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INCIDENTE EM ANTARES

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INCIDENTE EM ANTARES
Érico veríssimo
O livro
Incidente em Antares, escrito por Érico Veríssimo é dividido em duas partes: A primeira e a segunda, que mesclam entre acontecimentos reais e imaginários
Sua primeira edição foi publicada em : 1971 pela editora Globo
Érico Veríssimo
Um dos melhores romancistas brasileiros, Érico Veríssimo nasceu em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul em 1905 e fez parte do segundo tempo do modernismo. 
Veríssimo era de família rica e tradicional, mas que perdeu tudo no começo do século. Diante das dificuldades que sua família viveu, Érico concluiu o 1° grau em Porto Alegre e então voltou a sua cidade,
onde começou a trabalhar como bancário, e em
seguida, aceitando uma proposta de um amigo de
seu pai, como sócio de uma farmácia.
Na mesma época, dava aulas de literatura e inglês,
e começou a namorar sua futura esposa, Mafalda. 
Começou a trabalhar como desenhista e, após um período, ingressou na Editora Globo no cargo de Secretário do Departamento Editorial. Percorreu uma trajetória literária significativa e marcante para o Brasil recebendo diversos prêmios. 
A casa onde nasceu foi transformada em museu no ano de 1969. O autor faleceu em 1975, vítima de enfarte, deixando sua autobiografia incompleta.
Érico Veríssimo teve três fases literárias:
Romance Urbano: nesta fase, o autor retratou a vida da pequena burguesia por meio de uma visão lírica, crítica, com linguagem tradicional e otimismo. As obras destaques do autor nesta época são “Caminhos Cruzados”, “Clarissa” e “Olhai os Lírios do Campo”.
Romance Histórico: sua obra de romance histórico, a trilogia “O Tempo e o Vento”, retratou os duzentos anos da história do Rio Grande do Sul.
Romance Político: fase vivida durante a ditadura militar, denunciava os males causados pelo do autoritarismo e as violações dos direitos humanos. As obras destaque são “O Senhor Embaixador” e “Incidente em Antares”.
PRIMEIRA PARTE - ANTARES
Antares é uma pequena cidade Imaginária do Rio Grande do Sul que faz fronteira com a Argentina.
A origem do nome “Antares” teria vindo a partir
de um estudioso francês, Gaston Gondran Gauberville, em homenagem à estrela Antares.
A cidade era conhecida como “Povinho da Caveira” e em 1853 o coronel da cidade trocou para Antares”, 
Sem conhecer a história o povo achava que antares significava “lugar das antas”.
Durante mais de dez anos Francisco Vacariano foi a autoridade suprema e incontestável na vila.
Até a chegada de Anacleto Campolargo, criador de gado e homem de posses, natural de Uruguaiana.
O ódio entre as 2 famílias perdurou por quase 70 anos.
1878: Antares foi separada de São Borja e elevada à categoria de cidade e sede de município (graças a Anacleto Campolargo).
Na guerra com o Paraguai: Benjamim Campolargo perdeu um olho, e Antão Vacariano, a mão esquerda.
Após a morte dos pais, estes dois tomaram seus lugares, e o atrito entre as famílias piorou.
Benjamim manda matar Antão Vacariano.
Tempos depois, Xisto Vacariano, das forças federalistas, prende Terézio Campolargo (o Caçula da família).
“Xisto mandou amarrar o prisioneiro pelas
pernas e pendurá-lo no galho duma árvore, com
a cabeça a poucos centímetros do solo. Depois
acercou-se de sua vítima, empunhando um
grande funil de lata, cujo longo bico lhe enfiou
às cegas no ânus, profundamente.
Depois mandou buscar uma chaleira com azeite
quente e derramou-a pelo funil. Terézio
Campolargo soltou um urro e começou a
estrebuchar.”
Tempos depois, Benjamim Campolargo se vingou e fez de Romualdo Vacariano seu refém.
