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Radioisótopos: Aplicações e Segurança

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UNIVERSIDADE PAULISTA
BIOSSEGURANÇA – RADIOISÓTOPOS
Farmácia Noturno
Beatriz Rossanez – D151CC4
Bruno Reis - D2984G9
Cesar Floriano – D31EIG0
Isabela Cassia - N1288F0
Mateus Teles – D2060J2
Nathália Marla – N181290
Campinas – SP
2017
SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................................1
2. Aplicações dos radioisótopos............................................................2
3. Acidentes com materiais radioativos.................................................4
4. Efeitos biológicos da radiação...........................................................6
5. Higiene ocupacional e proteção radiológica ....................................7
5.1 Tempo de exposição........................................................................7
5.2 Distância...........................................................................................7
5.3 Blindagem........................................................................................7
5.4 Rejeitos radioativos.........................................................................9
 5.4.1 Cálculo do decaimento..............................................................10
 5.4.2 Limites de Eliminação...............................................................10
6. Procedimentos de emergência.........................................................12
6.1 Derramamento significativo ..........................................................12
6.2 Instrução de emergência no caso de 
 derramamento significativo...........................................................13
6.3 Derramamento de Menor importância..........................................13
 7. Bibliografia.......................................................................................15
INTRODUÇÃO
No início de 1896, Antonie-Henri Becquerel descobriu a radioatividade. Esta
descoberta apontou o início da Física Nuclear, representando uma das maiores
descobertas da humanidade, um fenômeno que pode ser de ordem natural ou
artificial. Becquerel havia tomado conhecimento da descoberta dos raios X por
Röntgen, numa sessão da Academia de Ciências de Paris, em 20 de janeiro de
1896, por meio de Henry Poincaré, que havia recebido uma cópia do artigo de
Röntgen. Este dizia que esses raios eram emitidos pela parede fosforescente do
tubo de Crookes e que, ao incidir num anteparo pintado com platino cianeto de bário,
produzia luminescência. Becquerel interessou-se imediatamente pelo assunto, pois
tanto ele quanto seu pai e avô haviam trabalhado com o fenômeno da
luminescência. (OKUNO, 2010). Segundo Navarro et al 2008, no início, Becquerel
achou que se tratava dos mesmos raios X descobertos por Röntgen, mas os estudos
do casal Marie e Pierre Currie permitiram a descoberta de mais três novos
elementos (tório, polônio e rádio). Evidenciar o termo ‘radioatividade’ e descrever o
fenômeno como uma propriedade dos elementos químicos, renderam a Becquerel o
Nobel em Física em 1903. Em 1899, o físico inglês Rutherford (Prêmio Nobel de
Química em 1908) identificou a natureza de dois tipos distintos de radiações
emitidas por elementos naturais: as partículas alfas (α) e as partículas betas (β).
Naquele mesmo ano, o físico francês Villard descobriu um terceiro tipo de radiação,
que passou a ser denominado raios gama (γ). Cada partícula alfa é formada pela
associação de 2 prótons e de 2 nêutrons. Constitui-se, pois, de um núcleo bi positivo
de átomo de Hélio: 2 4 He++ = α. A energia inicial com que essas partículas são
emitidas pelos núcleos radioativos varia de um isótopo – emissor para outro. Quanto
maior for a energia com que as partículas alfa são emitidas, maior será o seu poder
de penetração quando bombardeia outras matérias. (ALMEIDA, 2004). Com a
