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ECONOMIA MONETÁRIA

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Prévia do material em texto

ECONOMIA 
MONETÁRIA
Professora Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; OSHITA, Marcela Gimenes Bera. 
 
 Economia Monetária. Marcela Gimenes Bera Oshita. 
 Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. 
 152 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Economia 2.Monetária. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1792-2
CDD - 22 ed. 330.9
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Silvio Cesar Castro
Designer Educacional
Rossana Costa Giani
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Flávia Thaís Pedroso
Qualidade Textual
Silvia Caroline Gonçalves
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian-
do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças 
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento 
compatível com os desafios que surgem no mundo 
contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi-
ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica, 
contribuindo no processo educacional, complemen-
tando sua formação profissional, desenvolvendo com-
petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos 
em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no 
mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm 
como principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o 
desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe-
cimentos necessários para a sua formação pessoal e 
profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó-
runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma 
equipe de professores e tutores que se encontra dis-
ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
CU
RR
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Professora Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
Mestrado em Controladoria pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). 
Especialização em Gestão Contábil e Financeira pela Universidade Estadual 
de Maringá. Graduação em Ciências Econômicas e Contábeis também pela 
UEM. Atua como professora no Centro Universitário de Maringá – Unicesumar 
e no Departamento de Administração do Instituto Adventista Paranaense.
<http://lattes.cnpq.br/7867304750238505>. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) estudante, seja bem-vindo(a) à nossa disciplina de economia monetária. 
Gostaria de iniciar o nosso conteúdo destacando que essa temática é um ramo da eco-
nomia que se dedica ao estudo da análise da moeda e suas transformações ao longo do 
tempo, bem como ao funcionamento dos sistemas monetários, como a regulamentação 
da moeda e as instituições financeiras, além dos aspectos internacionais. 
Inicialmente, você passará a compreender o quanto a moeda é fundamental nas opera-
ções do cotidiano, as quais nos permitem adquirir produtos e serviços que não temos 
habilidades ou condições de produzir. 
Neste sentido, quero convidá-lo(a) a parar para pensar nos bens que você consome dia-
riamente, seja tipos de alimentos, vestuário, ou até mesmo jogos de videogame. Agora, 
imagine se você não tivesse a moeda disponível para realizar essas aquisições e que a 
única forma de conseguir esses bens fosse trocando. 
Pois bem, você já tentou trocar alguma coisa? Se a resposta for sim, você já tem noção 
de como é difícil achar alguém que se agrade do seu produto. Agora, se a resposta for 
não, eu o(a) convido a fazer uma experiência. Assim, você passará a ter dimensão da im-
portância da moeda no nosso cotidiano, e o quanto ela facilita e agiliza o nosso processo 
de troca; enfim, possuir moeda é muito bom, pois permite aproveitar boas oportunida-
des quando elas aparecem. 
Ainda aprenderá, em âmbito macroeconômico, que a moeda é utilizada como instru-
mento para o desenvolvimento de políticas, as quais impactam visivelmente as nossas 
decisões diárias.
Pois bem, você perceberá, durante a nossa disciplina, que o bom entendimento desse 
conteúdo e o impacto dessas políticas são vitais para podermos tomar a melhor decisão 
de forma a otimizar recursos. Em termos gerais, vamos aprender sobre a economia mo-
netária e, como ela faz parte do nosso cotidiano e interfere nas nossas decisões muito 
mais do que você imagina, pois ela nos dá embasamento para conhecer os efeitos de 
uma inflação causada, por exemplo, por uma política monetária expansionista, ou em 
um contexto de alta da taxa de câmbio. 
Essa disciplina oferecerá subsídios conceituais para entender os aspectos em que a mo-
eda deve ser gerida com cautela e, se for bem gerenciada em nível macroeconômico, 
pode trazer ganhos para a economia como um todo. Entretanto, se as políticas monetá-
riasforem discricionárias, podem levar ao desequilíbrio econômico. 
Agora que você já sabe a importância da economia monetária, bem como a relevância 
da moeda para as operações que, muitas vezes, parecem simples de ser realizadas no 
cotidiano, quero convidá-lo(a) para mergulhar neste universo. 
APRESENTAÇÃO
ECONOMIA MONETÁRIA
Para isso, convido você a iniciar os estudo pela Unidade I, em que faremos uma in-
trodução ao estudo da moeda, que é um meio no qual são realizadas as transações 
monetárias. Você compreenderá as origens e os conceitos de moeda, as funções e 
características da moeda, a sua evolução histórica, e também veremos os aspectos 
da moeda e a atividade econômica.
Na Unidade II, você terá a oportunidade de conhecer sobre a demanda por moeda. 
Neste sentido, iremos aprender sobre a versão clássica da demanda por moeda. Na 
sequência, veremos a versão Keynesiana e a contribuição de Tobin, e também o mo-
delo de Baumol-Tobin. Por fim, avançaremos, acerca da abordagem de Friedman.
Na Unidade III, vamos avançar na temática da oferta de moeda. Nesta perspectiva, 
passaremos a entender o conceito e a medição da oferta monetária, a criação de 
moeda pelos bancos, o multiplicador dos meios de pagamentos e o multiplicador 
da base monetária no Brasil. 
Na Unidade IV, vamos imergir na teoria da política monetária do modelo monetaris-
ta e novo clássica. Para isso, veremos, inicialmente, os aspectos da taxa natural de 
desemprego, as expectativas adaptativas e a Curva de Phillips. Na sequência, vere-
mos a “Regra” vs. o ativismo monetário, a desinflação e a “taxa de sacrifício”. Você en-
tenderá também o modelo de ineficácia da política monetária e a eficácia da política 
monetária de surpresa, bem como a Curva de Phillips de Lucas e a recomendação 
de política. Ainda, você compreenderá a tese da independência do Banco Central e 
o regime de metas de inflação.
Por fim, na Unidade V, entraremos na temática dos objetivos, instrumentos e a eficá-
cia da política monetária, em que buscaremos compreender a relação entre a políti-
ca monetária e o regime cambial. Veremos também os instrumentos e os objetivos 
da política monetária.
Pois bem, agora que já conhece o assunto que vamos trabalhar, eu o(a) convido a 
embarcar nesta jornada que será de grande valia. Bons estudos e muito sucesso 
no avanço do seu conhecimento sobre a economia monetária, bem como em suas 
decisões diárias, sejam elas pessoais ou profissionais.
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
10
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MOEDA
15 Introdução
16 Origens e Conceitos de Moeda 
18 Funções e Características da Moeda 
24 Evolução Histórica da Moeda 
30 Moeda e Atividade Econômica 
33 Considerações Finais 
40 Referências 
41 Gabarito 
UNIDADE II
A DEMANDA POR MOEDA
45 Introdução
46 A Versão Clássica da Demanda por Moeda 
49 A Versão Keynesiana e a Contribuição de Tobin 
56 O Modelo de Baumol-Tobin: as Hipóteses e a Realidade 
59 Abordagem de Friedman: uma Síntese 
62 Considerações Finais 
67 Referências 
68 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE III
A OFERTA DE MOEDA
71 Introdução
72 O Conceito e a Mediação da Oferta Monetária 
74 A Criação de Moeda pelos Bancos 
76 O Multiplicador dos Meios de Pagamento 
81 Multiplicador da Base Monetária no Brasil 
85 Considerações Finais 
91 Referências 
92 Gabarito 
UNIDADE IV
A TEORIA DA POLÍTICA MONETÁRIA DO MODELO MONETARISTA
E NOVO CLÁSSICA
95 Introdução
96 Taxa Natural de Desemprego, Expectativas Adaptativas e Curva de Phillips 
101 “Regra” vs. Ativismo Monetário, Desinflação e “Taxa de Sacrifício” 
104 O Modelo de Ineficácia da Política Monetária e a Eficácia da Política 
Monetária de Surpresa
105 A Curva de Phillips e de Lucas e a Recomendação de Políticas 
108 A Tese da Independência do Banco Central e o Regime de Metas de Inflação 
SUMÁRIO
12
112 Considerações Finais
117 Referências 
118 Gabarito 
UNIDADE V
POLÍTICA MONETÁRIA: OBJETIVOS, INSTRUMENTOS E EFICÁCIA
121 Introdução
122 Política Monetária e Regime Cambial 
131 Instrumentos de Política Monetária 
136 Objetivos da Política Monetária 
140 Considerações Finais 
146 Referências 
147 Gabarito 
148 Conclusão 
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ID
A
D
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Profª. Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
DA MOEDA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Instruir os alunos com relação às origens e aos conceitos de moeda.
 ■ Orientar os acadêmicos em relação às funções e características da 
moeda.
 ■ Explanar a respeito da evolução histórica da moeda.
 ■ Ensinar os alunos sobre a moeda e a atividade econômica.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Origens e conceitos de Moeda
 ■ Funções e características da Moeda
 ■ A evolução histórica da Moeda (mundo e Brasil)
 ■ A moeda e a atividade econômica
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, faremos uma introdução ao estudo da 
moeda, que é um meio pelo qual são realizadas as transações monetárias. Você 
compreenderá as origens e conceitos de moeda, a suas funções e características, 
evolução histórica, moeda e a atividade econômica.