Benjamim mandou que amarrassem Romualdo em uma árvore, tirassem-lhe as calças e ordenou que um de seus homens o estuprassem. Consumado o ato, gritou: “Agora
soltem a moça!”.
O rapaz nada falou, nem gritou. 
Depois de solto,apenas correu para
 o rio e se matou.
Início do século XX: progresso
1925: Getúlio Vargas, deputado federal foi a Antares para restituir a paz entre as famílias. Selada a paz Benjamim Campolargo morre algumas horas depois e Xisto Vacariano em uma semana depois.
Em 1926, Getúlio Vargas se torna Ministro da Fazenda e, tempos depois, foi eleito presidente de seu próprio Estado.
Tibério Vacariano decide tirar proveito do amigo político, compra uma casa no Rio de Janeiro e começa a fazer negócios lícitos e ilícitos.
1945: Getúlio é forçado pelo Exército a renunciar. Tibério lhe vira as costas.
Com o fim do Estado Novo e a queda de Vargas, Tibério volta para Antares e começa a alargar seu poder na cidade.
Getúlio volta novamente com força total à política; sabendo disso, Tibério tenta voltar à amizade com Getúlio, mas ele o expulsa.
1950: Getúlio vence as eleições para Presidente.
1954: Getúlio se suicida.
Segunda parte
Era depois de meia noite, uma quarta feira, Tibério estava tentando se comunicar com o palácio do governo em Porto Alegre.
Já era quase de manhã quando conseguiu falar. Tibério conversando com o governador dá a notícia da greve geral em Antares naquele dia ao meio dia. Quase enlouqueceu quando o governador reconheceu o direito que os trabalhadores tem de fazer greve.
Ele teve a certeza que o governador dormiria logo após desligar o telefone e pensaria que tudo não passou de um sonho. Enquanto isso a cidade ficaria um caos.
A ação de “O incidente” tem início em 11 de dezembro de 1963, quando é decretada uma greve geral na cidade de Antares, iniciada pelos operários das indústrias da região. 
Os funcionários do cemitério declaram sua adesão ao movimento. Com isso, ficam insepultos os corpos de sete mortos: 
D. Quitéria, matriarca dos Campolargo que morreu de enfarto; 
Dr. Cícero Branco, advogado envolvido em falcatruas com as duas famílias poderosas; 
Barcelona, o sapateiro;
Menandro o maestro , que se suicidou castigando as próprias mãos;
Erotildes, a velha prostituta, vítima de descaso médico; 
João Paz, agitador político morto depois de ter sido torturado pela polícia
Pudim de Cachaça, o bêbado, assassinado pela mulher, cansada de suas bebedeiras e agressões. 
Abandonados diante dos cemitérios, os mortos se levantam de seus caixões e se dirigem à cidade, provocando pânico na população. Separam-se, combinando reencontro para o meio-dia no coreto da praça central. Cada um deles visita seus parentes, descobrindo certas circunstâncias de suas mortes, bem como a reação de todos diante delas.  
Personagens
Coronel Tibério - dono da cidade.
D. Quitéria - matriarca dos Campolargos.
Vivaldino Brazão - prefeito da cidade.
Dr. Quintiliano do Vale - meritíssimo juiz.
gemiliano
Inocêncio Pigarço - delegado truculento.
Dr. Lázaro - médico da família Vacarianos.
Dr. Falkenburg - médico da família dos Campolargos.
Lucas Lesma - jornalista de "A Verdade".
Padre Gerôncio - sacerdote de linha tradicional.
Padre Pedro-Paulo - sacerdote moderno, de linha socialista, taxado de comunista.
Dr. Mirabeau - promotor.
Yaroslav - fotógrafo de origem checa.
Egon Sturm - paranóico teuto-brasileiro, neonazista.
Menandro de Olinda - maestro solitário.
Prof. Libindo Olivares - com a sua fama de grande latinista, helenista, matemático e filósofo.
