenote e aos demais professores pela amizade e participação no desenvolvimento do curso; A Deus por ter me iluminado e acompanhado nesta caminhada em todos os momentos da minha vida. RESUMO Este trabalho apresenta uma abordagem sobre a gestão de estoques na empresa de máquinas agrícolas AGCO do Brasil. Por ser um processo que movimenta o capital da própria empresa e deve obter retorno para seus empresários que fornecem materiais e para os acionistas, a organização trabalha com uma gestão consolidada no ramo agrícola para melhorar ainda mais seu desempenho na gestão de estoques visando o aumento da lucratividade e a satisfação dos clientes. Com isso estão sendo implementados processos que garantam a eficiência da gestão e o maior giro de estoques possível, eliminando desperdício de materiais e compras em excesso. As formas de abastecimento e suprimento estão sendo alteradas para se obter um maior resultado na performance de entrega por parte dos fornecedores tercerizados, entres eles, itens importados que exigem um maior cuidado no envio da programação para posterior suprimento, pois são transportados nos modais aéreos e marítimos, onde o tempo de entrega é maior. A avaliação dos sistemas Kanban, MRP e EDI são ferramentas que auxiliam e orientam a gestão nos momentos de análises, para tomada de decisões. A cadeia de abastecimento no processo interno e externo juntamente com os gráficos de controle, ajudam a controlar e identificar o que foi definido estrategicamente pela direção da empresa. Para levantar as informações necessárias, buscaram-se, inicialmente dados bibliográficos e, posteriormente, foram aplicadas pesquisas na própria empresa AGCO do Brasil e em dois fornecedores da própria empresa. No embasamento teórico destaca-se o estudo aprofundado do processo de gestão de estoques como fator decisivo para a lucratividade organizacional, os processos envolvidos no suprimento e as mudanças aplicadas pela gestão. A análise e interpretação dos dados estatísticos dos fabricantes de máquinas agrícolas foram feitas com base em informações obtidas na empresa. Após esta etapa, foi possível realizar o diagnóstico e análise da organização em estudo, desta forma, as evidências demostram que tal procedimento visa contribuir para a eficiência da produção evitando assim que ocorram faltas e desperdícios. Palavras-Chave: Gestão, estoques, organização. ABSTRACT This work presents an approach on the administration of stocks in agricultural machines - AGCO Brazil. As it is a process that moves the capital of the own company and should be profitable for entrepreneurs that supply materials and for shareholders the organization works with a consolidated administration in the agricultural branch to improve ever more its performance in inventory administration seeking profitability increase and customers' satisfaction. To reach that processes to guarantee efficiency of the administration and the largest possible turn of stocks are being implemented, eliminating waste of materials and purchases in excess. The forms of provisioning and supplying are being changed to obtain a better result in the delivery performance of out sourced parts and, imported parts that require more care in sending programme schedules because they are shipped either in air or sea freight modals where delivery time is larger. The evaluation of Kanban, MRP and EDI systems which are tools that help and guide the administration when analyses is made for decision making. The supply chain in the internal and external processes together with management graphs help to control and identify what was strategically defined by the company management. To get necessary information initially bibliographical data were looked for and, later, researches in the own company AGCO of Brazil and in two suppliers were applied. In the theoretical basis stands out the deepened study of the stock administration process as decisive factor for the organizational profitability, the processes involved in the supply chain and the changes applied by the administration. The analysis and interpretation of agricultural machines manufacturer’s statistical data were made based in information obtained in the company. After this stage it was possible to accomplish the diagnosis and analysis of the organization in study, in this way, the evidences show that such procedure seeks to contribute for the efficiency of production avoiding that shortages and wastes could happen. Key-words: Administration, stocks, organization. SUMÁRIO LLIISSTTAA DDEE SSIIGGLLAASS .............................................................................................................................................................................. 1111� LLIISSTTAA DDEE PPAALLAAVVRRAASS EESSTTRRAANNGGEEIIRRAASS ...................................................................................................... 1133� LLIISSTTAA DDEE FFIIGGUURRAASS ........................................................................................................................................................................ 1144� LLIISSTTAA DDEE GGRRÁÁFFIICCOOSS .................................................................................................................................................................... 1155� IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO ............................................................................................................................................................................................ 1166 � 11� CCOONNTTEEXXTTUUAALLIIZZAAÇÇÃÃOO DDOO RREELLAATTÓÓRRIIOO .............................................................................................. 1188� 1.1 TEMA ..................................................................................................... 18� 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ..................................................................... 19� 1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ......................................................... 19� 1.4 OBJETIVO GERAL ............................................................................... 20� 1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................. 20� 1.6 JUSTIFICATIVA .................................................................................... 21� 1.7 METODOLOGIA .................................................................................... 24� 1.7.1Coleta de dados ................................................................................. 26� 1.7.2 Plano de análise e interpretação dos dados .................................. 26� 1.8 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ........................................................ 27� 1.8.1A história da AGCO ........................................................................... 27� 1.8.2Unidade Santa Rosa .......................................................................... 32 22� RREEVVIISSÃÃOO DDAA LLIITTEERRAATTUURRAA........................................................................................................................................ 3355� 2.1 LOGÍSTICA ........................................................................................... 35� 2.2 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ............................................................. 37� 2.2.1LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO ......................................................... 38� 2.2.2LOGÍSTICA DE TRANSPORTE .......................................................... 38� 2.2.3LOGÍSTICA DE ABASTECIMENTO ................................................... 39� 2.3 CADEIA DE SUPRIMENTO .................................................................. 39� 2.3.1Relação com fornecedores - cliente ................................................. 42� 2.3.2MRP – Material Requerement Planning............................................ 45� 2.3.3EDI – Eletronic Data Interchange ...................................................... 46� 2.3.4Resultados alcançados com o uso do EDI ...................................... 47� 2.3.5Dificuldades na utilização do EDI ..................................................... 48� 2.4 GESTÃO DE ESTOQUES ..................................................................... 49� 2.4.1Políticas de estoque .......................................................................... 53� 2.4.2Custos associados ao estoque ........................................................ 54� 2.4.3Curva ABC ........................................................................................ 55� 2.4.4Montagem da curva ABC ................................................................... 57� 2.5 FERRAMENTAS DA QUALIDADE ....................................................... 58 33� DDIIAAGGNNÓÓSSTTIICCOO EE AANNÁÁLLIISSEE ........................................................................................................................................ 6611� 3.1GESTÃO DE ESTOQUE UTILIZADA NA EMPRESA DE COLHEITADEIRAS AGCO DO BRASIL UNIDADE SANTA ROSA ........... 