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HCT - Minicurso: Ar Condicionado e Ventilação (HVAC) Projeto e Dimensionamento Prof. Carlos Pádua Objetivos da aula Apresentar o histórico e as aplicações da indústria do Ar Condicionado, Ventilação e Refrigeração (HVAC-R) Introduzir os conceitos fundamentais para compreensão dos processos físicos envolvidos nos sistemas de HVAC Descrever os modos de transmissão de calor e suas leis básicas Apresentar noções de Conforto Térmico Referências Bibliográficas ASHRAE – American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, Fundamental Volume, 2013 Carrier – Handbook of Air Conditioning System Design, 1965 Trane, Air Conditioning Manual, 1989 Stoecker W. F., Refrigeração e ar condicionado, McGraw-Hill, 1985 ABNT NBR 16401-1– Instalações de Ar Condicionado, 2008 Histórico do HVAC-R Conceitos de condicionamento de ar desde antiguidade: - Roma antiga - água circulando por paredes de residências; - Uso da neve e do gelo natural na produção de alimentos gelados - Antiguidade (gregos e romanos) - China sec. II – ventilador (roda) operação manual ou por água; - Egito e Pérsia – torres para captação do ar; - 1620 – Inventor holandês Cornelius Drebbel transformou verão em inverno para o Rei James I. - Uso do gelo natural para conservação de alimentos (Francis Bacon - 1626) – transportados em navios – primeiras geladeiras residenciais (a partir de 1683) - Produção de gelo artificial usando evaporação de amônia (Jacob Perkins - 1834) Início da Indústria do Ar Condicionado - Refrigeração parte inseparável do Ar Condicionado trabalhos de Boyle, Carnot e outros nos sec. XVIII e XIX - termodinâmica - 1902: Willis Carrier pai do condicionamento de ar indústria gráfica sistema para desumidificar o ambiente por meio do resfriamento do ar; - 1906 / 1913: Carta psicrométrica – Carrier e Mollier; - 1914 / 1922: Primeiro ar condicionado conforto residencial / teatro; - Indústria atual – Eficiência energética, qualidade do ar e automação - Uso de refrigerador doméstico usando CFC’s (1920) Fundamentos – Temperatura Definição: A temperatura é uma propriedade Termodinâmica. Define o potencial da energia interna de um corpo. Escalas de Temperatura: É necessário escolher dois pontos fixos e atribuir valores numéricos a esses dois pontos. Fundamentos – Temperatura A correlação entre as unidades é: C = F - 32 = K - 273 = R - 492 5 9 5 9 OBS: 1) Somente as escalas Kelvin e Rankine são escalas termodinâmicas absolutas. 2) Como as divisões das escalas C e F são iguais respectivamente às divisões das escalas K e R , as primeiras podem ser usadas para exprimir variações (diferenças) de temperaturas lineares, na transmissão de calor Modos de transmissão de calor Pela 2ª Lei da Termodinâmica: o calor flui de uma região de temperatura mais alta para outra de temperatura mais baixa. Condução: É o mecanismo pelo qual o calor flui de uma região de temperatura mais alta para outra de temperatura mais baixa, dentro de um meio (sólido, líquido ou gasoso) ou entre meios diferentes em contato físico direto. A energia é transmitida por meio de comunicação molecular direta, sem apreciável deslocamento das moléculas. É o único mecanismo pelo qual o calor pode ser transmitido em sólidos opacos. Radiação: É um processo pelo qual o calor é transmitido de um corpo a alta temperatura para um de mais baixa temperatura, quando tais corpos estão separados no espaço, ainda que exista vácuo entre eles. O calor neste caso, é transportado por ondas eletromagnéticas, dentro de uma faixa determinada de frequências. Importantes para altas temperaturas. Convecção A convecção é um processo de transporte de calor por ação combinada da condução de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura. É importante principalmente na transmissão de calor entre um meio sólido e um meio fluido. - Convecção natural ou livre: Quando o movimento de mistura é mero resultado das diferenças de densidade causadas pelos gradientes de temperatura. - Convecção forçada: Quando o movimento de mistura é induzido por algum agente externo, tal como uma bomba ou um ventilador. Leis Básicas da transmissão de calor Condução: Lei de Fourier qk = - K A ΔT, onde: K condutibilidade térmica do material A área da seção (perpendicular ao fluxo) ΔT gradiente de temperatura na seção qk taxa de transmissão de calor por condução Taxa de transmissão de calor: É a quantidade de calor transmitida na unidade de tempo (potência térmica) Unidades: W ; kcal/h ; BTU/h ou TR (tonelada de refrigeração) Condutibilidade térmica: É uma propriedade do material que varia com a temperatura. Unidades: W/(m.K) ; kcal/(h.m.C) ; BTU/(h. ft.F) Materiais isolantes: baixo valor de “K” Condutibilidade térmica Condutibilidade térmica: É uma propriedade do material que varia com a temperatura. Em muitos problemas na engenharia, porém, essa variação pode ser desprezada. Unidades: W/(m.K) ; kcal/(h.m.C) ; BTU/(h. ft.F) Materiais isolantes: baixo valor de “K” Materiais condutores: alto valor de “K” Condução através de uma parede plana Para regime permanente, unidimensional e considerando “K” independente da temperatura (K = Cte), teremos: qk = AK (Tquente - Tfrio) = T L L/AK Definindo : R = L/AK resistência térmica, temos : qk = T R Unidades: R K/W ou h.C/kcal ou h.F/BTU