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Canafístula: Descrição e Propagação

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL 
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA 
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
RODRIGO FIGUEIREDO DA COSTA 
 
 
 
CANAFÍSTULA: DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE E 
AS SUAS FORMAS DE PROPAGAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AQUIDAUANA - MS 
2016 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL 
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA 
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
RODRIGO FIGUEIREDO DA COSTA 
 
 
 
CANAFÍSTULA: DESCRIÇÃO DA ESPÉCIE E 
AS SUAS FORMAS DE PROPAGAÇÃO 
Trabalho escrito para a disciplina de 
Viveiros ministrada durante o sexto 
semestre do curso de Engenharia 
Florestal. 
Prof. Dr. Allan Motta Couto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AQUIDAUANA - MS 
2016 
 
i 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1 
2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................1 
 2.1 Descrição da espécie.................................................................................1 
 2.1.1 Características morfológicas......................................................2 
 2.1.2 Ocorrência....................................................................................2 
 2.1.3 Características da madeira..........................................................3 
 2.1.4 Utilidades......................................................................................4 
 2.1.5 Informações ecológicas..............................................................6 
 2.1.6 Fenologia......................................................................................6 
 2.2 Formas de propagação..............................................................................7 
 2.1.1 Propagação sexuada...................................................................7 
 2.1.2 Propagação assexuada...............................................................8 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................10 
REFERÊNCIAS..........................................................................................................10 
 
 
ii 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Exemplar de Peltophorum dubium................................................................1 
Figura 2 – A) Folha bipinada de uma Canafístula; B) Tronco cilíndrico..........................2 
Figura 3 - Mapa com os locais de ocorrência natural da Canafístula.............................3 
Figura 4 - Madeira da Peltophorum dubium..................................................................3 
Figura 5 - Esquema de uma flor de Canafístula.............................................................5 
Figura 6 - A) Fruto (Sâmara); B) Semente.....................................................................6 
Figura 7 - A: Manejo de minicepas de Peltophorum dubium; B: Estacas enraizadas 
sem aplicação de auxinas.............................................................................................9 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
 O Brasil é conhecido por possuir uma rica diversidade de espécies arbóreas. 
Segundo dados da FAO citados por MMA (2009), estima-se que no país existam no 
mínimo 7880 espécies florestais nativas, sendo este valor correspondente a 80% do 
total que pode existir. Como uma espécie florestal pode fornecer uma série de 
recursos, sendo eles madeireiros ou não madeireiros, o país possui uma infinidade de 
possibilidades de usos para essa rica e diversa flora. 
Portanto, para isso ser possível é importante que se tenha o conhecimento 
sobre essas espécies, tais como: seu local de ocorrência; características morfológicas 
e os aspectos para obtenção de sementes e produção de mudas. Ou seja, é 
necessário obter informações que possam servir de orientação para o seu cultivo, 
conforme explicado por Lorenzi (1992). 
Dentro deste contexto, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma 
descrição da canafístula (Peltophorum dubium) e as suas formas de propagação. 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
2.1 Descrição da espécie 
 A espécie Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert é uma árvore, conforme 
ilustrado na figura 1, pertencente à família Fabaceae e é popularmente conhecida 
como amendoim, angico bravo, angico amarelo e canafístula (CARVALHO et al., 
2016). Em alguns países da América do Sul, como a Argentina, ela é chamada de 
pacay e quanto a sua etimologia, a palavra Peltophorum, significa “o que conduz o 
disco”, referindo-se ao estigma, conforme explica Carvalho (2002). 
Figura 1 - Exemplar de Peltophorum dubium. 
Fonte: (CAMPOS FILHO et al., 2015) 
 
