Buscar

Síntese de Casa Grande & Senzala (Cap. II e IV) em forma de carta

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Brasília – DF, 09 de maio de 2017
Olá Leonardo,
Como vão as coisas? Beleza? Espero que estejam bem.
Leo, eu estava lendo um livro muito bom de Gilberto Freyre, chamado Casa Grande & Senzala. Esta é uma obra que fala sobre a vinda dos portugueses ao Brasil, a sociedade escravocrata e a miscigenação. Mas não é essas historinhas corriqueiras que normalmente se ouve, nesta o autor a expõe de uma forma peculiar.
Para que você compreenda um pouco sobre, vou falar-lhe de forma sucinta, aludindo sobre o indígena e o negro.
O âmago de Casa-grande & Senzala, pode-se dizer que seria as origens da sociedade brasileira vista através do cotidiano na casa senhorial no Brasil colônia. Para que compreenda melhor o termo casa-grande, o mesmo é utilizado como uma metáfora do Brasil colonial, representado pelos portugueses sendo uma sociedade patriarcal, agrária, escravista e mestiça. 
Relativo ao indígena, de início, o autor diz que na chegada do europeu, ao deparar-se com índias nuas, houve-se quase que uma “intoxicação sexual”. Os indígenas acreditavam que os deuses heroicos viriam pelo mar e ao deparar-se com os grandes navios, começaram a crer que os portugueses eram deuses. Com isso, segundo as palavras de padre Anchieta, as índias tinham gosto em exibirem-se aos portugueses, sentindo-se, até, honradas em dormir com eles.
Os portugueses foram até espertos e souberam aproveitar da ocasião. Acredita que eles quiseram explorar os índios? Isso mesmo, explorar. E essa exploração foi, podemos assim dizer, em todos os sentidos, desde seus conhecimentos ao trabalho escravo e abusar das índias.
No meio de tudo isso, apareceram os jesuítas sendo aqueles que melhor conseguiram comunicar-se com o povo indígena. Os aborígenes têm uma cultura muita rica, principalmente a parte religiosa com ritos e magias; muitas vezes os costumes religiosos dos índios não eram aceitos pelos padres, sendo, destarte, até repreendidos e proibidos. Mesmo com as catequeses recebidas, o povo indígena não deixou totalmente de lado a sua cultura, cultivando no folclore, podemos assim dizer, as lendas.
Ao trabalho agrícola os índios tinham uma vasta sabedoria, e com isso, conheciam como ninguém as terras; mas aqui temos um porém, os índios brasileiros eram nômades e com a exploração europeia, eles foram forçados a trabalhar em lugares fixos e, dessa forma, não se adaptaram a agricultura de monocultura; aqui podemos transcrever o que escrevera o autor, “a enxada é que não se firmou na mão do índio”.
Anteriormente, falei de forma ínfima sobre a relação que as índias tiveram com os portugueses, mas quero salientar sobre as doenças trazidas por estes querendo acusar aquelas sobre a doença. Cresce a mortalidade infantil; a sífilis é outra doença que cresceu.
Agora, concernente ao negro, o autor, em um dos capítulos, escreve sobre a relação do escravo negro na vida sexual e de família o brasileiro.
Aqui, no exordio do capítulo, Gilberto Freyre argumenta que em todos os brasileiros podemos encontrar algo, por menor que seja, do indígena ou do negro.
Percebo que a vinda do africano ao Brasil seja pela escravidão. Gilberto Freyre coloca o negro como melhor culturalmente que os índios, sendo aquele mais alegre e vivaz que estes. Como o indígena não se adaptava de forma acelerada ao trabalho, o português escravizou o negro em terras brasileiras; o negro sendo escravo era explorado de todas as formas, assim como o índio houvera sido.
Para a escravidão do negro não se tinha faixa etária determinada, pois mesmo a criança negra servia como brinquedo para os filhos daqueles que eram seus patrões. Referente à vida sexual do branco, no ato não se tinha a reação de prazer por parte da mulher branca; já a mulher negra demonstrava o prazer que sentia, gemia, fazendo com que o branco sentisse cada vez mais prazer pela mulher negra. Segundo o autor, no ato sexual com a branca, para se excitar o homem pegava a camisa úmida de suor, impregnada pelo budum da escrava.
Neste período, além de servirem como para o ato sexual, as escravas que tinham leite serviam como amas, negras que amamentavam os filhos dos patrões. Boa parte dessas amas havia contraído a sífilis através do ato sexual, destarte, transmitiam a doença para a criança por meio do leite.
A falta de beleza que havia na população, segundo o autor, não era devido à miscigenação, mas por causa da sífilis que se propagava. No geral, a mulher brasileira não era considerada bonita e a isso, considera-se, também, pelo fato de sua vida sexual ser iniciada muito cedo.
Mesmo com a escravidão, os negros mostravam-se certos traços de capacidade mental, considerável iniciativa pessoal, talento de organização e, até, aptidões técnicas e econômicas. Com este fato, quero lhe mostrar Leo que o negro teve uma grande importância para o país com o crescimento social, econômico e intelectual, sendo obrigados a fazer aquilo que fizeram, não apenas por sua cor (por serem negros), mas por serem escravos. Este regime escravocrata alimentou a luxuria, o poder que o branco tinha sobre o negro, colocando-o como brinquedo para crianças, amante, dona de casa, etc.
Com isso, quero lhe mostrar, caro amigo, a importância que o índio e o negro tiveram na construção do país. Peço-lhe que leia a obra Casa Grande & Senzala, observando bem as contribuições que eles deram, seja intelectual, econômica ou social.
Atenciosamente,
Ricardo Rodrigues Lima

Continue navegando