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SCOLA STADUAL DE
DUCA O ROFISSIONAL - EEEP
NSINO DIO NTEGRADO à DUCA O ROFISSIONAL
URSO CNICO EM PAISAGISMO
IST RIA DO PAISAGISMO
Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................03
2.0 1ª PARTE: HISTÓRIA DO PAISAGISMO MUNDIAL ..................................................................05
2.1 ANTIGUIDADE......................................................................................................................... 05 
2.1.1 Mesopotâmia..............................................................................................................................05
2.1.2 Egito...........................................................................................................................................06
2.1.3 Pérsia ….....................................................................................................................................07
2.1.4 Grécia …....................................................................................................................................07
2.1.5 Roma ….....................................................................................................................................08
2.1.6 Jardim Islâmico ….....................................................................................................................10
2.1.7 China e Japão …........................................................................................................................12
2.2 IDADE MÉDIA ..........................................................................................................................12
2.2.1 Monacais …...............................................................................................................................13
2.2.2 Mouriscos ….............................................................................................................................13
2.3 RENASCIMENTO.....................................................................................................................13
2.3.1 Itália …......................................................................................................................................14
2.3.2 França …...................................................................................................................................15
2.3.3 Inglaterra …...............................................................................................................................16
2.3.4 Holanda ….................................................................................................................................17
2.4 JARDIM BARROCO ............................................................................................................... 17
2.5 JARDINS DO SÉCULO XIX .................................................................................................. 18
3.0 2ª PARTE: HISTÓRIA DO PAISAGISMO NO BRASIL ...............................................................20
3.1 O ECLÉTICO.............................................................................................................................21
3.1.1 Antecedentes: O Passeio público e os hortos urbanos. A linha clássica e a romântica..............21
3.1.2 Glaziou. O paisagista do Império e seus projetos......................................................................23
3.1.3 O Palacete, Chácaras e jardins...................................................................................................24
3.1.4 Reynaldo Dierberger ….............................................................................................................25
3.1.5 A Praça Eclética …....................................................................................................................26
3.1.6 O Parque Eclético …................................................................................................................ 27
3.1.7 Projetos Urbanos. Rio de Janeiro e São Paulo...........................................................................28
3.1.8 Projetos Urbanos. Belém, Manaus e Belo Horizonte …...........................................................29
3.2 MODERNO ................................................................................................................................30
3.2.1 Nascionalismo e Ruptura. Antecedentes....................................................................................31
3.2.2 Influencia americana e tropicalização.......................................................................................32
3.2.3 Casa, prédios, pátios, piscinas e jardins …................................................................................33
3.2.4 O parque moderno.....................................................................................................................34
3.2.5 Roberto Burle Marx …..............................................................................................................35
3.2.6 Roberto Burle Marx Projetos …................................................................................................36
3.2.7 Roberto Coelho Cardozo e Waldemar Cordeiro …...................................................................37
3.2.8 Os seguidores …........................................................................................................................38
3.2.9 Novos parques I …....................................................................................................................39
3.2.10 Novos Parques II ….................................................................................................................40
3.2.11 A praça Moderna ….................................................................................................................41
3.2.12 A praça Moderna - Projetos …................................................................................................42
3.2.13 Calçadões em áreas centrais …...............................................................................................43
3.2.14 Calçadões a beira mar ….........................................................................................................44
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 1
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
3.2.15 A experiência de Curitiba …....................................................................................................45
3.2.16 Os parques de São Paulo ….....................................................................................................46
3.3 CONTEMPORÂNEO................................................................................................................47
3.3.1 A Nova Ruptura: Introdução ….................................................................................................47
3.3.2 Influencia e Referencias ….......................................................................................................49
3.3.3 Ecologismo/ambientalismo …...................................................................................................50
3.3.4 Cenarização …...........................................................................................................................51
3.3.5 Formalismo gráfico e irreverencia …........................................................................................523.3.6 Reforma e reconfigurações …...................................................................................................53
3.3.7 Figurações ….............................................................................................................................54
3.3.8 Obras e autores ….....................................................................................................................56
3.3.9 Rio Cidade: Requalificação urbana …......................................................................................57
3.3.10 Rio Cidade: Vocações e símbolos ….......................................................................................58
3.3.11 Realidades …...........................................................................................................................59
3.3.12 Os primeiros anos do século XXI ….......................................................................................60
Anexo 01 – Cronologia do Paisagismo Brasileiro ...................................................................................61
Anexo 02 – Roberto Burle Marx ..............................................................................................................68
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 2
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
1.0 INTRODUÇÃO:
A origem da profissão de paisagista remonta as culturas antigas, da Pérsia e Egito à Grécia 
e Roma no tratamento de seus jardins. Durante a Idade Média o interesse pelo espaço exterior diminuiu, 
porém, com o Renascimento, foi revivido com esplendidos resultados na Itália e deu origem às vilas 
ornamentadas, jardins, e grandes praças exteriores. 
Neste pequeno resumo didático, optamos por fazer uma divisão. Na primeira parte 
serão abordados assuntos relativos a ideia geral do que constitui a história do paisagismo 
mundial e na segunda parte entraremos numa etapa mais elaborada e aprofundada 
relacionada a História do Paisagismo no Brasil, que é nosso foco de estudo, apresentando a 
estrutura evolutiva do paisagismo brasileiro que, originado no século XVIII com a obra marco 
do Passeio do Público do Rio de Janeiro (1783), é consolidado durante o século XIX com o 
processo de urbanização nacional, em especial no Segundo Império. Esse período é marcado 
pelo surgimento de figuras urbanas como o boulevard, o parque, a praça ajardinada, o jardim 
privado, a promenade, os terraços, mirantes e a arborização de rua.
O século XX é claramente dividido por três tipos de ação: dos paisagistas ecléticos 
os quais serviram as elites da Velha República, dos paisagistas modernos nacionalistas, que 
têm na obra de Roberto Burle Marx a expressão máxima dos anos 40 a 70 e, finalmente, a 
ação dos paisagistas contemporâneos, que vão acrescentando novas formas ao léxico urbano, 
rompendo com os padrões paisagísticos modernistas vigentes, com nítidas influências dos 
novos paradigmas americanos, europeus e asiáticos. 
No Brasil, até a década de 80, o paisagista em geral era pouco valorizado, tendo atuação 
apenas em grandes espaços e obras públicas. Em prédios e residências predominava o profissional 
jardineiro, sem muito conhecimento estético e técnico, pois as crianças brincavam nas ruas e não havia 
necessidade de grandes áreas de lazer dentro dos prédios. Mas mudanças sociais ocorreram e 
acabaram beneficiando o paisagismo. Quem está na faixa dos 40 anos sente bem estas mudanças. Na 
década de 70, os muros eram baixos e as crianças brincavam na rua, não havia tantos carros e tanta 
violência, além disso, a maioria das mães era dona de casa. 
A partir daí, muita coisa mudou, os muros ganharam altura e as mães foram à luta no 
mercado de trabalho, e as crianças passaram a ficar confinadas dentro das casas e prédios, iniciando-
se então um movimento de valorização das áreas de lazer de prédios e residências, que continua 
crescente até hoje. É desta época também o surgimento dos grandes condomínios residenciais.
Com a necessidade de projetar áreas de lazer cada vez maiores e mais bonitas, 
houve uma procura muito grande por profissionais mais qualificados que o 
jardineiro, valorizando a profissão de paisagista. Atualmente as atividades de jardineiro e 
paisagista já não se confundem mais, cada um é responsável por determinadas etapas do 
paisagismo, que são: projeto, implantação e manutenção. O paisagista é responsável 
principalmente pela elaboração do projeto e pelo planejamento e gerenciamento da 
implantação e manutenção. Já o jardineiro é responsável direto pela implantação e 
manutenção, coordenando o trabalho de outros auxiliares no preparo de solo, plantio, poda, 
controle de pragas e doenças, corte de grama, etc.
Ao final deste guia, foi colocado um anexo trazendo a cronologia dos 
acontecimentos da história do paisagismo Brasileiro, seu contexto e seus projetos.
O paisagista de maior destaque ainda hoje no Brasil foi com certeza Roberto Burle 
Marx, que nasceu em SP em 1909, mudou-se para o RJ ainda menino e aos 19 anos foi 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 3
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
estudar na Alemanha, onde iniciou contato com a escola alemã Bauhaus. De volta ao Brasil, 
estudou Artes Plásticas e iniciou seus trabalhos de paisagismo com os arquitetos Lúcio Costa e 
Oscar Niemeyer, tornando-se mundialmente conhecido. Sendo assim, fechamos este guia com 
o Anexo 02, trazendo um texto sobre este paisagista que até hoje é uma grande referência.