2 
 
2.1.1 Características morfológicas 
 Segundo Carvalho (2002), a Peltophorum dubium é uma árvore que perde 
totalmente as folhas durante o inverno, e por isso é classificada como caducifólia. 
Apresenta indivíduos com altura entre 10 a 20 m, podendo ter o DAP entre 35 a 90 
cm, sendo que o autor ainda afirma, que é possível encontrar indivíduos com 40m de 
altura e 300 cm de DAP na idade adulta. Apresentam folhas compostas do tipo 
bipinadas (figura 2), alternas que, segundo (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2002), 
podem ter até 50 cm de comprimento por 25 cm de largura, com 12 a 20 pares de 
pinas e, de 20 a 30 pares de folíolos elípticos oblongos por pina, opostos e com a 
ápice acuminado e base desigual. 
 Segundo Carvalho (2002), a Peltophorum dubium possui um tronco cilíndrico, 
conforme ilustrado na figura 2, mais ou menos reto, podendo ser levemente curvo e 
achatado, e possui base acanalada, com o fuste de até 15 m de comprimento. O autor 
ainda explica que a canafístula apresenta casca com espessura de até 2,5 cm, sendo 
a parte externa de coloração marrom escura, rugosa, fissurada, e a casca interna é 
dura, rósea e pouco fibrosa. 
2.1.2 Ocorrência 
 A canafístula é uma espécie nativa brasileira, presente em todo o domínio da 
floresta estacional semidecidual, além da ocorrência em formações secundárias 
(FREITAS et al., 2015). Pode ser encontrada na caatinga, cerrado, mata atlântica e 
pantanal (CAMPOS FILHO et al., 2015), entre as latitudes 7ºS a 30º S, englobando 
Figura 2 – A) Folha bipinada de uma Canafístula; B) Tronco cilíndrico. 
Fonte: (LORENZI, 1992; CAMPOS FILHO et al., 2015) 
 
3 
 
estados como Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul até 
o Rio Grande do Sul, conforme ilustrado na figura 3, tendo uma variação atitudinal de 
30 m a 1300 m de altitude (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2002). 
2.1.3 Características da madeira 
 A madeira da Peltophorum dubium é moderamente pesada, com densidade em 
torno de 0,75 a 0.9 g/cm³, rija, sujeita a empenamento durante a secagem, e quando 
presente em lugares secos apresenta uma longa durabilidade, tendo uma resistência 
moderada ao apodrecimento, ao ataque de fungos e cupins (LORENZI, 1992; 
CARVALHO, 2002). Possui um alburno róseo-claro levemente amarelado, conforme 
ilustrado na figura 4. 
Figura 3 - Mapa com os locais de ocorrência natural da Canafístula. 
Fonte: (CARVALHO 2003 apud BERTOLINI et al., 2015) 
Figura 4 - Madeira da Peltophorum dubium. 
Fonte: (CAMPOS FILHO et al., 2015) 
 
4 
 
 Por muitos anos, a madeira da canafístula foi desprezada comercialmente, 
entretanto atualmente ela tem sido utilizada em vários produtos, conforme relata 
Carvalho (2002). Isso ocorre em função da qualidade da sua madeira, que permitiu 
que canafístula tenha um bom valor econômico, e tida como uma espécie promissora 
(MATTEI et al., 2002). Segundo Campos filho et al. (2015), o valor da madeira em pé, 
em média durantes os anos de 2014e 2015, era em torno de R$ 136,67 a R$ 570,00 
por m³. 
2.1.4 Utilidades 
Segundo Lorenzi (1992), a madeira é utilizada na construção civil, marcenaria, 
tanoaria (construção de vasilhames de madeira para guardar vinho), carrocerias, 
dormentes, serviços de torno. Na construção civil, é empregada como vigas, caibros, 
ripas, marcos de portas, janelas e assoalhos (CARVALHO, 2002). 
 A madeira de Peltophorum dubium pode ser utilizada como alternativa de 
suprimento a setores industriais, nos formatos de pellets, briquete e fluff, conforme 
relata Eckert et al., (2015). Ela verificou em seus testes que a madeira obteve baixa 
quantidade de umidade e cinzas, assim como alto poder calorífico, com valores 
superiores a 4192 kcal/Kg. 
 A canafístula pode ser empregada na produção de papel, conforme relata 
Paula et al. (1989). E dentre outras utilidades, como citado por Carvalho (2002), tais 
como: apícola, medicinal e paisagístico. Ainda segundo o autor, a Peltophorum 
dubium pode ser utilizada em atividades de reflorestamentos para recuperação de 
áreas degradadas. 
 Em solos contaminados por cobre, pode-se utilizar da canafístula para o 
processo de fitorremediação, ou seja, utilizar a planta para remover ou tornar menos 
nocivos a contaminação desse metal pesado no solo. Isso foi verificado Silva et al. 
(2011) que em seus testes verificou que as raízes da Peltophorum dubium 
apresentavam tendência em armazenar o cobre, sendo isso um fator importante para 
o sucesso da fitorremediação. 
 
