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a 
DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS DO RS 
 
 
PROMOTOR DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL 
DIREITO ELEITORAL 
 
 
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DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS DO RS 
 
 
PROMOTOR DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL 
DIREITO ELEITORAL 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. Noções Introdutórias: Conceito, Fontes e Princípios do Direito Eleitoral ............. 03 
2. Organização da Justiça Eleitoral .............................................................................. 04 
3. Ministério Público Eleitoral .................................................................................... 10 
4. Alistamento Eleitoral ............................................................................................... 11 
5. Domicílio Eleitoral ................................................................................................... 13 
6. Elegibilidade/Inelegibilidade .................................................................................. 13 
7. Impugnação de Registro de Candidatura .............................................................. 27 
8. Partidos Políticos (lei nº 9.096/95) ....................................................................... 28 
9. Eleições .................................................................................................................... 32 
10.Recurso Eleitorais .................................................................................................... 34 
11.Propaganda Eleitoral ............................................................................................... 38 
12.Crimes Eleitorais ..................................................................................................... 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DELEGAÇÃO DE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS DO RS 
 
 
PROMOTOR DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL 
DIREITO ELEITORAL 
 
 
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS: CONCEITO, 
FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO 
ELEITORAL 
 
O Direito Eleitoral pode ser conceituado como o ramo do Direito Público que regula todo o 
processo eleitoral, desde o alistamento do eleitor até a diplomação dos candidatos eleitos, além das 
ações, medidas e garantias que visam a legitimidade do pleito. Tais ações podem produzir efeitos 
como a cassação de mandatos eletivos e/ou suspensão de direitos políticos, além de condenações 
criminais. 
 
Segundo Joel José Cândido, “Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público que trata de institutos 
relacionados com os direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha 
dos titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado”. 
 
Marcos Ramayana, por sua vez, conceitua o Direito Eleitoral como sendo “um conjunto de 
normas jurídicas que regulam o processo de alistamento, filiação partidária, convenções partidárias, 
registro de candidaturas, propaganda política eleitoral, votação, apuração, proclamação dos eleitos, 
prestação de contas de campanhas eleitorais e diplomação, bem como as formas de acesso aos 
mandatos eletivos através dos sistemas eleitorais”. 
 
De modo mais resumido, pode-se afirmar que o Direito Eleitoral estuda a aplicação das normas 
e princípios relativos às eleições. 
 
No tocante as suas fontes, que diz respeito à sua origem, geralmente a doutrina classifica as 
fontes em materiais e formais (não há unanimidade na doutrina acerca da enumeração das fontes 
do Direito Eleitoral). A fonte material diz respeito ao órgão que cria a norma e a fonte formal diz 
respeito ao modo de exteriorização do direito eleitoral. 
 
A doutrina divide, ainda, as fontes em diretas e indiretas. Entre fontes diretas tem-se (a) a 
Constituição Federal, (b) o Código Eleitoral (Lei n.º. 4.737/65), (c) a Lei das Eleições (Lei n.º. 
9.504/97), (d) a Lei das Inelegibilidades (LC n.º 64/90), (e) a Lei dos Partidos Políticos (Lei n.º. 
9.096/95) e (f) as Resoluções do TSE (posição da corrente majoritária). 
 
 Também podem ser consideradas formais, embora de natureza indireta, (a) o Código Penal; 
(b) o Código de Processo Penal; (c) o Código Civil e (d) o Código de Processo Civil. A doutrina e a 
jurisprudência também são importantes fontes indiretas do Direito Eleitoral. 
 
As Resoluções do TSE guardam uma peculiaridade dentro do ordenamento jurídico brasileiro 
já que, a rigor, não detêm os tribunais capacidade legislativa. O fundamento dessas resoluções está 
no art. 23, IX, do Código Eleitoral que autoriza o TSE a “expedir as instruções que julgar conveniente à 
execução deste Código”, além do art. 105, da Lei das Eleições. O problema é que se discute a 
natureza dessas resoluções, havendo quem sustente que o TSE não tem competência para editar 
normas com o status de lei e, portanto, não poderia, v.g., criar figuras típicas. É pacífico, entretanto, 
que esse poder regulamentador ou função normativa do TSE é legal quando situa-se secundum e 
praeter legem, ou seja, quando utilizado apenas para regulamentar a própria legislação eleitoral. 
 
Por fim, importa referir que o regime representativo democrático e a organização partidária 
constituem pressupostos de ordem política ou sociológica do Direito Eleitoral, que só vigora nas 
democracias e não medra nas ditaduras, onde as eleições periódicas são de ordinário suprimidas ou, 
quando adotadas, não se revestem de autenticidade ou legitimidade, e nem prospera nas sociedades 
políticas em que prevalece a hegemonia do partido único. 
 
 
 
 
 
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PROMOTOR DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL 
DIREITO ELEITORAL 
 
 
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De outro lado, o Direito Eleitoral tem no princípio da legalidade o seu pressuposto ético- 
filosófico. Atento a tal princípio, o intérprete e aplicador do Direito Eleitoral deve ter presente que a 
fonte primeira do ordenamento jurídico eleitoral, fundamental para a prática eleitoral e 
condicionante de toda e qualquer decisão jurídica em matéria eleitoral, é a Constituição Federal. 
Todo o ordenamento infraconstitucional está condicionado aos princípios maiores emanados da 
Constituição. Essa é uma noção basilar, que norteia toda a compreensão do Direito Eleitoral. 
 
Pinto Ferreira esquematiza os princípios que regem o Direito Eleitoral, sobretudo na seara 
processual, distinguindo-os em: 
 
1) PRINCÍPIOS INFORMATIVOS, que "são regras de ordem técnica, verdadeiros axiomas", e 
que, por seu turno, subdividem-se em lógico ("porque o processo eleitoral tende a culminar com a 
sentença revestida da autoridade de coisa julgada"); jurídico ("pois submete a um ordenamento 
preexistente, que deve ser respeitado, previsto em uma codificação única ou em diversos diplomas 
legislativos"), político ("visto que se prende a determinadas premissas das topologia dos regimes 
políticos") e econômico ("dado que o legislador através dele busca o máximo de resultados para 
alcançar a verdade das eleições e a segurança do voto, mas com o mínimo de esforço"). 
 
2) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, que são (a) a vocação publicística do Direito Eleitoral, (b) a 
aplicação dos princípios informativos do processo em geral ao processo eleitoral e (c) a aplicação 
adaptada, em especial, dos princípios fundamentais do processo civil e do processo penal ao 
processo civil-eleitoral e penal-eleitoral. 
 
