Buscar

RESUMO: POLÍTICA MONETÁRIA José Júlio Senna Cap. 1e 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Fundamentos Conceituais
Origem e funções da moeda
Adam Smith (1965) descreve que desde os primitivos existia tendência dos homens para especialização em diferentes ramos de atividade. Alguns homens tinham maiores habilidades para desenvolver certos trabalhos que outros. Os resultados de seus trabalhos, os produtos, podiam ser trocados por outros. Assim surge de maneira primitiva a comercialização. 
A especialização do trabalho foi se desenvolvendo de modo que o homem toma consciência de que o excedente de sua produção servirá para consumo próprio. Segundo um dos raciocínios de Smith “como é o poder de troca que da origem a divisão do trabalho, a extensão dessa divisão estará sempre limitada [...] pelo tamanho do mercado”.
	Foram muitos os transtornos nas comercializações econômicas no período inicial da divisão do trabalho algumas pessoas possuíam abundante quantidade de determinado produto, sendo que outros precisavam deste. Para que houvesse uma permuta (comercialização) está outra pessoa deveria dispuser de algo desejável pela primeira ou não havia troca. Para evitar situações como esta todo homem prudente, dispusera do resultado de suas atividades e além disso alguma quantidade de outra mercadoria, que fosse de fácil comercialização, fomentando o que se chamou de “trocas indiretas”. Notas-se aqui uma das primeiras formas de moeda.
	A partir de então não era mais eficiente ou proveitoso as trocas feitas por dupla coincidências de desejos e sim trocas indiretas, que usam de um terceiro bem ou serviço, que não necessariamente fossem desejos imediatos, mas que fosse de fácil aceitação de troca.
Karl Manger ressalta que diferentes bens e serviços tem diferença graus de aceitação assim. "[...] teoria da moeda pressupõe a teoria sobre bens mais ou menos vendáveis". 
Quando um bem destacava-se sendo o mais vendável, estava identificado a moeda daquela região. Começa-se a fazer uso dos metais preciosos, estes eram considerados mais eficiente nas permutas, pois poderiam ser divididos e Unidos novamente por fusão. 
A economia monetizada trazia mais segurança a todos os envolvidos, no sentido de que os excedentes produtivos de cada um poderia ser trocados em mercado a um custo relativamente baixo. A moeda renovou o estímulo ao processo de criação de riquezas. A moeda também tornou eficiente a ampliação da produção de bens e a comercialização dos mesmos. 
A moeda da ao individual liberdade de escolha. Segundo Milton Freidman, ela representa uma reserva temporária de poder de compra. 
Para Jurg Niehans, moeda não é unidade de compra simplesmente porque não é unidade. Seria melhor dizer que tem função de meio de conta. Meio de conta, ou numerarie, é o bem em relação se definem preços e se faz contabilidade. 
Em regiões e tempos distintos, diferentes metais foram usados como moeda. Sendo a prata mais comum, e o ouro usado em transações de maior valor. Talvez tenha sido a utilização de de dois metais com características de comercialização muito semelhantes que dificultou a evolução de um sistema monetário unificado. Houve épocas em que o ouro era considerado correspondente da “aristocracia” e a prata “moeda de homem comum”.
Surgia a moeda papel como complemento dos metais, era a mais nova forma de moeda. Era o recibo emitido, pelas pessoas que guardavam os ativos de outras, correspondente a deposito bancários. As pessoas que guardavam os bens perceberam que podiam fazer empréstimos destes bens, desde que deixassem certa parte retida, atendendo eventuais resgates de seus proprietários. Esta foi a base do sistema bancário moderno.
Apareceram também as letras de câmbio evidenciando mais uma vez as utilidades da moeda papel. Mais tarde surgiram as notas bancarias, cujo lugar acabou sendo tomado pelos depósitos bancários. O cheque foi/é apenas uma das formas de transferir deposito.
Menger diz que, foram os homens que ,”com conhecimento crescente de seus interesses individuais,cada um movido por seus próprios interesses econômicos”, sem qualquer obrigação legal, acabaram identificando o bem mais vendável de seus tem e região. A moeda foi uma descoberta do setor privado. O que lhe deu origem foi a pratica do dia a dia dos agente econômicos.
Na palavras de White: “uma unidade comum de moeda naturalmente se torna a unidade de conta [...]. Nenhuma proclamação oficial se faz necessária para que se estabeleça uma unidade padrão de conta”.
