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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SIMULADO 2 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Direito Administrativo 
 
Em relação às empresas estatais, julgue as seguintes assertivas. 
1. As sociedades de economia mista, prestadoras de serviço público de 
atuação própria do Estado e de natureza não concorrencial, assim como 
as empresas públicas, submetem-se ao regime de precatório 
CERTO. 
 
Comentários: 
 O caso concreto no qual o STF decidiu isso envolvia uma sociedade 
de economia mista prestadora de serviços de abastecimento de água e 
saneamento que prestava serviço público primário e em regime de 
exclusividade. O STF entendeu que a atuação desta sociedade de 
economia mista correspondia à própria atuação do Estado, já que ela não 
tinha objetivo de lucro e o capital social era majoritariamente estatal. Logo, 
diante disso, o STF reconheceu que ela teria direito ao processamento da 
execução por meio de precatório. STF. 2ª Turma. RE 852302 AgR/AL, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2015 (Info 812). 
As empresas públicas prestadoras de serviço público, já possui 
entendimento pacífico de que têm direito ao processamento da execução 
via precatórios (ex.: Correios). 
______________________________________________________________________ 
 
2. Somente as empresas públicas federais podem ser instituídas sob uma 
forma jurídica sui generis, não prevista no direito privado, bastando que 
a lei que autorize sua criação assim disponha. 
CERTO. 
 
 
3 
 
Comentários: 
 Enquanto as sociedades de economia mista devem ter a forma de 
sociedade anônima (S.A), sendo reguladas, basicamente, pela Lei das 
Sociedades Anônimas (Lei 6.404/76), as empresas públicas podem 
revestir qualquer das formas admitidas no ordenamento. As EP federais 
podem, até mesmo, ser instituídas sob a forma jurídica sui generis, 
não prevista no direito privado; basta que a lei que autorize sua 
criação assim disponha. Essa hipótese – a criação de uma EP sob forma 
jurídica ímpar – não é possível para os demais entes federados, porque a 
competência para legislar sobre direito civil e comercial é privativa da 
União (CF, art. 22, I). 
As EP têm seus atos constitutivos inscritos no registro público das 
empresas mercantis ou no registro civil das pessoas jurídicas, conforme o 
caso. 
 
______________________________________________________________________ 
 
Acerca da execução de multas pelo Tribunal de Contas, analise as 
assertivas. 
3. Segundo o STJ, caso o Tribunal de Contas Estadual determine o 
pagamento de multa ao gestor por atividade fiscalizatória a legitimidade 
para executar referido título será do ente público de que faz parte a Corte 
de Contas. 
CERTO. 
 
 
 
 
 
4 
 
Comentários: 
 
 As decisões dos Tribunais de Contas que determinam a imputação 
do débito (ressarcimento ao erário) terão eficácia de título executivo 
extrajudicial, conforme art. 71, §3º da CR/88. 
 A discussão sobre a legitimidade para executar os títulos emanados 
do Tribunal de Contas vem sendo debatida na jurisprudência. Uma solução 
para o tema, então, foi buscada pelo STJ, que, para tanto, distinguiu duas 
situações: 
A) se o Tribunal de Contas Estadual estiver determinando o 
ressarcimento ao erário à nesse caso, a legitimidade será do ente 
público que efetivamente sofreu o prejuízo. 
B) Se o Tribunal de Contas Estadual estiver determinando o 
pagamento de multa à no caso, a legitimidade será do ente público de 
que faz parte a Corte de Contas, já que se trata do recolhimento de 
penalidade que busca reforçar a atividade fiscalizatória do Tribunal. 
 Cite-se do STJ: 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MULTA APLICADA 
POR TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL A GESTOR 
MUNICIPAL. RECEITA DO ENTE FEDERATIVO A QUE SE 
VINCULA O ÓRGÃO SANCIONADOR. LEGITIMIDADE DO 
ESTADO PARA AJUIZAR A COBRANÇA. 
1.A controvérsia diz respeito à titularidade da cobrança 
de crédito decorrente de multa aplicada a gestor 
municipal por Tribunal de Contas estadual. O acórdão 
embargado consignou que a cobrança compete ao 
próprio município, enquanto o paradigma entende que a 
legitimidade para a execução é do Estado a que se 
vincula a Corte de Contas. 
 
5 
 
2.Ambas as Turmas da Primeira Seção adotavam o 
mesmo posicionamento, no sentido do acórdão 
embargado, até o julgamento do REsp 1.181.122/RS, 
no qual a Segunda Turma reviu sua jurisprudência. 
3.Devem-se distinguir os casos de imputação de 
débito/ressarcimento ao Erário – em que se busca a 
recomposição do dano sofrido, e, portanto, o crédito 
pertence ao ente público cujo patrimônio foi atingido – 
dos de aplicação de multa, que, na ausência de 
disposição legal específica, deve ser revertida em favor 
do ente a que se vincula o órgão sancionador. 
4.Não foi outra a solução preconizada pelo 
Tribunal de Contas da União, em cujo âmbito as 
multas, mesmo que aplicadas a gestores 
estaduais ou municipais, sempre são recolhidas 
aos cofres da União. 
5.Este mesmo raciocínio deve ser aplicado aos 
Tribunais de Contas estaduais, de modo que as multas 
deverão ser revertidas ao ente público ao qual a Corte 
está vinculada, mesmo se aplicadas contra gestor 
municipal. 
6.Dessa forma, a legitimidade para cobrar os 
créditos referentes a multas aplicadas por 
Tribunal de Contas é do ente público que mantém 
a referida Corte – na espécie, o Estado do Rio 
Grande do Sul -, por intermédio de sua 
Procuradoria. (…) (EAg 1138822/RS, Rel. Ministro 
HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
13/12/2010, DJe 01/03/2011) 
 
______________________________________________________________________ 
 
6 
 
4. A decisão do Tribunal de Contas para ser executada, precisa estar 
inscrita em dívida ativa e obedecer o procedimento previsto às execuções 
fiscais (Lei n. 6.830/80). 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
 Não é necessário gerar uma certidão de dívida ativa (CDA), pois o 
acórdão do TC já é título executivo extrajudicial, conforme art. 71, §3º da 
CR/88. Nesse sentido: 
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO DE DECISÃO 
CONDENATÓRIA DO TCU. 
DESNECESSIDADE DE INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA 
E CONSEQUENTE INAPLICABILIDADE DA LEI N. 
6.830/80. 
1. Consoante a orientação jurisprudencial 
predominante nesta Corte, não se aplica a Lei n. 
6.830/80 à execução de decisão condenatória do 
Tribunal de Contas da União quando não houver 
inscrição em dívida ativa. Tais decisões já são títulos 
executivos extrajudiciais, de modo que prescindem da 
emissão de Certidão de Dívida Ativa - CDA, o que 
determina a adoção do rito do CPC quando o 
administrador discricionariamente opta pela não 
inscrição. 
2. Recurso especial provido para determinar que a 
execução prossiga nos moldes do Código de Processo 
Civil. 
 
7 
 
(REsp 1390993/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
10/09/2013, DJe 17/09/2013) 
 
 
5. O Tribunal de Contas ostenta a condição de órgão independente na 
estrutura do Estado brasileiro, cujas funções estão elencadas nos incisos 
do art. 71 da CF/88. Seus membros possuem as mesmas prerrogativas 
que as asseguradas aos magistrados (art. 73, § 3º da CF/88), tendo suas 
decisões a natureza jurídica de atos administrativos passíveis de controle 
jurisdicional. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 
 Em um julgado relacionado ao TCU o STF reconheceu a natureza 
administrativa dos Tribunais de Contas: 
 O TCU ostenta a condição de órgão independente na estrutura do 
Estado brasileiro, cujas funções estão elencadas nos incisos do art. 71 da 
CF/88. Seus membrospossuem as mesmas prerrogativas que as 
asseguradas aos magistrados (art. 73, § 3º da CF/88), tendo suas 
decisões a natureza jurídica de atos administrativos passíveis de controle 
jurisdicional. Trata-se de um tribunal de índole técnica e política, criado 
para fiscalizar o correto emprego dos recursos públicos. 
 Os Tribunais de Contas realizam controle de legitimidade, 
economicidade e de eficiência, verificando se os atos praticados pelos entes 
controlados estão de acordo com a moralidade, eficiência, 
 
8 
 
proporcionalidade. No atual contexto juspolítico brasileiro, o Tribunal de 
Contas possui competência para aferir se o administrador atuou de forma 
prudente, moralmente aceitável e de acordo com o que a sociedade dele 
espera. O TCU representa um dos principais instrumentos republicanos 
destinados à concretização da democracia e dos direitos fundamentais, na 
medida em que o controle do emprego de recursos públicos propicia, em 
larga escala, justiça e igualdade. STF. 1ª Turma. MS 33340/DF, Rel. Min. 
Luiz Fux, julgado em 26/5/2015 (Info 787). 
______________________________________________________________________ 
 
6. As contribuições sindicais compulsórias não possuem natureza 
tributária, constituindo receita privada e, portanto, não se submetem ao 
controle fiscalizatório do Tribunal de Contas. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
 As contribuições sindicais compulsórias possuem natureza 
tributária, constituem receita pública e, portanto, os responsáveis pela sua 
gestão sujeitos à competência fiscalizatória do TCU. 
 Ademais, a atividade de controle do TCU sobre a atuação das 
entidades sindicais não representa violação à autonomia sindical. STF. 
Plenário. MS 28465/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/3/2014 
(Info 739). 
______________________________________________________________________ 
 
7. Os Tribunais de Contas possuem competência para fiscalizar pessoas 
jurídicas de direito privado que recebam recursos públicos. 
CERTO. 
 
