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Trabalho sobre S/A, órgãos da S/A

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UNIVERSIDADE DE MARÍLIA
ADRIANE ERNANDES 
ANA JULIA DE ANDRADE
JOASEY POLLYANNA ANDRADE DA SILVA
MARIO JUNIO GONÇALVES DOS SANTOS
ROGERIO VELOSO HERNANDES 
TAYNÁ BARROS DE SOUZA
SOCIEDADE ANÔNIMA: ÓRGÃOS QUE COMPÕEM A COMPANHIA 
MARÍLIA
2017
ADRIANE ERNANDES 
ANA JULIA DE ANDRADE
JOASEY POLLYANNA ANDRADE DA SILVA
MARIO JUNIO GONÇALVES DOS SANTOS
ROGERIO VELOSO HERNANDES 
TAYNÁ BARROS DE SOUZA
SOCIEDADE ANÔNIMA: ÓRGÃOS QUE COMPÕEM A COMPANHIA 
Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Direito da Universidade de Marília como requisito parcial para a conclusão da disciplina de Direito empresarial, sob orientação do Prof. Ms. Jefferson Luis Mazzini. 
MARÍLIA
2017
LISTA DE ABREVIATURAS
S/A – Sociedade Anônima 
CVM – Comissão de Valores Mobiliários 
LSA – Lei da Sociedade Anônima 
BB – Banco do Brasil
LTDA – Sociedade limitada
EIRELI – Empresário individual de responsabilidade limitada
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................... 05
1. CARACTERÍSTICAS E ASPECTOS IMPORTANTES DA S/A....... 07
2. ÓRGÃOS DA COMPANHIA............................................................. 12
3. ASSEMBLEIA-GERAL..................................................................... 13
4. ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA................................................ 16
5. ASSEMBLEIA-GERAL EXTRAORDINÁRIA.................................... 17
6. CONSELHO DE ADMINISTRAÇAO................................................. 18
7. DIREITORIA...................................................................................... 21
8. CONSELHO FISCAL......................................................................... 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 27
REFERÊNCIAS..................................................................................... 28
INTRODUÇÃO
Atividades econômicas similares a S/A começaram na época do Renascimento (1300 – 1700) com a intenção de atender os interesses públicos. As cidades italianas usaram para financiamento da atividade estatal pela emissão de títulos que eram pagos com o dinheiro da arrecadação de impostos, onde os credores fiscalizavam o capital provenientes dos impostos para receber os seus débitos que foram emitidos pelos títulos e garantir assim a sua liquidação. 
No século XV houve uma guerra entre a Republica de Genova contra Veneza e acarretou grandes despesas, então para arcar com esses gastos da guerra usou o mecanismo criado pelas cidades italianas para arrecadar dinheiro para pagar dívidas existentes e levantas novos empreendimentos, onde surge uma associação de credores chamada de Officium Procuratorum Santi Georgii (Casa de São Jorge) e operou até princípio do século XIX.
Existiram também outros precursores da S/A no século XVII e VIII, sempre voltados ao grande aporte de capital, como por exemplo, havia sete diferentes “Companhia das Índias Orientais” que captava grandes recursos para investir na conquista de novos territórios e manter as colônias e desenvolver mais o comercio ultramarino. 
A doutrina divide a trajetória história das S/A em três períodos: 1) outorga, onde os reis precisavam permitir os empreendimentos; 2) autorização, que era necessária autorização governamental; 3) regulamentação, bastava o registro, no órgão competente e a observância da lei especifica. 
O início da S/A no Brasil era por outorga do poder real ou imperial, exemplo o Banco do Brasil na época da colônia com a chegada da família real ao país, em 1808, até antes mesmo do primeiro código brasileiro, o Código Comercial de 1850, regulamento nº 737, um ano antes do primeiro código, em 1849 mudou se o sistema passando de outorga para autorização que foi adotado pelo regulamento e em 1882 houve nova mudança, abolindo autorização governamental e instaurando sistema de regulamentação como nos países centrais do capitalismo, onde a autorização era somente para ocasiões excepcionais. E atualmente, ainda é necessária a autorização do governo federal para S/A da modalidade aberta, posteriormente explicada nesse trabalho. 
Em 1965 a lei determinou que somente poderia negociar na bolsa as ações e papeis que fossem registradas no Banco central, porem esse sistema foi ineficaz e trouxe efeitos negativos devido a grande especulação nas bolsas paulista e carioca prejudicando a população e criando descréditos aos investidores. 
A partir de 1976, com a lei das S/A, cria-se um órgão governamental especializada no assunto, a CVM, então a criação das S/A por subscrição pública passa a ser criada somente com autorização do governo, através da autarquia federal, CVM. [1: COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 16 ed. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 88 -97.]
1 CARACTERÍSTICAS E ASPECTOS IMPORTANTES DA S/A
A S/A é uma sociedade regulamentada pela Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas, diferente dos outros tipos societários como sociedades simples e empresariais reguladas pelo próprio Código Civil de 2002. É constituída por estatuto social e não contrato social como a limitada.