A publicidade, a fundamentação das decisões e o devido processo legal ganham no Direito 
Eleitoral enorme importância, a par dos princípios da celeridade e da preclusão, que constituem 
verdadeira marca registrada deste ramo do direito. 
 
A realização de eleições periódicas para renovação dos mandatos eletivos e a necessidade de 
cumprir fielmente os prazos previstos para a prática dos atos eleitorais exigem o máximo de 
celeridade; e, de outro lado,em nome da normalidade e da própria celeridade do processo eleitoral, 
erige-se em verdadeiro dogma o princípio da preclusão, que constitui a perda ou caducidade de um 
direito, de um termo ou de uma faculdade legal ou processual não exercitada dentro de um tempo 
prefixado, impedindo a interposição de recurso contra o ato eleitoral não impugnado a quando de 
sua ocorrência. 
 
 
ORGANIZAÇÃO DA 
JUSTIÇA ELEITORAL 
 
A justiça eleitoral não possui um quadro próprio de magistrados e promotores. Há órgãos da 
Justiça Eleitoral, mas não uma magistratura eleitoral própria. O princípio que rege a relação dos 
magistrados e promotores é o da TEMPORALIDADE, pois nenhum deles tem uma vinculação 
permanente na Justiça Eleitoral, pois eles a integram sempre por um tempo determinado. Conforme 
a Constituição Federal, em seus artigos 118 e 119, a Justiça Eleitoral se compõe da seguinte forma: 
 
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: 
I - o Tribunal Superior Eleitoral; 
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; 
III - os Juízes Eleitorais; 
IV - as Juntas Eleitorais1. 
 
1 Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. 
 
 
 
 
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DIREITO ELEITORAL 
 
 
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Toda questão eleitoral é matéria atribuída a União. 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do 
trabalho. 
 
Atenção: Apesar da sua importância, o Ministério Público Eleitoral não faz parte dos órgãos 
que compõem a Justiça Eleitoral. 
 
PRINCÍPIO DA PERIODICIDADE DA INVESTIDURA DAS FUNÇÕES ELEITORAIS: Como já se 
afirmou, não há magistrados ou promotores permanentemente investidos nas atribuições da Justiça 
Eleitoral. Em verdade, o juiz eleitoral é o juiz de direito que exerce as atividades e atribuições 
eleitorais, por empréstimo, naquelas comarcas em que funciona a sede da zona eleitoral (o juiz de 
direito realiza a função eleitoral enquanto responder pela titularidade daquela comarca que tem 
correspondente zona eleitoral, se desvestindo dessas atribuições tão logo ingresse em férias ou 
licença, ou, mesmo, quando é promovido para outra comarca em que possa não ser sede de zona 
eleitoral). 
 
Outra particularidade da Justiça eleitoral diz respeito ao fato de que os seus órgãos de 1º grau 
podem assumir a forma colegiada na fase de apuração de votos até a diplomação dos eleitos através 
da Juntas Eleitorais. 
 
Quanto as Juntas Eleitorais, importa lembrar que elas têm como estrutura a presidência de um 
juiz de direito e mais dois ou quatro membros leigos, dentre eleitores das zonas eleitorais, 
designados pelo TRE de cada estado-membro, mediante indicação dos respectivos juízes de direito, 
conforme os artigos 36 a 41 da Lei 4.737/65 (Código Eleitoral). 
 
Importante: Nas demais atividades realizadas pelos juízes eleitorais, que não aquelas na fase 
de apuração de votos até a diplomação, funcionam de forma monocrática, singular, praticando todos 
os atos decisórios processuais ou administrativos que lhes sejam cometidos pela Lei 4.737/65 
(Código Eleitoral), tais como (a) processando e julgando os crimes eleitorais; (b) conhecendo e 
decidindo os habeas corpus; (c) conhecendo os mandados de segurança; (d) dirigindo o alistamento 
eleitoral e (e) localizando as seções eleitorais e nomeando os respectivos mesários e apreciando as 
reclamações que sobre essas sejam interpostas. 
 
Cabe, ainda, mencionar as atribuições da Justiça Eleitoral, que podem ser: 
 
a) administrativa: a Justiça Eleitoral prepara e organiza todo o processo eleitoral, sendo 
responsável pelo alistamento de eleitores; transferência de domicílios eleitorais; administração do 
cadastro eleitoral; atos preparatórios à votação e à sua realização; apuração e totalização dos votos; 
proclamação dos resultados das eleições; e expedição de diplomas aos eleitos. 
 
 
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for 
aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. 
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios 
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas 
corpus ou mandado de segurança. 
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: 
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; 
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; 
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; 
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; 
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. 
 
 
 
 
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DIREITO ELEITORAL 
 
 
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b) jurisdicional: julgar os casos referentes ao processo eleitoral, tais como: os pedidos de 
registro de candidatos; as representações sobre propaganda eleitoral; as ações para apuração dos 
crimes eleitorais, das condutas vedadas a agentes públicos e de captação ilícita de sufrágio, entre 
outros – de maneira a solucionar os conflitos de interesses, zelando pela uniformidade das decisões 
da Justiça Eleitoral. 
 
c) consultiva: o TSE e os TREs têm a atribuição de responder a questionamentos formulados, 
em tese, por pessoas legitimadas para esclarecimento sobre matéria eleitoral (Código Eleitoral, art. 
23, XII e art. 30, VIII). 
d) normativa: o TSE tem a competência de expedir Resoluções com instruções para a fiel 
execução da legislação eleitoral (Código Eleitoral, art. 1º, parágrafo único e art. 23, IX; Lei 9096/95, 
art. 61 e Lei 9.504/97, art. 105). 
 
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL – TSE 
 
Os incisos I e II, do artigo 119, da CF/88, derrogando os artigos 16 e 17 do Código Eleitoral, 
estabelecem a seguinte composição do TSE: 
 
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; 
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior 
Tribunal de Justiça.´ 
Art. 93-A da Lei das Eleições (Lei 9.504/97). O Tribunal Superior Eleitoral, no período compreendido 
entre 1º de abril e 30 de julho dos anos eleitorais, promoverá, em até cinco minutos diários, contínuos 
ou não, requisitados às emissoras de rádio e televisão, propaganda institucional, em rádio e televisão, 
destinada a incentivar a participação feminina na política, bem como a esclarecer os cidadãos sobre as 
regras e o funcionamento do sistema eleitoral brasileiro. 
 