descoberta da radioatividade e dos raios X, além das aplicações médicas, o átomo
pôde ser mais bem estudado, contribuindo de modo significativo para os
conhecimentos desenvolvidos no século XX. (MOULD,1998)
4
APLICAÇÕES DOS RADIOISÓTOPOS
Saffioti 1982, explica que nos seres vivos as radiações alteram a estrutura celular
devido ao seu grande poder penetrante, provocando lesões no sistema nervoso, na
medula óssea até mesmo a morte, dependendo da intensidade da radiação e do
tempo de exposição. São vastas as aplicações das radiações na medicina desde o
diagnóstico da doença até o seu tratamento. A radioterapia, a branquiterapia,
aplicadores de radioisótopos são exemplos de terapia, a mesma estuda os meios de
diagnóstico e cura dos doentes. A Radioterapia consiste em eliminar tumores
malignos (cancerígenos) utilizando radiação gama, raios X ou fontes de elétrons. O
princípio básico é eliminar as células cancerígenas e evitar sua proliferação, e estas
serem substituídas por células sadias. O tratamento é feito com aplicações
programadas de doses elevadas de radiação, com a finalidade de “matar” as células
alvo e causar o menor dano possível aos tecidos sadios intermediários. Como as
doses aplicadas são muito altas, os pacientes sofrem danos orgânicos significativos
e ficam muito debilitados. Por isso são cuidadosamente, acompanhados por
terapeutas, psicólogos, apoio quimioterápico e de medicação (CARDOSO, 2003). A
Braquiterapia é um tratamento com elemento radioativo “perto” dos tecidos e em
locais específicos do corpo humano. Para isso, são utilizadas fontes radioativas
emissoras de radiação gama de baixa e média energia, encapsuladas em aço inox
ou em platina, com atividade da ordem de dezenas de Curies. Os isótopos mais
utilizados são Irídio-192, Césio- 137, Rádio-226. As fontes são colocadas próximas
aos tumores, por meio de aplicadores, durante cada sessão de tratamento. Sua
vantagem é afetar mais fortemente o tumor, devido à proximidade da fonte
radioativa, e danificar menos os tecidos e órgãos próximos (CARDOSO, 2003).
Através dos sintomas da doença é determinado o seu diagnóstico. A radiografia, a
mamografia, a tomografia e o mapeamento com radiofármacos, esterilizações de
materiais são muito úteis na medicina. Na indústria, os radioisótopos são
extremamente úteis. Um dos primeiros usos dos radioisótopos foi a radiografia. O
conhecido aparelho de raios X foi substituído por um emissor de raios γ, que é mais
facilmente manejado, embora deva ser contida numa espessa blindagem de
chumbo, quando não está em uso. A radiografia industrial permite testar produtos
industriais sem danificá-los e em poucos segundos (GAINES, 1975). Na agricultura
são diversas as aplicações dos radioisótopos. Empregam-se elementos radioativos
traçadores para estudar os fertilizantes e o metabolismo dos minerais nas plantas,
5
usam-se fertilizantes marcados com Fósforo-32 para medir a quantidade de fosfato
existente no solo e o consumo de fósforo pelas plantas. As radiações têm, ainda,
sua utilidade na luta contra os insetos. O método usado é o da esterilização dos
machos, e consiste no seguinte: insetos são criados em massa e, antes que
cheguem à maturidade, são esterilizados por meio de radiação controlada. Em
seguida são libertados na região infestada. O acasalamento improdutivo dos machos
com as fêmeas que estavam em liberdade acaba por levar a extinção da espécie.
Esta técnica foi empregada para acabar com as moscas das frutas, que danificavam
laranjas e outros frutos (GAINES, 1975). Silva (1974) relata que para determinação
de idade e formação e modificação de elementos geológicos como rochas,
cristalização, idade de fósseis e formação de petróleo autilização de radioisótopos é
eficaz na datação, os principais isótopos utilizados em geocronologia e paleontologia
são: Urânio-238, Tório-232, Rubídio-87, Carbono-14 e Potássio-40.