A denominação da sociedade é acompanhada pela expressão “companhia” ou “sociedade anônima” por extenso ou abreviado (LSA, art.3º). Sendo assim a sua identificação exclusiva por denominação. 
A S/A é ideal para grandes investimentos econômicos onde são necessários grandes aportes de capital e para isso é necessário buscar investimento do público, também é sempre de natureza capitalista e essência empresarial, pois busca sempre o lucro. 
Suas características fundamentais são: impessoalidade; responsabilidade limitada dos acionistas; e fracionamento do capital em ações. Onde a sociedade é uma sociedade de capital e não de pessoas, sendo assim nenhuma acionista pode impedir o ingresso de terceiros no quadro associativo, e esses acionistas, tem a responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas (LSA, art. 1º). [2: ROCHA, Marcelo Hugo da; SANTOS, Vauledir Ribeiro Santos. Como se preparar para o Exame da ordem: Comercial. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 70. ]
1.2 CAPITAL SOCIAL 
Por ser uma sociedade de capital e não de pessoas indefere o seu objeto social, pois o fator decisivo pelos investidores é o grau de segurança e liquidez, e para haver essa segurança e liquidez torna-se necessária a intervenção estatal na constituição e funcionamento para garantir segurança aos acionistas por se tratar de atividades de grandes portes econômicos. Capital social é fracionado por ações, representado pelo conjunto de valores mobiliários emitidas pela S/A e com a limitação de responsabilidade ao preço da emissão das ações e a negociabilidade da participação societária propiciam a reunião de grande capital. [3: COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 16. ed. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 113.]
Capital não é só dinheiro, pode ser formado com dinheiro ou qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, por exemplo créditos e é vedada a contribuição em serviços. Não se confunde com patrimônio da companhia, pois patrimônio é a totalidade de bens de uma empresa. 
1.3 VALORE MOBILIÁRIOS
	Valores mobiliários são títulos de créditos que a companhia pode emitir para obter recursos para desenvolver as suas atividades e esses títulos se dividem em: ações, debêntures, bônus de subscrição, notas promissórias e partes beneficiarias. 
1.3.1 Ações
	Ações são os principais valores mobiliários que correspondem as parcelas do capital social, o seu preço pode variar, então a sua avaliação depende de critérios extrajurídicos e ocorre a variação dependendo de circunstancias. Podem ser emitidas pelos fundadores, assembleiageral e conselho de administração e também podem ser nominativas ou escrituarias. Se dividem em classes e espécies. 
1.3.2 Debêntures 
	São operações de créditos, empréstimos em que a S/A é mutuaria e os debenturistas mutuantes, conferindo-lhes um direito de credito, não se confundem com sócios como os acionistas, pois na verdade são credores. E assim como ações podem ser nominativas ou escrituarias. [4: TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e pratica. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 457.]
	
1.3.3 Bônus de subscrição
	Atribui ao seu titular a preferência de subscrever novas ações quando ocorrer futuro aumento de capital, pode ser usado quando a sociedade pretende aumentar o capital social e é uma forma eficaz de captação previa de recursos e só pode assumir a forma nominativa. (LSA, art. 75). 
1.3.4 Commercial papers
	É uma promessa de pagamento (nota promissória) emitida pela S/A ideal para captação de recursos a curto prazo, diferente das debêntures que são a longo prazo, sendo então mais rápido para captar recursos a curto prazo, entre 30 e 180 dias.[5: TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e pratica. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 458.]
1.3.5 Partes beneficiárias 
	São títulos de créditos negociáveis que a S/A pode criar a qualquer tempo, sem valor nominal e estranho ao capital social. (LSA, art.46). 
	Esses títulos negociáveis garantem ao titular um direito de credito perante a S/A, conferindo participação nos lucros, que não pode ultrapassar 0,1 (um décimo) dos lucros (LSA, art. 46, §2º).
1.4 CONSTITUIÇÃO DA COMPANHIA
	
	Para S/A se constituir é necessário preencher alguns requisitos e etapas que devem ser seguidas, assim como as sociedades empresarias que tem o passo no Código Civil a S/A também vem especificada na sua lei como deve ser o procedimento para se constituir a companhia. [6: ROCHA, Marcelo Hugo da; SANTOS, Vauledir Ribeiro Santos. Como se preparar para o Exame da ordem: Comercial. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 72.]
	A S/A se constitui em três etapas: requisitos preliminares (LSA, art. 80 ao 81), modalidades de constituição (LSA, art. 82 ao 93) e providências complementares (LSA, art. 94 ao 99). Cuja ausência de alguma etapa ou requisito invalida e gera a necessidade de ratificação ou inviabilização da constituição da companhia. Nessa etapa os fundadores tem papel fundamental, até por isso a própria lei da S/A dá direito a colocação dos nomes dos fundadores figurar na denominação da companhia.