61� 3.1.1Análise do MRP – Material Requirement Planning ......................... 62� 10 3.1.2Giro de estoques ................................................................................ 64� 3.1.3Acompanhamento do retorno das notas fiscais dos terceiros ...... 67� 3.2 ACOMPANHAMENTO DO ENVIO DE PEDIDOS, RECEBIMENTO E PROGRAMAÇÃO POR PARTE DOS FORNECEDORES SOBRE AS PEÇAS E COMPONENTES A SEREM PRODUZIDOS .............................. 68� 3.2.1Envio do pedido de importação ........................................................ 68� 3.2.2Fluxo de envio de informações eletrônicas para fornecedores .... 69� 3.3 EVIDENCIAS DAS DIFERENÇAS DE VALORES E QUANTIDADES NOS ITENS NACIONAIS E IMPORTADOS DENTRO DA EMPRESA COM FOCO NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO ............................................... 74� 3.3.1Diferença de valores e quantidades nos itens nacionais e importados dentro da empresa ................................................................ 74� 3.3.2Análise para suprimento de itens importados ................................ 76� 3.3.3Faturamento dos fornecedores importados e nacionais ............... 76� 3.3.4Prazos de atendimento de pedidos de Importação ........................ 78� 3.3.5Recebimento da mercadoria no Brasil ............................................. 79� 3.3.6Chegada da carga na AGCO do Brasil ............................................. 81� 3.4 ANÁLISE DO EXCESSO E OBSOLECÊNCIA DE ITENS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO ..................................................................... 82� 3.4.1Item em excesso ................................................................................ 82� 3.4.2Peças obsoletas ................................................................................. 84� 3.5 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE AS FALHAS DO PROCESSO DE ESTOQUES E A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE QUALIDADE NO AUXILIO DE SOLUÇÕES DE PROBLEMAS NA ÁREA DE MATERIAIS .. 89� 3.5.1Falhas do processo de estoque ....................................................... 89� 3.5.2Problemas de embalagens ................................................................ 91� 3.6 INFORMAÇÕES SOBRE OS PRINCIPAIS IMPACTOS DA GESTÃO DE ESTOQUES DA AGCO EM SEUS FORNECEDORES ............................... 92� 3.6.1Análise da gestão da empresa X ...................................................... 92� 3.6.2Análise da gestão da empresa Y ...................................................... 99 44� RREECCOOMMEENNDDAAÇÇÕÕEESS ............................................................................................................................................................ 110099� CCOONNCCLLUUSSÃÃOO .......................................................................................................................................................................................... 111122 � RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS .................................................................................................................................................................................... 111155� LISTA DE SIGLAS % - Porcentagem 5s – Senso de utilização, Senso de ordenação, Senso de limpeza, Senso de Normalização, Senso de autodisciplina. AGCO - Allis Gleanner Corporaction ASN – Sistema de envio de informações via internet AT’s - Alteração de engenharia temporária ATR – Rotor de Tecnologia Avançada BC – Combines Brasilian BTO – Bill to order CNPJ – Cadastro nacional de pessoa jurídica DANFE – Documento auxiliar da nota fiscal eletrônica DM´s- Devolução de materiais ECO’s - Elaboração de alteração de engenharia EDI – Electronic Data Interchange EOI - Intervalo ótimo de encomenda EOQ - Quantidade econômica de encomenda EUA – Estados Unidos FAX - Aparelho que produz cópias similares de documentos à distância FEMA – Fundação Educacional Machado de Assis GQT – Gestão de Qualidade Total KANBAN – Cartão, símbolo ou painel Km – Kilômetros KN – Kanban LTDA – Limitada m² - Metros quadrados mm - Milímetros MF – Massey Ferguson MKT – Marketing MO – Mão-de-obra 12 MRP – Software para geração das necessidades de compra e fabricação de materiais. PDCA – Planejar, executar, controlar e agir PCP – Plano para cada peça RM´s – Requisição de materiais RNC - Relatório de não conformidade RS – Rio Grande do Sul SAWLUZ – Sistema gerenciamento de troca de arquivos EDI SISCOMEX – Sistema de Comércio Exterior SPLITA – Palavra usada para efetivar pedidos TC’s – Transferência entre códigos TQC – Controle de qualidade total Ton. – Toneladas Txt. - Texto LISTA DE PALAVRAS ESTRANGEIRAS Action – Ação Advanced – Avançado Bill to order – Fabricar somente com pedidos Brainstorming – Tempestade de idéias Challenger – Desafiador Combines Brasilian – Colheitadeiras Brasileiras Commodities – Grupo de materiais/produtos Control - Controle Corporation – Corporação Do- Fazer Electronic Data Interchange – Troca de dados eletrônicos E-mail – Mensagem eletrônica FIFO – Primeiro que entra é o primeiro que sai Forecast – Previsão futura Follow-up – Acompanhamento de produto Housekeeping – Fábrica limpa Internet – rede de computadores Ishikawa – Diagrama de causa e efeito JD Edwards – Software de gerenciamento e controle Lead Time – Tempo de deslocamento Milk Run – Rota de coleta On-line – Conectado na rede Performance – Execução Plan - Planejamento Setup – troca rápida Supply Chain Management – Gerenciamento da cadeia de suprimento Your Agriculture Company – Sua companhia de agricultura LISTA DE FIGURAS Figura 1. Delineamento da Pesquisa ........................................................... 25� Figura 2. Formação do grupo AGCO Corporation ....................................... 28� Figura 3. Marcas AGCO no mundo .............................................................. 29� Figura 4. Atuação da AGCO no mundo ....................................................... 30� Figura 5. AGCO do Brasil – Unidade de Santa Rosa/RS ............................ 33� Figura 6. Produtos fabricados na Unidade de Santa Rosa/RS .................... 34� Figura 7. Cadeia de suprimento ................................................................... 40� Figura 8. Demonstração de pressão do mercado global ............................. 42� Figura 9. Competição que atuam nas fronteiras de uma empresa .............. 44� Figura 10. Esquema de evolução do mercado relacionado ao lucro ........... 51� Figura 11. Fluxo de informações de análise do MRP .................................. 63� Figura 12. Envio de pedido de importação .................................................. 69� Figura 13. Fluxo de informações .................................................................. 70� Figura 14. Nota Fiscal eletrônica (NF-e) sem correção ............................... 72� Figura 15. DANFE com incompatibilidade de dados .................................... 73� Figura 16. Informação de canal da mercadoria ........................................... 80� Figura 17. Informações enviadas ao analista de materiais da empresa ...... 81� Figura 18. Diagrama de causa e efeito ........................................................ 87� Figura 19. Plano de ação para itens que faltaram na montagem................. 91� Figura 20. Programação do MRP e envio do EDI ...................................... 101� Figura 21. Cartão Kanban .......................................................................... 102� Figura 22. Compra de itens sequenciados ................................................ 103� Figura 23. Normalidade da capacidade produtiva por processo ................ 105� Figura 24. Anormalidade da capacidade produtiva por processo .............. 106� LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Giro de estoque dos dois últimos anos. ....................................... 65� Gráfico 2. Volatilidade de produção em dois anos e previsão ..................... 66� Gráfico 3. Correlação entre volume de máquinas e giro de estoque ........... 67� Gráfico 4. Valorização de compras de itens importados e nacionais divididos por classe de suprimento ............................................................................. 75� Gráfico 5. Volume de faturamento por fornecedores nacional e importado . 77� Gráfico 6. Motivos da geração de excesso .................................................. 83� Gráfico 7. Produção de máquinas entre 2008 e 2010 .................................. 84� Gráfico 8. Quantidade de quilogramas de resíduos gerados – 2008 a março de 2010. ....................................................................................................... 85� Gráfico 9. Representação do custo dos resíduos gerados por peças obsoletas ..................................................................................................... 86� Gráfico 10. Correlação entre a produção de máquinas e a produção de itens que tornam-se obsoletos (quantidade e custo) no período analisado .......... 