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 4
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional
2.0 - 1ª PARTE: HISTÓRIA DO PAISAGISMO MUNDIAL
2.1 ANTIGUIDADE
Pode-se observar que, na cultura cristã (e em diversas outras culturas com 
pequenas variações) antes mesmo das primeiras civilizações, existiu o "Jardim do Paraíso", 
onde Deus colocou Adão e Eva. Em Gênesis I e II, é descrito como um parque "que Deus 
plantou e onde se cultivavam árvores de todas as espécies, agradáveis para se contemplar e 
alimentar". Assim, as árvores foram veneradas pela fertilidade, vitalidade e o alimento que 
representavam.
Através dos fatos que a história da civilização registra pode-se constatar que o 
oriente próximo foi uma das regiões de grande importância, pois foi o berço das civilizações. 
Estas civilizações antigas contribuíram - e muito - para a evolução das ciências e das artes. E 
não distante disto, o paisagismo evolui como expressão artística.
2.1.1 Mesopotâmia:
Situada entre os rios Tigre e Eufrates, a história das civilizações relata que os 
assírios foram os mestres das técnicas de irrigação e drenagem, criando vários pomares e 
hortas formados pelos canais que se cruzavam. Mas este trabalho foi abandonado em razão da 
invasão árabe. Sendo assim, a forma e a distribuição do jardim se identificavam inicialmente 
com a prática da agricultura, onde a horta rodeada por um muro podia ser um protótipo de 
jardim.
Os textos mais antigos sobre jardins datam do terceiro milênio a.C., escritos pelos 
babilônicos, descrevendo os "jardins sagrados", onde os bosques sagrados eram plantados 
sobre os zigurats. É na própria Babilônia que se encontra a obra mais marcante da jardinagem 
nesta época, sendo considerada pela humanidade como uma de suas maravilhas: os Jardins 
Suspensos da Babilônia que se caracterizavam pela supremacia dos elementos arquitetônicos 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 5
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sobre os naturais.
Algumas espécies utilizadas eram a tamareira (com a finalidade de fornecer um 
microclima favorável a outras espécies), o jasmim, as rosas, as malva-rosas, as tulipas e 
também álamose pinos que não suportariam viver num clima tão árido e quente,mas só foi 
possível devido ao complexo sistema de irrigação desenvolvido. O sentimento religioso estava 
presente e intrinsicamente ligado à arte dos jardins, onde se acreditava que os jardins 
dependiam da vontade dos deuses.
2.1.2 Egito
As características dos jardins egípcios seguiram os mesmos princípios utilizados na 
arquitetura deste povo. Eles só surgiram quando as condições de prosperidade no antigo 
império permitiram às artes (arquitetura e escultura) um notável desenvolvimento.
Projeto de Jardim Egípcio.
De um modo geral, o jardim egípcio desenvolvido de acordo com a topografia do Rio 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 6
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Nilo era constituído de grandes planos horizontais, sem acidentes naturais ou artificiais. As 
características dos monumentos egípcios - com a rigidez retilínea e a geometria - fizeram com 
que os jardins tivessem uma simetrização rigorosa. Tudo de acordo com os 4 pontos cardeais. 
As plantas utilizadas eram: palmeiras, sicômoros, figueiras, videiras e plantas aquáticas.
O jardim regular era símbolo da fertilidade, sintetizava as forças da natureza e era a 
imagem de um sistema racional e arquitetural baseado no monoteísmo. Osíris para os egípcios 
era o deus da vegetação.
2.1.3 Pérsia
Os persas não criaram no mundo das artes monumentos originais. A sua arquitetura 
foi, nas suas grandes manifestações, obra de gregos. Os jardins dos antigos persas estavam, 
como as demais produções artísticas, condicionados à influências estranhas e revelavam, nos 
caracteres essenciais da composição, elementos retirados dos jardins gregos e egípcios, uma 
espécie de estilo "misto". Nos jardins eles introduziam árvores e arbustos de flores perfumadas.
Os jardins persas procuravam recriar uma imagem do universo, constituindo-se de 
bosques povoados por animais em liberdade, canteiros, canais e elementos monumentais, 
formando os "jardins-paraísos" que se encontravam próximos aos palácios do rei.
A introdução de espécies floríferas no jardim criou um novo conceito na arte de 
construí-los, passando a vegetação a ser estimada pelo valor decorativo das flores, sempre 
perfumadas, do que pelo aspecto de utilidade que possuíam anteriormente. A associação dos 
reinos animal e vegetal completava a ideia do paraíso.
O jardim era dividido em quatro zonas por dois canais principais em formato de cruz 
e na intersecção deste se elevava uma construção que podia ser o pavilhão ou uma fonte, 
representando as 4 moradas do universo. O jardim persa cercado de altos muros feitos de 
tijolos, estritamente formal, era um lugar de retiro privado, destinado ao prazer, ao amor, à 
saúde e ao luxo. 
Tapete persa utilizando como referência um jardim persa dividido por rios.
As plantas utilizadas eram: plátanos, ciprestes, palmeiras, pinus, rosas, tulipas, 
narcisos, jacintos, jasmins, açucenas, etc.
2.1.4 Grécia
As raízes fundamentais da cultura ocidental se encontram, não há dúvida alguma, na 
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civilização desenvolvida na Grécia Antiga. O cuidado com as plantas provavelmente foi fruto do 
amor à vida em pleno ar livre, obrigando a uma constante aproximação com a natureza. Os 
jardins gregos, apesar de fortemente influenciados pelos jardins egípcios, apresentaram 
diferenças notáveis em razão da topografia acidentada da região e o tipo de clima.
Templo de Zeus em Atenas
Os jardins possuíam características próximas das naturais, fugindo da simetria dos 
egípcios. Desenvolviam-se em recintos fechados, onde eram cultivadas plantas úteis, 
principalmente maçãs, pêras, figos, romãs, azeitonas, uva e até horta.
A introdução de colunas e pórticos fazia uma transição harmoniosa entre o exterior e 
interior e o jardim era um prolongamento das partes da casa, às quais ele se ligava. A sua 
principal característica era a simplicidade. Os jardins também ficaram marcados por possuir 
esculturas humanas e de animais mais próximas da realidade.
2.1.5 Roma
O império romano se estendia da Espanha (oeste) até a Mesopotâmia (leste) e do 
Egito (sul) até a Inglaterra (norte). Compreendia variedade de paisagens, climas e raças. Os 
romanos não podiam ser incluídos no grupo dos povos que tiveram a arte como forma de 
expressão. Eles se encaminharam para a história, o Estado e o Direito.
A casa romana repetiu basicamente o modelo grego, sendo construída no nível da 
rua, com as habitações voltadas para dentro, comunicando-se por uma coluna, e abertas a 
uma praça anterior. Os jardins foram objetos de atenção, mas apesar disso, são falhos quanto 
à originalidade. Como características de tais jardins pode-se ressaltar a grandiosidade e a 
magnificência da composição, as perspectivas vastas, que empregaram como prioridade, a 
decoração pomposa, a valorização para fins exclusivamente recreativos.
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 8
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Vila Romana Chedworth (Inglaterra) combinando elementos: jardim, pátio e corredores (ao centro), gruta com 
estatuárias (no topo), horta e pomar (no topo esquerdo)
Os jardins eram principalmente santuários sociais, onde se desfrutava de proteção 
frente às moléstias do sol, vento, poeira e ruído das ruas. A sombra projetada pelas galerias 
com arcos reduzia necessidade de arvoredo. As plantas, quando existiam, eram colocadas em 
maciços elevados e os pátios se ornamentavam com tanques de pedra para água, mesas de 
mármore e estátuas.
Os romanos quando saquearam Grécia carregaram consigo também seus 
monumentos e estátuas, e como não sabiam o que fazer com a grande quantidade de estátuas 
distribuíram-nas pelos seus jardins. De tal forma, que a ornamentação se generalizou nos 
jardins romanos da época. Em consequência, tais jardins são metódicos e ordenados, 
integrando-se às moradias. como exemplo temos as cidades de Pompéia e Herculano. As 
plantas utilizadas eram: coníferas, plátanos, frutíferas como amendoeira, pessegueiro, 
macieira, videira e outras. Ciprestes, buxos e louros-anão recebiam "topiárias", que se 
caracterizavam por moldar arbustos em formas de figuras de variados formatos e nomes.
O topiárius moldando arbustos em figuras de variados formatos. O arbusto passou a ser um elemento escultórico e essencial 
num Jardim Romano por despertar o olhar .
A maioria dos jardins romanos também possuíam uma pequena horta. Talvez por 
isso, a irrigação era planejada. A interpenetração casa-jardim podia ser visualizadas nas vilas 
romanas localizadas nas proximidades de Roma. Dentre elas, destacou-se a "Vila Laurentina", 
situada a 30 Km de Roma, construída por Plínio, o Jovem, onde plantou-se predominantemente 
figueiras e amoreiras, havia também uma horta e terraço com flores perfumadas, próximo das 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 9
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águas para assim se conseguir temperaturas mais agradáveis.
Outra de semelhante importância foi a "Vila Adriana", construída em Tívoli para o 
Imperador Adriano, que perdurou até antes da guerra de 1939. Estas vilas darão um impulso 
definitivo para o grande estilo italiano.