1.4.1 Requisitos preliminares 
	
A constituição da S/A depende do cumprimento de todos os seguintes requisitos (LSA, art. 80), e são eles:
	I - Subscrição de todo o capital social fixado no estatuto por pelo menos duas pessoas (LSA, art. 80, I);
	II - Entrada de pelo menos 10% das ações subscritas em dinheiro, a uma exceção, no caso de instituição financeira a entrada deverá ser de pelo menos 50%(LSA, art. 80, II);
 	III – depositar o valor no Banco do Brasil ou outro banco que seja autorizado pela CVM (LSA, art. 80, III). Esse deposito deve ser feito pelo fundador no prazo de 5 dias e em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização (LSA, art. 81).
1.5 MODALIDADES DE CONSTITUIÇÃO
	Há duas modalidades de subscrição que se relacionam com venda ou não das ações aberta ao público, se dividindo em subscrição pública ou particular.
	
1.5.1 Subscrição pública 
Subscrição pública visa buscar recursos junto ao público, então é necessário registar antes de emitir os valores mobiliários e só pode ser feita somente com intermediação da instituição financeira obedecendo normas estabelecidas pela CVM, que pode pedir a ratificação ou negar por motivos como inidoneidade dos fundadores, inviabilidade e temeridade do empreendimento ou pode conceder a constituição (LSA, art. 82).
1.5.2 Subscrição particular
	A subscrição particular é mais simples e menos burocrática, pois não tem a finalidade de buscar recursos juntos ao público nas bolsas de valores, sendo então captado recurso dos próprios acionistas que compõem a S/A. 
	Essa modalidade de subscrição pode ser feita por deliberação dos subscritores em assembleia-geral ou então por escritura pública, onde todos os fundadores são considerados subscritores. 
	Deve conter na subscrição pública informações como: qualificação dos subscritores; estatuto da S/A; as ações dos subscritores e importância das entradas pagas; recibo do deposito no BB; laudos dos peritos caso haja bens no capital social; nomear os primeiros administradores e quando houver fiscais. (LSA, art. 88).
1.6 CLASSIFICAÇÃO DA S/A
A S/A pode ser classificada em aberta ou fechada, onde a própria lei, LSA, faz essa classificação expressa em seu art. 4º, dependendo da possibilidade ou não de suas ações serem negociadas no mercado de balcão ou na bolsa de valores. 
	Sendo aberta quando os valores mobiliários de sua emissão forem admitidos no mercado de valores mobiliários e sendo fechada quando esse tipo de negociação não é admitido (LSA, art. 4º).
 
1.7 CVM
A CVM é um órgão governamental, mais especificamente uma autarquia federal ligada ao Ministério da Fazenda e tem a função de fiscalizar e regular as S/As abertas, por se tratarem de investimentos de grande porte, para garantir aos acionistas segurança para investirem. [7: COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 16 ed. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 105-107.]
Tem autonomia financeira e não está subordinada hierarquicamente, além de ter personalidade jurídica e seu próprio patrimônio, então não há influência política.
A sua gestão é composta 5 pessoas, 1 presidente e 4 quatro diretores, assim como outros cargos públicos de importância, esses membros são escolhidos pelo Presidente da República e é necessário a sabatina e aprovação pelo Senado Federal. [8: TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e pratica. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 454.]
Há exemplo da sua importância e rigor, caso S/A emita valores mobiliários sem autorização previa, é crime, com pena de reclusão de 2 a 8 anos. 
2. ÓRGÃOS DA COMPANHIA 
A S/A é composta por quatro órgãos sociais: Assembleia-geral, Conselho de administração, Diretoria e Conselho fiscal. 
A lei já atribui esses órgãos devido ao fato da S/A se tratar sempre de investimentos grandes capitais, diferente dos outros tipos societários onde não há necessidade de tanta complexidade, como nos casos da LTDA, EIRELI, etc. 
E para o sucesso da companhia é necessário que os fundadores quando já na criação da empresa visem profissionais qualificados para ocupar os cargos importantes e vitais para funcionamento e sucesso da S/A.
A previsão de todos os órgãos está na própria lei LSA, porém o estatuto pode criar outro caso ache necessário.
Esses órgãos são importantes para uma boa administração e fiscalização das atividades, pois depende disso para garantir investimento, porque caso haja S/A não de liquidez os acionistas podem se retirar quando quiserem, há essa possibilidade.
3. ASSEMBLEIA-GERAL 
Assembleia-geral é o órgão máximo da S/A, pois trata dos assuntos mais relevantes e importantes para companhia, em razão das matérias de sua competência para votação, que são deliberar sobre constituição e decisões sobre objeto a fim da defesa e desenvolvimento. Instalada em acordo com a lei e estatuto (LSA, art.121).