 
9 
 
Comentários: 
 
 Os Tribunais de Contas possuem competência para fiscalizar 
pessoas jurídicas de direito privado que recebam recursos públicos. Ex.: 
associações. Todo aquele que administra recursos e bens públicos está 
sujeito à fiscalização perante o Tribunal de Contas, independentemente de 
ser pessoa jurídica de direito público ou privado. Essa competência sempre 
esteve prevista de forma implícita no inciso II do art. 71 da CF/88. Em 
1998, o parágrafo único do art. 70 foi alterado pela EC 18 para deixar isso 
ainda mais explícito. 
 O simples fato de a associação que recebeu recursos públicos estar 
sendo processada por improbidade administrativa não impede que ela seja 
condenada pelo Tribunal de Contas a ressarcir o erário se constatada 
alguma irregularidade. Isso porque as instâncias administrativa (TCU) e 
judicial (improbidade) são independentes (arts. 12 e 21, II, da Lei 
8.429/92). STF. 1ª Turma. MS 26969/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 
18/11/2014 (Info 768). 
______________________________________________________________________ 
 
8. O Tribunal de contas tem legitimidade para anular acordo extrajudicial 
firmado entre particulares e a Administração Pública, quando não 
homologados judicialmente. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 
 O TCU tem legitimidade para anular acordo extrajudicial firmado 
entre particulares e a Administração Pública, quando NÃO homologado 
judicialmente. 
 
10 
 
 Se o acordo foi homologado judicialmente, o TCU não pode anulá-lo 
porque a questão já passou a ser de mérito da decisão judicial, o que não 
pode ser revisto pelo Tribunal de Contas. 
 Contudo, sendo o acordo apenas extrajudicial, a situação está 
apenas no âmbito administrativo, de sorte que o TCU tem legitimidade para 
anular o ajuste celebrado. STF. 1ª Turma. MS 24379/DF, Rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 7/4/2015 (Info 780). 
 
______________________________________________________________________ 
 
Tendo por base as disposições legais e jurisprudenciais acerca dos 
temas servidor público e processo administrativo disciplinar, julgue 
os itens subsequentes. 
9. O STJ entende que, se o servidor acumular dois cargos públicos nas 
hipóteses previstas na CF/88 a remuneração de cada cargo não poderá 
ser superior ao teto constitucional, sendo possível, no entanto, que a 
soma dos dois ultrapasse esse limite. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 
STJ. 2ª T. AgRg no AgRg no RMS 33.100/DF, Min. Eliana Calmon, 
Segunda Turma, julgado em 07/05/2013. Ex: se determinado Ministro 
do STF for também professor da UnB, ele irá receber seu subsídio integral 
como Ministro e mais a remuneração decorrente do magistério. Nesse 
caso, o teto seria considerado especificamente para cada cargo, sendo 
permitido que ele recebesse acima do limite previsto no art. 37, XI da CF 
se considerarmos seus ganhos globais. 
 
11 
 
10. É possível a acumulação de dois cargos públicos mesmo que a soma 
da carga horária referente aos dois cargos ultrapassar o limite máximo 
de 60 horas semanais, devendo o limite de horas ser analisado 
separadamente. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
 No caso concreto, a servidora acumulava dois cargos públicos 
privativos de profissionais de saúde e a soma da carga horária semanal 
de ambos era superior a 60 horas. A servidora foi notificada para optar por 
um dos dois cargos, tendo se mantido inerte. Diante disso, foi demitida de 
um deles por acumulação ilícita de cargos públicos. A servidora impetrou 
mandado de segurança, mas o STJ reconheceu que a demissão foi legal. 
STJ. 1ª Seção. MS 19.336-DF, Rel. originária Min. Eliana Calmon, Rel. para 
acórdão Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/2/2014 (Info 549). 
 
______________________________________________________________________ 
 
11. Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime 
Geral de Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o 
artigo 40, parágrafo 4º, inciso III, da Constituição Federal, até edição de 
lei complementar específica. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 
SÚMULA VINCULANTE 33-STF: 
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral 
de Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 
 
12 
 
40, parágrafo 4º, inciso III, da Constituição Federal, até edição de lei 
complementar específica. 
______________________________________________________________________ 
 
12. No caso de exercício de atividades permanentes do órgão ou entidade, 
não se admite a contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária, ainda que de excepcional interesse público. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
O art. 37, IX, da CF dispõe que “a lei estabelecerá os casos de 
contratação por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público”. Por sua vez, a Lei 
8.745/1993, ao regulamentar o referido dispositivo, estabelece, em seu 
art. 2º, VI, “i”, que “Considera-se necessidade temporária de excepcional 
interesse público: [...] atividades: [...] técnicas especializadas necessárias 
à implantação de órgãos ou entidades ou de novas atribuições definidas 
para organizações existentes ou as decorrentes de aumento transitório no 
volume de trabalho que não possam ser atendidas mediante a aplicação 
do art. 74 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990”. Soma-se a isso o 
fato de que o STF já emitiu entendimento de que a CF autoriza contratações 
de servidores, sem concurso público, quer para o desempenho das 
atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, quer para o 
desempenhodas atividades de caráter regular e permanente, desde que 
indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de excepcional 
interesse público. Precedentes citados do STF: ADI 3.247-MA, Tribunal 
Pleno, DJe 18/8/2014; ADI 3.386-DF, Tribunal Pleno, DJe 24/8/2011; e 
ADI 3.068-AM, Tribunal Pleno, DJ 24/2/2006. MS 20.335-DF, Rel. Min. 
Benedito Gonçalves, julgado em 22/4/2015, DJe 29/4/2015 (Informativo 
560). 
 
13 
 
______________________________________________________________________ 
 
13. Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução 
previsto no art. 29, I, da Lei 8.112/1990 a servidor público estadual na 
hipótese em que o ordenamento jurídico do estado for omisso acerca 
desse direito. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 
Isso porque a analogia das legislações estaduais e municipais com a 
Lei 8.112/1990 somente é possível se houver omissão no tocante a direito 
de cunho constitucional autoaplicável que seria necessário para suprir a 
omissão da legislação estadual, bem como que a situação não dê azo ao 
aumento de gastos. RMS 46.438-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado 
em 16/12/2014, DJe 19/12/2014 (Informativo 553). 
 
______________________________________________________________________ 
 
14. É devida a restituição de valores pagos a servidor público, ainda que 
de boa-fé, quando no caso tiver ocorrido erro operacional da 
Administração Pública. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
 Segundo a posição majoritária no STJ, este mesmo entendimento 
deve ser aplicado nos casos em que o servidor recebe as quantias 
indevidas por força de erro operacional da Administração. Confira: 
(...) 1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do Recurso 
Especial Representativo da Controvérsia 1.244.182/PB, 
 
14 
 
firmou o entendimento de que NÃO É DEVIDA a restituição de 
valores pagos a servidor público de BOA-FÉ, por força de 
INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA ou MÁ APLICAÇÃO DA LEI POR 
PARTE DA ADMINISTRAÇÃO. 
2. O mesmo entendimento tem sido aplicado por esta 
Corte nos casos de MERO EQUÍVOCO OPERACIONAL da 
Administração Pública, como na hipótese dos autos. 
Precedentes. 
3. O requisito estabelecido para a não devolução de valores 
pecuniários indevidamente pagos é a boa-fé do servidor que, 
ao recebê-los na aparência de serem corretos, firma 
compromissos com respaldo na pecúnia (...) STJ. 1ª Turma. 
AgRg no REsp 1447354/PE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia 
Filho, julgado em 16/09/2014. 
 
(...) Esta Corte firmou entendimento no sentido de não ser 
devida a devolução de verba paga indevidamente a servidor 
em decorrência de ERRO OPERACIONAL DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, quando se constata que o 
recebimento pelo beneficiado se deu de boa-fé, como no caso 
em análise. (...) STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1560973/RN, 
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 05/04/2016. 
 
