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Cientificidade do Direito

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APOSTILA 06
1-CIENTIFICIDADE DO DIREITO
Observemos a pluridimensionalidade do objeto que chamamos "direito", o que permite diversos ângulos de abordagem, ora separados, ora ligados por nexos meramente lógicos ou didáticos, ora interligados em formas sintéticas.
A palavra direito provém do latim directu, que suplantou a expressão jus, do latim clássico, por ser mais expressiva. Em Roma havia o jus e o faz. O jus é o conjunto de normas formuladas pelos homens, destinadas a dar ordem à vida em sociedade; faz é o conjunto de normas de origem divina, religiosa, que regeriam as relações entre os homens e as divindades.
No mundo moderno, direito em seu sentido objetivo, seria um conjunto de regras dotadas de sanções que regem as relações dos homens que vivem em sociedade, ou seja, o jus romano. Já no sentido didático, poderíamos entender o direito, como sendo a ciência das regras obrigatórias que presidem às relações dos homens em sociedade.
Para Limongi França, o direito pode ser entendido sobre quatro aspectos: o primeiro, o direito como o justo; o segundo como regra de direito; o terceiro como poder de direito e o quarto como sanção de direito.
O direito como que é justo. Os jurisconsultos romanos já ensinavam que - jus est a justitia appellatum , isto é, que o direito provém da justiça. A criação do direito não tem e não pode ter outro objetivo senão a realização da justiça.
Como regra de direito, é a ordem social obrigatória estabelecida para regular a questão do meu e do seu. (Direito Objetivo)
Como poder de direito, é o conjunto de faculdades que as pessoas têm, conferido pela regra de direito. (Direito Subjetivo).
E, por fim, como sanção de direito, onde se discute o fato de existir ou não direito sem sanção, isto é, sem a força do poder público ou dos grupos sociais que o torna obrigatório.
Entretanto, para Miguel Reale apenas as três primeiras perspectivas para a compreensão da palavra direito, exprimem mais a realidade, uma vez que ao entendermos estes três conceitos, teríamos aí a verdadeira concepção tridimensional da experiência jurídica. Mais uma vez o direito num plano tridimensional, ou seja, o elemento valor como intuição primordial; o elemento norma como medida de concreção da conduta social; e, finalmente, o elemento fato, como condição da conduta.
Já que definimos a palavra "direito", vejamos agora o significado da palavra "ciência".
Ciência, segundo alguns estudiosos do direito, é a busca permanente e constante pela verdade, e que pelo fato dela não ser unívoca, não há como se designar um tipo específico de conhecimento, não existindo um critério único que determine sua extensão, natureza ou caracteres, devido ao fato de vários critérios têm fundamentos filosóficos que extravasam a prática científica. Mais uma vez, nos deparamos com uma pluridimiensionalidede deste outro objeto que chamamos "ciência".
A questão aqui não é a conceituação ou a interpretação literal das palavras, mais sim, a nossa visão do direito como ciência, que para nós nada mais é que a valoração de um fato (de cunho natural ou social) que por força de sua interpretação, gera uma norma jurídica aplicável.
O direito como ciência, valoriza, qualifica, atribui conseqüências a um comportamento. Não em função de critérios filosóficos, religiosos ou subjetivos, mas em função da utilidade social. Para o direito, a conduta é o momento de uma relação entre pessoas, e não o momento da relação entre pessoas e divindade e entre pessoa e sua consciência, ou seja, o direito não se limita apenas na verificação simples dos atos ou dos acontecimentos, muito pelo contrário, eles são analisados pelas conseqüências que produzem.
Portanto, o direito como ciência se preocupa antes e principalmente com a ordem e a segurança da sociedade. São as necessidades sociais e a vontade do homem que atuam na interpretação dessas necessidades e transformam as regras que essas necessidades impõem naquilo que se denomina direito positivo.
2- TEORIA DO CONHECIMENTO APLICADA AO DIREITO
2.1 Sobre a possibilidade do conhecimento
Duas correntes de pensamento se destacam no debate sobre a possibilidade do conhecimento: o dogmatismo e o ceticismo (Reale, 1998, p. 158). Mas se impõe a menção a uma terceira vertente, o relativismo, que consiste em um dogmatismo parcial, que muitos autores confundem com o ceticismo, conforme se verá adiante.
