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Regime jurídico administrativo 1. Definição O direito administrativo pode ser conceituado como um conjunto harmônico de princípios que orienta toda a atuação administrativa, definindo as prerrogativas e restrições que são aplicadas ao Estado O regime jurídico administrativo nada mais é que o conjunto harmônico de princípios que definem a lógica de atuação do ente público, a qual se baseia na existência de limitações e prerrogativas em face do interesse público. Esses princípios devem resguardar essa lógica, havendo, entre eles, um ponto de coincidência Pode-se estabelecer que a Carta Magna é a base para a definição de todos os princípios que orientam a atuações administrativa, no entendo, alguns deles não estão expressamente dispostos na Lei Maior, decorrendo, todavia, de sua interpretação pelos estudiosos a. Princípios e regras Os princípios devem ser encarados como normas gerais coercitivas que orientam a atuação do indivíduo, definindo valores a serem observados nas condutas por ele praticadas. Estes são proposições básicas, fundamentais, típicas, que condicionam todas as estruturas e institutos subsequentes de uma disciplina. Os princípios do Direito Administrativo definem a organização e a forma de atuar do ente estatal, estabelecendo o sentido geral de sua atuação As regras se caracterizam por disposições que definem a atuação do indivíduo diante de determinada situação concreta. Desse modo, as regras aplicadas ao Direito Administrativo estabelecem a forma e o momento de atuação do ente público, em observância a um determinado acontecimento que precipita suas atividades O conflito entre regras resulta em antinomia situação em que se torna necessária a retira de uma das regras do ordenamento jurídico, haja a vista a incompatibilidade entre ambas, desde que pertençam ao mesmo ordenamento e tenham o mesmo âmbito de validade (antinomia jurídica própria) Regime jurídico administrativo Resumo feito por Amanda Grilo de Oliveira Abs = Antinomia jurídica - própria : regras - imprópria : primários O aplicador adotando um dos princípios que afaste o outro, não faz com que este seja eliminado do sistema, pois em outro caso, diante do mesmo princípio, este poderá a vir prevalecer (antinomia jurídica imprópria) b. Conteúdo do regime jurídico administrativo A atuação administrativa deve ser orientar pela busca do interesse público, razão pela qual, a doutrina diferencia este conceito em interesse público primário e interesse público secundário O interesse primário é composto pelas necessidades da sociedade, ou seja, dos cidadãos enquanto partícipes da coletividade, não se confundindo com a vontade da máquina estatal, a qual configura o interesse público secundário O poder público tem personalidade jurídica própria e, por isso, tem os seus interesses individuais. Dessa forma, a busca indevida dos interesses secundários abrindo mão dos interesses primários enseja abuso de poder do Estado Em suma, o interesse público primário é o interesse do indivíduo desta sociedade e o interesse público secundário são as necessidades do Estado como sujeito de direito. Havendo conflitos entre os referidos interesses prevalecerá o interesse público primário 2. Supraprincípios ou pedras de toque Segundo Celso Antônio Bandeira de Melo, a base do Regime Jurídico Administrativo é delineada mediante dois princípios, denominados “pedras de toque” e “supraprincípios”. São eles: o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e o princípio da indisponibilidade do interesse público sobre o privado, visto que estes dois princípios servem de supedâneo para a visualização de diversos outros a. Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado O interesse público é supremo sobre o interesse particular, e todas as condutas estatais têm como finalidade a satisfação das necessidades coletivas (interesse público primário). Neste sentido, os interesses da sociedade devem prevalecer diante das necessidades específicas dos indivíduos, havendo a interesseprimário = sociedade interesse secundário =órgãoda Adm . →supremaciaa indisponibilidade = - → não éexpresso sobreposição das garantias do corpo coletivo, quando em conflito com as necessidades de um cidadão isoladamente Não se trata de um princípio expresso, ou seja, não está escrito no texto constitucional, embora existam inúmeras regras que impliquem em suas manifestações de forma concreta, como o previsto na CF/88 com a possibilidade de desapropriação (5º, XXIV) e na requisição administrativa (art. 5º, XXV), por exemplo Também se verificar o princípio da supremacia quando do estudo dos contratos administrativos e das suas chamadas cláusulas exorbitantes, que permitem à Administração modificar ou rescindir unilateralmente um contrato, bem como a possibilidade de fiscalização da sua