Alameda de Ciprestes - Vila Adriana
2.1.6 Jardim Islâmico
No Jardim Islâmico, profundamente influenciado pelo Jardim Persa, as plantas 
assumem importância por despertarem os sentidos - visão e olfacto - e por possuírem uma 
carga simbólica associada à ideia da recriação do Paraíso na Terra.
O Islamismo marcou presença nas culturas dos Sécs. VII-XIV da Ásia à Índia, do 
Norte de África e da Península Ibérica. De uma simplicidadede desenho, à semelhança do 
Jardim Persa (fig. 11), o seu jardim possuía plantas de potencialidades ornamentais e 
olfactivas, tais como: rosas, buganvílias, romãzeiras, jasmins, loureiros, murtas, lavandas, 
mentas, basílicos, citrinos, madressilva, cravos [21], etc. Vasos com flores enfeitavam as casas 
(fig. 12) e ladeavam as peças de água – aliando a visão e o som para o desfrute dos sentidos. 
As árvores eram principalmente as de clima mediterrâneo e os arbustos, como os 
loendros, floriam propositadamente na altura do ano em que a corte Moura chegava ao palácio 
Generalife, em Granada. 
O jardim era pequeno na dimensão, sem ostentação, usando o elemento água, cor e 
perfume, com o objectivo de sedução e encantamento e era destino à vida familiar. Este povo 
introduz na Península Ibérica a laranjeira azeda, o limoeiro, a alfarrobeira e a amendoeira.
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 10
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O Jardim Islâmico era dividido por canais de água e possuía plantas de potencialidades ornamentais e olfactivas
No jardim Islâmico vasos de flores enfeitavam as casas – Palácio em Sevilha
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2.1.7 China e Japão
Pode datar de 2.000 a.C. o início das atividades de jardinagem na China. A 
jardinagem chinesa tem sua origem numa paisagem de rara beleza e flora riquíssima. Os 
parques das casas dos antigos imperadores não eram mais do que uma porção da paisagem 
cercada, onde a tarefa do jardineiro limitava-se a ordenar o já existente.
Acreditava-se que no norte da China havia um lugar para os imortais. Como o Imperador Wu 
não conseguiu encontrá-lo na realidade, decidiu então criá-lo na fantasia. Dessa maneira surgiu 
o jardim "lago-ilha".
No final do século VI, com o surgimento de um novo imperador, um novo jardim 
"lago-ilha" foi criado: o Parque Ocidental, com perímetro de 113 km e contendo 4 imensos lagos 
cobertos de lótus e rodeados de chorões. Trabalharam na sua construção 1 milhão de pessoas. 
Monumentais palácios de cor vermelha se ergueram no meio das rochas. 
Este cenário foi encontrado pelos japoneses em 607 d.C. e, em poucos anos, o 
Japão tinha o seu primeiro jardim "lago-ilha". Em 1894, para comemorar os 1100 anos da 
capital Kioto, construiu-se um desses jardins, ficando conhecido como Santuário Heian. Trata-
se de uns dos jardins mais alegres e de melhor traçado do mundo, com hortos de cerejeira, 
maciços imensos de azaléias e lírios, rochas cobertas por flores e pinus, traduzindo o amor dos 
japoneses pela natureza.
A arte na jardinagem japonesa consiste em concentrar a atenção sobre o essencial, 
seja das formas precisas ou a sutileza das matizes; todas as plantas são extremamente 
valorizadas. São usadas comumente plantas perenes, criando um quadro estável seja qual for 
a estação do ano.
2.2 IDADE MÉDIA
Considera-se como Idade Média o período entre os séculos XV e o XVI, período 
entre a Antiguidade Clássica e o Renascimento. Um retorno à economia rural e a simplicidade 
de hábitos concretizou-se neste período. O luxo e o requinte foram abandonados e criou-se 
uma nova hierarquia de valores.
As construções feitas neste período eram rudes e pesadas. As igrejas pareciam 
fortalezas. O verde foi praticamente banido na vida urbana. As igrejas e mosteiros constituíram-
se em centros de toda a atividade social, qualquer espaço útil recebia seu uso funcional, como 
a obtenção de alimentos ou ervas. Em zonas amplas dos mosteiros plantavam-se árvores 
frutíferas, hortaliças e se cultivavam flores para a ornamentação dos altares.
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 12
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O Jardim Medieval era um jardim de lazer, enclausurado com altas paredes protectoras e rodeado de plantas aromáticas e 
árvores de fruto
O estilo de jardim desenvolvido nesta época constitui da mistura desordenada e 
fragmentária dos estilos anteriores. O que era bem característico era a estrutura crucial da 
composição. A interseção ortogonal das alamedas e caminhos, nos jardins construídos nos 
pátios internos das grandes construções medievais, lembravam a cada momento o símbolo da 
religião dominante. O estilo gótico retratava bem os jardins medievais. Os dois estilos básicos 
de jardim foram os monacais e mouriscos.
2.2.1 Monacais
Representava uma reação ao luxo da tradição romana. Era dividido em 4 partes: o 
pomar, a horta, o jardim de plantas medicinais e o jardim de flores.Existiam áreas gramadas 
cercadas e arbustos, viveiros de peixes e pássaros, além de local para banho
2.2.2 Mouriscos
No século V os árabes invadiram a Pérsia, onde tentaram implantar o islamismo. No 
século VI, na Espanha, os árabes criaram os chamados "jardins da sensibilidade" que se 
caracterizavam pela água, cor e perfume, com os objetivos de sedução e encantamento. 
O emprego de canais, fontes e pequenos regatos formavam um aspecto hidráulico 
para a irrigação e para amenizar o calor, além do aspecto de ornamentação destes jardins. A 
cerâmica e o azulejo eram bastante utilizados.
As espécies vegetais mais cultivadas foram os jasmins, os cravos, os jacintos, as 
alfazemas, as rosas, as primaveras e as anêmonas. Os jardins espanhóis representam bem a 
influência árabe. As principais características destes jardins: eram de pequenas dimensões, 
sem ostentação e com destino à vida familiar.
2.3 RENASCIMENTO
O início do Renascimento data de meados do século XV e tal época ficou assim 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 13
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conhecida devido ao ressurgimento da cultura de um modo em geral. Houve uma renovação do 
pensamento no que diz respeito às artes, às ciências, à literatura e a filosofia. 
Consequentemente, houve o renascimento também dos jardins e os países que mais 
expressaram esta renovação foram Itália, França, Inglaterra e Holanda.
Com o Renascimento, dá-se a redescoberta da Natureza (no Humanismo 
acrescenta-se a ideia de que o Jardim é a celebrização do Homem sobre a natureza), levando 
à criação dos primeiros jardins botânicos de plantas exóticas e a uma nova moda de jardins 
que se difunde por toda a Europa, 
O Jardim Renascentista era construído para projectar o poder do Homem face à 
natureza, e caracterizava-se pela sua artificialidade e organização que não se encontrava nos 
jardins das épocas anteriores, apontando assim para a extrema racionalidade que se fazia 
sentir nesta época. As plantas embelezavam os jardins e eram usadas para demonstrar a 
superioridade do Homem e seus conhecimentos, exemplos disso eram o recurso à topiária e 
aos parterres.
Primava por uma simetria rígida de arruamentos, talhe excessivamente geométrico 
das árvores alinhadas, complicados jogos de água, canteiros geométricos de flores e dispunha-
se em terraços ligados por ampla escadaria formando anfiteatros [28]. Usavam-se materiais e 
elementos imutáveis (plantas de folha persistente, esculturas de santos ou divindades 
mitológicas, escadarias e pérgolas em pedra) e semi-imutáveis (água parada ou em movimento 
provenientes de fontes, cascatas ou repuxos)
Fonte de Pégasos, Fonte da Natureza, Cem Fontes na Vila d´Este, em Tivoli
2.3.1 Itália
Os jardins italianos desta época se inspiraram nos jardins da Roma Antiga que possuíam 
muitas estátuas e fontes monumentais. Na Itália, os sítios se encontravam nas colinas e nas 
encostas, em razão das vistas panorâmicas e também do clima. Sendo assim, foi proposto que 
para o aproveitamento das irregularidades do terreno, se fizesse uso de escadarias e terraços 
acompanhados de corredeiras de água. Tais jardinsdeveriam unir-se à casa por meio de 
galerias externas e outras prolongações arquitetônicas.
Os jardins eram tidos como centros de retiro intelectual onde sábios e artistas podiam trabalhar 
e discutir no campo, longe do calor e das moléstias do verão da cidade. A vegetação era 
considerada secundária e se caracterizava por receber cortes adquirindo formas determinadas, 
conhecidas anteriormente nos jardins romanos por topiárias. Em seguida esta mesma 
vegetação era distribuída pelos terraços e, no plano mais elevado do jardim, dominando a 
composição, se encontrava o palácio.