87� Gráfico 11. Causas mais representativas na geração de itens obsoletos .... 88� Gráfico 12. Motivos das faltas de peças ...................................................... 90� Gráfico 13. Fornecimento da empresa X para a AGCO e outros clientes .... 93� Gráfico14. Crescimento de empresa X em faturamento e projeção para 2010 ..................................................................................................................... 98� Gráfico 15. Evolução no fornecimento de itens e projeção para 2010 ......... 99� Gráfico 16. Fornecimento da empresa Y para AGCO Santa Rosa ............ 100� Gráfico 17. Faturamento da empresa Y ..................................................... 107� Gráfico 18. Redução no fornecimento de itens .......................................... 108� INTRODUÇÃO Com a evolução do mercado global, é preciso acompanhar as tendências de produtos, estratégias de vendas, resultados financeiros, modernização nas formas de administração e produção de bens e serviços. Porém, mudanças são necessárias para o acompanhamento destas tendências. A criatividade e ousadia dos administradores é o ponto chave que fará a diferença para aqueles que se tornarão vencedores e conquistarão o mercado. As mudanças na economia mundial e regional podem gerar fortes impactos e originar profunda transformação nas empresas, obrigando-as a gerenciar seus estoques de maneira ampla e consolidada. Assim, o processo contínuo de melhoria utilizado pelas empresas para traçar suas diretrizes gerenciais, torna-se uma questão de sobrevivência frente a este mercado competitivo. Esse processo ganha suporte através da gestão de estoques e conceitos que identificam toda a cadeia. Dentro deste contexto a gestão de estoques nas empresas tem grande importância para um fluxo de materiais enxuto, onde seja garantido o bom atendimento ao cliente final sem que haja desperdícios e estoques em excesso ao longo da cadeia, focando sempre a lucratividade organizacional. O estoque se destaca como um processo para reduções de custos porque, além de ser uma parcela relevante destes custos, tem um grande impacto sobre o retorno do investimento dos empresários ou acionistas. Enquanto as taxas de juros e a escassez de recursos pressionam os estoques para baixo a incerteza da demanda força as empresas a manterem um estoque de segurança, a fim de evitar problemas com estoque, e garantir a sobrevivência no momento de pico. Neste estudo constam as seguintes etapas: contextualização do relatório, dividido em tema, delimitação do tema, formulação do problema, 17 objetivo geral, objetivos específicos, justificativa, metodologia, coleta de dados, conceituação da organização. No capítulo seguinte abordar-se-á conceitos de logística, bem como o planejamento logístico, cadeia de suprimento, gestão de estoques e ferramentas da qualidade como auxílio para a gestão. Tendo-se como base para a contextualização deste relatório o pensamento de alguns autores principais que fundamentaram a parte teórica com suas idéias e conceitos, como Werkema que instituiu uma nova filosofia de gerenciamento adequada à realizada atual. Shingo refere-se ao sistema de estruturação, cálculos e decisões com base em estoques existentes. Womack enfoca as dificuldades da produção empurrada referindo-se à quantidade de estoques intermediários e filas de espera de materiais em processamento, já Ballou destaca a importância da logística no meio empresarial através de movimentação de materiais e transmissão de informações aos clientes no momento que ele necessitar. Após, a análise e diagnóstico, recomendações, conclusão, referências bibliográficas e anexas. 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO RELATÓRIO No decorrer deste relatório, desenvolveu-se uma contextualização em uma linha de evolução sequencial que permite uma maior compreensão dos temas e finalidades propostas com objetivo de informar e esclarecer as características estudadas neste trabalho. Contextualizar um tema significa situá-lo em um momento histórico, geográfico, político, social, garantindo condições para o entendimento do seu processo de evolução e aperfeiçoamento e as características que assume neste momento histórico vivido (VIANNA, 2001, p.72). Seguindo esta linha de raciocínio neste capítulo será abordado o tema estipulado para este estudo, bem como, a sua delimitação. Essa etapa também envolve a formulação do problema que se buscou analisar, o objetivo geral e os específicos que nortearam a pesquisa. Além disso, situa- se a justificativa do assunto escolhido e a metodologia utilizada para a realização do trabalho, bem como a apresentação da empresa na qual a pesquisa foi desenvolvida. Na parte seguinte deste relatório foi apresentado todo o embasamento teórico que tem por finalidade dar fundamento ao trabalho realizado, com o diagnóstico e análise dos dados obtidos junto à empresa estudada e análise prática das atividades de gestão de estoques. Por último, as observações e recomendações com o propósito de oferecer à empresa contribuições resultantes do estudo realizado. 1.1 TEMA O tema será o assunto base a ser pesquisado e transcrito para o trabalho, com definição da idéia que será argumentada. Assim, a escolha do tema é de extrema relevância, pois justifica a importância de se ter a teoria e a prática e com isso ter a competência de realizar o estudo que se esta propondo neste trabalho. Conforme Cervo e Bervian (2002, p.81): “o tema de 19 uma pesquisa é qualquer assunto que necessite melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre o mesmo”. Este trabalho tem como tema principal o estudo da gestão de estoque em uma empresa de grande porte a fim de promover um melhor entendimento sobre o assunto. 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA A delimitação do tema é a direção dada através de um tópico do assunto que será abordado no trabalho. Sendo esta a parte do estudo que terá maior ênfase e será pesquisada em detalhes. Para Marconi e Lakatos (2009, p.220) “este processo só se da por concluído quando o pesquisador do trabalho científico faz a sua limitação geográfica e espacial dependendo das condições o seu aprofundamento à sua extensão”. Este tema apresenta-se como uma forma de mostrar um conteúdo de gestão de estoque em seu contexto geral, e delimita-se a analisar o processo de gestão de estoque e controle, utilizado pela empresa de máquinas agrícolas AGCO do Brasil unidade Santa Rosa. 1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA O problema é uma pendência a ser resolvida. É um objeto de estudo que precisa ser alcançado através de soluções práticas e prováveis, que estejam de acordo com a realidade da organização ou atividade. De acordo com Boaventura (2004, p.37) O problema cientificamente considerado há de possibilitar tratamento metodológico, com verificação pelas técnicas e processos que possibilitem evidências empíricas. Em síntese, problema é uma questão ainda não resolvida ou resolvível que permite abordagem metodológica no encaminhamento de solução. Assim o problema a ser analisado neste estudo é: Como a gestão de estoques em uma empresa do setor metal-mecânico pode aumentar a lucratividade da organização em estudo? 20 1.4 OBJETIVO GERAL O objetivo geral está ligado a uma visão global e abrangente do tema. Sendo que para Marconi e Lakatos (2009, p.221) “relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das idéias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto”. Este relatório de estágio possui como objetivo geral analisar a gestão de estoque aplicada na empresa AGCO do Brasil unidade Santa Rosa, com o foco na sua contribuição para a lucratividade. 1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Definir os objetivos específicos é uma forma de aprofundar as intenções expressas nos objetivos gerais na qual o relatório ganha forma de um estudo mais detalhado. Já para Boaventura (2004, p.42), “os objetivos específicos derivam do objetivo geral e apresentam as distintas ações que devem ser desenvolvidas”. Os objetivos específicos desta pesquisa serão considerados os seguintes pontos que consiste em: Conhecer a gestão de estoques utilizada na empresa de colheitadeiras AGCO do Brasil, unidade Santa Rosa; Acompanhar o envio dos pedidos, recebimento e programação por parte dos fornecedores sobre as peças e componentes a serem produzidos; Evidenciar a diferença de valores e quantidades nos itens nacionais e importados dentro da empresa com foco na importação; Analisar a obsolescência e o excesso de itens no processo de produção; Identificar e analisar as falhas do processo de estoques e a utilização de ferramentas de qualidade no auxilio de soluções de problemas na área de materiais; Coletar informações sobre os principais impactos da gestão de estoques da AGCO em seus fornecedores; 21 Propor melhorias na gestão de estoques. 