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Regime jurídico administrativo

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Prévia do material em texto

Regime jurídico administrativo 
 
1. Definição 
O direito administrativo pode ser conceituado como um conjunto 
harmônico de princípios que orienta toda a atuação administrativa, definindo as 
prerrogativas e restrições que são aplicadas ao Estado 
O regime jurídico administrativo nada mais é que o conjunto harmônico de 
princípios que definem a lógica de atuação do ente público, a qual se baseia na 
existência de limitações e prerrogativas em face do interesse público. Esses 
princípios devem resguardar essa lógica, havendo, entre eles, um ponto de 
coincidência 
Pode-se estabelecer que a Carta Magna é a base para a definição de 
todos os princípios que orientam a atuações administrativa, no entendo, alguns 
deles não estão expressamente dispostos na Lei Maior, decorrendo, todavia, de 
sua interpretação pelos estudiosos 
 
a. Princípios e regras 
Os princípios devem ser encarados como normas gerais coercitivas que 
orientam a atuação do indivíduo, definindo valores a serem observados nas 
condutas por ele praticadas. Estes são proposições básicas, fundamentais, 
típicas, que condicionam todas as estruturas e institutos subsequentes de 
uma disciplina. Os princípios do Direito Administrativo definem a organização e 
a forma de atuar do ente estatal, estabelecendo o sentido geral de sua atuação 
As regras se caracterizam por disposições que definem a atuação do 
indivíduo diante de determinada situação concreta. Desse modo, as regras 
aplicadas ao Direito Administrativo estabelecem a forma e o momento de 
atuação do ente público, em observância a um determinado acontecimento que 
precipita suas atividades 
O conflito entre regras resulta em antinomia situação em que se torna 
necessária a retira de uma das regras do ordenamento jurídico, haja a vista a 
incompatibilidade entre ambas, desde que pertençam ao mesmo ordenamento 
e tenham o mesmo âmbito de validade (antinomia jurídica própria) 
Regime jurídico administrativo 
Resumo feito por Amanda Grilo de Oliveira 
Abs = Antinomia jurídica
- própria : regras
- imprópria : primários
O aplicador adotando um dos princípios que afaste o outro, não faz com 
que este seja eliminado do sistema, pois em outro caso, diante do mesmo 
princípio, este poderá a vir prevalecer (antinomia jurídica imprópria) 
 
b. Conteúdo do regime jurídico administrativo 
A atuação administrativa deve ser orientar pela busca do interesse 
público, razão pela qual, a doutrina diferencia este conceito em interesse público 
primário e interesse público secundário 
O interesse primário é composto pelas necessidades da sociedade, ou 
seja, dos cidadãos enquanto partícipes da coletividade, não se confundindo com 
a vontade da máquina estatal, a qual configura o interesse público secundário 
O poder público tem personalidade jurídica própria e, por isso, tem os seus 
interesses individuais. Dessa forma, a busca indevida dos interesses 
secundários abrindo mão dos interesses primários enseja abuso de poder do 
Estado 
Em suma, o interesse público primário é o interesse do indivíduo desta 
sociedade e o interesse público secundário são as necessidades do Estado 
como sujeito de direito. Havendo conflitos entre os referidos interesses 
prevalecerá o interesse público primário 
 
2. Supraprincípios ou pedras de toque 
Segundo Celso Antônio Bandeira de Melo, a base do Regime Jurídico 
Administrativo é delineada mediante dois princípios, denominados “pedras de 
toque” e “supraprincípios”. São eles: o princípio da supremacia do interesse 
público sobre o privado e o princípio da indisponibilidade do interesse público 
sobre o privado, visto que estes dois princípios servem de supedâneo para a 
visualização de diversos outros 
 
a. Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado 
O interesse público é supremo sobre o interesse particular, e todas as 
condutas estatais têm como finalidade a satisfação das necessidades coletivas 
(interesse público primário). Neste sentido, os interesses da sociedade devem 
prevalecer diante das necessidades específicas dos indivíduos, havendo a 
interesseprimário = sociedade
interesse secundário =órgãoda
Adm .
→supremaciaa indisponibilidade
=
-
→ não éexpresso
sobreposição das garantias do corpo coletivo, quando em conflito com as 
necessidades de um cidadão isoladamente 
Não se trata de um princípio expresso, ou seja, não está escrito no texto 
constitucional, embora existam inúmeras regras que impliquem em suas 
manifestações de forma concreta, como o previsto na CF/88 com a possibilidade 
de desapropriação (5º, XXIV) e na requisição administrativa (art. 5º, XXV), por 
exemplo 
Também se verificar o princípio da supremacia quando do estudo dos 
contratos administrativos e das suas chamadas cláusulas exorbitantes, que 
permitem à Administração modificar ou rescindir unilateralmente um contrato, 
bem como a possibilidade de fiscalização da sua execução, a aplicação de 
penalidade ao contratado e a ocupação provisória de seus bens, como descrito 
no art. 58 da Lei 8.666/93 
 
b. Princípio da indisponibilidade do interesse público 
Este princípio define os limites da atuação administrativa e decorre do fato 
de que a impossibilidade de abrir mão do interesse público deve estabelecer ao 
administrador os seus critérios de conduta. De fato, o agente estatal não pode 
deixar de atuar, quando as necessidades da coletividade assim exigirem, uma 
vez que suas atividades são necessárias à satisfação dos interesses do povo 
Em nome do interesse público, o Administrador pode muito, quase tudo, 
mas não pode abrir mão do interesse público. Logo, este princípio serve para 
limitar a atuação dos agentes públicos, evitando o exercício de atividades com a 
intenção de buscar vantagens individuais 
 