É composta por todos os acionistas e quem não tem direito a voto também pode participar e apresentar sugestões, sendo na S/A aberta permitido acionista participar da assembleia e votar a distância por vídeo conferência, respeitando os termos da CVM (LSA, art.121, § único).
3.1 COMPETÊNCIA PRIVATIVA
Assembleia-geral tem competência privativa para votar certas matérias, daí deriva a sua suma importância. 
É competente privativa da assembleia deliberar sobre: autorizações para mudança no estatuto,destituir ou eleger novos administradores ou fiscais quando achar conveniente, autorizar valores mobiliários tipo debentures, suspender direitos dos acionistas caso não cumpram com suas obrigações, sobre avaliação de bens que formam capital social, autorizar partes beneficiarias, deliberar sobre fusão, transformação, incorporação e cisão da companhia com outras e autorizar administradores a confessarem falência. (LSA, art. 122, I ao IX). 
3.2 COMPETÊNCIA PARA CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA-GERAL
Em regra, compete ao conselho de administração, se houver este órgão ou aos diretores, sem nenhuma condicionante. (LSA, art. 123).
Porém, excepcionalmente pode ser convocada por outros órgãos ou membros, quando (LSA, art. 123, a,b,c,d): 
Pelo conselho fiscal, quando se tratar de assembleia-geral ordinária, onde os órgãos da administração não convocarem assembleia por mais de 1 (um mês) e extraordinária quando houver motivos urgentes ou graves;
Também pode os acionistas, quando os administradores que deveriam convocar adiar por mais de 60 (sessenta) dias nos casos que estiver previsto na lei ou estatuto;
Por acionistas detentores de 5% do capital social, no mínimo, com a condicionante de que os administradores não atenderem no prazo de 8 (oito) dias o pedido que apresentarem, neste caso deve ser fundamentado e indicado as matérias para deliberação;
Por acionistas que votam, detentores de 5% do capital social ou por 5% dos acionistas não votantes quando os administradores não atenderem em 8 (oito) dias o pedido para convocar assembleia para instalar o conselho fiscal.
3.3 MODO DE CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA-GERAL
Para se convocar assembleia-geral há um passo formal, porém também independente das formalidades, se estiverem presentes todos os acionistas é considerada assembleia-geral. 
A convocação será por publicação de anúncio por 3 (três) vezes, no mínimo, e nesse anuncio deve conter, local, data e hora assembleia e caso for tratar da reforma estatutária a indicação da matéria para deliberação (LSA, art. 124).
A diferença entre os prazos para anúncio, sendo na fechada o primeiro anúncio com 8 (oito) dias de antecedência e na aberta com 15 (quinze) dias, e o segundo na fechada em 5 (cinco) dias e na aberta 8 (oito). Na fechada o acionista que representar 5% do capital é convocado pro telegrama ou carta registrada com antecedência.
Em regra, a assembleia-geral deve ser realizada na sede da companhia, porem excepcionalmente por motivo de força maior poderá ser realizada em outro local, que deve ser descrito com clareza no anúncio e nunca poderá ser realizada fora da localidade da sede (LSA, art.124, § 3º).
A CVM pode aumentar os prazos de antecedência do anuncio de convocação, a seu critério, em razoes da importância da matéria para analise ou interromper a convocação para analisar as propostas. 
E, a S/A aberta deve encaminhar a bolsa em que suas ações forem mais negociadas os documentos que serão colocados à disposição dos acionistas na assembleia-geral. (LSA, art.124, § 6º).
A assembleia-geral eh deve ser instalada em sua primeira convocação, com no mínimo, ¼ do capital social que tem direito a voto e em segunda convocação pode se instalar com qualquer número (LSA, art.125). 
Quem participar da assembleia-geral deve provar que é acionistas, as provas podem ser: dos acionistas com ações nominativas o documento de identidade, de ações escrituarias com identidade ou comprovante de deposito (LSA, art.126, I, II,IV). 
Os acionistas podem ser representados com procurações de 1 ano na assembleia-geral por um procurador que seja acionista ou advogado, e na S/A aberta o procurador pode ser instituição financeira. (LSA, art.126, §1º).
É obrigatório, antes de abrir a assembleia os acionistas assinarem o “Livro de Presença” e indicar as suas qualidades, como nome, nacionalidade e residência e sobre as suas ações, como quantidade, espécie e classe (LSA, art.127).
O presidente e secretaria serão escolhidos pelos acionistas presentes (LSA, art.128).
3.4 QUORUM DAS DELIBERAÇOES DAS ASSEMBLEIA-GERAL
As deliberações em regra são tomadas pela maioria absoluta dos votos, e não contam os votos em branco (LSA, art.129). 
Na S/A fechada se especificar as meterias pode aumentar o quórum de aprovação que são exigidos para certas matérias (LSA, art.129, §1º).
Caso ocorra empate e o estatuto não dispuser nada sobre, será convocada uma nova assembleia com intervalo de 2 meses no mínimo para votar a deliberação. Porem se ainda permanecer empate e não concordarem a dar o poder de escolha a um terceiro, então o Poder Judiciário deverá decidir (LSA, art.129, §2º). 
