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Resumo (Direito Constitucional I) (AV1 em PDF)

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DIREITO CONSTITUCIONAL – PROVA 
 
Teoria da Constituição 
O Direito Constitucional é a base para a compreensão de todas as disciplinas do 
Direito; sem ele, o ordenamento jurídico não encontraria respaldo para sua sistematização 
democrática. 
Na atualidade, a busca constante da defesa do texto constitucional no dia a dia faz 
com que, cada vez mais, as prescrições positivadas no texto da constituição sejam efetivadas. 
O povo clama pelo cumprimento real dos paradigmas do Estado Democrático de Direito. 
 
Conceito, Objeto e Conteúdo 
O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público, didaticamente autônomo que 
estuda a organização e o funcionamento do Estado e a defesa dos direitos e garantias 
fundamentais, pois se ocupa da lei fundamental e principal, a Constituição. 
O objeto do Direito Constitucional é a constituição pública do Estado, no sentido 
amplo de estabelecer sua estrutura, a organização de suas instituições e órgãos, o modo de 
aquisição e limitação do poder, através, inclusive, da previsão de diversos direitos e garantias 
fundamentais. 
"Só se pode fazer aquilo que está autorizado no texto da lei." 
Essa fala, por exemplo, prevê a proteção dos direitos fundamentais do homem e o 
Estado não tem liberdade de desobedecer ou violar esses direitos, uma vez que o Estado deve 
obedecer a norma constitucional de forma obrigatória. 
O Objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição e as normas 
constitucionais diante da sistemática do ordenamento jurídico dos Estados e de discussões 
sobre os valores estatais, a eficácia das normas constitucionais, técnicas e interpretação do 
texto constitucional (hermenêutica constitucional), costumes e defesa de direitos 
fundamentais. 
A Constituição promove um encontro entre a política e o Direito, uma vez que ela 
organiza politicamente a sociedade. O seu papel é estabelecer a organização do Estado, 
definir os direitos fundamentais e estabelecer metas e programas para o futuro do Estado. 
O Direito dá legitimidade à atividade política e a política confere a coercibilidade ao 
Direito. A noção de que a Constituição é a lei suprema do Estado, estabelece que todas as leis 
e atos normativos devem se fundar na constituição. 
Hans Kelsen afirma que a constituição é a lei mais importante de todo o ordenamento 
jurídico. Ele conclui que o ordenamento jurídico é um sistema hierárquico de normas, no qual 
a norma principal é a Constituição Federal (no topo da pirâmide), é ela que valida a 
existência de todo o ordenamento jurídico brasileiro. 
 
A constituição é, portanto, o pressuposto de validade de todas as leis e atos 
normativos, ou seja, para que uma lei seja válida, ela precisa estar de acordo com a 
constituição. 
 
Classificação das Constituições 
A constituição é chamada de "promulgada", "democrática" ou "popular" quando é 
elaborada com a participação do povo que irá ordenar, por meio da democracia direta ou da 
democracia representativa (eleição direta de uma Assembleia Nacional Constituinte). 
Exemplo: CF de 1988. 
A constituição chamada de "outorgadas" ou "impostas" são aquelas que são 
elaboradas sem a participação popular, imposta pelos governantes ao povo. Elas são resultado 
de uma manifestação unilateral daqueles que exercem a gestão do Estado. 
Exemplo: CF de 1824. 
Há, ainda, na classificação de José Afonso da Silva, as constituições nomeadas como 
"cesaristas". Elas são fruto de uma elaboração autoritária pelo Estado, mas passam por 
aprovação posterior por meio de plebiscito. 
Exemplo: Constituição do Chile, elaborada durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-
1990). 
 
Quanto ao modo de elaboração 
A constituição nomeada como "dogmática" é aquela elaborada em um único período, 
de uma só vez, sofrendo influências da época e do momento em que foi elaborada. 
A constituição nomeada como "histórica" é aquela elaborada aos poucos, pois surge 
com o passar do tempo e com a evolução da sociedade. 
 