execução, a aplicação de penalidade ao contratado e a ocupação provisória de seus bens, como descrito no art. 58 da Lei 8.666/93 b. Princípio da indisponibilidade do interesse público Este princípio define os limites da atuação administrativa e decorre do fato de que a impossibilidade de abrir mão do interesse público deve estabelecer ao administrador os seus critérios de conduta. De fato, o agente estatal não pode deixar de atuar, quando as necessidades da coletividade assim exigirem, uma vez que suas atividades são necessárias à satisfação dos interesses do povo Em nome do interesse público, o Administrador pode muito, quase tudo, mas não pode abrir mão do interesse público. Logo, este princípio serve para limitar a atuação dos agentes públicos, evitando o exercício de atividades com a intenção de buscar vantagens individuais 3. Princípios de Direito Administrativo O at. 37 da CF de 1988 lista, dentre outros, os cinco princípios mais relevantes da Administração Pública. Estes são a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência (LIMPE). Eles são os princípios explícitos Na Constituição Federal ainda se encontram princípios implícitos e expressos em disposições infraconstitucionais Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência - = o agentenão podedeixardeatuar o a. Princípio da legalidade O princípio da legalidade decorre da existência do Estado de Direito como uma Pessoa Jurídica responsável por criar o direito, no entanto submissa ao ordenamento jurídico por ela mesmo criado e aplicável a todos os cidadãos O princípio da legalidade é específico ao Estado de Direito, é justamente aquele o qualifica e que lhe dá identidade própria, por isso é considerado basilar para o Regime Jurídico Administrativo O administrador público somente pode atuar conforme determina a lei, amplamente considerada, abarcando todas as formas legislativas. Não havendo previsão legal, está proibida a atuação do ente público e qualquer conduta praticada ao alvedrio do texto, será considerada ilegítima Imperioso distinguir o enfoque de legalidade, em se tratando do Direito Privado e do Direito Público. No primeiro, as relações são travadas por particulares, que visam seus próprios interesses. Prestigia a autonomia das vontades e, então, podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. As relações jurídicas no âmbito privado são baseadas na não contradição à lei. Por outro lado, a legalidade no Direito Público decorre do interesse da coletividade. Significa dizer que, representando os anseios sociais, a Administração só poderá fazer aquilo que a lei determina ou autoriza. Há uma subordinação expressa à lei Tal subordinação à lei não corresponde à conclusão de que o Administrador não poderá empregar o juízo de valor adequado à resolução de determinadocontratempo ocorrido no caso concreto. Tendo em vista que não é possível prever abstratamente a ocorrência de todos os fatos, a discricionariedade é empregada para atender à finalidade legal e, assim sendo, observar o princípio da legalidade Não obstante a exigência de lei ser a regra para que se possa admitir uma atuação administrativa legítima, em determinadas situações, o texto constitucional excepcionaliza este princípio, admitindo atuação à margem das disposições legais: Medidas provisórias: essas são expedidas pelo chefe do Poder Executivo e tem força de lei, podendo ser analisada como lei em sentido material, não se tratando de lei em sentido formal, uma vez que não se submete ao processo legislativo constitucional. Além disso, estes atos são precários, em virtude da possibilidade - Dire . Privado M P, estado de defesae sítio aAdmpoderá fazero que uma MP autoriza MP não é lei , mas têm forçadeuma de desfazimento pelo Congresso Nacional, dentro do prazo definido na Constituição Estado de Defesa: trata-se de um instrumento de defesa do Estado e, na vigência deste, alguns direitos e garantias fundamentais ficam restringidos, como ocorre com o direito de reunião e o sigilo das correspondências e das comunicações telefônicas Estado de Sítio: trata-se de mais uma medida que visa à proteção do Estado e da ordem pública, desta vez com a imposição de restrições mais amplas e graves e, devendo, portanto, ser utilizadas em situações consideradas mais graves, como a declaração de guerra e a resposta à agressão armada estrangeira b. Princípio da impessoalidade Este princípio se traduz na ideia de que a atuação do agente público deve- se pautar pela busca dos interesses da coletividade, não visando a beneficiar ou prejudicar ninguém em especial, ou seja, a norma prega a não discriminação das condutas administrativas que não devem ter como mote a pessoa que será atingida pelo seu ato A Administração Pública deve tratar a todos sem favoritismos, nem perseguições, simpatias ou animosidades políticas ou ideológicas O