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Citologia Pulmonar Angelo Di Stefano Biomédico Citologista CRBM 27537 angelog.distefano@gmail.com Citologia Pulmonar Anatomia e Histologia do Sistema Respiratório Sistema Respiratório Sistema Respiratório Superior • Cavidades nasais; • Seios nasais; • Boca; • Faringe; • Laringe. Sistema Respiratório Inferior • Traqueia; • Brônquios; • Bronquíolos; • Alvéolos. Fonte: Huisarts-Migrant, 2016 Sistema Respiratório • Pulmão direito (dois lobos) e pulmão esquerdo (três lobos); • Ventilação e trocas gasosas; • Recoberto pela pleura. Nariz → Faringe → Laringe → Traqueia → Brônquio Principal → Brônquios Lobares → Bronquíolos → Alvéolos Pulmão Fonte: Huisarts-Migrant, 2016 Sistema Respiratório Epitélio Escamoso Estratificado Não- Queratinizado Boca, Orofaringe, Laringe, Epiglote e Cordas Vocais Epitélio Colunar Pseudoestratificado Ciliado com Células Caliciformes Cavidade Nasal, Seios Nasais, Nasofaringe, Traqueia e Brônquios Fonte: AnatPat UNICAMP, 2016 Fonte: AnatPat UNICAMP, 2016 Sistema Respiratório Epitélio Colunar ou Cúbico Simples sem Células Caliciformes Bronquíolos Respiratórios e Bronquíolos Terminais Pneumócitos Tipo I e Pneumócitos Tipo II Alvéolos Pulmonares Fonte: AnatPat UNICAMP, 2016Fonte: AnatPat UNICAMP, 2016 Citologia Pulmonar Procedimentos Técnicos Amostra - Escarro • Coleta pela manhã: três dias consecutivos em jejum matinal; • Tossir várias vezes eliminando a secreção no frasco de coleta de boca larga; • Em casos de dificuldade: nebulizador ou medicamentos indutores de tosse; • Volume ideal: 5 a 10mL de amostra; • Levar imediatamente ao laboratório ou manter em geladeira por até 12 horas. Fonte: Ministério da Saúde, 2009 Esfregaço por Esmagamento • Utilizar áreas com fragmentos teciduais e/ou sangue: 1. Colocar pequena quantidade de amostra no meio de uma lâmina; 2. Pressionar o material com outra lâmina; 3. Deslizar a segunda lâmina sobre a primeira, em direções opostas. • Esfregaços simples: lâminas albuminizadas fixadas ao ar livre; • Esfregaços diretos: fixar mergulhando em álcool 95% por 15min. Técnica de Saccomanno Destruição do excesso de muco para a liberação das células 1. Adicionar álcool 50% (1:1); 2. Processar a amostra com um mixer ou liquidificador até que os aglutinados desapareçam; 3. Centrifugar para formação do precipitado celular. Amostra - Escarro Mistura de elementos celulares e não-celulares. Adequabilidade da amostra: presença de células cilíndricas ciliadas e numerosos macrófagos alveolares. Fonte: Arquivo Pessoal – Instituto Adolfo Lutz, 2016 Amostra • Escovado: passagem de uma escova flexível no epitélio brônquico sob broncoscopia. É complementar à biópsia. • Lavado Broncoalveolar: infusão e reaspiração de solução salina em diversas áreas do pulmão (20mL por 5 vezes). • Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF): inserção de uma agulha retrátil e fina conectada a um cateter através de broncoscopia seguida de aspiração. Processar a amostra por centrifugação, citocentrifugação ou cellblock Citologia Pulmonar Citologia Normal Células Escamosas • Cavidade oral, laringe, faringe e cordas vocais; • Cianofílicas, eosinofílicas e/ou anucleadas; • Apresentam alterações disqueratóticas em inflamações ou infecções. Fonte: Arquivo Pessoal – Instituto Adolfo Lutz, 2016 Fonte: Arquivo Pessoal – Instituto Adolfo Lutz, 2016 Células