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Mutação Constitucional do Conceito de Família

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PROJETO DE EXTENSÃO BASE
SEGUNDO
 ESTÁGIO
	Período Letivo: 2017.1
Tema: “Mutação constitucional do conceito de família”
Aluno: Rafaelly Medeiros Palmeira Alexandre
Turma: J – 3° Período
Monitora: Mariana Rodrigues
1.Introdução; 2. A Família na Constituição Federal de 1988 2.1. Considerações iniciais sobre o termo família; 2.2. A família na história do constitucionalismo brasileiro; 2.3. O conceito constitucional de família; 3. O pluralismo cultural consagrado pela CRFB/88 4. O reconhecimento jurídico de novas entidades familiares mediante mutação constitucional Mediação; 5.Conclusão; 6.Referências bibliográficas.
INTRODUÇÃO
O artigo tem por finalidade mostrar-nos as diversas mudanças ocorridas na concepção do conceito de família até hoje, sobretudo, com enfoque na mutação constitucional que ocorreu no art.226 da CRFB/1988, devido as recentes decisões do STF, incluindo espécies familiares não dispostas na norma positiva. Resalvo que A mutação constitucional é um processo informal no qual são atribuídas novas interpretações ao texto da Constituição de um país. Altera-se apenas o sentido do texto, e não o seu conteúdo, e foi exatamente o que ocorreu com o artigo citado acima.
A autora Manuela de Santana Passos para atingir seus objetivos, utiliza-se, inicialmente, do método histórico-analítico, com estudo histórico do conceito de família. Posteriormente passa-se a aplicação do método indutivo, com exame de casos específicos para soluções gerais. 
A FAMÌLIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
2.1 Considerações iniciais sobre o termo família
Buscando uma definição em linhas gerais, a autora nos traz uma definição de família que consiste na unidade de pessoas integradas pela possibilidade de manifestação de afeto através da convivência, publicidade e estabilidade de relações intersubjetivas.
Os grupos familiares começaram a existir em tempos primitivos da cultura humana, ou seja, na pré-história. Ali os membros do que poderia se chamar família alternavam seus pares, sem critérios como os que regem hoje em dia e, eram em sua maioria de formação eminentemente matriarcal. E na antiguidade, conforme afirma a professora Kátia Regina, a família constituía-se por meio de celebrações religiosas ou por simples convivência de um homem e uma mulher.
Com o passar do tempo passou a haver uma maior interferência do Estado no casamento e nos relacionamentos familiares, especialmente nas que sofreram interferência religiosa do cristianismo. A autora Manuela Passos, nos traz alguns exemplos que podemos citar: Na idade média, houve uma grande interferência da igreja católica, pois a monogamia era postulado básico da família e o instituto do casamento era peça fundamental para formação da entidade familiar. Na idade moderna, a família passou a ter mais expressiva normatização, pois os Estados modernos possuíam leis que regulavam, dentre outras coisas, as relações familiares.
Diante do exposto percebemos que o conceito de família se amolda a realidade social e econômica de cada época e região do planeta. Tornando-a uma tarefa árdua para o legislador a conceituação jurídica do termo, contando com o auxílio da hermenêutica para aliar a norma aos padrões contemporâneos.
2.2 A Família na história do constitucionalismo brasileiro
As diversas Constituições que o Brasil já teve foram abordando aos poucos o conceito de família. Com exceção da primeira constituição em 1824 que foi omissa no que tange a definição jurídica de família, utilizando-se apenas no âmbito infra-constitucional das Ordenações Filipinas, que mantinha um modelo de família pautado no patriarcalismo.
A religião Católica era declarada religião Oficial do Império do Brasil, existindo certas limitações e durante a vigência da Constituição de 1824 inexistia o casamento civil. Foi então que com o advento da Carta Magna de 1891, configurou-se a separação entre Estado e Igreja no âmbito do direito matrimonial, que dispôs no seu Art. 72, parágrafos 4º, in verbis: § 4º "A República só reconhece o casamento civil, cuja celebração será gratuita". Ainda no parágrafo 7º do mesmo artigo apregoou que nenhum culto ou igreja gozará de subvenção oficial, nem terá relações de dependência ou aliança com o Governo da União ou dos Estados.
