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OS PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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OS PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Apreendida essa visão inicial, é fácil definirmos o que são princípios administrativos 
ou princípios da Administração Pública: são as diretrizes, os valores, as idéias 
nucleares que regem a atuação da Administração. Esta, ao agir, deve fazê-lo a partir de 
tais princípios e realizá-los. Todo ato praticado com violação a qualquer destes princípios 
é inválido. 
 
Historicamente, os princípios relativos a Administração Pública não faziam parte, de 
forma expressa, de nossos textos constitucionais. Aliás, quase que a totalidade das 
normas relativas a Administração Pública encontravam-se na legislação infra-
constitucional. Podemos pensar que isso se dava porque, uma vez demarcados os 
parâmetros do Estado de Direito, a função administrativa já estaria delineada. E também, 
que a função de administrar o Estado não possuía a mesma nobreza e primariedade que 
as funções governativas, legislativas e jurisdicionais. 
 
Existem os princípios explícitos, aqueles expressamente previstos em uma norma, como 
por exemplo, os dispostos no artº 37 da Constituição de 88, que podemos recordar – da 
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência (introduzido 
no Artº 3 da Emenda Constitucional nº19/1998); assim como outros que se encontram 
esparsos ao longo do texto constitucional, principalmente no art. 5º, como os princípios 
do devido processo legal , do contraditório e da ampla defesa. Outros, ainda, estão 
previstos na legislação infraconstitucional, como o princípio da isonomia, mencionado na 
Lei 8.666/93. 
 
Deve-se ressaltar que todos os princípios administrativos aplicam-se no mesmo grau de 
igualdade aos Poderes da República (Legislativo, Executivo e Judiciário), bem como às 
esferas de Governo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). 
 Legalidade. Referido como um dos sustentáculos do regime jurídico-
administrativo. A Administração só pode atuar, por meio de seus agentes, quando 
houver expressa previsão em lei, conferindo-lhe competência para tanto. 
Inexistindo tal previsão, ela simplesmente está impedida de agir. É um princípio 
de autolimitação do Estado frente ao administrado. O Estado cria as leis, e ao 
fazê-lo restringe seu poder. 
 Impessoalidade. Pode ser definido como aquele que determina que os atos 
realizados pela Administração Pública, ou por ela delegados, devam ser sempre 
 
 
 
 
 
 
 
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imputados ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual age o 
funcionário. Noutra perspectiva, o princípio da impessoalidade traduz a idéia de 
que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, 
benéficas ou detrimentosas. 
 Moralidade. O princípio admite três interpretações: pela primeira, está o agente 
público obrigado a agir com lealdade e boa-fé no trato com o administrado; pela 
segunda, está o agente obrigado a aplicar as leis de modo a efetivar os valores 
nelas consagrados; pela terceira, o conjunto de regras oriundas das práticas 
reiteradamente adotadas pela Administração (costumes administrativos/moral 
administrativa) também é fonte de Direito Administrativo, acarretando a 
declaração de nulidade dos atos praticados sem sua observância. 
 Publicidade. Significa em primeiro lugar a obrigatoriedade de divulgação oficial 
dos atos gerais (destinatários indeterminados) e de efeitos externos (dirigidos aos 
administrados). Tal divulgação, via de regra, é efetuada mediante a publicação do 
ato nos diários oficiais do respectivo ente federado. Em segundo lugar podemos 
conferir a esse princípio, o dever da Administração em propiciar a sociedade, 
informações sobre a gestão administrativa, que sejam de seu interesse particular, 
ou de interesse coletivo ou geral, o que chamamos de transparência 
administrativa. 
 Eficiência. O princípio da eficiência, outrora implícito em nosso texto 
constitucional, tornou-se expresso no caput do art. 37, introduzido pela Emenda 
Constitucional 19, que na verdade só explicitou um comando até então implícito. 
Orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados 
com os meios escassos de que se dispõe e a menor custo. Rege-se, pois, pela 
regra de consecução do maior benefício com o menor custo possível. É o mais 
moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser 
desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o 
serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de 
seus membros. Em suma, segundo Hely Meirelles, impõe a todo agente público 
realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. Estará, 
portanto, uma Administração buscando agir de modo eficiente sempre que, 
exercendo as funções que lhe são próprias, vier a aproveitar da forma mais 
adequada o que se encontra disponível (ação instrumental eficiente), visando 
chegar ao melhor resultado possível em relação aos fins que almeja alcançar 
(resultado final eficiente).Além desses princípios, há outros princípios que são 
 