Os vegetais mais utilizados foram: o louro, o cipreste, o azinheiro e o pinheiro entre outros 
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vegetais característicos dos jardins-italianos do Renascimento. O buxo era muito utilizado para 
as formas recortadas. Nestes jardins a paisagem era desenhada com régua e compasso, 
caracterizando a simetria de linhas geométricas. Havia também muito contraste entre as formas 
naturais e as criadas pelo homem.
2.3.2 França
Os países da Europa seguiram a França no século XVII, período no qual teve sua 
maior riqueza e poder, no que dizia respeito a estética. A princípio, o estilo francês se baseou 
nos jardins medievais, que utilizavam canteiros com flores e ervas medicinais, sendo que havia 
também a horta que lhes concedia o abastecimento. Mas, com o passar do tempo, novas idéias 
foram sendo introduzidas por arquitetos italianos que trabalhavam na corte francesa. Com isso, 
pode-se dizer que os jardins franceses tiveram características semelhantes aos jardins 
italianos.
Como características deste estilo, podemos citar a rígida distribuição axial, a 
simetria, a perspectiva, o uso de topiárias e a sensação de grandiosidade. As formas 
geométricas podiam ser percebidas tanto nos caminhos e passeios quanto na vegetação, 
admitindo-se poucos desníveis.
Os principais jardins foram construídos pelo famoso arquiteto/paisagista de Luiz XIV, 
André Le Notrê. Sua obra mais marcante foi o jardim do Palácio de Versalhes, que possui já 
todo o expoente do Jardim Barroco.
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2.3.3 Inglaterra
No reinado de Luiz XV, o estilo francês entrou em decadência devido à busca 
exagerada da forma e simetria. De um estilo formal, os jardins passaram a ter uma maior 
aproximação com a natureza. Inspiravam-se basicamente nas idéias orientais do velho império 
chinês que possuía os jardins dos acidentes naturais. Tais jardins ficaram conhecidos como 
"jardins paisagísticos" e tinham como características básicas a irregularidade e a falta de 
simetria nos caminhos, que foram planejados com maior liberdade. Além disso, não eram 
encontradas esculturas vegetais, arcos e monumentos.
Esses jardins procuravam imitar a natureza em seu traçado livre e sinuoso e a água 
presente se encontrava disposta em lagos ou riachos. Tais inovações iam de encontro às idéias 
do romantismo da época. A Inglaterra também teve seus mestres paisagistas como William 
Kent e William Chambers, este último foi quem introduziu a idéia chinesa nos jardins de seu 
país.
Um dos objetivos deste estilo descrito era que as pessoas percebessem como jardim, toda a 
natureza que estava ao seu redor. As primeiras características do jardim inglês são as 
seguintes:
· Linhas graciosas;
· Amplas extensões verdes (gramados);
· Ruas amplas; cômodas, em pequeno número;
· Terreno acidentado e possibilitando a visão de belas perspectivas;
· Pequenos bosques, compostos de plantas da mesma ou de espécies diferentes, com ou sem 
divergência nas colorações;
· Grupos de árvores não muito numerosas;
· Plantas isoladas;
· Plantação de árvores mortas;
· Construção de ruínas;
Este estilo foi utilizado na Inglaterra e em alguns locais da Europa, por quase dois séculos e 
depois entrou em decadência, dando lugar ao estilo misto. Os ingleses acabaram dando origem 
aos parques e jardins públicos que tiveram por finalidade refrescar as áreas urbanas.
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2.3.4 Holanda
Os holandeses, no início, também não fugiram das influências francesas e italianas. 
Porém, devido à sua topografia plana, o hábito de cultivo das plantas bulbosas (especialmente 
a tulipa) e o seu gosto pelas cores, criaram jardins mais compactos e graciosos. São divididos 
em múltiplos recintos e apresentam túneis sombreados por trepadeiras. As partes centrais são 
formadas por intrincados grupos florais; fontes douradas baixas que jorram suas águas em 
pequenos tanques rodeados de cercas vivas de bordadura baixa. Os ciprestes recebiam podas, 
formando círculos sobrepostos. Portões de ferro fundido fechavam os jardins.
2.4 JARDIM BARROCO
À semelhança do Jardim Renascentista, mas de uma forma mais exacerbada, o 
Jardim Barroco era construído para evidenciar o poder do Homem e era dotado de uma 
artificialidade extrema, funcionando o jardim como um palco. Através da ciência da óptica, 
dispunham-se as plantas de modo a dirigirem o olhar do espectador e criarem ilusões para as 
distâncias parecerem maiores ou menores. Destaca-se neste período André Le Nôtre (1613-
1700) que organizava a paisagem para um forte cenário que expressasse a dignidade e 
elegância do Homem e deleitasse os seus sentidos.
A topiária atinge, principalmente em França e com Versalhes, o auge com os elaborados e 
complexos desenhos de sebes e de árvores e arbustos, com a função de criar eixos e formas 
geométricas. As perspectivas alongam-se, rodeadas de fortes massas de arvoredo sob declive 
ou terreno plano, sem prejudicar os diferentes pontos de vista. Por toda a extensão do jardim 
arrelvados, espalham-se quincôncios e bosquetes que enchem os vazios deixados entre 
alamedas.
 
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Plano e perspectiva do Jardim de Versalhes projetado por Le Nôtre e encomendado por Luís XIV. São evidentes 
as grandes formas e amplas perspectivas constituindo um cenário espectacular criado para o deleite dos sentidos e evidenciar 
o poder real.
2.5 JARDINS DO SÉCULO XIX
Em Inglaterra, surge no jardim o conceito de bordadura vivaz (mixed-border) – no 
qual o elemento flor se assume importante, utilizando-se mistura entre espécies de épocas de 
floração diferentes e de fácil manutenção (herbácea, de bolbo ou rizomas). O ritmo de 
plantação associa-se ao contraste flores–folhas-cor-forma (prímulas, lírios, rododendros, 
peónias, etc.) em maciços e bordaduras, dentro de um traçado bem definido. Neste contexto, 
destacaram-se os trabalhos de William Robinson e Gertrude Jekyll.
É no Séc. XIX que surgem os grandes parques urbanos abertos ao público, fruto da 
necessidade de lazer, educação e de hábitos higienistas que se faziam sentir nos grandes 
centros industriais urbanos e desempenhando um importante papel terapêutico por 
promoverem o bem-estar do indivíduo. O Central Park, em Nova Iorque, projetado por Olmsted 
e Vaux, terá sido o precursor de muitos destes parques até à presente época.
 
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Bordadura vivaz em Wakehurst (Inglaterra), plantado à maneira de Gertrude Jekyll, usando principalmente rosas 
e púrpuras estimulando a visão num jardim 
 
 
Vista aérea para o Central Park (Nova Iorque, EUA), projectado por Olmsted e Vaux, em 1858, e que surgiu da 
necessidade de o indivíduo citadinousufruir de espaços verdes para a promoção do seu bem-estar.
 
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3.0 - 2ª PARTE: HISTÓRIA DO PAISAGISMO NO BRASIL
A introdução do paisagismo no Brasil foi tardia se comparada ao que ocorreu no 
mundo oriental. Com poucas exceções, os primeiros grandes espaços verdes só apareceram 
no século XVIII. O Passeio Público do Rio de Janeiro, por exemplo, um antigo charco, foi 
aterrado e ajardinado em 1783. Porém, havia tantas regras para a sua utilização que o local 
acabou sendo abandonado. 
O Passeio Público é, oficialmente, o mais antigo parque urbano do Brasil destinado a 
servir à população. Criado por ordem do vice-rei Luís de Vasconcelos de Sousa, foi projetado 
por mestre Valentim da Fonseca e Silva segundo um traçado extremamente geométrico, 
inspirado nas tradições de desenho do jardim clássico francês. 
A história documentada do paisagismo no Brasil iniciou-se com a chegada de Dom 
João VI, em 1807, que destinou ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro a vocação de cultivar 
espécies para a produção de carvão, matéria-prima para a fabricação de pólvora. 
Até meados do século XIX, influenciados pelas mulheres, membros da corte solicitavam aos 
cônsules e embaixadores, sementes e mudas de espécies floríferas para ornamentar os jardins 
dos palacetes que se localizavam no bairro São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Com isso 
chegaram ao Brasil algumas espécies como: agapantos, roseiras, copos-de-leite, dálias, 
jasmins, lírios e craveiros, entre outras.
A palmeira-imperial (Roystonea oleracea), originária da Venezuela e da Colômbia, 
chegou ao Brasil trazida pelos portugueses libertados da Ilha de Maurício. Sementes dessa 
espécie foram presenteadas ao príncipe D. João VI, que as plantou no Horto Real. Já a 
palmeira-real (Roystonea regia), nativa de Cuba e Porto Rico, de porte mais baixo e estipe 
mais grosso, foi introduzida quase um século depois.
