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Direito Processual Civil Os Recursos e o Processo Cautelar

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Material Teórico 
Direito Processual 
Civil (I) 
 
Processo Cautelar 
cod Process_Civil1604_a07 
Conteudista Responsável: Profª Marlene Lessa 
 
 
2 
 
 
Introdução 
 
 
 
 A tutela provisória faz parte de um sistema 
protetivo de interesses submetidos ao Poder Judiciário. 
Já que o Estado pode impor de forma coercitiva suas 
decisões, exercendo a jurisdição, deve proteger o 
jurisdicionado de danos e prejuízos que possam advir 
da demora em que o interessado pode ter ao aguardar 
por uma decisão. 
 
O Novo Código de Processo Civil assim trata deste 
importante tema: 
 
 Tutela Provisória (art. 294 do NCPC) 
 Tutela de Urgência (art. 300 do NCPC) 
 Tutela da Evidência (art. 311 do NCPC) 
 
 
A tutela provisória se baseia na chamada cognição sumária, ou seja, o 
julgador examina de forma abreviada e superficial o direito invocado pelo 
interessado com intuito de resguardar direitos e assegurar a efetividade prática 
da atuação jurisdicional. Ao contrário da cognição exauriente, em que o 
julgador verifica minuciosamente cada traço da lide e entrega aos 
jurisdicionados o completo exame do conflito e o juízo de certeza, a tutela 
provisória transita pela proteção. 
 
São da natureza da tutela provisória: 
 
Novo Código de Processo Civil 
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do 
processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. 
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória 
conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo. 
 
 INSTRUMENTALIDADE: tutela provisória existe para que haja eficácia 
na atuação jurisdicional. 
 
 PROVISORIEDADE: esta tutela possui limitação temporal, acaba com a 
decisão final e definitiva se houver um processo principal. Mesmo assim 
permite a estabilização da decisão, caso não impugnada: 
 
 
303 § 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a 
estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a 
revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das 
partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
 
 
3 
 SUMARIEDADE: o juiz aplica uma visão geral para resguardar e 
preservar direitos, daí a instrução ser breve. 
 
 REVOGABILIDADE: as cautelares podem ser revogadas e modificadas 
pelo juiz, a qualquer tempo, posto que deferidas em circunstâncias 
provisórias e específicas. 
 
A nova lei processual explicita que a tutela provisória pode: preceder ao 
processo principal (antecedente) ou surgir em uma causa já em curso 
(incidental): 
 
 
Art. 294 do NCPC - Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, 
cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou 
incidental. 
 
 
A tutela provisória tem regras específicas de competência: 
 
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, 
quando antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido 
principal. 
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de 
competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória 
será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito. 
 
A tutela provisória pode ser: 
 
 De Urgência 
 
 Da Evidência 
 
 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou 
evidência. 
 
 
 
Vejamos cada uma delas de modo mais claro... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Tutela Provisória de Urgência 
 
 
A tutela de urgência requerer que a probabilidade do direito invocado esteja 
presente, bem como o perigo de dano ao direito ou o risco ao resultado útil 
do processo1. Cabe ao Estado impedir que a demora na tutela jurisdicional 
não torne inútil o provimento que é pedido pela parte. Assim, com base no 
princípio constitucional da efetividade processual pode o juiz deferir a tutela de 
urgência: 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano 
ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o 
caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos 
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada 
se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida 
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
 
As tutelas de urgência são: a antecipada e a cautelar. 
 
A tutela cautelar visa proteger bens ou direitos de perda ou deterioração, 
fazendo com que as ações de conhecimento ou executivas tenham um 
resultado eficiente: 
 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada 
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto 
contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para 
asseguração do direito. 
 
 
A necessidade das cautelares se justifica porque “não basta, ao Judiciário, em 
situações de emergência, apenas declarar interesses, é preciso que eles sejam 
realizados concretamente para impedir que a alteração fática ou jurídica 
provoque o completo esvaziamento e insucesso do processo principal2”. 
 