1.6 JUSTIFICATIVA Na justificativa de um trabalho é de fundamental importância deixar claro as razões e os motivos pelas quais está sendo realizado o estudo, dando destaque à necessidade que se pretende sanar na empresa demonstrando a importância do tema escolhido, para que todos os objetivos propostos anteriormente sejam atingidos, agindo de forma mais direta para que o estudo seja aceito (SEVERINO, 2003). Justificar é oferecer razão suficiente para que algo tenha acontecido ou aconteça. A justificativa de um projeto consiste em apresentar motivos bons o bastante para o desenvolvimento da pesquisa a respeito do tema específico (ou do objetivo geral) escolhido (SANTOS, 2001, p. 74). As grandes mudanças sofridas pela economia mundial e suas oscilações refletem e dificultam alguns segmentos do país e do mundo. Entre eles, o mercado de grãos, tendo reflexo direto nas empresas que produzem equipamentos para as atividades agrícolas de preparação e plantio. O Brasil encontra-se num cenário atual de grandes oportunidades de crescimento, consolidando-se como um grande produtor rural e exportador de commodities agrícolas. Internamente o governo tem oferecido vários tipos de incentivos fiscais às empresas, criação de novas carteiras de créditos, ampliação dos prazos de pagamentos para os pequenos e médios produtores para o fortalecimento da agricultura familiar aquecendo cada vez mais a economia do país e aumentando a produção nas empresas. Com excelente posição no mercado interno e externo a AGCO do Brasil e seus fornecedores buscam aproveitar estas oportunidades para se beneficiar e com isso competir diretamente com produtos de outros países, investindo em capacidade de produção e melhorias de seus processos, e 22 crescimento da qualidade de seus produtos, aumentando desta maneira a concorrência. A mudança nas empresas é algo que se desenvolve nos seus processos por meio de conhecimentos acumulados sobre as atividades e pelas questões físicas através de processos, máquinas e equipamentos. As empresas do ramo agrícola sofrem com as altas e baixas do setor, por isso as companhias tentam gerenciar seus produtos da melhor forma possível, a consolidação das operações de importação e exportação com outros países vem influenciando positivamente a infra-estrutura logística. Aprofundar os conhecimentos na gestão de estoques de uma empresa tendo por base a grande preocupação das companhias em produzir os mais diversificados grupos de produtos, gerando lucro e reduzindo custos para continuar competindo no cenário global, onde os detalhes fazem a diferença no momento de colocar seu produto à exposição dos seus clientes tornando-se fator fundamental. Na presente realidade do mercado global onde são cada vez mais crescentes as exigências em termos de alta produtividade e qualidade de serviços oferecidos pelas empresas do ramo agrícola, gerenciar seus estoques de maneira hábil e segura é imprescindível, por isso ter uma gestão que administre toda a parte de materiais com muita eficiência tornando o processo de giro de estoque mais regular, renovando-o periodicamente é uma estratégia para competir com a concorrência Os estoques são uma forma de a organização proteger-se da imprevisibilidade dos fatores econômicos com os quais está diretamente envolvida. A falta de qualidade em seus processos internos bem como dos externos dos quais depende, pressionam no sentido de manter níveis de estoques adequados, evitando assim retrabalhos e renovação de estoques mais lenta, bem como a falta de capital de giro devido a altos níveis de estoques gerando uma maior depreciação nos produtos estocados. A gestão de estoques e as ferramentas da qualidade que hoje são usadas pelas organizações são um dos pontos que fazem a diferença no mercado globalizado, trazendo vantagens sobre seus concorrentes e conquistando clientes cada vez mais ligados à marca do produto, pois 23 conseguirá manter-se competitivo atendendo as necessidades do mercado, sem onerar o capital da empresa. Para Davis (2001, p.45) “a busca pela redução dos níveis de estoque, no entanto, não significa minimizar sua importância. Quando se trata de sistemas de produção, não há nada mais vital que o estoques”. O presente trabalho é foco de um estudo aprofundado sobre a gestão de estoques no gerenciamento da área de materiais, utilizada na empresa AGCO do Brasil, unidade de Santa Rosa, produtora de máquinas e equipamentos agrícolas. Gerir estoques através das ferramentas da qualidade torna-se fator indispensável para qualquer empresa, proporcionando mais qualidade nos produtos, maior giro de estoques, redução de tempo de inventário e registros para possíveis auditorias futuras. A gestão de estoques tem tido participação vital na logística de empresa. A movimentação de material visando o abastecimento final de um sistema engloba princípios e métodos com a finalidade de aprimoramento da eficiência e eficácia de uma missão empresarial (KERBER, TEIXEIRA 2002, p.253). O conhecimento de um modelo de gestão em uma empresa de renome traz para a comunidade acadêmica de administração que se tornarão futuros administradores de negócios, uma importância muito relevante para o conhecimento de como funciona uma gestão de estoques. Agregando um valor inigualável para a carreira profissional podendo ser colocada em prática em qualquer outra organização quão importante ela for. Aos fornecedores, clientes, prestadores de serviços e comunidade em geral um melhor conhecimento da gestão através de contribuições no momento da pesquisa. Para todos os acadêmicos e professores da FEMA, um enriquecimento de informações com base em uma fundamentação teórica de diversos autores de como administrar estoques em uma empresa de grande porte do ramo agrícola situada em nossa cidade. Contribuindo dessa forma para engrandecimento das relações entre a empresa em questão e esta instituição de ensino, para o acadêmico autor 24 deste trabalho o estudo proporcionou aplicar os conhecimentos adquiridos durantes os cinco anos de estudo no curso de Administração. 1.7 METODOLOGIA A metodologia trata-se da forma que o estudo será realizado, explica quais são os motivos que o acadêmicos escolheu determinados caminhos, demonstrando métodos e técnicas detalhadas que o pesquisador utilizou para a formulação do trabalho. O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (MARCONI; LAKATOS, 2009, p.83). Os métodos utilizados foram pesquisas qualitativas e quantitativas. Através da pesquisa qualitativa será encontrada a solução para o problema apresentado, através do levantamento de dados em entrevistas, questionários e conversas informais com funcionários da empresa responsáveis pelos setores. Para Boaventura (2004, p.56), “caracterizam a investigação qualitativa como fonte direta de dados no ambiente natural, constituindo-se o pesquisador no instrumento principal”. No método quantitativo emprega-se a quantificação na coleta de informações e no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. A pesquisa exploratória será utilizada para o levantamento de informações gerais sobre Empresa AGCO do Brasil, haja vista ser esta organização que motivou e disponibilizará dados sobre os processos de gestão de estoques através de ferramentas da qualidade. Para Barros (2003), com a definição do que se pretende estudar, o pesquisador enfrenta a necessidade de buscar os procedimentos metodológicos, para solucionar o problema e alcançar os objetivos propostos. Focalizado nas metodologias e as necessidades acadêmicas de pesquisa esse trabalho abordou uma forma exploratória, isto é, envolvendo levantamentos bibliográficos; entrevistas com gerentes e supervisores que 25 fazem parte da gestão atual da empresa e estão envolvidos com o problema pesquisado estimulando a melhor compreensão do assunto e também através de visitas em fornecedores da empresa estudada para compreensão e comparação da gestão de estoques entre elas. Por último possibilitou-se um resumo e interpretação dos fatores que determinam ou contribuem para o efeito de uma boa prática de gestão de recursos dentro de uma empresa que almeja um crescimento no setor agroindustrial. Conforme Acevedo e Nohara (2006, p.46), “[...] a ciência visa explicar e representar a realidade. Para isso, ela deve descrever os fenômenos dessa realidade, classificá-los e finalmente explicá-los.” Esta pesquisa utilizar-se-á também do auxílio do método bibliográfico, em que será realizado levantamento do material necessário para a realização do trabalho como: livros de metodologia científica e livros que abordam especificamente o assunto em questão, além de revistas, jornais, sites dentre outras publicações na área, foco do estudo, consideradas relevantes. A Figura 1 mostra o delineamento da pesquisa realizada neste trabalho. Figura 1. Delineamento da Pesquisa Fonte: Acadêmico 26 1.7.1 Coleta de dados Todas as informações contidas neste relatório foram levantadas através de dados fornecidos pela empresa estudada, dados bibliográficos e visitas em fornecedores, que contribuíram para agregar valor sobre o assunto em pauta, e também para dar sequência ao trabalho com informações precisas e concretas. Para Marconi e Lakatos (2009, p.167), o plano de coleta de dados é a “etapa da pesquisa onde se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”. O levantamento de dados em campo, ou seja, entrevistas, questionários e observações realizadas nos ambientes da empresa e nos fornecedores, consistem nas fontes primárias. Já nas fontes secundárias realizam-se pesquisas para levantamento dos dados a serem utilizados para análise e resolução do problema em documentos, bancos de dados sobre a empresa, livros, revistas, entre outras fontes. 