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Apostila Processo Penal III

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APOSTILA
 DE
 DIREITO PROCESSUAL PENAL
VOLUME III
 
Profª. Dra. Maria da Penha Meirelles Almeida Costa
I - DOS PROCEDIMENTOS EM ESPÉCIE
1. Processo e Procedimento
1.1. Processo: 	é o conjunto de atos coordenados e sucessivos que objetivam a solução do litígio, 
1.2. Procedimento: 	é o modo, a forma pela qual os atos processuais devem ser praticados. 
A noção de procedimento é eminentemente formal, devendo o legislador emprestar ao procedimento notável funcionabilidade, isto é, adequá-lo e apropriá-lo a uma perfeita discussão da causa, de modo a permitir ao Estado-Juiz uma resolução justa ao litígio, com razoável celeridade. 
Desse modo, pode o legislador, considerando a natureza da causa, por exemplo, fixar procedimentos diversos. 
Feitas essas colocações, vejamos as várias formas procedimentais estabelecidas no nosso diploma processual penal. 
PROCEDIMENTOS COMUNS
( 	PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
	Aplicável aos crimes cuja sanção máxima cominada seja igual ou superior a quarto anos de pena privativa de liverdade (art. 394, I, CPP)
( 	PROCEDIMENTO SUMÁRIO
Aplicável aos crimes cuja sanção máxima cominada seja inferior a quatro anos de pena privativa de liberdade. (art. 394, II, CPP)
(	PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
	aplicável às contravenções e aos crimes de competência dos Juizados Especiais 	Criminais - Lei n. 9.099/95. (art. 394, III, CPP)
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Os denominados procedimentos especiaisencontram-se arrolados no Código de Processo Penal (Lvro II, Título II) e na legislação extravagante que, normalmente, encontra-se incorporada no Codigo de Processo Penal sob a denominação Legislação Complementar.
 
2. 	Quadro sinótico
Para maior esclarecimento, pode-se apresentar o seguinte quadro sinótico das formas procedimentais. 
	
	COMUM
	ordinário - arts. 394/405 do CPP;
	
	
	sumário – arts. 531/538 do CPP;
sumaríssimo – arts. 77/83 da Lei 9.099/95.
	
	
	Crimes dolosos contra a vida – Júri- arts. 406/497 do CPP;
	
	
	
	
	
	Crimes ambientais – Lei n. 9.605, de 12-2-1995 
	
	ESPECIAL
	Crimes eleitorais – Lei. n. 9.504, de 30-0-1997
	
	
	Lei de Tóxico – 11.343, de 23-8-2006
	
	
	Crimes falimentares – Lei n.11.101, de 9-2-2005
	
	
	Abuso de autoridade - Lei 4.898, de 9-12-1965
	
	
	Crimes contra a economia popular - Lei 1.521, de 26-12-1951
	
	
	Crimes de responsabilidade de funcionários - arts. 513/518 do CPP
	
	
	Crimes contra a honra - arts.519/523 do CPP
	
	
	Crimes contra a propriedade imaterial - arts. 524/530 do CPP
	
	
	
	
	
	
	
	
	OBS.:- Hoje, as contravenções que não estão sujeitas a procedimento especial, subordinam-se às regras contidas na Lei 9.099/95, tais como transação, procedimento sumaríssimo ou até mesmo suspensão condicional do processo, salvo se o autor do fato não for encontrado para ser citado ou se o fato apresentar complexidade, casos em que será observado o quadro sinótico supracitado. Entretanto, segundo entendimento de alguns juristas, todas as contravenções devem estar sujeitas ao novo procedimento. Primeiro, porque não são consideradas como crime e, segundo, porque atenderiam aos princípios maiores da nova Lei 9099/95
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
( PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
aplicável ao crimes cuja sanção máxima cominada seja igual ou superior a quarto anos de pena privativa de liberdade
Seqüência dos atos processuais
1.1. 	Oferecimento da denúncia ou queixa (art. 395)
		prazo (art. 46): 	réu preso = 5 dias 
					réu solto = 15 dias 	
		
1.2. 	Recebimento da denúncia (art. 396)
. 
 1.3. Citação do acusado para responder à acusação, por escrito, em 10 dias. ( Art. 396)
 
Recebida a denúncia, se não for rejeitada liminarmente pelo juiz, com base no art. 395 do CPP, o magistrado citará o acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias (arts. 396). No caso de citação por edital o prazo para a defesa começará afluir com o comparecimento pessoal do acusado ou de seu defensor constituido.(art. 394, parágrafo único). 
 
	 FORMAS DE CITAÇÃO:
 1ª Pessoal: regra geral (art. 351)
 2ª por hora certa: verificando que o réu se oculta para não ser citado, o ofical de justiça procederá a citação por hora certa.(art. 362)
 3ª por edital: quando o réu não é encontrado.(art. 361)
 OBS:Se o réu, citado por edital, não comparecer, nem nomear procurador, será decretada a suspensão do processo com a suspensão do prazo prescricional (art.366 CPP).
1.4. 	 Resposta á acusação ( art. 396-A)
 Na resposta à acusação, o acusado poderá arguir preliminares e tudo que interessar à sua defesa, arrolando testemunhas ( art. 396-A, CPP). Não apresentada no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecer a resposta em dez dias. (art. 396-A, parágrafo segundo).
 
. 	
1.5. Absolviçao Sumária( art. 397)
Recebida a resposta à acusação com base no art. 396-A, o juiz poderá absolver sumariamente o acusado, com base apenasnas condições estabelecidas no art. 397 do CPP.
	
1.6	Confirmação do recebimento da denúncia. (art. 399)
Não sendo o acusado absolvidosumariamente, o juiz confirmará o recebimento da denúnica com base no art. 399 do CPP.
1.7	Intimação para audiência de intrução, debates e julgamentos. (art. 399) Confirmado o recebimento da denúcia ( art. 399 do CPP) o juiz intimará as partes para a audiência de intrução debates e julgamento.
1.8	Da audiência (art. 400 CPP)
Na audiência procederá à tomada de declrações do ofendido, depois serão ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa, nesta ordem, salvo se a testemunha residir em outra comarca, que nesses casos será intimada por carta precatória (a expedição da precatória suspende o prazo da instrução –art. 222, parágrafo primeiro), em seguida, se necessário, serão ouvidos os peritos ( com o prévio requerimento das partes), depois realizar-se-a as acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas e após ocorrerá o interrogatório do acusado. As provas serão produzidas em única audiência. ( art. 400 CPP).
Serão inquiridas até 8 testemunhas arroladas pela acusação e oito para cada réu. Ojuiz poderá querer ouvir outras testemunhas além do número legalmente previsto, sendo essas testemunhas do juízo e não da acusação nem da defesa. As partes podem desistir de quelauqer das testemunhas arroladas, salvo as testemunhas do Juízo, cuja as quais só o magistrados pode dispensá-las.( art. 401 CPP).
Produzidas as provas, ao final da audiências, as partes poderão requer diligências para apuração dos fatos narrados na audiência ( art. 402 CPP)
Não havendo requerimento de diligências , ou sendo indeferidas, serão oferecidas as alegações finais orais por 20 minutos, pela acusação depois pela defesa, prorrogaveis por mais 10 minutos e a seguir, sentença.(art. 403 CPP)
Caso sejam realizadas diligências, as partes aprresentarão, em 5 dias, sua legações finais por memoriais e no prazo de 10 dia so juiz proferirá a sentença. (art. 404 CPP)
OBS: a audiência deverá ser realizada no prazo de 60 dias (art. 400 CPP)
1.9. Sentença (art. 403 e 404 CPP) 
	EM RESUMO:
	
	1º Ato: Oferecimento da denúncia ou queixa;
	2º Ato: Recebimento da denúncia;
 3º Ato: Citação do acusado para responder à acusação, por escrito, em 10 dias;
	4º Ato: Resposta á acusação (defesa preliminar);
	5º Ato: Absolviçao Sumária;
	6º Ato: Confirmação do recebimento da denúncia;
	7º Ato: Intimaçãopara audiência de intrução, debates e julgamentos;
 8º Ato: Audiência - (passos da audiência: 1-oitiva da vitima; 2-testemunha de acusação; 3- testemunha de desefa; 4-interrogatório; 5-diligências; 6-debates orais/memoriais; 7-sentença);
	9º Ato: Sentença.
	