Colunares Ciliadas • Traqueia e brônquios; • Cianofílicas; • Núcleos basais; • Cromatina fina; • Barra terminal marcada com cílios. Fonte: Arquivo Pessoal – Instituto Adolfo Lutz, 2016 Fonte: Arquivo Pessoal – Instituto Adolfo Lutz, 2016 Células Mucossecretoras • Uma para seis células ciliadas; • Aumentada em asmas e bronquioectasias; • Núcleo basal e citoplasma muito distendido; • Produz muco (barreira mecânica, IgA e antioxidantes). Fonte: Arquivo Pessoal – Instituto Adolfo Lutz, 2016 Macrófagos Alveoláres • Realizam a defesa alveolar; • Um ou mais núcleos redondos ou ovais; • Citoplasma vacuolizado, cianofílico intenso e com pigmentos; • Formatos e tamanhos variados. Fonte: Arquivo Pessoal – Instituto Adolfo Lutz, 2016 Fonte: Arquivo Pessoal – Instituto Adolfo Lutz, 2016 Células Raras no Esfregaço • Células Basais (Células de Reserva): precursoras das células ciliadas e mucosas do epitélio respiratório; • Células Neuroendócrinas (Células de Kulchitsky): função sensitiva e secretora; • Células da Clara: metabolização de xenobióticos; • Células Serosas: secreção de componentes de defesa; • Pneumócitos tipo I: revestem cerca de 95% da superfície alveolar; • Pneumócitos tipo II: revestem o alvéolo em menor quantidade. Produzem o líquido surfactante. Componentes Não-Celulares Espirais de Curshman Enrolado de muco sem importância clínica Cristais de Charcot-Leyden Degeneração de eosinófilos em alergias Corpos de Asbesto Minerais silicatados em forma de fibra Citologia Pulmonar Microbiologia Bactérias Actinomyces sp Parte da microbiota normal. Colônia filamentosa, densa e cianofílica Cocos Parte da microbiota normal. Agrupados em cachos ou em fileiras Fonte: Koss, 2005 Vírus Herpes Vírus Multinucleação e núcleo em vidro fosco Citomegalovírus Inclusão nuclear com halo periférico Ciliocytophtoria Degeneração de células ciliadas (influenza) Fonte: Koss, 2005 Fungos Blastomyces dermatiditis Levedura com brotamentos e parede dupla e refringente Criptococcus neoformans Levedura ovoide escura com brotamento e cápsula gelatinosa Coccidioides immitis Esférulas com endosporos ou rompidas Fonte: Koss, 2005 Fungos Histoplasma capsulatum Difícil identificação. Esporos pequenos e escuros (hemácias) Candida sp Esporos e pseudo-hifas eosinofílicas e septadas Pneumocystis carinii Massa eosinofílica amorfa com argolas sobrepostas Fonte: Koss, 2005 Parasitas Strongyloides stercoralis Identificado na fase pulmonar do desenvolvimento larval. Larva filarióide com cauda entalhada Fonte: Koss, 2005 Citologia Pulmonar Alterações Reativas Benignas Células Colunares Reativas Núcleo e nucléolo aumentados Cromatina granular Resposta a ação de toxinas e microrganismos Fonte: Koss, 2005 Células Colunares Reativas Multinucleação Citoplasma se mantem colunar Fonte: Koss, 2005 Pneumócitos Reativos Citoplasma com vacúolos e hiperdistendidos Proliferação em casos de agressão alveolar Fonte: Koss, 2005 Pneumócitos Reativos Células isoladas aumentadas ou grupos papilares Nucléolo proeminente Fonte: Koss, 2005 Metaplasia Escamosa Células isoladas eu em grupos pequenos Cariopicnose intensa Granulação da cromatina Espessamento da membrana nuclear Hipercromasia Substituição do epitélio respiratório por epitélio escamoso estratificado plano em resposta a lesões crônicas (tabagismo) Fonte: DeMay, 2012 Hiperplasia de Células Basais Conjunto de células pequenas, uniformes