Resistências térmicas – parede plana e tubo Extrato do ASHRAE Fundamentals Lei da radiação térmica Radiação: Quantidade do calor radiante depende da temperatura absoluta e da natureza da superfície. - Para o corpo Negro (Irradiador perfeito): qr = A1 T1 4 , onde : A área da superfície em m 2. T temperatura da superfície em K. constante de Stefan-Boltzmann = 5,67x10-8 W/(m2.K4) - Transmissão de calor entre dois corpos reais: qr = A1 F12 ( T1 4 - T2 4 ) , onde : F12 fator de forma (inclui emissividade dos corpos) Propriedades da radiação térmica α = G absorvida / G incidente absortância ρ = G refletida / G incidente reflectância τ = G transmitida / G incidente transmitância (G energia radiante) α + ρ + τ = 1 Se τ = 0 (sólidos em geral): α + ρ = 1 Principal exceção: vidro τ ≠ 0 Lei de Kirchoff: ελ = αλ Lei da Convecção Convecção: Taxa de calor transmitida por convecção entre uma superfície e um fluido. qc = hc A T , onde: qc taxa de calor em W (kcal/h ou BTU/h) A área de transmissão de calor em m2 T diferença de temperatura da superfície e a do fluido, em C hc coeficiente médio de transmissão de calor por meio de convecção, em W/(m2 C) ou kcal/(h m2 C) ou BTU/(h ft2 F) Resistência térmica: R = 1/ (hc . A) Estruturas Compostas qk = C te Regime Permanente qk = (Ti –T1)/Ri = (T1 –T2)/RA = (T3 –T2)/RB = (T4 –T3)/RC = (T4 –To) / Ro Rtotal = Ri + RA + RB + RC + Ro Ri = hi . A Ro = ho . A RA = LA /(KA.A) RB = LB /(KB. A) RC = LC /(KC. A) qk = (Ti – To) / Rtotal Coeficiente global de transmissão de calor qk = U A T como q = T / Rtotal U As = 1/Rtotal - Paredes planas em série : Ti - To qk = 1/(hi A)+LA/(KA A)+LB/(KB A)+LC/(KC A)+1/(ho A) 1 U = 1/hi + LA/KA + LB/KB + LC/KC +1/ho Conforto térmico Definição: “ É a condição da mente que expressa satisfação da pessoa com o ambiente em que se encontra” Fatores que influenciam o conforto térmico - O conforto térmico humano depende de vários fatores, sendo que apenas alguns deles são relativos ao ambiente. Os quatro fatores ambientais são velocidade do ar, temperatura, umidade e radiação (solar ou de superfícies); - A exata resposta de cada pessoa aos fatores ambientais depende de outros fatores não ambientais (metabolismo individual, roupas, tipo de atividade exercida, etc); - Por isso, é muito difícil se obter um índice de conforto térmico que funcione para qualquer pessoa, em qualquer condição. Os índices existentes são simplificações que em geral combinam alguns ou todos os fatores ambientais que influenciam o conforto térmico. Índice de temperatura efetiva - ET - É provavelmente o índice de conforto térmico mais comum e conhecido. Ele combina temperatura e umidade em um único índice, de tal maneira que dois ambientes com o mesmo índice indicam uma mesma resposta térmica, embora tenham diferentes temperaturas e umidades. Os ambientes devem ter, porém, a mesma velocidade do ar. - A temperatura efetiva pode ser determinada por meio de um consagrado nomograma (ver figura). Ele é composto de uma escala de temperatura de bulbo seco a esquerda, e outra de bulbo úmido à direita, linhas de velocidade do ar constante e de temperatura efetiva constante. Note que este índice não faz referência à radiação térmica. Ábaco para determinação da ET IBUTG -Fórmulas de cálculo - O IBUTG (Índice de bulbo úmido termômetro de globo) é um índice que combina a temperatura de bulbo seco (tbs), a temperatura de bulbo úmido natural (tbn), e a temperatura de globo (tg). Para ambientes externos com radiação solar: IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg Para ambientes internos ou sem radiação solar IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg - A temperatura de globo responde pela temperatura do ar, pela temperatura radiante e pela velocidade do ar, enquanto a temperatura de bulbo úmido natural, além de considerar estes três parâmetros, responde também pela umidade. - O IBUTG é um índice melhor que a temperatura efetiva, sendo largamente utilizado para estimar o potencial de estresse térmico nos ambientes de trabalho. IBUTG – parâmetros considerados - O IBUTG, então, combina dois parâmetros derivados e, em alguns casos, um terceiro parâmetro básico (tbs). É função, portanto, de todos os quatro parâmetros básicos que determinam o conforto térmico, com a vantagem de que os parâmetros utilizados podem ser medidos diretamente no ambiente. - A temperatura de bulbo úmido natural é o valor indicado por um sensor de temperatura coberto por um tecido molhado, o qual é naturalmente ventilado, isto é, localizado no ambiente a ser medido sem ventilação forçada. É diferente, portanto da temperatura de bulbo úmido termodinâmica medida por um psicrômetro (tbu). - A temperatura de globo é a temperatura indicada por um sensor colocado no centro de um globo de alto coeficiente de emissão de radiação e de características físicas determinadas. Ela integra os efeitos da radiação e da velocidade do ar. IBUTG – instrumento de medição NR-15 – Limites de tolerância - Os limites de tolerância para exposição ao calor determinados pela Norma Regulamentadora Brasileira NR-15 - Atividades e Operações Insalubres, são baseados no IBUTG e estão transcritos abaixo (Os critérios da NR-15 são baseados na ISO-7243 - WBGT): NR-15 – Tipo de atividade
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