Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sipuncula e Echiura Prof. Wendel Pontes • Sipúnculos (Sipuncula) e equiúros (Echiura) são vermes marinhos celomados. • Não apresentam segmentação corpórea. • Possuem segmentação espiral na fase de desenvolvimento larval e possuem larva trocófora. Sipuncula Echiura Echiura • Echiura – estrutura do corpo • O corpo pode ser dividido em duas partes: tronco e prostômio • O tronco é cilíndrico e robusto, não segmentado. • O prostômio, ou probóscide é anterior e achatado. É pré-oral e prêensil. O prostômio pode ser ciliado ventralmente e glandular. É bastante móvel e capaz de se esticar consideravelmente. • O tronco possui um par de cerdas na região ventral anterior do corpo e também pode possuir círculos de cerdas em forma de gancho na região posterior do corpo, usadas para ancoragem e escavação. • Parede do corpo – composta por cutícula fina, epiderme glandular e três camadas de músculos. Possui peritônio ciliado que reveste o celoma. • As três camadas musculares são constituídas por músculos circulares, longitudinais e helicoidais cruzadas (na sequência de camadas mais externa para a mais interna) • A parede do corpo do prostômio difere da do tronco por ser ventralmente ciliada, não apresentar celoma amplo e possuir musculatura mais desenvolvida. • A circulação de água dentro da galeria é promovida por contrações peristálticas do tronco. Os equiúros são animais muito lentos • Movimentos de retração e contração do prostômio são usados para alimentação e fuga diante de predadores. • O sistema nervoso é subepidérmico, formado por um anel nervoso que circunda o prostômio do adulto, a partir do qual se projeta um cordão nervoso mediano- ventral que se estende ao longo do corpo. • O cordão nervoso projeta ramificações laterais segmentares pareadas, que invervam a musculatura e parede do corpo. • Hábitos alimentares – os equiúros são na sua maioria comedores de depósitos. Algumas espécies secretam uma rede mucosa que se adere nas paredes da galeria, captando todo material em suspensão que passa pela rede durante a circulação de água. Quando cheia, a rede é fechada e ingerida. • As galerias dos equiúros são utilizadas por outros organismos como abrigo. • O prostômio pode ser distendido na superfície do substrato e se curvar ventralmente, de forma a transportar partículas alimentares até a boca. • O sistema digestivo é suspenso no celoma. A boca se encontra na região ventral do prostômio e o ânus na extremidade posterior do corpo. • O intestino é a maior parte do sistema digestivo. Possui um intestino acessório que se origina da parte anterior do intestino principal, corre paralelo a este e depois une-se novamente. Esse intestino acessório é chamado de sifão. • O sifão absorve a água ingerida, para evitar a diluição das enzimas digestivas no intestino. • A parte posterior do intestino se dilata, formando a cloaca, por onde desembocam os túbulos excretores. • Os equiúros possuem duas cavidades celômicas, separadas por um septo. Possuem o celoma do corpo e o celoma do prostômio. • O celoma do corpo não é segmentado. O fluido celômico circula pela cavidade através de ação muscular e cílios do peritônio. O celoma do corpo possui celomócitos com hemoglobina, amebócitos e células germinativas. • O celoma do prostômio é reduzido e não possui celomócitos. Prostômio Tronco • O sistema circulatório (hemal) ocorrem na grande maioria dos equiúros. Um seio sanguíneo ou hemal circunda o intestino anterior, a partir do qual parte um vaso para o prostômio. • Do prostômio, o sangue retorna através de dois vasos, que se unem na parte anterior do corpo, formando um único vaso longitudinal ventral que se estende pelo tronco. • Esse sistema circulatório não está envolvido com respiração (não possui pigmentos) e deve estar relacionado com o transporte de nutrientes para os músculos, prostômio e sistema nervoso. • As trocas gasosas devem ocorrer pela superfície do corpo (prostômio e tronco). • Como o prostômio é achatado, as trocas gasosas ocorrem por difusão