3. Princípios de Direito Administrativo 
O at. 37 da CF de 1988 lista, dentre outros, os cinco princípios mais 
relevantes da Administração Pública. Estes são a legalidade, a impessoalidade, 
a moralidade, a publicidade e a eficiência (LIMPE). Eles são os princípios 
explícitos 
Na Constituição Federal ainda se encontram princípios implícitos e expressos 
em disposições infraconstitucionais 
 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta 
de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência
-
=
o agentenão podedeixardeatuar
o
a. Princípio da legalidade 
O princípio da legalidade decorre da existência do Estado de Direito como 
uma Pessoa Jurídica responsável por criar o direito, no entanto submissa ao 
ordenamento jurídico por ela mesmo criado e aplicável a todos os cidadãos 
O princípio da legalidade é específico ao Estado de Direito, é justamente 
aquele o qualifica e que lhe dá identidade própria, por isso é considerado basilar 
para o Regime Jurídico Administrativo 
O administrador público somente pode atuar conforme determina a lei, 
amplamente considerada, abarcando todas as formas legislativas. Não havendo 
previsão legal, está proibida a atuação do ente público e qualquer conduta 
praticada ao alvedrio do texto, será considerada ilegítima 
Imperioso distinguir o enfoque de legalidade, em se tratando do Direito 
Privado e do Direito Público. No primeiro, as relações são travadas por 
particulares, que visam seus próprios interesses. Prestigia a autonomia das 
vontades e, então, podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. As relações 
jurídicas no âmbito privado são baseadas na não contradição à lei. Por outro 
lado, a legalidade no Direito Público decorre do interesse da coletividade. 
Significa dizer que, representando os anseios sociais, a Administração só poderá 
fazer aquilo que a lei determina ou autoriza. Há uma subordinação expressa à 
lei 
Tal subordinação à lei não corresponde à conclusão de que o 
Administrador não poderá empregar o juízo de valor adequado à resolução de 
determinadocontratempo ocorrido no caso concreto. Tendo em vista que não é 
possível prever abstratamente a ocorrência de todos os fatos, a 
discricionariedade é empregada para atender à finalidade legal e, assim sendo, 
observar o princípio da legalidade 
Não obstante a exigência de lei ser a regra para que se possa admitir uma 
atuação administrativa legítima, em determinadas situações, o texto 
constitucional excepcionaliza este princípio, admitindo atuação à margem das 
disposições legais: 
Medidas provisórias: essas são expedidas pelo chefe do Poder Executivo e tem 
força de lei, podendo ser analisada como lei em sentido material, não se tratando 
de lei em sentido formal, uma vez que não se submete ao processo legislativo 
constitucional. Além disso, estes atos são precários, em virtude da possibilidade 
-
Dire . Privado
M P, estado de defesae sítio
aAdmpoderá fazero que uma MP autoriza
MP não é lei
,
mas têm forçadeuma
de desfazimento pelo Congresso Nacional, dentro do prazo definido na 
Constituição 
Estado de Defesa: trata-se de um instrumento de defesa do Estado e, na 
vigência deste, alguns direitos e garantias fundamentais ficam restringidos, como 
ocorre com o direito de reunião e o sigilo das correspondências e das 
comunicações telefônicas 
Estado de Sítio: trata-se de mais uma medida que visa à proteção do Estado e 
da ordem pública, desta vez com a imposição de restrições mais amplas e graves 
e, devendo, portanto, ser utilizadas em situações consideradas mais graves, 
como a declaração de guerra e a resposta à agressão armada estrangeira 
 