______________________________________________________________________ 
 
Acerca dos temas controle da administração e mandado de 
segurança, marque certo ou errado. 
15. A indicação equivocada da autoridade coatora implica ilegitimidade 
passiva nos casos em que o equívoco é facilmente perceptível e aquela 
 
15 
 
erroneamente apontada pertence à mesma pessoa jurídica de direito 
público. 
ERRADO. 
Comentários: 
 Não implica em ilegitimidade. 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. AUTORIDADES 
COATORAS QUE PERTENCEM À MESMA PESSOA JURÍDICA 
DE DIREITO PÚBLICO. LEGITIMIDADE PASSIVA 
RECONHECIDA. 
1. Nos termos do que decidido pelo Plenário do STJ, "[a]os 
recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos 
a decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser 
exigidos os requisitos de admissibilidade na forma nele 
prevista, com as interpretações dadas até então pela 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça" (Enunciado 
Administrativo n. 2). 
2. Segundo a jurisprudência desta Corte "a errônea indicação 
da autoridade coatora não implica ilegitimidade ad causam 
passiva se aquela pertence à mesma pessoa jurídica de direito 
público; porquanto, nesse caso não se altera a polarização 
processual, o que preserva a condição da ação" (REsp 
806.467/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 
20/9/2007). Nesse mesmo sentido: AgRg no AREsp 
188.414/BA, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, 
Primeira Turma, DJe 31/3/2015; AgRg nos EDcl no REsp 
1.407.820/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda 
Turma, DJe 1/7/2014; AgRg no RMS 39.688/PB, Rel. 
 
16 
 
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 
27/9/2013. 
3. Inafastável o reconhecimento da legitimidade das 
autoridades apontadas como coatoras, pois encontram-se 
vinculadas à mesma pessoa jurídica de Direito Público e, nas 
informações apresentadas no mandamus, suscitaram sua 
ilegitimidade passiva, além de enfrentar o mérito e defender o 
ato tido como ilegal.(...) (AgRg no REsp 1452009/SC, Rel. 
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado 
em 06/12/2016, DJe 02/02/2017) 
______________________________________________________________________ 
 
16. O prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança 
contra ato omissivo da administração, quando envolver obrigação de 
trato sucessivo, inicia-se a no primeiro momento em que configurada a 
omissão administrativa. 
ERRADO. 
Comentários: 
 
Inicia-se mês a mês. 
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. PREJUDICIAL DE 
DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. RELAÇÃO DE TRATO 
SUCESSIVO. LEI LOCAL. NATUREZA JURÍDICA. EXAME. 
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 280/STF. AGRAVO REGIMENTAL 
IMPROVIDO. 
 
17 
 
I. De acordo com a jurisprudência, "em se tratando de 
impetração contra ato omissivo da Administração, que envolve 
obrigação de trato sucessivo, o prazo para o ajuizamento da 
ação mandamental se renova mês a mês" (STJ, AgRg no 
AREsp 333.890/CE, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, 
PRIMEIRA TURMA, DJe de 29/10/2013). Em igual sentido: 
"Tratando-se de ato omissivo da Administração Pública, de 
forma continuada, consistente na ausência do pagamento de 
reajuste, benefício ou vantagem que o servidor entende 
devido, o prazo decadencial para impetrar o Mandado de 
Segurança se renova a cada mês. Assim, a relação envolve 
prestação de trato sucessivo, pois não houve a negativa do 
próprio direito reclamado pelo impetrante, afastada a 
decadência, nos termos da Súmula 85 desta Corte" (STJ, AgRg 
no REsp 1.338.443/PE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 
SEGUNDA TURMA, DJe de 25/03/2013). 
II. Na hipótese dos autos, o recorrente entende que o prazo 
para impetrar o Mandado de Segurança não se renovaria 
mensalmente, porquanto a legislação local, que concedera os 
reajustes, teria caráter de norma de efeitos concretos. 
Contudo, aferir se a Lei Estadual 9.703/2012 seria lei de 
efeitos concretos é providência vedada, em sede de Recurso 
Especial, ante o óbice da Súmula 280/STF. (AgRg no AREsp 
593.738/PB, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 20/08/2015, DJe 
03/09/2015) 
 
______________________________________________________________________ 
 
 
18 
 
17. Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, 
contra ele cabe o mandado de segurança ou medida judicial. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 
 Sumula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício 
de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a 
medida judicial 
 
______________________________________________________________________ 
18. A partir do reconhecimento do papel central da Constituição eda 
normatividade dos princípios constitucionais, a legalidade deixa de ser o 
único parâmetro para verificação da validade da atuação administrativa. 
CERTO. 
Comentários: 
 Trata-se do PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE que não aceita a 
concepção da Administração vinculada exclusivamente às regras 
prefixadas nas leis, mas sim ao próprio Direito, o que inclui as regras e 
princípios previstos na Constituição. 
 O STF editou a Sumula Vinculante 13 para vedar o nepotismo na 
Administração Pública com fundamento nos princípios da impessoalidade, 
moralidade e eficiência. O STJ, por sua vez, utiliza-se rotineiramente dos 
princípios da razoabilidade e da isonomia (impessoalidade) para saber se 
algumas das exigências contidas em editais de concursos públicos são 
válidas ou não. 
 A juridicidade, como se vê, amplia a margem de controle do ato 
discricionário levada a efeito pelo Judiciário. 
 
 
19 
 
______________________________________________________________________ 
 
Acerca do corte no fornecimento de serviços públicos essenciais, 
julgue os itens que se seguem. 
19. É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais, 
inclusive quanto à pessoa jurídica de direito público, desde que precedido 
de notificação e a interrupção não atinja as unidades prestadoras de 
serviços indispensáveis à população. 
CERTO. 
 
Comentários 
 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO 
REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SUSPENSÃO 
NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. MUNICÍPIO DO 
RIO DE JANEIRO. PRECEDENTES. DÍVIDA CONTROVERTIDA. 
INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7 DO STJ. 
1. A Lei de Concessões condiciona a suspensão no 
fornecimento de energia elétrica ao "interesse da coletividade", 
que impossibilita o corte na iluminação pública e nas unidades 
públicas essenciais, quando, então, a concessionária deve 
fazer uso da ação de cobrança. Precedentes. 
2. Observada a restrição legal, é lícita a interrupção do 
fornecimento de energia elétrica se, após prévio aviso, o 
consumidor permanecer inadimplente no pagamento da 
dívida incontroversa. 
3. No entanto, no presente caso, o acórdão recorrido assentou 
que a suspensão não se legitima ante a controvérsia sobre o 
 
20 
 
valor da dívida, discutida em sede administrativa, bem como 
do pagamento da quantia incontroversa. 
4. A revisão das premissas fáticas utilizadas pelo Tribunal de 
origem encontra óbice na Súmula n. 7 do STJ. (AgRg no Ag 
1270130/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/08/2011, DJe 
19/08/2011) 
______________________________________________________________________ 
 
20. É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por 
débitos de usuário anterior, em razão da natureza pessoal da dívida. 
ERRADO. 
 
Comentários 
 
 É ilegítimo, na verdade: 
 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO 
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
SUSPENSÃO POR DÉBITO PRETÉRITO DE OUTRO USUÁRIO. 
SERVIÇO PÚBLICO ESSENCIAL. IMPOSSIBILIDADE. 
DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA. AGRAVO REGIMENTAL 
DESPROVIDO. 
1. A jurisprudência desta Corte Superior pacificou o 
entendimento de que, em casos como o presente, em que se 
caracteriza a exigência de débito pretérito decorrente do 
inadimplemento de faturas, não deve haver a suspensão do 
serviço; o corte de água pressupõe o inadimplemento de dívida 
 
21 
 
atual, relativa ao mês do consumo, sendo inviável a 
suspensão do abastecimento em razão de débitos antigos. 
2. Além do mais, o art. 6o., § 3o., II, da Lei 8.987/95, fala, 
expressamente, em inadimplemento do usuário, ou seja, do 
efetivo consumidor do serviço (interrupção personalizada). É 
inviável, portanto, responsabilizar-se o atual usuário - 
adimplente com suas obrigações - por débito pretérito relativo 
ao consumo de água do usuário anterior (REsp 631.246/RJ, 
Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJ 23.10.2006). 
3. (…) (AgRg no AREsp 196.374/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
22/04/2014, DJe 06/05/2014) 
______________________________________________________________________ 
 
No que tange aos contratos administrativos, leia e julgue os 
seguintes itens. 
21. Nos contratos celebrados pela administração, o foro competente para 
dirimir qualquer questão contratual é o do contratado. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
 Art. 52, §2º, da Lei n. 8.666/93 – Lei de Licitações - LI: 
 §2oNos contratos celebrados pela Administração Pública com 
pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, 
deverá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da 
 
22 
 
sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o 
disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. 
 