O Prof. Marcus Vinicius Rios Gonçalves3 nos apresenta exemplos sobre a 
tutela de urgência: 
 
 
 
 
1 COLNAGO, Rodrigo. Op. Cit. 
2 MACHADO, Antonio Cláudio Costa. Op. Cit. 
3 Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil: execução e processo 
cautelar: volume 3 – 2º ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2009, p.243. 
 
5 
 
“O Código de Processo Civil prevê a concessão de medidas de urgência 
quando houver uma situação de risco ao provimento final decorrente da 
demora. Imagine-se uma pessoa portadora de doença grave que necessite ser 
internada com urgência e não consiga obter autorização de seu plano de 
saúde. Se fosse preciso aguardar o resultado final da ação, seria tarde demais. 
Suponha-se como segundo exemplo, que um credor ajuíze contra o devedor 
uma ação de cobrança. Enquanto não sai a sentença, o credor não pode 
promover a execução. É possível que o devedor, sabendo da existência do 
processo, dilapide seu patrimônio, transferindo seus bens a terceiros. São dois 
exemplos de urgência. Mas a forma de afastar a situação de perigo, em cada 
um dos casos é diferente. No caso da internação, o autor postulará que a ré 
seja condenada a arcar com os custos e despesas de seu tratamento médico. 
 
 
Em princípio a ré seria condenada a fazê-lo somente na sentença. Mas existem 
mecanismos que permitem ao juiz antecipar o provimento final, concedendo 
antes aquilo que ele só poderia conceder por ocasião do julgamento... Haverá 
a antecipação de tutela, que se caracteriza pela natureza satisfativa, de mérito, 
com a concessão, no todo ou em parte, daquilo que foi pedido. No segundo 
exemplo, a solução seria possivelmente diferente. O autor não necessita que o 
juiz, antecipadamente, condene o réu ao pagamento da obrigação. Ele não 
precisa executa-la desde logo. Para que o risco seja afastado, basta que 
conceda uma providência acautelatória, de preservação do patrimônio do 
devedor. Se ele está dilapidando o patrimônio, o juiz determinará o arresto dos 
bens suficientes para garantir o pagamento...”. 
 
A tutela de urgência encontra fundamentação no princípio esculpido em 
nossa Constituição Federal: princípio da efetividade do processo. Nas palavras 
de Pisani4, “a tutela de urgência tem por objetivoassegurar a efetividade da 
tutela jurisdicional nas situações de vantagem, que, tendo conteúdo e / ou 
função (exclusivamente ou prevalentemente) não patrimonial, sofreriam dano 
irreparável decorrente do longo tempo necessário para o desfecho da demanda 
prévia: esta compreende a tutela sumária antecipatória cautelar 
e não cautelar determinada por razões de urgência”. 
 
Em rápida análise podemos dizer que as tutelas de 
urgência (a antecipada e as cautelares) admitem flexibilidade, 
porque o interesse que está em jogo é a proteção e segurança 
dos direitos e pessoas envolvidas no caso. 
 
Tanto que isso é verdade e é importante que, no novo 
CPC, foi colocado, de forma expressa que a resposta do Poder 
Judiciário deve ser rápida “em situações em que a urgência 
decorre do risco de eficácia do processo e do eventual 
perecimento do próprio direito”. 
 
 
 
 
 
4 PISANI, Andréa Proto. apud José Rogério Cruz e Tucci. Tempo e processo. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 1997, p. 126. 
 
6 
 
Também na redação do novo código, os casos em que as alegações da 
parte se revelam de juridicidade ostensiva foi definido, que “deve a tutela ser 
antecipadamente (total ou parcialmente) concedida, independentemente de 
periculum in mora, por não haver razão relevante para a espera, até porque, 
via de regra, a demora do processo gera agravamento do dano”. 
 
A tutela de urgência pode ser requerida antes (art. 303 e 304 NCPC) ou 
no curso (incidental) do procedimento em que se pleiteia a providência 
principal. 
 
