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Fisiocratas Ago 16

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ESCOLA FISIOCRATICA
INTRODUÇÃO
	A Fisiocracia ou a Escola Fisiocrática, (do grego "Governo da Natureza"), surgiu com seus primeiros ensaios na França em meados de 1756, com a publicação sobre economia na Grande Encyclopédie por François Quesnay, sendo os séculos XVII e XVIII extremamente promissores para as ciências econômicas, estes economistas eram críticos do mercantilismo, sistema onde o monarca intervinha profundamente em todas as áreas da economia. 
Os economistas iluministas fisiocratas também eram contrários ao metalismo, forma de desenvolvimento econômico baseado no acumulo de metais preciosos, principalmente o ouro. Neste período começaram a surgir os grandes pensadores e estudiosos que viriam a formular teorias que tentavam explicar a realidade econômica da época partindo da observação da realidade que vivenciavam. 
 Neste contexto, surge a Escola Fisiocrática, considerada a primeira escola de economia cientifica. 
 Os fisiocratas consideram o sistema econômico como um organismo regido por leis intrínsecas (que fazem parte do íntimo, pela ordem natural das coisas), sendo elas assim, cientificamente relevantes. Embasavam-se na economia agrária, identificando na terra a fonte única de riqueza. Com origem francesa e que defendia a existência de uma ordem natural, com base na qual a sociedade deveria ser organizada.
O excesso de produção agrícola sobre as necessidades imediatas é que permitirá o desenvolvimento do comércio, a existência de artesãos e a organização governamental. Para Quesnay, excedente é sempre excesso de produção sobre os custos diretos e indiretos de subsistência. Se subsistência é consumo de produtos agrícolas, o excedente é excesso de produção agrícola sobre insumos e subsistência.
Finalmente, a teoria agrícola do excedente assenta-se na suposição de que apenas o trabalho agrícola é produtivo, no sentido de ser capaz de gerar excedente sobre os custos.
A ORIGEM 
O fisiocratismo surge numa época em que a França estava em crise, e existiam diversos entraves ao desenvolvimento. A divida externa estava extremamente alta, provocada pelas barreiras alfandegarias impostas pelo mercantilismo, os impostos aumentavam continuamente e não permitiam o progresso uma vez que recaiam sobre a classe popular que era ao mesmo tempo a classe dinamizadora da economia, o contraste entre o luxo e a miséria só aumentavam dia após dia e a população sofria com taxas bastante elevadas e consequentemente a procura por bens alimentares registrava uma procura excessiva. Com a crise estabelecida, desacreditou-se no mercantilismo e ganhou força o surgimento da Escola Fisiocrata.
VISÃO GERAL DOS FISIOCRATAS
Para os fisiocratas toda a riqueza provém da terra, a indústria apenas diversifica o produto e o comércio distribui. Importante lembrar que as ideias fisiocratas surgem na época em que não existia atividade industrial, ou seja, apenas atividades ligadas ao setor primário, à agricultura. Eles eram também contra a nobreza e a economia.
A fisiocracia foi uma reação ao mercantilismo e as características feudais no antigo regime na França. Não se permitia experimentos, melhoria dos métodos de produção ou alteração das preferências do consumidor. Existe um produto nacional e a tarefa da economia politica é de estudar as causas (origem e fonte), desse produto, sua circulação global  e sua distribuição entre as classes.
 Um governo corrupto e extravagante tornou impossível a imposição equitativa dessas regras. O crescimento do comércio e a concorrência cada vez maior tornaram essas regras desnecessárias. A indústria francesa foi retardada em seu desenvolvimento. Foi por intermédio dessa sociedade corrupta e decadente que as ideias fisiocráticas surgiram como uma possível solução para todos seus problemas, emanando assim um conceito que somente a agricultura cria valor e gera excedente. 
Conceito de trabalho produtivo: cria valor maior do que custa, raciocínio baseado nas grandes propriedades, onde é gerado um excedente, devido a maior produtividade. Os fisiocratas preocupavam-se, notadamente, com o preço dos produtos agrícolas, que determinariam os rendimentos dos produtores e dos proprietários. Daí a atenção conferida à liberdade comercial e à organização do sistema tributário. O livre comércio sustentaria os preços, os tributos adequados seriam aqueles que não deprimissem a renda dos produtores e em consequência, sua capacidade de efetuar adiantamentos.
