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SERVIÇO SOCIAL APLICADO A CONCURSOS Welber G de Santana Assistente Social CRESS/SE 1671 PLANEJAMENTO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL ASPECTOS TEÓRICOS A avaliação de uma política social pressupõe inseri-la na totalidade e dinamicidade da realidade. Toda e qualquer avaliação de políticas sociais deve ir além da mera composição de técnicas e instrumentos, e se situar no âmbito da identificação da concepção de Estado e de política social que determina seu resultado; Qualquer avaliação de políticas sociais deve buscar vê-la em seus aspectos econômicos, políticos, sociais e históricos; Se ligue (WELBER/2013) [analise a afirmativa] É de fundamental importância que as avaliações de políticas sociais rompam com visões reducionistas e tecnicistas e partam para uma concepção mais ampla com capacidade de fazer as mediações entre a realidade, objeto a ser avaliado, e as concepções mais amplas de Estado e sociedade. Se ligue (WELBER/2013) [Julgue o item] O Serviço Social não tem um histórico de atuação pautada no planejamento das suas ações e intervenções devido a força do pragmatismo na profissão, contudo, é relevante que o assistente social na busca de uma intervenção profissional pautada pelo PEP, planeje as suas atividades e tenha capacidade de avaliar os programas sociais nos quais se insere, concebendo estes a partir do agir neutro do Estado. (FGV - 2014 - TJ-RJ - Analista Judiciário - Especialidade Assistente Social) TEXTO 2 - Existe, atualmente, uma ampla e variada literatura sobre análise e avaliação de políticas, programas e projetos sociais. No Serviço Social, esse debate tem início nos anos 1980, com a incorporação da Teoria Social Crítica pela profissão, e adensa-se após a promulgação da Constituição Federal de 1988, que aporta uma nova lógica para a elaboração e implementação de políticas sociais públicas. Nessa perspectiva, as políticas sociais “(...) devem ser entendidas e avaliadas como um conjunto de programas, projetos e ações que devem universalizar direitos” (Boschetti, 2009: 577). A partir do texto 2, a avaliação de políticas, programas ou projetos sociais deve priorizar: a) os instrumentos e técnicas utilizados para instituir metas e objetivos a serem alcançados; b) a identificação da concepção de Estado e de política social que determina seu resultado; c) a política econômica que determina a relação custo-benefício para cada programa; d) os elementos constitutivos e determinantes de sua real necessidade; e) o estabelecimento de metas e a formação de equipes para monitorá-las. A RACIONALIDADE DO PLANEJAMENTO Planejamento na perspectiva lógico- racional refere-se ao processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de questões que se colocam no mundo social. Partindo-se desse conceito, o planejamento diz respeito tanto à seleção das atividades necessárias para atender a questões determinadas e a otimização de seu inter-relacionamento, como se refere também à decisão sobre os caminhos a serem percorridos pela ação e às providências necessárias à sua adoção, ao acompanhamento da execução, ao controle, à avaliação e a redefinição da ação. Enquanto processo racional, o planejamento se organiza por operações complexas e interligadas a saber: REFLEXÃO: Diz respeito ao conhecimento de dados, à análise e ao estudo de alternativas, à superação e reconstrução de conceitos e técnicas de diversas disciplinas relacionadas com a explicação e quantificação dos fatos sociais. DECISÃO: Se refere à escolha de alternativas, à determinação de meios, à definição de prazos, etc.; AÇÃO: Relacionada a execução das decisões. É o foco central do planejamento. Orienta-se por momentos que a antecedem e é subsidiada pelas escolhas efetivadas na operação anterior, quanto aos necessários processos de organização. RETOMADA DE REFLEXÃO: Operação de crítica dos processos e dos efeitos da ação planejada, com vistas ao embasamento de ações posteriores (CISMEPAR/2011 – AOCP) Assinale a alternativa que representa as operações complexas do