Com relação às origens e conceitos de moeda, você verá que nem sempre ela 
existiu, e que a coincidências de desejos era predominante para a realização de 
trocas, visto que, no início, não havia uma mercadoria moeda que servia como 
meio de troca. Pense como isso limitava o consumo. Pois bem, com o surgimento 
da moeda, as coincidências de desejos foram deixadas para trás, o que levou à 
agilidade nos meios de trocas.
Neste contexto, aprenderemos que, para uma mercadoria seja considerada 
moeda, ela deve apresentar algumas funções – como meio de troca, medida e 
reserva de valor – e características como indestrutibilidade, homogeneidade, 
divisibilidade, transferibilidade e facilidade de uso e transporte.
Veremos também como se deu a evolução histórica da moeda, desde os pri-
mórdios até hoje. A partir disso, você passará a compreender que a moeda está em 
constante evolução, cada vez mais a moeda virtual é utilizada para fazer transa-
ções. Por fim, você aprenderá qual a relação entre moeda e atividade econômica.
Agora que você já conhece a importância da moeda, quero convidá-lo(a) 
para embarcar nesta jornada. Antes, porém, proponho um desafio: pense em 
algo que você deseja e tem condições de comprar, e ofereça algo que já possui 
em troca, tentando achar alguém disposto a realizar essa troca.
Pois bem, se você tiver sorte, conseguirá realizar a troca com rapidez. No 
entanto, pode ser que demore para encontrar alguém que tenha o produto que 
você queira e que esteja disposto a trocar com você. A partir dessa proposta de 
reflexão, convido você a aprofundar seu conhecimento sobre a importância da 
moeda. Bons estudos!
Introdução
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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ORIGENS E CONCEITOS DE MOEDA
Vamos aprender agora alguns conceitos sobre a moeda, bem como a sua origem. 
Nesta perspectiva, a moeda pode ser definida como um ativo, que deve ser aceita 
como forma de pagamento por todos os agentes econômicos. Por isso, podemos 
defini-la como um ativo de curso forçado, ou seja, é aceita pela economia por 
força de lei, visto que não possui valor intrínseco, sendo necessário um decreto 
governamental. Ativo esse que possui maior liquidez na economia. Entende-se 
como moeda as cédulas em papel, as moedas metálicas e, ainda, os saldos em 
conta corrente nos bancos e também os cheques.
A princípio, o homem, ao realizar suas trocas, utilizou-se do escambo, isto 
é, trocas entre mercadorias. Entretanto, o escambo tinha um problema, pois, 
para que ele efetivamente ocorresse, havia a necessidade da compatibilidade de 
desejos. Por exemplo, um indivíduo tinha maçãs e gostaria de trocarpor teci-
dos. No entanto, o que fornecia tecidos teria que estar disposto a trocar tecidos 
Origens e Conceitos de Moeda
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por maçãs. Ainda, as maçãs não tinham reserva de valor, pois era perecível, isto 
é, precisava, ser trocadas e/ou consumidas rapidamente para não estragar.
Podemos citar infinitos exemplos das dificuldades das trocas numa econo-
mia hipotética de trocas. O consultor que quisesse um corte de cabelo teria de 
encontrar um cabeleireiro que quisesse consultoria sobre aquilo que o consultor 
tinha competência para realizar. Uma cantora que quisesse comprar alimento 
teria que encontrar um fornecedor que quisesse assistir a uma apresentação de 
canto, e assim sucessivamente. Perceba que, sem um meio de troca (a moeda), 
as economias modernas não poderiam funcionar.
Agora, imagine você querendo trocar um determinado produto: sair de casa 
em casa oferecendo-o até encontrar alguém que tenha a mesma necessidade que 
a sua. Nos dias atuais, temos a internet, que poderia facilitar esse processo, mas 
imagine isso na Idade Média.
Na era de trocas, era necessário criar uma mercadoria que servisse de moeda 
para intermediar as trocas e que, ao mesmo tempo, fosse rara para ter valor e ainda 
tivesse aceitação geral para, assim, atender às necessidades dos agentes econômi-
cos. Desta forma, foram surgindo as mercadorias-moeda, como cereais, tecidos, 
gado, sal, entre outros. Neste sentido, inicialmente, as moedas tinham apenas 
valor de uso e, com a sua evolução, passou a ter valor de troca de forma gra-
dual, visto que o valor de uso foi vagarosamente abandonado, enquanto o valor 
de troca passou a ser crescente. Assim, com o passar do tempo, como as mer-
cadorias-moedas possuíam um grande valor de uso, mas não correspondiam a 
unidades monetárias, elas passaram a ser trocadas pelos metais, como: cobre, 
bronze e ferro, seguidos por ouro e prata, em que o valor de uso não compro-
mete o valor de troca, e ainda respeitavam as características exigidas para uma 
moeda. Foi desta forma que surgiram, então, as moedas metálicas.
Não demorou muito e os metais preciosos passaram a apresentar inconve-
niências com relação ao transporte, por causa do peso e do aumento do risco 
de roubos. Assim, surgiram as casas de custódias, que passaram a guardar as 
“moedas” e a conceder para os depositantes um certificado de depósito bancá-
rio, lastreados em metais preciosos e 100% conversível.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Com o decorrer do tempo, as casas de custódia passaram a perceber que a 
reconversão de papel moeda em moeda metálica e/ou metais preciosos não 
eram solicitadas pelos depositantes ao mesmo tempo, o que levou, à emissão 
de certificados de depósitos não 100% lastreados. Neste contexto, surgiu a 
moeda fiduciária, com a característica de ser transferível e inconversível. Isso 
só foi possível devido à confiança do mercado em relação a esses novos cer-
tificados. Porém, com o passar do tempo, ocorreu um aumento expressivo 
na emissão de papel-moeda, levando à quebra do sistema monetário, o que 
obrigou o Estado a regulamentar a emissão do papel moeda, surgindo então 
os Bancos Centrais, com a finalidade de controlar a emissão de moeda. Cabe 
ressaltar que esse movimento ocorreu a partir da Primeira Guerra Mundial, 
quando os países passaram a emitir o papel moeda de forma inconversível, 
sem lastro metálico, tendo o Estado o monopólio de emissão.
Fonte: a autora.
FUNÇÕES E CARACTERÍSTICAS DA MOEDA
Passaremos a compreender agora as 
funções e característica da moeda. 
Veremos que ela possui quatro fun-
ções: meio de troca, unidade de conta, 
reserva de valor e pagamentos diferidos. 
Assim, para que a moeda desempenhe 
suas funções básicas, é necessário pos-
suir um conjunto de características 
como: indestrutibilidade e inalterabi-
lidade; homogeneidade; divisibilidade; 
transferibilidade; facilidade de manu-
seio e transporte.
Funções e Características da Moeda
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FUNÇÕES DA MOEDA
Agora, vale a pena enfatizar que tudo o que é geralmente aceito como meio de 
troca é moeda. Vamos ver que, no passado, foi utilizada uma variedade impres-
sionante de moedas, desde conchas, sal, gado, até metais. Na sequência, pedaços 
de papel que representavam obrigações sobre ouro ou prata. E, como evolução, 
as casas de custódia passaram a emitir pedaços de papel que eram apenas obri-
gações sobre outros pedaços de papel, e chegamos até os registros eletrônicos 
nas contas bancárias (DORNBUSCH et al., 2013). 
Observe que apenas um pedaço de papel bonito não é moeda se não for 
aceito como pagamento. Por outro lado, tudo o que é geralmente aceito como 
pagamento é moeda. Há a questão de uma circularidade inerente à sua aceitação 
(DORNBUSCH et al., 2013). Os autores enfatizam que a moeda é aceita como 
pagamento apenas por causa da crença de que, posteriormente, também será 
aceita como pagamento pelos outros. 
Nesta perspectiva, o conceito de moeda está atrelado a partir das funções que 
ela desempenha. De acordo com Sampaio (2018) , a moeda apresenta quatro fun-
ções: meio de troca, unidade de conta, reserva de valor e pagamentos diferidos.
O instrumento de troca torna desnecessária a coincidência de desejos, evi-
tando o escambo. Logo, o indivíduo X pode adquirir mercadorias do indivíduo 
Y, pagando com moeda por isso. Assim, esta é a função mais importante que a 
moeda exerce, isto é, desde os primórdios, as mais variadas formas de moeda 
vêm desempenhando essa função, mesmo quando as mercadorias eram consi-
deradas moedas de troca utilizadas no escambo (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Pense que você, ao trabalhar numa empresa, está trocando sua mão de obra por 
moeda, para poder trocá-la por bens e serviços de sua livre escolha, sem ter que se 
preocupar com o aspecto de desejos e disponibilidades duplamente coincidentes.
A moeda, como um meio ou instrumento de troca, é comumente aceito 
pelos indivíduos na realização de suas transações, permitindo que a economia 
como um todo aumentasse sua eficiência, outorgando, assim, que produtos e 
serviços novos fossem colocados à disposição dos indivíduos. Nesta perspec-
tiva, as economias modernas baseadas nas divisão e especialização do trabalho 
não poderiam existir sem um meio de troca de padrão único e aceito por todos.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
A unidade de conta quer dizer que a moeda serve para contar o valor de cada 
mercadoria. Por exemplo, quando a moeda era o gado, ficava difícil trocá-lo por um 
pedaço de tecido (SAMPAIO, 2018). Assim, a função essencial que a moeda pos-
sui é a de medir o valor dos diversos bens e serviços existentes em uma economia.
