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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS ENXERTIA GIULIANNO GRILLO POLARI – 21850886 IANA RAQUEL ROSA DA COSTA RODRIGUES – 21954426 KARLA CRISTINA – 21951640 VITORIA SILVA DA SILVA – 21952920 MANAUS – AM 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS ENXERTIA GIULIANNO GRILLO POLARI – 21850886 IANA RAQUEL ROSA DA COSTA RODRIGUES – 21954426 KARLA CRISTINA COSTA – 21951640 VITORIA SILVA DA SILVA – 21952920 O presente trabalho é apresentado como requisito parcial para a obtenção de aprovação da disciplina de Viveiros Florestais, no curso de Engenharia Florestal, na Universidade Federal do Amazonas – UFAM. MANAUS – AM 2022 2 3 INTRODUÇÃO A enxertia é um método de propagação vegetativa de plantas, que leva em conta a capacidade de duas ou mais plantas combinarem e crescerem simultaneamente em um único pé, consiste na união de duas espécies diferentes ou é possível enxertar plantas do mesmo gênero, ou pelo menos da mesma família. O processo acontece entre uma parte da planta denominada enxerto ou cavaleiro, árvore que, no final, vai produzir os frutos, e a mesma é inserida em outra parte de outra planta que pode ser o sistema radicular ou o caule, conhecido como porta-enxerto ou cavalo, é a que vai dar suporte, fornecendo água e nutrientes. Existem métodos de enxertia mais utilizados, como a borbulhia, que consiste em se destacar a gema vegetativa, ou borbulha, da planta matriz, aquela selecionada para propagação e introduzi-la no porta-enxerto, que pode ser de uma espécie próxima, ou a mesma. A garfagem é outro método, onde se destaca parte do ramo (enxerto) que será inserido no caule de outro (porta-enxerto). Dentre estes métodos são classificados alguns tipos, onde são selecionados aqueles que garantem maiores chances de sucesso. O porta-enxerto é responsável por conduzir minerais pela planta, enquanto que o enxerto é a parte de interesse da planta para continuar o desenvolvimento, sendo também responsável pela condução de substâncias orgânicas produzidas pela fotossíntese da planta enxertada. Os enxertos são oriundos de partes da planta principal que se deseja propagar, enquanto que o porta-enxerto, geralmente, utiliza sementes. No enxerto cada planta conserva suas características e os tecidos não são unidos por completo. Há sempre uma visível linha de separação entre elas. Entretanto, a condução de água e minerais pelo xilema e as substâncias orgânicas originadas pela fotossíntese e transportada pelo floema sucede normalmente. Seu uso comercial é extenso na produção de frutas, fruticultura, utilizada na produção de mudas de: laranja, limão, manga, uva, tomate, pêssego, entre muitas outras. O grande propósito é juntar as melhores características de duas plantas em uma só. Certas copas produzem bons frutos em quantidade e qualidade, mas suas raízes morrem com o ataque de certas doenças. Enxertando a copa em um cavalo (base) resistente, temos uma planta produtiva e resistente. 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A Enxertia é uma técnica que consiste em unir dois indivíduos, cuja parte superior formará a copa (enxerto) e a base, o sistema radicular (porta-enxerto) da planta. Por meio da enxertia é possível associar características de interesse de indivíduos, capazes na melhoria da qualidade dos frutos, adaptação edafoclimática e no aumento da produção (ORAZEM et al., 2011; FORCADA et al., 2012; PEREIRA, 2014; HUSSAIN et al., 2013). Segundo as recomendações técnicas da Embrapa, uma das razões para aplicar as técnicas de enxertia em frutíferas, seria a preservação/multiplicação de variedades nobres (em qualidade e produtividade). Evitando segregações indesejáveis (Embrapa, 2005) Dentre os vários métodos de propagação vegetativa, a enxertia é uma estratégia de baixo custo e efetiva para resgatar materiais superiores, criar pomares para produção de sementes melhoradas e obter propágulos para outras técnicas, como estaquia e miniestaquia (Hartmann et al. 2011). A técnica é usada para propagar espécies do gênero Pinus para formar bancos e pomares clonais para produção de sementes. As espécies de Pinus, de modo geral, não apresentam capacidade de brotação das touças, atualmente a técnica de enxertia seriada tem sido