Em 1859, Dom Pedro I contratou o engenheiro hidráulico francês August Marie 
Glaziou, integrante de uma missão francesa, que foi o principal paisagista do Império e que 
ocupou o cargo de Diretor Geral de Matas e Jardins. Entre as suas obras destacam-se o 
Campo de Santana e a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Esse paisagista utilizou, pela 
primeira vez, árvores floríferas no paisagismo. 
Somente no final do século XVIII é que, no Brasil, com a tentativa de reaproximarem-
se do meio ambiente, os jardins foram adaptados em particularidades, buscando estimular a 
sensibilidade à paisagem. Essa preocupação levará à integração dos elementos da flora no 
próprio traçado da cidade como reação e, ao mesmo tempo, solução ao problema do 
adensamento urbano.
O paisagismo no Brasil definiu-se no século XIX, a partir do surgimento de uma rede 
consolidada de cidades, grandes e médias, e com influência européia, mais precisamente 
francesa e inglesa e, sob forte influência nacionalista, assumiu uma identidade própria.
O grande marco do paisagismo no país foi o surto de nacionalismo decorrente do 
pós-guerra. Seguindo essa linha, chegariam aos jardins as idéias do famoso e conceituado 
paisagista Roberto Burle-Marx, defendendo o uso da flora tropical. Hoje os paisagistas 
brasileiros se espelham nos seus grandes e magníficos jardins tropicais.
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3.1O ECLÉTICO:
A denominação Ecletismo faz uma associação direta com a arquitetura do período 
em que essa linha projetual de arquitetura paisagística predomina. Como esse estilo 
arquitetônico, a linha projetual é também, no Brasil, baseada em manuais europeus, totalmente 
aberta a modismos estilísticos, incorporando elementos anódinos, como chinoiseries e 
pavilhões árabes. A vegetação utilizada, mesmo que tropical, deve ser sempre organizada de 
modo a refletir um ideário qualquer, cópia de um modelo ou construção de um espaço bem 
organizado, ordenado segundo regras explícitas, que dirigiam sempre a criação de um cenário 
o mais parecido possível com o da metrópole. 
Cenário recriado, pois o modelo europeu, ao passar para a cidade tropical, sofre 
adaptações expressivas, refletidas tanto na configuração dos lugares, como no comportamento 
social. Na Paris do século XIX, por exemplo, não existiam os escravos, nem as plantas nativas 
se expandindo de um modo luxuriante ao sabor do cálido clima tropical. 
Nesse período projetual, realidade social, clima, técnicas construtivas, águas, 
disponibilidade de recursos, materiais e talentos pessoais levaram os produtos da arquitetura 
paisagística nacional a serem bastante distintos dos seus congêneres europeus, tanto no 
aspecto formal como no social. 
O Ecletismo divide-se em duas correntes bastante diferenciadas:
1. Clássica: tem como referências os jardins franceses dos séculos XVI e XVII o espaço é 
tratado a partir de um parcelamento geométrico do solo, favorecendo-se a criação de pisos e 
caminhos estruturados por eixos, que convergem para um ponto principal e que o conectam 
aos diversos acessos. A vegetação é disposta de uma maneira expositiva e entremeada por 
objetos pitorescos, como fontes e esculturas.
2. Romântica: o espaço é concebido de modo a recriar a imagem do parque e do jardim anglo-
francês da segunda metade do século, fortemente inspirado nos cânones ingleses.
A cenarização constitui-se um forte apelo do projeto. Grandes gramados e arvoredos em 
maciços são introduzidos e dialogam com lagos românticos, edifícios pseudo-gregos, estátuas 
e outros elementos. Os caminhos são sempre orgânicos e os eixos geométricos não são 
permitidos.
3.1.1 Antecedentes: O Passeio público e os hortos urbanos. A linha clássica e a 
romântica.
O Passeio Público, primeiro espaço público tratado do país, foi construído na capital 
carioca durante os anos de 1779 a 1783. As características clássicas presentes em seu 
desenho predominam durante toda a primeira parte do século XIX, tanto na concepção do 
jardim privado, como na dos espaços públicos. Alguns espaços, entre eles os Jardins Botânicos 
do Rio de Janeiro e de São Paulo (atualmente Jardim da Luz) e os Passeios Públicos em 
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diversas cidades, são ajardinados e parcelados em 
canteiros geometrizados que utilizam-se de simetrias e 
traçados ortogonais, onde se valoriza sempre pontos focais 
como marco, seja ele fonte, escultura ou coreto. 
A denominação "Ecletismo" faz uma associação 
direta com a arquitetura do período na qual essa linha 
projetual de arquitetura paisagística predomina. Como esse 
estilo arquitetônico, a linha projetual é também, no Brasil, 
baseada em manuais europeus, totalmente aberta a 
modismos estilísticos. O ecletismo divide-se em duas 
correntes bastante diferenciadas: Clássica e Romântica.
A segunda metade do século XIX marca na 
arquitetura paisagística brasileira uma mudança bastante 
significativa, com a introdução do viés romântico inspirado 
na tradição inglesa, então recentemente adotada em Paris 
nos grandes trabalhos de reforma urbana executados pelo 
Barão Georges Eugène Haussmann. Os "bois" de Boulogne 
e de Vicennes,os parques de Buttes Chaumont, Montsorris, 
Monceaue outros mais são as grandes referências urbanas 
em termos de arquitetura paisagística da época. São 
projetados dentro de uma visão idealizada do campo, com 
contrastes entre águas serpenteantes, bosques cerrados e 
gramados extensos, visão totalmente derivada de padrões 
antigos e tradicionais ingleses de concepção de parques. 
Essa concepção,desenvolvida havia cerca de 
duzentos anos nos parques privativos da nobreza inglesa, é levada ao público quando da 
abertura de um conjunto de parques urbanos em Londres e serve de padrão a muitos outros 
como o Regent's Park de Clarence Nash (1812). O Parque Francês, que influencia o 
paisagismo romântico brasileiro, possui um sistema viário bastante ordenado, no qual todos os 
caminhos, mesmo que orgânicos, levam a pontos de convecção e distribuição. Esses, por sua 
vez, estão conectados a um grande caminho principal, que percorre todo o parque e para o 
qual convergem todos os caminhos secundários. 
O Campo de Santana,o primeiro parque público de fato da capital imperial, foi 
concebido por Auguste Françóis Marie Glaziou, o arquiteto paisagista do século XIX no Brasil, 
como símbolo da modernidade e europeização do Rio de Janeiro do século XIX, sendo 
responsável pela introdução do que se denomina postura anglogalicista de projeto paisagístico 
no Brasil, caracterizando e direcionando a concepção dos espaços livres para lazer do 
ecletismo brasileiro. Essas características românticas podem ser percebidas no traçado do 
Passeio Público inplantado em 1862, também de Glaziou, em substituição ao antigo desenho 
de Mestre Valentim, geométrico e rigidamente estruturado em parterres. 
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3.1.2 Glaziou. O paisagista do Império e seus projetos:
Nasce em 1833 na Bretanha. Após concluir 
o curso de Engenharia Civil, estuda botânica no 
Museu de História Natural de Paris, onde toma 
conhecimento das transformações urbanas 
promovidas pelo Barão Haussmann, e do trabalho de 
Jean-Charles-Adolphe Alphand, autor dos parques 
Bois de Bologne e o Buttes Chaumontentre outros, 
absorvendo assim as influências formais do jardim 
francês. Em 1858, a convite de D. Pedro II, Auguste 
François Marie Glaziou vem para o Brasil e ocupa o 
cargo de Diretor Geral de Matas e Jardins. Em 1869 é 
nomeado Diretor de Parques e Jardins da Casa 
Imperial. Permanecendo no país até 1897, quando foi 
aposentado, volta para a França, vindo a falecer em 
1906, aos 73 anos de idade. A influência da obra de 
Glaziou e sua equipe foi enorme, fazendo com que 
inúmeros logradouros pelo país afora fossem 
construídos seguindo os seus padrões paisagísticos 
de concepção de parques e praças, como no caso dos 
jardins da Glória(1903), do Campo de São Bento em 
Niterói (1909) e, anos mais tarde, nos Parques Dom 
Pedro e Anhangabaú em São Paulo (segunda década 
do século XX). 
O Campo de Santana, a obra mais 
importante de Glaziou (1875), é certamente o melhor 
exemplo dessa forma de concepção dentro do 
paisagismo brasileiro, pois nela encontram-se 
implementados todos os seus cânones. O parque, 
concebido dentro dos padrões pelos quais foram 
projetados os parques franceses, está estruturado por 
caminhos suavemente curvilíneos que levam a um 
espaço central, e cortado por águas serpenteantes 
emolduradas por extensos gramados e grandes maciços arbóreos. Contém os mais diferentes 
elementos decorativos, que dão um caráter pitoresco ao local, como uma falsa cachoeira de 
pedra, uma gruta, pontes de argamassa imitando troncos, esculturas mitológicas e bancos 
delicadamente trabalhados, detalhes que podem ser observados em outras obras do autor: 
Passeio Público e Quinta da Boa Vistano Rio de Janeiro, Parque São Clemente de Nova 
Friburgo e ainda o Parque Mariano Procópio de Juiz de Fora.