Como meio de troca a moeda é determinada pelo mercado, mas como unidade de conta é “criatura do Estado”.
O que leva os indivíduos a aceitarem uma moeda a qual o governo atribui qualidade de legal tender é a crença de que, no futuro, diante da oportunidade de adquirir bens e serviços desejados as pessoas com quem será preciso negociar também  também a receberam.
A moeda exerce funções abstrata e concreta. No primeiro caso a moeda é o padrão com o qual se medem os valores de troca dos bens e se expressam as dívidas. A moeda constitui a unidade em que se dominam preços e dívidas em geral. Esse é o sentido abstrato do termo. 
Kindleberge diz que a moeda é um bem público - os indivíduos podem dela fazer o uso sem que isso impeça outros de proceder da mesma maneira. Nesse sentido assemelha-se à língua falada num país.
Para manter estável o valor da moeda, é preciso controlar sua oferta. Mas restringir a oferta de moeda significa exercer controle sobre a disponibilidade dos ativos utilizados como meio de troca. A moeda passa a ser um bem privado. O consumo de uma pessoa impede o uso de outra.
Qualquer discussão sobre esse assunto sugere a inexistência de um ativo único, ou de um conjunto de ativos, passível de ser identificado como portador de uma qualidade monetária uniforme, ausente em todos os demais. A conveniência na execução de transações comerciais certamente constitui uma característica essencial de um ativo monetário. Mas a realidade é que vários ativos possuem essa qualidade, em intensidades distintas.
 Nenhuma sociedade moderna pode funcionar sem um meio de troca comum. O meio comum baseia-se em convenção.
Em qualquer sociedade, a moeda e as convenções que lhe dizem respeito são coisas valiosas.
A utilidade da moeda é tão significativa que, mesmo no quadro de hiperinflação, não se percorre o caminho de volta, ou seja, as sociedades não retoma o mecanismo de trocas indiretas.
É evidente [...]que a mera introdução de um meio particular de trocar certos bens por outros [...] não afeta o caráter essencial das transações. Não é com moeda que as coisas são realmente compradas. A renda de ninguém- exceto de quem trabalha nas minas de Ouro e Prata - deriva dos metais preciosos[...].  Nada pode haver de mais intrinsecamente insignificante numa sociedade do que a moeda; exceto como mecanismo capaz de poupar tempo e esforço. Ela é uma máquina que faz de maneira mais rápida e confortável aquilo que poderia ser feito sem ela; e como muitos outros tipos de máquina, só exerce influência própria e independente quando deixa de funcionar. 
As verdadeiras forças presentes em qualquer economia são a capacidade produtiva dos agentes econômicos, suas qualificações e habilidades naturais, e como se organizam nos mais diversos campos. 
Nota-se que, num certo sentido, a própria moeda constitui um ativo para seus detentores, e passivo para seus emissores. Isso significa que variações expressivas no poder de compra da moeda podem afetar sobremaneira a distribuição de riqueza, e prejudicar o funcionamento da sociedade.
A moeda vale apenas pelo que pode comprar. O poder de compra da moeda é determinado em mercado, em função do livre jogo das trocas entre moeda e mercadorias. O setor público pode maior ou menor em gerência no sistema monetário de um país, e também definir se determinada moeda tem ou não curso legal. 
A relação de troca entre a moeda e as demais mercadorias constitui "o problema monetário fundamental".
Regimes Metálicos
O Electrum, primeira moeda, (como conhecemos hoje, redonda e com estampa), de início era cunhada entre os gregos, a moeda com o passar do tempofoi ficando cada vez mais requintada, os gregos possuíam artistas renomados. Antes eram peças de formatos irregulares, de mesmo tamanho e pureza, (ouro, ouro branco e prata), em 620-600 a.C. A ideia foi passada aos Turcos tendo a prata assumido o metal predominante. Com isso, houve facilidade por meio de trocas que eram avaliados e recebidos por seu valor nominal e não pelo peso. 
Com o passar do tempo às cidades Estado enfraqueceram em decorrência da Guerra do Peloponeso. Com isso a Grécia perdeu parte de seu requinte, sofreu endividamentos. Solón, alterou o padrão monetário, promovendo a desvalorização da moeda (dracma) e fez algumas reformas, entre as quais, (proibição da escravização por endividamento e o cancelamento das dívidas existentes).