obs: Haverá a Suspensão Condicional do Processo, art. 89, da Lei n. 9.099/95, sempre que a pena mínima cominada ao crime for igual ou inferior a um ano. Nesse caso, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por 2 a 4 anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais elementos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do CP). 
Gráfico demonstrativo do procedimento ordinário
Modelo de Memoriais (artigo 404 do CPP)
MEMORIAIS
AUTORA :	A Justiça Pública
RÉU :		José Pedro Filisbino
MM.JUIZ :
Preliminarmente,
A defesa reitera, nesta oportunidade, a argüição de incompetência desse juízo, tal qual o fez na fase da defesa prévia. Se crime houvesse, ter-se-ia consumado na comarca de Agudos e, segundo a regra do artigo 70, caput, do CPP, a competência será firmada, de regra, pelo locus delicti comissi. Assim, admitida a hipótese de ter havido infringência da norma penal, a competência, in casu, seria do juízo de Agudos, pois o furto, crime instantâneo que é, consuma-se no instante em que a res sai da esfera da disponibilidade do dono.
Ora, o veículo encontrava-se à porta da casa do seu proprietário, situada na rua XV de novembro, 1098, na cidade de Domélia, comarca de Agudos, quando o acusado dali o teria subtraído. Pouco importa houvesse sido encontrado pelas ruas desta cidade, dando voltas com ele.
Insta acentuar que a incompetência do juízo, sendo um dos pressupostos processuais, se persistir, embora argüida opportuno tempore, contamina de nulidade a relação processual, nos termos do artigo 564, I, do CPP.
Certo que, para a doutrina, tal incompetência é relativa e há, até mesmo, numerosos julgados neste sentido. Todavia, se a defesa, no momento oportuno - art.395 -, a suscita, tal como se procedeu no caso sub judice, não pode haver a prorrogatio fori. Ademais, a Excelsa Corte, se bem que por maioria, já decidiu que a nulidade persiste, tenha ou não havido argüição (cf.Revista Trimestral de Jurisprudência do STF, vol.52/256).
Assim, espera a defesa que Vossa Excelência declare a nulidade e aplique o disposto no artigo 567.
MÉRITO
Respeitante ao meritum causae, não pode subsistir a imputação feita ao acusado. Pelo que se infere dos autos, o acusado queria apenas dar umas voltas com o veículo, ao lado de sua namorada, aqui residente. Fê-lo. Ele próprio o disse no interrogatório a que o submeteu V.Exa. Todavia, sem que ninguém o molestasse, após o seu passeio, que durou cerca de quatro horas (cf.depoimentos de fls.38, 39 e 40), retornou a Domélia e deixou o veículo num posto de gasolina próximo a casa da pretensa vítima, em perfeito estado de funcionamento. Até mesmo a gasolina gasta foi reposta pelo acusado, conforme se apurou no exame pericial (fls.05).
Por aí se vê que o acusado quis, apenas, gozar a utilidade que o veículo, naquele dia, lhe podia proporcionar.
Se furtar é " subtrair coisa alheia móvel para si ou para outrem", e provado ficou, em toda a instauração criminal, que o acusado, embora houvesse retirado o automóvel da esfera de disponibilidade do dono, não o fez nem para si nem para outrem, não há falar-se em furto.
Tendo-o devolvido intacto, é induvidoso inexistir, na hipótese em exame, o elemento subjetivo, que se traduz pela expressão incrustrada no tipo : " ...para si ou para outrem".
Sem este elemento, o tipo descrito no artigo 155 do CP ficaria mutilado e, assim, a conduta do réu não poderia, como não pode, subsumir-se na moldura do referido dispositivo legal. Há algo a impedir possa a conduta do réu incrustar-se na moldura do artigo 155 : ausência do elemento subjetivo.
Assim, se ela não se subsume na figura das nossas leis repressivas, sua absolvição se impõe, com fundamento no artigo 386, III, do CPP. Note-se que tão eloqüentes são as provas colhidas na instrução que a imputação que pesa sobre o réu tem um indisfarçável gosto de constrangimento ilegal.
A propósito, dentre outros, vejam-se os venerandos acórdãos em Julgados do Tribunal de Alçada, vol.III/149; Revista Trimestral de Jurisprudência, vol.47/820 e 822., onde se lê : " O STF, reiteradamente, tem considerado não haver crime no uso furtivo de automóvel para passeio, seguindo-se o abandono do veículo, sem apropriação ou venda, ainda que seja punível o furto da gasolina consumida... Mas o ínfimo valor do combustível, sobretudo quando o agente é menor e primário, recomendaria, na pior hipótese, a aplicação do artigo 155. § 2º, última parte".
Mesmo com o advento da Lei n. 9.426/96, cuidando especificamente do furto de veículo automotor e exasperando-lhe a pena, o furto de uso, na hipótese, continua atípico, uma vez que a circunstância que qualifica o furto de veículo, nos termos do § 5º do artigo 155 do CP, acrescentado pela Lei supracitada, consiste em transportar o veículo automotor para outro Estado ou para o exterior. Não é o caso.
Se, na espécie, sequer houve o prejuízo do combustível, sua absolvição se impõe como ato de justiça.
Bauru, 05 de maio de 1997.
Francislaine T.C.Meira
Advogada	
Modelo extraído do livro ' Prática de Processo Penal ' - Fernando da Costa Tourinho Fº - Ed.Saraiva - 1997.
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SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
 (art. 89 da Lei n. 9.099/95)
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art.77 do Código Penal).
( 1º - aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições :
	I - reparação do dano salvo impossibilidade de fazê-lo;
	II - proibição de freqüentar determinados lugares;	
	III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
	IV - comparecimento pessoal obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
	( 2º - O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
	( 3º - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
	( 4º - A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
	( 5º - Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
	( 6º - Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
	( 7º - Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
Evidente que, em se tratando de crime apenado com reclusão, não existe mínimo inferior a um ano, mas como a lei em análise cuida, também, de mínimo igual a um ano, numerosas figuras delituais penais apenadas com reclusão foram atingidas pelo novo instituto. 
A suspensão condicional do processo é aplicável, ainda, aos crimes apenados com detenção, sujeitos ou não a procedimentos especiais, e eventualmente até as contravenções, pouco importando a modalidade do rito, não obstante o art. 89 da citada lei use apenas a palavra"crimes". Mas, se a suspensão pode ocorrer em se tratando de crime, nada justifica a exclusão da contravenção, se bem que em relação a esses crimes liliputianos, na expressão de Hungria, a melhor solução é a multa.
Essa suspensão condicional do processo, verdadeiro "sursis" processual, revela-se excelente medida alternativa para a denominada pequena e média criminalidade. 
A suspensão condicional do processo não ocorre apenas no procedimento-regra para os crimes apenados com reclusão, mas em toda e qualquer infração penal, sujeita ou não a procedimento especial, conquanto a pena mínima não ultrapasse um ano. Assim, no estudo das formas procedimentais, não se pode olvidar essa grande novidade introduzida no nosso ordenamento. 
Na impossibilidade de se corrigir o sistema, a suspensão condicional do processo é alternativa de alto nível. Note-se que, somando o número de crimes de menor e médio potencial ofensivo, encontramos no Código Penal mais de 150 figuras delituais penais, tal como abaixo se enumera, sem falarmos em várias outras infrações sujeitas a procedimento especial: 
	auto-aborto (art. 124); 
	lesão corporal (art. 129, caput); 
	lesão corporal culposa (art. 129, § 6º); 
	lesão corporal grave (art. 129, § 1º); 
	perigo de contágio venéreo (art. 130); 
	perigo de contágio de moléstia grave (art. 131); 
	perigo para a vida ou a saúde de outrem (art. 132); 
	abandono de incapaz (art. 133, caput e § 3º);
	exposição ou abandono de recém-nascido (art. 134, caput e §1º); 
	omissão de socorro (art. 135); 
	maus-tratos (art. 136 e § 1º); 
	rixa (art. 137); 
	crimes contra a honra, se pública a ação penal (arts. 138. 139 e 
 140 c/c art. 	145, parágrafo único); 
	constrangimento ilegal (art. 146, caput e § 1º); 
	ameaça (art. 147); 
	seqüestro ou cárcere privado simples (art. 148); 
	violação de domicílio (art. 150); 
	violação de correspondência (art. 151 e § 1º, II); 
	correspondência comercial (art. 152); 
	divulgação de segredo (art. 153); 
	violação de segredo profissional (art. 154); 
	furto simples (art. 155); 
	furto de coisa comum (art. 156); 
	extorsão indireta (art. 160); 
	alteração de limites (art. 161); 
	supressão ou alteração de marcas de animais (art. 162); 
dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico (art. 165);
	alteração de local especialmente protegido (art. 166); 
	apropriação indébita (art. 168, caput); 
apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza (art. 169, caput); 
	apropriação de tesouro (art. 169, parágrafo único, I); 
	apropriação de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II);
	estelionato (art. 171); 
	duplicata simulada (art. 172); 
	induzimento à especulação (art. 174); 
	fraude no comércio (art. 175); 
	outras fraudes (art. 176); 
fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedades por ações (art. 177); 
emissão irregular de conhecimento de depósito ou warrant (art. 178);
fraude à execução de natureza pública (art. 179 do CP c/c o § 2º do art.24 do CPP);
receptação dolosa ou culposa (Art. 180 e § 1º); 
violação de direito autoral praticado em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público (art. 184 c/c o art. 186);
violação de direito autoral nas hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º do art. 184 c/c o Art. 186;
usurpação de nome ou pseudônimo alheio (art. 185 c/c o art. 186); 
falsa atribuição de privilégio (Art. 188); 
falsa declaração de depósito em modelo ou desenho (art. 190); 
uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos (art. 193); 
marca com falsa indicação de procedência (art. 194); 
corrupção de preposto (art. 197, X e XI); 
violação de segredo de fábrica ou negócio (art. 196, XII); 
atentado contra a liberdade de trabalho (art. 197); 
atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta (art. 198);
atentado contra a liberdade de associação (art. 199); 
paralisação de trabalho seguida de violência ou perturbação da ordem (art. 200); 
paralisação de trabalho de interesse coletivo (art. 200); 
invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola e sabotagem (art. 202);
frustração de direito assegurado por lei trabalhista (art. 203); 
frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho (art. 204); 
exercício de atividade com infração de decisão administrativa (art. 205); 
aliciamento para o fim de imigração (art. 206); 
aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional (art. 207); 
ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo (art. 208); 
impedimento ou perturbação de cerimonia funerária (art. 209);
violação de sepultura (art. 210); 
destruição, subtração ou ocultação de cadáver (art. 211); 
vilipêndio a cadáver ( art. 212); 
posse sexual mediante fraude (art. 215 c/c o art. 225, § 1º, II);
atentado ao pudor mediante fraude (art. 216 c/c o art. 225, § 1º, II); 
corrupção de menor (art. 218 c/c o art. 225, § 1º, II); 
rapto consensual (art. 220 c/c o art. 225, § 1º, II); 
mediação para satisfazer a lascívia de outrem (art. 227); 
rufianismo (art. 230, caput); 
ato obsceno (art. 233); 
escrito ou objeto obsceno (art. 234); 
conhecimento prévio de impedimento (art. 237); 
	simulação de autoridade para celebração de casamento (art. 238); 
simulação de casamento (art. 239); 
parto suposto; supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido, praticado por motivo de reconhecida nobreza (art. 242, parágrafo único);
sonegação de estado de filiação (art. 243); 
abandono material (art. 244); 
entrega de filho a pessoa inidônea (art. 245); 
abandono intelectual (arts. 246 e 247); 
induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes (art. 248);
subtração de incapazes (art. 249, caput); 
incêndio culposo (art. 259, § 2º);
explosão culposa (art. 251, § 3º); 
uso de gás tóxico ou asfixiante (art. 252); 
fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás tóxicos ou asfixiante (art. 253); 
perigo de inundação (art. 255); 
desabamento ou desmoronamento (art. 256); 
difusão culposa de doença ou praga (art. 259, parágrafo único); 
desastre ferroviário culposo (art. 260, § 2º); 
sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo (art. 261, § 3º); 
atentado contra outro meio de transporte (art. 262); 
arremesso de projétil (art. 264); 
atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública (art. 265, caput); 
interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico (art. 	266); 
epidemia culposa (art. 267, § 2º); 
infração de medida sanitária preventiva (art. 268); 
omissão de notificação de doença (art. 269); 
envenenamento culposo de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal (art. 270, § 2º);
corrupção ou poluição culposa de água potável (art. 271, parágrafo único). 
corrupção, adulteração ou falsificação culposa de substância alimentícia ou medicinal (art. 270, § 2º); 
emprego de processo proibido ou de substância não permitida (art. 	275); 
invólucro ou recipiente com falsa indicação (art. 275); 
produto ou substância nas condições dos arts. 274 e 275 (art. 276); 
substância destinada à falsificação (art. 277); 
outras substâncias nocivas à saúde pública (art. 278);
medicamento em desacordo com receita médica (art. 279); 
exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica (art. 282); 
charlatanismo (art. 283); 
curandeirismo (art. 284); 
incitação ao crime (art. 286); 
apologia de crime ou criminoso (art. 287); 
quadrilha ou bando (art. 288); 
moeda falsa (art. 289, § 2º); 
emissão de título ao portador sem permissão legal (art. 292); 
supressão de carimbo ou sinal indicativo de inutilizaçãode papel público (art. 293, § 2º);
uso de papel alterado (art. 293, § 3º); 
uso ou restituição à circulação de papéis alterados (art. 293, § 4º); 
petrechos de falsificação (art. 294); 
falsificação de documento particular (art. 298); 
falsidade ideológica (art. 299, caput); 
falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300); 
certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301, caput); 
falsidade material de atestado ou certidão (art. 301, § 1º); 
falsidade de atestado médico (art. 302); 
reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica (art. 303); 
falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária ou para outros fins (art. 306, parágrafo único); 
falsa identidade (art. 307); 
usar, como próprio. passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista etc. (art. 308); 
fraude de lei sobre estrangeiro (art. 309); 
atribuição de falsa identidade a estrangeiro (art. 310); 
falsidade em prejuízo da nacionalização de sociedade (art. 311); 
peculato culposo (art. 312, § 2º); 
peculato mediante erro de outrem (art. 313); 
extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento (art. 314); 
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315); 
excesso de exação (art. 316, § 1º); 
corrupção passiva (art. 317, caput e § 2º); 
prevaricação (art. 319); 
condescendência criminosa (art. 320);
advocacia administrativa (art. 321); 
violência arbitrária (art. 322); 
abandono de função (art. 323); 
exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado (art. 324);
	violação de sigilo funcional (art. 325); 
	usurpação de função pública (art. 328, caput); 
	resistência (art. 329); 
	desobediência (art. 330); 
	desacato (art. 331); 
	exploração de prestígio (art. 332, caput); 
	corrupção ativa (art. 333, caput); 
	contrabando ou descaminho (art. 334, caput e parágrafos); 
	inutilização de edital ou de sinal (art. 336); 
	reingresso de estrangeiro expulso (art. 338); 
	denunciação caluniosa de contravenção (art. 339, § 2º); 
	comunicação falsa de crime ou contravenção (art. 340); 
	auto-acusação falsa (art. 341); 
	falso testemunho e falsa perícia (art. 342, caput); 
corrupção de testemunha, perito, tradutor ou intérprete (art. 343, caput);
	coação no curso do processo (art. 344); 
exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP c/c o art. 24, § 2º do CPP);
	subtração de coisa própria (art. 346); 
	fraude processual (art. 347, caput); 
	favorecimento pessoal (art. 348); 
	favorecimento real (art. 349); 
	exercício arbitrário ou abuso de poder (art. 350); 
fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança (art. 351 e §§ 3º e 4º);
	evasão mediante violência contra a pessoa (art. 352); 
	arrebatamento de preso (art. 353); 
	motim de presos (art. 354); 
	patrocínio infiel (art. 355); 
	patrocínio simultâneo e tergiversação (art. 355, parágrafo único); 
	sonegação de papel ou objeto de valor probatório (art. 356); 
	exploração de prestígio (art. 357, caput); 
	violência ou fraude em arrematação judicial (art. 358); 
desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito (art. 359);
	porte de arma (art. 10 da Lei n. 9.437, de 20-2-1997). 
Para a suspensão é indiferente que a infração seja ou não sujeita a procedimento especial. É preciso, contudo, estejam satisfeitos estes requisitos: 
1. 	pena mínima cominada não superior a um ano;
2. 	que o acusado não tenha sido condenado nem esteja sendo processado por outro crime;
3. 	que estejam presentes os demais requisitos exigidos para a concessão condicional da pena (art. 77 do CP); 
A suspensão pressupõe uma denúncia, embora ainda não recebida nos moldes tradicionais. Uma vez ofertada, o Ministério Público, se satisfeitas as exigências legais, tem o dever de propor a suspensão condicional do processo, ficando o acusado com a faculdade de aceitar ou não. Feita a proposta, se o acusado e seu defensor a aceitarem, cabe ao Juiz, por primeiro, proferir despacho liminar positivo ou negativo. Rejeitada a denúncia, prejudicada fica a proposta da suspensão. Recebida, o Juiz pode proferir decisão suspendendo o curso do processo por 2 ou 4 anos, sob as seguintes condições: 
reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
proibição de freqüentar determinados lugares;
proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz;
comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Entendimentos diversos:
Entendem alguns juristas e doutrinadores que o Ministério Público tem o poder-dever, se preenchidos os requisitos necessários, de formular a proposta de suspensão. Caso não formule, o recurso cabível, segundo alguns entendimentos, é o de apelação, no entanto, parte da doutrina considera cabível o próprio habeas corpus pelo entendimento de que a omissão injustificada da proposta constitui constrangimento ilegal sanável pelo “mandamus”, uma vez que não se justifica a aplicação, por analogia, do artigo 28. Evidentemente, o pedido será apreciado pelo tribunal competente - Tribunal de Justiça ou Tribunal de Alçada Criminal - respeitando-se a matéria do crime em questão. 
Entretanto, não oferecida à proposta, entendem alguns que o juiz poderá suprir a vontade do Ministério Público, oferecendo a proposta e, se aceita, impondo as condições. Estes doutrinadores entendem que se o juiz pode o mais, que é a concessão do sursis com base em sentença condenatória, pode o menos também. 
Por outro lado, se o Ministério Público discordar da solução dada pelo Juiz, poderá apelar, com fundamento no art. 593, II do CPP, para o tribunal competente, ou, ainda, segundo outros entendimentos poderá impetrar Mandado de Segurança pelo direito liqüido e certo de promover a ação penal.
Noutro lugar, formulada a proposta pelo Ministério Público e aceita pelo acusado e seu defensor, o Juiz não está obrigado à homologá-la se entender não estar presente algum requisito. Neste caso, também caberá o recurso de apelação, posto que, embora seja decisão meramente interlocutória, não há previsão legal no texto do art. 581 do CPP. 
A suspensão poderá ser revogada. Essa revogação será obrigatória se o réu vier a ser processado por outro crime ou, injustificadamente, deixar de reparar o dano. Facultativa será a revogação se, no curso do período de prova, o beneficiário vier a cometer contravenção ou descumprir quaisquer das outras condições impostas. Revogada a suspensão, o processo retoma seu andamento normal. Expirado o prazo, sem revogação, extinta estará a punibilidade. Urge observar que durante o período de prova o curso da prescrição fica suspenso.
As vantagens do instituto são notáveis: após o período de provas, sem revogação, o Juiz decretará a extinção da punibilidade, e o réu retornará à sua condição de primário. Além disso, haverá extraordinária economia processual com a não-realização do interrogatório e da instrução criminal (fase probatória e das alegações) e inclusive não haverá sentença. 
( PROCEDIMENTO SUMÁRIO
aplicável aos crimes cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade
1.Seqüência dos atos processuais
 