O dogmatismo é algo natural, é a forma como o homem percebe as coisas que estão ao seu redor, usa de sua percepção, e assim passa a acreditar na existência dessas coisas, sem ter nenhuma dúvida lhe afligindo. Esse conhecimento sobre dogmas tem exercido uma grande influência sobre as práticas religiosas com o passar dos tempos. Antigamente esse termo era usado como o significado de aparência, vindo do grego ele era ligado ao fato de expressar a opinião, crença ou algo que parecia ser.
O ceticismo é uma atitude completamente pessimista, ela se agarra a probabilidade de que não se pode alcançar nenhum conhecimento verdadeiro, negando a capacidade do sujeito de conhecer algo verdadeiramente, o que faz com que a situação acabe por se tornar algo complicada, difícil de lhe dar, e porquê não dizer, insustentável e contraditória. Pois ao mesmo tempo que o sujeito afirma que é impossível adquirir um conhecimento verdadeiro, ele está supondo que isto seja uma verdade, o que significa que no fundo, quando ele diz que não existe verdade nenhuma ele também alega uma verdade, a de que não existe essa verdade. É algo que pode se parecer difícil de entender, mas que no fundo tem uma ligação com o fato de não crer em nada.
Criado na Grécia Antiga por Pirro de Éliz, um filósofo grego, é desde esses tempos que o ceticismo defende essa ideia da impossibilidade de conhecer a verdade, rejeitando piamente qualquer tipo de dogma, já que o dogma em si é a afirmação considerada verdadeira sem que seja necessário nenhuma comprovação.
Os céticos acreditam que todo conhecimento depende da realidade do ser que está envolvido nela, e também das condições que estas coisas estão acontecendo, assim, através da análise desse conjunto de fatos, podemos então confirmar que todo conhecimento é relativo. Os céticos são neutros em todas as questões e julgamentos, defendendo a indiferença, afirmando que não existe lado bom nem mau.
Já o dogma filosófico nos traz a possibilidade de se entender os fatos e conhecer a verdade, a se submeter a esses dados e a acreditar nessas informações sem nenhuma preocupação, sem questionar. Simplesmente crer. Nele não existe motivo para discussão, porque as pessoas estão decididas em aprender a verdade absoluta, já que suas crenças são inquestionáveis, e nada nem ninguém vai fazer com que elas deixem de acreditar naquilo que lhes foi ensinado.
O relativismo (dogmatismo parcial) é uma postura de interpretação da realidade que sugere que tudo deve ser encarado segundo o conceito da relatividade, ou seja, a percepção de determinado fenômeno está condicionada à realidade do interlocutor, e não poderia, portanto, ser tomada como uma conclusão válida no plano geral, e sim apenas no plano particular. Em outras palavras, a verdade no relativismo é aquilo que eu percebo como verdade, independentemente da opinião alheia ou das conclusões obtidas pelos outros. O que é verdade para mim pode não ser verdade para o outro, mas isso não importa. E, assim como eu não pretendo impor meu conceito de verdade a ninguém, também não aceito que ninguém me apresente ou imponha outra interpretação da verdade. Uma espécie de “cada um na sua” filosófico.
Dada a noção básica acerca do dogmatismo, do ceticismo e do relativismo, passa-se, nos três tópicos seguintes, a tratar dessas doutrinas especificamente com relação ao conhecimento do Direito.
2.1.1 O dogmatismo no Direito
Como visto, grosso modo, o dogmatismo afirma a possibilidade de atingir-se a verdade com certeza e sem limites a priori (Reale, 1998, p. 162). No Direito, o dogmatismo se revela, principalmente, por meio das doutrinas do Direito Natural e do Direito Positivo.2.1.2 O ceticismo no Direito
O ceticismo no Direito tem se manifestado quando se discute sobre a possibilidade de determinar-se o valor da justiça de maneira universal, ou sobre a viabilidade de um conhecimento do fenômeno jurídico dotado de certeza e de natureza científica. Duvida-se "(...)da objetividade do justo, quer em virtude dos critérios mutáveis que a História do Direito nos revela, quer pela não menos desconcertante variedade do sentimento jurídico, ou pelo conflito entre a justiça e os demais valores" (Reale, 1998, p. 164-165).

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