 
Quanto à finalidade 
É nomeada como "constituição garantista" aquela que pretende garantir os direitos 
fundamentais frente ao Estado, determinando limites para a atuação deste. 
A constituição nomeada como "dirigente" ou "programática" quando seus artigos 
definirem objetivos para o futuro e para a atuação estatal. Essa constituição possui as 
chamadas "normas programáticas" que requerem uma atuação futura do governo para serem 
efetivadas. 
 
Quanto à estabilidade 
Entende-se que a colocação da constituição como norma suprema de um Estado exige 
uma proteção especial para que esse texto seja modificado. 
Constituições Imutáveis: Aquelas que não aditem qualquer tipo de modificação. Não é 
popular, devido à dificuldade que ela coloca para a atualização do texto constitucional às 
novas demandas sempre trazidas pela evolução da sociedade. 
Constituições Rígidas: Aquelas que admitem a modificação de seus textos, mas que 
exigem que a alteração ocorra somente após um processo legislativo mais dificultoso que o 
utilizado para a elaboração de leis ordinárias. 
Constituições Semi-Rígidas: Estabelecem um processo legislativo mais complexo 
para a modificação da constituição somente para a parte de seu texto constitucional, sendo o 
restante modificado nos mesmos critérios de modificação da lei ordinária. Por exemplo, a 
CF/24. 
Constituições Flexíveis: São aquelas que permitem a mudança no texto constitucional 
por meio do mesmo processo ordinário de elaboração e modificação das leis. 
A rigidez constitucional decorre do princípio da supremacia do texto constitucional, 
que coloca a constituição como norma suprema do Estado. É a "norma de validade" que 
"filtra" todas as leis e atos normativos, para conferir validade a eles, no Estado 
Constitucional. 
O Estado deixou de ser somente um Estado Legislativo de Direito, no qual somente as 
normas jurídicas e atos normativos passavam por uma "filtragem constitucional" e se efetivou 
como um Estado Democrático e Constitucional de Direito, a partir do momento que se 
exige obediência à constituição também daqueles que aplicam e executam a legislação no 
caso concreto (executivo e judiciário). 
A nossa constituição é classificada como uma constituição rígida pela maioria dos 
autores, pois possui um processo legislativo dificultado para a modificação do texto 
constitucional. Entretanto, para Alexandre de Moraes* ela se classifica como uma 
constituição Super rígida, pois além de possuir essa rigidez, possui artigos que são imutáveis, 
conhecidos como Cláusulas Pétreas (art. 60 § 4º, CF). 
*Alexandre de Moraes → Doutrina 
 
Quanto à sistemática 
Inicialmente, a CF/88 classifica-se como codificada, mas os autores estão 
questionando essa classificação devido à possibilidade de tratados internacionais de direitos 
humanos poderem ser recepcionados com status de emenda constitucional, após a aprovação 
da mesma. Ou seja, a CF não só seria aquele código escrito em 1988, mas também englobaria 
os tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo BR após referendo do 
Legislativo com o quórum de 3/5 em dois turnos. 
 
Normas Constitucionais: Aplicabilidade e Eficácia 
Para José Afonso da Silva, as normas constitucionais quanto ao grau de eficácia, são 
classificadas em: 
Normas de Eficácia Plena: Tem a possibilidade de produzir efeitos desde o momento 
em que são editadas e entram em vigor, pois não dependem de outras normas para serem 
efetivadas. Elas já são completas e estão aptas a serem seguidas de imediato (aplicabilidade 
direta e imediata); 
Normas de Eficácia Contida: Produz todos os seus efeitos essenciais desde a entrada 
em vigor da constituição, mas que podem vir a ser restringidasno futuro (aplicabilidade 
direta e imediata, mas pode ter restrições. Ex: art. 5º XIII/CF - restrições ao exercício do 
trabalho (aplicabilidade direta e imediata, mas pode ter restrições) 
Normas de Eficácia Limitada: Só produzem seus efeitos plenos depois da exigida 
regulamentação. Elas asseguram determinados direitos, mas estes não poderão ser exercidos 
enquanto não forem regulamentados pelo legislador ordinário. Ex: art. 33/CF - a lei disporá 
sobre a organização administrativa e judiciária dos territórios (aplicabilidade reduzida). 
José Afonso da Silva divide as Normas de Eficácia Limitada em dois tipos: 
• Quanto aos princípios instituitivos (organizacionais): São aquelas pelas quais o 
legislador constituinte traça esquemas gerais de estruturação e atribuição de órgãos ou 
entidades, para que o legislador ordinário os estruture posteriormente, mediante lei. 
• Declaratória de princípios programáticos: Tratam de programas institucionais a 
serem cumpridos pelo governo em prol de interesse social. Exemplo: art. 6º/CF - direito à 
alimentação; art. 196/CF - direito à saúde, etc. 
 