Para a infração cuja pena máxima seja inferior a 4 anos, ainda que alternada ou cumulada com pena pecuniária, há duas formas procedimentais: uma comum e outra especial. 
De regra, quando a pena cominada é inferior a 4 anos, o procedimento é traçado nos art. 531 ao art. 538 do CPP. Aliás, toda infração apenada com pena inferior a 4 anos que não esteja sujeita a procedimento especial obedece à forma procedimental estabelecida no art. 531 e seguintes. A ordem dos atos é esta: 
1.1. 	Oferecimento da denúncia ou queixa
1.2. 	 Recebimento da denúncia
1.3. 	 Citação do réupara oferecer resposta á acusação
1.4. Resposta á acusação ( defesa priliminar)
1.5. 	Possibilidade de absolvição sumário com base no art. 397 CPP
1.6.	Confirmação do recebimento da denúnica 
1.7.	Intimação das partes para audiência de instrução debates e julgamento
 	1.8.	Audiência de julgamento: 
Declarações do ofendido; 
Testemunhas de acusação e de defesa, nesta ordem;
Esclarecimentos dos peritos, ás acariações e ao reconhecimento de pessoas e coisas
Interrogatório do acusado
Debates orais ( 20 minutos para a acusação e depois para cada acusado, prorrogáveis por mais 10 minutos)
Sentença.
Rito Processual
Oferecida e recebida à denúncia nos termos da lei, uma vez citado o acusado, o mesmo deverá apresentar a defesa escrita no prazo de 10 dias. Após a citação o acusado oferecerá a defesa escrita, onde poderá requerer defesa preliminar, apresentar documentos, arrolar testemunhas ( nesse rito 5 testemunhas para cada acusado) e alegar o que achar necessário.
Após apresentada a defesa escrita o Magistrado verificará a possibilidade de absolvição sumária e caso não seja este seu entendimento, confirmará o recebimento da denúnica.
Confirmando o recebimento da denúncia o Juiz intimará as partes para a audiência de instrução, debates e julgamentos, que deverá ser realizada no prazo de 30 dias.
Na audiência, será tomada as declarações do ofendido, serão ouvidas as testemunhas de acusação ( nesse rito 5 testemunhas), em seguida serão ouvidas as testemunhas de defesa ( como ja visto, 5 para cada acusado), após, se necessário, será ouvido os esclarecimentos do peritos às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, depois será o acusado integorrados, após ocorrerá os debates orais ( 20 minutos para a acusação e 20 minutos para cada réu, prorrogáveis por mais 10 minutos) e por fim, o juiz sentenciará 
Gráfico demonstrativo do procedimento sumário
Modelo de debates orais
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Aos dois (02) dias do mês de agosto, do ano de mil, novecentos e noventa e seis (1996), nesta Cidade de Jaú, Estado de São Paulo, no Edifício Fórum local, sala das audiências, onde às 13:00 horas se encontrava o Exmo.Sr.Dr.Fernando Eric Tourinho Östlund, MM.Juíz de Direito desta Comarca, comigo escrevente habilitado, no final assinado, aí sendo, realizou-se a audiência de instrução e julgamento, nos autos do processo-crime promovido pela Justiça Pública contra Pedro dos Santos (Processo n.111/84). Na hora designada e feitos os pregões, verificou-se o comparecimento do Dr.Marcelo de Almeida Bonatti, DD.Promotor de Justiça, do réu Pedro dos Santos, do Dr.Luiz Gonzaga Furtado, defensor, das testemunhas João da Silva, José de Oliveira e Pedro José de Oliveira. Iniciados os trabalhos, foram tomados os depoimentos das três testemunhas presentes, em separado, conforme adiante se vê. Em seguida, determinou o MM.Juíz se procedessem aos debates orais. Pelo Dr.Promotor de Justiça foi dito o seguinte : " MM.Juiz, insta esclarecer que a Promotoria não diligenciou a transação com o acusado, nos termos da Lei n.9.099/95, porquanto se trata de reincidente em crime doloso. A denúncia imputou ao réu o crime de lesão corporal leve, cometido contra a sua própria esposa, fato este que teria ocorrido por volta das 17:30 horas do dia 23 de novembro de 1996, nesta cidade, no interior do prédio da residência do casal, na rua Pedro Barros n.10. Nos autos do inquérito, como prova acusatória, há, apenas, a palavra da vítima, alegando ter sido agredida, sem motivo. O acusado, na fase das investigações policiais, negou o fato. O laudo de fls. mostra que a vítima sofrera leves escoriações no joelho. Segundo a versão dada pelo acusado, na fase do inquérito, a vítima, indignada porque ele não lhe dera dinheiro para ir a um salão de beleza, saiu correndo de casa, dizendo que ia buscar o numerário em casa dos pais e, nervosa como estava, tropeçou e se machucou, fato que provocou risos do acusado. Ninguém resistiu à cena. Sem embargo disto, foi oferecida denúncia, a fim de que, em juízo, os fatos passassem pelo crivo da Justiça. entretanto, no interrogatório a que o submeteu V.Exa., o réu reiterou a sua versão, que, diga-se de passagem, não é de todo descabida. A vítima, embora reafirmando o que disse na Polícia, adiantou que... ' de lá para cá seu marido tem se portado bem...' (cf.fl.36). Condenar o réu, como num jogo de ' cara ou coroa ', seria ' data venia ', ato inominável que V.Exa. não praticaria. Assim, sem suporte probatório, mínimo que seja amparar a versão da vítima, não pode a Promotoria, em sã consciência, pedir a condenação. Sua absolvição se impõe com fundamento no artigo 386, Inc.VI, do CPP". A seguir, com a palavra o Dr.Luiz Gonzaga Furtado, pelo mesmo foi dito o seguinte : " MM.Juiz : preliminarmente, é de se observar que o laudo de exame de corpo de delito é imprestável. Sua imprestabilidade descansa em duas razões : a) os peritos que o subscreveram não forma compromissados, como se constata às fls.; e b) prestando esclarecimentos a esse juízo, à fl.36 e verso, o segundo perito, Dr.Edmundo Stanislau da Silva, informou que não vira a vítima e se limitou apenas a subscrever o laudo que lhe apresentara seu colega. Assim, em face da exigência de dois peritos, ainda que oficiais, conforme a disposição do artigo 159 do CPP com a redação dada pela Lei m.8862/94, é nulo o exame de corpo de delito quando elaborado por um só perito, ou mesmo quando realizado por dois peritos inoficiais sem prestarem compromisso, e ' quod nullum est, nullum produxit effectum ', é evidente que a nulidade deve ser reconhecida. Caso V.Exa. não acolha a preliminar de nulidade, no mérito, pouco há a acrescentar às ponderadas palavras do DD.Promotor de Justiça. Ninguém assistiu aos fatos. Existem, nos autos, apenas a palavra da vítima e a do acusado. Pelo laudo de fls.3, percebe-se que a vítima sofrera ligeira escoriação em seu joelho. Se o acusado houvesse empurrado a vítima e ela caído de costas, tal como relatou em suas declarações, como poderia surgir a escoriação do joelho ? Pela sua localização, tudo está a indicar que a versão dada pelo réu, de que vítima tropeçaria, parece ser a mais correta. Assim, é evidente que um decreto condenatório deve ser amparado num mínimo de prova e, ' in casu ', nem este mínimo existe. Pelos depoimentos das testemunhas de fls. e fls., vizinhas do casal, a vítima é pessoa nervosa, e o acusado, embora não despreze seus aperitivos, é homem calmo e dedicado ao trabalho. Adiantou a testemunha de fls.34 que a vítima, certa feita, lhe dissera que se arrependera de haver casado, pois, quando solteira, seu pai fazia-lhe todas as vontades. Ante o exposto, pelo acervo probatório, não se pode desprezar a versão dada pelo réu no sentido de que a vítima saíra correndo, toda nervosa, pelo fato de lhe ter sido negado numerário e, ao tropeçar, caído e sofrido a lesão. Desse modo, em face da ausência de suporte probatório, espera a defesa seja o réu absolvido, por ser de justiça.”em seguida, pelo MM.Juiz de Direito, foi proferida a seguinte sentença : - " Vistos, etc...”“.
Modelo extraído do livro ' Prática de Processo Penal ' - Fernando da Costa Tourinho Fº - Ed.Saraiva - 1997.
(PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
aplicável às contravenções e aos crimes de competência dos Juizados Especiais Criminais - Lei 9.099/95
O JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL, O TERMO CIRCUNSTANCIADO, A TRANSAÇÃO.
O legislador constituinte instituiu no art. 98, I, da Constituição Federal, os Juizados Especiais Criminais, com competência para processar e julgar as infrações de menor potencial ofensivo e, em 26-11-1995, surgiu a Lei 9.099/95, regulando esses Juizados. 
1. Competência dos Juizados Especiais:
Art. 60 - conciliação, o processo, o julgamento e a execução das infraçõesde menor potencial ofensivo. 
2. Composição dos Juizados Especiais:
( Juizes togados, ou togados e leigos.
3.. Critérios da Lei:
( princípio da oralidade;
( princípio da informalidade; 
( princípio da economia processual; e
( princípio da celeridade. 
4. Conceito e aplicabilidade
Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo as contravenções e os crimes apenados no seu grau máximo com pena privativa de liberdade até um ano, não sujeitos a procedimento especial. Obviamente, estão excluídos os apenados com reclusão, posto inexistir, entre nós, pena de reclusão com o mínimo inferior a um ano. 
Consoante entendimento majoritário dos doutrinadores e juristas, as contravenções relativas ao jogo do bicho, apostas sobre corrida de cavalos feitos fora do hipódromo e as contravenções contra a flora não foram atingidas pelo novo procedimento, uma vez que tem rito especial. Entretanto, alguns doutrinadores refutam esta posição, esclarecendo que se a nova lei atinge os crimes, por que não atingir todas as contravenções, independentemente dos ritos, já que, pela sua própria natureza, é uma infração de pouca monta, de bagatela.
Tratando-se, pois, de infração de menor potencial ofensivo, a autoridade que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima. Esse termo circunstanciado não passa de um Boletim de Ocorrência mas sofisticado, com qualificação das partes, um resumo de suas versões e, se possível, versões de eventuais testemunhas. Não haverá, pois, necessidade de inquérito. Se houver flagrância, comprometendo-se o autor comparecer ao Juizado, dispensa-se até a lavratura do auto de prisão, inclusive, eventual fiança. 
Se por acaso os envolvidos não comparecerem, a Secretaria do Juizado, ou quem suas vezes fizer, diligenciará a intimação de todos eles, inclusive do responsável civil se for o caso. Essa intimação é feita de maneira simples: carta com aviso de recebimento (AR) ou por outro meio idôneo, como o telefone, por exemplo. 
5. Fase preliminar ou audiência preliminar
Presentes os envolvidos na Sala de Audiências, ou em lugar destinado para tal fim, o Juiz fará os devidos esclarecimentos sobre a possibilidade de composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade (prestação de serviços à comunidade, interdição ou limitação de fim de semana) ou multa, mostrando, inclusive, a vantagem da transação por não gerar reincidência. 
Conseguida a composição dos danos, será ela reduzida a escrito e homologada pelo Juiz, mediante sentença irrecorrível, e terá eficácia de título executivo a ser executado no juízo cível competente. Se o valor não exceder 40 salários mínimos, a execução, nos termos do art. 53 da Lei 9.099/95, será feita no Juizado Especial Cível. Se maior, no lugar do fato ou domicílio do autor, ex vi do parágrafo único do art. 100 do CPC. 
Insta esclarecer que a composição dos danos devidamente homologada implica renúncia ao direito de queixa ou representação e, como sabido, a renúncia é causa extintiva da punibilidade. 
6. Da transação
Não havendo a composição, a vítima informará se deseja ou não representar contra o autor do fato, reservando-se o seu direito de promover a ação civil competente. Assim, manifestado o desejo de representação, o membro ministerial terá vistas aos autos para verificar se é ou não caso de denúncia e, a partir daí, o procedimento da transação será o mesmo dos crimes de ação pública incondicionada, podendo o Promotor formular a proposta de aplicação de pena não privativa de liberdade, desde que: 
a) 	o autor do fato não tenha sido condenado pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; 
b) 	não tenha sido beneficiado, nos últimos cinco anos, pela Lei n.º 9.099/95; 
c)	se seus antecedentes, conduta social, personalidade, motivos e circunstâncias do fato indicarem que a proposta é medida suficiente.