b. Princípio da impessoalidade 
Este princípio se traduz na ideia de que a atuação do agente público deve-
se pautar pela busca dos interesses da coletividade, não visando a beneficiar ou 
prejudicar ninguém em especial, ou seja, a norma prega a não discriminação das 
condutas administrativas que não devem ter como mote a pessoa que será 
atingida pelo seu ato 
A Administração Pública deve tratar a todos sem favoritismos, nem 
perseguições, simpatias ou animosidades políticas ou ideológicas 
O art. 37, II, da Constituição, fez referências a ações concretas desse 
princípio, ao prever que todos devem concorrer de forma igual para ingresso em 
concurso público, bem como no art. 37, XXI, que determina que todos os 
licitantes têm direito a concorrer de forma igualitária 
Quando o agente público atua, não é a pessoa do agente que pratica o 
ato, mas o Estado – órgão que ele representa. Assim sendo, a vontade do agente 
público se confunde com a própria pessoa jurídica estatal, não se admitindo a 
responsabilização do administrador pelos danos causados a terceiros, ou 
mesmo seu reconhecimento pelos benefícios gerados à coletividade, 
exemplificado pelo art. 37, §1º da CF: 
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter 
educativo, informativo ou de orientação social, dela não 
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos” 
→ teoria doórgão
Na mesma esteira, o STF tem determinado que o dano causado por um 
agente público a terceiro enseja a possibilidade de se propor uma ação em face 
do Estado, não do agente público diretamente 
Por fim, costuma-se apontar como violação do princípio da 
impessoalidade a nomeação de parentes e cônjuges para assunção de cargos 
públicos com funções de direção, chefia ou assessoramento, por se tratar de ato 
praticado com clara intenção de beneficiar um particular, sem preocupação real 
com o interesse público, com a edição da Súmula nº13. Esta súmula veda a 
realização de designações recíprocas (nepotismo cruzado), ou seja, não se 
admite que, e forma indireta, se garanta a nomeação do parente do agente 
público, por meio de troca de favores ou favorecimentos pessoas para parentes 
de outros agentes 
A jurisprudência da Suprema Corte se manifestou no sentido da 
inaplicabilidade da vedação ao nepotismo quando se tratar de nomeação de 
agentes para o exercício de cargos políticos, desde que o sujeito tenha 
condições técnicas de exercer o dever público a ele transferido por meio de 
convocação 
 
OBSERVAÇÃO: Nepotismo cruzado 
Acontece, por exemplo, quando um deputado estadual nomeia como assessor 
um irmão de uma juíza e esta, por sua vez, nomeia à esposa daquele como 
assessora 
 
OBSERVAÇÃO: Princípio da intranscedência 
Trata-se de princípio que excepcionaliza a ideia de impessoalidade. Este 
princípio inibe a aplicação de severas sanções a entidades federativas por ato 
de gestão anterior à assunção dos deveres públicos 
Exemplo: o STF negou o pedido da União de se determinar a suspensão 
das condições de inadimplente de Estado-Membro, bem como das 
limitações delas decorrentes, uma vez que as irregularidades praticadas 
pelo ente federado foram decorrentes da atuação da gestão anterior 
 
 
 
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em 
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, 
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da 
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, 
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança ou, ainda, de função 
gratificada na administração pública direta e indireta em 
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal. 
A Súmula 615 do STJ é de 
matéria de direito 
administrativo e fala sobre o 
princípio da intranscendência 
subjetiva das sanções.
Enunciado da Súmula: "Não 
pode ocorrer ou permanecer a 
inscrição do município em 
cadastros restritivos fundada 
em irregularidades na gestão 
anterior quando, na gestão 
sucessora, são tomadas as 
providências cabíveis à 
reparação dos danos 
eventualmente cometidos."
Súmula 13
do STF
↳teoriado órgão
-
a→A aFa
e→ a c→A
(Súmula 61 S da STJ)
€
c. Princípio da moralidade 
Trata-se de princípio que exige a honestidade, lealdade, boa-fé de 
conduta no exercício da função administrativa – ou seja, a atuação não corrupta 
dos gestores públicos, ao tratar com a coisa de titularidade do Estado. Esta 
norma estabelece a obrigatoriedade de observância a padrões éticos de 
conduta, para que se assegure o exercício da função pública de forma a atender 
às necessidades coletivas 
Por ser a moralidade um conceito jurídico indeterminado, normalmente a 
jurisprudência aplica a sua violação como vício de legalidade da atuação 
administrativa. Entretanto este é um princípio autônomo que busca sempre a 
preservação da moralidade jurídica, isto é, uma atuação em que o administrador 
vise alcançar o bem estar de toda a coletividade e dos cidadãos os quais a 
conduta se dirige 
Este conceito foi protegido no art. 5º, LXXIII, que prevê o cabimento de 
Ação Popular para anulação de ato lesivo ao patrimônio público à moralidade 
administrativa 
 
