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Fisiocracia Objeto de investigação = sistema econômico em seu conjunto. 1) Ordem da sociedade x Ordem da natureza física: +Semelhança: - Existe uma “ordem natural” para a sociedade assim como uma ordem que rege a natureza física. +Diferenças: - Ordem da natureza física É dada. Está a margem das possibilidades de intervenção do homem. - Ordem da sociedade Existe em razão dos seres humanos, enquanto estes não criam obstáculos para sua afirmação. - Sociedade pode encontrar-se distanciada da sua “ordem natural” Sem obstáculos ao livre desenvolvimento das forças que operam na sociedade, a sociedade tenderá a funcionar segundo leis que se impõem automaticamente a todos. - Ordem da sociedade pode não existir. Existencia da sociedade confere vantagens às quais os seres humanos não teriam vantagem de outra maneira. 2) Elemento econômico na base da constituição da ordem “natural” da sociedade -Base da constituição da ordem natural Transformação geral dos produtos em mercadorias. - Conjunto de homens é uma sociedade Unidade regida por leis necessárias, em que as atividades econômicas dos homens são reduzidas e integradas à unidade por um processo que somente a TROCA pode realizar. - A troca é o ponto de partida da fisiocracia na análise econômica. - Ordem natural economia inteiramente mercantil. 3) Características da ordem natural / Imagem da estrutura econômica francesa nos meados do século XVIII - Economia predominantemente agrícola(capitalista ou camponesa) - Propriedade da terra basicamente de caráter senhorial. -Existência de uma classe de arrendatários capitalistas e dos predominantes camponeses. - Formas artesanais dominavam as atividades manufatureiras e comerciais da cidade. - Superioridade da agricultura capitalista contra a agricultura camponesa em termos da capacidade produtiva - Na agricultura, a direção de tipo capitalista dos arrendatários burgueses constituía a mais avançada e desejável forma de direção. - Não ocorre o mesmo no que diz respeito às atividades urbanas. -> Estrutura artesanal é a forma natural. Limite à extensão da economia capitalista. 4) Tese que sustenta capitalismo como restrito à agricultura - Tarefa histórica do capitalismo é ampliar o excedente. Por isso, sua presença só assume importância real nas atividades onde se forma o excedente. A tese de que o excedente ocorre na agricultura é consequentemente o fundamento de outra tese de que o capitalismo é uma ordem própria da agricultura. Obs: Não é porque o capitalismo realiza-se apenas na agricultura que a agricultura é a única atividade que produz um excedente, mas é porque o excedente somente existe na agricultura que o capitalismo, como meio para a ampliação do excedente, faz sentido exclusivamente na atividade agrícola. 5) Origem, medição e distribuição do excedente - Excedente Parte da riqueza produzida que excede a riqueza consumida ao longo do processo produtivo - Importância Constitui a base de um consumo superior. Fonte de uma re-utilização na produção. - É papel da economia mercantil expandir o excedente. Limite Quando acabar a terra. + Avaliação do excedente - Avaliação da diferença entre duas grandezas físicas. Não há teoria do valor. - Sistema fisiocratico não pode avaliar o excedente em sentido geral(isto é, em cada setor). Somente em um dado setor produtivo, como é com a agricultura, onde cada um dos bens empregados no processo produtivo se reencontra em maior quantidade no conjunto de bens produzidos pelo próprio setor. - Outras atividades são apenas uma transformação de determinados bens em outros bens, enquanto a agricultura é um processo que , partindo de determinados objetos, gera uma maior quantidade de objetos Excedente só pode ser conseguido na agricultura. +Origem do excedente - A terra tem o poder de dar origem a um excedente. Este poder depende da fertilidade do solo. - Importância da postura fisiocrática Individualizou no processo produtivo o lugar de origem do “produto liquido” (excedente). Conceito de excedente nasce a partir da fisiocracia. + Atribuição do excedente - O excedente cabe aos proprietários de terra. Restringi-se inteiramente à renda fundiária. 