	As deliberações da assembleia devem ser lavradas em livro próprio, e assinada a ata pelos membros presentes e para ela se tornar valida é necessária assinatura da maioria necessária para as deliberações serem tomadas (LSA, art.130). Podendo ser publicada a ata com omissão das assinaturas dos acionistas com autorização da assembleia-geral.
	Há duas espécies de assembleia-geral: ordinária e extraordinária e podem ser cumulativas e convocadas e realizadas no mesmo local, data e hora, e ainda instrumentadas em ata única (LSA, art.131, §1º).
4. ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA 
São assembleias que funcionam normalmente e periodicamente, não ocorrem em casos excepcionais ou emergenciais e sim em casos normais.[9: TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e pratica. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 472.]
Conforme art. 132 da LSA, anualmente, nos 4 primeiros meses após o término do exercício social deverá haver pelo menos uma assembleia-geral, com finalidades de: tomar as contas de quem administra, deliberação sobre destinação do lucro, eleger administradores ou membros do conselho fiscal se estiver na época.
Um mês antes da assembleia-geral ordinária os administradores devem comunicar os acionistas por anúncios publicados 3 vezes, no mínimo, contendo local, data e hora e colocar à disposição dos acionistas: relatórios dos administradores, copias das demonstrações financeiras, pareceres dos auditores independentes e conselho fiscal e documentos referentes aos assuntos da ordem do dia (LSA, art. 123). Porém caso todos os acionistas se reúnam desconsidera a falta de publicação.
Após instalada assembleia-geral, todos os acionistas podem requerer a leitura dos conteúdos do artigo 123 da LSA. E é necessário estar presente assembleia pelo menos um administrador que não poderá votar e auditor independente para esclarecer aos acionistas.
A ata da assembleia-geral ordinária deverá ser arquivada no registro de comércio e publicada (LSA, art. 134, §5º). 
	
5. ASSEMBLEIA-GERAL EXTRAORDINÁRIA 
Ocorrerá assembleia-geral extraordinária, quando por objetiva for a reforma do estatuto da SA. 
Somente ocorrerá em primeira convocação com a presença de pelo menos 2/3 dos acionistas, podendo a segunda ocorrer com qualquer número de acionistas (art 135, caput). 
Dá-se o Quorum Qualificado toda vez que para ocorrer a assembleia geral extraordinária, esta precise de aprovação da maioria absoluta dos acionistas com direito a voto. 
Os incisos do art 136 dispõe sobre quando deve ocorrer o Quorum Qualificado. Logo após no art 136-A e seguinte (137), a lei da SA traz uma ressalva como forma de assegurar os direitos dos acionistas dissidentes. 
Chamada Direito de Retirada ficam assegurados os direitos de retirar-se da SA com reembolso do valor pertencente as suas ações os acionistas não satisfeitos com o Quorum Qualificado descritos nos incisos I a VI e X do art 136, desde que se encaixem nas normas programadas nos incisos do art 137 da lei da SA.
6. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O Conselho de administração tem disposição legal prevista nos arts.140 a 142 da LSA. Este órgão juntamente com a diretoria é responsável pelas deliberações administrativas da Sociedade anônima. Sua existência é obrigatória para as companhias abertas, de capital autorizado e de economia mista, facultativonas companhias fechadas, sendo suas atribuições e poderes autônomos, não podendo haver transmissão.
Sua composição terá 3 membros no mínimo e seus respectivos suplentes, deverão ser pessoas naturais, acionistas ou não da sociedade sendo vedado as pessoas jurídicas, este número e o máximo deverão ser estabelecidos pelo estatuto (LSA, art. 140). Se instalará Assembleia-geral para eleição dos conselheiros, o direito de eleger ou destituir um membro será da maioria dos titulares como exemplo os que tenham ação com direito a voto emitidos por companhia aberta que representem pelos menos 15% do total desse tipo de ações, podendo a votação se dar por duas modalidades: votação majoritária ou proporcional. [10: RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 5º.ed. São Paulo: Método, 2015.]
Na votação majoritária pode ser realizada de dois modos, sendo que no primeiro os acionistas iram votar em chapas com número de candidatos correspondente ao de cargos, ou seja, o acionista estará votando em uma equipe. No segundo modo os cargos são votados em separado. A outra forma de escolha é pela votação proporcional que não faz uso de chapas, os votos são destinados a cada candidato para preencher os cargos, mas não de forma isolada e sim para formar o órgão como um todo, cada ação do direito a um voto podendo o acionista optar em atribuir todos os seus votos a um candidato ou distribuir entre todos os participantes. Quando o estatuto for omisso deve ser escolhida a votação majoritária para a formação do conselho de administração prevalecendo a vontade do acionista controlador, o que não trará prejuízo para o acionista minoritário. [11: COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 16 ed. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 279.]