Desse modo, a unidade contábil são os preços, isto é, a unidade em que os 
preços são expressos e a contabilidade é feita. Nesta perspectiva, os preços são 
expressos em reais no Brasil, logo, são as unidades em que o estoque de moeda 
é mensurado (DORNBUSCH et al., 2013). 
Comumente, a unidade monetária é também a unidade contábil. No entanto, 
em países com inflação alta, uma moeda estrangeira pode se tornar a unidade 
contábil, como o dólar, por exemplo, na Argentina na década de 90, e no Brasil 
na década de 80, embora a moeda local continuou a servir como meio de troca. 
De acordo com Passos e Nogami (2016), todos os bens e serviços de uma 
economia têm um preço, que é expresso em uma unidade monetária comum. 
Entretanto, conforme os autores, para que a moeda possa desempenhar esse papel, 
existe a necessidade de ter um valor, isto é, que ela seja também uma mercadoria.Vejamos que a reserva de valor é um ativo que mantém o valor ao longo do 
tempo. Desta forma, se um indivíduo possui uma reserva de valor, pode utilizá-
-la para o consumo numa data futura. Caso um ativo não tivesse uma reserva de 
valor, não seria utilizado como meio de troca. Pense em tentar utilizar sorvete 
como moeda, na ausência de um refrigerador, a moeda (sorvete) iria derreter 
em pouquíssimo tempo. Entretanto, há ativos que são úteis como moeda, pois 
possuem reserva de valor, como: joias, imóveis, títulos, ações, entre outros. 
A função de medida de valor traz simplificação aos registros contábeis, racio-
nalizando e aumentando o número de informações por meio do sistema de preços. 
Caso não existisse essa função, seria praticamente impossível apurarmos a conta-
bilidade social, o nível do produto e da renda, o volume de consumo, poupança 
e investimento, afinal, seria impossível analisarmos os agregados macroeconô-
micos. Portanto, como medida de valor, a moeda serve de unidade ou ponto de 
referência para a avaliação dos bens. Se um determinado bem X é vendido a R$ 
60,00 e o bem Y é vendido a R$ 120,00, então podemos dizer que o valor de mer-
cado do bem Y é duas vezes o valor do bem X. Desta forma, por meio da moeda, 
podemos comparar e agregar o valor de diferentes mercadorias.
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A reserva de valor permite que o agente econômico retenha consigo o valor 
de uma venda, levando-o ao entesouramento. Por exemplo: na Idade Média, não 
tinha como estocar os produtos perecíveis, visto que eles perdiam rapidamente o 
seu valor, pois estragavam muito rapidamente. Assim, quando a moeda é retirada 
de circulação, torna-se um elemento de entesouramento, de estoque de riqueza. 
De forma semelhante, como a moeda pode ser transformada em bens e servi-
ços, a qualquer momento, pode ser definida como a representante universal da 
riqueza (PASSOS; NOGAMI, 2016). 
Conforme os autores, pelo fato de podermos guardar moeda em qualquer 
quantidade, fica claro que somente a moeda que não se deprecia com os efeitos 
da inflação pode exercer essa função, ou seja, a que representa estoque de riqueza 
não pode perder o seu poder de compra; deve ter um valor estável. Portanto, pode-
mos dizer que a moeda exerce a função de reserva de valor a partir do momento 
em que recebemos moedas e até o instante em que as utilizamos para consumo. 
Por fim, como padrão de pagamentos diferidos, as unidades monetárias são usa-
das em transações em longo prazo, tais como empréstimos. 
A reserva de valor pode ser prejudicada pela inflação?
Você sabia que o fato de o dólar (norte-americano) ser aceito em qualquer parte 
do mundo ocorre porque ele atende plenamente às quatro funções básicas que 
uma moeda deve exercer?
Pois é, uma nota de dólar pode ser utilizada tanto como um instrumento 
de troca, nas mais diferentes transações, em que bens e serviços são precifica-
dos nesta moeda, quanto também um estoque de riqueza. Ainda, esta moeda 
pode ser utilizada, também, como referencial na postergação de pagamentos 
(PASSOS; NOGAMI, 2016).
Em contrapartida, no caso brasileiro, a história é diferente, em especial na 
década de 80, em que podemos observar uma descrição diferenciada com rela-
ção às quatro funções básicas que a moeda precisa possuir. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MOEDA
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E22
No que se refere ao aspecto da moeda brasileira como meio de troca, pois, 
como ela perdia valor diariamente, constatamos que, naquela época, chegou a 
ser rejeitada pelos indivíduos nas transações de compra e venda de bens com 
valor monetário mais representativo: como veículos automotores, imóveis e equi-
pamentos, o que levou as pessoas a trocarem, o mais rapidamente possível, por 
um bem qualquer, ou por uma moeda mais forte (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Essa conjuntura fez com que, em função do processo inflacionário que atin-
gia elevadas taxas diárias, muitos bens e serviços passassem a ser cotados em 
outra moeda, como o dólar norte-americano, a exemplo do que ocorria com 
nossas dívidas pessoais que, muitas vezes, estavam indexadas por essa moeda. 
A moeda brasileira, como reserva de valor, depreciava-se ao longo do tempo, 
perdendo continuamente o seu poder de compra, tornando-se, assim, um pro-
blema a se destacar (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Essa era a realidade brasileira, já que o Brasil tinha uma moeda que, por 
razões diversas, acabou perdendo as suas quatro funções básicas, sendo essas 
as causas e consequências de um processo inflacionário. Não obstante, somente 
a moeda possui as funções de meio de troca e reserva de valor e, a partir do 
momento em que ela passa a perder esses atributos numa economia, inicia-se a 
perda de seu papel no sistema monetário a uma substituição, igual ocorreu com 
o surgimento do Plano Real. 
AS CARACTERÍSTICAS DA MOEDA
De acordo com Passos e Nogami (2016), as moedas possuem um conjunto de 
características que são: homogeneidade; divisibilidade; indestrutibilidade e inal-
terabilidade; transferibilidade; facilidade de manuseio e transporte.
A homogeneidade compreende que diferentes unidades monetárias, mas que 
possuam o mesmo valor de compra, devem ser rigorosamente iguais. A divisibi-
lidade implica que uma moeda-padrão, ou moeda principal de uma economia, 
deve possuir múltiplos e submúltiplos, chamados moedas subsidiárias, para per-
mitir a realização de todos os tipos de transações comerciais.
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A transferibilidade compreende que a moeda deve circular na economia sem 
problema, facilitando o processo de troca. Essa característica tem como razão prin-
cipal o curso legal imposto pelo Banco Central, que emite e garante o papel-moeda 
em circulação.
Com relação à indestrutibilidade e à inalterabilidade, estas implicam que a 
moeda deve resistir às inúmeras relações de troca a que estiver sujeita, exigin-
do-se, assim, que seja impressa com material de excelente qualidade, para que 
não perca suas características e nem se possa alterá-las. 
Neste sentido, se o papel utilizado para sua impressão não for de boa qua-
lidade, provavelmente, após algumas centenas de operações, a cédula estará 
deteriorada. Assim, as técnicas modernas de impressão do papel-moeda, além 
de darem maior resistência às cédulas, visam a protegê-las contra falsificações.
Por fim, conforme os atores, a facilidade de manuseio e de transporte implica 
que o papel-moeda de uma economia deve ser impresso de forma a facilitar o 
seu uso e o seu transporte, evitando, assim, que a sua utilização seja dificultada 
e que, consequentemente, ela seja descartada.
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IU N I D A D E24
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA
Prezado(a) aluno(a), vamos trabalhar, neste tópico, as seis fases distintas da evo-
lução da moeda: era do Escambo (troca de Mercadorias); era da Mercadoria 
Moeda; era da Moeda Metálica; era da Moeda-Papel; Papel-Moeda (ou Moeda 
Fiduciária); e Moeda Escritural (ou Bancária). 
ERA DO ESCAMBO
O homem vivia em pequenas comunidades de uma única família, nos primór-
dios da civilização, e a sua forma de subsistência era a caça, a pesca e a vegetação 
disponível na região que morava. Com o passar do tempo, essas comunidades 
foram crescendo e se desenvolvendo e, por isso, cada um fora delimitando suas 
áreas para plantio de alimento e caça. Todavia cada comunidade produzia dife-
rentes bens de consumo. Essa diferenciação de produtos levou ao início de um 
processo primitivo de divisão do trabalho e especialização, em que enquanto 
uns se dedicavamà produção de grãos, outros se dedicavam à caça ou à pesca. 
Outros ainda se especializavam no plantio de tubernáculos, e assim por diante.
Este tipo de organização das atividades impulsionou a troca entre as comu-
nidades, buscando “se livrar” de seus excedentes resultantes da especialização. 
Por exemplo, uma quantidade razoável de grãos era trocada por uma boa caça, 
igualmente, uma boa caça poderia ser trocada por um número considerável de 
leite, ou então, por uma boa pesca (PASSOS; NOGAMI, 2016). Assim, conforme 
Passos e Nogami (2016), nos primórdios da civilização, a economia funcionava 
a base de trocas (escambo), falando de outra forma, a troca pura e simples de 
mercadorias. Todavia as dificuldades que esse sistema apresentava eram inú-
meras, por causa da coincidência de desejos. 