6
ACIDENTES COM MATERIAIS RADIOATIVOS
Conforme Almeida 2004, a radioatividade se propaga no ar pela ação dos ventos e
pode ocupar todo o espaço, contaminando áreas enormes. A liberação de elementos
radioativos por um reator de uma usina nuclear pode ocasionar a liberação de doses
letais de radiações. Em condições normais de operação, os reatores nucleares não
parecem apresentar problemas, em relação ao meio ambiente, muito mais graves
que outros meios de produzir energia, como o carvão. Os problemas que podem
surgir aí são os acidentes (GARNDINER, 1999). A contaminação por um composto
radioativo é um processo químico de difusão desse composto no ar, de sua
dissolução na água de sua reação com outro composto ou substância, de sua
entrada no corpo humano ou em outro tecido vivo (ALMEIDA 2004). Os acidentes
nucleares ocorridos em Windscale (Reino Unido – 1957), Chelyabinsk (Rússia –
1957), Three Mile Island (Estados Unidos – 1979) e Chernobyl (Rússia – 1986),
contribuíram significativamente para a liberação de radionuclídeos no meio ambiente
(OKUNO, 1988 ). Em 1942, surgia o “Projeto Manhattan”, que tinha por objetivo
desenvolver e construir armas nucleares. Tal projeto foi assim chamado por estar
ligado ao Distrito de Engenharia de Manhattan, do Exército dos EUA, e porque boa
parte da pesquisa inicial foi realizada neste distrito da cidade de Nova York. O
sucesso não tardou e, no dia 16 de julho de 1945, no estado do Novo México nos
EUA, a primeira bomba atômica da história, conhecida como “Gadget”, foi detonada
(XAVIER, 2007). Em 1945, ao final da segunda guerra mundial, Hiroshima foi
bombardeada pela força aérea americana, posteriomente seguiu-se o bombardeio
de Nagasaki. As cidades foram escolhidas por estarem situadas exatamente entre
vales, o que facilitaria a avaliação dos danos causados pela nova tecnologia bélica,
a qual nunca até então havia sido usada e nem se sabia quais seriam suas
consequências. Até o final de 1945, 145 mil pessoas tinham morrido em Hiroshima e
75 mil em Nagasaki. Milhares de pessoas sofreram ferimentos sérios. Devido aos
efeitos da radiação, várias mortes ocorreram nos anos seguintes, e causaram
também nascimentos de bebês com má formação genética (XAVIER, 2007). No ano
de 1966, um bombardeiro norte-americano caiu na Espanha. Ele carregava quatro
bombas nucleares de plutônio. Felizmente, as bombas não explodiram, mas o
plutônio se espalhou por uma grande área. Os especialistas tiveram que remover
1400 toneladas de solo radioativo para um depósito de lixo nuclear para tornar a
região segura (ALMEIDA, 2004). Em 1979, o reator nuclear em Three Mile Island,
7
nos Estados Unidos, teve um problema: a refrigeração falhou e seu núcleo ficou
superaquecido. Parte do combustível de urânio derreteu, liberando radioatividade no
ar (GARNDINER, 1999). O acidente de Chernobyl em 1986 foi um dos mais graves
acidentes da história, pois a explosão de um dos quatro reatores da usina nuclear
soviética de Chernobyl, localizada a 129 km ao norte de Kiev, lançou na atmosfera
uma nuvem radio-ativa de 3,7x1018 Bq, desencadeada por uma reação em cadeia
fora de controle. A força da explosão liberou uma nuvem radioativa que atingiu a
parte oeste da antiga União Soviética, hoje os países de Belarus, Ucrânia e Rússia,
e todo o norte e centro da Europa. (XAVIER, 2007) Em Chernobyl, ninguém sabe ao
certo quantas pessoas morreram, mas os números mais aceitos são 80, no
momento da explosão, e outras 2 mil, ao serem levadas para os hospitais de Kiev.
Além disso, supõe-se que o acidente provocou câncer em cerca de 10 mil pessoas,
nos 5 anos seguintes e mutações genéticas em seus descendentes nos próximos
150 anos (HELENE, 2002). Depois da II Guerra Mundial, duas bombas nucleares
foram testadas em explosões no atol de Bikini, no Oceano Pacífico. A lagoa do atol
logo se encheu de lama radioativa. Depois de 25 anos, foi permitida a volta dos
antigos moradores. Até mesmo os caranguejos estavam radioativos (GARDINER,
1999).