Aceita a proposta pelo autor do fato e seu defensor (com predomínio da vontade daquele), será imposta a pena restritiva de direitos ou multa, o que vale dizer, será homologado o consenso. Se o autor do fato não aceitar a proposta, observar-se-á o procedimento sumaríssimo.
Se o autor do fato não efetuar o pagamento da multa, parece-nos que a solução é mesmo determinar a remessa do termo de transação, com a nota de inadimplemento à Procuradoria do Estado, para a inscrição como dívida ativa.
Por outro lado, se o autor do fato não cumprir, injustificadamente, a pena restritiva de direito, parece-nos que a transação fica sem efeito, sem possibilidade de renovação, instaurando-se o competente processo contra o autor do fato, seguindo-se o procedimento comum para os crimes apenados com detenção. Se se tratar de contravenção, observar-se-á o procedimento previsto em lei.
Se o autor do fato não comparecer à audiência preliminar, ou se não for possível a transação, e desde que não haja maior complexidade nem exigência de maiores esclarecimentos, observar-se-á o procedimento sumaríssimo. 
7. 	Do procedimento sumaríssimo
O procedimento sumaríssimo desenvolve-se da seguinte forma: 
O Promotor oferecerá denúncia oral (que será reduzida a escrito), cuja cópia será entregue ao acusado, que ficará ciente da designação de dia e hora para audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Promotor de Justiça, o ofendido, o responsável civil e seus advogados. 
Se o acusado não estiver presente será citado por mandado, cientificado, ainda, de que poderá apresentar suas testemunhas ( no máximo três) ou requerimento para intimá-las no mínimo cinco dias antes da audiência. Se a ausência for do ofendido e do seu responsável, serão intimados. 
No dia e hora designados, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta, serão tomadas tais providências. Não sendo possível, por qualquer razão, será aberta a audiência. 
Antes de receber a denúncia, a palavra será dada à defesa para o oferecimento de resposta aos termos da peça acusatória.
Com a acusação e a resposta, o Juiz receberá ou não a peça acusatória.
Com o recebimento da denúncia ou queixa, terá início à instrução (art. 81), quando serão ouvidas as testemunhas arroladas pelas partes, e como último ato o interrogatório. 
Encerrada a instrução teremos os debates entre as partes, após o que o Juiz proferirá sua sentença, para a qual a lei dispensa a feitura de relatório, observando o princípio da oralidade que rege a nova lei, registrada apenas em fita magnética. 
8. 	Sistema recursal
Turmas de recurso: é composta por 3 (três) juízes togados em exercício no primeiro grau de jurisdição, sendo vedada a participação do magistrado que prolatou a decisão em exame. 
Apelação: 	interponível no prazo de 10 dias e já com a apresentação das razões, isto é, além da manifestação de inconformismo, a aprte deverá apresentar os motivos pelos quais pede a reforma, pelo reexame. 
	Cabe apelação:
a) rejeição de denúncia ou queixa;
b) da sentença homologatória de transação;
c) da sentença de mérito. 
Embargos declaratórios: oponíveis no prazo de 5(cinco) dias, suspendendo o prazo de interposição dos demais recursos. 
9. MODELO DE TERMO CIRCUNSTANCIADO
_____________________________________________________________
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA nº_______/ 98
(Lei 9099, de 26.09.1995)
____________________________________________________________
Comarca 	:
Estado	:
_____________________________________________________________
Local				:
Data do fato			:
Data da Elaboração	:
Horário do fato		:
Horário da comunicação	:
POLICIAL que apresentou a ocorrência : (CONDUTOR, qualificação completaou no caso de Policial Militar o nº de RE)
Aos ........ dias do mês de ..........................., do ano de mil, novecentos e noventa e oito, onde presente se achava a Autoridade Policial, Sr. Dr.,............................., Delegado de Polícia, respectivo comigo, Escrivão de seu cargo, aí compareceu :
{ qualificação completa da (s) vítima (s) }
Vítima :
Nome
RG
Filiação
Data de nascimento		naturalidade			nacionalidade
Endereço residencial :						tel.
Endereço comercial :						tel.
{ qualificação completa do (s) autor (es) }
Autor :
Nome
RG
Filiação
Data de nascimento		naturalidade			nacionalidade
Endereço residencial :						tel.
Endereço comercial :						tel.
{ qualificação completa da (s) testemunha (s) }
Testemunha :
Nome
RG
Filiação
Data de nascimento		naturalidade			nacionalidade
Endereço residencial :						tel.
Endereço comercial :						tel.
Exames periciais requisitados : (IML, IC, quantidade e tipo de exames)
Veículos : (quando houver)
Objetos : (relacionados ao delito - apreendidos ou encaminhados à perícia)
Histórico : (Histórico circunstanciado, constando versão separada de todos os envolvidos no evento) ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
TERMO DE COMPROMISSO
A vítima ....................................., retroqualificada, compromete-se a comparecer no Juizado Especial Criminal da Comarca de ............................, na data de ....../....../......, as ...:... horas, para audiência preliminar.
Assinatura :................................................................
O autor do fato, ................................., retroqualificado, compromete-se a comparecer no Juizado Especial Criminal da Comarca de ............................, na data de ....../....../......, as ...:... horas, para audiência preliminar.
Assinatura :.................................................................
E, nada mais havendo, determinou a Autoridade o encerramento do presente que, lido e achado conforme, segue devidamente assinado, segue devidamente assinado por todos e por mim, Escrivão que o digitei.
Autoridade :
Vítima (s).
Autor (es)
Testemunha (s)
Condutor (es)
Escrivão :
�
( PROCEDIMENTO ESPECIAL
aplicável a determinados crimes assim estabelecidos em lei especial
- DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI (arts. 406/497 do CPP).
A Constituição Federal, no art. 5º, inciso XXXIV, estabelece que:
“é reconhecida a instituição do júri, com organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos vereditos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados”.
Crimes de competência do Tribunal do Júri (crimes tipificados nos artigos 121, excluido seu parágrafo 3ª, 122, 123,124,125,126 e 127, todos do Código Penal
( homicídio;
( infanticídio; 
( instigação, induzimento ou auxilio ao suicídio; 
( aborto; e 
( conexos. 
Os crimes de competência do tribunal do júri, são apenados, via de regra, com reclusão. Entretanto, o infanticídio e o aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento, com detenção, embora o procedimento seja idêntico. 
Entendeu o legislador que, para estes crimes, melhor seria que o julgamento fosse feito pelos membros da sociedade, por meio de um órgão colegiado, especialmente escolhido.
Assim,embora esteja encravado no Livro II, Título I, que cuida do Processo Comum, o processo do júri é integralmente especial, obedecendo um procedimento escalonado ou bifásico. A primeira fase encerra-se com a decisão de pronúncia, e a segunda inicia-se e termina com o julgamento pelo Tribunal do Júri. Na primeira etapa, a acusação procura demonstrar que houve o crime doloso contra a vida, consumado ou tentado, e que o réu foi o seu autor. Sendo assim, evidente que a decisão de pronúncia, que encerra essa primeira fase, limitar-se a julgar procedente o iudicium accusationis do Estado, levando o acusado á segunda fase, cujo julgamento competirá ao júri, representado pelo iudicium causae.
 PROCEDIMENTO - 1ª FASE - (judicium accusationis ou sumário de culpa)
Inicia-se com o oferecImento da denúncia ou queixa, que poderão ser rejeitada pelo juiz com fulcro no art. 395 do CPP, desde que ausente um de seus pressupostos, podendo o acusador opor Recurso em Sentido Estrito, com fundamento no art. 581, I, do CPP. 
Recebendo-a, ordenará o juiz seja o réu citado para “responder” a acusação no prazo de dez dias, conforme art. 406. Esse prazo começa a fluir a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento em juízo do acusado ou do Defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital.
Não apresentada a defesa no prazo legal, o Juiz nomeará Defensor para oferecê-la, observando-se o mesmo prazo. 
Na resposta o acusado poderá arguir preliminares, alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar até o máximo de 8(oito) testemunhas, requerendo sua intimação, quando necessário, conforme arts. 407/408) 
Se na “resposta”houver preliminares e juntada de documentos, o Juiz determinará a abertura de vista ao Acusador (MP ou querelante) para que sobre eles se manifeste em 5 (cinco) dias, conforme art. 409.
Não havendo qualquer contratempo, o Juiz determinará sejam realizadas as diligências por acaso requeridas e designará, no prazo máximo de dez dias, a audiência de instrução. 
Na audiência, tomam-se as declarações do ofendido (se possível), os depoimentos das testemunhas de acusação e da defesa, bem como procedem-se a eventuais esclarecimentos de peritos, acareações e ao reconhecimento de pessoas ou coisas, o réu é qualificado e interrogado, seguindo-se os debates. O prazo para a acusação será de vinte minutos, prorrogáveis por mais dez. O mesmo ocorrerá com a Defesa. Se houver assistente, este falará por dez minutos. Dentro de dez dias deverá o Juiz proferir sua decisão. 
Essa primeira fase do procedimento do júri deverá ser encerrada em noventa dias.
No sumário de culpa busca-se saber se houve crime e se o réu foi seu autor. Se isso ficar demonstrado, o julgamento ficará a cargo do Tribunal do Júri. 
Encerrando a primeira fase, o Juiz do Júri decidirá por uma das quatro decisões, a saber: 
Impronúncia (art. 414, CPP)
Se o Magistrado não se convencer da existência do crime ou de indício suficiente de autoria, julgará a peça acusatória improcedente. É o que se denomina impronúncia. Dessa decisão poderão interpor recurso de Apelação as partes, nos termos do art. 416. 
	Impronunciado o acusado, nem por isso ficará ele livre de noo processo pelo mesmo fato. Enquanto não estiver extinta a punibilidade, se surgirem novas provas, novo processo poderá ser-lhe instaurado. 
(impronúncia é uma sentença terminativa de inadimissibilidade da imputação, com a extinção do processo, absolvendo tão-somente o imputado da relação jurídico-processual, porém com efeito limitado;
(quando a decisão se fundamentar na prova de inexistência do fato (art. 386, I) ou não constituir o fato infração penal (art. 386, III), a decisão de impronúncia, segundo Mirabete, equivalerá a verdadeira sentença absolutória, ocorrendo o trânsito em julgado formal, o que impede novo processopelo mesmo fato. Todabia, Frederico Marques é de opinião contrária, afirmando que esta jamais transita em julgado, estando esta tão-só a incidência da preclusão temporal, posto que se trata de decisão de caráter meramente processual; 
(a intimação da sentença de pronúncia poderá ser feita somente ao defensor, uma vez que esta não gera nenhum ônus ao acusado;
Despronúncia
Esta equivale à impronúncia. Quando o Juiz pronuncia o réu, cabe RESE (art. 581, IV, do CPP). Se, interposto o recurso postulando a impronúncia, o Magistrado, no juízo de retratação, acolher o pedido do recorrente, fala-se em despronúncia. Se o Juiz mantiver a sua decisão e o Tribunal der provimento ao recurso, também haverá despronúncia.
Desclassificação (art. 419, CPP) 	
	Poderá o Juiz, tambem, se convencer da existência de crime que não seja da competência do Júri, oportunidade em que proferirá decisão nesse sentido e remeterá os autos ao juízo competente. É claro que nessa decisão não deve o Juiz dar qualificaçã jurídico-penal ao fato, mesmo porque o juízo competente poderá dele discordar, criando uma situação deliada e embaraçosa, o que revelaria antecipação do julgamento. Aliás, não se exige que a decisão desclassificatória relata perfeita qualificação jurídico-penal do fato, a menos que essa especificação tenha por objetivo atribuir a competência exata do foro competente, como, por exemplo, a comarca de São Paulo, que divide jurisdição entre os foros regionais e o central. Assim, após a preclusão deverá o Juiz determinar a remessa dos autos ao juízo competente
 