Diante disso, os autores salientam que a dificuldade se elevava ainda mais 
com o aumento do número de produtos disponíveis nos mercados, o que come-
çou a dificultar a prática do escambo, não só pela dificuldade de se encontrar 
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parceiros cujos desejos e disponibilidades fossem duplamente coincidentes, como 
também pela dificuldade cada vez maior de se estabelecerem relações justas e 
intercoerentes de troca.
Pense como seria difícil atender a todos os desejos dos indivíduos na moder-
nidade; imagine que as operações de trocas seriam altamente trabalhosas, pois 
seriam necessárias inúmeras transações para que o indivíduo pudesse satisfazer 
a todas as suas necessidades (PASSOS; NOGAMI, 2016). Observe, no Quadro 
1, que quanto maior o número de produtos que o indivíduo precisa, maior será 
o número de trocas.
Quadro 1 - Relação entre produtos disponíveis e trocas de mercadorias necessárias
PRODUTOS DISPONÍVEIS (N) TROCA DE MERCADORIAS (TM)
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2 1
3 3
4 6
5 10
10 45
20 190
30 435
40 780
50 1.225
100 4.950
Fonte: Passos e Nogami (2016, p. 449).
Agora, imagine a sua necessidade diária de troca de mercadorias. Pois bem, veja 
que você provavelmente despenderia todo o seu tempo disponível apenas para 
fazer as trocas de mercadorias, sem que, ao menos, sobrasse tempo para produ-
zir o bem básico para realização da troca.
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ERA DA MERCADORIA-MOEDA
Veja que, com a evolução da sociedade, tornou-se necessária a viabilização das 
trocas. Os indivíduos passaram, então, a eleger o produto como referencial de 
trocas, ou seja, uma mercadoria que tivesse valor e que fosse aceita por todos. 
Essa aceitabilidade só viria se atendesse a uma necessidade comum, e ainda 
deveria ser rara o bastante para que tivesse algum valor. Desta forma, a merca-
doria aceita por todos passou a ser denominada de Mercadoria-Moeda. Assim, 
encontrou-se vários tipos de produtos que foram utilizados como referencial 
das relações de trocas de mercadorias, como: gado, fumo, escravos, azeite, sal, 
entre outros. Observe, no Quadro 2, as diversas mercadorias empregadas como 
moeda em diversos momentos da história da moeda. 
Quadro 2 - Principais mercadorias utilizadas como moeda
REGIÕES MERCADORIAS-MOEDA
ANTIGUIDADE (ATÉ 410)
Egito Cobre
Babilônia, Assíria Cobre, prata, cevada
Pérsia Gado
Bretanha Barras de ferro, escravos
Índia Animais domésticos, arroz, metais
China Conchas, seda, sal, cereais
IDADE MÉDIA (410 A 1453)
Ilhas Britânicas Moedas de couro, gado, ouro, prata
Alemanha Gado, cereais, mel
Islândia Gado, tecidos, bacalhau
Noruega Gado, escravos, tecidos
Rússia Gado, prata
China Arroz, chá, sal, estanho, prata
Japão Anéis de cobre, pérolas, arroz
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IDADE MODERNA (1453 A 1789)
Estados Unidos Fumo, cereais, madeira, gado
Austrália Rum, trigo, carne
Canadá Peles, cereais
França Metais preciosos, cereais
Japão Arroz
Fonte: Lopes e Rossetti (1992 apud PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 450).
Vejamos que o gado foi amplamente empregado como mercadoria-moeda, pois 
tinha como vantagem o seu aumento de peso e a sua procriação, ou seja, o gado 
“rendia juros”. Em contrapartida, havia uma desvantagem, que era a sua não 
divisibilidade para adquirir pequenos produtos, como cebola, sal, feijão e arroz. 
Assim, o gado não podia ser dividido e trocado. 
Observe que, apesar da facilidade de trocas que as mercadorias-moedas 
trouxeram, ainda havia dificuldades, visto que a mercadoria, para ser empre-
gada como moeda, precisava ser durável, isto é, não perecível, e também divisível 
em pequenas partes (PASSOS; NOGAMI, 2016). Ainda, conforme os autores, a 
moeda precisava ter homogeneidade, isto é, ser igual às outras unidades dessa 
mercadoria e ser de fácil manuseio e transporte.
ERA DA MOEDA METÁLICA
Podemos dizer que os metais foram as mercadorias que possuem características 
as quais mais se aproximavam daquelas que se exigem dos instrumentos mone-
tários. No início, os metais empregados como instrumentos monetários foram 
o cobre, o bronze e, em especial, o ferro. 
Passos e Nogami (2016) salientam que, com o decorrer do tempo, como esses 
materiais não possuíam reserva de valor, foram deixados de lado. Dito de outra 
forma, a abundância desses metais fez com que eles perdessem de forma gra-
dativa o seu valor. Por esses motivos, os metais denominados não nobres foram 
sendo substituídos pelos metais nobres, como o ouro e a prata.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MOEDA
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IU N I D A D E28
Como metais monetários, as moedas de ouro e de prata eram pequenas e 
fáceis de carregar, além de serem padronizadas e terem um valor intrínseco, isto 
é, seu poder de compra era equivalente ao valor do material utilizado na sua 
fabricação (PASSOS; NOGAMI, 2016). Conforme os autores, as moedas metá-
licas permitiam às pessoas guardá-las, esperando a oportunidade de trocá-las 
por algum bem ou serviço. Ainda, o ouro e a prata eram metais escassos, e a des-
coberta de novas jazidas não chegava a afetar o volume que se encontrava em 
circulação. Entretanto, existia o problema dos assaltos no transporte em longas 
distâncias. Para diminuir esse problema, após o século XIV, principalmente com 
o aumento dos fluxos comerciais na Europa, iniciou-se um instrumento mone-
tário denominado de moeda-papel.
ERA DA MOEDA-PAPEL
A moeda-papel facilitou as operações comerciais e de crédito, principalmente 
entre as cidades italianas e a região de Flandres, pois acabou por eliminar as 
dificuldades de roubos que os comerciantes enfrentavam em seus longos deslo-
camentos pelas regiões europeias (PASSOS; NOGAMI, 2016). 
Em vez de os comerciantes saírem carregando moeda metálica, levavam 
apenas um papel (certificado de depósito), que era emitido por instituições 
conhecidas como casas de custódia, que era o local onde os comerciantes depo-
sitavam suas moedas metálicas, sob garantia. Assim, ao chegarem ao seu destino, 
os comerciantes recorriam às casas de custódia para trocar seus certificados por 
moedas metálicas. O uso do certificado acabou se generalizando, os comerciantes 
passaram a transferir os direitos dos certificados de depósito diretamente às pes-
soas, fazendo, assim, que esses certificados tomassem o lugar da moeda metálica 
(PASSOS; NOGAMI, 2016). Neste contexto, nasceu uma moeda nova, lastreada 
100%, e com garantia de conversibilidade em ouro ou prata.
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PAPEL-MOEDA (OU MOEDA FIDUCIÁRIA)
Com o passar do tempo, as “casas de custódia” passaram a perceber que os indivíduos 
quepossuíam os certificados não faziam a reconversão do papel em moeda metálica 
ao mesmo tempo. Além disso, enquanto alguns faziam a troca de moeda-papel pelo 
metal, outros faziam novos depósitos em ouro e prata (PASSOS; NOGAMI, 2016). 
Paulatinamente, então, as “casas de custódia” passaram a emitir certificados 
sem lastro, o que deu a origem à moeda baseada na confiança e que conhecemos 
hoje como moeda fiduciária ou papel-moeda. Assim, conforme Passos e Nogami 
(2016), foi que passou-se da moeda-papel para o papel-moeda.
Não obstante, a emissão de papel-moeda por “casas de custódia” particula-
res acabou por conduzir esse sistema à ruína. Em consequência disso, o governo 
passou a realizar a emissão e o controle da moeda. Inicialmente, as emissões eram 
lastreadas em ouro, isto é, a emissão de moeda estava atrelada à quantidade de 
ouro existente em cada país (PASSOS; NOGAMI, 2016). Todavia, conforme os 
autores, o ouro era um metal que possui reservas limitadas pela natureza e, por 
isso, esse sistema passou a ser um entrave à expansão do comércio e das econo-
mias. Neste cenário, muitas nações suspenderam-no, e passaram à emissão de 
moeda feita a critério das autoridades monetárias de cada país.
A MOEDA ESCRITURAL (OU BANCÁRIA)
Com o tempo, o sistema bancário evoluiu e desenvolveu a moeda bancária, ou 
escritural, que é representada pelos depósitos à vista e em curto prazo nos bancos, 
que passam a movimentar esses recursos por cheques ou ordens de pagamento 
(PASSOS; NOGAMI, 2016). Ainda, de acordo com os autores, é denominada 
de escritural, pois diz respeito aos lançamentos (débito e crédito) feitos nas con-
tas correntes dos bancos.
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MOEDA E ATIVIDADE ECONÔMICA
O sistema monetário, das economias, é denominado pelo conjunto de moedas 
utilizadas, por imposição de curso legal, e que compreende em três formas de 
moeda: moeda metálica, papel-moeda e moeda escritural. 