Hermenêutica das Normas Constitucionais 
A palavra "hermenêutica" trata de uma tentativa de explicar, traduzir, a norma jurídica 
para que seja compreendida e aplicada na sociedade. Interpreta-se melhor e entende-se quais 
princípios podem ser utilizados pela interpretação das normas jurídicas. 
A constituição é dotada por uma série de princípios e normas de caráter político que 
desafiam a compreensão e exigem abordagens específicas de interpretação, por meio da 
Hermenêutica Constitucional. Interpretar a constituição é diferente de interpretar normas 
infraconstitucionais. 
Interpretativismo - Determina que o intérprete se limita pelo texto e pelos princípios 
explícitos na CF 
Não-Interpretativismo - O intérprete vai além da norma e defende a aplicação dos valores 
constitucionais para a compreensão da constituição. 
A doutrina majoritária entende que se deve buscar interpretar de acordo com a lei, a 
que está no texto, de forma objetiva. Em especial porque a lei é mais inteligente que o 
legislador, sendo capaz de se adaptar a situações não imaginadas pelo mesmo. 
 
Métodos da Interpretação Constitucional 
Para que uma interpretação seja bem feita, é necessário que esses métodos sejam 
sincretizados para se poder delimitar o sentido e o alcance das normas constitucionais. 
Gramatical: Consiste na busca do sentido literal ou textual da norma constitucional. 
Esse método hoje na hermenêutica jurídica e constitucional deve ser apena o ponto de partida 
no momento da interpretação de uma norma, porque muitas das vezes interpretando ao pé da 
letra podemos chegar a soluções hermenêuticas injustas. (dura lex, sed lex); 
Histórico-Evolutivo: Consiste na busca dos antecedentes remotos e imediatos que 
interfiram no processo de interpretação constitucional. Para entendermos o sentido atual, 
precisamos entender o "passado" desses institutos. Ex: Se eu desejasse interpretar a CF/88 
utilizando o método histórico e buscando um antecedente histórico, eu poderia buscar na 
constituição de 1824, 1946, 1967, etc. Pois estudando essa evolução, chegaríamos ao 
entendimento de como chegamos à constituição atual. 
Lógico: Utiliza-se de raciocínios lógicos para entender que a ei também faz parte 
dessa perspectiva clássica. O método teleológico, que analisa os objetivos pelos quais a lei 
criada, também entra nesse contexto de método hermenêutico clássico. 
Sistemático: É aquela interpretação que busca correlacionar todos os dispositivos 
normativos de uma constituição, pois só conseguimos elucidar a interpretação a partir do 
conhecimento do todo, não poderemos interpretar a constituição em "tiras" e sim como um 
todo. 
Portanto, o método hermenêutico jurídico clássico utiliza-se dos mesmos métodos de 
interpretação das leis para interpretar a constituição. 
 