______________________________________________________________________ 
 
22. Caso o contrato contenha vício de legalidade, como ausência de 
algum dos requisitos de validade dos atos administrativos em geral, 
deverá ser promovida sua invalidação, ou anulação, e não a sua 
revogação. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 
 Trata-se de ilegalidade, é poder-dever da Administração Pública 
promover a invalidação/anulação do contrato. 
STF Súmula nº 473: A administração pode anular seus 
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, 
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por 
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
apreciação judicial. 
______________________________________________________________________ 
 
23. O contrato administrativo pode ter o seu equilíbrio quebrado em 
virtude de o Estado praticar ato ilícito que lhe modifique as condições, de 
modo a provocar prejuízo ao contratado. Nessa situação, fica 
caracterizado o denominado fato do príncipe. 
ERRADO. 
 
 
23 
 
Comentários: 
 
O Conceito da questão é o de fato da administração, caracterizado 
como, segundo Hely Lopes Meirelles, “é toda ação ou omissão do Poder 
Público que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda, 
agrava ou impede a sua execução. O fato da Administração é evento 
diretamente relacionado com a execução do contrato, enquanto o fato do 
príncipe atinge apenas reflexamente o contrato, causando desequilíbrio 
econômico. 
 
______________________________________________________________________ 
 
24. O direito a revisão depende de previsão expressa no contrato, sendo 
insuficiente para a sua concessão a demonstração da existência de fato 
superveniente que tenha causado desequilíbrio econômico-financeiro no 
ajuste. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
 O direito de revisão independe de previsão contratual, trata-se de 
característica dos contratos administrativos. 
Art.58 da LI - O regime jurídico dos contratos administrativos 
instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a 
eles, a prerrogativa de: 
I -modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às 
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do 
contratado 
 
24 
 
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas 
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para 
que se mantenha o equilíbrio contratual 
 
______________________________________________________________________ 
 
25. Devido à natureza personalíssima do contrato administrativo, não se 
admite subcontratação de partes de obra ou serviço contratado pelo 
poder público. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
Art.72 da Lei 8.666/93. O contratado, na execução do 
contrato, sem prejuízodas responsabilidades contratuais e 
legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou 
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela 
Administração. 
______________________________________________________________________ 
 
26. Embora a Lei 8.666/93 exija a forma escrita, sob pena de nulidade 
do contrato, a norma deve ser interpretada em conformidade com os 
princípios gerais do direito, assim, se o particular de boa-fé fornecer ou 
praticar serviço a Administração Pública deve reconhecer e pagar ao 
contratado pela execução do ajuste verbal, nos termos do princípio da 
vedação do enriquecimento sem causa. 
CERTO. 
 
 
 
 
25 
 
Comentários: 
 
 Em relação à forma escrita do contrato, é pertinente uma 
ponderação. O art. 60, parágrafo único, da Lei 8.666/19931 exige a forma 
escrita, considerando “nulo e de nenhum efeito” o contrato verbal. A única 
exceção expressamente reconhecida por essa norma refere-se aos 
contratos verbais de pequenas compras (até R$ 4.000,00) e pronto 
pagamento. 
 Todavia, a norma deve ser interpretada em conformidade com os 
princípios gerais do Direito, pois a interpretação literal da norma levaria à 
conclusão de que os contratos verbais, que não são de pequenas compras, 
não seriam considerados válidos e não produziriam efeitos, inclusive o 
efeito do pagamento. Ocorre que essa interpretação prejudicaria o 
particular de boa-fé que forneceu o bem ou prestou o serviço e acarretaria 
o enriquecimento sem causa da Administração. Por esta razão, a doutrina 
e a jurisprudência têm reconhecido o dever da Administração contratante 
de pagar ao contratado pela execução do ajuste verbal, em homenagem 
aos princípios da boa-fé e da vedação do enriquecimento sem causa. Nesse 
sentido: STJ (REsp 317.463/SP), TJRJ, Marçal Justen Filho, Marcos 
Juruena Villela Souto, Enunciado 8 da PGE/RJ e Orientação 
Normativa/AGU 4. 
______________________________________________________________________ 
 
27. No tocante à advocacia pública consultiva, o advogado poderá ser 
responsabilizado nos casos de culpa grave, erro inescusável, dolo e 
quando o parecer for vinculante. 
CERTO. 
 
1 Art. 60. Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a 
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas 
aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, 
inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento. 
 
26 
 
Comentários: 
 
 O parecer meramente opinativo não tem o condão de responsabilizar 
o advogado consultivo. 
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONTROLE 
EXTERNO. AUDITORIA PELO TCU. RESPONSABILIDADE DE 
PROCURADOR DE AUTARQUIA POR EMISSÃO DE PARECER 
TÉCNICO-JURÍDICO DE NATUREZA OPINATIVA. 
SEGURANÇA DEFERIDA. I. Repercussões da natureza 
jurídico-administrativa do parecer jurídico: (i) quando a 
consulta é facultativa, a autoridade não se vincula ao parecer 
proferido, sendo que seu poder de decisão não se altera pela 
manifestação do órgão consultivo; (ii) quando a consulta é 
obrigatória, a autoridade administrativa se vincula a emitir o 
ato tal como submetido à consultoria, com parecer favorável 
ou contrário, e se pretender praticar ato de forma diversa da 
apresentada à consultoria, deverá submetê-lo a novo parecer; 
(iii) quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz de 
parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídica deixa 
de ser meramente opinativa e o administrador não poderá 
decidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, 
não decidir. II. No caso de que cuidam os autos, o parecer 
emitido pelo impetrante não tinha caráter vinculante. Sua 
aprovação pelo superior hierárquico não desvirtua sua 
natureza opinativa, nem o torna parte de ato administrativo 
posterior do qual possa eventualmente decorrer dano ao 
erário, mas apenas incorpora sua fundamentação ao ato. III. 
Controle externo: É lícito concluir que é abusiva a 
responsabilização do parecerista à luz de uma 
alargada relação de causalidade entre seu parecer e o 
ato administrativo do qual tenha resultado dano ao 
 
27 
 
erário. Salvo demonstração de culpa ou erro grosseiro, 
submetida às instâncias administrativo-disciplinares ou 
jurisdicionais próprias, não cabe a responsabilização do 
advogado público pelo conteúdo de seu parecer de 
natureza meramente opinativa. Mandado de segurança 
deferido. MS 24631 / DF - DISTRITO FEDERAL. MANDADO 
DE SEGURANÇA 
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA Julgamento: 
09/08/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno). 
 
______________________________________________________________________ 
 
28. O convite é uma modalidade de licitação em que a convocação se faz 
por carta-convite. Ele dispensa a publicação em edital, mas a lei exige 
que a unidade administrativa afixe, em lugar adequado, uma cópia do 
instrumento convocatório. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 
Art. 22 da 8.666/93 São modalidades de licitação: 
III - convite; 
... 
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre 
interessados do ramo pertinente ao seu objeto, 
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em 
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, 
a qual afixará, em local apropriado, cópia do 
instrumento convocatório e o estenderá aos demais 
 
28 
 
cadastrados na correspondente especialidade que 
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 
(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. 
 
______________________________________________________________________ 
 
Relacionado ao tema atos administrativos, julgue as seguintes 
assertivas: 
 
29. Os limites percentuais de (25% e 50%) previstos no art. 65, §1º, Lei 
8.666/93 aplicam-se somente aos casos de alteração quantitativa do 
contrato administrativo, sendo inaplicável no caso de alteração 
qualitativa. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
 
 Os limites DEVEM ser observados em TODA E QUALQUER 
ALTERAÇÃO UNILATERAL, QUALITATIVA OU QUANTITATIVA. O principal 
fundamento é a ausência de distinção entre as alterações nas normas que 
impõem os limites percentuais, admitindo-se a inobservância dos limites 
apenas para os casos de supressões por acordo das partes (art. 65, § 2.º, 
II, da Lei). Nesse sentido: José dos Santos Carvalho Filho, Marcos Juruena 
Villela Souto, Flávio Amaral Garcia, Jessé Torres Pereira Junior, TCU e STJ. 
(TCU, Plenário, Decisão 215/99, Rel. Min. José Antonio B. de Macedo, DO 
21.05.1999; STJ, 2.a Turma, REsp 1.021.851/SP, Rel. Min. Eliana 
Calmon, DJe 28.11.2008, Informativo de Jurisprudência do STJ n. 363.) 
Entendemos que a razão está com o segundo entendimento que 
aplica os limites às duas espécies de alteração unilateral (quantitativa e 
qualitativa), tendo em vista a necessidade de interpretação da questão à 
luz dos seguintes princípios constitucionais: 
 
29 
 
a) segurança jurídica e boa-fé: a alteração ilimitada acarretaria 
insegurança para o contratado que deveria se sujeitar à vontade da 
Administração mesmo nas hipóteses em que não tenha condições 
materiais (equipamentos ou bens) ou econômicas para implementar o 
objeto alterado; 
b) economicidade: em virtude dos riscos incalculáveis assumidos pelo 
particular, a sua proposta de preço na licitação seria incrementada e não 
representaria, necessariamente, os custos e os lucros esperados; 
c) moralidade e isonomia: na ausência de limites percentuais, o preço 
contratual poderia sofrer enorme variação, o que colocaria em dúvida, 
eventualmente, a modalidade de licitação utilizada para escolhero 
licitante, sendo certo que determinadas modalidades (concorrência, 
tomada de preços e convite) levam em consideração o valor estimado do 
contrato e possuem exigências diferenciadas em relação à participação dos 
licitantes (ex.: a Administração utiliza-se do convite, direcionando a 
contratação para alguns convidados, para celebrar o contrato que sofre 
alteração posterior para elevar o preço ao patamar que demandaria a 
concorrência – esta última modalidade admite a participação de qualquer 
interessado); e 
d) razoabilidade: não se pode pretender transformar a contratação pública 
em loteria ou aventura jurídica. 
 