6) Trabalho produtivo/ improdutivo - Trabalho produtivo = Aquele aplicado nas órbitas que geram excedente. - Único trabalho produtivo é o trabalho agrícola, que é o único a usufruir da fertilidade natural da terra. 7) Explicação para o lucro/rendimentos do capitalista. - Lucro não é uma das destinações do excedente. - Manufatura cada renda considerada como renda de trabalho. Diferenca entre renda percebida e recebida atribuída à natureza diversa do trabalho efetuado e à diferente responsabilidade assumida no processo produtivo. - Agricultura É considerado como parte dos gastos de produção e assimilado consequentemente ao salário do trabalhador agrícola. 8) Circunstâncias em que capitalistas podem participar temporariamente da produção - Sempre que baixe os custos de produção através do desenvolvimento nos métodos de produção. - Porém dá lugar a lucros temporários serão absorvidos pela renda fundiária quando ocorrer a primeira renovação do contrato de arrendamento. Obs: Juro sobre o capital investido parte do produto toal para renovar capital fixo, gastos de manutenção e constituição de um fundo destinado a cobrir risco de acidentes ou infortúnios eventuais. 9) Classes Relevantes do Tableau Économique - Proprietários da terra - Classe estéril = trabalhadores improdutivos - Classe produtiva = arrendatários capitalistas e trabalhadores assalariados empregados na agircultura. - O problema do Tableau consiste em determinar como a riqueza global é redistribuída entre as 3 classes, de modo que: a- seja paga a renda aqueles que tem direito a ela b- sejam produzidas as condições para que se possa recomeçar o processo produtivo em escala inalterada. 10) Objetivo Central da análise presente no Tableau Économique - Análise do Equilíbrio global do sistema econômico. - A totalidade do processo de circulação da riqueza entre as classes, posto em movimento pelo pagamento da renda à classe proprietária e a amplitude das trocas que se realizam entre as classes, dependem da quantia da própria renda. - Não há conceito de capital + Sistema tende a um estado estacionário - Classe capitalista não teria de reinvestir excedente. - Riqueza nacional é máxima. - Sistema apenas se reproduz. + Tableau Économique - Não discute crescimento/acumulação. - Reprodução sem crescimento “Reprodução simples” Economia em estado natural/ótimo - Toda terra cultivada com gerencia capitalista. - Excedente é máximo - Todo excedente é consumido. 11) Razões para ampla formação de renda - Com a manutenção de uma importante atividade manufatureira, renda ampla equivale à possibilidade de se elevar o consumo, ainda que apenas por parte de uma determinada parcela da sociedade acima dos meros níveis de subsistência. - Renda ampla permite ampliação do processo econômico através da inversão, na própria terra, de parte da mesma renda(avances foncières) 12) Dificuldades em uma tese de desenvolvimento através da acumulação. - Chegará momento, onde todo o território estará com o grau maximo de cultivo. Beneficio obtido pelos proprietários não poderá mais aumentar. - Nesse ponto, processo de acumulação estanca e não faz sentido afastar uma parcela da renda de sua destinação para o consumo. Excedente em seu valor máximo. 13) Limite ao crescimento econômico - Limite está na terra. - Chegará momento, onde todo o território estará com o grau maximo de cultivo. Beneficio obtido pelos proprietários não poderá mais aumentar. 14) Condições para economia se mover em direção ao estado natural/ de máxima produtividade - Extensão da gestão capitalista por todo o território. 14.1) Política Comercial +Inexistência de política que baixe os preços dos cereais Abolir restrições à exportação de cereais Exportar e Importar livremente - “Bom preço” do grão - Não desestimular avanço do capitalismo - Garantir abertura do mercado aos exportadores. + Preços dos manufaturados devem ser estabelecidos ao nível mais baixo, de forma compatível com os custos de produção, sendo maximizado o valor real da renda. - Importar sem nenhuma restrição. - Barater produção -> manufatura é um custo. +Evitar postura monopolística na atividade manufatureira livre concorrência. 