usada para rejuvenescer o propágulo vegetal (galhos obtidos da copa de árvores adultas). Após uma série de enxertias sucessivas, cerca de cinco, as plantas emitem brotações de material mais juvenil que podem produzir estacas com boa capacidade de enraizamento (De Paula, Valeri e Medeiros,2016). Em espécies florestais, a enxertia acaba contribuindo no rejuvenescimento de indivíduos adultos, com idade cronológica avançada, em que propágulos maduros são enxertados em um porta-enxerto juvenil, promovendo o rejuvenescimento destes materiais (WENDLING; XAVIER, 2001). No estudo com espécies de eucalipto (MORAES; Silva; Abílio; Pieroni; Gonçalves; Mori, 2013) o método modificado de enxertia de garfagem lateral mostrou-se promissor para a confecção de mudas enxertadas das matrizes superiores para os programas de melhoramento florestal, assim como para compor os pomares indoor e outdoor para a produção de pólen e sementes. 5 Enxertia por borbulhia A enxertia de gemas ocorre quando as plantas são cultivadas no campo e, quando atingem um diâmetro mínimo do caule, essa técnica pode ser aplicada e enxertada com sucesso (Baldoni et al., 2017). Esta é a técnica de enxertia de pêssego e ameixa mais utilizada no sul do Brasil. O uso de uma única gema ou borbulha permite a produção de mudas em um ciclo vegetativo. Geralmente realizada entre novembro e dezembro em porta-enxertos com cerca de 10 mm de diâmetro. A enxertia neste ponto, aliada a outros cuidados que devem ser feitos no viveiro (irrigação, adubação, capina, etc.), geralmente produz mudas que atendem aos padrões de plantio estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o plantio no inverno seguinte. Para se fazer uma operação de enxertia, o primeiro passo é obter borbulhas ou gemas. Os brotos mais vigorosos do ano devem ser retirados da planta-mãe, devidamente identificados e saudáveis, que tenham passado por podas drásticas para produzirem volume vegetativo maior. Os ramos devem ser colhidos de preferência no mesmo dia em que as gemas são enxertadas. Com a ajuda de uma tesoura, retira-se imediatamente as folhas cortando o pecíolo na base do limbo. Os ramos sem folhas devem ser colocados em local fresco com a base (cerca de 5 cm) imersa em água. Se os ramos precisarem ser armazenados por alguns dias, é aconselhável que os mesmos sejam embrulhados com papel ou pano umedecido e armazenar na geladeira a cerca de 5ºC. Com a antecedência de 20 a 30 dias, o porta-enxerto deve ser podado para remoção de todos os ramos laterais dentro de 30cm do solo. Para esse modo de enxertia, o enxertador realiza uma incisão em “T” no porta-enxerto, de cabeça para baixo ou não, tendo 20 cm acima do solo e utilizando a lâmina do canivete para soltar parcialmente a casca (Figura 1). Em seguida, retira-se a borbulha da variedade a ser enxertada. Para isso, usa-se uma faca para cortar a parte do galho que contém o nó de cima para baixo, aprofundando o corte até atingir parte do lenho. Sob a gema, corta-se lateralmente ao longo do galho até o lenho, retirando a borbulha sem o lenho (Figura 1). As borbulhas são então introduzidas no “T” previamente feito no porta-enxerto. O excesso de casca com a borbulha deve ser removido de forma que 6 a extremidade da casca coincida com a linha horizontal do “T”. O enxerto é então amarrado com plástico (n° 10), deixando a borbulha livre (Figura1). Figura 1. Método de enxertia por borbulha. Em seguida, quebra-se o porta-enxerto para o outro lado do ponto de enxertia, a cerca de 10 cm acima do ponto de enxertia. Esta quebra irá induzir a germinação de gemas de porta-enxertos, incluindo gemas enxertadas. Após 15 dias, corte o porta-enxerto onde ocorreu a quebra. As brotações do porta enxerto devem ser removidas deforma gradativa, retirando-se as maiores até que o broto originado da borbulha enxertada cresça cerca de 15 cm, removendo os restantes. Após um mês da enxertia, pode-se fazer a retirada definitiva da parte que ficou acima do enxerto feita através de um corte em bisel. Nessa fase, é feita a remoção do plástico e das outras brotações que tenham surgido além do enxerto. Enxertia por garfagem em fenda cheia Para realizar esse tipo de enxertia é necessário que com o auxílio de um canivete ou faca seja feito um corte em forma de “V” ou