 
Tutela de Urgência Antecipada Requerida em Caráter 
Antecedente 
 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à 
propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da 
tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a 
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano 
ou do risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: 
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua 
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do 
pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que 
o juiz fixar; 
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de 
mediação na forma do art. 334; 
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será 
contado na forma do art. 335. 
 
A TUTELA ANTECIPADA 
permite que o interessado, 
sujeito ativo em certa relação 
jurídica, peça ao juiz 
providências para receber os 
efeitos da tutela final, antes ou 
sem ter que passar pelo 
caminho usual da ação. 
 
Para sua concessão devem estar presentes os seguintes requisitos legais: 
pedido da parte sobre a tutela final; exposição da lide(o direito e os fatos 
devem estar narrados e mostrados claramente no pedido formulado ao 
julgador); direito que se busca realizar( o juiz pode perceber no pedido que 
os fundamentos jurídicos estão próximos à verdade, convencendo-o de sua 
existência); periculum in mora (receio de que o dano que o interessado alega 
possa ser irreparável ou de difícil reparação); possibilidade de ser revertida a 
decisão (o juiz pode voltar atrás no provimento concedido sem mácula para a 
parte contrária): 
 
7 
 
 
 
Art. 300 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, 
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para 
ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a 
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não 
puder oferecê-la. 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida 
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
Veja o que o novo Código de Processo Civil permite em caso de prejuízo 
decorrente pela concessão da urgência: 
 
 
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a 
parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência 
causar à parte adversa, se: 
I - a sentença lhe for desfavorável; 
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os 
meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) 
dias; 
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese 
legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão 
do autor. 
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a 
medida tiver sido concedida, sempre que possível. 
 
 
A tutela antecipada contém a satisfatividade necessária para o juiz 
apreciar a realização do direito: 
 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-
se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo 
recurso. 
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de 
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos 
do caput. 
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, 
 
8 
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que 
trata o § 2o. 
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos 
em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a 
que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi 
concedida. 
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, 
previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados 
da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o. 
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a 
estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a 
revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das 
partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
 
 
Tutela de Urgência Cautelar 
 
 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser 
efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro 
de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea 
para asseguração do direito. 
 
Arresto 
 
 
 
FINALIDADE: havendo fundado receio do devedor 
dilapidar os bens que respaldam uma futura ou atual 
execução, pode o interessado manejar a cautelar de 
arresto. 
 
Trata-se, então, de cautelar de garantia de futura 
execução por quantia certa e consiste na apreensão 
judicial de bens indeterminados que integram o 
patrimônio do devedor, objetivando assegurar a 
viabilidade de: 
 
 Futura penhora, na execução por quantia certa contra devedor 
solvente; 
 
 A arrecadação, se tratar do processo de insolvência, na execução 
por quantia certa contra devedor insolvente. 
 
 
Executa-se a medida cautelar de arresto pela apreensão e depósito de bens do 
devedor. São pressupostos do arresto: 
 
 
9 
 
1. A existência de prova literal da dívida líquida e certa; 
 
2. Prova documental ou justificação de alguns dos atos que 
exponham os bens do devedor a perigo de dano jurídico. 
 
 
Se o credor não dispuser de prova documental da situação de perigo, haverá 
de ser designada audiência de justificação - a se realizar em segredo de justiça 
- para oitiva de testemunhas arroladas pelo requerente da medida. 
 
 
 
Poderá, contudo, ser dispensada a audiência de justificação se o requerente 
prestar caução real ou fidejussória, a ser indicada pelo juiz. A caução nessa 
hipótese exerce a função de contracautela. 
 
Tem legitimidade ativa para o arresto quem tem legitimidade para ajuizar a 
ação de execução por quantia certa com base em título executivo judicial ou 
extrajudicial. 
 
Está legitimado passivamente aquele que ocupaa posição de devedor na 
execução. 
 