8
EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO
 A Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) expressa que os efeitos
biológicos da radiação podem ser agrupados em dois tipos (IAEA, 1994):
 Determinísticos 
 Estocásticos
Os efeitos determinísticos ocorrem quando muitas células em um órgão ou tecido
são inativadas; o efeito será clinicamente observado apenas se a dose de radiação
for maior que um certo limiar. A magnitude desse limiar depende da taxa de dose,
isto é, dose por unidade de tempo cedida ao órgão e do efeito clínico. Com o
aumento da dose acima do limiar, a probabilidade de ocorrência subirá
abruptamente para a unidade (100%), ou seja, toda pessoa exposta apresentará o
efeito e a gravidade do mesmo aumentará com a dose. Já para os efeitos
estocásticos, existem boas evidências da biologia celular e molecular de que o dano
da radiação no DNA em uma única célula pode resultar em uma célula transformada
que ainda é capaz de reprodução. Apesar das defesas do corpo, que são
geralmente muito eficazes, existe uma pequena probabilidade de que esse tipo de
dano, promovido pela influência de outros agentes, não necessariamente
associados com a radiação, possa levar a uma condição de malignidade. Como a
probabilidade é pequena, isso ocorrerá apenas em algumas das pessoas expostas.
Se o dano inicial for produzido em células germinativas das gônadas, poderão
ocorrer efeitos hereditários. Esses efeitos, somáticos e hereditários, são chamados
de estocásticos (NOGUEIRA, 1984). Para a ICRP-73 existe evidência suficiente para
concluir que os efeitos estocásticos da radiação podem ocorrer, apesar da
probabilidade ser muito pequena com doses muito baixas, isto é, não existe limiar de
dose abaixo do qual não haverá risco (ICRP, 1996). A probabilidade de efeito
estocástico atribuído à radiação aumenta com a dose e é proporcional à quantidade
para baixas doses. Para altas taxas de dose, a probabilidade geralmente aumenta
com a dose mais notadamente do que em uma proporção simples. Em doses ainda
mais altas, perto do limiar do efeito determinístico, a probabilidade aumenta mais
lentamente e pode iniciar ou diminuir por causa do efeito competitivo da morte
celular.
9
HIGIENE OCUPACIONAL E PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
Todos os procedimentos de radioproteção devem ser de acordo com o disposto na
norma CNEN-NE-3.01 “Diretrizes Básicas de Radioproteção”. De uma maneira
geral, as doses devidas às radiações ionizantes podem ser reduzidas através de três
fatores (CNEN- 3.01, 2005):
Tempo de Exposição
 As doses devidas às radiações ionizantes são diretamente proporcionais ao tempo
que um indivíduo fica exposto a uma fonte de radiação. Desta forma, toda atividade
envolvendo fontes de radiação, deve ser cuidadosamente planejada de forma a
minimizar o tempo gasto na sua execução.
 Distância
A dose recebida por exposição a fontes de radiação é inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre a fonte e o indivíduo exposto. Isto significa que, se a
distância entre a fonte e a pessoa exposta for duplicada, a dose recebida será
quatro vezes menor, e se a distância for triplicada, a dose será nove vezes menor. É
conveniente se manipular fontes de radiação à distância, através de mecanismos
como pinças.
Blindagem
A blindagem deve, obrigatoriamente, fazer parte do projeto de qualquer instalação
ondese pretenda manusear, processar ou armazenar material radioativo. Em
situações que exijam a exposição de pessoas à radiação e não se possa contar com
uma blindagem, devem-se utilizar, da melhor forma possível, os fatores tempo de
exposição e distância. Quando se manipula ou se está exposto a fontes de radiação
não seladas, principalmente nos estados líquido, gasoso, em forma de pó ou
vapores, além do risco de irradiação de pessoas, existe a possibilidade de
contaminação. Esta contaminação pode ser externa (pele e cabelos) ou interna
(através da inalação, ingestão ou absorção pela pele ferida ou sadia). Para evitar a
contaminação, deve-se fazer uso de equipamentos de proteção individual como
aventais, sapatilhas, luvas, máscaras, etc (CNEN-3.05, 1996). Em instalações
radiativas, o Plano de Radioproteção deve conter as seguintes instruções para o
manuseio de radioisótopos (CNEN-3.02, 1988):
10
 Manter os locais onde são manuseados e/ou armazenados materiais
radioativos em perfeitas condições de ordem e higiene.