______________________________________________________________________ 
 
30. É ilegal, no âmbito dos contratos administrativos, a retenção do 
pagamento devido a fornecedor em situação de irregularidade perante o 
fisco. 
CERTO. 
 
 
 
30 
 
Comentários: 
 
 Segundo jurisprudência pacífica do STJ, é ilegal reter o pagamento 
devido a fornecedor em situação de irregularidade perante o Fisco. Essa 
prática não é permitida, considerando que não existe autorização na Lei 
para que seja feita. Logo, como no direito administrativo o administrador 
somente pode fazer aquilo que a lei o autoriza, tal conduta por parte do 
Poder Público violaria o princípio da legalidade. (Segunda Turma. AgRg no 
REsp 1.313.659-RR, Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 
23/10/2012.) 
 
Direito Constitucional 
 
Julgue os itens abaixo: 
 
31. Na vigência de estado de sítio, em razão de comoção grave de 
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia 
de medida tomada durante o estado de defesa, admite-se a imposição de 
restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das 
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, 
radiodifusão e televisão, na forma da lei, não se incluindo em tal vedação 
a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas 
Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa. 
CERTO. 
 
Comentários: 
O enunciado trata da possibilidade de restrições de direitos 
fundamentais durante o estado de sítio, instrumento excepcional para 
defesa do Estado e de suas instituições democráticas. Ressalta-se que o 
 
31 
 
estado de sítio é medida mais rigorosa do que o estado de defesa, razão 
pela qual permite a imposição de maiores restrições. Confira: 
Art. 136, CF  Estado de defesa: é possível haver restrições aos direitos de: 
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; 
b) sigilo de correspondência; 
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica. 
Art. 139, CF  Estado de sítio nos casos de comoção grave de repercussão 
nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada 
durante o estado de defesa: só poderão ser tomadas contra as pessoas as 
seguintes medidas: 
I - obrigação de permanência em localidade determinada; 
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; 
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das 
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e 
televisão, na forma da lei; 
IV - suspensão da liberdade de reunião; 
V - busca e apreensão em domicílio; 
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; 
VII - requisição de bens. 
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos 
de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela 
respectiva Mesa. 
Estado de sítio no caso de declaração de estado de guerra ou resposta a 
agressão armada estrangeira, a contrario sensu, admite outras restrições, além das 
previstas no art. 139, da CF. Para o caso de guerra declarada, admite-se, inclusive, 
pena de morte (art. 5º, XLVII, “a” c/c art. 84, XIX c/c art. 137, II, CF). 
 
 
32 
 
______________________________________________________________________ 
 
32. A ação direta de inconstitucionalidade que tem como norma 
impugnada medida provisória perde o objeto quando esta for convertida 
em lei antes do julgamento daquela, ainda que a lei de conversão e o ato 
legislativo provisório possuam o mesmo texto. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
O entendimento do Supremo Tribunal Federal é exatamente no 
sentido contrário, ou seja, nos casos em que o texto da lei de conversão é 
o mesmo que o texto da medida provisória, ainda que tal conversão ocorra 
antes do julgamento da ação direta de inconstitucionalidade, não há perda 
do objeto, devendo a ação direta de inconstitucionalidade ser conhecida e 
julgada. É o que se observa do julgamento da ADI 1055/DF, rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgamento em 15.12.2016. (ADI-1055), veiculada no 
Informativo 851, do Supremo Tribunal Federal. 
Segundo entendeu a Suprema Corte, ocorre a continuidade 
normativa entre o ato legislativo provisório (MP) e a lei que resulta de sua 
conversão. Todavia, nesse caso, o legitimado responsável pelo ajuizamento 
da ADI deve peticionar informando a conversão da MP em lei ao STF e 
pedindo o aditamento da ação. 
______________________________________________________________________ 
 
33. Em sede de arguição de descumprimento de preceito fundamental a 
liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais 
suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, 
ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto 
da ação, salvo se decorrentes da coisa julgada. 
CERTO. 
 
33 
 
Comentários: 
No tocante à arguição de descumprimento de preceito fundamental, 
a Lei 9.882/1999, em seu art. 5º, §3º, estabelece um poder geral de 
cautela do juiz que poderá conceder liminar para suspender o andamento 
dos processos ou os efeitos de decisões judiciais ou determinar outras 
medidas que entenda necessária, desde que haja relação entre a medida 
e a matéria objeto da ação e não haja coisa julgada. 
 
______________________________________________________________________ 
 
34. É inconstitucional a criação de procuradorias próprias para atuar 
especificamente nas Assembleias Legislativas ou nos Tribunais de Contas 
estaduais, tendo em vista que a representação judicial e a consultoria 
jurídica das respectivas unidades federadas é competência constitucional 
exclusiva dos Procuradores dos Estados. 
ERRADO. 
 
______________________________________________________________________ 
 
35. As ações para cobrança de títulos executivos decorrentes de 
condenações impostas pelo Tribunal de Contas somente podem ser 
propostas pelo ente público beneficiário da condenação. 
ANULADA. 
 
Comentários às questões 34 e 35: 
 A questão 34 está errada, tendo em vista que a Suprema Corte 
entende pela constitucionalidade da criação de Procuradorias 
especializadas das Assembleias Legislativas e dos Tribunais de Contas 
com atribuições de representação judicial e de defesa dos atos e das 
prerrogativas, nos casos em que a Assembleia Legislativa ou o Tribunal de 
Contas Estadual necessite praticar em juízo, em nome próprio, atos 
 
34 
 
processuais na defesa de sua autonomia e independência em face dos 
demais poderes, além de serem responsáveis pela consultoria e pelo 
assessoramento jurídico de tais órgãos. 
 Nesse sentido, não há violação ao art. 132, da CF/88, não havendo 
invasão de competências constitucionais dos Procuradores dos Estados e 
do Distrito Federal, consoante se verifica no seguinte precedente: 
 
(...) 3. A Procuradoria Geral do Distrito Federal é a 
responsável pelo desempenho da atividade jurídica 
consultiva e contenciosaexercida na defesa dos interesses 
da pessoa jurídica de direito público Distrito Federal. 4. Não 
obstante, a jurisprudência desta Corte reconhece a 
ocorrência de situações em que o Poder Legislativo necessite 
praticar em juízo, em nome próprio, uma série de atos 
processuais na defesa de sua autonomia e independência 
frente aos demais Poderes, nada impedindo que assim o 
faça por meio de um setor pertencente a sua estrutura 
administrativa, também responsável pela consultoria e 
assessoramento jurídico de seus demais órgãos. (...) STF. 
Plenário. ADI 1557, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 
31/03/2004. 
 
Por outro lado, a questão 35 foi anulada, tendo em vista não haver 
especificado de qual Tribunal se tratava o entendimento assentado. Isso 
porque, o enunciado reflete o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, 
que destoa do atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça. Explica-
se. 
O Superior Tribunal de Justiça, em 2011, fixou o entendimento de 
que a legitimidade para a execução dos títulos executivos proferidos pelo 
Tribunal de Contas depende da diferenciação entre os casos de imputação 
de débito/ressarcimento ao Erário e os de imputação de multa. A 
 
35 
 
legitimidade para cobrar os créditos referentes a multas aplicadas por 
Tribunal de Contas é do ente público que mantém a referida Corte, ao 
passo que, nos casos de ressarcimento ao Erário, a legitimidade é do ente 
público beneficiário da condenação. Confira: 
 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MULTA 
APLICADA POR TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL A 
GESTOR MUNICIPAL. RECEITA DO ENTE FEDERATIVO A 
QUE SE VINCULA O ÓRGÃO SANCIONADOR. 
LEGITIMIDADE DO ESTADO PARA AJUIZAR A COBRANÇA. 
1.A controvérsia diz respeito à titularidade da cobrança de 
crédito decorrente de multa aplicada a gestor municipal por 
Tribunal de Contas estadual. O acórdão embargado 
consignou que a cobrança compete ao próprio município, 
enquanto o paradigma entende que a legitimidade para a 
execução é do Estado a que se vincula a Corte de Contas. 
2.Ambas as Turmas da Primeira Seção adotavam o mesmo 
posicionamento, no sentido do acórdão embargado, até o 
julgamento do REsp 1.181.122/RS, no qual a Segunda 
Turma reviu sua jurisprudência. 3. Devem-se distinguir 
os casos de imputação de débito/ressarcimento ao 
Erário – em que se busca a recomposição do dano 
sofrido, e, portanto, o crédito pertence ao ente público 
cujo patrimônio foi atingido – dos de aplicação de 
multa, que, na ausência de disposição legal 
específica, deve ser revertida em favor do ente a que 
se vincula o órgão sancionador. 4. Não foi outra a 
solução preconizada pelo Tribunal de Contas da 
União, em cujo âmbito as multas, mesmo que 
aplicadas a gestores estaduais ou municipais, sempre 
são recolhidas aos cofres da União. 5.Este mesmo 
 
