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III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO 
UNISALESIANO 
Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de 
pesquisadores 
Lins, 17 – 21 de outubro de 2011 
 
 
EDUCAÇÃO INFANTIL, OS DESAFIOS DAS CRECHES NO EQUILÍBRIO 
ENTRE O EDUCAR E O CUIDAR 
 
 
 
 
 
Jacqueline Rocha – jacqueline2703@hotmail.com 
Sabrina Maria Serrão – sabrinaserrao@yahoo.com.br 
Vanessa de Jesus Feyes – vanessa_feyes@hotmail.com 
Profº Ms. Denise Rocha Pereira - deniserochap@hotmail.com 
 
 
RESUMO 
 
O objetivo desse trabalho é apresentar os desafios das creches em associar o 
educar e o cuidar de uma maneira que atuem de forma ampla no desenvolvimento 
da criança. Com base no histórico da educação infantil no Brasil pode-se entender 
melhor o problema que as creches encontram em relacionar o binômio- cuidar e 
educar- atualmente e consequentemente mostrar a real importância dessa 
associação para as crianças nos primeiros anos de vida. Este artigo é parte 
integrante de um trabalho monográfico que está em andamento. 
Palavras – chave: Educar. Cuidar. Desenvolvimento. Infância 
 
INTRODUÇÃO 
 O educar e o cuidar juntos são essenciais no desenvolvimento cognitivo, 
afetivo, físico e linguístico da criança de 0 aos 3 anos. Procurou-se através deste 
trabalho compreender a abordagem desse binômio em 3 creches com diferentes 
propostas para o desenvolvimento das crianças. 
 Através de uma pesquisa qualitativa bibliográfica e aplicação de entrevistas 
estruturadas com pais e educadores procurou-se o entendimento de como cada 
creche desenvolve suas propostas e em que se baseiam ao planejar o currículo para 
a instituição e se os pais têm conhecimento sobre este material de abordagem. 
 Este trabalho foi elaborado levando-se em conta essencialmente a criança 
como um ser completo e social. 
 
 
 
 
 
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III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO 
UNISALESIANO 
Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de 
pesquisadores 
Lins, 17 – 21 de outubro de 2011 
 
 
1- ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 A criança sempre foi vista como um ser incompleto, incapaz e a idéia de 
infância não existia, tanto que a origem da palavra infância é de infans – aquele que 
não fala. Com as transformações sociais iniciadas lentamente na idade média, 
parcela dessa infância, ora era tida como miniatura dos adultos, se misturando a 
eles e vivendo de acordo com seus costumes, ora como bibelôs. Pode-se afirmar 
que Montaigne e Rosseau foram os grandes contribuidores para a gênese da 
Infância (GUIRALDELLI, 1996). 
 Com o surgimento das indústrias e o crescimento da produção agrária, a mão 
de obra masculina tornou-se escassa obrigando assim as fábricas a contratarem as 
mulheres para o serviço. Surge nesse momento a necessidade de lugares e pessoas 
para o cuidado dos filhos das operárias. Nesse momento a criança começa a ser 
pensada como alguém que necessita de cuidados, que até eram então realizados 
pela função materna. 
 Não existia por parte da educação, programas voltados para a infância, 
conforme Nascimento, baseando-se nos estudos sobre A história da criança no 
Brasil, de Del Priori nos chama atenção: 
 
 As crianças das classes mais abastadas, segundo Del Priori , eram 
educadas por preceptores particulares, não tendo frequentado escolas até o 
início do século XX, e os filhos dos pobres, desde muito cedo, eram 
considerados força produtiva, não tendo a educação como 
prioridade.(NASCIMENTO, p 29 ,2009) 
 
 Havia, principalmente, pela esfera da saúde um olhar diferenciado do adulto 
para as crianças tendo estas a necessidade de cuidados para compensar a 
ausência da família. Devido essa situação, o cuidado assistencialista torna-se o 
principal objetivo para a sociedade arrastando-se até os dias atuais. As crianças 
passam a ser atendidas em instituições criadas nas próprias empresas, não por se 
ter claro os seus direitos sociais, mas por uma necessidade do mercado de trabalho. 
 