1.7.2 Plano de análise e interpretação dos dados Segundo Yin (2001, p.43), “a análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas ou, do contrário, recombinar as evidências tendo em vista proposições iniciais de um estudo”. O autor ainda comenta que no plano de análise e interpretação de dados existem vários modos para sua compreensão, tais como: codificação das respostas, tabulação e informações coletadas. Depois de realizada a coleta dos dados procura-se dar um significado amplo para o entendimento das informações. Segundo Marconi e Lakatos (2009, p.170) Interpretação é a atividade intelectual que procura dar um significado mais amplo às respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Em geral, a interpretação significa a exposição do verdadeiro significado do material apresentado, em relação aos objetivos propostos e ao tema. 27 Com a realização da análise e interpretação dos dados, ou seja, comparando-se a teoria com a prática, buscou-se a solução do problema sugerido no trabalho. Assim, comparando os modelos de gestão utilizado na prática e a sugerida na teoria, assim, formulando um meio termo para melhorar a gestão de estoques da empresa. A demonstração de dados está presente no contexto teórico através de informações destacadas de forma comparativa em tabelas e quadros utilizados pela empresa. Este relatório também proporciona gráficos que demonstram os resultados das pesquisas, permitindo assim uma melhor visualização e compreensão dos resultados que foram encontrados em todo o tempo da pesquisa. 1.8 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Para um melhor entendimento do problema e dos objetivos propostos para este estudo serão mostradas algumas das particularidades e apresentado um breve histórico da empresa que foi o foco deste estudo. A AGCO do Brasil unidade de colheitadeira da América do Sul, possui fábrica em Santa Rosa/RS situada na Rodovia RS 344, Km 01, na cidade de Santa Rosa - RS, inscrita sob o CNPJ 59.876.003/0002-17 e Inscrição Estadual 110/0064955; fone: 0xx 55 3511 5500. Nesta Planta Industrial, a área física é de aproximadamente 40.000 m², conta atualmente com 704 colaboradores, é produtora de colheitadeiras agrícolas e componentes para a montagem de tratores em sua outra unidade de tratores em Canoas. 1.8.1 A história da AGCO Com produtos fabricados para atender o ramo agrícola, a história da empresa começa a se tornar sólida a partir de 1990 com a aquisição da Allis Gleaner Corporation tornando-se uma empresa multinacional com o nome de AGCO Corporation. A partir desta data passou a adquirir outras organizações em todo o mundo para se tornar uma empresa completa no segmento agrícola. 28 A AGCO foi à busca de empresas menores que fabricassem equipamentos agrícolas com grande potencial de crescimento, e que apenas necessitassem de investimento, sendo a busca por tecnologia uma constante para que se tornasse uma empresa competitiva no mercado global e com isso começou a moldar sua estrutura física, como mostra a Figura 2 a seguir. Figura 2. Formação do grupo AGCO Corporation Fonte: AGCO do Brasil Com este processo de aquisições a AGCO oferece uma linha completa de produtos agrícolas, principalmente tratores, colheitadeiras, ferramentas para feno, pulverizadores, equipamentos de forragem e implementos para plantio de grãos. 29 A partir daí expandiu a rede de revendedores AGCO, enquanto as identidades das marcas foram mantidas para que seus clientes permanecessem identificados com as marcas originais. Após a mudança, a empresa passou a oferecer uma rede de mais de 8.500 pontos de concessionários em todo o mundo para melhor atender seus clientes. A Figura 3 demostra a constituição da empresa com as marcas adquiridas. Figura 3. Marcas AGCO no mundo Fonte: AGCO do Brasil Estas marcas globais estão entre as mais reconhecidas e confiáveis no mercado agrícola e os produtos estão disponíveis nos concessionários e distribuidores independentes em mais de 140 países. Fazendo da AGCO uma empresa única com pensamento inovador, possibilitando crescimento com qualidade onde os concorrentes não conseguem perceber. 30 As unidades estão localizadas em pontos estratégicos do mundo para uma melhor distribuição dos produtos, agilizando a comercialização e as entregas diretamente no cliente final. Para aumentar ainda mais a confiança de seus clientes a AGCO busca aperfeiçoar seus revendedores, com o objetivo de sanar todas as dificuldades dos clientes na hora da utilização dos produtos, mantendo contato direto e absorvendo oportunidades de melhorias sugeridas pelos mesmos. A Figura 4 mostra a área de abrangência e atuação a nível mundial da companhia. Figura 4. Atuação da AGCO no mundo Fonte: AGCO do Brasil Como se pode constatar na Figura 4, a AGCO está inserida significativamente no contexto global atuando em vários mercados com seus produtos. O foco no atendimento ao cliente, tecnologia de ponta e uma rede de distribuidores independentes, são estratégias que levaram a AGCO a conquistar uma porcentagem significativa no mercado agrícola do mundo, sua distinção se dá através de técnicas de gestão, diversidade de produtos. 31 Várias marcas e a força de distribuição global são pontos fortes que fazem a diferença para esta jovem companhia. Produtos inovadores da AGCO continuamente recebem o reconhecimento e os prêmios em exposições internacionais, mas o prêmio mais cobiçado é o reconhecimento da vasta gama de produtos por parte dos agricultores e comerciantes em todo o mundo. A AGCO é uma empresa líder no fornecimento de alta tecnologia e soluções integradas para o agricultor profissional. Hoje, os agricultores estão usando tecnologia comprovada para economizar combustível, melhorar a produção, gerenciamento e aplicações de fertilizantes químicos para assegurar o cumprimento da regulamentação ambiental e sustentável. A empresa AGCO possui como visão, soluções de alta tecnologia para os agricultores, profissionais que alimentam o mundo. Crescimento rentável através do excelente serviço ao cliente, inovação, qualidade e compromisso fazem parte de sua missão. Criar soluções excelentes para os clientes, ouvindo atentamente as suas necessidades e superando suas expectativas são os valores cultivados pela empresa. Rentabilidade comercial, e ser o fornecedor preferido dos pequenos e grandes agricultores são considerados fundamentais para o sucesso desta organização. Para que todos os colaboradores tenham a mesma visão da empresa, é de extrema importância que conheçam os objetivos da companhia, seguindo as diretrizes traçadas. Sendo elas: 1) Obter a rentabilidade necessária ao desenvolvimento das atividades da empresa e a remuneração dos seus acionistas. 2) Satisfazer aos clientes através do atendimento de seus requisitos. 3) Buscar a satisfação dos funcionários visando a melhoria da performance da organização. 4) Desenvolver fornecedores e concessionários para atendimento das necessidades de produção e serviços da organização. 5) Respeitar o Meio Ambiente, desenvolvendo nossas atividades, produtos e serviços, visando à redução no consumo de recursos naturais e adotando práticas de prevenção da poluição. 32 6) Prevenir a ocorrência de lesões e doenças ocupacionais, procurando manter um ambiente de trabalho saudável. 7) Atender aos requisitos legais aplicáveis que se relacionem aos aspectos ambientais e perigos de Segurança e Saúde Ocupacional e outros requisitos subscritos pela organização. 8) Assumir compromisso e ser pró-ativa com a comunidade interna e externa, desenvolvendo e fortalecendo ações de responsabilidade social e mantendo canais permanentes de comunicação. 9) Gerenciar a organização em busca da melhoria contínua da eficácia do seu Sistema de Gestão da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde do trabalhador. As responsabilidades da empresa, citadas anteriormente estão disponíveis para todos os colaboradores a fim de se identificarem com ela e saberem qual é o objetivo da organização na fabricação de seus produtos. A AGCO possui quatro unidades fabris no Brasil que produzem máquinas e equipamentos agrícolas, sendo três localizadas no Rio Grande do Sul: Santa Rosa, Ibirubá e Canoas; e uma em São Paulo localizada em Mogi das Cruzes. 1.8.2 Unidade Santa Rosa A história da empresa AGCO em Santa Rosa começou em 1953 com a instalação da Indústria de Máquinas Agrícolas Ideal Diesel. Com aplicação de capital nacional, fabricava colheitadeiras e localizava-se onde hoje se encontra a fábrica atual da AGCO do Brasil. Em 1965, a indústria Ideal Diesel foi adquirida pelo grupo Iochpe- Maxion, também nacional que manteve a fabricação de colheitadeiras buscando maior participação no mercado nacional. A rede de distribuidores da Maxion extensivo era a mais forte no mercado brasileiro, a Massey Ferguson e o nome da marca IDEAL têm sido constantemente os líderes de mercado para produtos de qualidade, além disso, as forças da qualidade das redes de concessionários apoiavam ainda mais a expansão global da AGCO de outros produtos agrícolas. 