36 
 
raciocínio deve ser aplicado aos Tribunais de Contas 
estaduais, de modo que as multas deverão ser 
revertidas ao ente público ao qual a Corte está 
vinculada, mesmo se aplicadas contra gestor 
municipal. 6.Dessa forma, a legitimidade para cobrar 
os créditos referentes a multas aplicadas por 
Tribunal de Contas é do ente público que mantém a 
referida Corte – na espécie, o Estado do Rio Grande do 
Sul -, por intermédio de sua Procuradoria. 
7.Embargos de Divergência providos. (EAg 
1138822/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA 
SEÇÃO, julgado em 13/12/2010, DJe 01/03/2011). 
 
A seu turno, o Supremo Tribunal Federal, em 2014, reconheceu que 
as execuções de títulos executivos decorrentes de condenações impostas 
pelo Tribunal de Contas somente podem ser propostas pelo ente público 
beneficiário da condenação. Assim, se o Município for o ente beneficiário 
de referida condenação, ainda que a decisão tenha sido proferida pelo 
Tribunal de Contas Estadual, caberá à Procuradoria Municipal respectiva 
promover a execução do título executivo. 
Na ocasião, a Suprema Corte afastou a legitimidade do próprio 
Tribunal de Contas e do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas 
para referidas execuções, sendo este o ponto principal da discussão 
travada à época. 
Todavia, não se aventou, na espécie, a distinção realizada pelo 
Superior Tribunal de Justiça (casos de imputação de débito/ressarcimento 
ao Erário e casos de aplicação de multa), estando a questão pendente de 
julgamento, após o reconhecimento da repercussão geral pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
Confira os julgados: 
 
 
37 
 
LEGITIMIDADE – EXECUÇÃO DE MULTA APLICADA PELO 
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO – DANOS AO ERÁRIO 
MUNICIPAL – MATÉRIA CONSTITUCIONAL – RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL VERIFICADA. 
Possui repercussão geral a controvérsia acerca da 
legitimidade para promover a execução de multa 
aplicada pelo Tribunal de Contas estadual a agente 
político, por danos causados ao erário municipal – se 
do estado ou do município no qual ocorrida a 
irregularidade. (ARE 641896 RG, Relator(a): Min. MARCO 
AURÉLIO, julgado em 11/04/2013, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 07-05-2013 PUBLIC 08-05-
2013). 
 
LEGITIMIDADE ATIVA – MINISTÉRIO PÚBLICO – 
EXECUÇÃO – CONDENAÇÃO POR TRIBUNAL DE CONTAS 
– PRECEDENTE. Conforme entendimento consolidado 
do Supremo, os títulos executivos decorrentes de 
condenações impostas pelo Tribunal de Contas 
somente podem ser propostas pelo ente público 
beneficiário da condenação. 
(RE 791575 AgR / MA – MARANHÃO. AG.REG. NO 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Relator(a): Min. MARCO 
AURÉLIO. Julgamento: 29/04/2014. Órgão Julgador: 
Primeira Turma). 
 
 ______________________________________________________________________ 
 
36. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no 
prazo de quinze dias contados da posse, instruída a ação com provas de 
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. A ação de impugnação 
 
38 
 
de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na 
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
O prazo de quinze dias para impugnação do mandato eletivo é 
contado do ato de diplomação e não da posse, razão pela qual o enunciado 
encontra-se errado, nos termos do art. 14, §§ 10 e 11, da Constituição 
Federal. 
______________________________________________________________________ 
 
37. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido, dentre outros 
legitimados, por organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, 
desde que para assegurar o exercício de direitos, liberdades e 
prerrogativas em favor da totalidade de seus membros ou associados e 
que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização 
especial. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
O enunciado encontra-se errado, pois a legitimidade das 
organizações sindicais, entidades de classe e associações constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano é válida para assegurar o exercício 
de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte 
de seus membros ou associados, consoante se verifica da leitura do art. 
12, inciso III, da Lei 13.300/2016. 
 
______________________________________________________________________ 
 
 
39 
 
38. Na eleição para Prefeito e Vice-Prefeito haverá segundo turno nos 
Municípios com mais de duzentos mil habitantes sempre que nenhum 
candidato alcançar maioria absoluta de votos, não computados os em 
branco e os nulos. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
O parâmetro para estabelecer se o Município terá, ou não, a 
possibilidade de realização de segundo turno é a quantidade de eleitorese não de habitantes. Sendo assim, nos termos do art. 29, inciso II, 
combinado com o art. 77, da CF/88, o sistema de eleição municipal será: 
 Majoritário absoluto: para os Municípios com mais duzentos mil 
eleitores, consagrando-se vencedor aquele que obtiver a maioria 
absoluta dos votos válidos. Caso em primeiro turno nenhum 
candidato alcance esse quórum, haverá segundo turno. 
 Majoritário simples: para os demais Municípios, eleito será aquele 
que obtiver a maioria simples dos votos válidos. 
 
______________________________________________________________________ 
 
39. Conforme entendimento da Suprema Corte, os senadores podem 
trocar de partido político, ainda que sem justa causa, sem que isso 
importe na perda do mandato eletivo. 
CERTO. 
 
Comentários: 
Trata-se do posicionamento recente do Supremo Tribunal Federal ao 
distinguir os cargos cujos titulares são eleitos pelo sistema majoritário 
(Senadores, Prefeitos, Governadores e Presidente da República) daqueles 
eleitos pelo sistema proporcional (deputados e vereadores). Nesse sentido, 
 
40 
 
pode haver a troca de partido político sem que haja a perda do mandato 
quando se tratar de eleição pelo sistema majoritário. 
Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. AÇÃO DIRETA 
DE INCONSTITUCIONALIDADE. RESOLUÇÃO Nº 22.610/2007 DO TSE. 
INAPLICABILIDADE DA REGRA DE PERDA DO MANDATO POR 
INFIDELIDADE PARTIDÁRIA AO SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO. 1. 
Cabimento da ação. Nas ADIs 3.999/DF e 4.086/DF, discutiu-se o alcance 
do poder regulamentar da Justiça Eleitoral e sua competência para dispor 
acerca da perda de mandatos eletivos. O ponto central discutido na 
presente ação é totalmente diverso: saber se é legítima a extensão da regra 
da fidelidade partidária aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário. 2. 
As decisões nos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604 tiveram 
como pano de fundo o sistema proporcional, que é adotado para a eleição 
de deputados federais, estaduais e vereadores. As características do 
sistema proporcional, com sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos, 
tornam a fidelidade partidária importante para garantir que as opções 
políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam minimamente 
preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do 
candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. 3. O sistema 
majoritário, adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e 
senador, tem lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As 
características do sistema majoritário, com sua ênfase na figura do 
candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de 
partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 
1º, parágrafo único; e art. 14, caput). 4. Procedência do pedido formulado 
em ação direta de inconstitucionalidade.STF. Plenário. ADI 5081/DF, Rel. 
Min. Roberto Barroso, julgado em 27/5/2015. 
______________________________________________________________________ 
 
40. O Supremo Tribunal Federal admite a ocorrência da reversão 
jurisprudencial, também denominada reação legislativa, de modo que, 
 
41 
 
excepcionalmente, é possível o nascimento de lei ordinária com 
presunção relativa de inconstitucionalidade. 
CERTO. 
 