Não se executará o arresto quando o devedor intimado, pagar ou depositar em 
juízo a importância da dívida, atualizada, acrescida de custas e honorários que 
forem arbitrados pelo juiz, der fiador idôneo ou prestar caução que garanta a 
dívida, honorários e custas judiciais. 
 
Cumprido o mandado e, portanto, apreendidos os bens, o arresto será extinto 
e, portanto, perde sua eficácia, quando houver a extinção da dívida. 
 
 
OBJETO DO ARRESTO: são os bens penhoráveis5, ou seja, aqueles que 
possuem valor econômico, passíveis de comercialização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Bens fora do comércio não podem ser arrestados. Bem de família também encontra óbice 
legal para o arresto. 
 
10 
 
Sequestro 
 
 
 
FINALIDADE: está fundado no risco de 
dano ou perecimento de bem sujeito a 
controvérsia. 
 
Tal medida assegura a apreensão judicial e 
posse de bem certo e determinado, que 
pode vir a ser lesionado durante a 
tramitação de uma demanda. A finalidade 
do sequestro é entregar ao vencedor da 
demanda a coisa em bom estado de 
conservação, após a decisão judicial da 
posse. 
 
O sequestro pressupõe dúvida sobre o direito material da parte sobre 
determinado bem e perigo de perda da coisa, mas não exige que o objeto do 
sequestro já esteja sendo disputado entre o requerente da medida e o 
requerido. 
 
 
Embora se aplique ao sequestro as normas procedimentais do arresto, com ele 
não se confunde, pois o arresto objetiva a apreensão e depósito de bens 
indeterminados para garantir futura execução por quantia certa. Enquanto o 
sequestro destina-se proteger coisa certa e determinada do risco de dano ou 
perecimento. 
 
Sequestrado o bem, ele é entregue: 
 
 A um depositário de confiança do juiz ou, 
 A uma pessoa indicada pelas partes ou ainda, 
 A uma das partes, que estará sujeita à prestação de caução real 
ou fidejussória. 
 
O depositário, qualquer que seja ele, deve prestar compromisso nos autos e o 
sequestro decretado afeta a livre disponibilidade física e jurídica sobre o bem 
apreendido. O sequestro se suspende e se extingue nas mesmas hipóteses em 
que o arresto, ou seja, assim que for decidida a posse em definitivo da coisa, 
ao vencedor da ação principal. 
 
OBJETO: bens especificados, individualizados e determinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Caução ou Contracautela 
 
 
 
FINALIDADE: trata-se de uma garantia ou um 
depósito realizado com intuito de cumprir uma 
obrigação futura ou de receber antecipadamente 
uma cautela para reparar dano possível. 
 
A caução a ser prestada decorre da relação jurídica 
de direito material. A parte que for obrigada a prestar 
caução, em petição, haverá de requerer a citação daquele em favor de quem 
prestará a garantia, indicando o valor a caucionar, o modo pelo qual a caução 
será prestada. 
 
OBJETO: dinheiro, hipoteca ou penhor (real), fiança (fidejussória) com 
estimativa dos bens apontados ao juiz. 
 
 
A prova da suficiência da caução deve constar da petição (na caução real) ou 
da idoneidade do fiador (se caução fidejussória). 
Nessa hipótese aquele que deve receber a caução será citado para em 5 
(cinco) dias aceitar a caução proposta pelo requerente ou contestar o pedido. 
 
 
Se não contestar, fazendo-a fora de prazo, ou desatendendo o ônus da defesa 
especificada, o pedido poderá ser conhecido desde logo, salvo se entender o 
juízo que deva ser designada audiência de instrução e julgamento. 
 
Se o pedido for julgado improcedente, exaure-se a prestação jurisdicional e o 
requerente não estará obrigado a prestar a caução e se já a tiver feito 
juntamente com a petição inicial, poderá requerer o levantamento. Se julgado 
procedente o pedido, na sentença o juiz determinará a caução a ser prestada, 
assinando prazo para que o requerente a faça. Não o fazendo no prazo judicial, 
será declarada não prestada a caução. Se requerente já o tiver feito com inicial, 
deverá o juiz declarar prestada a caução. 
 