Obs.: O Plenário do STF, na sua composição plena ena forma que dispõe o seu Regimento 
Interno (art.7º, II), elegerá os Ministros que integrarão o TSE, bem como organizará a lista de 06 
advogados na forma prevista em seu Regimento Interno (arts. 143 a 146), que indicará ao Presidente 
da República para que esse nomeie os dois indicados para o TSE. Da mesma forma procederá ao STJ, 
que através de seu Plenário e na forma do seu Regimento Interno (inciso III, do art. 10 e, art. 171), 
realizará a eleição dos dois Ministros que integrarão o TSE. 
 
Conforme a regra do parágrafo único do artigo 119, da CF/88, o TSE elegerá o seu presidente e 
vice dentre os Ministros do STF, e o Corregedor-Eleitoral dentre os Ministros do STJ. Ainda, segundo 
o que dispõe o § único do artigo 92, da CF/88, o TSE tem sede na Capital Federal e possui jurisdição 
em todo o território nacional. 
 
Obs.: os membros do TSE continuam a serem chamados de ‘juízes’, em razão do próprio texto 
constitucional, e não ‘ministros’, ao contrário dos outros integrantes dos demais tribunais superiores, 
ainda que na prática, por serem oriundos do STF e STJ, venham a receber o título de Ministros. 
 
Na composição do TSE, diferentemente de outros tribunais superiores, não existem juízes 
oriundos do Ministério Público. Tal composição de origem classista é exclusiva para advogados. 
 
Importante: A atuação de todos os juízes do TSE será por dois anos, no mínimo, e nunca por 
mais de dois biênios consecutivos. 
 
 
 
 
 
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DIREITO ELEITORAL 
 
 
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PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE dentre os Ministro do STF 
CORREGEDOR ELEITORAL dentre os Ministro do STJ 
 
 
 
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL – TRE 
 
Com a CF/88 os artigos 25 e 26 do Código Eleitoral foram derrogados pelo artigo 120 da CF/88. 
 
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: 
I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; 
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, 
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; 
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os 
desembargadores. 
 
Os TREs, na forma de seus regimentos internos, elegerão o seu Presidente e Vice, dentre 
desembargadores. Tradicionalmente, aos vice-presidentes competem as funções de Corregedor 
Regional Eleitoral. Igualmente, os juízes dos TREs servirão por 02 (dois) anos, no mínimo, e nunca 
mais do que dois biênios consecutivos. 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO ELEITORAL 
 
 
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JUÍZES ELEITORAIS 
 
Os Juízes eleitorais são juízes da justiça comum estadual, juízes de direito, designados pelo TRE 
para presidirem as Zonas Eleitorais, mediante fração territorial com jurisdição dentro de uma 
determinada circunscrição judiciária eleitoral. 
 
Uma Zona Eleitoral corresponde a uma Comarca da Justiça Comum e estas a um município. 
Todavia, existem Zonas Eleitorais que abrangem mais de um município, bem assim municípios com 
mais de uma Zona Eleitoral. 
 
Os juízes eleitorais têm as suas atribuições e competência regradas no art. 34 e 35 do Código 
Eleitoral, bem como o dever legal de despacharem diariamente nas zonas eleitorais que 
jurisdicionam. 
 
Art. 34. Os juízes despacharão todos os dias na sede da sua zona eleitoral. 
Art. 35. Compete aos juízes: 
I - cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Superior e do Regional; 
II - processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência 
originária do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais; 
III - decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que essa competência 
não esteja atribuída privativamente a instância superior. 
IV - fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza do serviço eleitoral; 
V - tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as 
a termo, e determinando as providências que cada caso exigir; 
VI - indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça que deve ter o anexo da 
escrivania eleitoral; 
VIII - dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão de eleitores; 
IX - expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor; 
X - dividir a zona em seções eleitorais; 
XI - mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada seção, para remessa a mesa 
receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais de votação; 
XII - ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municiais e comunicá-
los ao Tribunal Regional; 
XIII - designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das seções; 
XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública anunciada com pelo menos 5 
(cinco) dias de antecedência, os membros das mesas receptoras; 
XV - instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções; 
XVI - providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas mesas receptoras; 
XVII - tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleições; 
XVIII - fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não alistados, por dispensados do 
alistamento, um certificado que os isente das sanções legais; 
XIX - comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a realização da eleição, ao Tribunal Regional e aos 
delegados de partidos credenciados, o número de eleitores que votarem em cada uma das seções da 
zona sob sua jurisdição, bem como o total de votantes da zona. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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JUNTAS ELEITORAIS 
 
As juntas eleitorais são órgãos colegiados de 1ª instância e os seus membros gozam das 
mesmas garantias da magistratura de carreira. 
 
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de 
direito e das juntas eleitorais. 
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de 
suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. 
 
A nomeação da junta eleitoral é feita pelo Presidente do TRE, após a aprovação pelo Plenário 
da Corte. A sua organização foi delegada à Lei Ordinária e não estipulou o número mínimo de 
integrantes e nem restringiu a sua competência. 
 
Cabe ao promotor eleitoral o exercício das funções eleitorais perante os juízes e juntas 
eleitorais; será ele o membro do Ministério Público local que oficie perante o juízo incumbido do 
serviço eleitoral na zona ou, nas hipóteses de sua inexistência, impedimento ou recusa justificada, o 
que for designado pelo Procurador Regional Eleitoral, por indicação do Procurador-Geral de Justiça. 
 
Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de 1 juiz de direito, que será o presidente, e de 2 (dois) ou 4 
(quatro) cidadãos de notória idoneidade. 
§ 1º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dia antes da eleição, depois de 
aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente deste, a quem cumpre também designar-lhesa sede. 
§ 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas para compor as juntas serão 
publicados no órgão oficial do Estado, podendo qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias, em petição 
fundamentada, impugnar as indicações. 
§ 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares: 
I - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o 
cônjuge; 
II - os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido 
oficialmente publicados; 
III - as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de 
confiança do Executivo; 
IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. 
Art. 40. Compete à Junta Eleitoral; 
I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição. 
II - resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da 
apuração; 
III - expedir os boletins de apuração mencionados no art. 178; 
IV - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais. 
Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de uma junta eleitoral a expedição dos diplomas 
será feita pelo que for presidida pelo juiz eleitoral mais antigo, à qual as demais enviarão os documentos 
da eleição. 
 
O art. 36 do Código Eleitoral destaca, como se viu, aquelas pessoas que não podem participar, 
por estarem impedidas, como membros de Junta Eleitoral. Mas essas pessoas destacadas pelos 
incisos I a IV do referido artigo não constituem um rol taxativo, exaustivo, mas sim, meramente 
exemplificativos, pois os menores de 18 anos e os membros do Ministério Público não podem ser 
nomeados também para compor tais juntas. 
 