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3.1.3 O Palacete, Chácaras e jardins;
O cerne da mudança urbana paisagística 
brasileira do século XIX está, com certeza, contido entre 
os muros da propriedade privada. É nela que uma 
modernização bastante drástica se dá, tanto no tocante 
à arquitetura em si, como na implantação do edifício, 
que passa a ser disposto de outro modo dentro da 
propriedade. Por sua vez o jardim, antes pequeno e 
restrito a modestos pátios e canteiros, sem um 
tratamento específico, assume o papel de elemento 
valorizador da edificação, que deve ser destacada de 
modo a exibir a riqueza e a importância de seu 
proprietário.
As mudanças configuram-se tanto na residência 
suburbana das chácaras como na casa da cidade, que 
pouco a pouco se destaca das divisas do lote e passa a 
ser cercada por jardins, em princípio laterais e depois 
frontais.
O modelo adotado é o da "villa" ou palacete, 
isolado no meio de jardins, que criam em volta da 
construção uma cenarização de acordo com o estilo 
arquitetônico da residência, que deve ter todas as suas 
faces emolduradas e destacadas pela vegetação. A sua 
fachada principal deve, de preferência, ser totalmente 
exposta ao público, valorizada por um gramado 
romântico ou por "parterres" cuidadosamente decoradas 
com arbustos e flores. Esse é o caso dos inúmeros 
palacetes construídos nas barrancas de Capibaribe em 
Recife, cujos jardins luxuriantes e generosos descem 
até as águas do rio; daqueles construídos em São 
Cristóvão, junto ao Paço Imperial no Rio de Janeiro, ou 
ainda, na mesma cidade, nos bairros de Andaraí, 
Cosme Velho e Laranjeiras. Nesses bairros não só as 
casas das chácaras estão isoladas, mas nos novos arruamentos; muitos palacetes são 
construídos totalmente isolados no lote, como é o caso do palácio Princesa Isabel nas 
Laranjeiras, residência da princesa desde 1865, cercado por um belo parque de autoria de Paul 
Villon, pelos palacetes da Rua São Clemente e muitos outros.
Na medida em que a orla carioca foi se urbanizando, já no final do século XIX, os 
bairros do Flamengo, Botafogo e a distante Copacabana, foram intensamente ocupados por 
palacetes, que fizeram, no caso da Avenida Atlântica, um magnífico mostruário do que de mais 
moderno se podia conceber na época. Na capital paulista, a abertura do Bairro de Higienópolis, 
totalmente idealizado para receber palacetes, e da Avenida Paulista (1891) marcam a 
consolidação definitiva do palacete como figura urbana, pois, confirmando as normas do 
loteamento, a própria Prefeitura Municipal passa a exigir, por lei, recuos de 6 metros 
obrigatórios para as principais vias dos dois bairros, para os recuos frontais das 
Avenidas Angélica e Higienópolis e da Rua Maranhão, e de 12 metros para os recuos frontais 
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da Avenida Paulista.
 O bairro de Higienópolis, conhecido inicialmente como Boulevard Burchard, foi todo 
concebido, como a Avenida Paulista, de modo a configurar a imagem de um bairro residencial 
francês, cortado por ruas e calçadas largas e arborizadas.
3.1.4 Reynaldo Dierberger;
Na medida em que a criação de parques e 
jardins públicos e privados se torna um hábito corrente, se 
produzem condições para o surgimento de um mercado 
consumidor para firmas especializadas em serviços 
paisagísticos. Na cidade de São Paulo, a partir do final do 
século XIX, observa-se um aumento da demanda de tal 
solicitação e são inúmeras as empresas que se 
organizaram para a prestação de serviços ligados à 
arquitetura paisagística, principalmente na implementação 
de projeto de parques e jardins privados. Esse aumento 
da demanda na cidade, principalmente junto às camadas 
de alto poder aquisitivo, permitiu que um certo número de 
profissionais se destacasse em tal área, concorrendo em 
importância com os arquitetos paisagistas, que 
tradicionalmente trabalhavam parao Estado, como 
Glaziou e outros. 
Em São Paulo, os nomes de Germano Zimber, 
de João e Reynaldo Dieberger destacam-se pelo porte 
das obras nas quais estiveram envolvidos. 
Os Dieberger, pai e filho, são com certeza os 
nomes que mais se destacam na cidade e no estado de 
São Paulo, com um número expressivo de projetos, tendo 
como clientes as principais famílias da época, que 
solicitavam os serviços da firma de sua propriedade 
Dieberguer & Cia. João Dieberger, jardineiro alemão de 
origem, recebe o apoio da mais importante mecenas 
paulistana do último quartel do século XIX, Dona 
Veridiana Prado, que lhe arrenda uma chácara de sua 
propriedade à Rua da Consolação, onde mais tarde seria 
construída a Praça Roosevelt, e passa a dedicar-se à cultura e à venda de plantas ornamentais 
(1893), atividade que expande em 1895, com a compra e formação de uma chácara própria 
atrás do Parque Trianon na Avenida Paulista. 
Da pesquisa e produção de espécies, passa a elaborar projetos para os mais 
diversos clientes da alta sociedade paulistana. O trabalho da firma de João Dieberger, que no 
século XX passa a contar com viveiros e uma casa distribuidora, consolida-se em 1919, 
quando Reynaldo Dieberger (filho de João), paisagista, com especialização em Dresden, na 
Alemanha, passa a colaborar na empresa. 
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Os projetos dos Dieberger caracterizam-se por explorar todas os nuances da 
arquitetura paisagística da época, ora elaborando projetos romântico - paisagísticos, como os 
da residência de Antônio Prado Júnior, na Avenida Higienópolis, ou o parque da Residência de 
Dona Georgina de Rego Freitas, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, dotados de amplos 
gramados, que emolduravam a fachada principal dos palacetes ou os jardins da família Nagib 
Salem na Avenida Higienópolis em estilo "romântico". 
Outros projetos foram concebidos dentro de linhas clássicas rígidas, como a Praça 
Pública de Rio Claro, a praça da Liberdade de Belo Horizonte e os jardins das Termas de 
Poços de Caldas, em Minas Gerais, mas, com certeza, foram as variações estilísticas 
desenvolvidas nos projetos criados pela firma Dieberger & Cia., por meio da sua seção de 
ajardinamentos, que mais caracterizavam os projetos dos dois paisagistas. 
O trabalho de Reynaldo Dieberger foi bastante intenso, como o de seu pai, e são de 
sua autoria muitos dos mais importantes projetos desenvolvidos pela empresa da família, no 
Parque da Água Branca em São Paulo, nos jardins das estações d'água Mineral de Araxá, São 
Pedro e Poços de Caldas, trabalhos de excelente qualidade e porte e para os quais a sua 
formação de arquiteto paisagista possibilitou a finalização de excelentes resultados.
3.1.5 A Praça Eclética;
Inspirada nos jardins franceses dos séculos 
XVII e XVIII, que por sua vez buscaram referências 
nos jardins renascentistas, a linha clássica estrutura-
se sobre uma rigidez geométrica no traçado e plantio, 
buscando sempre a ortogonalidade e a centralização. 
Os caminhos dispostos em cruz conduzindo a um 
estar central marcado por um ponto focal, geralmente 
um elemento verticalizado (monumento, fonte, 
chafariz, coreto, obelisco, etc), vegetação arbustiva 
plantada como bordadura dos canteiros e caminhos, 
poda topiaria e vegetação arbórea plantada ao longo 
dos caminhos, tudo isso envolto por um passeio 
perimetral, caracterizam a chamada tríade eclética 
básica que permeia a grande maioria dos projetos 
clássicos como o Largo do Campo Grande em 
Salvador, a Praça da República de Niterói e a Praça 
da República em Recife, a Praça da Independência 
em Santos, a Praça da Alfândega em Porto Alegre e 
as Praças da Sé e Dom Pedro em Belém. 
Muitas são as variações a partir da mesma 
estrutura, com traçados ligeiramente orgânicos ou 
combinações de vários arranjos e composições 
geométricas, que obedecem, porém, à lógica da tríade 
básica. Os projetos da Praça Santos Andrade em 
Curitiba e Praça Paris no Rio de Janeiro são bons 
exemplos de projetos que, sobre a estrutura 
geométrica eclética, propõem algumas variações. No 
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exemplo curitibano, as mudanças ficam por conta das linhas curvas que aparecem nos 
canteiros, porém a força dos eixos longitudinais, dos três estares centrais e da simetria remete 
claramente à lógica do Ecletismo. 
Os projetos românticos, por serem mais elaborados, necessitaram de maiores áreas 
para sua implantação, de custo mais elevado e muito característicos de sua época, não se 
consolidaram como padrão tão forte quanto os projetos clássicos, porém a proposta de 
valorização da imagem naturalista e romântica e a forma cênica de plantio incorporaram-se ao 
ideário das praças urbanas entremeando-se ao geometricismo clássico. 