O objetivo do movimento fisiocrático é o livre comércio, admitindo-se que o preço de mercado livre é o da ordem natural. Nesta medida, tornam-se secundárias preocupações adicionais, parece suficiente admitir que o preço natural seja aquele determinado pela concorrência.
O excedente e uma dadiva da natureza, sua origem está na produtividade do trabalho agrícola, indústria, comércio e outras profissões são uteis, mas estéreis, o valor de sua produção é apenas igual aos custos de salário e de insumos, a elaboração (criação de obras) vale conforme o trabalho, que representa o custo.
OS PERCURSORES DA FISIOCRACIA
 Os mais destacados percursores do Fisiocratismo foram:
1. François Quesnay, o fundador da Fisiocracia, também considerado como o expoente máximo da corrente fisiocrata, advoga o ensino da ordem Natural, o direito de desfrutar os produtos da propriedade, a trabalhar e ter liberdade pessoal, favorável a fixação da taxa de juro pelo governo.
2. Pierre Boisguilbert, que defendia que a terra era a principal fonte da riqueza e defendia a proteção dos interesses agrários;
3. Sebastian De Vauban, defensor do plano tributário contra isenções e estigmatizou o luxo, as dividas publicas, e o privilegio da classe dos nobres;
4. Richard Cantilon, Considera o trabalho e a Terra como fontes de riqueza;
5.  Marquez De Mirabeau (O Velho) o propagador das ideias de Cantilon: A população e a atividade agrícola (fontes de alimentos e matéria prima) fazem a riqueza da nação;
6. Jacques Turgot, que era secretário das finanças de Luís XVI, autor de reformas de inspiração liberal e propagandista da teoria do direito natural; 
FRANÇOIS QUESNAY (1694 – 1774)
Médico e economista francês nascido em Mére, próximo a Paris, fundador e principal líder da fisiocracia, a primeira escola francesa de economia, considerada a primeira escola sistemática de economia política e oposta ao mercantilismo. Na capital francesa, estudou medicina, exercendo a profissão durante a maior parte de sua vida, inclusive tornando-se (1752) médico da corte do rei francês Luís XV (1710-1774), onde se transformou numa pessoa influente. A publicação do tratado Essai physique sur l'economie animale (1736) valeu-lhe a nomeação como secretário perpétuo da Academia de Cirurgia.
 A partir de então, entrou em contato com os pensadores do Iluminismo em Versalhes, especialmente no assunto economia, que considerava parte integrante da teoria social. Com seus artigos para a Encyclopédie como Fermiers (1756) e Grains (1757) e nos artigos subsequentes, transformou a economia num tema nos salões da corte.
Morreu em Versalhes e sua obra fundamental foi a publicação Tableau économique (quadro econômico) - 1758, um diagrama didático que representava as relações entre as diferentes classes econômicas e sociais, demonstrando a relação entre diferentes classes e setores econômicos e o fluxo de pagamentos entre eles, baseado em números e dados e construindo seu esquema de funcionamento do sistema econômico.
O quadro económico de Quesnay consistia num conjunto de números unidos por um ziguezague com explicações elucidada nas margens. O quadro foi a primeira tentativa feita de representar numericamente o sistema econômico capitalista.
· Objetivos do quadro
⦁ O quadro visava em primeira instancia demonstrar o funcionamento continuo da economia e do processo gerador de riqueza; 
⦁ Visava também explicar os motivos pelos quais a França estava tão atrasada em termos económicos comparativamente as outras economias da região; 
⦁ Visava também servir como instrumento de intervenção napolitica econômica nacional.
Idealiza a representação de um ciclo de produção e de reprodução que inicia cada período com o resultado da produção do ciclo anterior, supondo uma economia fechada e sem a intervenção do governo.