Igualmente, a Lei 9.504/97, em seu artigo 64 afirma que “é vedada a participação de parentes 
em qualquer grau ou servidores da mesma repartição pública ou empresa privada na mesma Mesa, 
Turma ou Junta Eleitoral”. 
 
 
 
 
 
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Em cada Zona Eleitoral haverá, no mínimo, uma Junta Eleitoral, e a sua competência está 
determinada nos incisos I a IV, do artigo 40, do Código Eleitoral, bem como nos incisos I a IV, do 
artigo 85, da Resolução do TSE de n.º 22.154/2006, que dispõe sobre os atos preparatórios, a 
recepção de votos, as garantias eleitorais, a totalização dos resultados, a justificativa eleitoral, a 
fiscalização, a auditoria e a assinatura digital. 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL 
 
O Ministério Público é a instituição autônoma destinada a velar pela pronta observância da 
ordem jurídica, regular a administração da Justiça e defender o interesse público. O Ministério 
Público Eleitoral atua como fiscal da lei e não tem quadro próprio. Seus membros exercem suas 
atividades junto a esta Justiça Especializada por extensão funcional, sem perder o vínculo com seu 
quadro de origem. 
 
Perante o Tribunal Superior Eleitoral, atua o Procurador Geral Eleitoral, que é o mesmo 
Procurador Geral da República, funcionando, em suas faltas ou impedimentos, o seu substituto legal. 
O Procurador Geral Eleitoral é o chefe do Ministério Público Eleitoral, estando suas principais 
atribuições e competências previstas no artigo 24 do Código Eleitoral e nas leis que o modificaram. 
Junto a cada Tribunal Regional Eleitoral serve, como Procurador Regional Eleitoral, o Procurador da 
República no respectivo Estado. Havendo mais de um Procurador da República, o Procurador-Geral 
Eleitoral designará aquele que atuará como Procurador Regional Eleitoral (art. 27 do Código 
Eleitoral). No Distrito Federal, as funções de Procurador Regional Eleitoral são exercidas pelo 
Procurador-Geral de Justiça do referido Distrito (art. 27, § 1º do Código Eleitoral). 
 
Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os Tribunais junto aos quais servirem, 
as atribuições do Procurador-Geral (art. 27, § 3º c/c art. 24 do Código Eleitoral). 
 
Perante os Juízes Eleitorais, funcionarão os membros do Ministério Público Estadual, 
designados pelo Procurador-Geral de Justiça. 
 
ÓRGÃO OCUPADO POR SERÁ ESCOLHIDO 
TSE Procurador Geral Eleitoral o Procurador Geral da 
República 
TRE Procurador Regional Eleitoral entre Procuradores da 
República 
JUÍZES/JUNTA ELEITORAL Promotor Eleitoral entre Promotores de Justiça 
 
 
 
 
 
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DIREITO ELEITORAL 
 
 
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ALISTAMENTO ELEITORAL 
 
O alistamento eleitoral significa o reconhecimento da condição de eleitor do cidadão. Esse 
reconhecimento da condição de eleitor permite a comprovação de informações sobre o cidadão que 
lhe permitem a prova de estar apto ao exercício do voto. 
 
A inscrição significa o ato de inscrever alguém ou do próprio sujeito quando se inscreve. Ela se 
consagra no momento em que o juízo eleitoral, verificando as condições exigidas para a qualificação, 
defere o pedido, inscrevendo o eleitor na listagem geral de eleitores. Os parágrafos 1º e 2º do artigo 
14, da CF/88, apresentam as regras gerais da qualificação: 
 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com 
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar 
obrigatório, os conscritos. 
 
Importante observar que não está dito no parágrafo 2º do artigo 14, da CF/88, que é 
igualmente proibido o alistamento eleitoral do incapaz absoluto para a vida civil, conforme o 
disposto no inciso II, do artigo 15 da CF/88. 
 
A incapacidade civil absoluta tem como consequência a perda dos direitos políticos, uma vez 
que a incapacidade civil na sua forma absoluta se estende a uma condição suspensiva de direitos 
políticos, enquanto perdurar a condição de incapacidade absoluta. 
 
Dessa forma, o alistamento eleitoral é, para os maiores de 18 anos, obrigatório. Contudo, não 
são todos os maiores de 18 anos que são obrigados ao alistamento, uma vez que os maiores de 18 
anos, mas analfabetos e os maiores de 70 anos têm a faculdade de participar do processo eleitoral na 
condição de eleitores. 
 
Já para os analfabetos, os maiores de 16 anos e menores de 18 anos e os maiores de 70 anos o 
alistamento é facultativo. 
 
O Código eleitoral, em seu artigo 5º, oferece uma proibição ao alistamento que contraria o 
dispositivo constitucional: 
 
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores: 
I - os analfabetos; (Vide art. 14, § 1º, II, "a", da Constituição/88) 
II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional; 
III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos. 
 
 
 
 
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Parágrafo único. Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, 
subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação 
de oficiais. 
 
Dessa forma, como se percebe o inciso I não foi recepcionado pela atual Constituição, pois os 
inalistáveis, conforme o parágrafo 2º são apenas os estrangeiros e os conscritos, uma vez que os 
analfabetos têm a faculdade ao direito de voto. 
 
No caso específico dosconscritos, aqueles que estão impedidos de se alistar por estar 
prestando o serviço militar obrigatório, o que lhes está impedido são o exercício do voto, uma vez 
que qualquer maior de 16 anos e menor de 18 anos já pode estar alistado enquanto eleitor, 
faculdade consagrada na CF/88. Isso significa, portanto, que o conscrito está impedido apenas de 
votar, mas guarda a sua inscrição eleitoral que é desde a sua inscrição definitiva. 
 
No caso do brasileiro naturalizado, ao qual a Constituição de 1988 se manteve omissa, está 
recepcionada a regra do art. 8º do Código Eleitoral, que dispõe que o naturalizado brasileiro deverá 
se alistar um ano após a aquisição da nacionalidade. 
 
Em relação ao indígena se deve observar a seguinte situação: o indígena integrado, 
compreendido esse como aquele que faz parte da sociedade cultural brasileira através do processo 
de aculturamento da língua portuguesa não está isento do alistamento. Esta é a posição majoritária 
do TSE, conforme a Res. n.º 20.806/01: “Alistamento eleitoral. Exigências. São aplicáveis aos 
indígenas integrados, reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, nos termos da legislação 
eleitoral (estatuto do índio), as exigências impostas para o alistamento eleitoral, inclusive de 
comprovação de quitação do serviço militar obrigatório ou de cumprimento de prestação 
alternativa”. 
 