 
 
5 
 
2.1.5 Informações ecológicas 
 Segundo Carvalho (2002), a canafístula é uma espécie secundária inicial 
(DURIGA et al., 1990 apud CARVALHO, 2002), como também uma pioneira, conforme 
relata Lorenzi (1992). É uma planta heliófita, ou seja, precisa de total exposição solar, 
abundante em formações secundárias, com indivíduos ocupando o estrato dominante 
do dossel da floresta primária, e possui preferência por solos argilosos úmidos e 
profundos de beira de rios (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2002) 
2.1.6 Fenologia 
 Carvalho (2002) relata que as flores da canafístula são amarelos vivas ou 
alaranjadas, com até 2 cm de comprimento. Possuem 10 estames (figura 5), com 
filetes livres com tufo de pelos na base, subiguais em comprimento, anteras rimosas, 
gineceu estipitado e estigma peltado (MORIM et al., 2007). As inflorescências têm 
formato de panículas terminais, racemosas, com ramificação dicotômica cimosa e 
sistema sexual hermafrodita (SILVA, 2007 apud BERTOLINI et al., 2015) 
 Segundo Lorenzi (1992), a floração acontece abundantemente durante os 
meses de dezembro-fevereiro, podendo variar de acordo com o lugar, conforme 
explica Carvalho (2002) onde lugares como São Paulo, a floração ocorre de setembro 
a março, ou em novembro, como ocorre no Mato Grosso do Sul. O mesmo autor cita 
que a polinização é feita principalmente por abelhas e outros insetos pequenos. 
Figura 5 - Esquema de uma flor de Canafístula. 
Fonte: (MORIM et al., 2007) 
 
6 
 
 O fruto da canafístula é uma sâmara (figura 6) com 4 a 9,5 cm de comprimento 
e 1 a 2,5 cm de largura (CARVALHO, 2002; MORIM et al., 2007). Apresenta coloração 
castanho escura, e pode ser encontrado de uma a duas sementes em cada fruto, e a 
sua dispersão é feita através de anemocoria com o auxílio do vento, conforme explica 
Bertolini et al., (2015). A maturação dos frutos ocorre entre os meses de março e abril, 
porém, como relata Lorenzi (1992), as vagens permanecem viáveis na árvore por 
muitos meses. 
2.2 Formas de propagação 
 Existem duas maneiras de realizar a propagação de uma espécie de planta: via 
propagação sexuada ou assexuada. A escolha de qual método utilizar, é influenciado 
principalmente pelas características da planta que se deseja multiplicar. Segundo 
Fronza et al. (2015), cada método possui suas vantagens e desvantagens, e é 
importante o viveirista conhece-los para assim pode escolher o método mais viável 
para atender os seus objetivos. 
2.2.1 Propagação sexuada 
 A propagação sexuada é baseada no uso de sementes para a obtenção de 
novas plantas. Essas novas plantas são resultado do encontro do gameta masculino 
com o gameta feminino, formando uma nova célula, chamada de zigoto, que se 
formará no interior do ovário, após a polinização. Esse zigoto, quando se desenvolver, 
originará uma semente, que será a percursora de uma planta (FRONZA et al., 2015). 
Figura 6 - A) Fruto (Sâmara); B) Semente. 
Fonte: (LORENZI, 1992) 
 