Métodos de Interpretação 
Princípio da Concordância Prática/Harmonização: Trata-se do conflito de direitos 
fundamentais, afirmando que eles devem se harmonizar na sua aplicabilidade. 
Princípio da Integração/Força Integradora: Nos casos de conflitos de normas 
constitucionais, o intérprete deve prestigiar a norma que busca uma maior integração política 
e social do Estado. 
Princípio de Presunção de Constitucionalidade: As leis presumem-se constitucionais 
até que se prova ao contrário. 
Princípio da Razoabilidade: Analisa-se se o ato praticado pelo poder público é 
razoável, ou seja, se o ato não é razoável, ele não é constitucional. 
Princípio da Proporcionalidade: Trata da verificação da limitação dos direitos 
fundamentais, por meio da legislação. Utiliza-se de vários critérios para ser observado, como 
o da necessidade, adequação e, em especial, o critério da proporcionalidade em sentido 
estrito, que coloca na balança os direitos constitucionais em conflito. 
OBS: Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade não se confundem. 
 
Preâmbulo da Constituição 
O preâmbulo é a parte preparatória do texto constitucional, é a introdução da 
Constituição, está acima do artigo 1º. Em resumo, é um modo de apresentá-la ao mundo. 
Há uma tradição no Brasil, mas o preâmbulo não é essencial nas constituições. 
O STF entende que o preâmbulo não é norma constitucional, não sendo dotado de 
força normativa. 
A palavra "Deus" colocada no preâmbulo fere a laicidade do Estado Brasileiro? 
→ Não, pois como o preâmbulo não é norma constitucional, ele não é dotado de 
obrigatoriedade, é somente uma introdução que representa o momento histórico em que a 
constituição foi criada. 
Os crucifixos nas repartições públicas ferem a laicidade do Estado Brasileiro, uma 
vez que representam uma única religião? 
→ O Conselho Nacional de Justiça afirma que não há uma violação na laicidade, pois é uma 
expressão da cultura brasileira, assim como os feriados católicos como o natal, que se 
mantém. 
 
Poder Constituinte 
O Poder Constituinte é responsável pela criação, reforma, revisão e mutação das 
constituições. 
O Poder Constituinte não se confunde com os "poderes" constituídos pelo Estado, ou 
seja, Executivo, Legislativo, Judiciário. O poder constituinte existe a partir da origem 
popular, sendo um poder de fato. 
Ele possibilita a elaboração e modificação. O poder constituinte é um só e de 
titularidade do povo. Levam à possibilidade de estabelecimento do Estado Constitucional de 
Direito, ou seja, o povo, legítimo titular de poder elaborando a regra máxima que vai vigorar 
no Estado (art. 1º § único). 
Segundo a doutrina clássica, o povo é constituído por aqueles elencados no art. 12 da 
CF que trata de nacionalidade, ou seja, o povo são os nacionais de um Estado. 
A convocação para o exercício do poder constituinte se dá, por via de regra, por meio 
da convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. O preâmbulo da CF de refere à 
esta hipótese. 
O povo brasileiro tem seu poder constituinte reunido na Assembleia Nacional 
Constituinte com o objetivo de elaborar uma nova constituição. 
Poder Constituinte Originário: Tem a capacidade criar uma constituição, documento 
que organiza juridicamente um Estado, ou seja, o exercício do poder faz surgir, inaugurar, um 
novo Estado. O Estado nasce do documento editado pelo poder constituinte originário. Na 
verdade, o poder constituinte é um poder fático, pois não se baseia no direito, mas em fatores 
políticos, sociais e econômicos. 
As características desse PCO são: 
Inicial: É o ponto de partida do regramento de um Estado, ou seja, 
inaugura a existência do ordenamento jurídico e o Estado do ponto de vista 
jurídico. 
Soberano: Não reconhece nenhuma força superior comobem entender, 
de forma autônoma. 
Incondicionado: Não se vincula à ordem jurídica, anterior, por ser um 
poder político e não jurídico. Não se limita por lei. 
Ilimitado Juridicamente: Não se encontra limite temático, pode tratar 
dos temas que desejar. 
As condições que o PCO deve se submeter são documentos internacionais, como 
Direitos Humanos ratificados pelo BR. Por exemplo, o Brasil que ratificou a Declaração 
Universal de Direitos Humanos, não poderá atuar de forma ilimitada no exercício do poder 
constituinte originário, suprimindo os direitos humanos que se comprometeu efetivar. 
O PCO pode ser exercido de duas formas: 
Assembleia Nacional Constituinte 
• Pura: Apenas elabora a nova CF 
• Congressual: Acumula os dois trabalhos (Assembleia Nacional Constituinte + 
Legislador Ordinário) 
Correção Funcional/Conformidade/Justeza: 
• A interpretação não pode implicar na estrutura de repartição de poderes a 
exercício de competências constitucionais. 
 