Em 1988, com a Constituição da República Federativa do Brasil, grandes transformações ocorrerão na conceituação jurídica da família. A urbanização e a industrialização eram crescentes e a mulher passou a ter maior participação no mercado de trabalho.
Percebemos no texto de Manuela Passos que assim como ela mesma diz que tudo isto, aliado à conjectura política de redemocratização política, fizeram com que a nova ordem constitucional de 1988 consagrasse uma nova e revolucionária disciplina da família. A Constituição da sociedade plural também consagrou o pluralismo familiar, representando um avanço marcante na história jurídica brasileira.
2.3 O Conceito constitucional de família – art. 226 da CRFB/1988
A Constituição Federal de 1988 representou uma inovação na forma de se compreender uma constituição familiar, agora não necessariamente proveniente de um casamento formal, mas fruto de uma “união estável”, entre um homem e uma mulher, como entidade familiar protegida pelo Estado, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento (artigo 226, § 3º).
A união entre um homem e uma mulher, legalizada ou não, com certa duração, enquadra-se nos moldes de um núcleo familiar, um agrupamento de pessoas unidas por laços de sangue, vínculos afetivos e comunhão de interesses.
A Lei Maior também menciona a possibilidade de a família ser constituída por qualquer dos pais e seus descendentes (artigo 226, § 4º), reafirma a igualdade entre o homem e a mulher na sociedade conjugal (artigo 226, § 5º) e estabelece o tratamento igualitário dos filhos, sem qualquer designação discriminatória.
Os demais parágrafos do Art. 226 da CRFB/1988 tratam do divórcio e da interferência estatal para o adequado planejamento familiar e respeito mútuo entre os membros das famílias.
Assim, percebe-se que a CRFB/1988 transformou o conceito jurídico de família tornando-o plural, reconhecendo, além do casamento civil, a união estável e a monoparentalidade como formas de constituição de famílias, pondo em pé de igualdade homens e mulheres nas relações familiares. Buscou-se, pois, adequar a lei à realidade social que há muito se fazia presente.
O PLURALISMO FAMILIAR CONSAGRADO PELA CRFB/1988
Como exposto em todo o texto de Manuela Passos a Constituição Federal de 1988 rompeu drasticamente com o modelo de família até então reconhecido juridicamente, abandonando a visão patriarcal e exclusivamente matrimonializada das famílias. E foi por meio da constitucionalização das normas de Direito de Família que a doutrina e a jurisprudência passaram a se dedicar a apreciação de diversas espécies de arranjos familiares.
Ulhoa Coelho, citado no texto proposto, por exemplo, classifica espécies de famílias em dois grandes grupos: as famílias constitucionais e as não constitucionais. As constitucionais seriam aquelas presentes no art 226 da CF: as fundadas no casamento civil, na união estável e as monoparentais. Por sua vez, as famílias não constitucionais corresponderiam às famílias formadas por casais do mesmo sexo (homoafetivas) e por casais impedidos de contrair matrimônio ou estabelecer união estável.
Contudo devemos atentar que a tendência constitucional de valoração do afeto entre os membros das diversas entidades familiares aliada às diversas transformações nos costumes e práticas da sociedade brasileira fez com que a doutrina estudasse com mais afinco as variáveis de arranjos familiares.
Segundo a autora, algumas das espécies de famílias mais mencionadas são: a família matrimonializada (resultante do casamento), a família oriunda da união estável, a família paralela, ou concubinária (quando um ou ambos os cônjuges são impedidos de casar-se por ter contraído casamento anterior e não estar separado de fato), a reconstruída ou pluriparental (estrutura familiaroriginada do casamento ou da união estável de um casal, na qual um ou ambos de seus membros têm um ou vários filhos de uma relação anterior), a monoparental (formada por um cônjuge e seus filhos), a anaparental e a homoafetiva.
Apesar de nossa Constituição não ser tão antiga, o processo de globalização, e as transformações sociais ocorridas ao longo do tempo, levaram-na a uma expressiva mutação constitucional no conceito de família, de modo a ampliar ainda mais o conceito moderno existente, trazendo uma concepção plural de família, de modo a valorizar os mais diversos arranjos intersubjetivos. Por meio desta, as uniões a exemplo da união homoafetiva, compreendida como o relacionamento estável entre pessoas do mesmo sexo, passaram a ser englobadas como entidades familiares consagradas pelo Art. 226 da Constituição, ainda que não previstas em seu texto.