No Quadro de Quesnay surgem teorias novas (e transcendentais) desenvolvidas a partir de problemas concretos, desenvolve-se um sistema teórico com alto nível de generalidade, embora se referindo as condições francesas.
· As descobertas cientificas implicadas no Quadro 
⦁ O quadro é um instrumento teórico que permite entender as relações econômicas que se estabelecem entre as classes dentro do sistema (distribuição da produção e da renda);
⦁ Considera as classes sociais em conexão com um esquema de reprodução da economia (especifica condições de reprodução; proporções entre sectores e parcelas do produto);
⦁ Estabelece a conexão entre produção e circulação; sua dependência recíproca, sua continuidade necessária;
⦁ Ao colocar o produto liquido na primeira linha do Quadro, Quesnay faz ressaltar que o funcionamento da maquina capitalista, no decurso de um período, depende dos resultados que foram obtidos no decurso do período precedente;
⦁ Consideração do capital (adiantamentos) para entender a reprodução da riqueza anual, o problema principal era reconstituir o capital adiantado com vista a produção;
⦁ Há clara compreensão do conceito de capital (valor que frutifica) e da subordinação do crescimento económico à acumulação de capital;
⦁ Proporções necessárias: se as classes gastarem suas receitas na forma especificada das despesas, os ciclos de reprodução (Circulação) repetem-se indefinidamente caso os gastos com a classe produtiva fossem menores, a reprodução seria prejudicada, renda total disponível declinaria, caso os gastos fossem maiores os retornos seriam insuficientes para a reposição do valor gasto.
O autor constrói seu esquema de funcionamento do sistema econômico e no mesmo a sociedade acha-se dividida em três classes:
- a classe produtiva, constituída pelo conjunto dos arrendatários capitalistas, assalariados e outros trabalhadores agrícolas que desenvolvem suas atividades na agricultura e cujo trabalho é produtivo no sentido fisiocrático, isto é, como criador do produto líquido, sendo responsável pela produção da riqueza, na medida em que gera excedentes. Esta classe efetua os adiantamentos das despesas com os trabalhos da agricultura e paga as rendas dos proprietários, são englobados nessa classe todos os trabalhos e despesas feitas na agricultura.
- a classe estéril, constituída por todos aqueles que exercem sua atividade à margem da agricultura e cujo trabalho não é produtivo, ou melhor, é estéril, porque não produz excedente. É composta por cidadãos com atividades e trabalhos não agrícola nomeadamente, comerciantes, manufatureiros e seus trabalhadores, correspondendo a cidade, o comércio e manufaturas. Os membros da classe estéril prestam serviços uteis, mas não geravam excedentes, só transformam insumos e agregam o valor de seu trabalho (subsistência e salários superiores).  Essa classe vive graças às despesas das outras classes que garantem a manutenção de seu fundo original.
- a classe dos proprietários de terras, que não desenvolve qualquer atividade econômica e que possui o direito à percepção dessa renda, ou seja, de todo o produto líquido – fazem parte o rei, com sua corte, o conjunto dos funcionários públicos, e a Igreja. Assemelha-se a classe capitalista (responsável pelos adiantamentos fundiários),
todos estes percebem uma porção da renda, quer por serem eles mesmos proprietários, o caso do rei e da igreja, quer por ter o direito de arrecadar impostos – o rei – ou dízimo – a Igreja.
CONTRIBUIÇÃO PARA A CIÊNCIA ECONÔMICA
Os fisiocratas foram os criadores da ideia da oferta e da procura no sentido de quanto maior for a procura do produto, maior o preço, quanto menor a procura e maior a quantidade de produtos, menor é o preço. 
Foram os primeiros defensores da liberdade do funcionamento da economia, para eles se houver liberdade, produz-se e consome-se o necessário e a economia funciona em equilíbrio e com estabilidade de preço, eles chamaram essas leis de “Leis Naturais”, no sentido de que funcionam como o corpo humano, sem um governo estabelecido. 
Para eles as leis da oferta e da procura fluem com naturalidade tal como acontece com a respiração dos indivíduos. A tão famosa frase "Laissez-faire, laissez-passer, le monde va de lui-même" (Que em português significa: Deixar fazer, deixar passar, que o mundo vai por si mesmo),  foi criada por eles no âmbito da defesa da liberdade econômica.