Principalmente a partir do começo do século XX, surgem projetos que utilizam-se de 
elementos dos dois estilos. Geralmente com a colocação de elementos pitorescos e cenários 
bucólicos sobre uma estrutura de caminhos e canteiros com eixos e espaços centrais bem 
definidos como, por exemplo, a Praça Dom Pedro em Beléme a Praça General Osório em 
Curitiba.
3.1.6 O Parque Eclético:
A tradição de construção de parques públicos na cidade 
brasileira consolida-se no século XX, sendo que vários 
projetos de grande porte são executados nas principais 
cidades do país. Durante as primeiras quatro décadas são 
entregues ao público importantes logradouros, que se 
tornam paradigmas de qualidade urbana, como o Parque 
Antártica(1900) e o Bosque da Saúde (1908) em São 
Paulo, de propriedade particular e já desaparecido; o 
Campo São Bento(1909) em Niterói; o Bosque dos 
Jequitibás(1915) em Campinas; o Parque da 
Independência, conhecido como Ipiranga(finalizado em 
1922 em São Paulo); início da implantação do Jardim 
Botânico em São Paulo em 1929 (concluída em 1939), o 
Parque da Farroupilha (Parque da Redenção)(1935) em 
Porto Alegre, construído no local de uma grande feira de 
exposições; os grandes jardins da Orla de 
Santos(concluídos em 1937) e o Parque 13 de Maio em 
Recife (1939).
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3.1.7 Projetos Urbanos. Rio de Janeiro e São Paulo
O Segundo Império marca um período de crescimento 
e consolidação do Rio de Janeiro como capital, que se moderniza 
na sua arquitetura, nos seus arruamentos e nos seus espaços 
públicos. A Rua do Ouvidor é, então, uma via de comércio 
elegante e diversificado, o hábito de ir ao teatro é comum, um sem 
número de prédios públicos e privados de arquitetura nova de 
influência européia são construídos no centro, novos bairros são 
abertos e, pouco a pouco, as senhoras de "boas" famílias passam 
também a freqüentar o espaço público, que tem seu uso 
disciplinado e saneado. 
As últimas três décadas do século XIX caracterizaram-
se, então, por um processo progressivo e constante de 
transformação dos espaços públicos da grande cidade brasileira, 
que foram redimensionados, reelaborados cenicamente e 
adequados a um novo papel sócio-econômico que, de certo modo, 
estava preparando as condições para as grandes transformações 
ocorridas nas duas primeiras décadas do século XX. 
O Rio de Janeiro, a capital da nova república, e São 
Paulo, são então, o palco de grandes transformações em suas 
áreas centrais, que destroem de vez as antigas estruturas 
espaciais coloniais, colocando-as dentro dos cânones do 
urbanismoeuropeu. 
As obras executadas no Rio de Janeiro na primeira década do século são 
emblemáticas e servem de padrão para todo o país. A abertura da Avenida Central em 1905, o 
primeiro boulevard em área central urbana brasileira, a construção da Avenida Beira-marem 
1904, os jardins da Praia de Botafogode 1903 e ainda os jardins da Glória, da Lapa e do 
Monroe executados pela Inspetoria de Matas e Arborização, sob a direção de Júlio Furtado, 
representam mudanças significativas para o espaço público. 
O núcleo antigo da cidade de São Paulo passa, na primeira década do século, por 
inúmeras mudanças como alargamento de ruas, ajardinamento de praças e a construção de 
um sem números de novos edifícios; mas a grande transformação se dá na segunda década, 
quando após numerosos estudos são, finalmente, transformadas as grandes várzeas que 
cercavam o centro antigo em dois parques, com a idéia deral de Joseph Antoine Bouvard. 
Esses parques, o Dom Pedro, construído na antiga várzea do Carmo, e o 
Anhangabaú, construído em parte do vale pelo qual corria o córrego de mesmo nome, eliminam 
definitivamente os focos de insetos, os terrenos incultos e quintais, que conferiam ao centro em 
formação um aspecto acanhado. Os dois parques possuíam um desenho romântico 
nitidamente enquadrado na mesma linha projetual seguida por Glaziou nos seus projetos para 
o Rio de Janeiro. Constituíram, na época, uma moldura ajardinada para o centro da cidade, 
pois formavam um semi-anel verde em volta da sua parte principal. 
Ainda na área vizinha ao centro paulistano foi construída, em 1905, praticamente um 
pequeno parque, em área não distante do Parque Anhangabaú, a Praça da República. Essa 
área era, na época, totalmente residencial e ao seu redor construíram-se inúmeros palacetes, 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 28
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como os da Avenida São Luís, então, uma das mais elegantes vias da cidade.
3.1.8 Projetos Urbanos. Belém, Manaus e Belo Horizonte
Por todo país, ao final do século XIX e no começo do século XX, são feitas 
importantes reformas urbanísticas junto às áreas centrais e aos principais bairros vizinhos. O 
Intendente Antônio José de Lemos, por exemplo, na sua longa gestão à frente da 
Administração Municipal de Belém do Pará constrói um dos mais expressivos conjuntos de 
áreas livres do início do século. Durante os anos de 1898 a 1911, foi o responsável pela 
modernização da estrutura urbana da capital paraense, que enriquecida pelo ciclo da borracha, 
transforma-se em um dos mais importantes centros do país, priorizando o embelezamento 
urbano, simbolizado pela criação de parques e praças, além do ajardinamento de logradouros 
já existentes, formando um dos mais completos sistemas de áreas verdes públicas para lazer 
do período. 
São criados vários boulevards, praças e um 
grande parque - o Bosque Municipal, depois denominado 
Parque Rodrigues Alves. Como no Parque Municipal, 
predomina em todas as praças da cidade o traçado 
geométrico e clássico, que sempre direciona o usuário a 
um ponto focal ou à área central do logradouro. Assim 
são concebidas as praças Brasil, Dom Pedro, Amazonas, 
da Sé, da República e Baptista Campos, além do 
Boulevard junto ao Mercado Ver-o-Peso. 
A Praça Baptista Campos, reinaugurada em 
1904, após uma grande reforma, transformou totalmente 
um campo vazio, plantado com mangueiras, em um dos 
mais significativos exemplos da arquitetura paisagística 
eclética brasileira. . Ao longo dos caminhos são 
colocados os mais diversos e pitorescos elementos, 
como bancos e pontes 
trabalhados em formas orgânicas, ilhotas, formações 
rochosas falsas, imitando situações naturais, chafarizes, 
uma torre de castelo, utilizada para disfarçar as 
instalações de abastecimento d'água, enfim, toda uma 
cenarização romântica que visava possibilitar ao flaneur 
diversas possibilidades de descanso e prazer visual. 
A Praça Dom Pedro II destaca-se pelo seu 
caráter extremamente bucólico e romântico, obtido por 
meio de seus gramados emoldurados por um lago 
sinuoso e tranquilo, e grandes maciços arbóreos. 
Igualmente na cidade de Manaus, a outra 
capital brasileira do ciclo da borracha, um sem número de 
obras de embelezamento foram executadas. Muitas 
foram as praças construídas e reformadas, formando um 
conjunto significativo. Entre elas, destacam-se as praças Dom Pedro II(1893) e 15 de 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 29
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Novembro, os Jardins da Igreja Matriz, e a Praça Heliodoro Balbi, conhecida como Praça da 
Polícia. 
Entre as grandes obras públicas de construção da paisagem, destaca-se, ainda no 
final do século XIX (1897), a implantação da nova capital de Minas Gerais (Belo Horizonte, 
sucedendo a velha Ouro Preto), desenhada por Aarão Reis, que com certeza é a obra de 
construção paisagística de maior porte de todo o período do Ecletismo. Com seu traçado em 
grelha, cortado por eixos radiais arborizados, na realidade, grandes boulevards inspirados nas 
experiências parisienses e dotada de um grande parque central, projetado dentro do estilo 
romântico por Paul Villon, Belo Horizonte consolida-se como cidade-modelo nas primeiras 
décadas do século XX. 
O parque então denominado de Municipal, e hoje Américo Renné Gianetti, com uma 
área de 180.000 m2, foi inaugurado em 12 de dezembro de 1897 e chega ao final do século XX 
com sua estrutura morfológica e funcional bastante íntegra, apesar de ter sofrido algumas 
intervenções importantes para a construção do edifício do centro cultural Paço das Artes.
3.2 MODERNO
O modernismo significa, na arquitetura paisagística brasileira, ruptura e construção. 
Ruptura, pois abandonaram-se definitivamente os modos de projetar do Ecletismo, do qual só 
se conserva a prática de lidar com a vegetação nativa, já bastante desenvolvida, e o uso de 
certos materiais para pavimentos, como o mosaico português e o arenito. 