simples. • O tronco, por ser espesso, precisa de um reforço adicional de transporte de oxigênio, além do obtido por difusão pela parede do corpo. Alguns equiúros complementam a oxigenação através de trocas gasosas realizadas no intestino posterior e cloaca, cujos movimentos de contração e relaxamento promovem a circulação de água. A utilização da cloaca e do intestino posterior para obter oxigênio é chamada de pulmão de água. • A excreção se dá através dos sacos anais. • O sacos anais são divertículos ocos de paredes finas, que se originam da parede da cloaca e se alongam pelo interior do tronco. • Os sacos são cobertor por inúmeros funis ciliados com válvulas por onde o fluido celômico entra. • Os sacos anais produzem a urina, que é eliminada pela cloaca. • Os sexos são separados e em algumas espécies o dimorfismo sexual é bem acentuado. • Uma gônada está aderida ao vaso sanguíneo ventral no tronco. A partir da mesma os gametócitos são lançados no celoma e amadurecem, virando gametas. Os gametas são capturados e armazenados no saco genital. • Os equiúros eliminam os gametas pela contração dos sacos genitais, para fora do corpo através de poros ventrais. • A fertilização é externa. • O desenvolvimento é indireto, formando um larva trocófora planctônica, com manchas ocelares e prototróquio e telotróquio desenvolvidos. • No desenvolvimento, a região pré-trocal dá origem ao prostômio e a zona de crescimento e o pigídio dão origem ao tronco. • DIVERSIDADE DE ECHIURA • Ordem ECHIUROINEA – sistema circulatório presente, intestino posterior e cloaca não adaptados para trocas gasosas. 130 espécies descritas • Ordem XENOPNUESTA – sistema circulatório ausente, intestino posterior adaptado para trocas gasosas. Probóscide muito curta. Uma família com quatro espécies. • Ordem HETEROMYOTA – sistema circulatório presente com muitas dilatações. Intestino posterior não alargado. Uma família com uma espécie. Sipuncula • Sipuncula – Geral • Corpo robusto, que pode atingir até 70 cm de comprimento. • Cabeça tentaculada. • A maioria é escavadora e vive em águas rasas, habitando o substrato que pode ser lodo, cavidades nos corais, conchas vazias ou tubos vazios de anelídeos. • Indivíduos escavadores enterram seu corpo no substrato e mantém seus tentáculos da região anterior projetados para fora, para capturar alimento. • Sipuncula – estrutura do corpo • O corpo pode ser dividido em duas partes: uma região anterior chamada introverte e o tronco posterior. • O introverte tem um comprimento variável e pode ser totalmente retraído para seu interior. • Na extremidade anterior do introverte encontra-se o disco oral, composto pela boca, tentáculos e um órgão nucal. • O ânus é dorsal e se localiza na região anterior do tronco. Em espécies perfuradoras de rochas, a cutícula da região anterior do tronco é espessa (calcificada) e chama-se escudo anal. • Quando o introverte é retraído, o escudo anal fecha-se sobre o mesmo, de forma semelhante ao opérculo dos moluscos gastrópodes. • Algumas espécies possuem um espessamento também na região posterior do corpo, cuja provável função é ajudar na ancoragem e escavação. Essa região é conhecida por escudo caudal • Parede do corpo – cutícula de fibras colágenas, com ganchos, papilas córneas e estruturas tegumentares semelhantes. • Abaixo da cutícula está a epiderme glandular. • Possuem camadas musculares circular e longitudinal e peritônio ciliado recobrindo a cavidade interna no celoma.