EFEITOS DO ALISTAMENTO ELEITORAL: determinação da condição de eleitor (através do Título 
de Eleitor); determinação do número de representantes nas eleições proporcionais (vereadores, 
deputados estaduais e deputados federais) conforme o número de eleitores em cada município e 
Estado-membro; vinculação do eleitor com uma determinada seção eleitoral; determinação do 
termo inicial do eleitor, quando do alistamento, para efeitos de concorrer a cargo eletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DOMICÍLIO ELEITORAL 
 
Para fins eleitorais o domicílio é o local onde o cidadão deve se alistar e o local onde poderá 
candidatar-se a cargos eletivos. Para obrigar que os aspirantes a cargos eletivos tenham uma efetiva 
ligação com a circunscrição na qual pretendem se eleger, a Constituição exige que nela tenham 
domicílio. 
 
Duas ponderações fundamentais devem ser feitas neste particular: 
 
(a) a primeira é que a Lei n. 9.504/97, em seu art. 9º, regulamentando o dispositivo 
constitucional, exige o prazo de pelo menos um ano de domicílio eleitoral na circunscrição, a contar 
da data do pleito, e estar com a filiação deferida pelo partido no mínimo seis meses antes da data 
da eleição; 
 
(b) a segunda é que o conceito de domicílio eleitoral é distinto do conceito de domicílio civil. A 
despeito da dicção do parágrafo único do art. 42 do Código Eleitoral, tem a jurisprudência 
consagrado o entendimento de que demonstrada a existência de vínculo significativo do cidadão 
com um Município, a despeito de nele não residir, pode no mesmo estabelecer seu domicílio 
eleitoral. 
 
Deve ser registrado também que, em se tratando de eleições em Município novo, resultante 
de desmembramento, o tempo de domicílio eleitoral pode ser comprovado pela inscrição em seção 
eleitoral que funcione dentro dos limites territoriais do novo município. 
 
Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva 
circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito, e estar com a filiação deferida pelo 
partido no mínimo seis meses antes da data da eleição. 
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no caput, será 
considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem. 
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor. 
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do 
requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas. 
 
 
 
 
ELEGIBILIDADE/INELEGIBILIDADE 
 
Elegibilidade é a capacidade de ser eleito. A elegibilidade é, na restrita precisão legal, o direito 
do cidadão de ser escolhido mediante votação direta ou indireta para representante do povo ou da 
comunidade, segundo as condições estabelecidas pela Constituição e pela legislação eleitoral. Aquele 
que é elegível, portanto, detém capacidade eleitoral passiva. 
 
Por sua vez, as inelegibilidades são fatores negativos cuja presença obstrui a possibilidade de 
o candidato exercer mandato eletivo, tendo por finalidade (a) proteger a probidade administrativa, 
(b) preservar a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato e (c) 
garantir a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o 
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 
 
 
 
 
 
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A regra geral é que qualquer pessoa, em princípio, possa escolher seus representantes, seja 
nas casas legislativas, seja para a administração da coisa pública, assim como se candidatar a cargo 
eletivo. A condição de residente, todavia, não basta à configuração do direito de votar ou muito 
menos de disputar um cargo eletivo. É que, como tudo o que ocorre em sociedade, há um conjunto 
de normas que regulamentam tais direitos, notadamente no que toca à candidatura a cargos 
eletivos. A bem do interesse público devem ser estabelecidos filtros, a fim de que os pretendentes 
reúnam as condições mínimas, para que somente pessoas idôneas e com um mínimo de qualificação 
possam ocupar cargos tão relevantes. A reunião destas condições mínimas para se eleger é o que 
chamamos de elegibilidade. 
 
A elegibilidade é, pois, uma das facetas do direito de cidadania, ou, mais especificamente, dos 
direitos políticos. 
 
Dentre os direitos políticos sobreleva o direito de votar, ou seja, o direito subjetivo de 
participar ativamente das eleições, ao qual denomina-se comumente de ius suffragii e o direito de 
ser votado, de poder postular concretamente o voto dos demais cidadãos, direito este também 
conhecido como ius honorum. 
 
A elegibilidade perfectibiliza-se quando preenchidas as condições básicas necessárias à 
configuração do direito de ser votado. Em outras palavras, e sintetizando, elegibilidade é o direito 
subjetivo de ser votado, ou o preenchimento das condições básicas necessárias ao direito de ser 
votado. E a estas condições básicas reserva-se a denominação condições de elegibilidade. 
 
Em nosso sistema jurídico a elegibilidade é tratada em nível constitucional. Com efeito, as 
condições de elegibilidade estão previstas no art. 14, parágrafo 3º da Constituição Federal. Apesar de 
a elegibilidade ser matéria com status constitucional, pode a lei ordinária dispor sobre o exercício de 
tal direito, regulamentando as condições estabelecidas na Carta Magna, como deixa claro o § 3º do 
seu art. 14. 
 
De acordo com o art. 14 da Constituição Federal, as condições de elegibilidade são (a) 
nacionalidade brasileira, (b) pleno gozo dos direitos políticos, (c) alistamento eleitoral, (d) domicílio 
eleitoral na circunscrição da eleição, (e) filiação partidária e (f) ter a idade mínima exigida. 
 
 
Obs.: Importa ainda destacar, segundo STF, que as hipóteses de inelegibilidade previstas no 
art. 14, § 7º, da CF, inclusive quanto ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições 
suplementares. 
 
 
 
 
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Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V - a filiação partidária; 
VI - a idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz 
de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. 
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem 
os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período 
subsequente. 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do 
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do 
pleito. 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou 
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou 
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses 
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará 
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim 
de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida 
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder 
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados 
da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na 
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
 
Vejamos em rápidas considerações cada uma delas. 
 
a) NACIONALIDADE BRASILEIRA: nem todos os residentes no Brasil podem ser votados. A 
Constituição, a fim de bem tutelar os interesses nacionais, permite que somente os brasileiros 
participem do processo eleitoral como candidatos. Dispõe sobre a nacionalidade o art. 12 da 
Constituição Federal. 
 
Têm nacionalidade brasileira tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados: 
 
São brasileiros natos os nascidos no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes 
não estejam a serviço de seu país. Prevalece aqui o jus soli. São ainda brasileiros natos os nascidos no 
estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da 
República Federativa do Brasil. São também brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai 
brasileiro ou mãe brasileira, ainda que não estejam a serviço do Brasil, desde que venham a residir 
em território nacional e optem, a qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira. Nestas hipóteses prepondera o jus sanguinis. 
 