As moedas metálicas, emitidas pelo Banco Central, constituem pequena par-
cela da oferta monetária na economia, e têm como finalidade facilitar as operações 
de pequeno valor, servindo também como monetária fracionada, facilitando o 
troco (PASSOS; NOGAMI, 2016). Emitido pelo Banco Central, o papel-moeda 
representa parcela significativa da quantidade de dinheiro em poder do público. 
Também circulam por força de dispositivo legal, que lhes dá curso forçado no 
país. Por fim, as moedas escriturais, que circulam sob a forma de cheques e ordens 
de pagamento. Assim, a moeda escritural é aquela que está nos bancos repre-
sentando a contrapartida dos depósitos à vista e em curto prazo; é constituída 
pelos lançamentos feitos pelos bancos a crédito de seus depositantes ou corren-
tistas, concretizando-se apenas em seus registros (PASSOS; NOGAMI, 2016). 
De forma mais abrangente, temos as quase moedas, que compreendem o 
conjunto de ativos do sistema financeiro não monetário, os quais são constituí-
dos por compromissos assumidos pelas instituições financeiras e também pelo 
governo, e se caracterizam pela sua extrema liquidez, além de possuírem muitas 
propriedades da moeda (PASSOS; NOGAMI, 2016). De acordo com os autores, 
as quase moedas que conhecemos incluem:
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 ■ Títulos da dívida pública que estejam fora do Banco Central (Letras do Tesouro 
Nacional, Letras Financeiras do Tesouro e Notas do Tesouro Nacional). 
 ■ Depósitos de poupança.
 ■ Depósitos a prazo (certificados de depósitos bancários, recibos de depó-
sitos bancários).
A principal razão para não chamarmos esses ativos de moedas é que não utili-
zarmos essas quase moedas para o pagamento de nossas despesas de consumo. 
Isto é, não pagamos contas com esses títulos. Desta forma, temos de vender 
esses ativos, trocando-os por moeda para podermos pagar nossos compromissos 
(PASSOS; NOGAMI, 2016). Assim, essas quase moedas, fazem parte do sub-
sistema monetário (ou subsistema financeiro bancário), são responsáveis pela 
geração de meios de pagamento. Os meios de pagamento existentes num sistema 
econômico consistem o total de haveres de perfeita liquidez em poder do setor 
não bancário e que podem ser imediatamente usados para realizar transações. 
De forma sintética, os meios de pagamentos são representados pela soma do 
papel-moeda em poder do público (PMPP), e os depósitos à vista (DV) nos ban-
cos comerciais, públicos e privados, sendo o ativo mais líquido após o dinheiro. 
Esse é o conceito M1 de moeda e que compreende, assim, a moeda que tem liqui-
dez total e que não gera rendimento por si só, conforme: 
M PMPP DV= +
Podemos resumir os meios de pagamento como a moeda manual em mãos das 
famílias e empresas (PMPP) somado a quanto as famílias e empresas têm em 
conta corrente nos bancos (DV). Entretanto, existem os conceitos mais vastos 
de moedas, que denominamos de meios de pagamento ampliados e poupança 
financeira, que compreende M2 a M4. Desta forma, M2 + M3+ M4 são denomi-
nados de “quase moeda” ou “haveres não monetários”.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Conforme o Bacen (2018, p. 4), temos o infográfico a seguir:
Meios de Pagamento
Restritos:
Meios de Pagamento
Ampliados:
Meios de Pagamento
Ampliados:
Poupança
nanceira:
M1
M2M3
M4
papel moeda em
poder do público
+
depósitos à vista
M1
+
depósitos especiais remunerados
+
depósitos de poupança
+
títulos emitidos por
instituições depositárias
M2
+
quotas de fundos de renda �xa
+
operações compromissadas
registradas no Selic
M3
+
títulos públicos de alta liquidez
Figura 1 - Meios de pagamento 
Fonte: Bacen (2018, p. 4).
Para o Bacen (2018, p. 3), “M1 é criado pelas instituições emissoras de haveres 
literalmente monetários, o M2 diz respeito ao M1 e às demais emissões de alta 
liquidez realizadas primariamente no mercado interno por instituições depo-
sitárias”. Já o M3, “é composto pelo M2 e captações internas por intermédio dos 
fundos de renda fixa e das carteiras de títulos registrados no Sistema Especial de 
Liquidação e Custódia (Selic)” (BACEN, 2018, p. 3). Finalmente, o M4 engloba 
o M3 e os títulos públicos de alta liquidez. 
Nesta unidade, pudemos compreender as origens e os conceitos de moeda, 
as suas funções e características, a sua evolução histórica (mundo e Brasil), bem 
como as relações entre a moeda e a atividade econômica. 
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, aprendemos sobre as origens e os conceitos de moeda, e que, na 
era do escambo, predominava a coincidências de desejos para a realização de 
trocas, pois nesta era não havia uma mercadoria moeda que servia como meio 
de troca, o que limitava o consumo, isto é, as relações de trocas. 
Vimos também funções e características da moeda e a sua evolução histó-
rica, bem como a moeda e a atividade econômica. Pudemos compreender, de 
modo geral, os aspectos introdutórios sobre o estudo da moeda.
Não obstante, com o surgimento da moeda, o escambo foi sendo deixado 
para trás, o que permitiu uma agilidade maior nos meios de trocas. Isto é, a 
moeda era, agora, uma mercadoria de troca de aceitação geral. Vimos, assim, 
que a moeda é o ativo mais líquido de um sistema econômico, isto é, o qual nos 
permite realizar transações. Assim, pudemos aprender que é necessário algumas 
funções e características básicas em uma mercadoria para que esta seja consi-
derada moeda. Vimos, então, que a moeda possui quatro funções básicas meio 
de troca, medida, reserva de valor e pagamentos diferidos. Por características 
compreendemos:indestrutibilidade, homogeneidade, divisibilidade, transferi-
bilidade e facilidade de uso e transporte. 
Você teve a oportunidade de conhecer também como a moeda evoluiu his-
toricamente desde o início das civilizações até hoje, e também que ela está em 
constante evolução. Ainda, você pôde compreender qual a relação entre a moeda 
e a atividade econômica em que o sistema monetário, das economias, é conhe-
cido pelo conjunto de moedas utilizadas, por imposição de curso legal, em três 
formas: moeda metálica, papel-moeda e moeda escritural. 
Por fim, vimos que existem também as quase moedas, a quais fazem parte 
do subsistema financeiro bancário e que são responsáveis pela geração de meios 
de pagamento ampliados e pela poupança financeira.
1. Como vimos, a moeda passou por seis fases distintas: era da Troca de Merca-
dorias; era da Mercadoria Moeda; era da Moeda Metálica; era da Moeda-Papel; 
Papel-Moeda (ou Moeda Fiduciária); e Moeda Escritural (ou Bancária). Assinale 
Verdadeiro (V) ou Falso (F):
 )( A moeda baseada na desconfiança, chamamos de moeda fiduciária ou pa-
pel-moeda.
 )( Na era do escambo, não precisava encontrar a coincidência de desejos, visto 
que a troca era realizada por meio de uma mercadoria moeda.
 )( Como metais monetários, as moedas de ouro e de prata tinham o poder de 
compra equivalente ao valor do material utilizado na sua fabricação.
Assinale a alternativa correta:
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
2. Vimos que a moeda pode ser definida como um ativo e também deve ser acei-
ta como forma de pagamento por todos os agentes econômicos. Diante disso, 
sobre este ativo que possui maior liquidez na economia, assinale Verdadeiro 
(V) ou Falso (F):
 )( Podem ser consideradas moedas as cédulas em papel, as moedas metálicas 
e, ainda, os saldos em conta corrente nos bancos e os cheques.
 )( Na era de trocas, era importante ter uma mercadoria que servisse de moeda 
para intermediar as trocas.
 )( As mercadorias-moedas possuíam um grande valor de uso e correspondiam 
a unidades monetárias.
34 
35 
Assinale a alternativa correta:
a) V, V, F. 
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
3. A moeda é um produto o qual podemos realizar trocas. Quem tem moeda 
pode escolher o melhor momento para realizar o consumo ou investimento, 
pois por ter o cunho forçado, todos os agentes econômicos a aceitam como 
meio de pagamento. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
 )( Podemos dizer que a moeda evolui ao longo do tempo.
 )( As funções da moeda são: meio de troca, unidade de conta, reserva de valor 
e pagamentos diferidos.
 )( As características da moeda são: indestrutibilidade e inalterabilidade; homoge-
neidade; divisibilidade; transferibilidade; facilidade de manuseio e transporte.
Assinale a alternativa correta:
a) V, V, F.
b) F, F, V.
c) V, F, V.
d) F, F, F.
e) V, V, V.