Com conquistas de Alexandre a dracma tornou-se moeda padrão, foi usada no continente europeu e em grande parte da Ásia. Apesar da desvalorização a Grécia manteve uma “estabilidade”. Os gregos tinham “paixão” pela moeda, era um ato de traição às falsificações ou “plating”, uma prática de manter a desvalorização. 
Por causa da região infértil e tamanho reduzido, tinham a necessidade de explorar territórios mais amplos. O comércio internacional era um caminho natural, pois mantinham a solidez monetária. 
A organização política do povo tende a ser mais participativas com a administração das políticas públicas. “A república democrática estava menos propensa a sofrer depreciação monetária”.
Tinha uma espécie de missão, civilizar os povos. Depois da derrubada do último rei etrusco, conflitos com os gregos e vencerem. A república romana foi estabelecida em 510 a.C. Roma obtinha então experiência com cunhagem e o uso da própria moeda, peças de cobre e bronze, o asse. Com as guerras púnicas houve a introdução dos denarius, (uma pequena moeda de prata).
O asse começou a perder peso, reduzindo o peso equivale a desvalorizar. Acredita-se que para obter algum lucro e alívio financeiro diante da situação emergencial. Admitindo-se que o asse era efetivamente usado como unidade de conta, ou seja, como referência nas transações econômicas, com isso permitia que as dívidas fossem quitadas com moedas desvalorizadas. 
A hipótese mais provável é que mais uma vez endividado, o Estado tenha procurado tirar proveito da desvalorização. Foi emitida moedas com coberturas de prata, ou seja, imitações do denário. O Estado falsificando sua própria moeda.
Romanos já haviam experimentado duas formas de depreciação monetária: desvalorização, (redução de metal na moeda) e o debasement (grau de pureza do metal). Cartago foi derrotada e Roma segue com vitórias, adquirindo certa independência, tinham controle de sobre um território bastante vasto. Então surge uma nova moeda o aureus, (moeda de ouro), durante a campanha da Gália, César. Que fora assiado. 
Dessa forma, entre os romanos a associação entre cunhagem de moeda e demonstração de poder ganhou contornos bem definidos. Formou-se o Segundo Triunvirato. Conflito entre Marco Antônio e Otaviano. Cada um mandou cunhar suas próprias moedas. Otaviano venceu. Rompia-se mais uma vez com a herança das cidades democráticas gregas e da própria fase republicana na medida em que o povo deixava de ter qualquer participação ao processo. 
Augusto não fez nenhuma desvalorização da moeda ou debasement, tudo feito com intuito de gerar mais ganhos para o governo. Sob Nero, a situação começaria a se alterar. O aumento dos preços esteve associado a um continuado processo de queda da qualidade das moedas de prata. A politica de congelamento fracassou, escassez. Deixar de utilizar a moeda por peso e passar a fazer o uso de valores nominais representavam considerável avanço, a moeda perdeu valor de maneira continuada fazendo uso de repetidas cunhagens. 
Não houve politica monetária definida, a desorganização refletia na ausência de um sistema uniforme. Mecanismo de cunhagem desorganizado e forte propensão à desvalorização. Em Roma a moeda era utilizada para demonstrar poder, (uso de promoção pessoal), enquanto na Grécia, tinha um cunho artístico. 
Para os gregos, o comércio internacional era a principal atividade, preservar a saúde monetária é sempre valioso. Para Roma, eles viviam de conquistas. Com isso acarretava gastos públicos elevadíssimos. Tendo consequências graves e certamente a derrocada do império romano.
Com várias mudanças ocorridas, transferências de cidades. Houve um esforço reformista, introduzindo uma nova moeda de ouro (solidus). A cunhagem honesta, estava de volta. O interesse em estimular trocas comerciais, e a importância de uma moeda sólida, adquirindo uma aceitação universal. 
No século X houve conflitos militares, tendo a desvalorização da moeda. No séculos XIV, quase não havia ouro nas moedas bizantinas, os árabes cunharam sua moeda, o dinar (ouro) e dirhem (prata), a prosperidade da região dominada pelos árabes baseava-se no comércio “internacional”, sendo particularmente intensa as trocas de mercadorias. A atividade comercial fazia parte da tradição do povo. A herança cultural advinda dos gregos facilitou a absorção do ideal de estabilidade monetária. 