7 
 
O primeiro passo para realizar a produção de mudas por meio de sementes, é 
a colheita. Segundo Carvalho (2002), os frutos de canafístula devem ser colhidos 
quando estas mudam da cor verde-escura para marrom. A coleta dos frutos deve ser 
feita diretamente da árvore, conforme relata Lorenzi (1992), uma possível explicação 
para esta recomendação, é o fato da germinação de sementes de canafístula ser 
dificultada pela alta incidência de fungos (FRONZA et al., 2003). Em seguida, 
recomenda-se retirar as sementes das vagens, já que a semeadura das próprias 
vagens como se fossem sementes, pode resultar na formação de mudas tortas ou 
defeituosas. 
Para avaliação da viabilidade e do vigor das sementes coletadas de canafístula, 
recomenda-se utilizar o teste de tetrazólio. Segundo Oliveira et al. (2005), este teste 
reflete a atividade das enzimas desidrogenases, envolvidas no processo de 
respiração. O mesmo autor explica que pela hidrogenação do 2, 3, trifenil cloreto de 
tetrazólio é produzida nas células vivas, uma substância vermelha, estável e não 
difusível, chamada de trifenil formazan e essa substância permite distinguir as partes 
vivas coloridas de vermelho, daquelas mortas que mantêm a sua cor, evidenciando a 
viabilidade da semente. Oliveira et al. (2005), no fim do seu experimento, concluiu que 
é possível avaliar a qualidade de lotes de sementes de Peltophorum dubium, 
utilizando concentração 0,1% da solução de tetrazólio por 150 minutos a 25ºC. 
 Conforme relata Fowler et al. (2000), às vezes, um embrião maduro não 
consegue completar seu desenvolvimento após a fertilização. Isto acontece, porque a 
germinação pode ser afetada por alguns fatores externos como luz, umidade e 
temperatura. Essa ausência de germinação, mesmo com a semente viável e exposta 
a condições ambientais favoráveis, é chamada de dormência (FRONZA et al., 2015). 
 Dentre os tipos de dormência que existem, podemos citar a dormência devido 
a substâncias promotoras e inibidoras, ou devido ao embrião estar subdesenvolvido, 
mas a que mais tem trazido transtornos para os viveiristas, que trabalham com a 
produção de mudas de canafístula, é a dormência imposta pelo tegumento (OLIVEIRA 
et al., 2003). 
 Existem na literatura, diversos tratamentos que possuem como objetivo superar 
esse tipo de dormência que as sementes de Peltophorum dubium tem. Em todos, o 
 
8 
 
princípio é dissolver a camada cuticular cerosa ou formar estrias (ou perfurações) no 
tegumento das sementes. Isso é importante, porque, segundo (BIANCHETTI et al., 
1982 apud OLIVEIRA et al., 2003), após a ruptura, imediatamente ocorre a 
embebição, o que resulta no início do processo de germinação, e dentre dos 
tratamentos existentes, destaca-se as escarificações mecânicas e química, além da 
imersão das sementes em água quente. 
E Oliveira et al. (2005), testando métodos de superação de dormência da 
canafístula, concluiu que o tratamento de imersão das sementes em água quente 
(95ºC), e em seguida, sua permanência na mesma água por 24 horas, fora do 
aquecimento, é eficiente na quebra de dormência, destacando-se também por ser um 
método prático e dispensa o uso de tratamentos de desinfestação. 
 Segundo Carvalho (2002),a semeadura pode ser feita diretamente em 
recipientes, onde é recomendado semear duas sementes, para garantir a germinação. 
Para recipientes, como o saco de polietileno, recomenda-se que suas dimensões 
sejam no mínimo de 20 cm de altura e 7 cm de diâmetro. Foi verificado que mudas 
produzidas em tubetes de polipropileno de tamanho médio são três vezes menos 
custosos comparado com os sacos plásticos (MACHADO et al., 1998 apud 
CARVALHO, 2002). Carvalho ainda afirma que para a repicagem, se necessária, deve 
ser feita entre três a cinco semanas após a germinação, ou quando a muda estiver 
com altura entre 3 a 6 cm. Segundo Lorenzi (1992), o desenvolvimento das mudas é 
rápido, ficando prontas para plantio no local definitivo em 4 a 5 meses. 
 Meneghello et al. (2004) verificou que a canafístula possui potencial de ser 
utilizada em métodos de regeneração por semeadura direto em campos 
abandonados. Mattei et al. (2002), verificou que a semeadura direta de canafístula 
também pode ser utilizada como forma de enriquecer áreas de capoeira. 
2.2.2 Propagação assexuada 
 A propagação assexuada é baseada na produção de mudas que são clones de 
um indivíduo que possui características que são desejadas para algum fim. Isso é 
importante para a silvicultura porque genótipos de alta produtividade e qualidade 
podem não produzir quantidades suficientes de sementes que possa manter um 
 