 
 
 
 
 
 
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chamados de princípios constitucionais implícitos. Embora não estejam previstos 
de forma expressa pelo texto constitucional, são reconhecidos como acolhidos 
pelo sistema constitucional. 
Falemos agora um pouco dos princípios implícitos, que são aqueles não expressamente 
previstos numa norma jurídica. Alguns autores consideram-os decorrentes dos princípios 
básicos e os tomam apenas como desdobramentos. Seja como for, é pacífico que todos 
são aplicáveis à Administração Pública. 
 Finalidade. Significa que toda a atividade administrativa deve perseguir a 
finalidade de interesse público contemplada pela lei, ( origem da expressão no 
espírito da lei). Como na finalidade da lei está o critério para sua correta 
interpretação e aplicação, qualquer ato que viole o princípio da finalidade é ato 
nulo, por violar a própria lei. 
 Proporcionalidade. Se por um lado há prevalência do interesse público sobre o 
interesse particular, por outro lado deve haver uma proporcionalidade no sacrifício 
dos direitos individuais para o benefício da coletividade. 
 Devido processo legal. A propriedade e a liberdade das pessoas são protegidas 
contra quaisquer abusos, razão pela qual a Constituição Federal é expressa no 
sentido de que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal”. 
 Supremacia do interesse público. Os interesses da coletividade têm 
prevalência sobre os interesses particulares. Por essa razão, goza a Administração 
Pública de uma posição hierarquicamente superior em relação ao particular. Além 
disso, os vários atributos do ato administrativo existem exatamente para que a 
Administração possa desempenhar de forma eficiente sua missão, decorrem dessa 
posição privilegiada e da supremacia do interesse público sobre o interesse 
particular. 
 Indisponibilidade. Significa que os administradores não podem, em nome da 
Administração, renunciar aos interesses da Administração Pública, exatamente por 
serem da Administração Pública e estarem a serviço da coletividade e não de 
titularidade de qualquer agente público. O administrador público, portanto, tem o 
dever de zelar pelos interesses da administração, devendo agir de acordo com o 
disposto em lei. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Continuidade. Significa que a atividade administrativa é obrigatória e não pode 
parar nunca, pois os interesses que ela atinge são fundamentais para a 
coletividade. 
 Autotutela. A Administração Pública tem o dever de controlar seus próprios atos, 
devendo anular os atos praticados com ilegalidade e revogaros atos que se 
tornaram contrários ao interesse público. É interessante que se faça a leitura da 
Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal. 
 Especialidade. Como a Administração Pública está vinculada à legalidade estrita, 
o agente público somente pode fazer o que a lei manda, ao contrário do 
particular, que pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. O princípio da 
especialidade reza que os órgãos e entidades da Administração devem cumprir o 
papel para os quais foram criadas, sendo vedadas as atividades estranhas à 
missão legalmente destinada a esses órgãos e entidades. 
 Razoabilidade. Os agentes públicos devem ser guiados, na tomada das decisões, 
um padrão socialmente aceito de conduta. É um parâmetro de valoração dos atos 
do Poder Público. É mais fácil de ser sentido do que conceituado; se dilui em um 
conjunto de proposições que não o libertam de uma dimensão excessivamente 
subjetiva. É razoável o que seja conforme a razão, supondo equilíbrio, moderação 
e harmonia; o que não seja arbitrário ou caprichoso; o que corresponda ao senso 
comum, aos valores vigentes em dado momento ou lugar. 
 Controle jurisdicional da Administração Pública. Nenhuma lesão ou ameaça 
de lesão pode ser subtraída da apreciação do Poder Judiciário. Isso significa que 
nosso sistema acolhe o princípio da jurisdição única, do que decorre que até 
mesmo os atos praticados pela Administração Pública podem ser revistos pelo 
Poder Judiciário, se praticados com ilegalidade. 
 Motivação. Motivação são as razões de fato e de direito que embasam a prática 
de um ato e devem ser expressas. O agente público deve expor os motivos pelos 
quais tomou essa ou aquela decisão. 
 Segurança jurídica. Significa que não pode haver surpresas passíveis de 
desestabilizar as relações sociais. Também institutos como a prescrição e algumas 
limitações ao poder de tributar decorrem do princípio da segurança jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Isonomia. Significa que a Administração não pode conceder privilégio 
injustificado ou dar tratamento desfavorável a quem quer que seja. Todos são 
iguais perante a lei. 
Um razoável conhecimento dos princípios da Administração Pública facilita em muito o 
estudo do Direito Administrativo.

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