33 No ano de 1996 a AGCO Corporation adquire a Indústria de Máquinas Iochpe-Maxion, e com aplicação de capital estrangeiro passa a assumir esta razão social e dar continuidade à fabricação de colheitadeiras, devido à potencialidade dos seus produtos agrícolas e a comercialização de grãos para todo o mundo. A Figura 5 mostra a unidade de Santa Rosa. Figura 5. AGCO do Brasil – Unidade de Santa Rosa/RS Fonte: AGCO do Brasil Dentro desta unidade são produzidas colheitadeiras convencionais de 4 e 5 saca-palha, além de máquinas axiais com as marcas Massey Ferguson, Valtra, AGCO Allis e Challenger. São fabricados diversos modelos de colheitadeiras como: MF 3640 MF 5650 Advanced; MF 32 Advanced; MF 34 Advanced; MF 9790, 9690 ATR; BC 4500 (convencional) e BC 7500 (axial) com a marca Valtra. Os equipamentos fabricados pela empresa na unidade de Santa Rosa são utilizados para a colheita de diversas culturas, entre elas: soja, milho, trigo, feijão e arroz, podendo ser adquiridos por pequenos, médios e grandes produtores de grãos. 34 A Figura 6 mostra os produtos fabricados na unidade AGCO de Santa Rosa. Figura 6. Produtos fabricados na Unidade de Santa Rosa/RS Fonte: AGCO do Brasil A unidade Santa Rosa prima pela qualidade total estando em constante busca pelo alcance de certificações entre as demais unidades mundiais, sendo que pela quinta vez esta unidade conquistou o Troféu Housekeeping, distinção mundial concedida às plantas da AGCO com melhor desempenho em organização, limpeza e segurança. A avaliação dos itens é feita por representantes da organização dos setores de Manufatura, Qualidade, Material/Logística que visitam cada fábrica no mundo. A participação dos colaboradores se dá pela aplicação dos conceitos do programa 5S, dos sensos de utilização, organização, segurança e saúde, autodisciplina e compromisso. Estas conquistas são uma demonstração da capacidade do trabalho em equipe que os colaboradores fazem, com isso, não só a empresa mais todos os envolvidos se sentem com o dever cumprido nesta etapa do processo. 2 REVISÃO DA LITERATURA O embasamento teórico é o início da investigação, propriamente dita sobre o tema colocado como objeto de estudo, onde serão encontradas opiniões e pesquisas de diversos autores sobre o assunto tratado nesta pesquisa. A revisão de bibliografia é de fundamental importância para o embasamento e enriquecimento dos conhecimentos sobre o que será abordado, direcionando os estudos da pesquisa (ZAMBONI; MAZZARDO, 2008). Portanto, para um melhor embasamento deste estudo, será utilizada bibliografia específica para que as informações levantadas tenham coerência, mantendo-se a imparcialidade necessária. 2.1 LOGÍSTICA A compreensão da logística e suas áreas de atuação ganharam evidência durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi utilizada pelos países aliados no combate à guerra e no domínio de territórios dos povos inimigos. Porém, já foi aplicada, desde os tempos mais remotos, onde os maiores conquistadores já conhecidos utilizavam-na como tática para levar suprimentos aos combatentes e garantir a sobrevivência de seus soldados na conquista das regiões (POZO, 2007). A partir daí, com a Revolução Industrial, os olhares da globalização começaram a se voltar para o meio industrial, oportunizando melhor desenvolvimento de empresas e influenciando na economia, que passaram a utilizar-se da logística visando cada vez mais aumentar seus lucros e/ou reduzir custos. Porém, suas técnicas de guerras não mudaram muito, pois a competição está cada vez mais imperdoável e qualquer descuido com o planejamento na hora da introdução de um processo pode ser fatal para o crescimento das organizações (CORRÊA, 2000). Com as mudanças econômicas no cenário atual crescem cada vez as exigências sobre as empresas em termos de lucratividade, produtividade e qualidade nos serviços oferecidos aos seus clientes. As organizações 36 começaram a olhar seus custos mais detalhadamente e encontrar respostas para perguntas que são fundamentais para a aproximação do fornecedor até o cliente, tornando este elo mais rentável e com menos custos, contudo, existe a necessidade de compatibilizar todas as atividades para atingir o objetivo desejado, permitindo a integração de um ao outro. Modernamente, aceita-se que logística é a função de prever e prover, no local e no momento adequados, com os menores custos, os meios materiais e/ou os serviços necessários a uma organização, para que esta atinja seus objetivos com eficiência (BERGO, 2006, p.1). A logística apresenta-se como um dos principais meios para a redução de custos e aumento dos lucros, e as organizações começaram a vê-la como uma ferramenta útil e necessária à competitividade e à sobrevivência do negócio. Logística é um processo que integra, coordena e controla: a movimentação de materiais, inventário de produtos acabados e informações relacionadas; fornecedores através da empresa; para satisfazer as necessidades dos clientes (IMAM, 1997, p.197). No entanto, a logística possui características aplicadas à realidade e finalidade de cada tipo de organização utilizando-a como uma atividade estratégica. O interesse pela administração logística no Brasil vem aumentando cada vez mais, sendo que os custos são partes importantes no processo de decisão na administração logística podendo ser um fator determinante no sucesso ou fracasso das empresas (DIAS, 2009). A logística exerce a função de responder por toda a movimentação de materiais, dentro do ambiente interno e externo da empresa, iniciando pela chegada da matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente. A logística é entendida como a junção da administração de materiais com a distribuição física (CHING, 1999, p.125). Administrar seus estoques através do processo logístico é uma sequência de acompanhamento de todos os processos de movimentação de materiais interno e externo desde a chegada da matéria-prima até a 37 distribuição do produto final na área de seu cliente, podendo promover um nível de rentabilidade nos serviços por meio de planejamento, organização e controle efetivo das atividades com isso gerando um ambiente competitivo, onde somente sobreviverá quem seguir as regras dos outros. (LEITE, 2003). Logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenamento que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como os fluxos de in formação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis e serviços adequados aos clientes a um custo razoável (BALLOU, 2001, p.24). Assim a logística torna-se um fator de fundamental importância no suprimento das necessidades dos clientes e como estratégia competitiva nas empresas. Uma das atividades desenvolvidas pela logística é a gestão de estoques, que se bem planejada e administrada, pode tornar a empresa bem sucedida. Isso representa um fator econômico em virtude da distância existente, tanto nos recursos (fornecedores), quanto nos seus consumidores. Esse problema é uma etapa que a logística tenta superar, ou seja, se ela conseguir diminuir esta distância entre a produção e a demanda e fazer com que os consumidores tenham bens e serviços, quando, onde e na condição física desejada fica claro que ambas só têm a ganhar (LAMBERT, 1998). 2.2 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO Encontrar a melhor maneira de fazer chegar à mercadoria ou serviço da fábrica ao cliente é o foco do planejamento, ou seja, manter a rede logística trabalhando em um processo linear. A logística não pode trabalhar sem um planejamento estratégico em sua rede, devido ao aumento dos impactos econômicos e das melhorias nos níveis de serviço que um bom planejamento pode proporcionar. Para Hooley (2001, p.132) “o planejamento logístico responde questões como: o que, como, quando e onde produzir e distribuir, 38 envolvendo um determinado número pessoas, tamanho da área e localização das instalações; a designação dos produtos aos clientes e centrais de estocagem; como o transporte vai ser feito em termos de ligações, frequências, tipos de veículos, dentre outras decisões”. 2.2.1 Logística de distribuição A logística de distribuição envolve grande parte dos processos logísticos, desde sua movimentação, estocagem, até os processamentos dos pedidos de ressuprimento final nas empresas. Costuma ser a atividade mais importante em termos de custo para a maioria das organizações, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos (CHRISTOPHER, 1997). A finalidade deste processo é distribuir os produtos das empresas para seus clientes, desde o momento em que sua produção é concluída até o instante em que o comprador toma posse dela. As mercadorias são de responsabilidade da logística, mantendo as mesmas no depósito até o transporte direto ao cliente (BALLOU, 1993). Para Harrison (2003), o processo de distribuição também funciona como um canal de marketing da empresa, pois com base na entrega no momento em que o cliente necessitar vai ser o reflexo de um bom relacionamento entre as partes e a fidelização de um cliente. Através do planejamento, implementação e controle dos fluxos físicos de produtos entre os pontos de origem e de destino farão com que a empresa agregue valor no momento de corresponder as expectativas. 