9 
 
programa de melhoramento ou plantios comerciais (FERREIRA, 1997 apud 
MARCOLINO, 2010). 
A estaquia é um processo de propagação que consiste em inserir um segmento 
do vegetal em condição adequada de enraizamento e desenvolvimento da parte 
aérea. Segundo Carvalho (2002), é possível realizar a produção de clones de 
canafístula por meio de estaquia radiciais. Cristian et al. (2014), verificou que a técnica 
de minicepas e miniestacas, (figura 7) possuem um grande potencial para produção 
massiva de mudas de Canafístula, gerando brotos vigorosos e com produção de 
miniestacas com alta capacidade de sobrevivência e enraizamento. 
A produção de clones de Canafístula também pode ser feito através de 
enxertia, ou seja, através de união de partes de interesse de indivíduos distintos. A 
enxertia pode ser feito através do método de garfagem em feia cheia, após 30 dias, 
com 100% de pegamento (SILVA, 1982 apud CARVALHO, 2002) 
Um outro método de propagação assexuada de canafístula é por meio de 
micropropagação. Segundo Grattapaglia et al. (1998) apud Bassan et al. (2006), esse 
método destaca-se por ser a aplicação mais prática da cultura de tecidos, sendo 
amplamente utilizado em diversos países no mundo. Uma das vantagens da utilização 
desse método é a produção de mudas durante todo o ano, formando indivíduos com 
elevada qualidade sanitária (BASSAN et al., 2006). Segundo Curti (2011), a 
canafístula possui potencial para a micropropagação, e seu estudo visualizou que a 
combinação de vermiculita, meio nutritivo e ágar, apresentou os melhores resultados 
para formação de raízes assim como na qualidade do sistema radicular formado. E 
Figura 7 - A: Manejo de minicepas de Peltophorum dubium; B: Estacas enraizadas 
sem aplicação de auxinas. 
Fonte: (CRISTIAN ET AL., 2014) 
A B 
 
10 
 
Bassan et al. (2006) verificou que para o estabelecimento in vitro de canafístula, não 
existe diferença entre a utilização dos explantes ápice caulinar e segmento nodal. 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Portanto, foi visto que a espécie Peltophorum dubium, conhecida popularmente 
como canafístula, pertence à família Fabaceae, podendo ser encontrada em quase 
todo território brasileiro. É uma árvore que possui um tronco retilíneo, e a sua madeira 
é densa, resistente a fungos. Ela se destaca por ter diversas finalidades seja para 
construção civil, produção de pellets, produção de celulose e até para fitorremediação. 
Suas flores são de cores amarelas e a sua floração varia dependendo do local, sendo 
que em média ocorre entre dezembro e fevereiro, e os frutos são sâmaras, cuja 
dispersão é majoritariamente feita através de anemocoria. É uma espécie que tanto 
pode ser propagada via sementes, com necessidade de superação de dormência, 
como propagação clonal seja via estaquia, enxertia e micropropagação. 
REFERÊNCIAS 
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