art. 37, II, da Constituição, fez referências a ações concretas desse princípio, ao prever que todos devem concorrer de forma igual para ingresso em concurso público, bem como no art. 37, XXI, que determina que todos os licitantes têm direito a concorrer de forma igualitária Quando o agente público atua, não é a pessoa do agente que pratica o ato, mas o Estado – órgão que ele representa. Assim sendo, a vontade do agente público se confunde com a própria pessoa jurídica estatal, não se admitindo a responsabilização do administrador pelos danos causados a terceiros, ou mesmo seu reconhecimento pelos benefícios gerados à coletividade, exemplificado pelo art. 37, §1º da CF: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos” → teoria doórgão Na mesma esteira, o STF tem determinado que o dano causado por um agente público a terceiro enseja a possibilidade de se propor uma ação em face do Estado, não do agente público diretamente Por fim, costuma-se apontar como violação do princípio da impessoalidade a nomeação de parentes e cônjuges para assunção de cargos públicos com funções de direção, chefia ou assessoramento, por se tratar de ato praticado com clara intenção de beneficiar um particular, sem preocupação real com o interesse público, com a edição da Súmula nº13. Esta súmula veda a realização de designações recíprocas (nepotismo cruzado), ou seja, não se admite que, e forma indireta, se garanta a nomeação do parente do agente público, por meio de troca de favores ou favorecimentos pessoas para parentes de outros agentes A jurisprudência da Suprema Corte se manifestou no sentido da inaplicabilidade da vedação ao nepotismo quando se tratar de nomeação de agentes para o exercício de cargos políticos, desde que o sujeito tenha condições técnicas de exercer o dever público a ele transferido por meio de convocação OBSERVAÇÃO: Nepotismo cruzado Acontece, por exemplo, quando um deputado estadual nomeia como assessor um irmão de uma juíza e esta, por sua vez, nomeia à esposa daquele como assessora OBSERVAÇÃO: Princípio da intranscedência Trata-se de princípio que excepcionaliza a ideia de impessoalidade. Este princípio inibe a aplicação de severas sanções a entidades federativas por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos Exemplo: o STF negou o pedido da União de se determinar a suspensão das condições de inadimplente de Estado-Membro, bem como das limitações delas decorrentes, uma vez que as irregularidades praticadas pelo ente federado foram decorrentes da atuação da gestão anterior A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. A Súmula 615 do STJ é de matéria de direito administrativo e fala sobre o princípio da intranscendência subjetiva das sanções. Enunciado da Súmula: "Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do município em cadastros restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente cometidos." Súmula 13 do STF ↳teoriado órgão - a→A aFa e→ a c→A (Súmula 61 S da STJ) € c. Princípio da moralidade Trata-se de princípio que exige a honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa – ou seja, a atuação não corrupta dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado. Esta norma estabelece a obrigatoriedade de observância a padrões éticos de conduta, para que se assegure o exercício da função pública de forma a atender às necessidades coletivas Por ser a moralidade um conceito jurídico indeterminado, normalmente a jurisprudência aplica a sua violação como vício de legalidade da atuação administrativa. Entretanto este é um princípio autônomo que busca sempre a preservação da moralidade jurídica, isto é, uma atuação em que o administrador vise alcançar o bem estar de toda a coletividade e dos cidadãos os quais a conduta se dirige Este conceito foi protegido no art. 5º, LXXIII, que prevê o cabimento de Ação Popular para anulação de ato lesivo ao patrimônio público à moralidade administrativa d. Princípio da publicidade Trata-se da premissa que proíbe a edição de atos secretos pelo poder público, definindo a ideia de que a Administração deve atuar de forma plena e transparente. A administração não age em nome próprio e, por isso, nada mais justo que o maior interessado – o cidadão – tenha acessa ao que acontece com seus direitos A publicidade tem grande abrangência, não só pela divulgação oficial, mas também para conhecimento e fiscalização interna de seus agentes. Para assegurar tal prerrogativa, a Constituição da República, no seu art. 5º, XXXIII, garante o direito à informação, além do seu art. 5º, LXXII, que nos confere a garantia do habeas data, como remédio para solucionar qualquer controvérsia violadora deste direito A sociedade só poderá controlar os atos administrativos se estes forem devidamente publicados. Além disso, a publicidade é um requisito de eficácia dos atos administrativos, definindo