2.2.2 Logística de transporte Os produtos no Brasil são transportados das áreas rurais até os centros urbanos, percorrendo grandes distâncias até chegarem aos seus destinos finais com grandes dificuldades, devido aos graves problemas de estrutura logística, dependendo em grande parte do transporte rodoviário. Assim esse transporte torna-se a atividade logística mais importante em toda a cadeia (SLACK, 1996). 39 Para Bowersox e Closs (2001), através da logística as empresas assumem um papel muito importante dentro do setor empresarial. Mesmo que os locais onde os produtos são manufaturados estejam distantes de onde serão consumidos, é possível atender de forma satisfatória aos consumidores através de um planejamento bem detalhado e eficaz. 2.2.3 Logística de abastecimento A logística de abastecimento de materiais tem como princípio entregar o material certo, na hora certa, na quantidade e qualidade especificadas, evitando interrupções dos setores de montagem. Engloba as atividades realizadas para colocar os materiais e componentes tanto nacionais como importados a disposição da produção, armazenando, estocando, movimentando e transportando todas as informações para os pontos necessários (GRUPO JULIO SIMÕES, 2002). De acordo com Mallman (2000), para que seja efetuado um bom abastecimento, é necessário que os materiais sejam recebidos nos padrões exigidos pela empresa, ou seja, quantidades claras e objetivas, atendendo a todos os requisitos conforme a sequência do produto. Somente será abastecido quando a produção necessitar de peças para a montagem em perfeitas condições. 2.3 CADEIA DE SUPRIMENTO O envolvimento de todo o processo produtivo está ligado na cadeia de suprimento que é uma forma de comunicação das empresas em meio ao crescimento do mercado, tendo uma flexibilidade na hora da colocação de um produto a venda. A evolução das empresas está ficando cada vez maior e a concorrência muito mais acirrada, por este motivo que as organizações não podem ser surpreendidas no momento que produzirem (GOMES E RIBEIRO, 2004). Para Kobayashi (2000), a gestão de estoques ligada diretamente na cadeia de suprimentos não pode ser efetuada isoladamente, algumas 40 medidas de controle de produção podem ser implementadas pela própria empresa. Porém, é fundamental que a cadeia de suprimentos esteja no mesmo nível de evolução que a relação com seus clientes e fornecedores para que tenham um sincronismo total. O ideal desta cadeia é que todos os processos estejam alinhados ou seguindo uma sequência direta de programação, fabricação e distribuição ao cliente final. Como os mercados competitivos de fornecimento de materiais estão voltados para aquisição de materiais a um custo menor, não é possível manter esta ligação direta, por isso, a busca por fornecedores não depende de sua distância desde que agreguem valor para a empresa (BALLOU, 2001). A necessidade de ter fornecedores próximos ao ponto de consumo faz parte de uma estratégia das empresas para estreitar os laços entre cliente/fornecedor e aumentar a confiabilidade de trocas de informações. A Figura 7 demonstra uma cadeia de suprimento que poderia ser adotada para o abastecimento de produtos dentro de uma organização facilitando um fluxo de produtos contínuos sem interrupções ou paradas intermediárias. Figura 7. Cadeia de suprimento Fonte: Adaptado de Gonçalves (2010) Para que ocorra uma inteira ligação entre o fornecedor e o cliente é necessário um planejamento direto com os seus fornecedores, para 41 trabalhar de uma forma mais ágil no momento de entrega, não afetando o giro de estoque dos itens dentro da empresa. De acordo com Ferreira Filho (1999) é devido à sazonalidade do mercado atual no ramo agrícola que as empresas agem de diferentes formas para adaptarem seus custos a absorção do mercado. Com as recentes crises que começaram a ganhar força a partir de 2007 até os momentos atuais, onde ainda estamos convivendo com a recuperação do mercado, novos métodos estão sendo introduzidos para continuar competitivos com estas mudanças e gerenciar seus estoques a um nível razoável para produção. Conforme Hingley (2005), o comprador de uma empresa é uma das peças chave para a obtenção de um custo agradável para competir com os demais, tendo um produto com mais de um fornecedor e a mesma qualidade torna-se cada vez melhor o poder de barganha, levando sempre em consideração a qualificação de cada fornecedor e a velocidade de reposição dos itens consumidos interagindo diretamente com a produção da fábrica. Para Imam (1997) as relações entre as partes envolvidas na cadeia de suprimento deixam de ser contrapostas transformando-se em um esforço coordenado, no qual a confiança e o comprometimento entre fornecedor e cliente têm uma relevância fundamental. A interação destes valores permite que os membros persigam o aprimoramento geral da cadeia, uma vez que não temam comportamentos oportunistas e saibam que tanto os benefícios, quanto prejuízos serão divididos igualmente entre eles. O compartilhamento de informação que vai além de dados sobre transações de compra e venda, incluindo aspectos estratégicos orientados ao planejamento conjunto, essenciais para permitir que as empresas participantes façam o que é certo de maneira mais rápida e eficiente (BOWERSOX, 2001 apud LENTI, 2002 p. 157). Alguns fornecedores não suportam a pressão do mercado e não se preparam para as oscilações de demanda e com isso acabam abrindo mão de seus clientes enquanto os mais preparados para enfrentar uma diversidade de altos e baixos tomam conta do mercado no segmento que concorrem, conforme demonstra a Figura 8 abaixo. 42 Figura 8. Demonstração de pressão do mercado global Fonte: Adaptado a Porter (2010) A representação da Figura 8 demonstra a necessidade de um modelo de gestão sólida na cadeia de suprimento, onde os maiores fornecedores se tornaram ainda maiores e os menores terão que se aliar ou interromper suas atividades. 2.3.1Relação com fornecedores - cliente A principal razão de uma empresa é o seu cliente, porém, a cadeia produtiva é formada por uma sequência de fornecedores e clientes que cada vez mais se tornaram maiores devido à diversidade de mercado. Quanto melhor for o relacionamento entre eles, cada vez maiores são as chances das organizações obterem sucesso. De acordo com Anderson (1994), ao longo dos tempos as empresas vêm se mostrando interessadas em transmitir suas informações aos seus fornecedores para aumentar ainda mais os seus laços, tratando-se não apenas de uma troca de serviços e produtos, mas buscando facilitar um diálogo e uma negociação, porém ainda está longe de se tornar um conjunto 43 (empresa/cliente) devido à conectividade com outras empresas do mesmo ramo de atividades ou similares. Blois (1998) afirma que todas as empresas têm relacionamentos, mas não há relações homogêneas, padrões, típicas ou médias. A ligação dos objetivos das empresas pode produzir formas relacionais mais próximas das relações transacionais com níveis de empenho, confiança, lealdade e reciprocidade reduzidas, do que de relacionamentos próximos e intensos, com as características anteriormente associadas aos relacionamentos industriais. Com esta interação, cada empresa procura controlar as atividades e recursos que julgam poderem contribuir para atingir os seus próprios objetivos e o dos seus clientes com isso mantendo uma sinergia de informações enerentes de um processo de ligação simples que podem influenciar em resultados para ambas as empresa do setor metalmecanico local. Os desempenhos das empresas não são apenas influenciados pelas suas relações diretas com seu fornecedor, mas sofrem também com os efeitos indiretos das relações dos seus parceiros com os seus próprios clientes, fornecedores e concorrentes. (MÖLLER e TÖRRÖNEM, 2003). A concorrência entre empresas esta fortemente vinculada a fatores externos e internos das indústrias, não derivando de uma simples coincidência de uma má escolha da atividade desenvolvida no setor em que a empresa atua. Para Porter (1986), as empresas necessitam elaborar estratégias vinculadas ao atendimento de todas as exigências do mercado, levando em consideração novos entrantes no segmento, produtos similares, disponibilizando diferentes processos e opcionais para cada cliente ou mercado em potencial, através de um modelo de análise competitiva das indústrias. De acordo com a Figura 9, se percebe uma representatividade da cadeia de competitividade que as empresas enfrentam no decorrer de suas atividades de produção onde os quatro pontos estabelecidos devem ser considerados com um agravante na exclusão da indústria no mercado. 