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Aldo Rossi Teoria Muito influenciado pelo modernista Ernest Rogers, participou do grupo Tendenza e teve o seu trabalho iniciado no pós-guerra, Rossi produz uma teoria que dá valor a arquitetura tradicional, recuperando as lembranças dos que ali viviam e em sua teoria, estuda os fatos urbanos, as tipologias e suas histórias. Dá grande valorização à memória do lugar, e afirma a necessidade de estudo do lugar, para a implantação de um novo projeto que valorize suas características culturais. Rossi em sua teoria, também critica as práticas modernistas de negação do precedente, valorização do espaço em detrimento da valorização do lugar, a destruição da memória pra implantação do novo, tudo isso é contrário à maré de Aldo Rossi. Em sua teoria, em primeiro lugar, absorvemos sua sede pelos estudos tipológicos do fato urbano, seguindo as definições pra tipologia de Quatremère de Quincy – diferencia tipo de modelo - para Rossi a cidade deve ter sua própria arquitetura, unificada, e o tipo vai-se constituindo, pois, de acordo com as necessidades de aspirações de beleza; único e contudo variadíssimo em sociedades diferentes. Ele usa dessas características tipológicas do lugar para a o estudo do fato urbano, o qual é o caminho para a identificação da cidade. O método principal dos estudos de Rossi é o comparativo – usa de diversos outros estudos de outras áreas inclusive estudos de Gilberto Freyre – ele afirma que o estudo da cidade não pode ser considerado simplesmente como histórico, ele crê que os elementos permanentes podem ser considerados também com critério análogo ao dos elementos patológicos. Segundo Rossi a cidade nasce da análise de sistemas políticos, econômicos e sociais e é tratada como ponto de vista dessas disciplinas. Para Rossi, a maioria das funções dos prédios históricos europeus não é a originária, o que é muito bom para sua revalorização. A cidade permanece através de suas transformações, e as funções que a cidade sucessivamente satisfaz são momentos na existência de sua estrutura. Ele cita também que edificações novas não têm o mesmo valor de uma antiga, pois não apresenta a riqueza de motivos pra o reconhecimento de um fato urbano ~ ROSSI FALA MUUITO DE FATO URBANO ~. Os estudiosos da cidade, se detiveram, ante a estrutura dos fatos urbanos, declarando porém que além dos elementos descritivos estava “l’âme de la cité”. Para Aldo Rossi as edificações devem “dialogar” com o ambiente, sem perder o valor simbólico da sua malha original existente. Rossi relaciona os fatos urbanos com a obra de arte, admitindo que qualquer coisa que faça parte dos fatos podem ser consideradas desta forma, os fatos, pra ele, são condicionados, mas também são condicionantes. Dentre os autores que ele cita em seus estudos estão Camilo Sitte – o qual analisa a cidade medieval - e Kevin Lynch – que classifica a imagem da cidade. Tipo x modelo: o tipo é uma regra a ser repetida, é uma forma de execução, por exemplo, as edificações que correspondem aos 5 pontos de Corbu, correspondem ao mesmo tipo. Modelo é algo a ser copiado, um objeto que se repete como é e não com alguns pontos que possui apenas. Rossi cita também que em tudo é necessário um antecedente, o que afirma novamente sua preocupação na manutenção da característica do lugar, dos costumes, das formas de construção comuns, ele valoriza o vernacular também daí uma arquitetura produzida analogicamente. Rossi, em sua teoria não incentiva a cópia, mas sim o uso de características tipológicas. Ele valoriza os elementos puros que remetam ao século passado em seus projetos, o triângulo, o quadrado e a circunferência. Para ele os elementos primários são de caráter decisivo na formação e na constituição da cidade; este caráter decisivo é relevável também, e frequentemente, a partir do seu caráter permanente e entre os elementos primários os monumentos desempenham um papel particular. É importante destacar a importância que ele dá à forma dos lotes para análise de formação da cidade, da evolução a das classe a eles ligadas Por fim, lembro que Aldo Rossi conceitua sobre o monumento e diz que as demais edificações se configuram de acordo com o posicionamento do mesmo. História 1. Praça da Prefeitura de Segrate As primeiras obras de Rossi não refletiam tanto sua teoria de estudo da cidade, quanto aconteceu no cemitério de San Cataldo, como por exemplo o projeto das residências populares de Caleppio, o qual não mostra o que viriam as ser as obras que refletem a teoria da cidade, porém, ele já nesta sua primeira obra demonstra certa preocupação em encaixá-la na cidade antiga. Pulando para a Praça da Prefeitura de Segrate, já pode-se notar a sua preocupação e reflexão dos seus estudos no projeto se inspira na arquitetura iluminista usando da geometria pura, se espelha em Boullée, e com esse baseamento ele tenta passar nesta praça todo o contexto do subúrbio onde se localiza esta praça, enfatizando o espaço público. A prática terminou a ter uma estética muito semelhante às ágoras gregas feitas pelos arquitetos da ilustração que tanto inspiravam, inclusive ele usou da simulação de colunatas, como se tivessem partidas, como se aquele lugar tivesse sido palco de alguma conquista sobre duras penas. Mas o principal ponto da obra é o cilindro sendo coroado por um prisma triangular. Para Rossi, Segrete era, na época, um monumento. 2. Cemitério de San Cataldo em Modena Esta obra se encaixa muito bem à teoria e a carreira de Aldo Rossi, por ser muito bem contextualizada com o que já existia. O projeto se tratava de um concurso para a ampliação do cemitério de San Cataldo. E Rossi duplicou-o de maneira bastante sutil, para isso ele se aplicou em várias construções intermediárias em um eixo que permite uma reflexão visual do lugar. Ele usa formas de uma geometria elementar, e o prédio por ele projetado tem formato de caixa. E em sua entrada dupla, quem ali se insere se depara com um ambiente com todos os elementos que o façam habitável, porém isso não prende qualquer pessoa, fazendo com que o entrante continue seu caminho à infinitude da eternidade. Armazenam-se ali vidas esquecidas, despendidas da história. O desenho quadrado sugere uma ideia de labirinto e um noção contraditória de distância percorrida. Suas formas lembram o projeto do monumento de Cuneo. 3. Piccolo Teatro del Mondo, Veneza Esse teatro flutuante, obra que pode ser considerada uma das principais referências dentre edificações contextualistas naquela época. Trata-se de um teatro flutuante, com uma geometria, mais uma vez, simples, mas que se “encaixa” no meio das outras grandes cúpulas históricas ao seu redor, ele é apresentado como um herdeiro das arquiteturas vizinhas. Neste teatro, Rossi condensa toda a sua apreensão de Veneza, esse teatro é todo feito de madeira, e flutua de forma não muito diferente das pontes ali construídas no século XV.
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