(para que haja desclassificação é necessário que a prova encartada nos autos seja plena e absoluta, se houver dúvida deverá pronunciar, é o in dubio pro societate que impera e jamais em prol do réu. 
(esta sentença tem caráter meramente declaratório, declarando que o fato não é da competência do júri, mas do juízo comum, momento em que poderá ocorrer até um conflito negativo de jurisdição;
(a intimação da sentença de declassificação será feita ao próprio defensor, já que não causa prejuízo ao acusado;
(da decisão de declassificação cabe Recurso em Sentido Estrito, com base no art. 581, II, do CPP. 
	Absolvição Sumária (art. 415, CPP)	
	O Juiz poderá também decretar a absolvição sumária do acusado se estiver convencido, nos termos do art. 415:
	I – da inexistência do fato; 
	II – de não ser o réu autor ou partícipe do delito; 
	III – de o fato não constituir infração penal; ou
	IV – se demonstrada causa de exclusão do crime ou de isenção de pena. 
	Assim, o réu será sumariamente absolvido se o juiz verificar que:
o fato não existiu; que, mesmo existido o fato, o acusado não concorreu para a prática delituosa; 
que o fato é atípico;
houve erro de tipo(art. 20 do CP); 
erro sobre a ilicitude do fato (art. 21 do CP); 
coação moral irresistível ou estrita obediência hierárquica (art. 22 do CP); legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito (art. 23 do CP); 
inimputabilidade do agente decorrente de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, se a defesa cingir-se a apenas esta tese (art. 26, caput, do CP); e 
embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior (art. 28, § 1º, do CP)
(o rol é taxativo, não se podendo estender para outras hipóteses; 
(a prova deverá ser extreme de dúvida, cristalina, incontroversa. Se houver dúvida deverá o juiz pronunciar o acusado, pois, nesta fase, na dúvida, pro societate;
(é sentença de mérito, fazendo coisa julgada formal e material, pois nesta o juiz decide a matéria a fundo, reconhecendo a situação fática que diz respeito à existência de causa excludente de ilicitude ou dirimentes de culpabilidade. 
Da sentença de absolvição sumária cabe recurso de Apelação, conforme previsão do art. 416 e nos termos do art. 593, do CPP. 
	 Pronúncia (art. 413, CPP)	
	Por fim, tem-se a decisão de pronúncia que encerra a fase do iudiciun accusationes, decidindo questão processual relevante, mas não põe fim ao processo nem decide sobre o mérito da causa. 
	Após essa decisão, o processo segue, automaticamente, com a fase do iudicium causae até o julgamento definitivo do merito no plenário do júri. 
	Para a decisão de pronúncia, bastam apenas dois elementos: 
Provas da existência do crime; 
Indícios suficientes de autoria ou participação. 
Essa decisão, como toda decisão judicial, deve ser fundamentada pelo juiz, seguindo o que determina o art. 413 do CPP. Todavia, a fundamentação deverá ficar adstrita tão-só aos seus requisitos: prova de materialidade, eventual qualificadora e os indícios capazes de convencer o Magistrado ter sido o acusado o autor do crime.
Ao pronunciar o acusado, além de demonstrar a existência do crime e os indícios de autoria, o juiz deverá também apreciar todas as circunstâncias qualificadoras do delito, incluindo-as, se for o caso, na decisão. Todavia, as atenuantes, agravantes, causas de diminuição denpena etc não devem constar da pronúncia, seja porque nada tem a ver com a certeza material do crime, seja porque não interferem na classificação jurídico-penal do fato. Quanto as agravantes, embora não constem da pronúncia, deverão ser mencionadas na denúncia ou queixa, sob pena de impedir-se que a acusação a elas se refira em plenário, tomando de surpresa a defesa do acusado.
A decisão de pronúncia não é de mérito, pois mesmo reconhecendo ser o réu o autor do crime, não aplica nenhuma sanctio juris. A decisão ai, tem, por evidente, caráter nitidamente processual. Por meio dela se encerra a primeira etapa do procedimento escalonado do processo da competência do Júri. Da decisão de pronúncia podem as partes recorrer, conforme art. 581, IV, do CPP. Se o juiz, em razão do recurso, se retratar para impronunciar, ou se mantiver a sentença e o Tribunal vier a impronunciar o réu, tais decisões são chamadas, como acima já menionado, de “despronúncia”, cujos efeitos são idênticos aos da impronúncia. 
Proferida a decisão de pronúncia e preclusa a via impugnativa, não mais poderá ela ser alterada, a menos se verifique circunstância superveniente que modifique a classificação do delito (art. 421, § 1º, do CPP). Como exemplo, no caso de pronunciado o réu por tentativa, vindo a vítima a óbito em razão dos ferimentos, far-seá pequena instrução, visando demonstrar que a morte decorreu daqueles ferimentos e, por isso, nova pronúncia será proferida. 
Efeitos da pronúncia
Ser o réu levado a julgamento pelo Tribunal do Júri;
Se preso estiver, poderá o Juiz recomendar que preso fique;
Se estiver solto, contra ele será expedido mandado de prisão, se o Juiz entender necessário e assim bem fundamentar sua decisão.
	Intimação da sentença de pronúncia
Proferida a decisão de pronúncia, a intimação far-se-á nos nos seguintes termos, conforme art.420do CPP: 
Pessoalmente	: ao acusado, ao defensor nomeado e ao MP;
Imprensa		: ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente;
Edital		: ao acusado solto que não for encontrado.
PREPARAÇÃO DO PROCESSO - 2ª fase - (judicium causae)
Nos termos do art. 421do CPP, preclusa a decisão de pronúncia, os autos são encaminhados ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri, cabendo a este determinar a intimação do órão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do Defensor, para que, no prazo de cinco dias, apresentem o rol de testemunhas máximo 5 para cada uma das partes), requeiram juntada de documentos e diligênias, se for o caso.
Em seguida, nos termos do art. 423, o juiz fará um relatório sucinto do processo, o qual será incluído na pauta da reunião do Júri e cuja cópia entregue aos jurados.
Desaforamento
Nos termos dos arts. 427/428, se o interesse da ordem pública o reclamar, ou houver dúvida sobre a imparcialdade do júri ou dúvida sobre a segurança pessoal do réu,o Tribunal de Justiça, a requeriento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado, ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desforamento do julgamento para comarca da mesma região onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. 
O desaforamento também poderá ser determinado em razão de comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz e a pate contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de seis meses, contato do “transito em julgado” da decisão de pronúncia, salvo se a demora for decorrente de adiamentos, diligências de interesse da defesa.
O desaforamento somente poderá ser formulado após o “transito em julgado” da decisão de pronúncia, além de se apresentar enquanto medida excepcional que somente será levada a efeito se houver elementos concretos acerca dos motivos elencados nos artigos supracitados.
Organização e funcionamento do Júri
O Júri é um Tribunal composto de um juiz togado, que o preside e de sete cidadãos, de notória idoneidade, sorteados na própria sessão de jugamento, dentre uma lista de vinte e cinco nomes.
Entre nós,a lei não exige, para o exercício da função de jurado, outras condições senão:
Brasileiro nato ou naturalizado;
Maior de 18 anos; 
Idoneidade;
	Conforme preceitua o § 1º do art. 436 do CPP: “Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução”. É intuitivo que os analfabetos não poderão ser incluídos na lista. Muito menos os surdos-mudos. Igualmente aqueles que não estiverem no gozo dos direitos políticos. 
O serviço do Júri será obrigatório
É o dispõe o art. 436 do CPP, desde que o cidadão satisfaça as exigências legais, podendo o Juiz Presidente do Júri incluílo na lista geral a que se refere o art. 425 do CPP.
A inclusão é inescusável, se uma vez alistado, porém se quiser ser excluído resta-lhe apontar o motivo. Se a recusa se prender a razões de convicção religiosa, política ou filosófica, importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto
Cidadãos que não podem ser alistados. Da lista e suas impugnações
Não devem ser alistadas as pessoas referidas nos incisos I a X do art. 437 do CPP. Se o forem. Deverão ser excluídas. 