 
 
 
 
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São brasileiros naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, 
(exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral), ou ainda os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que 
requeiram a nacionalidade brasileira. Naturalizado, pois, é o alienígena que, observados os requisitos 
necessários, adquire a nacionalidade brasileira. 
 
Em princípio, presente a condição de nacionalidade brasileira (original ou adquirida), o cidadão 
é elegível. 
 
Deve ser salientado, todavia, que a Constituição Federal exige nacionalidade original para o 
exercício de alguns cargos públicos (art. 12, § 3º). Assim, no que toca a alguns cargos eletivos 
especificamente, estabelece a Constituição Federal que somente o brasileiro nato poderá ser, por 
exemplo, Presidente ou Vice-Presidente da República, estando presente neste caso uma condição 
peculiar de elegibilidade. 
 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não 
estejam a serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a 
serviço da República Federativa do Brasil; 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em 
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em 
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de 
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de 
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição. 
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos 
previstos nesta Constituição. 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
VII - de Ministro de Estado da Defesa. 
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse 
nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado 
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; 
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. 
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. 
 
 
 
 
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§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. 
 
b) PLENO EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS: há pleno exercício dos direitos políticos 
quando o cidadão reúne tanto o ius suffragii quanto o ius honorum. Nossa Constituição, a despeito 
de vedar a cassação de direitos políticos, prevê diversas hipóteses nas quais o cidadão poderá tanto 
perder como ver suspensos estes direitos. 
 
Estabelece a Carta Magna,em seu art. 15, que a suspensão ou perda dos direitos políticos 
pode ocorrer nos casos de cancelamento da naturalização por sentença judicial transitada em 
julgado, incapacidade civil absoluta, condenação criminal transitada em julgado (enquanto durarem 
seus efeitos), recusa em cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (ainda que a 
sustente motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política) e nos casos de comprovada 
improbidade administrativa. 
 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 
 
c) ALISTAMENTO ELEITORAL: não basta ao cidadão preencher os demais requisitos necessários 
à fruição de direitos políticos se não providenciar junto ao órgão competente sua inscrição como 
eleitor. A vida em sociedade pressupõe regras, e para que se verifique se o cidadão realmente reúne 
as condições para votar e ser votado, a Constituição e a legislação infraconstitucional exigem que 
sejam cumpridos certos formalismos. 
 
Todo aquele maior de dezoito e menor de setenta anos de idade que seja alfabetizado e capaz 
está obrigado ao alistamento, por expressa determinação constitucional (art. 14, § 1º da CF). Quanto 
aos maiores de setenta anos, aos analfabetos e aos maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, 
o alistamento é facultativo. Aos menores de dezesseis anos, aos incapazes em razão de problema 
mental, aos estrangeiros e aos conscritos (estes durante o período do serviço militar obrigatório), é 
vedado o alistamento. 
 
d) DOMICÍLIO ELEITORAL NA CIRCUNSCRIÇÃO: esse tema foi tratado no tópico “do domicílio 
eleitoral”. 
 
e) FILIAÇÃO PARTIDÁRIA: não basta ao pretendente a cargo eletivo estar inscrito na 
circunscrição da eleição com um ano de antecedência. Necessita ele também de filiação partidária. 
 
Os Partidos Políticos, pessoas jurídicas de direito privado que ostentam status constitucional 
(art. 17 da CF) e cuja criação é livre (observados os requisitos estabelecidos na Constituição e na 
legislação), detêm "monopólio" na disputa por cargos eletivos. Somente por intermédio deles o 
cidadão pode adquirir o ius honorum. 
 
A Lei n. 9.540/97, ao regulamentar o dispositivo constitucional atinente a tal condição de 
elegibilidade, estabeleceu em seu art. 9º um prazo mínimo de filiação partidária: a filiação deve estar 
deferida pelo Partido com pelo menos 06 meses de antecedência em relação à eleição. 
 
Os Partidos comprovam para a Justiça Eleitoral a filiação de eleitores (de forma a viabilizar o 
controle do prazo) encaminhando na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, nos 
termos do art. 19 da Lei n. 9.096/95, a relação dos nomes de todos os seus filiados, nela constando a 
data da filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos. 
 
 
 
 
 
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f) IDADE MÍNIMA: exige a Constituição idades mínimas para a investidura em cargos eletivos. 
Assim, deve o candidato ter trinta e cinco anos para ser Presidente, Vice-Presidente ou Senador; 
trinta para Governador e Vice-Governador; vinte e um para Deputado Federal, Deputado Estadual, 
Prefeito e Vice-Prefeito; e dezoito anos para Vereador. 
 
Note-se que a Lei n. 9.504/97, ao regulamentar este dispositivo constitucional, estabeleceu em 
seu art. 11, § 2º, que a idade mínima estabelecida como condição de elegibilidade é verificada 
tomando-se como base a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, hipótese em que será 
aferida na data-limite para o pedido de registro. 
 
Art. 11, § 2º. A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibilidade é 
verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em dezoito anos, hipótese em que 
será aferida na data-limite para o pedido de registro. 
 
Obs.: momento para aferição das condições de elegibilidade: 
 
 
IMPORTANTE: Lei Complementar 64/90, de acordo com o art. 14, § 9º da Constituição 
Federal, estabelece casos de inelegibilidade e prazos de cessação: 
 
Art. 1º São inelegíveis: 
I - para qualquer cargo: 
a) os inalistáveis e os analfabetos. 
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa e das 
Câmaras Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos 
incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato 
das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que 
se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos 
subsequentes ao término da legislatura; 
c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que 
perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do 
Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período 
remanescente e nos 8 anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos; 
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão 
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder 
econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as 
que se realizarem nos 8 anos seguintes; 
 
 
 
 
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e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial 
colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 anos após o cumprimento da pena, 
pelos crimes: 
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que 
regula a falência; 
3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação 
para o exercício de função pública; 
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 
8. de redução à condição análoga à de escravo; 
9. contra a vida e a dignidade sexual; e 
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando. 
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 anos; 
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por 
irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão 
irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, 
para as eleições que se realizarem nos 8 anos seguintes, contados a partir da data da decisão, 
aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de 
despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição; 
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a 
si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico oupolítico, que forem condenados em decisão 
transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou 
tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 anos seguintes; 
i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo 
objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses 
anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, 
enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade; 
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da 
Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos 
ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais 
que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; 
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do 
Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que 
renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a 
abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da 
Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem 
durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos 
subsequentes ao término da legislatura; 
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão 
ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o 
transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena; 
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional 
competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato 
houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário; 
n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial 
colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para 
evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a 
fraude; 
 