Sendo de propriedade das empresas, a creche e as demais instituições 
sociais eram usadas por elas nos ajustes das relações de trabalho. O fato 
de o filho da operária estar sendo atendido em instituições montadas pelas 
fábricas passou, até, a ser reconhecido por alguns empresários como algo 
vantajoso, por provocar um aumento de produção por parte da mãe. 
(Oliveira, Zilma, p.96, 2008) 
Com as contribuições da nova Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e 
do Adolescente - ECA 1990 e lutas de movimentos sociais, essa situação toma um 
novo caminho fornecendo direitos às crianças. 
 
 O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: 
(...) 
IV- atendimento em creche e pré- escolas a crianças de zero a seis anos de 
idade (...). (Constituição brasileira, artigo 208, 1988) 
 
 
 
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UNISALESIANO 
Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de 
pesquisadores 
Lins, 17 – 21 de outubro de 2011 
 
 
 A partir deste contexto a criança é vista como um ser social, capaz de ser 
ensinada e de compreender o mundo a sua volta, assim as famílias que antes não 
ofereciam atenção a criança preocupam-se agora com sua educação e seus estudos 
para garantir assim seu futuro financeiro, portanto a preocupação com a educação 
era restrita para as camadas pobres. 
 Com o passar do tempo muda-se a concepção de educação propiciando o 
surgimento de novas propostas pedagógicas, incluindo todas as camadas da 
sociedade, abolindo desta maneira a ideia de creches assistencialistas, enfatizando 
a associação do cuidado com a educação da criança, assim surge a necessidade da 
sociedade elaborar novas orientações, leis que favoreçam a educação formal e 
completa da criança, tendo em vista o direito à educação infantil. 
A LDB Nº 9.394, de 20 de Dezembro de 2006, a qual estabelece as diretrizes 
e bases da educação nacional, afirma que 
 
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade, em 
seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade.(seção II da educação infantil artigo 29.) 
 
Devido esta abordagem as creches enquadraram-se em novas regras, pois a 
lei deixa bem clara a obrigatoriedade do direito do educar para as crianças de 0 a 3 
anos, embora ainda seja visível a dificuldade que muitas têm para tornar este direito 
uma realidade, uma vez que algumas creches ainda estão despreparadas para o 
amparo destas leis prejudicando o desenvolvimento de muitas crianças e privando 
também os pais de conhecerem e entenderem a real importância das instituições. 
 
2- O CUIDAR E O EDUCAR – Os desafios 
 
 A associação do educar e cuidar tem causado grandes desafios para algumas 
creches, é notável que o cuidar está sendo executado, entretanto o educar ainda é 
um grande obstáculo a ser resolvido pela sociedade e principalmente pelas 
autoridades responsáveis pela educação. É necessário mudar a concepção de que 
apenas o cuidar é importante. 
 Como solução para essa indissocialização deve-se priorizar o 
desenvolvimento da criança através de profissionais qualificados e ambientes 
propícios para atender as carências cognitivas, físicas e motoras das crianças. 
 Esta associação entre o cuidar e o educar é essencial para a formação das 
crianças já nos primeiros anos de vida, pois é um período em que a criança está 
apta a desenvolver seu leque de inteligências facilitando a absorção do conteúdo 
que lhe é compartilhado. Friedmann afirma que “Os primeiros anos de vida são 
determinantes de todo o processo físico, emocional, social e moral que cada um irá 
traçar no decorrer desua história de vida” (p. 23, 2008),. 
 
 
 
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Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de 
pesquisadores 
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 O educador deve ser cuidadoso ao preparar este conteúdo, oferecendo 
atividades que proporcionem o desenvolvimento completo da criança de forma 
abrangente e significativa, lembrando que neste período ela precisa aprender e 
entender sobre o mundo a sua volta. 
 
A dinâmica do trabalho do professor é sustentada principalmente pelas 
relações que estão estabelecidas com as crianças e entre elas. Para que se 
construa um ambiente de confiança, cooperação e autonomia, as formas de 
agir dos professores precisam estar pautadas por firmeza, segurança e uma 
relação afetiva forte com as crianças.(KRAMER, p.85, 1999) 
 
Como vimos através de pesquisas em diferentes creches, o cuidar 
assistencialista, prevalece mais que o educar. A falta de um atendimento qualificado 
e o fato dos pais estarem mal informados prejudica o desenvolvimento da criança, 
embora não se possa fugir da necessidade do cuidar, que também é de suma 
importância para a criança. As creches devem executar soluções, felizmente obvias, 
para a associação do cuidar e educar para que ambos caminhem juntos no 
desenvolvimento da criança. 
 