Quando houver o uso do voto múltiplo que é destinado aos acionistas que representem um décimo do capital com direito a voto, através deste mecanismo que é uma faculdade existente que deverá ser exercida previamente, cada ação terá tantos votos quantos sejas os membros do conselho, podendo o acionista acumular todos os seus votos disponíveis em um candidato ou distribui-los entre todos. Caso todos os cargos não forem preenchidos haverá nova votação, havendo o uso do voto múltiplo a destituição de um membro do conselho significara a de todos, sendo necessária nova eleição, ocorrendo o mesmo na falta de suplente.
 Após a eleição de seus membros ocorrerá a convocação e instalação do Conselho de administração ocasionando seu funcionamento e a partir destas se estabelecerão suas deliberações e decisões que deverão ser tomadas conjuntamente por maioria dos votos ou por quórum qualificado previsto pelo estatuto em alguns casos, que serão executadas pela diretoria para buscar um melhor funcionamento para a companhia na gestão de seus negócios e com a iniciativa de agilizar o processo decisório, no interior da companhia.
 
6.1 COMPETÊNCIA DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O Conselho de administração tem as seguintes competências, previstas na própria LSA, art. 142 em seus incisos:
Dispor sobre os negócios da companhia;
Eleição e destituição de diretores, assim como suas atribuições com observância do estatuto;
Fiscalizar a atividade dos diretores e examinar livros, papeis, e pedir informações sobre contratos já celebrados e o que estão para serem feitos;
Convocação de assembleia geral quando necessário ou ao término do exercício social por motivos de verificação nas contas, lucros, eleições de membros de outro órgão e correção monetária;
Se pronunciar sobre relatório da administração e contas da diretoria e quando sobre exigência do estatuto sobre atos ou contratos;
Se houver permissão do estatuto deliberar sobre emissão de ações e bônus de subscrição;
Ser responsável pela alienação de bens do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigação de terceiros, se o estatuto permitir;
Eleger e destituir auditores quando houver.
A assembleia-geral e o conselho da administração têm competência para deliberar qualquer matéria de interesse social, na prática a assembleia-geral acaba por discutir assunto previstos no art.122 da LSA que são de sua competência privativa, ocorrendo que as demais questões são atribuídas ao conselho de administração adquirindo ele outras competências.
Após cada reunião as atas destas deverão ser arquivadas no registro do comércio e publicadas para produzir efeitos perante terceiros. 
Além de estabelecer o número de membros o estatuto também será o responsável pelo processo de escolha e substituição do presidente do Conselho que poderá ocorrer por este próprio ou pela Assembleia. Será a Assembleia–geral a responsável pela eleição e destituição da composição do Conselho em qualquer tempo. 
Os membros do conselho terão prazo de gestão não superior a três anos podendo ser reeleitos quantas vezes forem julgados como necessários e competentes para o cargo.[12: TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e pratica. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 473.]
7. DIRETORIA 
A diretoria é responsável por representar a companhia perante terceiros, como na celebração de contratos, contração de funcionárias, etc. Praticam os atos necessários para haver o funcionamento da empresa. [13: TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e pratica. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 475.]
É composta por 2 ou mais diretores que são eleitos e podem ser destituídos a qualquer momento pelo conselho de administração, e quando não houver o conselho, pela assembleia-geral (LSA, art. 143).
Quem estabelece as condições é o estatuto social, como: número de diretores, modo para substituir, prazo de gestão que não pode ser maior do que 3 anos e pode haver reeleição, e os poderes de cada diretor. Também é possível que os membros do conselho de administração sejam eleitos para o cargo de diretores, no máximo 1/3 dos membros (LSA, art. 143, I,II,III,IV). E na omissão do estatuto qualquer diretor pode representar para praticar os atos necessários (LSA, art. 144). 
Os diretores devem ser pessoas naturais de nacionalidade brasileira e a lei pode exigir requisitos para investidura no cargo, sendo inelegíveis as pessoas que cometeram crime falimentar e declarados inabilitados pela CVM, portanto os conselheiros devem ter reputação ilibada e não podem ocupar cargos em sociedades concorrentes ou se houver interesse de conflito. (LSA, art. 145, 146 e 147).
O estatuto pode estabelecer alguma garantia para o exercício do cargo de administrador, sendo investidos mediante assinatura do livro de posse que deverá ser assinada no prazo de 30 dias após a sua nomeação, senão perde seus efeitos. (LSA, art. 148). 
Caso algum cargo de conselheiro fique vago compete aos conselheiros nomear outro até assembleia-geral, e caso todos os cargos de conselheiros estejam vagos compete a diretoria convocar assembleia-geral (LSA, art. 150). A renúncia do administrador deverá ser feita por escrito e arquivada no registro de comercio e publicação. 
A renumeração dos administradores será fixada em assembleia-geral e pode haver benefícios de qualquer natureza. Nas S/A abertas os administradores podem participar do lucro quando a companhia fixar dividendo em 25% ou mais do lucro líquido, porém não pode ultrapassar 0,1 decimo dos lucros (LSA, art. 152).