36 
4. Oferta Monetária, ou oferta de moeda, é definida como a quantidade de moe-
da disponível na economia. Dependendo de seu grau de liquidez, os conceitos 
de oferta monetária se dividem em M1, M2, M3 e M4. Assinale a alternativa cor-
reta de acordo com o grau de liquidez.
a) M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista. M2 = M1 + de-
pósitos especiais remunerados + depósitos de poupança. M3 = M2 + quotas 
de fundos de renda fixa + títulos emitidos por instituições depositárias + 
operações compromissadas registradas no Selic. M4 = M3 + títulos públicos 
de alta liquidez. 
b) M1 = papel moeda em poder do público + depósitos a prazo. M2 = M1 + de-
pósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos 
por instituições depositárias. M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + 
operações compromissadas registradas no Selic. M4 = M3 + títulos públicos 
de alta liquidez. 
c) M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista. M2 = M1 + de-
pósitos especiais remunerados + títulos emitidos por instituições depositá-
rias. M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + depósitos de poupança + 
operações compromissadas registradas no Selic. M4 = M3 + títulos públicos 
de alta liquidez. 
d) M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista. M2 = M1 + de-
pósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos 
por instituições depositárias. M3 = M2 + títulos públicos de alta liquidez + 
operações compromissadas registradas no Selic. M4 = M3 + quotas de fun-
dos de renda fixa. 
e) M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista. M2 = M1 + de-
pósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + títulos emitidos 
por instituições depositárias. M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + 
operações compromissadas registradas no Selic. M4 = M3 + títulos públicos 
de alta liquidez. 
5. De forma mais abrangente, temos as quase moedas, que compreendem o 
conjunto de ativos do sistema financeiro não monetário. Ativos esses que 
são constituídos por compromissos assumidos pelas instituições financeiras e 
também pelo governo, e se caracterizam pela sua extrema liquidez, além de 
possuírem muitas propriedades da moeda (PASSOS; NOGAMI, 2016). De acor-
do com os autores, as quase moedas que conhecemos incluem determinados 
itens (descreva o que se entende por quase moedas).
INTERAÇÃO ENTRE O LADO REAL E MONETÁRIO DA ECONOMIA
A macroeconomia é um sistema que funciona mediante a interação entre o lado real 
(oferta) e monetário da economia (demanda). Nesta perspectiva, essa interação, que 
também é denominada de “Fluxo Circular da Atividade Econômica” pode parecer es-
tranha à primeira vista, entretanto, retrata a forma pela qual a economia se movimenta 
como um todo. Assim, o fluxo circular da atividade econômica está relacionado direta-
mente com o nosso cotidiano, algo que, talvez, nunca refletimos sobre. 
Sabemos que a economia se caracteriza por uma quantidade infinita e contínua de tran-
sações econômica entre os agentes, sejam pessoas, empresas, e entre pessoas e empre-
sas, significando que todas as unidades econômicas transacionam entre si. 
Desta forma, o Fluxo Circular da Atividade Econômica é um sistema em que as empresas 
procuram maximizar seus lucros (oferta), e os indivíduos procuram maximizar a satisfa-
ção de seus desejos e necessidades (demanda). Imagine uma sociedade bem simples, 
em que consideramos somente dois setores: os indivíduos representados pelas famílias 
e as empresas. As famílias ofertam mão de obra para as empresas, que as demandam 
para a produção de bens e serviços, remunerando-as sob a forma de salários; com os 
quais elas demandam bens e serviços dessas empresas.
Imagine se as famílias fossem detentoras de outros fatores de produção, tais como má-
quinas e equipamentos, construções, recursos naturais, além da mão de obra, e que 
esses fatores sejam utilizados, direta ou indiretamente, para a produção de bens e ser-
viços. Desta forma, para analisar como essa relação acontece, é necessária a adotação 
de alguns critérios para agregar ao conjunto de informações geradas nas relações entre 
indivíduos e empresas, como a remuneração dos proprietários de fatores de produção, 
isto é, a renda. 
Fazem parte desta renda os salários, lucros, juros e aluguéis. Logo, os salários se referem 
aos pagamentos feitos aos proprietários do fator trabalho, e os lucros representam as 
remuneração dos empresários. Os juros são a remuneração do capital, e os aluguéis, a 
remuneração dos bens e imóveis.
Pense que, se somarmos a renda auferida por todas as famílias de uma sociedade, em 
um determinado período, obteremos a Renda Nacional relativa a esse período. Assim, a 
renda auferida pelas famílias, a despesa dos fatores de produção e o produto gerado são 
uma relação de igualdade. Essa igualdade entre produto, renda e despesa é denomina-
da de identidade fundamental da economia.
Desta forma, as empresas, ao utilizar os fatores de produção, produzirão bens e serviços que 
serão oferecidos às famílias. Assim, o Produto Nacional é o valor de toda a produçãogerada 
pelas empresas. Neste sentido, se realizamos a suposição de que toda a renda das famílias 
é destinada ao consumo, logo, todo esse consumo retratará o total das despesas efetuadas 
pelos indivíduos na aquisição de todos os bens e serviços produzidos pelas empresas.
37 
Denominamos despesa nacional o pagamento pelos bens e serviços adquiridos pelas 
famílias às empresas; deste modo, a soma de todos os pagamentos efetuados dentro de 
uma economia, em um determinado período de tempo. Neste contexto, o fluxo real das 
empresas é o movimento dos recursos produtivos e bens e serviços entre os diversos 
agentes econômicos.
Assim, as empresas contratam mão de obra, compram matérias-primas e bens de inves-
timentos, e produzem bens que são, posteriormente, vendidos a outras empresas que 
transformam o produto ainda mais, até que o produto final seja vendido ao consumidor. 
Veja que, durante todas essas posições, há uma transferência constante de bens e servi-
ços entre os agentes econômicos.
Portanto, os fluxos monetários são contrapartidas monetária dos fluxos reais. Isto é, 
sempre que um bem ou serviço é transferido de um agente para outro, são efetuados 
pagamentos em troca. Veja que o fluxo monetário gira na direção contrária ao fluxo real.
Fonte: adaptado de Passos e Nogami (2016).
38 
Economia Monetária: uma abordagem brasileira
José Roberto Novaes de Almeida
Editora: Atlas
Sinopse: este livro trata das principais teorias monetárias, com ênfase 
no funcionamento do sistema financeiro brasileiro, destacando os 
diferentes períodos históricos da inflação brasileira, o desenvolvimento 
da teoria monetária desde sua incipiência, o modelo de demanda e 
moeda Baumol-Tobin e as características do monetarismo. Examina 
o funcionamento do Banco Central do Brasil a partir de seu nascimento no Banco do Brasil e na 
Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) e mostra, pela primeira vez em livro didático, o 
orçamento monetário brasileiro de 1965-1985, suas projeções e seus resultados. 
Aprofunde seus conhecimentos a partir do vídeo que trata da evolução humana e da origem do 
dinheiro.
Web: <https://www.youtube.com/watch?v=dt3Zyhb3Gt8>.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
BACEN. Banco Central do Brasil. Reformulação dos Meios de Pagamento - Notas 
Metodológicas. Brasília: Bacen, 2018. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/ftp/
infecon/NM-MeiosPagAmplp.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2018.
DORNBUSCH, R.; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. 11. ed. Porto Alegre: Mc-
GrawHill, 2013.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. São Paulo: Cengage Lear-
ning, 2016.
SAMPAIO, L. M. S. M. Macroeconomia esquematizada. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
GABARITO
41
GABARITO
1. B. 
2. A.
3. E.
4. E. 
5. Títulos da dívida pública que estejam fora do Banco Central (Letras do Tesouro 
Nacional, Letras Financeiras do Tesouro e Notas do Tesouro Nacional); depósitos 
de poupança; depósitos a prazo (certificados de depósitos bancários, recibos de 
depósitos bancários).
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Profª. Me. Marcela Gimenes Bera Oshita
A DEMANDA POR MOEDA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Instruir os alunos quanto à versão clássica da demanda por moeda.
 ■ Ensinar os discentes a respeito da versão Keynesiana e a contribuição 
de Tobin.
 ■ Orientar os acadêmicos sobre o modelo de Baumol-Tobin.
 ■ Explicar aos alunos acerca da abordagem de Friedman.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ A versão clássica da demanda por moeda
 ■ A versão Keynesiana e a contribuição de Tobin
 ■ O modelo de Baumol-Tobin: as hipóteses e a realidade
 ■ Abordagem de Friedman: uma síntese
Introdução
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INTRODUÇÃO
Nesta unidade, você passará a compreender a demanda por moeda. Para isso, ire-
mos tratar, inicialmente, da versão clássica da demanda por moeda. Na sequência, 
veremos a versão Keynesiana e a contribuição de Tobin, e também o modelo de 
Baumol-Tobin. Por fim, avançaremos falando acerca da abordagem de Friedman.
A versão clássica da demanda por moeda é conhecida como a teoria quan-
titativa da moeda desenvolvida pelos economistas clássicos, os quais afirmavam 
que aumentos na oferta de moeda provocam aumentos proporcionais no nível 
de preços. Veremos a versão mais rígida da teoria, que considera a velocidade 
da moeda e a quantidade como fixos. Na sequência, aprenderemos uma versão 
mais flexível do modelo.
Na versão Keynesiana e na contribuição de Tobin, aprenderemos sobre os três 
fatores que determinam a demanda por moeda: demanda por moeda para reali-
zar transações; demanda por moeda por precaução; e demanda por moeda para 
especulação. Você vai compreender que Tobin contribui com a ideia de Keynes, 
procurando mostrar que esta demanda transacional é função não somente da 
renda, mas também da taxa de juros.
Baumol-Tobin foram dois modelos realizados de forma independente, mas 
que chegam às mesmas conclusões. A diferença é que, enquanto Baumol foca seu 
modelo na minimização de custos ao reter moeda, Tobin verifica que os indiví-
duos apenas maximizam os juros líquidos de cada transação. Assim, o modelo 
passou a chamar Baumol-Tobin.