 
 
 
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o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, 
pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo 
Poder Judiciário; 
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por 
ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo 
prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22; 
q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por 
decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou 
aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) 
anos; 
II - para Presidente e Vice-Presidente da República: 
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções: 
1. os Ministros de Estado: 
2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar, da Presidência da República; 
3. o chefe do órgão de assessoramento de informações da Presidência da República; 
4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; 
5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da República; 
6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; 
7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica; 
8. os Magistrados; 
9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e fundações públicas e as mantidas pelo poder público; 
10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Territórios; 
11. os Interventores Federais; 
12. os Secretários de Estado; 
13. os Prefeitos Municipais; 
14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados e do Distrito Federal; 
15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal; 
16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Secretários Nacionais, os Secretários Federais 
dos Ministérios e as pessoas que ocupem cargos equivalentes; 
b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à eleição, nos Estados, no Distrito Federal, 
Territórios e em qualquer dos poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo Presidente da 
República, sujeito à aprovação prévia do Senado Federal; 
d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem competência ou interesse, direta, indireta ou 
eventual, no lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e contribuições de caráter 
obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar multas relacionadas com essas atividades; 
e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham exercido cargo ou função de direção, 
administração ou representação nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da Lei n° 4.137, de 10 de 
setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza de suas atividades, possam tais empresas influir na 
economia nacional; 
f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de empresas que atuem no Brasil, nas condições 
monopolísticas previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea anterior, não apresentarem 
à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso apurado, do 
poder econômico, ou de que transferiram, por força regular, o controle de referidas empresas ou grupo 
de empresas; 
g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, ocupado cargo ou função de 
direção, administração ou representação em entidades representativas de classe, mantidas, total ou 
parcialmente, por contribuições impostas pelo poder Público ou com recursos arrecadados e repassados 
pela Previdência Social; 
 
 
 
 
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h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das funções, tenham exercido cargo de Presidente, 
Diretor ou Superintendente de sociedades com objetivos exclusivos de operações financeiras e façam 
publicamente apelo à poupança e ao crédito, inclusive através de cooperativas e da empresa ou 
estabelecimentos que gozem, sob qualquer forma, de vantagens asseguradas pelo poder público, salvo 
se decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas uniformes; 
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, hajam exercido cargo ou função de direção, 
administração ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha contrato de 
execução de obras, de prestação de serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder Público 
ou sob seu controle, salvo no caso de contrato que obedeça a cláusulas uniformes; 
j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham afastado das suas funções até 6 (seis)) meses 
anteriores ao pleito; 
I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos ou entidades da Administração direta ou 
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, inclusive das 
fundações mantidas pelo Poder Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, 
garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais; 
III - paraGovernador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República especificados na alínea a 
do inciso II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de repartição pública, 
associação ou empresas que operem no território do Estado ou do Distrito Federal, observados os 
mesmos prazos; 
b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos ou funções: 
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do Estado ou do Distrito Federal; 
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona Aérea; 
3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistência aos Municípios; 
4. os secretários da administração municipal ou membros de órgãos congêneres; 
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito: 
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para os cargos de Presidente e 
Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, observado 
o prazo de 4 (quatro) meses para a desincompatibilização; 
b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) 
meses anteriores ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais; 
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no Município, nos 4 (quatro) meses 
anteriores ao pleito; 
V - para o Senado Federal: 
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República especificados na alínea a 
do inciso II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de repartição pública, 
associação ou empresa que opere no território do Estado, observados os mesmos prazos; 
b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para os cargos de Governador e Vice-Governador, 
nas mesmas condições estabelecidas, observados os mesmos prazos; 
VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa e Câmara Legislativa, no que lhes for 
aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas condições 
estabelecidas, observados os mesmos prazos; 
VII - para a Câmara Municipal: 
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal e para a 
Câmara dos Deputados, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompatibilização; 
b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 
(seis) meses para a desincompatibilização. 
§ 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do 
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses antes do 
pleito. 
 
 
 
 
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§ 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, 
preservando os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, 
não tenham sucedido ou substituído o titular. 
§ 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou 
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou 
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses 
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
§ 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e 
àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada. 
§ 5º A renúncia para atender à desincompatibilização com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para 
assunção de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que a Justiça Eleitoral 
reconheça fraude ao disposto nesta Lei Complementar. 
Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as arguições de inelegibilidade. 
Parágrafo único. A arguição de inelegibilidade será feita perante: 
I - o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-Presidente da 
República; 
II - os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado 
Distrital; 
III - os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador. 
 
 
 
Art. 5° Decorrido o prazo para contestação, se não se tratar apenas de matéria de direito e a prova 
protestada for relevante, serão designados os 4 (quatro) dias seguintes para inquirição das testemunhas 
do impugnante e do impugnado, as quais comparecerão por iniciativa das partes que as tiverem 
arrolado, com notificação judicial. 
§ 1° As testemunhas do impugnante e do impugnado serão ouvidas em uma só assentada. 
§ 2° Nos 5 (cinco) dias subsequentes, o Juiz, ou o Relator, procederá a todas as diligências que 
determinar, de ofício ou a requerimento das partes. 
§ 3° No prazo do parágrafo anterior, o Juiz, ou o Relator, poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, 
ou testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão da causa. 
§ 4° Quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, o Juiz, 
ou o Relator, poderá ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito. 
§ 5° Se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, poderá o Juiz 
contra ele expedir mandado de prisão e instaurar processo por crime de desobediência. 
Art. 6° Encerrado o prazo da dilação probatória, nos termos do artigo anterior, as partes, inclusive o 
Ministério Público, poderão apresentar alegações no prazo comum de 5 (cinco) dias. 
Art. 7° Encerrado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Juiz, ou ao Relator, no dia 
imediato, para sentença ou julgamento pelo Tribunal. 
 