que mesmo depois de expedidos regulamente, estes atosnão produzem efeitos em relação à sociedade antes de ▪ Publicidade Formal: é a mera publicação em órgãos oficiais dos atos administrativos (as informações estão disponíveis para os que queiram acessá-las). Esta é a vertente preponderante no texto Constitucional. ✔▪ Publicidade Material ou Real: a simples publicação em sentido formal não é suficiente, devendo o estado promover a publicização de tais atos, a fim de que, de fato, todos tenham real acesso às decisões. Não é adotada como regra. ❌ Portanto, creio o erro residir no trecho inicial da assertiva: "A publicidade exigida constitucionalmente é material ou real..." ❌ → padrões éticos Observação = garantida sua publicidade. Ademais, o conhecimento do ato pela sociedade é imprescindível na contagem de prazos, que só tem início a partir da publicação Convém deixar claro a distinção entre publicidade e publicação. Esta é apenas uma das manifestações da publicidade. Aquela é gênero, ao passo que publicação é espécie A desobediência ao princípio da publicidade pode caracterizar improbidade administrativa, conforme art. 11, inciso IV da Lei 8.429/92: Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (...) IV - negar publicidade aos atos oficiais i. Exceções ao princípio da publicidade Frisa-se que este princípio não é absoluto, porquanto a própria CF ressalva que devem ser resguardadas a segurança nacional e o relevante interesse coletivo, o que poderá, de forma fundamentada, excepcionalizar o princípio da publicidade. Dessa forma, o art. 24 da lei 12.527/2011 define que são consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: x Pôr em risco a defesa do Estado e a soberania nacional ou a integridade do território nacional x Prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais x Pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população x Oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País x Prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicas das Forças Armadas → dequalquer ifarincipáu = x Comprometer atividades de inteligência, bem como investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações Além disso, o texto constitucional estabelece algumas limitações ao princípio da publicidade: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação” e. Princípio da eficiência Eficiência é produzir bem, com qualidade e menos gastos. Uma atuação eficiente da atividade administrativa é aquela realizada com presteza e, acima de tudo, um bom desempenho funcional. Buscam-se sempre melhores resultados práticos e menos desperdício, nas atividades estatais, uma vez que toda a coletividade se beneficia disso O princípio da eficiência apresenta dois aspectos: pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público A eficiência aparece como requisito indispensável ao funcionalismo público, em se tratando da aquisição de estabilidade e, em caso contrário, da sua perda, como se vê no art. 41 da CF. Um servidor público, para adquirir sua estabilidade, precisa ser aprovado em concurso público, nomeado em cargo de provimento efetivo, cumprir os três anos de efetivo exercício e ser aprovado em → intimidade , vidaprivada , imagemehonra { ligado comaespecificidade avaliação especial de desempenho que representa instrumento para se exigir mais dos servidores A LC n. 101/2000 introduziu no texto constitucional, em seu art. 169, regras quanto à racionalização da máquina administrativa (este artigo afasta a teoria da reserva do possível). A Administração Pública não pode, com despesa de pessoal, seja ativo ou inativo, exceder os limites previstos em lei: Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar (...) § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências I- redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II- exoneração dos servidores não estáveis. Por fim, uma prestação de serviços eficiente deve garantir uma célere solução de controvérsias, razão pela qual, a eficiência está diretamente ligada ao princípio da celeridade nos processos administrativos, inserido na Constituição da república, em seu art. 5º, LXXVIII que dispõe que a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação f. Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa Trata-se de princípios expressos no texto constitucional, em seu art. 5º, LV, como garantia fundamental do cidadão. Em síntese, é o direito conferido ao particular de saber o que acontece no processo administrativo ou judicial de seu interesse, bem como o direito de se manifestar na relação processual, requerendo a produção de provas e provocando sua tramitação. A garantia de conhecimentos dos atos processuais e a manifestação do particular em sua defesa são decorrência lógica do princípio do devido processo legal O contraditório permite a participação do interessado na condução do feito, tendo o poder de influenciar na decisão proferida, concedendo ao julgador a sua visão acerca do tema discutido Reserva dopossível contraditório ampla defesa lllontraditóuo = saber o queacontece parapoder influenciarna decisão Ampladefesa = poder se manifestarda formacorreta No que tange ao princípio da ampla defesa, este representa uma consequência do devido processo legal, porém tendo base e regras específicas. A garantia de defesa significa dar à parte o direito de defender-se, independentemente de ela usar ou não o prazo que lhe é concedido. Este princípio garante à parte o direito de defesa, conferindo ao cidadão o direito de alegar e provar o que alega, podendo se valer de todos os meios e recursos disponíveis para a busca da verdade real Para a sua aplicação, são observadas as seguintes regras: x O caráter prévio da defesa, que deve anteceder o ato de julgamento. Todavia, em situações emergenciais, nas quais o interesse público esteja em perigo, admite-se que a atuação administrativa anteceda a manifestação do particular, em decorrência da supremacia do interesse público sobre o privado (contraditória diferido) x O direito à informação geral decorrente do contraditório, no sentido de dar acesso ao processo x O direito de solicitar produção de provas x A defesa técnica, sendo realizada pelo representante legal do interessado, que contribui substancialmente para o equilíbrio e a legalidadedo processo. É de se dizer, no entanto, que o STF decidiu, mediante a Súmula Vinculante n. 5, que a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição x O direito de interposição de recurso na seara administrativa, independentemente de previsão expressa em lei g. Princípio da continuidade Traduz-se na ideia de prestação ininterrupta da atividade administrativa. Trata-se, portanto, de exigência no sentido de que a atividade do Estado seja contínua, não podendo parar a prestação dos serviços, não comportando falhas ou interrupções já que muitas necessidades da sociedade são inadiáveis (serviços essenciais, art. 10, lei nº7.783), como é o exemplo dos serviços de fornecimento de água e energia elétrica à população em gera servidor público, em sentido estrito, tem direito à greve e à sindicalização. Súmula n° 5 do STF - A falta d e d e f e s a t é c n i c a p o r a d v o g a d o n o p r o c e s s o administrativo disciplinar não ofende a Constituição. → por exemplo , art . 9 do CPC → ligado ao itounáosiada indisponibilidade Com efeito, ao tratar dos servidores públicos civis, em seu art. 37, VII, a Carta Magna definiu o direito de greve a estes agentes nos termos e condições estabelecidos em lei específica, garantindo ainda o direito à livre associação sindical, no art. 37, VI. O Superior Tribunal de Justiça decidiu que, se o servidor exercer o direito de greve de forma legal, embora não tenha direito à remuneração pelos dias parados, haja vista não tenha havido a prestação do serviço a ensejar o pagamento da contraprestação, não deve sofrer o corte da remuneração durante o exercício deste direito, desde que o movimento paredista tenha sido realizado licitamente (avisada antecedência de, no mínimo, 24h; manter porcentagem mínima de continuidade do serviço e; deve decorre de descumprimento ou omissão do poder público) A Lei 8.987/95 dispõe no §30 do art. 60, dispõe que não há violação ao princípio da continuidade quando tal interrupção decorre de emergência ou, após prévio aviso, motivado por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações e por inadimplemento do usuário, a fim de não causar o enriquecimento sem causa do terceiro h. Princípio da autotutela Trata-se do poder que a Administração Pública possui de ter o controle dos seus atos em suas mãos, podendo ela mesma revê-los para trazer regularidade às suas condutas. Nesses casos, o ente estatal tem a garantia de anular os atos praticados em suas atividades essenciais, quando ilegais, ou revogá-los, quando inoportunos ou inconvenientes, sem que seja necessária a interferência do Poder Judiciário Súmula nº 346 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial” Verifica-se, de uma análise do dispositivo transcrito, que não precisa a Administração ser provocada para rever seus próprios atos, podendo ser feito o controle de ofício Ademais, o exercício da autotutela não afasta a incidência da tutela jurisdiciona. Com efeito, caso o particular se sinta prejudicado pelo ato, ainda que não obtenha êxito no requerimento administrativo de anulação da conduta, - . = . Anular = ilegal Revogar = inoportuno /inconveniente → deofício poderá recorrer ao judiciário para que seja novamente verificada a legalidade da atuação estatal impugnada Por fim, observe-se ainda que a anulação de atos ilegais pelo poder público não se configura como uma faculdade do administrador, mas sim um