Poder Constituinte Derivado: Ele não é um poder constituinte e sim constituído, uma 
vez que no momento da elaboração da constituição o legislador constituinte irá determinar 
juridicamente como o poder constituinte derivado será exercido daquele momento em diante. 
É exatamente por essa característica que recebe o nome de poder constituinte "derivado", pois 
deriva do poder constituinte originário, que traça suas características na constituição. 
As características do PCD são: 
Subordinado: Sujeita-se a uma ordem jurídica implementada na CF, justamente 
porque é instituída juridicamente pelo PCO. É, portanto, um poder jurídico e não de fato. 
Limitado: A Constituição impõe limite para a modificação da constituição, que são os 
limites de seu exercício. Ex: Limitação de Conteúdo (Cláusulas Pétreas) 
Condicionado: Está vinculado a condições para fins de seu exercício. Seu exercício é 
limitado e possui condições pré-estabelecidas. 
Portanto, na edição original da constituição (PCO), não há limites, mas todas as 
alterações feitas a esse texto serão limitadas no aspecto formal e material e estão 
condicionadas a situações e regramentos estabelecidos no texto constitucional. 
Confira as espécies do PCD: 
• Reformador: Estabelece a via ordinária de alteração da CF, tendo em caráter pontual e 
específico, tratando de temas particulares do texto constitucional em obediência aos 
limites impostos na própria constituição. A reforma se faz por meio de "emendas 
constitucionais", o art. 60 da CF prevê a reforma da constituição por meio de emendas 
constitucionais específicas. 
~ Não há limitação de tempo para fins da reforma da CF, somente para a revisão, como 
determinado no item anterior, o prazo de 5 anos (art. 3º/ADCT). Entretanto, a reforma 
da CF sujeita-se a outras limitações circunstânciais e materiais. 
Os limites circunstâncias que são aqueles que impedem diante de situações sociais 
excepcionais, a alteração do texto constitucional. O objetivo desses limites é preservar a 
integralidade do Estado Democrático de Direito quando esteja passando por momentos de 
instabilidade social, que possam impedir a livre manifestação do poder constituinte 
derivado. Quando o Estado está passando por um período de Estado de Legalidade 
Extraordinária, não poderão ser discutidas e aprovadas emendas constitucionais. As 
situações que não permitem a reforma do texto constitucional são: Estado de Defesa (art. 
136), Estado de Sítio (art. 137) e Intervenção Federal (art. 34). 
OBS: Estado de Calamidade Pública não impede alteração no texto constitucional. 
As limitações materiais referem-se a temas (matérias) que a CF protege e as coloca 
como impossíveis de serem restritas ou abolidas pela reforma constitucional. O legislador 
constituinte, em regra, permitiu a alteração da CF, mas alguns conteúdos afirmou que não 
podem ser restringidos ou abolidos da constituição. Esses temas são intitulados pela 
doutrina como Cláusulas Pétreas. 
Importante chamar atenção para o art. 60 § 4º, inciso IV, que fala de direitos e 
garantias individuais e não dos direitos fundamentais, pois a doutrina majoritária tem 
entendido que sua interpretação deve ser restrita ao texto constitucional. 
O voto obrigatório é cláusula pétrea? 
→ Não! É possível uma emenda à constituição para colocar o voto como optativo, pois 
não está previsto na cláusula pétrea. 
Além do art. 60, todos os dispositivos estruturantes e fundamentais do Estado 
Brasileiro são vistos como cláusulas pétreas, em especial o art. 1º (fundamentos da 
República Federativa do Brasil), art. 3º (objetivos da República Federativa do Brasil) e 
art. 34, inciso VII (princípios constitucionais sensíveis). 
 EC DE REVISÃO EC DE REFORMA 
Quórum Maioria Absoluta 3/5 em dois turnos de 
todos os deputados e 
senadores 
Sistema de Votação Congresso Nacional 
(sessão unicameral) 
Câmara + Senado 
(sessão bicameral) 
Limite Temporal Sim – 5 anos Não possui 
 