Comentários: 
As declarações de inconstitucionalidade proferidas pelo Supremo 
Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade 
não vinculam o Poder Legislativo em sua atividade típica, de modo que, 
posteriormente, é possível a edição de lei em sentido contrário ao 
anteriormente decidido. 
Por outro lado, a regra é que as leis nascem com uma presunção de 
constitucionalidade, todavia, nos casos de reação legislativa, a lei nasce 
com uma presunção de inconstitucionalidade, dada a decisão anterior da 
Suprema Corte, cabendo ao legislador “o ônus de demonstrar, 
argumentativamente, que a correção do precedente se afigura legítima. 
Assim, para ser considerada válida, o Congresso Nacional deverá 
comprovar que as premissas fáticas e jurídicas sobre as quais se fundou 
a decisão do STF no passado não mais subsistem. O Poder Legislativo 
promoverá verdadeira hipótese de mutação constitucional pela via 
legislativa”. 
Nesse sentido, confira a jurisprudência da Suprema Corte: 
 
[...] 3. O desenho institucional erigido pelo constituinte de 1988, 
mercê de outorgar à Suprema Corte a tarefa da guarda precípua da Lei 
Fundamental, não erigiu um sistema de supremacia judicial em sentido 
material (ou definitiva), de maneira que seus pronunciamentos judiciais 
devem ser compreendidos como última palavra provisória, vinculando 
formalmente as partes do processo e finalizando uma rodada deliberativa 
acerca da temática, sem, em consequência, fossilizar o conteúdo 
constitucional. 4. Os efeitos vinculantes, ínsitos às decisões proferidas em 
sede de fiscalização abstrata de constitucionalidade, não atingem o Poder 
 
42 
 
Legislativo, ex vi do art. 102, § 2º, e art. 103-A, ambos da Carta da 
República. 5. Consectariamente, a reversão legislativa da jurisprudência 
da Corte se revela legítima em linha de princípio, seja pela atuação do 
constituinte reformador (i.e., promulgação de emendas constitucionais), 
seja por inovação do legislador infraconstitucional (i.e., edição de leis 
ordinárias e complementares), circunstância que demanda providências 
distintas por parte deste Supremo Tribunal Federal. 5.1. A emenda 
constitucional corretiva da jurisprudência modifica formalmente o texto 
magno, bem como o fundamento de validade último da legislação 
ordinária, razão pela qual a sua invalidação deve ocorrer nas hipóteses de 
descumprimento do art. 60 da CRFB/88 (i.e., limites formais, 
circunstanciais, temporais e materiais), encampando, neste particular, 
exegese estrita das cláusulas superconstitucionais. 5.2. A legislação 
infraconstitucional que colida frontalmente com a jurisprudência (leis in 
your face) nasce com presunção iuris tantum de inconstitucionalidade, de 
forma que caberá ao legislador ordinário o ônus de demonstrar, 
argumentativamente, que a correção do precedente faz-se necessária, ou, 
ainda, comprovar, lançando mão de novos argumentos, que as premissas 
fáticas e axiológicas sobre as quais se fundou o posicionamento 
jurisprudencial não mais subsistem, em exemplo acadêmico de mutação 
constitucional pela via legislativa. Nesse caso, a novel legislação se 
submete a um escrutínio de constitucionalidade mais rigoroso, 
nomeadamente quando o precedente superado amparar-se em cláusulas 
pétreas. 6. O dever de fundamentação das decisões judicial, inserto no art. 
93 IX, da Constituição, impõe que o Supremo Tribunal Federal enfrente 
novamente a questão de fundo anteriormente equacionada sempre que o 
legislador lançar mão de novos fundamentos. 7. O Congresso Nacional, no 
caso sub examine, ao editar a Lei nº 12.875/2013, não apresentou, em 
suas justificações, qualquer argumentação idônea a superar os 
fundamentos assentados pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento 
das ADIs nº 4430 e nº 4795, rel. Min. Dias Toffoli, em que restou 
 
43 
 
consignado que o art. 17 da Constituição de 1988 – que consagra o direito 
político fundamental da liberdade de criação de partidos – tutela, de igual 
modo, as agremiações que tenham representação no Congresso Nacional, 
sendo irrelevante perquirir se esta representatividade resulta, ou não, da 
criação de nova legenda no curso da legislatura. 8. A criação de novos 
partidos, como hipótese caracterizadora de justa causa para as migrações 
partidárias, somada ao direito constitucional de livre criação de novas 
legendas, impõe a conclusãoinescapável de que é defeso privar as 
prerrogativas inerentes à representatividade política do parlamentar 
trânsfuga. 9. No caso sub examine, a justificação do projeto de lei limitou-
se a afirmar, em termos genéricos, que a regulamentação da matéria, 
excluindo dos partidos criados o direito de antena e o fundo partidário, 
fortaleceria as agremiações partidárias, sem enfrentar os densos 
fundamentos aduzidos pelo voto do relator e corroborado pelo Plenário. 10. 
A postura particularista do Supremo Tribunal Federal, no exercício da 
judicial review, é medida que se impõe nas hipóteses de salvaguarda das 
condições de funcionamento das instituições democráticas, de sorte (i) a 
corrigir as patologias que desvirtuem o sistema representativo, máxime 
quando obstruam as vias de expressão e os canais de participação política, 
e (ii) a proteger os interesses e direitos dos grupos políticos minoritários, 
cujas demandas dificilmente encontram eco nas deliberações majoritárias. 
11. In casu, é inobjetável que, com as restrições previstas na Lei nº 
12.875/2013, há uma tentativa obtusa de inviabilizar o funcionamento e 
o desenvolvimento das novas agremiações, sob o rótulo falacioso de 
fortalecer os partidos políticos. Uma coisa é criar mecanismos mais 
rigorosos de criação, fusão e incorporação dos partidos, o que, a meu juízo, 
encontra assento constitucional. Algo bastante distinto é, uma vez criadas 
as legendas, formular mecanismos normativos que dificultem seu 
funcionamento, o que não encontra guarida na Lei Maior. Justamente por 
isso, torna-se legítima a atuação do Supremo Tribunal Federal, no intuito 
de impedir a obstrução dos canais de participação política e, por via de 
 
44 
 
consequência, fiscalizar os pressupostos ao adequado funcionamento da 
democracia. 12. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente 
para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 1º e 2º, da Lei nº 
12.875/2013. (ADI 5105/DF-DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE Relator(a):Min. LUIZ FUX. Julgamento: 
01/10/2015. Órgão Julgador: Tribunal Pleno). 
 
______________________________________________________________________ 
 
41. No âmbito da estrutura sindical brasileira, somente as confederações 
sindicais, que constituem entidade de grau superior, possuem 
legitimidade para agir, em sede de controle normativo abstrato de 
constitucionalidade, perante a Suprema Corte. 
CERTO. 
 
Comentários: 
O enunciado reflete o posicionamento do Supremo Tribunal Federal 
acerca da interpretação do art. 103, inciso IX, da Constituição Federal, nos 
seguintes termos: 
 
Art. 103. Podem propor a ação direta de 
inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004): 
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito 
nacional. 
 
E M E N T A: CONTROLE ABSTRATO DE 
CONSTITUCIONALIDADE – AÇÃO DIRETA – 
ILEGITIMIDADE ATIVA DE ENTIDADE SINDICAL DE 
SEGUNDO GRAU, AINDA QUE DE ÂMBITO NACIONAL – 
 
45 
 
AÇÃO DIRETA DE QUE NÃO SE CONHECE – PARECER DA 
PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA PELO NÃO 
PROVIMENTO – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - As 
federações sindicais, mesmo aquelas de âmbito nacional, 
não dispõem de legitimidade ativa para o ajuizamento da 
ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo 
Tribunal Federal. - No âmbito da estrutura sindical 
brasileira, somente a Confederação Sindical – que constitui 
entidade de grau superior – possui qualidade para agir, em 
sede de controle normativo abstrato, perante a Suprema 
Corte (CF, art. 103, IX). Precedentes. (ADI 4656 AgR / PA - 
PARÁ - AG.REG. NA AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. Relator(a): Min. CELSO DE 
MELLO Julgamento: 01/08/2014. Órgão Julgador: 
Tribunal Pleno). 
 
______________________________________________________________________ 
 
42. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de 
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade 
das pessoas e do patrimônio, dentre outros órgãos, através das guardas 
municipais, instituídas pelos Municípios, destinadas à proteção de seus 
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 
ERRADO. 
 
Comentários: 
As guardas municipais não são constitucionalmente órgãos de 
segurança pública, em que pese sua previsão está contida no Título V, 
Capítulo III, da Constituição Federal. Isso porque, destinam-se à proteção 
de bens, serviços e instalações dos Municípios e não a coletividade de 
modo geral. Nos termos do art. 144, da CF/88, são órgãos de segurança 
 
46 
 
pública a polícia federal, a polícia rodoviária federal, a polícia ferroviária 
federal, as polícias civis e as polícias militares e corpos de bombeiros 
militares. 
 
______________________________________________________________________ 
 
43. Somente os brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos 
ou as pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham 
sede no país poderão ser proprietários de empresa jornalística e de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens, sendo que, em qualquer caso, 
pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das 
empresas deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos 
ou naturalizados há mais de dez anos. 
CERTO. 
 
Comentários: 
 O enunciado retrata uma das situações em que a Constituição 
Federal distingue os brasileiros natos dos naturalizados, como medida 
excepcional. Sobre o tema, imprescindível a leitura dos artigos 5º, inciso LI, 
12, §§ 2º, 3º e 4º, inciso I, 89, inciso VII e 222, todos da CF/88. 
 