44 Figura 9. Competição que atuam nas fronteiras de uma empresa Fonte: Adaptado Porter apud Alvarez e Queiroz (2003) Como se pode analisar na Figura 9, são muito os fatores que as empresas enfrentam no decorrer das atividades. Não basta apenas produzir ou fornecer, tem que manter uma estrutura planejada para que se possa estar sempre melhorando suas relações comerciais e buscando produtos inovadores de necessidades dos clientes para fazer frente junto às concorrentes. A cadeia de fornecimento é vista pelas empresas como um elo de ligação entre fornecedor e cliente, operando sinergicamente para satisfazer de imediato o seu consumidor através de seu produto ou serviço. Sendo assim, se um desses elos falharem comprometerá toda a cadeia, aumentando a distância entre clientes e fornecedores, gerando muitas vezes uma depedência em torno dos mesmos interesses das organizações, por isso a busca por alternativas de fornecimento para que a cadeia não se comprometa com determinado mercado e não consiga atendê-lo (FARIA, 2004). 45 A vantagem competitiva de uma determinada empresa só pode ser obtida através da diminuição da vantagem competitiva de seu oponente, caracterizado pelo polinômio fornecedor-cliente. A indústria deve desenvolver habilidades específicas para lidar com elas (ZAIRI apud ALVAREZ, 2003, p.02) Fornecer produtos ou serviço aos clientes não é o suficiente, é necessário desenvolver experiências personalizadas, formando sinergicamente a criação conjunta de produtos e serviços que possam ter aceitação no mercado, aumentando assim sua participação e diminuído a do seu concorrente. 2.3.2 MRP – Material Requerement Planning Atualmente algumas empresas estão estabelecendo como estratégia de planejamento de suas atividades a adoção de novos sistemas de gerenciamento da produção, no qual se destaca o MRP. Shingo (1996) define o MRP como um sistema que apresenta uma representação lógica de uma estrutura planejada para um determinado produto, onde prevê uma sequência de cálculos, verificações e decisões tendo como base o estoque já existente, visando chegar a um plano de produção que seja viável, tanto em termos de disponibilidade de materiais como de capacidade produtiva, para que a programação ocorra dentro do que está prevista na estrutura do produto. O planejamento de requisição de material (MRP) para Silva (2001, p.326) é um “sistema de planejamento de produção e estoque que utiliza previsões de ordens de compra, para programar a quantidade de materiais necessários para a produção”. O MRP apresenta como ponto forte o planejamento de médio e longo prazo e a gestão de materiais, por outro lado, possui limitações na tomada de decisões de curto prazo e controle no chão de fábrica. Conforme Corrêa (1997), na estrutura de planejamento e controle da produção convencional, inserida na filosofia da produção empurrada, o fornecimento de produtos na quantidade certa e no momento certo é realizado através da criação de programações para cada etapa de produção. 46 Hines (2000) comenta que neste sistema, entretanto, torna-se difícil adaptar as mudanças ocasionadas por flutuações de demanda ou problemas de processo. Tendo em vista esta dificuldade, a companhia estoca parte do produto entre os processos, com o objetivo de absorver as imprevisibilidades da demanda, acarretando em superdimensionamento de recursos. Segundo Womack (2004, p.132) A produção empurrada é um sistema que foca nos aspectos de fabricação dos itens do tipo departamental, estando as máquinas agrupadas segundo suas funções específicas, os diversos itens fabricados, geralmente em grandes lotes, seguem seus roteiros de fabricação indo ao encontro das máquinas nesses departamentos, exigindo equipamentos de movimentação, havendo formação de grandes estoques, devido à falta de balanceamento das capacidades produtivas dos recursos e à grande variedade dos itens processados. Uma das desvantagens que a produção empurrada apresenta é uma ligação com o MRP e centraliza o sistema e a falta de interação entre as etapas do processo produtivo, resultando como consequências, a grande quantidade de estoques intermediários na área de trabalho e filas de espera de materiais para processamento. 2.3.3 EDI – Eletronic Data Interchange A característica principal do EDI é a troca estruturada de dados através de uma rede de conexão entre empresa e cliente. Assim este sistema pode ser definido como uma movimentação de documentos eletrônicos para um padrão de negócio entre organizações atravéz do recolhimento automático de informações que permite que os dados sejam transformados em arquivos de texto, sendo enviados por e-mail. O EDI é uma rede de acesso direto aos clientes do provedor, permitindo a conexão entre os sistemas eletrônicos de informação entre empresas, independentemente dos sistemas e procedimentos utilizados no interior de cada uma dessas empresas (PIZYSIEZNIG FILHO apud PRATES, 2007, p.02). 47 Esta troca de informações permite que a empresa reduza o tempo de envio de dados para seus clientes, facilitando a comunicação entre a empresa e seu cliente. A dificuldade com a comunicação via Internet ou qualquer outra rede é que deve haver uma estrutura previamente combinada das mensagens. O destinatário tem que conhecer a estrutura da mensagem para ser capaz de receber automaticamente e transforma-lá em dados visuais para sua interpretação. Estes dados servem para estabelecer previsões de entrega de um determinado item ao cliente, com prazo e datas definidas diretamente retirados do arquivo baixado do EDI, com isso a programação segue um fluxo de entrega e uma previsão futura das próximas datas de fornecimento ao seu cliente. Para Zabeo apud Prates (2007, p.03 ),“basicamente trata-se de uma troca eletrônica de mensagens pré-formatadas, seguindo determinado padrão de tecnologia, ligando máquina com máquina”. As datas e previsões disponíveis no EDI mostram qual será a programação da empresa fornecedora e assim é feito o planejamento de suprimento de seus materiais para atender a demanda existente de seu cliente, não prejudicando o desempenho do mesmo na sua atividade interna de fabricação (LEGEY, 1998). Um dos problemas existentes na comunicação eletrônica entre diferentes sistemas computacionais, reside nas diferenças existentes entre formatos de arquivos, esquemas relacionais, protocolos de troca de dados, etc., que tornam o processo de troca de dados mais difícil. 2.3.4 Resultados alcançados com o uso do EDI O EDI oferece algumas vantagens, cujos impactos costumam ser maiores do ponto de vista estratégico em detrimento do operacional. Essa tecnologia melhora a eficiência operacional da organização, em razão da rápida transferência de dados entre empresas e da diminuição dos custos relacionados com mão-de-obra e outros custos operacionais. Além disso, 48 confere vantagem estratégica em virtude do enriquecimento da tomada de decisões, por meio de maior previsibilidade e aumento da qualidade das informações processadas com uma menor margem de erros (AGRA, 1996). As transações freqüentemente enviadas pelo EDI são as de compras, transporte e transações de pedidos entre um comprador e um vendedor. Ordens de compra, avisos de estoques, despacho de material e transporte de tabelas são transmitidos do consumidor; enquanto que o envio de pedidos avançados são remetidos pelo fornecedor (LUMMUS apud PRATES ,1997, p.80) O EDI melhora a precisão em ordenar, enviar e receber informações, permitindo o desencadeamento de ações localizadas e imediatas, como também o refinamento do controle das informações, a diminuição do tempo de resposta e uma maior confiabilidade no processamento das informações e otimização dos fluxos; elimina a troca de documentos comerciais em papel, fornecendo informações em tempo real, com melhor qualidade, maior precisão e foco. Ferreira (2003, p.147) afirma que “o principal benefício nos transportes reside na capacidade do EDI em agilizar transações comerciais e processos burocráticos”, assim, auxiliando para uma melhor administração e planejamento estratégico. 2.3.5 Dificuldades na utilização do EDI Este sistema trabalha de forma complexa, e devido a isso as pessoas devem ter conhecimento para ter um correto funcionamento, qualquer troca de informações incorretas podem acarretar em danos graves para o planejamento de materiais, as previsões de entrega poderão ficar incompatíveis com as necessidades de consumo. Para Lummus (1997 apud Porto et al,2000, p.16), alguns pontos são relevantes para o funcionamento do sistema e o entendimento das informações processados como: Incompatibilidade com os sistemas existentes; Ausência de pessoal qualificado para as operações; Dificuldade nos canais de comunicação; 49 Apreensão dos funcionários com o novo processo, devido à falta de treinamento, conhecimento e informações sobre seu uso; Dificuldades internas no desenvolvimento da TI; Ausência de treinamento dos funcionários. É necessário no momento em que a organização fizer sua adesão a rede de transmissão de dados, que os fatores organizacionais estejam correlacionados para que a mesma obtenha um bom desempenho na sua utilização de modo que a infraestrutura
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