d. Princípio da publicidade 
Trata-se da premissa que proíbe a edição de atos secretos pelo poder 
público, definindo a ideia de que a Administração deve atuar de forma plena e 
transparente. A administração não age em nome próprio e, por isso, nada mais 
justo que o maior interessado – o cidadão – tenha acessa ao que acontece com 
seus direitos 
A publicidade tem grande abrangência, não só pela divulgação oficial, 
mas também para conhecimento e fiscalização interna de seus agentes. Para 
assegurar tal prerrogativa, a Constituição da República, no seu art. 5º, XXXIII, 
garante o direito à informação, além do seu art. 5º, LXXII, que nos confere a 
garantia do habeas data, como remédio para solucionar qualquer controvérsia 
violadora deste direito 
A sociedade só poderá controlar os atos administrativos se estes forem 
devidamente publicados. Além disso, a publicidade é um requisito de eficácia 
dos atos administrativos, definindo que mesmo depois de expedidos 
regulamente, estes atosnão produzem efeitos em relação à sociedade antes de 
▪
Publicidade Formal: é a mera publicação em órgãos oficiais dos atos administrativos (as informações estão disponíveis para os que queiram acessá-las). Esta é a 
vertente preponderante no texto Constitucional. 
✔▪
Publicidade Material ou Real: a simples publicação em sentido formal não é suficiente, devendo o estado promover a publicização de tais atos, a fim de que, de fato, 
todos tenham real acesso às decisões. Não é adotada como regra. 
❌
Portanto, creio o erro residir no trecho inicial da assertiva:
"A publicidade exigida constitucionalmente é material ou real..."
❌
→ padrões éticos
Observação =
garantida sua publicidade. Ademais, o conhecimento do ato pela sociedade é 
imprescindível na contagem de prazos, que só tem início a partir da publicação 
Convém deixar claro a distinção entre publicidade e publicação. Esta é 
apenas uma das manifestações da publicidade. Aquela é gênero, ao passo que 
publicação é espécie 
A desobediência ao princípio da publicidade pode caracterizar 
improbidade administrativa, conforme art. 11, inciso IV da Lei 8.429/92: 
Art. 11. Constitui ato de improbidade 
administrativa que atenta contra os princípios da 
administração pública qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às 
instituições, e notadamente: 
(...) IV - negar publicidade aos atos oficiais 
 
i. Exceções ao princípio da publicidade 
Frisa-se que este princípio não é absoluto, porquanto a própria CF 
ressalva que devem ser resguardadas a segurança nacional e o relevante 
interesse coletivo, o que poderá, de forma fundamentada, excepcionalizar o 
princípio da publicidade. Dessa forma, o art. 24 da lei 12.527/2011 define que 
são consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, 
portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso 
irrestrito possam: 
x Pôr em risco a defesa do Estado e a soberania nacional ou a 
integridade do território nacional 
x Prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as 
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas 
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais 
x Pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população 
x Oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou 
monetária do País 
x Prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicas das 
Forças Armadas 
→ dequalquer ifarincipáu
=
x Comprometer atividades de inteligência, bem como investigação 
ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou 
repressão de infrações 
 
Além disso, o texto constitucional estabelece algumas limitações ao 
princípio da publicidade: 
 “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
(...) X - são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação” 
 
e. Princípio da eficiência 
Eficiência é produzir bem, com qualidade e menos gastos. Uma atuação 
eficiente da atividade administrativa é aquela realizada com presteza e, acima 
de tudo, um bom desempenho funcional. Buscam-se sempre melhores 
resultados práticos e menos desperdício, nas atividades estatais, uma vez que 
toda a coletividade se beneficia disso 
O princípio da eficiência apresenta dois aspectos: pode ser considerado 
em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor 
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; 
e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração 
Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na 
prestação do serviço público 
A eficiência aparece como requisito indispensável ao funcionalismo 
público, em se tratando da aquisição de estabilidade e, em caso contrário, da 
sua perda, como se vê no art. 41 da CF. Um servidor público, para adquirir sua 
estabilidade, precisa ser aprovado em concurso público, nomeado em cargo de 
provimento efetivo, cumprir os três anos de efetivo exercício e ser aprovado em 
→ intimidade , vidaprivada , imagemehonra
{
ligado comaespecificidade
avaliação especial de desempenho que representa instrumento para se exigir 
mais dos servidores 
A LC n. 101/2000 introduziu no texto constitucional, em seu art. 169, 
regras quanto à racionalização da máquina administrativa (este artigo afasta a 
teoria da reserva do possível). A Administração Pública não pode, com despesa 
de pessoal, seja ativo ou inativo, exceder os limites previstos em lei: 
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá 
exceder os limites estabelecidos em lei complementar 
(...) § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base 
neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida 
no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
adotarão as seguintes providências 
I- redução em pelo menos vinte por cento das despesas com 
cargos em comissão e funções de confiança; 
II- exoneração dos servidores não estáveis. 
Por fim, uma prestação de serviços eficiente deve garantir uma célere 
solução de controvérsias, razão pela qual, a eficiência está diretamente ligada 
ao princípio da celeridade nos processos administrativos, inserido na 
Constituição da república, em seu art. 5º, LXXVIII que dispõe que a todos, no 
âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do 
processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação 
 
f. Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa 
Trata-se de princípios expressos no texto constitucional, em seu art. 5º, 
LV, como garantia fundamental do cidadão. Em síntese, é o direito conferido ao 
particular de saber o que acontece no processo administrativo ou judicial de seu 
interesse, bem como o direito de se manifestar na relação processual, 
requerendo a produção de provas e provocando sua tramitação. 
A garantia de conhecimentos dos atos processuais e a manifestação do 
particular em sua defesa são decorrência lógica do princípio do devido processo 
legal 
O contraditório permite a participação do interessado na condução do 
feito, tendo o poder de influenciar na decisão proferida, concedendo ao julgador 
a sua visão acerca do tema discutido 
Reserva dopossível
contraditório
ampla defesa
lllontraditóuo = saber o queacontece parapoder influenciarna
decisão
Ampladefesa = poder se manifestarda formacorreta
No que tange ao princípio da ampla defesa, este representa uma 
consequência do devido processo legal, porém tendo base e regras específicas. 
A garantia de defesa significa dar à parte o direito de defender-se, 
independentemente de ela usar ou não o prazo que lhe é concedido. Este 
princípio garante à parte o direito de defesa, conferindo ao cidadão o direito de 
alegar e provar o que alega, podendo se valer de todos os meios e recursos 
disponíveis para a busca da verdade real 
Para a sua aplicação, são observadas as seguintes regras: 
x O caráter prévio da defesa, que deve anteceder o ato de julgamento. 
Todavia, em situações emergenciais, nas quais o interesse público esteja 
em perigo, admite-se que a atuação administrativa anteceda a 
manifestação do particular, em decorrência da supremacia do interesse 
público sobre o privado (contraditória diferido) 
x O direito à informação geral decorrente do contraditório, no sentido de dar 
acesso ao processo 
x O direito de solicitar produção de provas 
x A defesa técnica, sendo realizada pelo representante legal do 
interessado, que contribui substancialmente para o equilíbrio e a 
legalidadedo processo. É de se dizer, no entanto, que o STF decidiu, 
mediante a Súmula Vinculante n. 5, que a falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a 
Constituição 
x O direito de interposição de recurso na seara administrativa, 
independentemente de previsão expressa em lei 
 
g. Princípio da continuidade 
Traduz-se na ideia de prestação ininterrupta da atividade administrativa. 
Trata-se, portanto, de exigência no sentido de que a atividade do Estado seja 
contínua, não podendo parar a prestação dos serviços, não comportando falhas 
ou interrupções já que muitas necessidades da sociedade são inadiáveis 
(serviços essenciais, art. 10, lei nº7.783), como é o exemplo dos serviços de 
fornecimento de água e energia elétrica à população em gera servidor público, 
em sentido estrito, tem direito à greve e à sindicalização. 
Súmula n° 5 do STF - A falta 
d e d e f e s a t é c n i c a p o r 
a d v o g a d o n o p r o c e s s o 
administrativo disciplinar 
não ofende a Constituição.
→ por exemplo , art . 9 do CPC
→ ligado ao itounáosiada indisponibilidade
Com efeito, ao tratar dos servidores públicos civis, em seu art. 37, VII, a 
Carta Magna definiu o direito de greve a estes agentes nos termos e condições 
estabelecidos em lei específica, garantindo ainda o direito à livre associação 
sindical, no art. 37, VI. O Superior Tribunal de Justiça decidiu que, se o servidor 
exercer o direito de greve de forma legal, embora não tenha direito à 
remuneração pelos dias parados, haja vista não tenha havido a prestação do 
serviço a ensejar o pagamento da contraprestação, não deve sofrer o corte da 
remuneração durante o exercício deste direito, desde que o movimento paredista 
tenha sido realizado licitamente (avisada antecedência de, no mínimo, 24h; 
manter porcentagem mínima de continuidade do serviço e; deve decorre de 
descumprimento ou omissão do poder público) 
A Lei 8.987/95 dispõe no §30 do art. 60, dispõe que não há violação ao 
princípio da continuidade quando tal interrupção decorre de emergência ou, após 
prévio aviso, motivado por razões de ordem técnica ou de segurança das 
instalações e por inadimplemento do usuário, a fim de não causar o 
enriquecimento sem causa do terceiro 
 
h. Princípio da autotutela 
Trata-se do poder que a Administração Pública possui de ter o controle 
dos seus atos em suas mãos, podendo ela mesma revê-los para trazer 
regularidade às suas condutas. Nesses casos, o ente estatal tem a garantia de 
anular os atos praticados em suas atividades essenciais, quando ilegais, ou 
revogá-los, quando inoportunos ou inconvenientes, sem que seja necessária a 
interferência do Poder Judiciário 
Súmula nº 346 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, 
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial” 
Verifica-se, de uma análise do dispositivo transcrito, que não precisa a 
Administração ser provocada para rever seus próprios atos, podendo ser feito o 
controle de ofício 
Ademais, o exercício da autotutela não afasta a incidência da tutela 
jurisdiciona. Com efeito, caso o particular se sinta prejudicado pelo ato, ainda 
que não obtenha êxito no requerimento administrativo de anulação da conduta, 
-
.
=
.
Anular = ilegal
Revogar = inoportuno /inconveniente
→ deofício
poderá recorrer ao judiciário para que seja novamente verificada a legalidade da 
atuação estatal impugnada 
Por fim, observe-se ainda que a anulação de atos ilegais pelo poder 
público não se configura como uma faculdade do administrador, mas sim um 
poder-dever, não sendo lícito que deixe de efetivar a retirada do ato em 
desconformidade com o ordenamento jurídico, ainda que não tenha sido 
provocado por nenhum interessado 
No âmbito da administração pública federal, a lei 9.784/99 prevê um prazo 
de cinco anos para rever os atos que sejam favoráveis a particulares (revisão de 
atos ilegais), salvo má-fé do beneficiado 
As seguintes situações que não são passíveis de revogação: de atos 
vinculados, pois são desprovidos de conveniência; de atos que já exauriram seus 
efeitos, visto que a revogação não retroage; de atos que não estão na esfera de 
competência da autoridade 
 