Antes da Revolução Industrial, a indústria era caracterizada por produtividade extremamente baixa. A produção de itens de luxo para a nobreza em um país miseravelmente pobre, poderia facilmente parecer inútil. A agricultura por outro lado, algumas vezes produzia colheitas abundantes, apesar dos métodos primitivos de cultivo. Ao promover o laissez-faire, os fisiocratas tornaram-se um obstáculo ao desenvolvimento capitalista da economia.
Inconscientemente, eles promoveram a Revolução Francesa de 1789, que varreu os numerosos obstáculos ao progresso enfatizando a produtividade da agricultura, estavam saindo do conceito mais antigo de que somente o comercio produz e aumenta riqueza. 
Os fisiocratas enfatizavam a produção, em vez da troca, como fonte de riqueza e o apoio deles aos impostos diretos era uma reação válida aos impostos indiretos que permeavam e corroíam a sociedade francesa de sua época. Eles eram a favor do acúmulo de capital por meio do consumo subjugado pelos ricos. 
Defendiam que o Estado nunca deveria intervir na economia, mas o problema é que as ideias por eles defendidas não interessavam a Burguesia e foi por isso que não teve muito apoio e disseminação. Por causa disso o fisiocratismo morre e dá lugar ao pensamento Clássico.
CRITICAS AO FISIOCRATISMO
· Pressupõe produtividade exclusiva do trabalho agrícola (dom natural da terra);
· Enganos sobre importância econômica relativa de agricultura, indústria e comércio, em geral, declina a primeira, enquanto crescem os demais; 
· Tornaram-se típicos os fazendeiros camponeses, o fazendeiro capitalista tornou-se menos importante que os capitalistas urbano-industriais; 
· Desconsideração do papel do comércio para ampliar mercados e assim a produção; 
· Impostos estão desconsiderados da reprodução; 
· Problemas de consistência interna; 
· Há um conflito entre conceito de produto líquido e medida da produtividade do sistema;
· O destino dos juros fica ambíguo, comprado em obras da classe estéril ou fundo de reposição do capital circulante;
· O Quadro Econômico de Quesnay (QEQ) trata da formação, circulação e distribuição dos valores, mas, contudo, não explica o que é o valor;
· A fisiocracia também falhou em explicar as dinâmicas de riqueza na sociedade por ignorar completamente o papel das indústrias na geração de riquezas.  (Com o tempo, os países que se tornaram mais ricos na Europa não foram aqueles que estimularam a agricultura, mas sim as indústrias - exatamente o contrário do que previam os fisiocratas).
CONCLUSÃO
A Teoria Fisiocrata foi a primeira doutrina econômica, sendo que os seus percursores já eram até chamados de economistas bem antes inclusive de Adam Smith. 
O Fisiocratismo teve um impacto extremamente importante para o surgimento da economia como ciência, tendo criado vários conceitos e alguns destes encontram-se até hoje difundidos na  teoria econômica.
 Elucida-se que o Fisiocratismo tem suas origens em outros ensaios de surgimento da economia e a sua análise baseia-se na oposição ao mercantilismo, desenvolvendo uma abordagem da riqueza baseada no crescimento do setor agrário.
	
MENDES, Aila Almeida, Estudando Diplomacia, Abr. 2014, disponível em http://ailaalmeida.blogspot.com.br/2014/04/quem-foram-os-fisiocratas.html. Acesso: 20 ago 2016.
ALMEIDA, Flávia, Teoria Fisiocrata, Nov. 2012, disponível em http://pt.slideshare.net/flaviia_cra/teoria-fisiocrata. Acesso:20 ago 2016.
MOURA, Yuri, Resumo completo – Escola Fisiocrática, 2016, disponível em https://www.passeidireto.com/arquivo/1100598/resumo-completo---escola-fisiocratica/1. Acesso: 20 ago 2016.
QUESNAY, François, Biografias, disponível em http://www.economiabr.net/biografia/quesnay.html. Acesso: 24 ago 2106.

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