O requerente deverá na petição inicial indicar o valor, a modalidade de caução, 
o valor dos bens entregues na caução, a prova de sua suficiência ou 
idoneidade do fiador. O requerido será citado e disporá de 5 (cinco) dias para 
aceitar a caução ou contestar o pedido. Se o pedido for julgado improcedente, 
exaure-se a prestação jurisdicional e o requerido não estará obrigado a prestar 
a caução. Se julgado procedente o pedido, juiz determinará a caução a ser 
prestada, assinalando prazo para que o requerido a preste. Não o fazendo no 
prazo assinado o juiz declarará efetivada a sanção prevista na lei ou contrato. 
 
 
 
 
 
 
12 
Outra hipótese de cabimento da ação cautelar de caução é a do estrangeiro ou 
brasileiro, um ou outro residente no exterior e que pretenda ajuizar demanda no 
Brasil. A caução será prestada para garantir as custas e honorários da parte 
contrária, desde que não haja, no Brasil, bens suficientes que assegurem o 
pagamento da eventual sucumbência. A caução será exigida, também, quando 
o autor, inicialmente residente no Brasil, depois do ajuizamento da demanda, 
tiver que dele se ausentar. 
 
Pode ocorrer que no curso do processo principal a caução prestada venha a se 
desfalcar, como na hipótese de sendo fidejussória a caução, o fiador cair em 
insolvência ou sendo real, exemplificativamente, o bem se deteriorar. Nesses 
casos, a parte interessada poderá requerer reforço de caução. Trata-se de 
novo procedimento e se instaura por petição que será autuada em apenso aos 
autos da ação de caução, processando-se da mesma forma que a ação 
primitiva. 
 
 
 
Busca e Apreensão 
 
 
 
FINALIDADE: reaver coisa ou pessoa 
do poder de outrem que a detém 
ilegitimamente. 
 
A medida de busca e apreensão 
apresenta-se ora como execução de 
outras medidas cautelares, como o 
arresto e o sequestro, ora como 
medida cautelar propriamente dita. 
 
OBJETO: coisas móveis ou pessoas, desde que incapazes, pois apenas estas 
se sujeitam à guarda e poder de outros. 
 
 
A concessão liminar da tutela poderá se dar sem audiência da parte contrária, 
desde que o pedido se encontre fundamentado, e se não o estiver, poderá o 
juiz designar audiência de justificação, que há de ser realizada em segredo de 
justiça. Demonstrados os fatos, será expedido mandado a ser cumprido por 
dois oficiais de justiça, que em razão da natureza da medida poderão arrombar 
portas externas e internas e quaisquer móveis, desde que o requerido não o 
faça voluntariamente, depois de intimado pelos oficiais de justiça. No 
cumprimento do mandado de busca e apreensão, os oficiais devem estar 
acompanhados de suas testemunhas que assinarão o auto circunstanciado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
O procedimento da cautelar pode 
ser apontado como a sequência de 
atos e de providências processuais 
destinados a prevenir o perecimento 
de bens e interesses jurídicos, 
assegurando sua proteção através da 
atuação jurisdicional, com vistas a 
gerar eficácia e diretamente garantir a 
viabilidade de outro processo: 
 
 
 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela 
cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a 
exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput 
tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. 
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o 
pedido e indicar as provas que pretende produzir. 
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor 
presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz 
decidirá dentro de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único.Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o 
procedimento comum. 
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser 
formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será 
apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela 
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas 
processuais. 
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido 
de tutela cautelar. 
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do 
pedido principal. 
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a 
audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por 
seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do 
réu. 
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será 
contado na forma do art. 335. 
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, 
se: 
 
14 
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou 
extinguir o processo sem resolução de mérito. 
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela 
cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo 
fundamento. 
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte 
formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o 
motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de 
prescrição. 
 