poder-dever, não sendo lícito que deixe de efetivar a retirada do ato em desconformidade com o ordenamento jurídico, ainda que não tenha sido provocado por nenhum interessado No âmbito da administração pública federal, a lei 9.784/99 prevê um prazo de cinco anos para rever os atos que sejam favoráveis a particulares (revisão de atos ilegais), salvo má-fé do beneficiado As seguintes situações que não são passíveis de revogação: de atos vinculados, pois são desprovidos de conveniência; de atos que já exauriram seus efeitos, visto que a revogação não retroage; de atos que não estão na esfera de competência da autoridade i. Princípio da razoabilidade Este princípio visa impedir uma atuação desarrazoada ou despropositada do Administrador, definindo que o agente não se pode valer de seu cargo ou função, com a falsa intenção de cumprir a lei, para agir de forma ilegal e arbitrária fora dos padrões éticos e adequados ao senso comum. Este princípio representa certo limite para discricionariedade do administrador, uma vez que, mesmo diante de situações em que a lei define mais de uma possibilidade de atuação, a interpretação do agente estatal deve-se pautar pelos padrões de escolha efetivados pelo homem médio da sociedade, sem o cometimento de excessos Quando uma determinada decisão administrativa for proferida de forma desarrazoada, sob alegação de análise de critérios de oportunidade e conveniência, esta conduta será ilegal e ilegítima, por ofender a lei em sua finalidade e poderá o Poder judiciário corrigir a violação, realizando o controle de legalidade da atuação viciada. Dessa forma, todas as vezes que o mérito administrativo extrapola os limites da lei, seja por atuação que afronta expresso dispositivo legal, seja pela violação ao princípio da razoabilidade, compete ao judiciário, desde que provocado, sanar o vício da conduta estatal, determinando a anulação do ato ilícito (o judiciário avaliará o mérito) - j. Princípio da Proporcionalidade Espera-se sempre uma atuação proporcional do agente público, um equilíbrio entre os motivos que deram ensejo à prática do ato e a consequência jurídica da conduta. A grande finalidade deste preceito é evitar abusos na atuação de agentes públicos, ou seja, impedir que as condutas inadequadas desses agentes ultrapassem os limites no que tange à adequação, no desempenho de suas funções em relação aos fatos que ensejaram a conduta do Estado. Logo, buscar um equilíbrio entre o ato praticado e os fins a serem alcançados pela Administração Pública é a essencialidade desse princípio Alguns autores entendem que esse princípio está contido no da razoabilidade - o que não é uma total inverdade, pois ambos estabelecem uma necessidade de valoração de adequação da conduta do agente estatal - dentro dos parâmetros da sociedade. No âmbito federal, a Lei 9.784/99 trata os dois princípios separadamente, em seu art. 2°, ao definir os princípios orientadores da atuação administrativa O agente público não pode tomar providências mais intensas e mais extensas do que as requeridas para os casos concretos, sob pena de invalidação, por violar a finalidade legal e, consequentemente, a própria lei. Importante ressaltar que este princípio não está previsto de forma expressa na Constituição, embora alguns dispositivos constitucionais o mencionem por via reflexa, como se vê na conjugação do art. 37 com o art. 50, inciso II e art. 84, todos da CF/88 Nesses casos, compete ao Poder Judiciário, desde que provocado pelo interessado, anular o ato praticado, por violação à proporcionalidade. Ressalte- se que a decisão judicial não pode reaplicar a pena, pois isso configuraria invasão do mérito administrativo Por derradeiro, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal subdivide o princípio da proporcionalidade em 3 subprincípios, a saber: adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. O subpríncípio da proporcionalidade strictu sensu consiste em uma ponderação entre a intensidade da restrição ao direito fundamental e a importância da realização do direito fundamental, apresentando-se como um verdadeiro equilíbrio de valores ebens. Por seu turno, o subprincípio da adequação revela-se na utilização da medida adequada, idônea para atingir o fim pretendido, enquanto que o = . Observação= subprincípio da necessidade se reflete na avaliação de medida restritiva de direito, com vistas a definir se é realmente necessária para atingir o fim proposto ou se existe uma medida menos danosa que atende a esse fim k. Princípio da motivação É dever imposto ao ente estatal indicar os pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática dos atos administrativos. Dessa forma, a validade da atuação administrativa depende da apresentação formal dos fundamentos fáticos e jurídicos justificadores da decisão adotada, assim como da correlação lógica entre esses