O administrador deve administrar como se estivesse administrando o próprio negócio e as suas atribuições conferidas em lei e pelo estatuto devem ser para o interesse da S/A.
Sendo vedado ao administrador: gastar à custa da companhia, fazer empréstimos sem autorização para seu proveito, receber de terceiros qualquer vantagem pessoal sem autorização do estatuto ou assembleia geral. Há essas vedações porque o capital que o administrador administra não é dele e sim dos acionistas, por isso deve servir com lealdade a companhia, sendoque caso haja o entendimento de que os diretores não estão administrando corretamente e não estão agindo com lealdade eles podem ser destituídos a qualquer momento (LSA, art. 153, §2º, a,b,c).
Caso haja conflito de interesse o administrador não pode intervir, sendo que caso haja alguma vantagem o ato será anulável e o administrador, também será obrigado a transferir a sociedade a vantagem recebida. Um exemplo é o administrador que contrata uma empresa pertencente a ele ou a alguém próximo (LSA, art. 156). 
O administrador também tem direito de informar sobre as atividades que efetua e situações e estatísticas da S/A, como: número de valores mobiliários emitidos pela S/A, os contratos de opções de compra de ações, os benefícios ou vantagens que tenha recebido, sobre os contratos de trabalhos com diretores e empregados na alta hierarquia e fatos ou atos relevantes para S/A. Porém se um acionista solicitar informações e usar de má-fé fica este responsável pelos abusos, e caso administrador entenda que não deva relevar os atos relevantes ou comunicar a bolsa sobre deliberações ele pode se negar, então a CVM irá decidir sobre a prestação da informação e da responsabilidade do administrador (LSA, art. 157). 
O administrador não responde pessoalmente pelas suas atividades regulares que contrair em nome da S/A em sua gestão, porém pode responder civilmente se causar algum prejuízo quando: praticar as suas atribuições com culpa ou dolo ou violar a lei ou estatuto. E não responde pelo ato ilícito dos outros, salvo se estiver em conluio e respondem solidariamente se causarem prejuízos por não cumprir os seus deveres impostos pela lei. E, caso tenha conhecimento de atos praticados por administradores que o antecedeu e deixar de comunicar, torna-se solidariamente responsável (LSA, I, II, §1º, §2º, §4º). 
A companhia poderá ingressar com ação contra o administrador caso ele cause prejuízos ao seu patrimônio (LSA, art. 159)..
Compete a assembleia-geral ordinária ou extraordinária deliberar sobre ação de responsabilidade contra o administrador, e quando for proposta ele não poderá praticar os atos de administração, devendo ser impedido e substituído. (LSA, art. 159, §2º).
Caso assembleia-geral não for proposta no prazo de 3 meses da deliberação, qualquer acionista poderá promover ação (LSA, art. 159, §3º).
E, caso o juiz entenda que o administrador agiu de boa-fé e visando interesse da S/A ele pode excluir a sua responsabilidade (LSA, art. 159, §6º).
8. CONSELHO FISCAL
O Conselho fiscal é o quarto órgão considerado importante para a S/A, pois é ele quem assessoria a assembleia geral, no que diz respeito à regularidade dos atos de administração da companhia. É possível dizer, de outro modo, que ele é o principal instrumento de fiscalização da gestão da empresa que está inserido no estatuto das sociedades anônimas. [14: COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 16 ed. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p.297.]
Este órgão é responsável por requisitar informações, examinar documentos e opinar sobre a legalidade e a adequabilidade contábil dos atos administrativos da empresa (LSA, art. 163).
Por tamanha magnitude, sua existência torna-se obrigatória, porém seu funcionamento é facultativo. Isto porque, para existir não há necessidade de condições previstas no estatuto, e sim, depende apenas da vontade dos acionistas. Desta forma, se os acionistas acharem desnecessário o funcionamento do órgão, como método auxiliar na fiscalização administrativa, eles não possuem a obrigação de eleger conselheiros e neste caso o conselho fiscal ficará desativado, podendo a qualquer momento, já que existe, ser ativado e passar a executar tais atribuições citadas acima. 
No entanto, existem duas possibilidades em que há exigibilidade do funcionamento permanente do conselho fiscal: nas sociedades de economia mista (LSA, art. 240) ou se sua permanência estiver prevista no estatuto da companhia (LSA, art. 161). 