Por fim, aprenderemos sobre a abordagem de Friedman, a qual diz que a 
moeda é neutra em longo prazo, chamando a atenção para o perigo da utiliza-
ção da política monetária discricionária, visto que, em geral, na prática, de uma 
política monetária, pode ser eficaz em curto prazo, entretanto, pode ser perigosa-
mente desestabilizadora.
Pois bem, agora que você já conhece um pouco do que vamos estudar, eu 
o(a) convido a realizar a leitura.
Bons estudos!
A DEMANDA POR MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E46
A VERSÃO CLÁSSICA DA DEMANDA POR MOEDA
A versão clássica da demanda por moeda (Teoria Quantitativa 
da Moeda - TQM) tem sua origem no trabalho de pionei-
ros no estudo da teoria monetária, entre eles, o filósofo e 
economista David Hume (1711-1776). De acordo com a teo-
ria quantitativa da moeda, desenvolvida pelos economistas 
clássicos, aumentos na oferta de moeda provocam aumentos 
proporcionais no nível de preços. Conforme podemos obser-
var a seguir: M x V P x Q
− −
=
Em que supõe-se que V e Q sejam constantes. Desta forma, 
aumentos na oferta de moeda levam a aumentos proporcio-
nais no nível de preços. Observe que as barras acima de V 
e de Q indicam que a velocidade da moeda e o produto per-
manecerão constantes. Considere um exemplo de que M seja de 
R$ 1000, Q seja de 1.000 unidades, e P seja de R$ 3,00 por unidade (PASSOS; 
NOGAMI, 2016). Conforme os autores, teríamos, então:
M x V P xQ
R x V R x
R x V R
V R
R
− −
−
−
−
=
=
=
=
$ $ .
$ $ .
$ .
$
1000 3 1 000
1000 3 000
3 000
10000
3V
−
=
Logo, R x R x$ $ .1000 3 3 1 000=
Onde Q representa a quantidade total de transações durante algum determi-
nado período, digamos, um ano. Em outras palavras, Q é o número de vezes, em 
um ano, que bens ou serviços são trocados por moeda, P representa o preço de 
uma transação típica no número de unidades monetárias trocadas. O produto 
do preço de uma transação e o número de transações, PQ, é igual à quantidade 
A Versão Clássica da Demanda por Moeda
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de unidades monetárias trocadas em um ano (MANKIW, 2018). Logo, o lado 
direito da equação apresentada nos informa sobre as transações.
Pelo lado esquerdo da equação, o M representa a quantidade de moeda. V 
é chamada de velocidade de circulação da moeda, isto é, nos informa o número 
de vezes que uma unidade monetária troca de mãos num determinado perí-
odo de tempo.
Sendo V e Q constantes (para os clássicos, a economiaestá a pleno emprego 
e Q não varia), se a oferta de moeda dobrasse de R$ 1.000 para R$ 2.000, os pre-
ços médios dobrariam de R$ 3,00 para R$ 6,00 (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Igualmente, se a oferta de moeda fosse reduzida em 50%, os preços cairiam 
em 50% também. Logo, na versão rígida da teoria quantitativa, se V e Q são 
constantes, variações na oferta de moeda resultam em variações proporcionais 
no nível de preços (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Já numa versão mais flexível da TQM, admite-se que V e Q podem sofrer 
uma variação. Visto que, em uma economia em crescimento, Q se eleva no decor-
rer do tempo. Além disso, a velocidade da moeda também pode sofrer variações 
com o passar do tempo (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Conforme os quantitativistas, as mudanças na velocidade são previsíveis e 
têm como argumento que o crescimento no PIB nominal está relacionado com os 
aumentos na oferta de moeda. E que um nível de preços estável pode ser atingido, 
de forma que o crescimento na oferta monetária esteja relacionado ao cresci-
mento da capacidade de produção da economia (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Desta forma, se V permanecer constante em curto prazo, o efeito do aumento 
na oferta monetária sobre a inflação e o emprego depende se a economia estará 
operando ou não com recursos ociosos. Caso a economia estiver com recursos 
ociosos, uma elevação na oferta de moeda pode levar ao aumento da produção e 
do emprego na economia, sem aumento de preços. Por outro lado, se a economia 
estiver trabalhando na sua capacidade máxima, isto é, com recursos plenamente 
empregados, o aumento na oferta de moeda causará somente a elevação no nível 
geral de preços da economia (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Os postulados da TQM são: independência entre oferta e demanda por 
moeda; dicotomia entre preços relativos e preços absolutos; equiproporcionalidade 
A DEMANDA POR MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E48
entre moeda e preços; causalidade da moeda para preços; neutralidade da moeda 
em longo prazo.
A independência entre oferta e demanda por moeda quer dizer que a oferta 
é considerada independente da demanda por moeda, ou seja, depende do estado 
do balanço de pagamentos resultante de certo nível de preços externos em rela-
ção ao doméstico (CARVALHO et al., 2017).
A dicotomia entre preços relativos e preços absolutos está relacionada ao 
fato de que se atribui as variações nos preços relativos a mudanças nas variáveis 
reais, como emprego, desemprego, PIB, entre outros, enquanto que os movimen-
tos nos preços absolutos eram atribuídos a causas monetárias (CARVALHO et 
al., 2017). Neste sentido, mudanças no nível de preços não podem ser causadas 
por alterações nos custos de produção.
Essas forças afetam preços relativos (aumento da inflação), mas não preços 
absolutos. Ou seja, o estoque de moeda, a sua velocidade e o nível de troca de 
bens deixam o nível de preços absolutos inalterado, pois as mudanças induzidas 
por um choque real em preços relativos produzem mudanças compensatórias 
em outros (CARVALHO et al., 2017).
A equiproporcionalidade entre moeda e preços está relacionada com a proposi-
ção básica da TQM, em que uma mudança na quantidade de moeda comumente 
causa mudança proporcional no nível de preços, pois o volume de bens transa-
cionados e a velocidade de circulação da moeda são independentes do estoque de 
moeda em longo prazo (CARVALHO et al., 2017). Assim, se a oferta de moeda 
aumentar em 28%, os preços irão aumentar na mesma proporção, já que V (velo-
cidade de circulação da moeda) e o Y (PIB real) são independentes da oferta de 
moeda em longo prazo (CARVALHO et al., 2017).
Conforme Carvalho et al. (2017), a causalidade da moeda para preços é asse-
gurada de forma que nenhuma das variáveis da equação de trocas V e Y pode 
absorver permanentemente o impacto da mudança em M. A variação da oferta 
de moeda transmite seu efeito completo sobre os preços.
A neutralidade da moeda em longo prazo quer dizer que a moeda não pode 
influenciar de forma permanente o produto real, pois ele depende da disponi-
bilidade dos fatores de produção; desta forma, há uma independência entre a 
moeda e o produto em longo prazo (CARVALHO et al., 2017).
A Versão Keynesiana e a Contribuição de Tobin
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A VERSÃO KEYNESIANA E A CONTRIBUIÇÃO DE TOBIN
Agora vamos analisar os fatores que determinam a demanda por moeda na 
visão Keynesiana e de Tobin. Isto é, aprenderemos o porquê de os indivíduos e 
as empresas manterem saldos monetários em caixa. Tobin propõe a ideia de que 
a demanda transacional por moeda não depende apenas da renda dos agentes 
econômicos, mas também da taxa de juros corrente, e também a Preferência pela 
Liquidez como Comportamento em Relação ao Risco. Tobin analisa a demanda 
especulativa por moeda que, conforme Keynes, depende precisamente da taxa 
de juros, e esta relação de demanda por moeda/taxa de juros era um importante 
elemento para a formulação de política monetária (CARVALHO et al., 2017).
A DEMANDA POR MOEDA
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E50
VERSÃO KEYNESIANA
De acordo com Keynes, existem três fatores que determinam a demanda por 
moeda: demanda por moeda para realizar transações; demanda por moeda por 
precaução; e demanda por moeda para especulação.
A demanda de moeda para realizar transações vem do fato de os indivíduos 
terem uma necessidade de utilizá-la para o pagamento de suas transações com 
bens e serviços. Desta forma, a decisão de manter moeda para transações depen-
derá da renda do indivíduo e do fluxo de recebimento. Em outras palavras, a 
demanda por moeda para realizar transações será uma função proporcional da 
renda e, sendo representada por uma parcela t da renda (tY), temos:
T f Y= ( )
Em que
T = demanda para transação e y = renda. Assim, T tY=
Cabe ressaltar que a demanda por moeda por precaução deriva das pessoas busca-
rem proteção contra acontecimentos inesperados, como desemprego, problemas 
de saúde, entre outros. De forma semelhante à demanda transacional, a demanda 
precaucional será proporcional à renda. A demanda por precaução será, então, 
uma parcela da renda. De acordo com Passos e Nogami (2016), temos:
P f Y= ( )
Em que:
P= demanda por precaução e Y = renda. Assim, P p Y= ( )
Como T e P dependem de Yi , podemos juntá-las, representando-as como 
uma proporção k da renda, onde k T P= + . Assim, teremos: T P kY+ =
Se T =7% e P=3% , temos que k T P= + = + =3 7 10% % %. Desta forma, 
temos: T P Y+ =10%
Conforme representado na Figura 1. Observe que se a renda for de $ 500 
milhões, a demanda transação, somada à precaução, será de $ 50 milhões. Nesta 
perspectiva, se a renda aumentar para $ 1 bilhão, a soma de ambas (demanda 
transação e precaução) será de $ 100 milhões de unidades monetárias.