14.2) Política Fiscal + Imposto único sobre a renda Estado deve tributar os proprietários da terra, i.e, os donos do excedente. - idéia avançada de distribuição de renda -> nunca foi executada. Obs: Caráter natural da ordem deriva do fato de que sua instauração deveria ocorrer automaticamente. 15) Problemas de não haver teoria do valor - Não há teoria do valor. + Renúncia à explicação teórica do excedente - Preços dados. Aceitos empiricamente. Avaliação física Excedente somente na agricultura. 16) Fisiocracia como embrião do pensamento liberal - Formulação da livre concorrência manufatura e comercio exterior de cereais - Laissez-faire / laissez-passer características mais relevantes do pensamento fisiocratico. 17) Contradição no reconhecimento da superioridade da gestão capitalista na agricultura -Valor do excedente depende da intensidade do capital em relação à terra. Gestão capitalista é superior. -Assim, não é possível atribuir unicamente à terra e as suas propriedades inatas e naturais o poder de gerar o excedente. Perde sentido a principal razão para se limitar a agricultura o fenômeno do excedente. 18) “Bom preço” do grão e contradição com regra de distribuição do excedente - A garantia de um bom preço para o cereal é essencial para que se estabeleça para os empresário agrícolas a conveniência de levar a cabo sua atividade exatamente nesse campo da agricultura; é claro que essa conveniência pode ser mensurada relacionando-se a renda auferida por tais empresários em relação a seu capital e não a seu trabalho; mas essa renda não pode ser assimilada ao salário, adquirindo então grande importância a idagação se ela vem ou não a fazer parte do excedente. - Lucro não é excedente - Bom preço estimularia produção agrícola. - Pol. Com. – preço – tx. de lucro – estimulo à produção falta elo. 19) Análise Sraffiana - Elemento de unidade da economia política clássica Conceito de excedente econômico. - Excedente como base para construção de uma teoria do valor e da distribuição. Obs: Marshall Elemento de unicidade Individuo que busca seu interesse hedonista. 19.1) Elementos analíticos relevantes: a) Noção de produto nacional b) Análise das formas adquiridas pelo capital: b.1) Adiantamentos anuais/Capital circulante. Produtos utilizados em um único ciclo de produção. - Subsistencia dos trabalhadores no período de produção - Mercadorias empregadas na produção(insumo e matéria prima) b.2) Adiantamentos primitivos / Capital fixo Capital adiantado para viabilizar produção. Produtos utilizados em vários ciclos de produção. b.3) Adiantamentos fundiários Gastos efetuados pelo proprietário de terra visando aumentar oferta de terras agricultáveis para aluguel. Obs: Adiantamentos fundiários são desconsiderados no Tableau Économique, pois oferta de terras é máxima. 19.2) Grandezas a partir das quais a teoria opera: a) P = Produto Social Anual b) N = Consumo Necessário = Subsistência dos trabalhadores produtivos c) C = Reintegração dos meios de produção Duas partes: Uma referente aos insumos e outra referente à reposição dos adiantamentos primitivos. d) S = Excedente Economico 19.3) Elementos Conhecidos / Exógenos, i.e, que não se propõe a determinar: a) Técnica Condições da produção agrícola Produto médio por trabalhador agrícola e consumo médio dos meios de produção por trabalho b) Taxa de salário Parte do produto que cabe a cada trabalhador agrícola, parte determinada pelo consumo necessário para que cada trabalhador possa viver e se reproduzir. c) Pleno Emprego Número de trabalhadores produtivos. 19.4) É possível determinar: - P = produto agrícola P é função da técnica e do emprego. - N = consumo necessário N é função da taxa de salário e do emprego. - C = produto agrícola utilizado como capital no processo produtivo C é função da técnica e do emprego. - C+N Parcela do produto social que deve ser reempregada no processo produtivo subseqüente. - Excedente = S = P – (C + N)
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