 O RECONHECIMENTO JURÍDICO DE NOVAS ENTIDADES FAMILIARES MEDIANTE MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
A autora relata em seu texto que em virtude da expressiva ocorrência de relacionamentos homossexuais duradouros, o Poder Judiciário passou a ser constantemente acionado para solucionar questões relativas a uniões homoafetivas, seja relativas a sucessões, direitos previdenciários, qualidade de dependente em planos de saúde e outras. Tal fato passou a ter um outro olhar do STF que, inclusive, apresentou julgado equiparando a união homoafetiva à união estável ao possibilitar a inclusão de parceiro homossexual no plano de saúde de seu companheiro. Após algum tempo, o Supremo Tribunal Federal foi acionado para enfrentar a questão da constitucionalidade da união homoafetiva como entidade familiar.
Segundo Joaquim José Gomes Canotilho, a igualdade é um dos princípios estruturantes do regime geral dos direitos fundamentais. É um pressuposto para a uniformização do regime das liberdades individuais a favor de todos os sujeitos de um ordenamento jurídico. Esse princípio traz duas implicações básicas: igualdade na aplicação do direito e igualdade na criação de direitos. E nesse ponto o autor destaca que, diferentemente da estrutura lógica de identidades, a igualdade pressupõe diferenciações e designa uma relação entre pessoas e coisas, caracterizando-se, portanto, numa igualdade relacional. Desse modo, impõe-se ao Estado uma atuação política e social de promoção de direitos àqueles que estão desamparados juridicamente, ainda que isso importe um tratamento diferenciado, como é este caso em questão sobre a união homoafetiva como entidade familiar.
Nesse sentido, o caminho para a aceitação das uniões afetivas entre iguais no âmbito do Direito de Família representa uma nova face do conceito de cidadania, transpondo a barreira do interdito, buscando a afirmação da diferença a partir da manifestação da liberdade de expressão e do direito ao livre desenvolvimento da personalidade. A eliminação das discriminações inscritas nas normas jurídicas encaminha a busca da universalidade do Direito. Deste modo colocamos o princípio da dignidade da pessoa humana como base de qualquer interpretação constitucional e civil, para garantir uma paridade entre todos os modos de família que existem.
Igualmente as uniões homo afetivas, as relações concubinárias também não encontram amparo ou regulamentação no ordenamento vigente. Entende-se por concubinário a união, não eventual, entre homens e mulheres impedidos de casar-se em virtude de união anterior e não separados de cônjuges, tais acontecimento são muito frequentes e os tribunais não possuem entendimento acerca do tema, uma vez que nossa constituição prima pelo princípio da monogamia. Ocorre que diante da evolução dos tempos e da mutação constitucional, discute-se pois sobre a possibilidade hermenêutica do reconhecimento do concubinato adulterino como entidade familiar.
DISPOSIÇÕES FINAIS
As Mutações Constitucionais nesse sentido, e em qualquer outro, nada mais são do que uma adequação da Constituição aos casos práticos. As leis existem para resguardar os direitos individuais e coletivos, então nada mais justo que as devidas modificações sejam feitas para que elas acompanhem as evoluções sociais.
É fato que o processo de mutação constitucional é longo e penoso, mas é essencial e transformador. A partir do entendimento da norma de forma abrangente podemos abrir caminho para uma reforma constitucional mais significativa, levando ao fortalecimento da legislação vigente, cujo objetivo primordial deve ser tentar se colocar em consonância com os fatos sociais geradores de conceitos doutrinários com o intuito de se tornarem normas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
USO DO ARTIGO PROPOSTO
PASSOS, Manuela de Santana. Mutação constitucional do conceito de família. p.25 , 5 fevereiro 2017.
TEXTOS NA INTERNET
MOTA, Tersio de sousa. Família. Considerações gerais e historicidade no âmbito jurídico In: Âmbito jurídico. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8845> Acesso em: 19 março 2017

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