fenda de aproximadamente 2,5 cm de profundidade, na parte apical do enxerto em 20 cm de altura, com isso será feito o encaixe do garfo. (FIgura 2) 7 Na parte inferior será feito um corte agudo de forma prismal, deve ser um corte preciso, onde o galho superior encaixe perfeitamente no inferior. Feito o encaixe deve ser posto algo para segurar no local como uma fita plástica ou filme de cozinha, o objetivo é de fixar e haver o maior contato entre os galhos, assim existindo a passagem de água e nutrientes necessários. (Figura 2) Figura 2. Método de enxertia de fenda cheia. Enxertia por garfagem em fenda lateral A garfagem em fenda lateral é um método de enxertia em que o enxerto é inserido numa fenda feita lateralmente no porta-enxerto. Faz-se uma incisão oblíqua em forma de fenda lateral no porta-enxerto, localizada 6 cm a 8 cm acima do colo da planta. Escolhe-se um enxerto com diâmetro semelhante, com gema terminal em início de desenvolvimento. Na extremidade oposta a essa gema (na base do enxerto) (Figura 3), faz-se uma cunha (cortes em bisel) para inserção na fenda do porta-enxerto. (EMBRAPA, 2015) Figura 3. Método de enxertia por garfagem de fenda lateral 8 Em seguida, no local da enxertia, faz-se o amarro com fita de plástico transparente para pressionar as partes enxertadas. Posteriormente, cobre-se o enxerto com saco de plástico transparente, amarrando-o na base da enxertia. As mudas enxertadas por garfagem devem ser mantidas em viveiro coberto com 50% a 70% de sombra por 10 dias após a pega. (EMBRAPA, 2015) Além destes métodos de garfagem, existem os métodos de: ● Garfagem em fenda dupla realizada quando o garfo é de diâmetro inferior ao raio do cavalo, o método é igual ao de fenda, mas utilizam-se dois garfos, um para cada extremidade. ● Garfagem em meia-fenda cheia é necessário ser feita uma fenda no cavalo, no sentido do raio, até atingir a medula, a fenda pode estender-se a até cerca de 2 a 3 centímetros, no sentido do comprimento do ramo. O garfo deve ser preparado na forma de bisel e deve ter aproximadamente o mesmo comprimento da incisão lateral. ● Garfagem em meia-fenda esvaziada parecido com o método anterior, diferindo por se praticar duas incisões convergentes, de modo a retirar uma cunha de madeira ao esvaziar a incisão. É o mais adequado para espécies de lenho duro. ● Garfagem em fenda incrustada utilizada como a garfagem de meia-fenda esvaziada, diferindo que a fenda não atinge a medula. É geralmente utilizada quando os garfos são mais finos. ● Garfagem em fenda a cavalo ou garfagem no enxerto consiste em decepar o cavalo fazendo com que ele tome forma de cunha. O enxerto é cortado e nele é feita uma fenda. Depois, faz-se a junção das partes e amarra-se o fitilho e o saco plástico. É o oposto da garfagem em fenda. ● Garfagem inglesa simples feita apenas se o cavalo e o cavaleiro tiverem o mesmo diâmetro. Faz-se um corte em forma de bisel no cavalo e no cavaleiro e uni-se as partes, amarrando em seguida. ● Garfagem inglesa complicada parecida com a inglesa simples, mas faz-se uma incisão longitudinal em ambas as partes a unir, feita no terço inferior do garfo, se a do cavalo for feita no terço superior, para haver perfeito encaixe entre as fendas. Esse método dá ao enxerto maior penetração de uma parte sobre a outra, implicando em mais fixação. 9 https://pt.wikipedia.org/wiki/Raio https://pt.wikipedia.org/wiki/Medula https://pt.wikipedia.org/wiki/Comprimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Bisel https://pt.wikipedia.org/wiki/Incis%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Lateral https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Convergente&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Lenho https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Decepar&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fitilho&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Longitudinal https://pt.wikipedia.org/wiki/Penetra%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Fixa%C3%A7%C3%A3o REFERÊNCIAS BALDONI, A. B.; SILVA, A. J. R.; ROELIS, B. V.; PEREIRA, L. L.; TARDIN, F. D.; TONINI, H. Enxertia de genótipos superiores em castanheira-do-brasil para a formação de um jardim clonal. 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