O alistamento é feito anualmente, nos termos do art. 425 do CPP, o qual deverá ser publicado no mês de outubro de cada ano, no Fórum ou na imprensa, no qual indicará os nomes e profissões. Alterações poderão ser feitas até a sua publicação definitiva que se dará na segunda quinzena de novembro. 
Insta ressaltar que da decisão que incluir ou excluir jurado da lista cabe Recurso em Sentido Estrito, art. 581, inc. XIV, do CPP. 
Importância da função de jurado
A função de jurado é importantíssima, pois além de constituit serviço público relevante, estabelecerá presunção de idoneidade. Ademais, garante ao jurado, que tenha efetivamente participado, prisão especial, no caso de crime comum, até o efetivo julgamento definitivo, bem como preferência, em igualdade de condições, nas concorrências públicas.
Sorteio dos jurados
O sorteio é feito pelo próprio Juiz Presidente, que retirará da urna geral, uma a uma, as vinte e cinco cédulas com os nomes dos jurados, as quais ficará recolhidas a outra urna, ficando a chave em seu poder (art. 433).
Concluído o sorteio o Juiz determinará se proceda a publicação do edital de convocação dos vinte e cinco jurados que tiverem de servir na reunião do júri.
Abertura da sessão
verificação das cédulas: cumpre ao Juiz, na sessão, verificar se na urna contém a cédulas pertinentes aos vinte e cinco jurados sorteados para aquela sessão. Os ausentes terão seus nomes excluídos. 
chamada dos jurados: determinará o Juiz ao Escrivão proceda a chamada nominal dos jurados, oportunidade em que deverão responder presente. 
instalação: comparecendo no mínimo quinze jurados, o Juiz Presidente declarará instalada a sessão. Nessa oportunidade, eventual nulidade sanável, que haja ocorrido após a fase do art. 411, deverá ser arguida, nos termos do art. 571. 
ausência: se não comparecerem pelo menos quinze jurados, mínimo legal para a instalação da sessão (art. 463), cumprirá o Juiz convocar nova sessão para o primeiro dia útil imediato (art. 464 e 497), procedendo ao sorteio de tantos jurados suplentes quantos necessários. 
	Multa aos jurados 
 o jurado que, sem causa justificada, deixar de comparecer, incorrerá na multa de um a dez salários mínimos, de acordo com a sua condição econômica. Na mesma multa, se houver comparecido e se retirar antes de ser dispensado pelo Juiz (art. 442);
a imposição da multa decorre do simples não-comparecimento, independentemente de ato do Juiz Presidente ou termo especial (art. 442);
Escusas: Somente seão aceitas as escusas apresentadas até o momento da abertura dos trabalhos da sessão (art. 454) e, obviamente, se fundadas em motivo relevante, devidamente comprovado (art. 443). 
Comparecimento das partes e das testemunhas
Não-comparecimento do Advogado: se o Advogado do réu não comparecer, sem escusa legítima, e se outro não for por este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão (art. 456).
Não-comparecimento do Ministério Público: se o representante do Ministério Público deixar de comparecer por motivo de força maior, o Juiz adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma sessão periódica (art. 455). Se o não-comparecimento não for justificado, o fato será comunicado imediatamente ao Procurador-Geral de Justiça, com a data designada para a nova sessão. 
Não-comparecimento do réu: o julgamento não será adiado pelo não-comparecimento do acusado que esteja solto e tenha sido devidamente intimado (art. 457). 
Acusador particular: quando a ação penal se iniciar por meio de queixa (art. 29, do CPP) e o acusador particular deixar de comparecer, é preciso fazer uma distinção: 
se houver escusa legítima, comprovada a justificação perante o Juiz Presidente (art. 457, § 1º, do CPP), o julgamento será adiado para a próxima sessão, se não puder ser realizado na que estiver em curso; 
se não houver escusa legítima, far-se-á o julgamento, ficando a acusação a cargo do representante do Ministério Público. 
Advogado do assistente: se o não comparecimento for injustificado, far-se-á o julgamento (art. 457). Todavia, se houver justificação, aceita pelo Juiz, o bom senso aconselha o adiamento da sessão. 
Testemunhas: se a testemunha não comparecer, imotivadamente, o Juiz, sem prejuízo da ação penal por desobediência, aplicar-lhe-á multa de um a dez salários mínimos, dependendo da situação econômica daquele (art. 458). Mas nem por isso será o julgamento adiado, a menos que qualquer das partes tenha requerido a intimação da testemunha por mandado, na oportunidade do art. 422, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização. Nesse caso, não comparecendo, a despeito de intimada, ou o Juiz suspende a sessão e determina a condução coercitiva da testemunha ou adia o julgamento, ordenando sua condução. 
Providências iniciais para a constituição do Conselho
antes da formação do Conselho, cumpre ao Juiz, nos termos do art. 466, fazer aos jurados presentes advertência sobre os motivos legais de suspeição, impedimentos e incompatibilidades, nos termos dos arts. 448 e 449, ambos do CPP. 
Advertí-los-á, também, nos termos do art. 466, § 1º, no sentido de que, um vez sorteados, não poderão comunicar-se com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e da multa prevista no § 2º do art. 436. 
	Recusas
Feitas as advertências supracitadas, o Juizpassa a proceder o sorteio dos sete nomes que deverão integrar o Conselho. Nessa oportunidade, à proporção que os nomes forem sendo sortedos e lidos em voz alta (art. 468), a Defesa e, depois dela, a Acusação poderão recusar até três jurados (3 cada uma), sem dar os motivos da recusa. São as chamadas peremptórias. Nada obsta que, além dessas recusas imotivadas, qualquer das partes suscite a exceçao de suspeição ou impedimento de qualquer jurado (art.s 458, 462 ou 254), ou até mesmo de todos, se for o caso. 
Formação do Conselho. O juramento
Sorteados os sete jurados e formado o Conselho de Sentença, o Juiz, de pé, far-lhe-á a seguinte exortação:
“ Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da Justiça” (art. 472).
A seguir, procederá à chamada nominal de cada jurado, que responderá: “Assim o prometo”.
Nulidade
Observe-se que eventual nulidade que surja a partir da abertura da sessão (art. 463), tão logo se apresente, deverá ser argüida, sob pena de preclusão (art. 571, VIII, do CPP).
Da instrução em plenário
O Juiz determinará seja entregue a cada um dos jurados cópia da pronúncia e do relatório sucinto do processo, já anteriormente elaborado pelo Juiz.
A instrução inicia-se com a tomada das declarações do ofendido, se possível, e inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e, em seguida as da defesa. 
Primeiramente as perguntas sao formuladas pelo Juiz, passando-se a palavra em seguida para as partes e assistente, se habilitado. Os jurados também poderão formular perguntas, mas por intermédio do Juiz-Presidente (art. 473).
A seguir será o réu interrogado, se estiver presente, observando-se os arts. 185 a 196 do CPP, por primeiro pelo Juiz e depois o MP, o advogado do assistente e do querelante e defensor, nessa ordem, poderão formular diretamente perguntas ao réu. Os jurados também podem, mas por intermédio do Juiz. 
Debates. Réplica e tréplica
( 	Debates. Primeiro, a acusação, por prazo de 1 hora e meia, depois, em igual prazo, a defesa sustentará a sua tese (arts. 477); 
( 	Réplica. Terminados os debates, será facultada a acusação fazer uso da réplica. Se fizer, será aberto prazo para a defesa sustentar a tréplica, sendo que em qualquer caso o tempo é de uma hora (art. 477);
( 	Encerramento dos debates. Ao término dos debates, o Juiz-Presidente perguntará ao Conselho de Sentença se está preparado para o julgamento, ou se precisam de maiores esclarecimentos. (Em caso negativo, o Juiz passará a leitura dos quesitos que serão formulados na sala secreta (arts. 480);
( 	Votação. Votados aqueles, o Juiz dará por quebrada a incomunicabilidade e passará a calcular a dosimetria da pena. No caso de condenação, prolatará a sentença, que será datilografada pelo escrivão. No caso de absolvição, o Juiz ditará e o escrivão datilografará o decreto absolutório. Em qualquer dos casos a sentença será lida, publicamente, em plenário (art. 492).
Gráfico demonstrativo do procedimento do júri - 1ª fase
	Inquérito Policial ou peças de informação
	