• Possuem um dois ou quatro pares de músculos retratores introvertes, que se estendem da parede do celoma ao longo do comprimento do corpo, fixos em seguida na parede do esôfago. • Locomoção – é mais desenvolvida nas espécies perfuradoras. Pelo menos uma espécie é capaz de nadar. • No movimento escavador, a extensão e retração da introverte acompanhado de movimentos peristálticos do corpo promove a entrada no substrato. • A natação se dá por movimentos semicirculares do introverte. • Digestão – o tubo digestivo é em forma de J, longo e enovelado. • Após a boca, o esôfago se estende internamente do introverte para o começo do tronco e se une ao intestino enrolado e em forma de dupla-hélice. • O intestino possui uma dobra ao longo de seu comprimento, chamada de goteira ciliada, servindo para eliminar a água do intestino e evitar a diluição das enzimas digestivas. • A digestão é extra-celular na luz do intestino. • Alimentação – os sipúnculos podem ser: 1. Suspensívoros não seletivos 2. Comedores de depósitos • Alimentam-se estendendo os tentáculos do disco oral para fora do substrato, captando partículas orgânicas em suspensão. • Podem também se alimentar de partículas orgânicas depositadas ao redor da galeria. • Sipúnculos possuem duas cavidades celômicas. • Celoma tentacular – localiza-se no disco oral dos sipúnculos, formando um canal anelar ao redor da boca e base dos tentáculos. A partir dos tentáculos partem-se ramificações par ao canal. • Celoma do tronco – amplo e volumoso, separado do celoma tentacular por um septo. • O fluido celômico é mantido em circulação em ambos os celomas através de cílios do peritônio e por contrações da musculatura do corpo. • Urnas ciliadas – são micro-órgãos presentes em alguns sipúnculos, como o Sipunculus. Sua função é filtrar o fluido celômico, promovendo a defesa do organismo. • Urnas ciliadas livres – nadam no fluido celômico, como medusas, e secretam fios de muco para aglutinar partículas estranhas. • Urnas ciliadas fixas – cílios na parede do celoma impulsionam o fluido em direção do funil de cada nefrídio. • Sistema hema – é ausente nos sipúnculos. A circulação ocorre primeiramente por difusão e talvez por ultrafiltração no septo que separa os tentáculos do tronco. • Sacos de compensação (vasos contráteis) – divertículos desenvolvidos a partir do celoma tentacular até o celoma do tronco, com o objetivo de facilitar as trocas gasosas. • Os vasos contráteis aumentam a área de permuta entre os compartimentos celômicos, também servindo para armazenar o fluido celômico provindo dos tentáculos, quando os mesmos são retraídos. • Quando os vasos contráteis estão ausentes, o transporte é feito unicamente pelo fluido celômico. • A respiração ocorre por difusão na parede do corpo. Os tentáculos são especialmente importantes na respiração em espécies sedentárias e habitantes de galerias rochosas. • Em espécies habitantes de substratos arenosos toda superfície do corpo serve para as trocas gasosas. • Excreção – os sipúnculos possuem um ou dois metanefrídios alongados, na região anterior do tronco, possuindo um funil ciliado em sua extremidade anterior e poros laterais. • Os metanefrídios são utilizados para osmorregulação e armazenamento e manutenção de gametas até sua liberação. • Sistema nervoso – é subepidérmico e composto por um cérebro dorsal acima do esôfago, ligado a um cordão nervoso mediano ventral. • O cordão nervoso emite ramificações que inervam a musculatura da parede do corpo. • Possuem células sensoriais na extremidade da introverte sensíveis ao tato. Possuem um órgão nucal com função quimiosensorial e um par de ocelos dorsalmente ao cérebro. • Reprodução – sexos separados. Possuem gônadas na base dos músculos retratores do introverte. • Os gametas são liberados pelas gônadas e amadurecem na cavidade do corpo. Quando maturos, os gametas são captados e armazenados pelos nefrídios. • Os gametas são expelidos para fora do corpo e a fertilização é externa. • O zigoto sofre clivagem espiral, com gastrulação ocorrendo por invaginação ou epibolia. • O desenvolvimento pode ser direto ou indireto. Quando indireto, pode ser por meio de larva trocófora ou larva secundária pelagosfera. Larva trocófora Larva pelagosfera • DIVERSIDADE DE SIPUNCULA • Ordem ASPIDOSIPHONIFORMES – tronco com escudo calcário anterior. Uma família e três gêneros. • Ordem PHASCOLOSIMIFORMES – tronco sem escudos. Uma família e três gêneros. • Ordem GOLFINGIAFORMES – músculos longitudinais da parede do corpo não dispostos em bandas. Três famílias. • Ordem SIPUNCULIFORMES – músculos em bandas. Dois metanefrídios. Uma família e cinco gêneros.
Compartilhar