i. Princípio da razoabilidade 
Este princípio visa impedir uma atuação desarrazoada ou despropositada 
do Administrador, definindo que o agente não se pode valer de seu cargo ou 
função, com a falsa intenção de cumprir a lei, para agir de forma ilegal e arbitrária 
fora dos padrões éticos e adequados ao senso comum. Este princípio representa 
certo limite para discricionariedade do administrador, uma vez que, mesmo 
diante de situações em que a lei define mais de uma possibilidade de atuação, 
a interpretação do agente estatal deve-se pautar pelos padrões de escolha 
efetivados pelo homem médio da sociedade, sem o cometimento de excessos 
Quando uma determinada decisão administrativa for proferida de forma 
desarrazoada, sob alegação de análise de critérios de oportunidade e 
conveniência, esta conduta será ilegal e ilegítima, por ofender a lei em sua 
finalidade e poderá o Poder judiciário corrigir a violação, realizando o controle de 
legalidade da atuação viciada. Dessa forma, todas as vezes que o mérito 
administrativo extrapola os limites da lei, seja por atuação que afronta expresso 
dispositivo legal, seja pela violação ao princípio da razoabilidade, compete ao 
judiciário, desde que provocado, sanar o vício da conduta estatal, determinando 
a anulação do ato ilícito (o judiciário avaliará o mérito) 
 
-
j. Princípio da Proporcionalidade 
Espera-se sempre uma atuação proporcional do agente público, um 
equilíbrio entre os motivos que deram ensejo à prática do ato e a consequência 
jurídica da conduta. A grande finalidade deste preceito é evitar abusos na 
atuação de agentes públicos, ou seja, impedir que as condutas inadequadas 
desses agentes ultrapassem os limites no que tange à adequação, no 
desempenho de suas funções em relação aos fatos que ensejaram a conduta do 
Estado. Logo, buscar um equilíbrio entre o ato praticado e os fins a serem 
alcançados pela Administração Pública é a essencialidade desse princípio 
Alguns autores entendem que esse princípio está contido no da 
razoabilidade - o que não é uma total inverdade, pois ambos estabelecem uma 
necessidade de valoração de adequação da conduta do agente estatal - dentro 
dos parâmetros da sociedade. No âmbito federal, a Lei 9.784/99 trata os dois 
princípios separadamente, em seu art. 2°, ao definir os princípios orientadores 
da atuação administrativa 
O agente público não pode tomar providências mais intensas e mais 
extensas do que as requeridas para os casos concretos, sob pena de 
invalidação, por violar a finalidade legal e, consequentemente, a própria lei. 
Importante ressaltar que este princípio não está previsto de forma expressa na 
Constituição, embora alguns dispositivos constitucionais o mencionem por via 
reflexa, como se vê na conjugação do art. 37 com o art. 50, inciso II e art. 84, 
todos da CF/88 
Nesses casos, compete ao Poder Judiciário, desde que provocado pelo 
interessado, anular o ato praticado, por violação à proporcionalidade. Ressalte-
se que a decisão judicial não pode reaplicar a pena, pois isso configuraria 
invasão do mérito administrativo 
Por derradeiro, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal 
subdivide o princípio da proporcionalidade em 3 subprincípios, a saber: 
adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. O subpríncípio 
da proporcionalidade strictu sensu consiste em uma ponderação entre a 
intensidade da restrição ao direito fundamental e a importância da realização do 
direito fundamental, apresentando-se como um verdadeiro equilíbrio de valores 
ebens. Por seu turno, o subprincípio da adequação revela-se na utilização da 
medida adequada, idônea para atingir o fim pretendido, enquanto que o 
=
.
Observação=
subprincípio da necessidade se reflete na avaliação de medida restritiva de 
direito, com vistas a definir se é realmente necessária para atingir o fim proposto 
ou se existe uma medida menos danosa que atende a esse fim 
 