 
3- CONCEPÇÕES DA FUNÇÃO DAS INSTITUIÇÕES 
 
 A função das creches desde o início do século é cuidar das crianças, suprindo 
a ausência da família, todavia o atendimento das creches voltado para a educação 
precisa trabalhar para o bem estar físico, mental e social das crianças, dando ênfase 
a um atendimento qualificado e cobrando mais das instituições. Quanto aos seus 
projetos pedagógicos se tornou um objetivo a ser introduzido como nova função das 
creches, mas infelizmente esta situação causa grande desafio a algumas 
instituições, visto que a falta de planejamento e profissionais qualificados dificulta 
muito o processo de mudança. 
Nota-se que algumas creches estão despreparadas em relação aos currículos 
pedagógicos que foram elaborados com o intuito de apoiá-las em relação ao 
desenvolvimento da criança. A falta de profissionais qualificados é uma das maiores 
questões que certas creches encontram ao introduzir o binômio em suas rotinas e 
projetos pedagógicos, em muitas situações os formadores estão desabilitados para o 
cuidado, privando as crianças de uma educação significativa. 
Franco enfatiza (p. 259, 2001), que “A escola infantil, independente do nível 
ou etapa, é o local onde a criança vive uma importante fase de sua vida (senão a 
mais importante)”. Nessa ótica pode-se perceber a essencialidade da creche para a 
criança e sua real função na preparação da educação infantil. A educação e o 
cuidado nas creches possibilitam que a criança tenha oportunidades de conhecer e 
aprender coisas em relação ao mundo a sua volta, e os fatores que contribuem para 
essa aprendizagem são o planejamento curricular criado levando em conta a 
criança, o espaço que a creche oferece para que a criança possa descobrir e ampliar 
seus conhecimentos com materiais pedagógicos como livros, brinquedos e jogos de 
livre acesso a todos para desenvolvimento físico e cognitivo. 
A rotina tem que ser usada para dar a criança uma segurança quanto às 
atividades que são desenvolvidas na creche, para que ela aprenda sobre o espaço a 
 
 
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 sua volta e, principalmente, profissionais qualificados para a execução destas 
atividades e que sejam aptos a ensinar e cuidar visando sempre o bem estar da 
criança. 
O educador em seu dia a dia contribui no desenvolvimento da criança, 
ajudando a falar, andar, comer, se vestir e a ser independente, apesar de muitas 
vezes não ter formação acaba praticando tais ações de uma forma natural sem 
perceber a ponderação de sua contribuição. 
 
O educador ideal deve possuir algumas características básicas: ser 
observador, ter olhos, ouvidos, sensibilidade para perceber a necessidade 
da criança, do grupo. Deve ser pensador, pois a reflexão precede e 
acompanha a atuação propriamente dita. (MACHADO, p.48, 2002) 
 
 Dessa maneira um hábil profissional da educação e um currículo pedagógico 
que oportunize base para a formação da criança são indispensáveis para a 
educação infantil, porquanto é através dele que os outros fatores serão construídos 
e desenvolvidos. 
 
4- ANÁLISE DO PLANEJAMENTO CURRICULAR DA CRECHE 
 
 O planejamento curricular, documento de suma importância para qualquer 
instituição seja ela municipal, particular, filantrópica ou estadual, trata- se de um 
material pedagógico em que a instituição deve elaborar metas e objetivos que serão 
desenvolvidos com as crianças no decorrer do tempo em que ficarão na creche. 
 Têm-se como base para a construção de um currículo para a educação 
infantil materiais desenvolvidos pelo MEC que possuem o intuito de levar propostas 
pedagógicas inovadoras às instituições infantis. Esses materiais são conhecidos 
como Referências Curriculares para a Educação Infantil – RCNEI - que oferecem 
documentos referentes aos âmbitos de Formação Pessoal, os quais abrangem o 
eixo Identidade e Autonomia e o âmbito Conhecimento de Mundo que contém seis 
eixos para orientar o trabalho para a construção das diferentes linguagens 
estabelecidas e desenvolvidas pelas crianças. Os eixos contribuem para a formação 
da criança enquanto sujeito social sendo eles: Movimento, Música, Artes Visuais, 
Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática. 
 Expressividade, equilíbrio e coordenação fazem parte do eixo movimento 
proporcionando a exploração e utilização dos movimentos do corpo da criança. 
 