motivos e a conduta deles decorrentes, demonstrando que a atividade estatal se direciona à busca do interesse da coletividade Assim como o princípio da publicidade, a motivação é indispensável ao controle dos atos administrativos, uma vez que demonstra à sociedade as razões pelas quais o poder público atuou de determinada forma, tornando possível a análise dos cidadãos acerca da legitimidade e adequação de seus motivos A corrente majoritária, entende que a motivação é obrigatória, consagrada em diversos dispositivos da CF/88, como no art. 10, inciso II, art. 50, incisos XXXV e XXXIII, bem como o art. 93, inciso X No caso de cargos “ad nuntum” (ministros, secretários) de contratação e demissão não é necessária a motivação l. Princípio da isonomia A isonomia, analisada formalmente, veda tratamento diferenciado às pessoas por motivos de índole pessoal, de forma a garantir-se uma padronização de condutas do Estado em relação aos cidadãos. Por seu turno, em seu aspecto material, a isonomia justifica tratamento diferenciado como forma de igualar juridicamente aqueles que são desiguais faticamente. Nesse sentido, o preceito determina que a Administração Pública deve tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida das suas desigualdades Sendo assim, todas as vezes que a norma estatal definir critérios de tratamento diferenciado entre os seus destinatários, torna-se relevante a análise → em sentidomaterial da adequação entre essas regras e os motivos que ensejaram a referida discriminação Uma interessante situação fática de aplicação do princípio da isonomia é a admissão da legitimidade de fixação de limite de idade em concurso público quando previsto em lei e que possa ser justificado pela natureza das atribuições do caro a ser preenchido, em que pese a redação do art. 30, inciso IV da CF, que veda preconceitos com base na origem, raça sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação, ressalvados os casos em que a natureza das atribuições do cargo assim justificar. Neste entendimento, é o que dispõe a Súmula Vinculante nº 683, que diz: Súmula 683 – O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 70, inciso XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido m. Princípio da finalidade Trata-se de princípio que é alvo de divergência doutrinária relevante no que tange ao seu conceito e aplicação. Com efeito, defendem alguns doutrinadores que se trata de manifestação de princípio da impessoalidade. Dessa forma, a impessoalidade impede a conduta estatal orientada no sentido de beneficiar determinada pessoa, devendo se ater, nas suas atuações, a alcançar a finalidade pública Em sentido diametralmente oposto, Celso Antônio Bandeira de Mello29 defende tratar-se de um princípio autônomo, que determina a atuação do agente público, sempre visando a finalidade pública previamente estipulada pela lei. Assim, a finalidade estaria intimamente ligada ao princípio da legalidade, haja vista exigir que o poder público atue em respeito às disposições legais e visando alcançar os objetivos de interesse público que estão definidos na legislação Com efeito, pode-se definir que, de acordo com o princípio da finalidade, a norma administrativa deve ser interpretada e aplicada pelo agente do Estado da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige. Deve- se ressaltar que o que explica, justifica e confere sentido a uma norma é precisamente a finalidade a que se destina. STF ☐ Dessa forma, a lei 4.717/65, em seu art. 2°, parágrafo único, "e" dispõe que: O desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência Ressalte-se que o desvio de poder (ou desvio de finalidade na prática do ato administrativo) configura espécie do gênero abuso de poder e, portanto, qualquer conduta que seja orientada pela obtenção de resultados diversos daqueles definidos na lei pode ser considerada abusiva e, consequentemente, passível de anulação n. Princípio da especialidade A especialidade se baseia no princípio da indisponibilidade do interesse público e do dever de eficiência na execução da atividade administrativa, inerente aos órgãos estatais, o que justifica a necessidade de descentralização dos serviços do Estado e da desconcentração de atividades dentro da estrutura orgânica da Administração. Com efeito, na incessante busca pela eficiência da atividade administrativa, em determinadas situações os entes estatais transferem a terceiros especializados a execução de alguns serviços públicos. Isso ocorre porque a especialização em determinada atividade acaba por ensejar uma maior eficiência, com a obtenção de resultados positivos, haja vista o faro de que essas entidades dedicam todos os seus esforços na execução de uma única função, não dividindo suas tarefas para execução de outros serviços transferência dos serviços a pessoas jurídicas diversas recebe o