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Petição Inicial Mandado de Injunção

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Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal 
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS SERVIDORES EM SAÚDE, pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob nº, com sede na Rua, Nº, Bairro, na cidade de Goiânia - Estado de Goiás, e endereço eletrônico; neste ato representada por Auxiliadora, brasileira, casada, servidora pública, portadora da Cédula de Identidade de número; inscrita no CPF sob número; residente e domiciliada à Rua; Nº; Bairro; na cidade de Goiânia - Estado de Goiás, e endereço eletrônico; vem por intermédio de seu procurador, conforme mandato juntado em anexo, que esta subscreve, com escritório situado na Rua, Nº, Bairro, na cidade de Goiânia – GO, e endereço eletrônico, onde recebe publicações e intimações, interpor 
MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO
 Em face do CONGRESSO NACIONAL, com fulcro nos artigos 5º, LXXI; 102, I alínea q e 9º da CRFB e Art. 12, III da Lei 13.300/16 pelos motivos abaixo expostos. 
DO CABIMENTO 
A Carta Magna prevê em seu artigo:
 “ 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;”
A legislação constitucional vem garantir o amparo dos direitos fundamentais da ineficiência legislativa em regulamentar a aplicabilidade dos direitos previstos pela Constituição. 
O direito aqui não regulamentado é o direito de greve dos servidores públicos, apesar da previsão constitucional no artigo:
 “ Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.”
 
DOS FATOS - INVIABILIDADE DO EXERCÍCIO DO DIREITO 
Os servidores aos quais a associação solicitante representa, buscando melhorias salariais em janeiro a julho de 2016, fizeram diversos movimentos grevistas em apoio ao Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Goiânia, porém a administração pública do município decidiu não negociar com os grevistas e, nesse sentido, cortou todos os pontos (controles de jornada diária), o que acarretou em faltas, abertura de procedimentos administrativos, bem como cortes salariais dos servidores públicos participantes do aludido movimento grevista. 
Diante de tal abuso na postura da administração pública, os servidores viram-se desfavorecidos legalmente frente à ausência de norma que regulamentasse o direito de greve já lhes garantido pelo texto constitucional. 
DO DIREITO 
1- Da Legitimidade Ativa 
A solicitante, como representante nacional dos servidores em saúde devidamente constituída, conforme documentos anexos, tem licitude para interpor a presente ação constitucional na defesa dos interesses dos servidores públicos, como disposto no artigo 3º da lei 13.300/16
 
2- Da Legitimidade Passiva 
Como presume no artigo 3º da lei 13.300/16 o impetrado deve ser o “Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora”. Portanto, como trata-se de legislação federal do âmbito trabalhista, é atribuição do Congresso Nacional a ação da lei. 
3- Da competência 
Conforme o artigo 102, I alínea q da CRFB compete ao Supremo Tribunal Federal o julgamento do mandado de injunção quando a omissão legislativa partir do Congresso Nacional. 
4- Da Omissão Legislativa 
Dispõe o artigo 9º da Constituição Federal, que “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”, entretanto, os servidores públicos, por não estarem classificados como trabalhadores do âmbito privado, não possuem tal direito regulamentado. 
O direito de greve é um direito fundamental, que assiste aos trabalhadores como uma das máquinas de equilíbrio da relação de emprego, onde quem está a serviço se vê em notável desvantagem em relação a quem tem o poderio econômico e arbitrário. 
Assim, como os trabalhadores da iniciativa privada, os servidores públicos também possuem a relação de emprego com o Estado. Portanto, ainda que regulada por estatuto próprio e não pela CLT, é a relação de emprego entre os servidores e o Estado que está amparada pela Constituição, que prevê o direito de greve aos trabalhadores para a defesa de seus interesses. 
Dessa forma, diante do tratamento regimental especial em relação à prestação de serviço mediante relação de emprego dos servidores públicos, necessitam estes de uma lei exclusiva que trate do direito de greve e que observe as características do regulamento do serviço público. 
DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer a impetrante à Suprema Corte: 
- Seja a presente ação constitucional julgada totalmente procedente para suprimir a lacuna legislativa e ter garantido o direito de greve assegurado pela Carta Magna, sob efeito “erga omnes” ; 
- A notificação dos representantes do Congresso Nacional, Excelentíssimos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, para que, em dez dias, conforme artigo 5º, I da Lei 13.300/16, apresentem informações; 
- Enquanto não for editada a norma atinente ao direito de greve dos servidores públicos, que sejam aplicadas as mesmas regras do setor privado; 
- Que sejam anuladas as faltas, as aberturas de procedimentos administrativos, bem como os cortes salariais dos servidores públicos participantes do movimento grevista narrado na presente ação; 
- Sejam devolvidos os valores descontados dos servidores que exerceram legitimamente o direito constitucional de greve; 
- Provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. 
Dá-se a presente ação constitucional, para efeitos fiscais, o valor de R$1.000,00 (mil reais). 
Nestes termos, pede deferimento.
Goiânia, 15 de setembro de 2016.
Advogado(a)
OAB

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