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Figura 1 - Demanda para transação e precaução da moeda
Fonte: Passos e Nogami (2016, p. 464).
Ainda, tem-se a demanda por moeda para especulação, ou seja, as pessoas podem 
reter seus ativos financeiros de várias formas, como títulos públicos ou priva-
dos, ações de companhias, ou moeda, no seu conceito M1. Desta forma, Passos 
e Nogami (2016) salientam as vantagens de reter moeda como ativos, em vez de 
títulos ou ações, porque ela é o ativo de maior liquidez da economia, isto é, pode 
ser utilizada de forma imediata para a compra de bens e serviços. Entretanto, a 
desvantagem para reter moeda como ativo é que ela não rende juros.
Se um agente retém moeda, incide em um custo de oportunidade, pois a 
renda que poderia obter com juros é sacrificada. Vejamos um título quepague 
20% ao ano de juros. Se você reter R$ 10.000,00 ou sob a forma de moeda em 
mãos ou em sua conta bancária (não remunerada), e não adquirir o título, cus-
tará para você R$ 2.000 por ano (isto é, R$ 2.000,00 é a renda sacrificada).
Observe que a quantidade de moeda para especulação depende da taxa de 
juros. Assim, uma elevação na taxa de juros aumenta o custo de reter moeda. 
Logo, quando ficar caro reter moeda, as pessoas terão preferência por comprar 
títulos que rendem juros, ficando com menor quantidade de dinheiro em mãos. 
Por outro lado, a redução da taxa de juros reduz o custo de oportunidade de reter 
moeda, assim, a quantidade demandada de moeda aumentará. A relação inversa 
entre a demanda especulativa e a taxa de juros pode ser observada na Figura 2, 
em que a curva de demanda especulativa apresenta a inclinação negativa.
A DEMANDA POR MOEDA
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E52
Figura 2 - Demanda especulativa de moeda (em milhões)
Fonte: Passos e Nogami (2016, p. 465).
Observe que a demanda (especulativa) de moeda aumenta conforme que a taxa 
de juros diminui. Veja na Figura 2 que, para uma taxa de juros de 4%, a demanda 
de moeda especulação é de R$ 100 milhões de unidades monetárias (ponto A), 
significando que, a essa taxa de juros, a quantidade de moeda que as pessoas 
desejam manter é de R$ 100 milhões.
Não obstante, se a taxa de juros reduzir de 4% para 2%, os indivíduos prefe-
rirão reter uma quantidade maior de moeda, e a demanda por moeda aumentará 
para R$ 200 milhões (passando do ponto A para o ponto B). Desta forma, quanto 
menor a taxa de juros, maior deverá ser a quantidade demandada de dinheiro, 
visto que o custo de oportunidade de manter o dinheiro será menor (PASSOS; 
NOGAMI, 2016). Conforme Passos e Nogami (2016), temos:
ES f r= ( )
Onde ES demandaespeculativa= e r taxa de juros=
A Versão Keynesiana e a Contribuição de Tobin
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53
Ao agregarmos os três motivos para reter encaixes monetários, obteremos a 
demanda total de moeda, que será dada por:
M T P ES= + + ou ainda, M kY f r= + ( )
onde M demanda total demoeda=
Vejamos se K for igual a 5%. Nesse caso, pode-se observar que, para o nível de 
renda de R$ 200.000,00, a demanda por transação, somada com a demanda por 
precaução, será R$ 10.000,00, independentemente do nível da taxa de juros.
A CONTRIBUIÇÃO DE TOBIN A KEYNES
Tobin aceitou a ideia fundamental de Keynes, mas a reformulou da demanda especu-
lativa por moeda, criando um novo modelo que se tornou um dos pilares da chamada 
síntese neoclássica, ou seja, a teoria criada pelos economistas que se dispuseram a 
sintetizar os ensinamentos tanto da economia dita clássica quanto da keynesiana.
Seguindo a ideia de Keynes, Tobin inicia considerando que a remuneração 
esperada de um título para o seu detentor resulte de duas fontes:
a. o rendimento do título, A, sob a forma do pagamento que ele recebe 
como juros;
b. o ganho de capital potencial, g, relacionado a possível aumento do preço 
do título.
A taxa de retorno de mercado do título, r , é a razão entre o seu rendimento e 
o seu preço, PT . Desta forma, a taxa de mercado ( )r é dada por: P A rT = / 
(CARVALHO et al., 2017).
De acordo com os autores, o ganho de capital percentual esperado ( )g é a 
diferença percentual entre o preço de compra ( )PT e o preço de venda esperado 
( )PT
e . Sendo o ganho de capital gerado, g P P PT T
e
T= −( ) / , em que o rendi-
mento do título A, fixo, tem-se que o preço esperado ( )PT
e corresponde a uma 
taxa de juros esperada r A Pe T
e= / (CARVALHO et al., 2017).
A DEMANDA POR MOEDA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IIU N I D A D E54
Desta forma, em termos de taxas de juros esperada e corrente, o ganho de 
capital g é dado por:
g A r A r A re= −

( / ) / ) / /
dividindo tudo por A, temos: g r
re
= −1
A taxa de retorno total de um título ( )e será a soma da taxa de juros de mercado 
e o ganho de capital. Sendo e r g= + , e substituindo g na equação anterior, 
temos a taxa de retorno total:
e r r
re
= + −1
Nesta perspectiva, se o investidor esperar uma remuneração superior a zero, 
aplicará seus recursos em títulos, ou em ativos monetários se esperar “ e ” infe-
rior a zero (CARVALHO et al., 2017).
Pode-se agora definir o nível de taxa de juros de mercado que Tobin chama 
de crítico, rc , isto é, o que zeraria a remuneração dos títulos (o valor de r que 
torna e=0). Quando a taxa de juros corrente for superior ao nível crítico, r rc> o 
agente aplicará toda a sua riqueza líquida em títulos; quando r rc< , ele preferirá 
realizar aplicações em ativos monetários (CARVALHO et al., 2017). Assim, esta 
visão é a abordagem de Keynes, considerada por Tobin, em que condições podem 
ser expressas em termos de um nível crítico da taxa de juros rc (CARVALHO et 
al., 2017). Desta forma, quando r cai abaixo de rc e, consequentemente e <0 
, a perda de capital esperada dos títulos é superior ao rendimento que estes pro-
porcionam sob a forma de juros, e o possuidor de ativos passará a totalidade 
da riqueza líquida para ativos monetários. Desta forma, temos uma curva de 
demanda por moeda do indivíduo com a forma de uma escada. Quando r for 
exatamente igual a rc , e=0 , é indiferente para o detentor de ativos aplicá-los 
em títulos ou em ativos monetários (CARVALHO et al., 2017).
Enquanto Keynes considerou que a demanda por moeda para transações é 
proporcional à renda, a abordagem de Tobin da demanda transacional procura 
mostrar que esta demanda é função não somente da renda, mas também da taxa 
A Versão Keynesiana e a Contribuição de Tobin
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de juros (CARVALHO et al., 2017). Assim, um indivíduo deixará uma parcela 
pequena sob a forma de moeda para fazer frente às necessidades imediatas, visto 
que ele pode, quando necessário, vender títulos para efetuar os seus pagamen-
tos correntes. Deste modo, a abordagem de escolha de carteira de ativos busca 
remover as limitações do modelo de Keynes.
Para Tobin, considerando que o indivíduo possui apenas dois ativos como 
opção de investimento (moeda e títulos), os agentes, ao se defrontarem com o 
trade-off entre risco e rendimento, deverão agir de forma que componha sua 
carteira, detendo títulos e moedas, isto é, optarão pela diversificação. Assim, 
este é o pressuposto básico do modelo de Tobin, em que o principal atributo da 
moeda é ser segura, e a dos títulos é ser rentável, é razoável supor que um misto 
de ativos monetário e não monetário é o que maximiza a satisfação individual 
do agente econômico (CARVALHO et al., 2017).
Quanto maior a proporção de títulos na carteira do indivíduo, maior o risco 
assumido, e também maior o rendimento esperado. Isto é, os indivíduos só esta-
rão dispostos a aceitar riscos maiores se receberem em troca um rendimento 
maior. Ainda, de acordo com o modelo de Tobin, os indivíduos atribuem pro-
babilidades de ganhos de capitais, bem como selecionarão sua carteira de modo 
que obtenham máximo retorno a menor risco (CARVALHO et al., 2017).
Os agentes expressam suas preferências entre rendimento esperado e risco 
por meio de um conjunto de curvas de indiferença, supondo que os indiví-
duos tenham como objetivo alcançar a curva de indiferença mais alta possível 
(CARVALHO et al., 2017). Por fim, os autores salientam que as combinações 
entre risco e retorno do indivíduo estão limitadas por uma restrição orçamen-
tária. Assim, a maximização dos agentes econômicos, com relação à carteira de 
investimentos de determinada combinação de rendimentos e riscos, ocorre no 
ponto de tangência entre a curva orçamentária e a mais alta curva

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