nome de descentralização, haja vista o fato de que a prestação, até então centralizada, é entregue a outra entidade. Em tais casos, o ente público atribui a execução de serviços públicos a entidades criadas pelo próprio Estado, com finalidade de execução de atividades específicas Nesse sentido, mediante disposição de lei específica se criam entidades com personalidade jurídica própria e capacidade de autoadministração para que executem algumas atividades de interesse da sociedade, cuja prestação tenha lhes sido transferida de forma especializada. Essas entidades têm finalidade = externo = órgão especificada na própria Lei responsável pela sua criação, estando ela vinculada ao fim que a instituiu (art. 37, XIX, CF/88) o. Princípio da segurança jurídica Trata-se de princípio geral do direito, base do Estado de Direito que garante aos cidadãos não serem surpreendidos por alterações repentinas na ordem jurídica posta. Configura corolário do direito como norma de pacificação social. Assim sendo, as modificações supervenientes de normas jurídicas não devem retroagir para atingir situações pretéritas, sob pena de se tornar instável o sistema de regras imposto pelo Poder Público, causando transtorno social. O preceito está incluído expressamente como princípio norteador da atividade administrativa, no caput do art. 2°, da lei 9.784/99. Ainda nesse sentido, o mesmo diploma legal define, em seu art. 2°, parágrafo único, XIII, que a mudança de interpretação em relação a dispositivos legais não pode atingir situações já consolidadas Ademais, é relevante ressaltar que a aplicação do princípio da segurança jurídica deve ter como base a boa-fé daqueles que se valiam da situação anterior para seu benefício, não podendo configurar uma forma de beneficiar os particulares pela torpeza de suas condutas. Trata-se do princípio de proteção à confiança. Dessa forma, caso a Administração Pública pratique atos em benefício de determinados particulares não pode, posteriormente, sob a alegação de que imprimiunova interpretação à norma legal, retirar o benefício anteriormente concedido Dessa forma, a segurança jurídica é tratada no âmbito do Direito Administrativo sob dois enfoques: Aspecto objetivo: a segurança jurídica relaciona-se com a estabilidade das relações jurídicas, por meio da proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada (art. 50, inciso XXXVI da CF) Aspecto subjetivo: considera-se o indivíduo em relação aos atos praticados pela Administração Pública, levando-se em conta a boa-fé do administrado, valor que não se pode ser ignorado em um Estado Democrático de Direito p. Princípio da presunção da legitimidade e veracidade das condutas estatais Trata-se de princípio que define características aos atos administrativos, em decorrência da supremacia do interesse público sobre o interesse privado. Desta feita, até que o particular atingido pela atuação estatal prove em contrário – uma vez que as presunções são relativas ou juris tantum -, o ato administrativo estampa uma situação de fato real, ou seja, o ato goza de fé pública e os fatos apresentados em sua prática presumem-se verdadeiros, em conformidade com os fatos efetivamente ocorridos. Ressalte-se, assim, que a presunção de veracidade não é absoluta (ou juris et jure), uma vez que a situação descrita pela conduta do poder público admite prova em contrário pelo particular interessado. Da mesma forma, existe uma presunção relativa de que as condutas administrativas foram praticadas em conformidade com a lei, sendo consideradas legítimas e aptas a produzir efeitos. Nesse sentido, o Estado não tem o dever de provar todas as situações fáticas descritas no ato, devendo o particular lesado, em muitos casos, comprovar a falsidade das disposições. Com efeito, a presunção de veracidade diz respeito a fatos e causa a inversão do ônus da prova dos fatos alegados no ato administrativo No que tange à presunção de legitimidade, trata-se de presunção jurídica; portanto, até prova em contrário, o ato foi editado em conformidade com a lei e com o ordenamento jurídico configurando-se, mais uma vez, hipótese de presunção relativa, que pode ser elidida mediante comprovação do interessado 4. Inobservância dos princípios Sendo inegável a força coercitiva dos princípios, considerados como mola propulsora para as demais regras do sistema, a inobservância daqueles acarreta uma violação a todo o sistema de comandos, e não somente a um mandamento obrigatório específico. Representa uma agressão contra todo o sistema, sendo passível de aplicação da Lei 8.429/92 (Lei de improbidade administrativa), em seu art. 11, que descreve atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da Administração Pública Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições inversãodoOnus daprova
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