8.1 COMPOSIÇÃO DO CONSELHO FISCAL
O conselho fiscal é composto por, no mínimo, três e, no máximo, cinco membros titulares e seus suplentes de modo igual. Vale lembrar, como salienta o professor Fabio Ulhoa Coelho em seu Curso de Direito Comercial, que são elegíveis apenas, pessoas naturais que tenham residência no Brasil, com formação superior ou experiência na área empresarial, no mínimo por 3 anos, no exercício do cargo de administrador de empresa ou de conselheiro fiscal. Por outro lado, não podem ser eleitos, os diretores e integrantes do conselho de administração da companhia, cônjuge ou parente até terceiro grau e também os empregados da companhia ou do mesmo grupo. Isto porque, os primeiros não podem fiscalizar os próprios atos; os cônjuges e parentes são impedidos por não possuírem conhecimento necessário para o desempenho da função; os últimos estão em posição de subordinação hierárquica relativamente aos fiscalizados, por isso são impedidos. [15: COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 16 ed. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 300.]
Segundo a LSA, quando este órgão não for instituído permanentemente na companhia, poderá ser instalado a pedido de acionistas que tiverem representadas um décimo das ações com direito a voto, ou 5% das ações não votantes, sendo que os elegidos poderão exercer seus cargos até a primeira assembleia-geral ordinária que ocorrer após sua eleição (LSA, art. 161 § 2°).
Ainda de acordo com a lei, a eleição dos escolhidos deverá respeitar a hierarquia dos acionistas, onde os minoritários que juntos representarem 10% das ações com direito a voto e os preferenciais que não possuem o direito de voto ou são restritos a ele, poderão eleger dois membros e respectivos suplentes, um para cada grupo dos acionistas, em votação de modo separado e caberá ao demais acionistas elegerem os membros que terão cargos efetivos e seus suplentes de acordo com os termos acima citado (LSA, art. 161 § 4°, alínea “a”, “b”).
Com a inclusão da lei 10.303 de 2001, os escolhidos passaram a ter o direito de reeleição, sendo que sua função no órgão fiscal é indelegável, ou seja, sua responsabilidade de fiscalizar os atos da administração da companhia não pode ser transferida a outra pessoa (LSA, art. 161 § 6°, § 7°).
8.2 FUNÇÕES E OBRIGAÇÕES DO CONSELHO FISCAL
Conforme sua denominação, é de competência do conselho fiscal, fiscalizar os atos dos administradores e verificar se o cumprimento de seus deveres legais e estatutários estão de acordo com a legislação.
Desta maneira, é válido dizer que, sua fiscalização é um meio de proporcionar segurança e proteção a companhia e a seus acionistas no exercício de suas funções.
Contudo, compete ao conselho fiscal, analisar e examinar documentos contábeis e financeiros da empresa, opinar sobre possíveis modificações no capital social, participar de reuniões da administração e da diretoria sobre temas de seu interesse, denunciar quando estes cometerem erros ou fraudes, convocar assembleia-geral sempre que houver motivos graves e urgentes, se os órgãos administrativos não o fizerem por mais de um mês, entre outras funções de apoio a companhia (LSA, art. 163, II, III, V, VII).
Os atos do conselho fiscal e de seus membros, estão sujeitos a alguns limites. Isso significa que, não podem substituir os administradores da companhia no que concerne a melhor maneira de se conduzir os negócios, pois são simplesmente fiscais. Não possuem autonomia para interferir nas decisões da diretoria ou do conselho fiscal, cabendo a eles, somente auxiliar nos aspectos de legalidade e regularidade dos atos de gestão. Por outro lado, possuem atuação interna, pois só podem destinar seus atos aos outros órgãos sociais. E jamais, divulgar sua opinião sobre a atitude irregular de algum órgão a terceiros. [16: COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 16 ed. v. 2. São Paulo: Saraiva, 2012. p. 303.]
CONSIDERAÇÕES FINAISComo exposto no trabalho a sociedade empresária na modalidade sociedade anônima é necessária em empreendimentos de grande porte, onde é necessário investimento de terceiros para realização da atividade da companhia, que deve ser sempre de natureza empresarial visando o lucro, com o seu capital social dividido em ações, no qual os investidores compram os valores mobiliários emitidos pela empresa e se tornam acionistas com responsabilidade limitada ao preço da emissão de suas ações. 
	S/A pode ser na modalidade aberta ou fechada, o que difere é a possibilidade de negociação das ações nas bolsas de valores, sendo permitida somente a aberta com autorização prévia da CVM, autarquia federal ligada ao MF que regula e fiscaliza as atividades da S/A.
	A regulação da CVM e a fiscalização dos próprios órgãos da sociedade são necessárias porque os objetos das companhias sempre são investimentos com grandes concentrações de capitais, onde se torna necessária a fiscalização e controle para evitar fraudes e conluios fraudulentos, pois o investidor tem livre direito de se retirar da atividade caso ela não se torne rentável na sua percepção.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília, 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm> Acesso: 29 de abril de 2017. 
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de Direito Comercial: direito de empresa. 16 ed. v.2. São Paulo: Saraiva, 2012.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 5º.ed. São Paulo: Método, 2015.
ROCHA, Marcelo Hugo da; SANTOS, Vauledir Ribeiro Santos. Como se preparar para o Exame da ordem: Comercial. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e pratica. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

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