Tipologia
Realismo – fantástico
É considerada uma característica própria da literatura latino-americana.
A principal particularidade desta corrente literária é fundir o universo fantástico à realidade, mostrando elementos irreais ou estranhos como algo habitual, sem explicação e corriqueiro. 
Narrador
Na maior parte do livro quem conta a história é o narrador heterogiegético, pois não estabelece relações com elementos da narrativa. Este narrador manifesta-se em sua totalidade de forma extradiegética, porque não possui juízo de valores. Porém existem passagens em que algumas personagens narram, (narradores homodiegéticos) como Pe. Pedro Paulo, Martin Francisco Terra, professor e pesquisador e Lucas Faria, o jornalista, que fazem parte da diegése, então são intradiegéticos.
Foco narrativo
Os fatos são narrados em terceira pessoa.
Esse narrador, ao longo da narrativa, vai simulando transcrições de pseudo-autores, como o relato do naturalista francês Gaston Gontran d’Auberville; os diários do Padre Pedro-Paulo e do Prof. Martim Francisco Terra; os artigos de Lucas Faia no jornal "A Verdade"; e excertos do livro Anatomia duma cidade gaúcha de fronteira, organizado pelo Prof. Martim e sua equipe.
Érico Veríssimo utiliza-se de todos esses recursos para organizar a sua narrativa, dando, dessa forma, a impressão de que tudo aconteceu e é verdade.
Espaço / Ambiente / Ambientação
Espaço: Cidade de Antares. (Praça, prefeitura, margem do Rio Uruguai, São Borja)
Ambiente: 1ª parte – Campolargos e Vacarianos com os jogos de força entre as famílias / 2ª parte – O atrito entre vivos e mortos que só aconteceu devido a greve dos trabalhadores
Ambientação: É dissimulada ou oblíqua. (Os lugares são construídos por um efeito de sugestão, a partir das ações dos personagens)
O autor não é muito detalhista, construiu a cidade inteira deixando os detalhes por conta do leitor. O foco do autor se concentra da história a ser contada. Cada leitor fica com o papel de imaginar o espaço pois também não é descrito a distância entre um lugar e outro. 
Tempo
1ª parte: Psicológico – conta a história de antares para situar o leitor
2ª parte: Cronológico – Onde a diegese acontece
Tema / motivo / motivação (?)
Tema de conotação política usa a figura de Getúlio Vargas com seu carisma, nacionalismo, seu populismo e com seu fascismo para criticar. A greve geral decretada pelos operários das multinacionais de Antares é uma resposta dos trabalhadores à exploração e ao salário da miséria que recebiam. Fizeram greve para "reivindicações salariais".
Nó
O que interrompe o fluxo inicial da história é a greve dos trabalhadores, gerando um problema que deve ser resolvido. 
Clímax
O auge do conflito, em que mortos e vivos se confrontam em meio à praça central da cidade. Os mortos delatam a corrupção, os adultérios e os segredos mais profundos de todos os habitantes de Antares.
Desfecho
O desfecho é a resolução do conflito central da narrativa e acontece quando Sr. Quintiliano organiza a retirada dos féretros do coreto arremessando-lhe objetos para que retornem para o cemitério.
Filme
(...)
Tanatocracia = (morte + governo)
Cafajestocracia = (cafajeste + governo)
Merdocracia = (merda + governo)
O Prof. Libindo me garante que a palavra orquídea vem do grego e significa testículo; canícula significa na realidade ‘cadela’ e que era o antigo nome da estrela Sírio. 
Digno de nota também é o verbo "filho-da-putear", usado na página 79: ... depois de se filho-da- putearem abundantemente, estavam já de revólver na mão.
Referências
ARAÚJO. Felipe, Realismo mágico. Disponível em: <http://www.infoescola.com/literatura/realismo-magico/> Acesso em: 26 out. 2015
http://www.passeiweb.com/estudos/livros/incidente_em_antares

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