k. Princípio da motivação 
É dever imposto ao ente estatal indicar os pressupostos de fato e de 
direito que determinaram a prática dos atos administrativos. Dessa forma, a 
validade da atuação administrativa depende da apresentação formal dos 
fundamentos fáticos e jurídicos justificadores da decisão adotada, assim como 
da correlação lógica entre esses motivos e a conduta deles decorrentes, 
demonstrando que a atividade estatal se direciona à busca do interesse da 
coletividade 
Assim como o princípio da publicidade, a motivação é indispensável ao 
controle dos atos administrativos, uma vez que demonstra à sociedade as razões 
pelas quais o poder público atuou de determinada forma, tornando possível a 
análise dos cidadãos acerca da legitimidade e adequação de seus motivos 
A corrente majoritária, entende que a motivação é obrigatória, consagrada 
em diversos dispositivos da CF/88, como no art. 10, inciso II, art. 50, incisos 
XXXV e XXXIII, bem como o art. 93, inciso X 
No caso de cargos “ad nuntum” (ministros, secretários) de contratação e 
demissão não é necessária a motivação 
 
l. Princípio da isonomia 
A isonomia, analisada formalmente, veda tratamento diferenciado às 
pessoas por motivos de índole pessoal, de forma a garantir-se uma padronização 
de condutas do Estado em relação aos cidadãos. Por seu turno, em seu aspecto 
material, a isonomia justifica tratamento diferenciado como forma de igualar 
juridicamente aqueles que são desiguais faticamente. 
Nesse sentido, o preceito determina que a Administração Pública deve 
tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida das suas 
desigualdades 
Sendo assim, todas as vezes que a norma estatal definir critérios de 
tratamento diferenciado entre os seus destinatários, torna-se relevante a análise 
→ em
sentidomaterial
da adequação entre essas regras e os motivos que ensejaram a referida 
discriminação 
Uma interessante situação fática de aplicação do princípio da isonomia é 
a admissão da legitimidade de fixação de limite de idade em concurso público 
quando previsto em lei e que possa ser justificado pela natureza das atribuições 
do caro a ser preenchido, em que pese a redação do art. 30, inciso IV da CF, 
que veda preconceitos com base na origem, raça sexo, cor idade e quaisquer 
outras formas de discriminação, ressalvados os casos em que a natureza das 
atribuições do cargo assim justificar. Neste entendimento, é o que dispõe a 
Súmula Vinculante nº 683, que diz: 
Súmula 683 – O limite de idade para a inscrição em 
concurso público só se legitima em face do art. 70, inciso 
XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela 
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido 
 
m. Princípio da finalidade 
Trata-se de princípio que é alvo de divergência doutrinária relevante no 
que tange ao seu conceito e aplicação. 
Com efeito, defendem alguns doutrinadores que se trata de manifestação 
de princípio da impessoalidade. Dessa forma, a impessoalidade impede a 
conduta estatal orientada no sentido de beneficiar determinada pessoa, devendo 
se ater, nas suas atuações, a alcançar a finalidade pública 
Em sentido diametralmente oposto, Celso Antônio Bandeira de Mello29 
defende tratar-se de um princípio autônomo, que determina a atuação do agente 
público, sempre visando a finalidade pública previamente estipulada pela lei. 
Assim, a finalidade estaria intimamente ligada ao princípio da legalidade, haja 
vista exigir que o poder público atue em respeito às disposições legais e visando 
alcançar os objetivos de interesse público que estão definidos na legislação 
Com efeito, pode-se definir que, de acordo com o princípio da finalidade, 
a norma administrativa deve ser interpretada e aplicada pelo agente do Estado 
da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige. Deve-
se ressaltar que o que explica, justifica e confere sentido a uma norma é 
precisamente a finalidade a que se destina. 
STF
☐
Dessa forma, a lei 4.717/65, em seu art. 2°, parágrafo único, "e" dispõe 
que: 
O desvio de finalidade se verifica quando o agente 
pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, 
explícita ou implicitamente, na regra de competência 
Ressalte-se que o desvio de poder (ou desvio de finalidade na prática do 
ato administrativo) configura espécie do gênero abuso de poder e, portanto, 
qualquer conduta que seja orientada pela obtenção de resultados diversos 
daqueles definidos na lei pode ser considerada abusiva e, consequentemente, 
passível de anulação 
 
n. Princípio da especialidade 
A especialidade se baseia no princípio da indisponibilidade do interesse 
público e do dever de eficiência na execução da atividade administrativa, 
inerente aos órgãos estatais, o que justifica a necessidade de descentralização 
dos serviços do Estado e da desconcentração de atividades dentro da estrutura 
orgânica da Administração. 
Com efeito, na incessante busca pela eficiência da atividade 
administrativa, em determinadas situações os entes estatais transferem a 
terceiros especializados a execução de alguns serviços públicos. Isso ocorre 
porque a especialização em determinada atividade acaba por ensejar uma maior 
eficiência, com a obtenção de resultados positivos, haja vista o faro de que essas 
entidades dedicam todos os seus esforços na execução de uma única função, 
não dividindo suas tarefas para execução de outros serviços transferência dos 
serviços a pessoas jurídicas diversas recebe o nome de descentralização, haja 
vista o fato de que a prestação, até então centralizada, é entregue a outra 
entidade. 
Em tais casos, o ente público atribui a execução de serviços públicos a 
entidades criadas pelo próprio Estado, com finalidade de execução de atividades 
específicas 
Nesse sentido, mediante disposição de lei específica se criam entidades 
com personalidade jurídica própria e capacidade de autoadministração para que 
executem algumas atividades de interesse da sociedade, cuja prestação tenha 
lhes sido transferida de forma especializada. Essas entidades têm finalidade 
= externo
= órgão
especificada na própria Lei responsável pela sua criação, estando ela vinculada 
ao fim que a instituiu (art. 37, XIX, CF/88) 
 