 Manusear somente material radioativo que tenha as menores atividades
possíveis (toxicidade, meia-vida, etc).
 Não fumar, comer, beber ou aplicar cosméticos nos locais onde forem
manipulados e/ou armazenados radioisótopos ou rejeitos radioativos.
 Usar sempre um avental de algodão e de manga comprida. Em casos de
haver a possibilidade de respingos, como durante a limpeza de materiais,
deve-se sobrepor um avental plástico.
 Usar sempre o filme dosimétrico, que é pessoal e intransferível. Usar
dosímetro individual de extremidade, durante a operação de diluição em
geradores de Tecnécio e durante o preparo, ensaio e administração de
radioisótopos a pacientes.
 Forrar todas as superfícies de trabalho com plástico e papel absorvente.
Como também, preparar bandejas metálicas forradas com papel impermeável
e absorvente para todas as manipulações com radioisótopos.
 Antes de iniciar o procedimento, selecionar o material a ser utilizado,
dispondo-o de maneira mais conveniente. Tratando-se de um trabalho novo,
executá-lo uma vez sem o material radioativo.
 Preparar tantos recipientes para rejeitos, devidamente rotulados e
identificados, quantos forem necessários, de acordo com a segregação
definida para a instalação. Utilizar capelas para manipular materiais voláteis
ou pulverizados.
 Utilizar meios seguros para o deslocamento de radioisótopos e rejeitos
radioativos. Reduzir ao máximo o tempo de exposição ao material radioativo.
 Usar luvas de borracha ao manusear radioisótopos. Verificar, com frequência,
se as luvas estão contaminadas. Não tocar com as luvas contaminadas os
puxadores de armários, bancos, aparelhos, monitores, etc. Abrir torneiras com
o antebraço ou o dorso da mão, caso sejam manuais.
11
 Não tocar o rosto ou qualquer parte do corpo, com a luva contaminada. Em
caso de resfriado, usar lenços descartáveis.
 Ao terminar os trabalhos, lavar bem as luvas em solução com detergente. E
verificar, com auxílio do monitor de contaminação, se estão devidamente
descontaminadas; caso contrário, segregá-las como rejeito radioativo.
 É terminantemente proibido pipetar com a boca ou usar a pipeta para
qualquer outra manobra de transferência.
 Para ajustar seringas ou pipetas, usar gaze esterilizada ou pedaços de papel
de filtro forrados com material impermeável.
Rejeitos radioativos
O rejeito radioativo constitui uma fonte de radiação ionizante, tendo em vista que, é
qualquer material resultante de atividades humanas que emite radiação e cuja
reutilização é imprópria ou não prevista. Os rejeitos devem ser separados
fisicamente de quaisquer outros materiais. A separação dos mesmos deve ser
realizada no mesmo local em que foram produzidos, devendo ainda estes serem
acondicionados em recipientes adequados. Os recipientes para armazenamento dos
rejeitos devem possuir vedação adequada e ter seus conteúdos identificados
(CNEN-6.05, 1985). Os rejeitos não devem ser armazenados no laboratório, mas
sim em um local previamente adaptado para tanto e que possua um sistema de
vedação que não permita a liberação do material radioativo para o meio ambiente,
disponha de monitoração de área e que se localize distante de áreas normais de
trabalho. Deve também possuir sistemas de ventilação, exaustão e filtragem.
Qualquer tratamento de rejeitos radioativos está sujeito à aprovação da CNEN. Após
o tempo de decaimento dos radioisótopos, os rejeitos podem ser eliminados como
lixo ordinário, com a condição de não apresentar qualquer indício de radioatividade.
Em casos de acidentes envolvendo material radioativo, os seguintes procedimentos
devem ser seguidos:
 Notificar imediatamente o responsável pelo serviço de saúde, que deverá ser
capaz de avaliar se outros órgãos competentes deverão ser acionados.