O trabalho com movimento contempla a multiplicidade de funções, e 
manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de 
aspectos específicos da motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão 
acerca das posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas, bem 
como atividades voltadas para a ampliação da cultura corporal de cada 
criança. (BRASIL, p.15, 2002). 
 
 O eixo música tem como objetivo principal o fazer e o apreciar musical, nesse 
sentido a criança produz seu próprio som e aprende a apreciar outros novos e 
desconhecidos. Afirma ainda, o Referencial Educacional Nacional para a Educação 
Infantil- Conhecimento de Mundo, que a música, “É a linguagem que se traduz em 
formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e 
 
 
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 pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o 
silêncio” (BRASIL, p.45, 2002). 
 As artes visuais fazem parte do cotidiano das crianças tanto na creche como 
em casa, através delas estas fazem e apreciam suas criações e de seus colegas e 
também: 
 
(...) expressam, comunicam e atribuem sentido a sensações, sentimentos, 
pensamentos e realidade por meio da organização de linhas, formas, 
pontos, tanto bidimensional como tridimensional, além de volume, espaço, 
cor e luz da pintura, no desenho, na escultura na gravura, na arquitetura, 
nos brinquedos, bordados, entalhes, etc. (BRASIL, p.85, 2002). 
 
 O RCNEI – Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil , também 
oferece condições para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita com o intento 
principal de auxiliar a criança no treinamento da fala e escuta e de praticar a leitura e 
escrita na educação infantil. 
 
Ao promover experiências significativasde aprendizagem da língua, por 
meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos 
espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressam e de 
acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação esta relacionada 
ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro 
competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever. (BRASIL, 
p.117, 2002). 
 
 As crianças aprendem sobre o mundo ao seu redor com a exploração do meio 
social e natural que vivem, veiculados pela organização dos grupos e seu modo de 
viver e trabalhar, pelos seres vivos, pelos objetos e suas transformações, pelos 
lugares e suas paisagens, pelos fenômenos da natureza. 
 
O eixo de trabalho denominado Natureza e Sociedade reúne temas 
pertinentes ao mundo social e natural. A intenção é que o trabalho ocorra de 
forma integrada, ao mesmo tempo em que são respeitadas as 
especificidades das fontes, abordagens e enfoques advindos dos diferentes 
campos das Ciências Humanas e Naturais. (BRASIL, p.163, 2002). 
 
 
 O trabalho com a matemática na educação infantil manifesta conhecimentos 
sobre números e sistemas de numeração, grandezas e medidas, espaço e forma, 
para que a criança compreenda algumas noções matemáticas presentes em seu dia 
a dia. 
 
Também observam e atuam no espaço ao seu redor e, aos poucos, vão 
organizando seus deslocamentos, descobrindo caminhos, estabelecendo 
sistemas de referência, identificando posições e comparando distâncias. 
Fazer matemática é expor ideias próprias, escutar a dos outros, formular e 
comunicar procedimentos de resolução de problemas, confrontar, 
argumentar e procurar validar seu ponto de vista, antecipar resultados de 
experiências não realizadas, acertar erros, buscar dados que faltam para 
resolver problemas entre outras coisas. (BRASIL, p.163, 2002). 
 
 Assim, fica claro que o MEC oferece propostas para uma educação infantil de 
qualidade e resta apenas a introdução e ampliação do mesmo para o 
desenvolvimento adequado do planejamento curricular. 
 
 
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 Em termos legais temos a Resolução 5, de cinco de dezembro de 2009, do 
Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Básica que fixa normas 
para as diretrizes curriculares na educação infantil, traz em seus artigos, as 
seguintes considerações-resoluções acerca do currículo e da proposta pedagógica. 
 
Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de 
práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças 
com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, 
ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento 
integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. 
 
 Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar 
que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de 
direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, 
constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, 
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a 
natureza e a sociedade, produzindo cultura. 
 
 É preciso ter um currículo com propostas e estratégias que objetivem atingir o 
interesse da criança e gerar novos conhecimentos relativos a diversas áreas com 
base no contexto de vida social da criança e o mais importante é que ele seja 
aplicado e, especialmente, que os educadores e pais tenham conhecimento sobre 
este documento. 
 
As crianças possuem modos próprios de compreender e interagir com o 
mundo. A nós professores, cabe favorecer a criação de um ambiente 
escolar onde a infância possa ser vivida em toda a sua plenitude, um 
espaço e um tempo de encontro entre os seus próprios espaços e tempos 
de ser criança dentro e fora da escola. (NASCIMENTO, p. 31, 2009) 
 
 Com uma análise geral dos fatos, é notável que os pais não têm 
conhecimentos sobre as propostas pedagógicas e curriculares das creches onde 
seus filhos passam a maior parte do tempo e da infância. 
No entanto, para a elaboração de um planejamento curricular com uma 
proposta pedagógica viável, a participação das famílias com interesse no 
desenvolvimento integral da criança é preciso, e para isso as creches precisam 
elaborar estratégias para despertar o interesse nos pais de conhecerem suas 
propostas pedagógicas. 
Nesse sentido, afirma Kramer, p. 103, 1999 que “É importante haver, ainda, 
atividades integradoras de pais, crianças e da equipe da escola, com o objetivo de 
estreitar os vínculos e laços de convivência”. Esse vínculo só é criado com a 
participação dos familiares em reuniões da creche para que sejam discutidas as 
aprendizagens e as dificuldades de cada criança e até mesmo os desafios do 
professor em desenvolver vínculos com elas, deixando-as mais seguras para a 
convivência no espaço educacional da creche. 
Compete aos professores e familiares, a importante função de, organizarem 
junto um planejamento adequado para a instituição. Levando em conta ao planejar o 
currículo a qualidade de um desenvolvimento propício que visione a criança em seu 
contexto social, ambiental e cultural. 
 
 
 
 
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 5- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 Os procedimentos utilizados para a realização da pesquisa foram 
bibliográficos, desenvolvidos a partir de materiais já elaborados, constituído de livros 
e artigos científicos, e principalmente pelo levantamento de dados em 3 instituições 
nas cidades de Cafelândia e Getulina com propostas curriculares diferentes porém 
com o mesma aspiração - cuidar de crianças de 0 a 3 anos. 
 A coleta de dados foi realizada por meio de roteiro de entrevista estruturada, 
através de perguntas feitas diretamente ao entrevistado, com análise quantitativa e 
qualitativa dos resultados obtidos baseados em materiais, que as creches têm 
acesso ou deveriam ter, desenvolvidos pelo MEC presentes nos Indicadores de 
Qualidade para Educação Infantil. As perguntas presentes no roteiro de entrevista 
estruturada foram relativas a pais e educadores formadores, entretanto como nem 
todas as creches em que a pesquisa foi realizada abrangiam estes profissionais, o 
roteiro também foi entregue a uma secretária, uma merendeira e pajens. 
 Em relação ao roteiro de entrevista estruturada destinado aos educadores, 
constavam perguntas sobre o planejamento curricular da creche acessível a esses 
educadores, acerca dos conhecimentos prévios sobre o assunto, igualmente 
constituíam o roteiro questões a respeito do planejamento da rotina, os materiais 
pedagógicos relativos às crianças e o ambiente que a creche desenvolve para as 
crianças. 
 O roteiro de entrevista estruturada voltado aos pais tinha como principal 
objetivo compreender os conhecimentos que os pais têm sobre as creches onde 
deixam seus filhos para trabalhar e, se percebem mudanças significativas quando os 
mesmos voltam da creche. 
 O principal objetivo dos roteiros de entrevista estruturados em diferentes 
instituições é o de comparar o método de abordagem em relação ao binômio cuidar 
e educar que cada uma utiliza em seus planejamentos curriculares com a intenção 
de garantir o desenvolvimento completo e significativo das crianças que as 
frequentam. 
 