 
As cautelares, segundo a doutrina, tiveram uma classificação na legislação 
passada, que ainda pode nos ser ilustrativa. A divisão se dá quanto ao objeto 
da ação em: 
 
 
1. Medidas para assegurar coisas ou cautelares reais: são as que 
objetivam garantir uma futura execução forçada (como o arresto, sequestro 
e a caução) ou assegurar a conservação do estado em que se encontram 
bens - medidas conservativas (arrolamento de bens, a apreensão, o 
atentado e obras de conservação em coisa litigiosa). 
 
2. Medidas para assegurar provas: que objetivam a antecipação da coleta 
de elementos probatórios a serem utilizados em futuro processo (como a 
exibição de coisa, documento ou escrituração comercial e a produção 
antecipada de provas). 
 
 
3. Medidas para assegurar pessoas ou cautelares pessoais: que visam a 
guarda provisória de pessoas (como a posse provisória de filhos, depósito 
de filho imoderadamente castigado, guarda, educação de filhos e direito de 
visita) ou medidas que visam a satisfação de necessidades urgentes de 
pessoas (como os alimentos provisionais e o afastamento temporário de 
cônjuge). 
 
4. Cautelares satisfativas: o pedido formulado efetivamente pede a 
realização do direito, fazendo com que o juiz analise as razões fáticas e 
jurídicas do pedido. A doutrina aponta que a satisfatividade faz com que 
haja uma coincidência entre o provimento judicial e o cautelar, sendo 
irreversíveis os efeitos da medida e mostrando-se desnecessária uma ação 
principal. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Pressupostos 
 
 
 
São requisitos para a obtenção da tutela cautelar a demonstração do: 
 
1. “fumus boni iuris” ou “fumaça do bom direito” que 
consiste na demonstração da plausibilidade do direito 
afirmado. Existe probabilidade do que está sendo 
narrado ser possível e viável. 
 
2. “periculum in mora” ou “perigo na demora” que consiste 
na demonstração da irreparabilidade ou a dificuldade 
de reparação do dano que poderá advir ao direito 
afirmado com a demora. Esse perigo de dano deve ser 
atual e capaz de afetar o sucesso do processo principal. É elevada a 
probabilidade de dano ao autor. 
 
 
Embora haja certa dose de subjetividade na aferição desses requisitos pelo 
juiz, não há discricionariedade, de sorte que presentes o “fumus boni iuris” e o 
“periculum in mora” deve o juiz conceder a tutela cautelar pretendida. 
 
 
Fungibilidade 
 
 
 
 
O julgador pode receber uma cautelar por outra, 
adaptando o pedido do interessado para 
entregar-lhe a medida mais conveniente para 
sanar a ofensa ou lesão. 
 
Admite-se também a fungibilidade entre as 
tutelas de urgência, desde que presentes os 
requisitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Poder Geral de Cautela 
 
 
Não podem ser previstas todas as hipóteses fáticas em que há 
perigo de lesão a bens jurídicos, razão pela qual as normas 
processuais permitem ao juiz conceder cautelares independente do 
nome que possuam. 
 
Tal poder jurisdicional foi chamado pela doutrina de Poder Geral 
de Cautela. Exemplos: a sustação de protesto, censura telefônica, afastamento 
de concubino do lar, entre outras. 
 
 
No novo CPC, o procedimento das cautelares (e da tutela de urgência, como 
todo) ficou bastante simplificado: não tendo havido resistência à liminar 
concedida, o juiz, depois da efetivação da medida, poderá extinguir o processo, 
conservando-se a eficácia da medida concedida, sem que a situação fique 
protegida pela coisa julgada. Impugnada a medida, o pedido principal deve ser 
apresentado nos mesmos autos em que tiver sido formulado o pedido de 
urgência. As opções procedimentais exemplificam sobremaneira a concessão 
da tutela cautelar ou antecipatória, do ponto de vista procedimental. 
 
 
Tutela Provisória da Evidência 
 
Independe de perigo, basta a documentação explicitar que o direito do 
interessado encontra embasamento suficiente para a concessão da tutela: 
 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a 
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos 
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir 
liminarmente.

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