12
 Contusões como cortes e queimaduras, devem ser tratadas primeiro que as
descontaminações, com a intenção de reduzir as vias de acesso do material
radioativo para o interior do corpo.
 O local do acidente deve ser isolado.
 Efetuar a descontaminação sempre acompanhado de outras pessoas.
Cálculo do decaimento
Para que determinado rejeito possa ser descartado pelas vias convencionais é
necessário que sua atividade não supere os limites de eliminação. Para os rejeitos
contendo emissores de meia-vida curta, os limites de eliminação podem ser
alcançados após períodos de armazenamento relativamente curtos. Nesses casos,
deve-se realizar um estudo simples de decaimento para cada um dos radioisótopos
de forma que, partindo da atividade inicial e do período de semidesintegração, seja
obtido o tempo necessário para não superar os limites de eliminação (IAEA, 1998).
Três metodologias podem ser utilizadas para verificar se a concentração da
atividade ou a atividade específica do rejeito está em conformidade com os
respectivos níveis de referência estabelecidos em norma (CNEN-6.05, 1985):
 Por meio de hipóteses conservativas, isto é, supondo a atividade
remanescente (adsorvida) em frascos, seringas, vidros e outros recipientes,
igual a 2% da atividade inicial contida nos mesmos.
 Por meio da taxa de exposição na superfície de determinados volumes
conhecidos, em função da densidade do rejeito e da atividade existente.
 Por meio da medida da contaminação de superfície.
Limites de eliminação dos rejeitos radioativos
Os limites para eliminação de rejeitos radioativos sólidos, líquidos e gasosos estão
estabelecidos na norma CNEN-NE-6.05, conforme descrição a seguir:
Rejeitos Sólidos
 O limite de eliminação para rejeitos sólidos é de 75 Bq/g (2nCi/g), para
qualquer radionuclídeo. 
13
 Outra opção para eliminação de rejeitos sólidos através do sistema de coleta
de lixo urbano é pautar-se nos limites máximos de contaminação de
superfícies em áreas livres, estabelecidos na norma CNEN-NE-3.01.
Rejeitos Líquidos
A eliminação de rejeitos líquidos na rede de esgotos sanitários está sujeita aos
seguintes requisitos:
 O rejeito deve ser prontamente solúvel ou de fácil dispersão em água;
 A quantidade de cada radionuclídeo liberada diariamente pela instalação, na
rede de esgotos sanitários, não deve exceder o maior dos valores
especificados pela legislação específica (CNEN-6.05, 1985);
 A quantidade de cada radionuclídeo liberada mensalmente, quando diluída
pelo volume médio mensal de esgoto expelido pela instalação, deve ter
concentraçãoinferior aos limites especificados na norma CNEN-NE-6.05;
• A quantidade anual total de radionuclídeos, excluindo o 3H e o 14C, liberada na
rede de esgoto sanitário, não deve exceder 3,7x10 10 Bq (1Ci);
• A quantidade anual de 3H e 14C, liberada na rede de esgoto sanitário, não deve
exceder 18,5x10 10 Bq (5Ci) e 3,7x10 10 Bq (1Ci), respectivamente;
• Para uma mistura conhecida de radionuclídeos, a concentração média,
considerando a diluição no volume médio diário de esgoto liberado pela instalação,
não deve exceder a 15 Bq/l;
• Se a identidade e a concentração de cada radionuclídeo na mistura forem
conhecidas, os valores limites devem ser deduzidos do seguinte modo: determinar,
para cada radionuclídeo na mistura, a razão entre a quantidade presente na mistura
e o limite estabelecido na norma CNEN-NE-6.05, para o mesmo radionuclídeo. A
soma de tais razões, para todos os radionuclídeos na mistura, não deve ser superior
a 1 (uma unidade).
Rejeitos Gasosos
14
• A eliminação de rejeitos gasosos na atmosfera deve ser realizada em
concentrações inferiores às especificadas na norma CNEN-NE-6.05, mediante
prévia autorização da CNEN. 
Excretas
A eliminação de excretas de pacientes submetidos à terapia radioisotópica deve ser
feita de acordo com instruções específicas estabelecidas pela CNEN (CNEN-3.05,
1996).
PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA
O plano de radioproteção deverá conter procedimentos para atuação em situações
de emergência radiológica, onde estarão identificadas as situações potenciais de
acidente e a avaliação das mesmas. Instruções e procedimentos visando minimizar
ou eliminar as conseqüências destas situações deverão estar afixados próximos a
todos os locais de trabalho com fontes radioativas. Na execução de operações de
rotina, pode haver dispersão de material radioativo, resultando em contaminação de
pessoas ou de equipamentos e áreas. A ação correta tomada durante tais incidentes
pode impedir tanto a exposição desnecessária do pessoal, como a dispersão da
contaminação (CNEN-3.02, 1988). Em geral as seguintes precauções devem ser
tomadas para limitar a dispersão da contaminação radioativa:
 Limitar acesso à área contaminada.
 Desligar o sistema de ventilação, se possível.
 Impedir a dispersão de contaminantes líquidos e na forma de pós.
Nos casos de lesões sérias, a atenção médica é prioritária, em relação aos
aspectos radiológicos. Nesses casos deve-se:
 Solicitar a presença de paramédicos e comunicar, imediatamente, ao
responsável pelo setor ou serviço de radioproteção, ou sua alternativa, de que
15
se trata de uma emergência envolvendo também radiação ionizante. Informar
aos paramédicos da possibilidade de contaminação radioativa.
 Determinar e registrar o radionuclídeo, a atividade envolvida e a forma
química.
Derramamento significativo
Um derramamento é considerado significativo se ele resulta em qualquer dos
seguintes aspectos (CNEN-6.05, 1985):
 Exposição à radiação interna de pessoal (inalação/ingestão de material
radioativo).
 Excessiva exposição à radiação externa ou contaminação de pessoal.
 Contaminação de grandes áreas.
 Considerável atraso no trabalho.
Instruções de emergência no caso de derramamento significativo
 Notificar o pessoal não envolvido no derramamento para evacuar o local.
Impedir que outras pessoas entrem na área contaminada;
 Monitorar o pessoal quanto à contaminação;
 Remover roupas contaminadas. Se a pele estiver contaminada, lavar com
água e com sabão neutro;
 Controlar o movimento de todo o pessoal potencialmente contaminado para
evitar posterior dispersão de contaminação;
 Cobrir o líquido derramado com papel absorvente. Umedecer pós-secos,
tendo o cuidado para não espalhar a contaminação. Usar óleo se o material
for reativo com água. Não tentar limpar o derramamento;
 Notificar o serviço de radioproteção ou similar. Notificar também o
responsável pela área ou o pesquisador principal;
16
 Desligar ventiladores ou sistema de ventilação que possam espalhar vapores
e pós, sempre que possível;
 Determinar e registrar o radionuclídeo e respectiva atividade, a forma química
e os nomes das pessoas envolvidas;
 Apoiar o serviço de radioproteção nas atividades de avaliação e
descontaminação.
Derramamento de menor importância
Geralmente, o derramamento pode ser considerado de menor importância se ele
contamina pequenas áreas ou equipamentos, e resulta em (CNEN-6.05,1985):
 Nenhuma contaminação externa ou interna de pessoas.
 Nenhuma excessiva exposição à radiação externa de pessoas.
 Nenhum atraso sério no trabalho.
Instruções de emergência no caso de derramamento de menor importância 
 Notificar o pessoal da área sobre a ocorrência do derramamento;
 Monitorar o pessoal que deixar a área e remover qualquer roupa
contaminada;
 Cobrir os líquidos derramados com papel absorvente. Umedecer pós-secos,
tendo o cuidado para não espalhar a contaminação. Usar óleo se o material
for reativo com água;
 Chamar o serviço de radioproteção caso necessite;
 Planejar o procedimento de descontaminação antes de sua utilização. Após a
descontaminação, efetuar a monitorização de todas as áreas ao redor do
derramamento e de todo o pessoal, inclusive pés e mãos, com relação à
contaminação superficial.
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