 
Direitos e Garantias Fundamentais 
O ser humano, para viver em sociedade, utiliza-se de instrumentos de controle social 
que o possibilita conviver em grupo, através da limitação das relações humanas, em prol de 
uma "paz social". Sem esses mecanismos, as relações humanas seriam um verdadeiro caos, 
uma anarquia, sem regras e respeito às individualidades de cada pessoa. São instrumentos de 
valores social os valores, a ética, os costumes e o Direito. 
Estipulam limites para atuação do Estado para que a ordem social não seja mais 
importante que a proteção dos direitos dos seres humanos no Estado Democrático de Direito. 
Os Direitos Fundamentais e os Direitos Humanos são definidos historicamente pela 
sociedade de acordo coma evolução do pensamento filosófico, jurídico e político do homem. 
Os jusnaturalistas defendem que a proteção dos direitos humanos e fundamentais 
baseia-se na crença de que os seres humanos devem ter os seus direitos básicos respeitados 
pela simples justificativa de serem humanos e os Estados nacionais devem acatá-los. 
Entretanto, por mais que conceba o ideal universal aceito pela humanidade de proteger o ser 
humano, sabe-se que na realidade, os direitos humanos e fundamentais não surgem da 
natureza, mas de inúmeras lutas históricas que travaram ao longo dos séculos. 
Os Direitos Humanos são aqueles direitos conquistados historicamente pelos homens 
e que são protegidos independente da anuência dos Estados, no âmbito internacional e de 
forma universal, ou seja, sem qualquer distinção de sexo, raça, cor, etnia, classe social, 
nacionalidade, etc. Os Direitos Fundamentais são direitos humanos que foram positivados no 
texto constitucional dos Estados, com o intuito de limitar o arbítrio do Estado e assegurar aos 
indivíduos a efetividade de sua dignidade humana. 
O papel do Estado será o de consagrar, garantir e viabilizar o exercício dos direitos 
humanos, sem distinções de qualquer natureza como de raça, cultura, etnia e nacionalidade. 
OBS: Direitos Fundamentais = Direitos Humanos ratificados (art. 5º/CF88) 
Os Direitos fundamentais cumprem na nossa atual constituição a função de direto dos 
cidadãos, não só porque constituem – em primeiro plano, denominado jurídico objetivo – 
normas de competência negativa para os poderes públicos, impedindo essencialmente as 
ingerências destes na esfera jurídico-individual, mas também porque – num segundo 
momento, em um plano jurídico subjetivo – implicam o poder de executar positivamente 
certos direitos (liberdade positiva), os chamados direitos de participação. Trata-se da 
liberdade como participação do indivíduo no poder político, ou seja, de autodeterminar-se. 
Conhecido também como liberdade de querer, são exemplos desta o voto, a elegibilidade,referendo, plebiscito, etc. E também há aqueles que também implicam o poder de executar 
negativamente certos direitos (liberdade negativa), também chamados de Direito de Defesa, 
são os da liberdade na órbita do privado, liberdade como ausência de impedimento e de 
constrangimento. É a liberdade de agir, que tem como exemplos a propriedade, pensamento, 
ir, vir e permanecer, etc. 
Os Direitos Fundamentais são definidos pela doutrina, de acordo com o ideal da 
Revolução Francesa da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade." Esse ideal possibilitou que, na 
concepção de Norberto Bobbio, eles fossem divididos em três gerações de direitos. O melhor 
entendimento dessas gerações de direitos humanos nos faz chamar de 'dimensões', uma vez 
que a ideia de gerações nos remete à possibilidade de evolução de direitos e substituição de 
um direito como uma geração por outra. 
Primeira Dimensão de Direitos Fundamentais (Liberdade): Defendia-se o liberalismo 
político acima do interesse social, o que possibilita a criação de direitos que pressupunham 