	
	
	
	
	Denúncia ou queixa
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Recurso
	
	Recebimento
	
	Rejeição
	
	 no sentido 
	
	art. 406
	
	art.395
	
	Estrito
art.581, I
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Citação
	
	Provimento
	
	art.406
	
	
	
	
	
	Resposta do Acusado
arts. 406, 407 e 408
	
	
	
	
	
	Oitiva do MP ou querelante, em 5 dias, sobre preliminar eventualmente levantada
art. 409
	
	
	
	
	
	Juiz decide sobre requerimentos
art. 410
	
	
	
	
	
	
	Audiência de instrução e debates 
art. 411
	
	
	
	
	
	
	Oitiva das testemunhas de acusação, defesa e interrogatório
	
	
	
	
	Interrogatório
	
	
	
	
	Debates orais 
	
	
	
	
	
	
	Decisão ( em 10 dias)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Impronúncia
art.414
	
	Recurso de Apelação
art. 593
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Absolvição sumária
art.415
	
	Recurso de Apelaçao
art. 593
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Desclassificação
art.419
	
	Recurso
no sentido estrito
art.581
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Pronúncia
art.413
	
	Recurso em \sentido Estrito
art. 581
	
	
	
	
	
Gráfico demonstrativo do procedimento do júri – 2ª fase 
	Pronúncia
	
	
Apresentação pelas partes de manifestação com pedido de produção de provas ou somente rol de até 5 testemunhas para o plenário ( art. 422, CPP) 
	
	
	
	
	
	
Juiz delibera sobre os requerimentos e faz o relatório sucinto do processo ( art. 423, CPP)
	
	
	
	
	
	
Designação do Plenário
	
	
	
	
	
	Sessão de Julgamento
1-	Presença do Ministério Público, acusador particular, réu, defensor, pelo menos 15 jurados e testemunhas.
2-	Sorteio dos 07 jurados que comporão o Conselho, Recusas, Compromisso.
3-	Oitiva da vítima 
4- Oitiva das testemunhas de acusação ( art. 473, caput, CPP)
5- Oitiva de testemunhas de defesa (art.473, parágrafo 1º, CPP)
6- Possibilidade de leitura de peças(art. 473, parágrafo 3º, CPP)
7- Interrogatório do acusado.
8-	Acusação( 1h 30)-art. 477, CPP
9-	Defesa(1h30)-art.477, CPP
10-	Réplica(1 hora)-art.477, CPP
11-	Tréplica (somente se houver réplica)(1hora)-art. 477, CPP
12-	Conclusão dos debates (art. 480, CPP)
13- Em Plenário: leitura dos quesitos(art. 484 CPP)
14- Recolhimento a sala secreta (art. 485, CPP).
15-	Votação dos quesitos.(art. 485, CPP)
16-	Elaboração da sentença.(art. 492 e 493, CPP)
17-	Proclamação da sentença. (art. 492 e 493, CPP)
	
	
2 – DOS CRIMES CONTRA A HONRA (arts. 519/523).
	Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja outra forma estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro, com as modificações constantes dos artigos seguintes. 
Apesar do Código de Processo Penal prever o procedimento especial somente para a calúnia e injúria, aplica-se também à difamação, pois, na época em que o código foi elaborado, achava-se em vigor o Código Penal de 1890, que tratava a difamação como modalidade de injúria. 
Os crimes contra a honra, via de regra, são de ação penal privada, porém, serão de ação penal pública quando:
(injúria real da qual resulte lesões corporais - ação penal pública incondicionada.
(crime contra a honra do presidente da República ou chefe de governo estrangeiro - ação penal pública condicionada a requisição do ministro da Justiça. 
(crime contra a honra de funcionário público no exercício de suas funções - ação penal pública condicionada à representação do ofendido. 
Procedimento
1.1. 	Oferecimento da queixa
O juiz abrirá vista ao representante do Ministério Público para que adite a queixa, supra as irregularidades, saneie omissões etc., no prazo de três dias, sob pena de incorrer qualquer vício, prosseguindo-se no procedimento; 
1.2. 	Audiência de tentativa de conciliação
	Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença dos seus advogados, não de lavrando termo. 
O juiz manda notificar o querelante e o querelado a fim de comparecerem em audiência designada, sem a presença de advogados. O juiz tenta ou não a conciliação, conforme o caso, sempre ouvindo as partes separadamente. 
	Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação, promoverá entendimento entre eles, na sua presença. 
	Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência, a queixa será arquivada.

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