______________________________________________________________________ 
 
44. Ao adotar a teoria da abstrativização do controle difuso, a Suprema 
Corte entendeu pela mutação do dispositivo constitucional que atribui ao 
Senado Federal a competência para suspender a execução, no todo ou 
em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva. Assim, 
o atual papel do Senado Federal é apenas de conferir publicidade a 
referida decisão. 
ERRADO. 
 
 
47 
 
Comentários: 
Apesar de haver posicionamento em sentido contrário, entende-se, 
majoritariamente, que o Supremo Tribunal Federal não adota a teoria da 
abstrativização do controle difuso, ou seja, não atribui características do 
controle concentrado ao controle difuso, como a eficácia erga omnes. 
Assim, as decisões definitivas que declaram a inconstitucionalidade 
de lei ou ato normativo em sede de controle difuso operam efeitos inter 
partes, cabendo ao Senado Federal, por meio de resolução, conferir eficácia 
erga omnes, nos termos do art. 52, inciso X, da CF/88, não ocorrendo, 
portanto, mutação constitucional do referido dispositivo. 
Todavia, afirma-se que, apesar de não haver eficácia erga omnes, 
as decisões do Plenário do STF proferidas em controle difuso de 
constitucionalidade possuem força expansiva. 
Sobre o tema, dada sua importância, transcreve-se trecho dos 
comentários do dizerodireito.com.br 
<http://www.dizerodireito.com.br/2014/05/stf-nao-admite-teoria-
da.html>. 
 
Efeitos da declaração segundo a TEORIA DA ABSTRATIVIZAÇÃO DO 
CONTROLE DIFUSO 
Em uma explicação bem simples, a teoria da abstrativização do controle 
difuso preconiza que, se o Plenário do STF decidir a constitucionalidade 
ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, ainda que em 
controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do controle 
concentrado, ou seja, eficácia erga omnes e vinculante. 
Assim, segundo essa concepção, se, em abril/2006, um juiz criminal 
de Rio Branco (AC),por exemplo, decidisse que era constitucional a 
proibição de progressão de regime em crime hediondo, o réu 
prejudicado poderia formular uma reclamação diretamente ao STF, 
alegando que a autoridade de sua decisão estaria sendo desrespeitada. 
 
48 
 
O STF iria conhecer essa reclamação e julgá-la procedente, 
determinando que a decisão do juiz fosse cassada (art. 102, I, “l”, da 
CF/88). 
Para essa corrente, o art. 52, X, da CF/88 sofreu uma mutação 
constitucional e, portanto, deve ser reinterpretado. Dessa forma, o 
papel do Senado, atualmente, é apenas o de dar publicidade à decisão 
do STF. Em outras palavras, a decisão do STF, mesmo em controle 
difuso, já é dotada de efeitos erga omnes e o Senado apenas confere 
publicidade a isso. 
Pode-se dizer que o STF acolheu a teoria da abstrativização do controle 
difuso? O STF decidiu que houve mutação constitucional do art. 52, X, 
da CF/88 e que o papel do Senado atualmente é apenas o de dar 
publicidade da decisão? 
NÃO. A resposta para essas perguntas ainda é negativa. É isso que se 
extrai do resultado da Rcl 4335/AC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgada 
em 20/3/2014. 
A situação concreta discutida na referida reclamação foi a seguinte: 
Em abril de 2006, ou seja, após a decisão do STF declarando 
inconstitucional o § 1º do art. 2º da Lei n.° 8.072/90 (HC 82959/SP), o 
juiz da vara de execuções penais de Rio Branco (AC) indeferiu o pedido 
de progressão de regime em favor de um condenado, argumentando que 
a Lei de Crimes Hediondos proibia e que a decisão do STF no HC 
82959/SP somente teria eficácia erga omnes se o Senado Federal 
suspendesse a execução do dispositivo da Lei de Crimes Hediondos. 
O réu, assistido pela Defensoria Pública, formulou reclamação no STF 
alegando que o entendimento do juiz de 1ª instância ofendeu a 
autoridade da decisão do STF no HC 82959/SP. Segundo argumentou 
o condenado, o Supremo já havia definido que o dispositivo era 
inconstitucional. Logo, ninguém mais poderia discordar, mesmo que a 
decisão tenha sido tomada em sede de controle difuso. 
 
 
49 
 
Como o STF julgou essa reclamação? 
Por maioria, a reclamação foi conhecida e julgada procedente. É 
preciso, no entanto, ter calma e analisar o voto de cada julgador. 
Apenas dois Ministros (Gilmar Mendes e Eros Grau) afirmaram 
expressamente que: 
• as decisões do Plenário do STF proferidas em controle difuso de 
constitucionalidade possuem efeitos erga omnes e 
• que o papel do Senado, atualmente, é o de tão-somente dar 
publicidade ao que foi decidido, tendo havido mutação constitucional 
do art. 52, X, da CF/88. 
 
Os demais Ministros refutaram textualmente ou pelo menos não 
aderiram a tais conclusões. Assim, para a maioria do STF, a decisão 
em controle difuso continua ainda produzindo, em regra, efeitos apenas 
inter partes e o papel do Senado é o de amplificar essa eficácia. 
 
Algumas conclusões: 
1) O STF não adota a teoria da abstrativização do controle difuso. 
2) As decisões do Plenário do STF proferidas em controle difuso de 
constitucionalidade possuem FORÇA EXPANSIVA (nas palavras do 
Min. Teori Zavascki), mas não se pode afirmar que possuam, em regra, 
eficácia erga omnes. 
3) Para a maioria dos Ministros não houve mutação constitucional do 
art. 52, X, da CF/88. O papel do Senado não é o de apenas dar 
publicidade da decisão de inconstitucionalidade proferida em controle 
difuso. A resolução do Senado continua conferindo eficácia erga omnes 
à declaração de inconstitucionalidade prolatada no controle concreto. 
4) Se um juiz ou Tribunal desrespeita o que foi decidido pelo STF em 
sede de controle difuso de constitucionalidade, a pessoa prejudicada 
não poderá se valer da reclamação para questionar esse 
 
50 
 
descumprimento, salvo se ela foi parte no processo originário que foi 
julgado pelo Supremo. 
5) A legitimação ativa mais ampla da reclamação somente será cabível 
nas hipóteses em que a lei ou a CF/88 expressamente prever como 
sendo de efeitos vinculantes e erga omnes. É o caso, por exemplo, das 
súmulas vinculantes. 
 
______________________________________________________________________ 
 
45. Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados 
do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de 
natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de 
precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial 
restrita aos créditos dessa natureza. 
CERTO. 
 
Comentários: 
A questão trata da súmula vinculante nº 47, do Supremo Tribunal 
Federal que consolidou o entendimento acerca da natureza alimentar dos 
honorários advocatícios, para fins da preferência de que trata o art. 100, 
§1º, da Constituição Federal. 
 
______________________________________________________________________ 
 
46. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há 
vedação constitucional a que o servidor efetivo aposentado 
compulsoriamente permaneça no cargo comissionado que já 
desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e 
exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de 
vínculo efetivo com a Administração. 
CERTO. 
 
51 
 
Comentários: 
 
O tema que, até pouco tempo se encontrava com repercussão geral 
reconhecida pendente de análise, foi dirimido pelo Supremo Tribunal 
Federal no julgamento do RE nº 786540, sendo possível extrair algumas 
conclusões, a saber: 
1. Tendo em vista que os servidores ocupantes de cargo 
exclusivamente em comissão se submetem ao Regime Geral de 
Previdência Social, nos termos do art. 40, §13, da CF/88, a eles 
não aplica a regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 
40, § 1º, II, da CF/88, de modo que este enunciado atinge 
somente os ocupantes de cargo de provimento efetivo. Sendo 
assim, não há limite constitucional de idade para fins de 
nomeação a cargo em comissão. 
2. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há 
óbice constitucional a que o servidor efetivo aposentado 
compulsoriamente permaneça no cargo comissionado que já 
desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre 
nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de 
continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração. 
Isso porque a aposentadoria compulsória põe fim ao vínculo 
efetivo com a Administração Pública, de modo que a nomeação 
para cargo em comissão iniciai uma segunda e nova relação 
jurídica com a Administração. 
 
______________________________________________________________________ 
 
47. As contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a 
ela equiparada na forma da lei, poderão ter alíquotas ou bases de cálculo 
diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva 
 
52 
 
de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do 
mercado de trabalho. 
CERTO. 
 
Comentários: 
O enunciado trata da contribuição social patronal incidente sobre a 
folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, 
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício e a receita ou o faturamento, que podem alíquotas ou bases 
de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização 
intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural 
do mercado de trabalho, nos termos preconizados pelo art. 195, inciso I 
combinado com o §9º, da CF/88. 
 
______________________________________________________________________ 
 
48. Os Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de 
constitucionalidade de leis municipais utilizando como

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