uma igualdade formal, perante a lei e consideravam o indivíduo de forma abstrata. Irá, 
portanto, determinar direitos individuais específicos para limitar a ação do Estado diante do 
indivíduo, já que eles criam uma obrigação negativa do Estado perante os membros de sua 
população. O governo terá, deste modo, a obrigação de não agir e não interferir na vida 
pessoal do indivíduo, além de possibilitar que ele consiga exercer o seu livre arbítrio diante 
de suas escolhas pessoais. A lei determinará que todos os indivíduos são iguais e lhes dará 
liberdade de agir sem interferência estatal. 
A primeira dimensão está ligada aos direitos individuais do homem. São eles: direito à 
vida, integridade física, liberdade (individual, de iniciativa e concorrência, de pensamento e 
de consciência filosófica e política), propriedade privada, vida privada, intimidade e 
inviolabilidade de domicílio, sigilo de correspondência, sigilo bancário, entre outros. 
Segunda Dimensão de Direitos Fundamentais (Igualdade): É pelo questionamento das 
bases do Estado Liberal e da Igualdade Formal, aquela apenas determinada no texto da lei. A 
necessidade de viabilidade desses direitos impõe ao Estado uma obrigação de atuar em prol 
da satisfação das carências da coletividade. Há, consequentemente, o surgimento dos direitos 
sociais, culturas, econômicos e coletivos. Os indivíduos deixam de ser vistos como dentro da 
igualdade formal e a igualdade assume uma perspectiva material (real); ou seja, percebe-se a 
existência de fatores que podem vir a criar desigualdades entre os indivíduos e a lei busca 
igualá-los através de tratamentos diferentes para indivíduos diferentes. 
Os direitos sociais e coletivos tem o intuito de defender direitos das coletividades que 
possuem características específicas, que precisa de normas particulares para atingirem uma 
igualdade real nas relações sociais. Um exemplo, é o caso das pessoas portadoras de 
necessidades especiais, que precisam de normas que viabilizem o seu acesso físico a prédios 
públicos e privados, criando uma igualdade de acesso para todos os indivíduos. Aqueles que 
possuem uma limitação física terão condições iguais após a construção de rampas, por 
exemplo, para o acesso de cadeiras de roda. Somente através dessas normas, se alcançará a 
igualdade real. 
José Afonso da Silva, justifica a necessidade de uma igualdade material ao afirmar 
que "existem desigualdades, é que se aspire à igualdade real ou material que busque realizar a 
igualização das condições desiguais." 
O princípio da igualdade é violado quando a desigualdade de tratamento surge como 
arbitrária. Os direitos de segunda dimensão buscam efetivar a igualdade através da tentativa 
de suprir essas desigualdades para viabilizar a igualdade real. 
Terceira Dimensão de Direitos Fundamentais (Fraternidade ou Solidariedade): 
Aparecem com a conscientização de que o mundo é dividido em nações desenvolvidas e 
subdesenvolvidas ou em fase de desenvolvimento, Decorrem, pois, da reflexão acerca de 
temas referentes ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao 
patrimônio comum da humanidade. 
Dotados de altíssima dose de humanismo e universalidade, os direitos de terceira 
dimensão não se destinam especificadamente à proteção de um indivíduo, de um grupo de 
pessoas ou um determinado Estado; pois os seus titulares são, por via de regra, 
indeterminados. A rigor, seu destinatário por excelência, é o próprio gênero humano, num 
momento expressivo de sua afirmação como valor supremo em termos existenciais. 
O direito à paz, ao desenvolvimento, ao meio ambiente sadio, à propriedade sobre o 
patrimônio comum da humanidade e à conservação do patrimônio cultural e o direito à 
comunicação são exemplos de direitos de terceira dimensão.

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