 
 
 
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Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal, formará sua convicção pela livre apreciação da prova, atendendo 
aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes, mencionando, 
na decisão, os que motivaram seu convencimento. 
Art. 8° Nos pedidos de registro de candidatos a eleições municipais, o Juiz Eleitoral apresentará a 
sentença em cartório 3 (três) dias após a conclusão dos autos, passando a correr deste momento o 
prazo de 3 (três) dias para a interposição de recurso para o Tribunal Regional Eleitoral. 
§ 1° A partir da data em que for protocolizada a petição de recurso, passará a correr o prazo de 3 (três) 
dias para a apresentação de contra-razões. 
§ 2° Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal Regional 
Eleitoral, inclusive por portador, se houver necessidade, decorrente da exiguidade de prazo, correndo as 
despesas do transporte por conta do recorrente, se tiver condições de pagá-las. 
Art. 9° Se o Juiz Eleitoral não apresentar a sentença no prazo do artigo anterior, o prazo para recurso só 
começará a correr após a publicação da mesma por edital, em cartório. 
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o Corregedor Regional, de ofício, apurará o 
motivo do retardamento e proporá ao Tribunal Regional Eleitoral, se for o caso, a aplicação da 
penalidade cabível. 
Art. 10. Recebidos os autos na Secretaria do Tribunal Regional Eleitoral, estes serão autuados e 
apresentados no mesmo dia ao Presidente, que, também na mesma data, os distribuirá a um Relator e 
mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo prazo de 2 (dois) dias. 
Parágrafo único. Findo o prazo, com ou sem parecer, os autos serão enviados aoRelator, que os 
apresentará em mesa para julgamento em 3 (três) dias, independentemente de publicação em pauta. 
Art. 11. Na sessão do julgamento, que poderá se realizar em até 2 (duas) reuniões seguidas, feito o 
relatório, facultada a palavra às partes e ouvido o Procurador Regional, proferirá o Relator o seu voto e 
serão tomados os dos demais Juízes. 
§ 1° Proclamado o resultado, o Tribunal se reunirá para lavratura do acórdão, no qual serão indicados o 
direito, os fatos e as circunstâncias com base nos fundamentos do Relator ou do voto vencedor. 
§ 2° Terminada a sessão, far-se-á a leitura e a publicação do acórdão, passando a correr dessa data o 
prazo de 3 (três) dias, para a interposição de recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, em petição 
fundamentada. 
Art. 12. Havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, a partir da data em que for protocolizada a 
petição passará a correr o prazo de 3 (três) dias para a apresentação de contra-razões, notificado por 
telegrama o recorrido. 
Parágrafo único. Apresentadas as contra-razões, serão os autos imediatamente remetidos ao Tribunal 
Superior Eleitoral. 
Art. 13. Tratando-se de registro a ser julgado originariamente por Tribunal Regional Eleitoral, observado 
o disposto no art. 6° desta lei complementar, o pedido de registro, com ou sem impugnação, será 
julgado em 3 (três) dias, independentemente de publicação em pauta. 
Parágrafo único. Proceder-se-á ao julgamento na forma estabelecida no art. 11 desta lei complementar 
e, havendo recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, observar-se-á o disposto no artigo anterior. 
Art. 14. No Tribunal Superior Eleitoral, os recursos sobre registro de candidatos serão processados e 
julgados na forma prevista nos arts. 10 e 11 desta lei complementar. 
Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a 
inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado 
nulo o diploma, se já expedido. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput, independentemente da apresentação de recurso, 
deverá ser comunicada, de imediato, ao Ministério Público Eleitoral e ao órgão da Justiça Eleitoral 
competente para o registro de candidatura e expedição de diploma do réu. 
Art. 16. Os prazos a que se referem o art. 3º e seguintes desta lei complementar são peremptórios e 
contínuos e correm em secretaria ou Cartório e, a partir da data do encerramento do prazo para 
registro de candidatos, não se suspendem aos sábados, domingos e feriados. 
 
 
 
 
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Art. 17. É facultado ao partido político ou coligação que requerer o registro de candidato considerando 
inelegível dar-lhe substituto, mesmo que a decisão passada em julgado tenha sido proferida após o 
termo final do prazo de registro, caso em que a respectiva Comissão Executiva do Partido fará a escolha 
do candidato. 
Art. 18. A declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da República, Governador de Estado 
e do Distrito Federal e Prefeito Municipal não atingirá o candidato a Vice-Presidente, Vice-Governador 
ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá aqueles. 
Art. 19. As transgressões pertinentes à origem de valores pecuniários, abuso do poder econômico ou 
político, em detrimento da liberdade de voto, serão apuradas mediante investigações jurisdicionais 
realizadas pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais. 
Parágrafo único. A apuração e a punição das transgressões mencionadas no caput deste artigo terão o 
objetivo de proteger a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico 
ou do abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta, indireta e fundacional 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Art. 20. O candidato, partido político ou coligação são parte legítima para denunciar os culpados e 
promover-lhes a responsabilidade; a nenhum servidor público, inclusive de autarquias, de entidade 
paraestatal e de sociedade de economia mista será lícito negar ou retardar ato de ofício tendente a esse 
fim, sob pena de crime funcional. 
Art. 21. As transgressões a que se refere o art. 19 desta lei complementar serão apuradas mediante 
procedimento sumaríssimo de investigação judicial, realizada pelo Corregedor-Geral e Corregedores 
Regionais Eleitorais, nos termos das Leis nºs 1.579, de 18 de março de 1952, 4.410, de 24 de setembro 
de 1964, com as modificações desta lei complementar. 
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá 
representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e 
indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso 
indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de 
veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o 
seguinte rito: 
I - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao despachar a 
inicial, adotará as seguintes providências: 
a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se-lhe a segunda via 
apresentada pelo representante com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 5 (cinco) 
dias, ofereça ampla defesa, juntada de documentos e rol de testemunhas, se cabível; 
b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante o 
fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente; 
c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar algum requisito 
desta lei complementar; 
II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a solução, poderá o 
interessado renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas; 
III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao conhecimento do 
Tribunal Superior Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias; 
IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado 
ao representado, bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou dar recibo; 
V - findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para inquirição, 
em uma só assentada, de testemunhas arroladas pelo representante e pelo representado, até o máximo 
de 6 (seis) para cada um, as quais comparecerão independentemente de intimação; 
VI - nos 3 (três) dias subsequentes, o Corregedor procederá a todas as diligências que determinar, ex 
officio ou a requerimento das partes; 
VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou 
testemunhas, como conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão do feito; 
VIII - quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, 
inclusive estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, ainda, no mesmo prazo, 
ordenar o respectivo depósito ou requisitar cópias; 
 
 
 
 
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IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, o Juiz poderá 
expedir contra ele mandado de prisão e instaurar processos por crime de desobediência; 
X - encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público, poderão 
apresentar alegações no prazo comum de 2 (dois) dias; 
XI - terminado o prazo para alegações,

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