Povos bárbaros já haviam tomado conta do lado europeu, a economia monetária sofreu considerável contração e o mecanismo do escambo voltou a fazer parte da vida cotidiana. Muitos passaram a viver da autossuficiência das propriedades rurais, a desorganização e a pobreza devastam as cidades provocando declínio populacional. Com a decadência das instituições foi inevitável o processo de desintegração da moeda Regime conhecido como feudalismo. A economia monetária deixou de prevalecer. “A economia monetária se contraíra, sem desaparecer por inteiro”. Num processo desprovido de controle, senhores feudais, bispos e as próprias cidades assumiam o direito de cunhar moedas. 
A moeda ressurgiu associado ao crédito e às finanças, tendo o renascimento constituído um período-chave do desenvolvimento financeiro. As leis romanas, por seu turno, deram origem ao direito comercial. 
Preservado das invasões barbarás o Norte da Itália continuou existindo e comercializando com o chamado Leste Civilizado. Com o passar do tempo, outros lugares foram conseguindo livra-se do feudalismo e começar essas comercialização com o Leste. O Solidus que foi preservado por tanto tempo já havia sido adulterado e o ouro começa a se reeguer.
Com a volta da cunhagem do ouro surgem duas moedas de grande expressividade, o florim de Florença e o genovin, de Genova. Se tornando o florim, pouco tempo depois o bem mais aceito como forma de pagamento. Em Veneza houve grande relutância em criar uma moeda concorrente com o grosso de prata, por isso o ducado de ouro só aparece algum tempo depois. Volta a tendência ao bimetalismo.
Nessa época de renascimento houve grandes avanços, e é nesse momento em que surgem as instituições bancárias. Tudo tem início com os negociantes, que serviam como intermediários entre os clientes e a “casa da moeda”, por conta da multiplicidade de moedas. Com o passar do tempo esses negociantes passam a fazer transações em nome dos depositantes. Inicialmente as operações só eram realizadas, na presença das partes interessadas. Descobriu-se também que com o tempo os bancos passaram a deixar em caixa apenas parte do dinheiro correspondente as suas obrigações perante seus clientes.
Na Inglaterra, por possuir maior homogeneidade de moedas, esse processo ficou por conta dos ourives, que eram os responsáveis por guardar os metais preciosos. Em Veneza, surge a primeira proposta de 100% de reserva, em virtude do surgimento da primeira crise bancária.
Na Itália, as cidades- Estados se expandiam, no restante da Europa, o feudalismos ia perdendo espaço. Os súditos mudavam a sua fidelidade do senhor feudal para o rei.
O crescimento das cidades-Estados se deu por dois motivo, primeiro o endividamento que ocorreu porque o governa antes de tudo era um centro de poder militar, o que acabou causando um descompasso entre receitas e despesas, umas vez que era preciso investir muito nesseseguimento. E Segundo, pelo aparecimento do mercantilismo.
As dívidas cresciam cada vez mais, uma vez que os sistemas fiscais eram precários e apareciam com frequência situações de emergências, que estavam, na maioria das vezes, ligadas a conflitos militares, como era difícil aumentar os impostos a saída era o endividamento do estado. Alguns poupadores passaram a possuir papeis públicos, por conta de empréstimos. Por muito tempo prevaleceu o pensamento de que o príncipe poderia obrigar seus súditos a lhe emprestarem dinheiro, isso aconteceu não só com regimes absolutistas, mas também com os mais liberais.
As monarquias seguiram os passos das cidades Estado Italianas, voltando com a cunhagem do ouro e também adotando moedas, de ouro, prata e cobre. 
Com a volta a cunhagem do ouro, iniciou-se também outro processo, que tinha origens romanas, o de desintegração da moeda. Talvez sendo também influenciado pelo pensamento mercantilista, que afirmava que riqueza nacional estava ligada ao estoque de moeda da sociedade. Essas atitudes causaram descontentamentos, e foi tentado mostrar que essa atitude não cabia a uma decisão do governo e sim da sociedade, mas o processo continuou, movidos por um ideal de ampliar receitas governamentais a curto prazo.
Na Inglaterra foram implantadas duas leis, que dificultaram esse processo de desvalorização, a primeira proibia a importação e exportação de metais. E a segunda, foi conhecida como Lei da Cunhagem Livre, permitia que as casas de moedas comprassem metais da mão de qualquer pessoa, uma vez que esse metal possuísse as características desejadas para a fabricação. Esse processo funcionava da seguinte forma, para facilitar o debasement era preciso ter acesso aos metais, dessa forma o governa levava o povo a entregar esse metal por livre e espontânea vontade as casas da moeda. Caso fosse percebido alguma tendência as debasement, as pessoas poderiam se revoltar e reter esses matais, ou até mesmo exporta-los. 
