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CAMPO ELÉTRICO PRODUZIDO POR UM DIPOLO ELÉTRICO Certamente você já viu um dipolo elétrico, e convive com este fenômeno muito mais que imagina. Veja na figura 22-5 sua mais simples visualização. O dipolo elétrico também é encontrado nas moléculas da água e é por isso que a água é um excelente solvente e justifica o funcionamento do micro-ondas. A figura 22-8a mostra duas partículas carregadas de módulo q e sinais opostos, separadas por uma distância d. Como observamos na fig.22-5, essa configuração recebe o nome de dipolo elétrico. Vamos calcular o campo elétrico produzido pelo dipolo elétrico da fig.22-8a no ponto P, situado a uma distância z do centro do dipolo, sobre a reta que liga as duas partículas, conhecida como eixo do dipolo. O vetor campo elétrico E no ponto P é o resultante dos vetores campos elétricos E(+) e E(-) produzidos pelas partículas que formam o dipolo. Portanto o módulo do campo elétrico no ponto P é dado por: E = E(+) – E(-) 𝐸 = 1 4. 𝜋. 𝜀𝑜 . ( 𝑞 𝑟(+)2 ) − 1 4. 𝜋. 𝜀𝑜 . ( 𝑞 𝑟(−)2 ) 𝐸 = 𝑞 4. 𝜋. 𝜀𝑜. (𝑧 − ( 𝑑 2 ) 2 ) − 𝑞 4. 𝜋. 𝜀𝑜. (𝑧 + ( 𝑑 2 ) 2 ) Reagrupando os termos, reduzindo as frações ao mesmo denominador e simplificando, teremos: 𝐸 = 1 2.𝜋.𝜀𝑜 . ( 𝑞.𝑑 𝑧3 ) ou 𝐸 = 2. 𝑘. ( 𝑞.𝑑 𝑧3 ) O produto q.d, que envolve os dois parâmetros (q e d) que definem o dipolo, é o módulo p de uma grandeza conhecida como momento dipolar elétrico p do dipolo (A unidade de p é o Coulomb-metro). Assim, podemos escrever a equação anterior na forma: 𝐸 = 1 2.𝜋.𝜀𝑜 . ( 𝑝 𝑧3 ) (dipolo elétrico) Torque em um dipolo elétrico é gerado quando um campo elétrico age sobre o momento dipolar, e pode ser calculado pelo produto vetorial do momento do dipolo pelo campo elétrico: 𝜏 = 𝑝 𝑥 𝐸 (𝑡𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑑𝑖𝑝𝑜𝑙𝑜) EXEMPLO: DIPOLOS E ‘SPRITES’ Os Sprites (fig.22-9a) são enormes clarões que às vezes são vistos no céu, acima de grandes tempestades. Acredita-se que sejam produzidos quando ocorre um relâmpago especialmente intenso entre a terra e uma nuvem de tempestade, particularmente se o relâmpago transfere uma grande quantidade de carga negativa, -q, da terra para a base da nuvem (fig.22-9b). Logo depois da transferência, a terra possui uma distribuição complexa de cargas positivas; entretanto, podemos usar um modelo simplificado do campo elétrico produzido pelas cargas da nuvem e da terra supondo que existe um dipolo vertical formado por uma carga –q na altura h da nuvem e uma carga +q a uma distância h abaixo da superfície (fig.22-9c). Se q=200C e h=6,0 Km, qual é o módulo do campo elétrico do dipolo a uma altitude de z1=30Km, ou seja, um pouco acima das nuvens, e a uma altura z2=60Km, ou seja, um pouco acima da estratosfera? O valor aproximado do módulo de E do campo elétrico de um dipolo, vem por: 𝐸 = 1 2. 𝜋. 𝜀𝑜 . ( 𝑞. 2ℎ 𝑧3 ) Onde 2h é a distância entre as cargas –q e +q (fig.22-9c). Então o campo elétrico na altitude z1=30Km é: 𝐸 = 1 2. 𝜋. 𝜀𝑜 . 200.2.6.103 (30.103)3 𝐸 = 1,6.103 [ 𝑁 𝐶 ] A uma altitude z2 = 60Km, temos: 𝐸 = 1 2.𝜋.𝜀𝑜 . 200.2.6.103 (60.103)3 , 𝐸 = 200 [ 𝑁 𝐶 ] Bibliografia: PLT 709 – LTC – Fundamentos da Física-Volume 3 (Halliday&Resnick), 2012; Centro Paula Souza - Pe. Anchieta - Eletrônica-Circuitos Elétricos (Antonio Afonso e Enio Filoni), 2011;
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