o. Princípio da segurança jurídica 
Trata-se de princípio geral do direito, base do Estado de Direito que 
garante aos cidadãos não serem surpreendidos por alterações repentinas na 
ordem jurídica posta. Configura corolário do direito como norma de pacificação 
social. 
Assim sendo, as modificações supervenientes de normas jurídicas não 
devem retroagir para atingir situações pretéritas, sob pena de se tornar instável 
o sistema de regras imposto pelo Poder Público, causando transtorno social. 
O preceito está incluído expressamente como princípio norteador da 
atividade administrativa, no caput do art. 2°, da lei 9.784/99. Ainda nesse sentido, 
o mesmo diploma legal define, em seu art. 2°, parágrafo único, XIII, que a 
mudança de interpretação em relação a dispositivos legais não pode atingir 
situações já consolidadas 
Ademais, é relevante ressaltar que a aplicação do princípio da segurança 
jurídica deve ter como base a boa-fé daqueles que se valiam da situação anterior 
para seu benefício, não podendo configurar uma forma de beneficiar os 
particulares pela torpeza de suas condutas. Trata-se do princípio de proteção à 
confiança. Dessa forma, caso a Administração Pública pratique atos em 
benefício de determinados particulares não pode, posteriormente, sob a 
alegação de que imprimiunova interpretação à norma legal, retirar o benefício 
anteriormente concedido 
Dessa forma, a segurança jurídica é tratada no âmbito do Direito 
Administrativo sob dois enfoques: 
Aspecto objetivo: a segurança jurídica relaciona-se com a estabilidade das 
relações jurídicas, por meio da proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico 
perfeito e à coisa julgada (art. 50, inciso XXXVI da CF) 
Aspecto subjetivo: considera-se o indivíduo em relação aos atos praticados pela 
Administração Pública, levando-se em conta a boa-fé do administrado, valor que 
não se pode ser ignorado em um Estado Democrático de Direito 
 
p. Princípio da presunção da legitimidade e veracidade das condutas 
estatais 
Trata-se de princípio que define características aos atos administrativos, 
em decorrência da supremacia do interesse público sobre o interesse privado. 
Desta feita, até que o particular atingido pela atuação estatal prove em contrário 
– uma vez que as presunções são relativas ou juris tantum -, o ato administrativo 
estampa uma situação de fato real, ou seja, o ato goza de fé pública e os fatos 
apresentados em sua prática presumem-se verdadeiros, em conformidade com 
os fatos efetivamente ocorridos. 
Ressalte-se, assim, que a presunção de veracidade não é absoluta (ou 
juris et jure), uma vez que a situação descrita pela conduta do poder público 
admite prova em contrário pelo particular interessado. Da mesma forma, existe 
uma presunção relativa de que as condutas administrativas foram praticadas em 
conformidade com a lei, sendo consideradas legítimas e aptas a produzir efeitos. 
Nesse sentido, o Estado não tem o dever de provar todas as situações 
fáticas descritas no ato, devendo o particular lesado, em muitos casos, 
comprovar a falsidade das disposições. Com efeito, a presunção de veracidade 
diz respeito a fatos e causa a inversão do ônus da prova dos fatos alegados no 
ato administrativo 
No que tange à presunção de legitimidade, trata-se de presunção jurídica; 
portanto, até prova em contrário, o ato foi editado em conformidade com a lei e 
com o ordenamento jurídico configurando-se, mais uma vez, hipótese de 
presunção relativa, que pode ser elidida mediante comprovação do interessado 
 
4. Inobservância dos princípios 
Sendo inegável a força coercitiva dos princípios, considerados como mola 
propulsora para as demais regras do sistema, a inobservância daqueles acarreta 
uma violação a todo o sistema de comandos, e não somente a um mandamento 
obrigatório específico. Representa uma agressão contra todo o sistema, sendo 
passível de aplicação da Lei 8.429/92 (Lei de improbidade administrativa), em 
seu art. 11, que descreve atos de improbidade administrativa que atentam contra 
os princípios da Administração Pública 
Art. 11. Constitui ato de improbidade 
administrativa que atenta contra os princípios 
da administração pública qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às 
instituições
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