Uma vez que o ouro possuía valor elevado para transações de baixo valor, o cobre era desvalorizado para transações de valor muito alto. Dessa forma o bimetalismo se tornava imprescindível. Mas existia um problema, citado por Kindlebeger (1993:57) “a função de meio de troca pode tolerar mais de uma moeda, a função unidade de conta não.”
Quando se trata em expressar o valor de determinada mercadoria, pode-se medi-lo em ouro ou prata, contudo, o valor de uma em relação a outra é preciso ser fixo. Para um sistema onde haja duas ou mais moedas, é preciso que a relação entre elas seja constantes. Assim, a unidade de conta é a mesma, não influenciando em qual metal utilizado para pagar a transação. Foi pensando dessa forma que passou-se a estabelecer valores distintos a moedas de metais diferentes na Europa Ocidental, como a adoção do regime bimetalico. Acreditava-se que assim estaria feita a harmonia, contudo na prática não foi bem assim.
O principal problema estava na ideia de que com essa fixação de valor, haveria uma igualdade entre os valores obtidos oficialmente e os valores de mercado. Mas isso não acontecia. Obteve-se um vulto de obter esse sucesso quando pensou-se na possibilidade de minimizar essas diferenças soltando mais moedas de ouro, o que faria as pessoas levarem mais outro para as casas de moedas. O que não aconteceu como o esperado, na verdade a alta circulação de determinado metal acabava por desvaloriza-lo, pois as pessoas levavam as casas de moeda apenas aquele metal mais encontrado, entesourando o outro. A esse processo deram o nome de Lei de Gresham.
Na Inglaterra, Daivd Ricardo, fala sobre o processo de transformação para o sistema monometálico, explicando que chegou um momento em que o ouro se encontrava mais barato que a prata, que por sua fez estava presa nas mãos dos cidadãos, pois lhes era conveniente trabalhar apenas com a moeda que estivesse em maior quantidade em circulação, uma vez que essa teria então o valor mais barato do que o estabelecido pelo governo, e por esse motivo era mais fácil para saldar dividas comprar o ouro e encaminhar para a cunhagem de fora pagar mais barato.
Isaac Newton estabeleceu um preço do ouro que perdurou por quase 200 anos, sofrendo apenas duas interrupções. Para Ricardo, esse valor estava elevado em relação ao mercado e por esse motivo, a Inglaterra mudou para o padrão ouro.
As duas interrupções ocorreram por conta do Reinado do Terror, época em que França declarou guerra a vários países, inclusive, a Inglaterra e a I Guerra Mundial. Voltando dessa primeira, a Inglaterra entra oficialmente no processo de monometalismo.
Discordando da interpretação tradicional, Angela Redish, assegura que o que levou ao sucesso do padrão-ouro, foi a desmonetização da prata, que funcionava da seguinte forma, a moeda passava a ser simbólica, pois o seu valor excedia significativamente, o valor de mercado de seus componentes acrescido do preço de cunhagem. Para ela, durante o processo de cunhagem livre do ouro, circulavam moedas de alta expressão, não havia moedas de baixo valor. Nesse momento foi introduzido o token coins, usados como moedas de baixa expressão, nesse momento começa a circulação de mais de um tipo de moeda, e isso leva ao sucesso do padrão-ouro. 
 Com o passar dos anos o padrão ouro foi sendo adotado em outros países, não foi a pouco custo que a prata foi deixada de lado pela sociedade, em países onde o comercio com a China e a Índia era fortes, países onde o padrão-prata durou por algum tempo ainda.
REFERÊNCIAS:
Senna, José Júlio. Política Monetária: ideias, experiências e evolução / José Júlio Senna. – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS XIII - ITABERABA
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
COMPONENTE CURRICULAR: MACROECONOMIA
DOCENTE: KLEBER RIBEIRO
DISCENTES: ANA CARINE OLIVEIRA
GISELE DE EÇA
TAIS RAMOS RODRIGUES
RESUMO: POLÍTICA MONETÁRIA 
José Júlio Senna
ITABERABA/BA
2017

Continue navegando