 
CONCLUSÕES DO ESTUDO 
 Fundamentando-se na pesquisa de campo constata-se a realidade de 
algumas creches em relação à introdução do binômio cuidar e educar e 
principalmente se reconhece os fatores que implicam para queesse binômio se 
torne tão desafiante em sua introdução em algumas creches. A partir dessa 
certificação somada à reflexão da revisão teórica, pode-se dizer que as creches e 
principalmente seus educadores sofrem um grande desafio quanto ao planejamento 
curricular e o pior é que em alguns casos os próprios educadores desconhecem a 
real importância deste documento, levando-nos a crer que são profissionais 
inabilitados para o serviço de educadores e qualificados somente para uma estrutura 
assistencialista de guardar e cuidar as crianças. 
 Comprova-se, conjuntamente, que mesmo em creches particulares os 
educadores possuem somente conhecimentos prévios sobre o currículo na 
educação infantil e não contém conhecimento sobre sua importância para a 
 
 
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 progressão da criança. Assim verifica-se que os ambientes e materiais oferecidos 
não são suficientes para que a criança tenha uma aprendizagem significativa e 
completa. 
 Quanto aos pais, infelizmente a maioria desconhece a proposta pedagógica 
da creche revelando desinteresse quanto aos direitos educacionais e de cuidados de 
seus filhos enquanto estão nas creches impossibilitando a criança de ampliar seus 
horizontes em todos os aspectos físicos, cognitivos e morais. 
O fator histórico relacionado ao surgimento das creches tinha a incumbência 
de “cuidar” dos filhos das mulheres que integravam o mercado de trabalho, porém 
em um olhar prospectivo seria interessante que escola, comunidade e órgãos 
responsáveis assumissem o real compromisso que a educação infantil merece, 
enriquecendo a rotina das crianças nas creches com conteúdos para seu 
desenvolvimento cognitivo, social e afetivo. 
Historicamente superamos muitos desafios, todavia ainda é preciso ir além 
dos avanços teóricos e legais. Para ser colocado em prática são necessários 
maiores cuidados específicos na educação infantil como: estrutura apropriada nos 
municípios que permita fiscalizar o cumprimento da legislação e planejamento 
curricular da creche; investimento na qualificação dos profissionais; conscientização 
dos pais e comunidade quanto à importância de conhecer e acompanhar o plano 
curricular das creches; e por fim disponibilizar materiais apropriados e de qualidade 
para essa faixa etária da educação infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 REFERÊNCIAS 
BASSEDAS,E; HUGUET, T; SOLE, I. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. 
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. 
 
 
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental. 
Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF.1998. vol 1. 
 
______, Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental. 
Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF.1998. vol 2. 
 
______, Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental. 
Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF.1998. vol 3. 
 
______, Ministério da Educação. Ensino fundamental de nove anos – 
Orientações para a Inclusão da Criança de seis anos de idade. Secretaria da 
Educação Básica. Departamento de Educação Infantil e Ensino Fundamental. 
Brasília: FNDE/Estação Gráfica, 2006, p.109 -128. 
 
______, Ministério da Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução 5 de 
cinco de dezembro de 2009. 
 
EDWARDS, C; GANDINI, L ; FORMAN G. As Cem Linguagens da Criança. Porto 
Alegre: Artmed, 1999. 
 
FERREIRA, M C R org. Os fazeres na Educação Infantil. 7 ed. São Paulo: Cortez, 
2005. 
 
 GUIRALDELLI, Jr, P. A. Neoliberalismo e Educação. In: GUIRALDELLI JUNIOR, P. 
(Org.). Infância, Educação e Neoliberalismo. São Paulo: Cortez, 1996. 
 
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11/11 
III ENCONTRO CIENTÍFICO E SIMPÓSIO DE EDUCAÇÃO 
UNISALESIANO 
Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de 
pesquisadores 
Lins, 17 – 21 de outubro de 2011 
 ZABALZA, Miguel A. Qualidade em educação infantil. São Paulo: Artmed, 2006.

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