Construção, pois a nova forma de encarar o espaço possibilita a formação de 
uma identidade própria da arquitetura paisagística nacional. Os novos espaços se identificam 
com a paisagem local, da qual extraem elementos para sua construção e partem de novos 
hábitos sociais que se delineiam no período de sua gestação. 
O programa de atividades do espaço livre moderno evoluiu, a partir do 
programa contemplativo eclético, para novas formas de uso. 
A apropriação tradicional para o lazer contemplativo, passeio, apreciação da 
natureza e convivência permaneceu como a forma de utilização intrínseca e mais comum; no 
entanto, novos programas voltados ao lazer esportivo e a recreação infantil passaram a ser 
propostos e muito bem aceitos. 
Esse novo programa provoca uma forte ruptura formal entre os projetos ecléticos e 
modernos, derivada da alteração da função de espaço, uma vez que, no parque ou praça 
modernos, os espaços são criados para serem usados para a permanência dos 
frequentadores, ao passo que, no Ecletismo, os espaços eram concebidos como trajetos e 
caminhos para passar ou passear. 
A vegetação já não é mais utilizada como bordaduras de caminhos e canteiros ou 
como peças de cenários naturalistas, mas como elementos de composição espacial, 
estruturando os espaços organizando a circulação. No paisagismo moderno brasileiro, a forma 
de utilização da vegetação vincula-se à idéia de criação de estares e de setorização. A 
vegetação participa do projeto como elementos tridimensional do espaço.
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 30
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional3.2.1 Nascionalismo e Ruptura. Antecedentes.
 O movimento moderno no paisagismo 
nacional veio a reboque do movimento moderno na 
arquitetura e no urbanismo brasileiro, que se instala 
nos anos 30. Nos anos 40, 50 e 60 difunde-se pelo 
país, sendo institucionalizado pelo novo Estado que 
se estabelece, sendo transformado em um dos 
produtos da modernidade e identidade nacional.
A construção do projeto do Ministério da 
Educação e Saúde, citado como o marco da 
modernidade arquitetônica, urbanística e paisagística, 
ministério mais emblemático, não é casual. É por 
meio da renovação e modernização da saúde, a 
criação dos institutos de previdências e os programas 
de aposentados e saúde popular, o patrocínio das 
artes novas, como a pintura e a música, que o novo 
Governo expressa suas intenções e ações de 
mudança. 
A arquitetura paisagística moderna 
brasileira caracteriza-se por uma forte identidade 
nacional, que vem atrelada ao nacionalismo cultural 
típico do período de sua formação nos anos 40, 50 e 
60 e tem como símbolo a valorização exacerbada da 
vegetação tropical no tratamento e formalização dos 
seus projetos. 
A prática de esportes, que é introduzida em 
massa nas grandes cidades, exige instalações 
adequadas para seu exercício formal, como as 
quadras esportivas, as canchas de bocha e os 
campos gramados de futebol, que passam a fazer 
parte dos programas dos novos logradouros, 
construídos especialmente após os anos 40 e 50, bem como dos espaços livres particulares.
 
A partir dos anos 40 chega ao país o playground, criação típica norte-americana, que 
consiste basicamente na concentração de conjuntos de brinquedos industrializados, em 
determinados locais dos espaços livres, em geral público, para lazer infantil. A crescente 
carência de espaços livres para lazer infantil populariza esse tipo de equipamento que se torna 
obrigatório nas escolas e pré-escolas de então, particularmente nos jardins de infância, nas 
praças públicas e parques. Essa carência é o resultado direto do aumento de custo do solo 
urbano e dos aluguéis, que inviabiliza grandes quintais e jardins, espaços antes ocupados por 
atividades infantis ao ar livre. 
A sociedade do século XX destitui dos grandes espaços públicos o hábito do flanar, 
principal atividade de lazer que deve agora conviver com as atividades esportivas. 
Roberto Burle Marx, o paisagista do Ministério da Educação e Saúde, torna-se nos 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 31
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anos 40 e 50 o arquiteto paisagista dos novos projetos arquitetônicos de Pampulha, subúrbio 
de Belo Horizonte, concebido para ser o palco da modernidade urbana das novas elites locais. 
Seus projetos arquitetônicos encomendados por Juscelino Kubitschek para valorizar o entorno 
da represa de mesmo nome, inaugurados em 1942, possuem caráter arquitetônico de 
vanguarda. Com eles Oscar Niemeyer chegou à criação de alguns de seus mais marcantes 
projetos de início de carreira: os edifícios do Iate Tênis Clube, Cassino ( hoje Museu de Arte 
Moderna), da Capela de São Francisco de Assis, e da Casa do Baile. 
Com o projeto do MES e a praça Salgado Filho, em 1938, no Rio de Janeiro, 
rompem-se totalmente os padrões de parcelamento e estruturação tridimensional dos espaços 
livres até então vigentes, criando espaços únicos, estruturados por uma densa vegetação 
tropical da qual explora cores, texturas e formas.
3.2.2 Influencia americana e tropicalização. 
Os anos 40 caracterizam-se por um 
drástico processo de transformação social e urbana 
no país, reforçado com o advento da Segunda 
Grande Guerra Mundial, alterando formalmente o 
eixo de influência cultural do país que passa dos 
países da Europa para os Estados Unidos da 
América, e por um crescimento econômico sensível, 
devido ao aumento das exportações e a 
possibilidade de uma industrialização diversificada e 
de porte. 
O ambiente cultural está aberto a 
inovações e os padrões americanos que, desde os 
últimos anos da década de 20, já penetravam 
maciçamente no país, passando a fazer parte do 
ideário das classes média e alta brasileira. Apesar de 
bastante influenciada 
ainda pela cultura européia, essa população se rende 
de uma maneira generosa à influência americana, 
sobretudo durante o período da guerra e nos anos 
posteriores, em que cinema, rádio, imprensa e mais 
tarde a televisão colaboram na difusão do "American 
Way Of Life", que passa a fazer parte do desejo da 
família brasileira, com seus objetos de consumo 
como casas de subúrbio, carros, geladeiras, pátios e 
piscinas. 
A casa deve ser funcional e eficiente, com 
espaços livres estruturados como continuidade dos 
espaços internos, com salas e quartos formando 
locais de trabalho, em substituição ao velho quintal 
com galinheiros e pátios dedicados ao lazer familiar, 
nos quais uma quase sempre inacessível piscina 
seria bem-vinda. Seriados da TV, ou filmes que retratam a família americana média e discursos 
Técnico em Paisagismo - História do Paisagismo 32
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sobre os espaços livres dos lotes residenciais urbanos apontam nessa direção. 
Os novos princípios projetuais, tornam os espaços excessivamente geometrizados, 
criando-se formas bastante diferenciadas do passado, notando-se um nítida influência das 
novas concepções formais em desenvolvimento nos Estados Unidos da América por 
paisagistas como Garret Eckbo e Lawrence Halprin, que também influenciam na geometrização 
de pisos e canteiros.
3.2.3 Casa, prédios, pátios, piscinas e jardins
Nas novas concepções projetuais, tanto 
arquitetônicas como paisagísticas, deve haver uma 
continuidade espacial entre os espaços internos da 
residência ou edifício e o espaço externo. A fluidez é 
garantida por amplas janelas e portas envidraçadas, pisos 
contínuos e generosas varandas, que a exemplo das suas 
congêneres do passado, são amplamente utilizadas pelas 
famílias como espaços de estar e socialização, cumprindo o 
papel de elemento de transição entre a residência e o 
jardim. 
O quintal, agora denominado também de área de 
serviço, é minimizado, serve basicamente para o lavar e 
estender roupas e ocupa muito pouco espaço no lote, 
abrigando, além das instalações de serviço, áreas de 
estacionamento de automóveis. O jardim frontal, destinado 
a valorizar a arquitetura da residência, é simplificado ao 
extremo, perdendo tamanho, reduzindo-se por vezes a 
simples e singelos gramados, emoldurados por tufos de 
vegetação, o que deixa a arquitetura totalmente exposta. 
A grande novidade será a introdução do jardim 
dentro do lote urbano verticalizado, o que acontecia 
esporadicamente desde os anos 40, principalmente em 
volta de edifícios públicos como escolas, hospitais e postos de saúde ou em bairros 
residenciais, como, por exemplo, nos edifícios Prudentia, Bretagne e Louveira, construídos no 
bairro de Higienópolis em São Paulo. Foi nesta cidade que se consolidou o hábito de construir 
prédios isolados no lote, onde em alguns dos seus bairros residenciais, que nos anos 50 e 60 
passaram por um processo de verticalização oposto ao anteriormente praticado pelo país, que 
enclausurava o edifício de apartamentos em quadras - bloco verticais, comuns nas áreas 
centrais dos centros urbanos mais importantes de então e que tem na cidade do Rio de Janeiro 
os seus exemplares perfeitos. 
A verticalização em São Paulo, na medida em que sai da área de influência direta do 
centro da cidade, instala-se a princípio nas áreas tradicionalmente

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