e coesas Núcleo escuro e granuloso Citoplasma cianofílico, denso e fino Comum em processos reparativos Fonte: Koss, 2005 Citologia Pulmonar Neoplasias Pulmonares • Neoplasia maligna letal mais comum; • Afeta indivíduos acima dos 40 anos com pico de incidência aos 60 anos; • 85 a 95% dos casos são atribuídos ao fumo; • Outros fatores: radiação, poluição do ar, exposição ocupacional a metais e compostos carcinogênicos; • Sobrevida de 10% em cinco anos; • Prevenção primáriaé a medida mais eficaz para a redução dos casos; • Tosse, dispneia, rouquidão, hemoptise e/ou pneumonia atípica são os principais sintomas. Critérios Gerais de Malignidade Características Benignas Malignas Presença de Células Atípicas Poucas Muitas Arranjos Organizados, ordenados e com coesão Desorganizados, com superpopulação e sem coesão Relação Núcleo/Citoplasma Dentro da normalidade Muito aumentada Aumento Nuclear De 4 a 6x Em geral, 6x maior Membrana Nuclear Suave Irregular Cromatina Fina a grosseira, mas regular Irregular e grosseira Cílios Presentes Ausentes Carcinoma Escamoso Queratinizante Fundo inflamatório e necrótico Canibalismo celular Queratinização Pérolas córneas Células anucleadas Formato celular bizarro Fonte: Koss, 2005 Carcinoma Escamoso Queratinizante Aumento da relação núcleo/citoplasma Irregularidade nuclear Hipercromasia Cariólise Nucléolo anormal Mitoses Fonte: Koss, 2005 Carcinoma Escamoso Não-Queratinizante Células basofílicas Citoplasma menos abundante Cromatina mais delicada Nucléolo possivelmente visível Hipercromasia intensa Fonte: Koss, 2005 Carcinoma Escamoso In Situ Células grandes agrupadas ou isoladas Citoplasma moderado e eosinofílico Hipercromasia Irregularidade de carioteca Aumento da relação núcleo/citoplasma Fonte: Koss, 2005 Adenocarcinoma Células grandes redondas ou poligonais Isoladas, grupos papilares ou sobrepostas Citoplasma escasso e vacuolizado Fonte: Koss, 2005 Adenocarcinoma Isoladas, grupos papilares ou sobrepostas Multinucleação Alterações na membrana nuclear Fonte: Koss, 2005 Carcinoma de Células Grandes Células isoladas Núcleo aumentado e irregular Nucléolo aparente Raras pequenas inclusões intracitoplasmáticas eosinofílicas Fonte: Koss, 2005 Carcinoma de Células Grandes Citoplasma pálido eosinofílico e basofílico Cromatina grosseira e hipercromática Fonte: Koss, 2005 Carcinoma de Pequenas Células – Oat Cell Grupo de células pequenas de tamanhos variados Fundo necrótico Núcleo grande ou núcleos nús Citoplasma basofílico Fonte: Koss, 2005 Carcinoma de Pequenas Células – Intermediário Citoplasma mais abundante e eosinofílico Núcleo grande e vesicular (característico) Cromatina fina Pouca picnose Hipercromasia Pouco fundo necrótico Fonte: Koss, 2005 Carcinoma Bronquioaoveolar Bom diagnóstico pela citologia Núcleos grandes e ovalados Nucléolos visíveis Moderada hipercromasia Fonte: Koss, 2005 Carcinoma Bronquioaoveolar Grupos papilares com pouca sobreposição Citoplasma escasso e muito vacuolizado (muco) Fonte: Koss, 2005 Laudo São descritivos e devem constar: • Adequabilidade da amostra; • Técnicas de processamento utilizadas; • Celularidade; • Descrição da microbiologia; • Descrição das características celulares. Negativo/Atípico/Suspeito/Positivo/ Insatisfatório Obrigado! Angelo Di Stefano Biomédico Citologista CRBM 27537 angelog.distefano@gmail.com
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