planejamento, operações estas que se inter-relacionam em um processo dinâmico e contínuo. (A) Estudo social, decisão, implementação e avaliação. (B) Reflexão, decisão, ação e retomada da reflexão. (C) Reflexão, ação, plano e projeto. (D) Reflexão, ação e implementação. (E) Diagnóstico social, elaboração do plano, implementação e avaliação. O PLANEJAMENTO COMO PROCESSO POLÍTICO A dimensão política do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo de tomada de decisões, inscritas nas relações de poder, o que caracteriza ou envolve uma função política. A dimensão política do planejamento pode ser resumida no esquema: EQUACIONAMENTO DECISÃO OPERACIONALIZAÇÃO AÇÃO EQUACIONAMENTO: Corresponde ao conjunto de informações significativas para a tomada de decisões, encaminhadas pelos técnicos de planejamento aos centros decisórios. DECISÃO: Corresponde às diferentes escolhas necessárias no decorrer do processo. O privilegiamento da dimensão político-decisória é a base das novas reflexões que se fazem sobre o planejamento. OPERACIONALIZAÇÃO: A operacionalização relaciona-se ao detalhamento das atividades necessárias à efetivação das decisões tomadas. AÇÃO: Refere-se às providências que transformarão em realidade o que foi planejado. Ao operá-la, cabe ao técnico o acompanhamento da implementação, o controle e a avaliação que realimentarão o ciclo de planejamento. (UPENET - 2014 - Prefeitura de Paulista - PE - Assistente Social) Para Baptista (2007), a dimensão política do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo de tomadas de decisões, inscritas nas relações de poder, o que caracteriza ou envolve uma função política. De acordo com a autora sobre o processo de planejamento, é CORRETO afirmar que a) em planejamento, equacionamento corresponde às diferentes escolhas necessárias no decorrer do processo. b) operacionalização refere-se às providências que transformarão em realidade o que foi planejado. c) ação é o conjunto de informações significativas para a tomada de decisões, encaminhadas pelos técnicos de planejamento aos centros decisórios. d) decisão relaciona-se ao detalhamento das atividades necessárias à efetivação das decisões tomadas. e) a função essencial do planejamento, como instrumento técnico, é aumentar a capacidade e melhorar a qualidade do processo de adoção de decisões. O PLANEJAMENTO COMO PROCESSO TÉCNICO-POLÍTICO CONSTRUÇÃO/RECONSTRUÇÃO DO OBJETO: Sobre o que planejar O objeto do planejamento da intervenção profissional é o segmento da realidade que lhe é posto como desafio, é o aspecto determinado de uma realidade total sobre o qual formulará um conjunto de reflexões e proposições para a intervenção. Na medida em que a realidade social é dinâmica e, também, que o processo para apreendê-la se faz por sucessivas aproximações, não existe um momento no qual se possa dizer que se tenha perfeitamente delineado e delimitado o objeto da intervenção: ele vai se construindo e reconstruindo no decorrer de toda ação planejada. ESTUDO DA SITUAÇÃO O estudo da situaçãoconsiste na caracterização (descrição interpretativa), na compreensão e na explicação de determinada situação tomada como problema para o planejamento e na determinação da natureza e da magnitude de suas limitações e possibilidades. IMPLEMENTAÇÃO A fase da implementação pode ser considerada como a busca, formalização e incorporação de recursos humanos, físicos, financeiros e institucionais que viabilizem o projeto, bem como a instrumentalização jurídico-administrativa do planejamento. IMPLANTAÇÃO A implantação é a operação, nos espaços e nos prazos determinados, das ações previstas no planejamento. É nessa fase que ocorre a instalação e o início do funcionamento do empreendimento. CONTROLE É instrumento de apoio e racionalização da execução, no sentido de assegurar a observância ao programado, prevenindo desvios. Pode ser definido como a fase em que se processam o acompanhamento sistemático, a mensuração e o registro das atividades executadas, dos recursos utilizados, do tempo dispendido em casa fase, dos resultados alcançados. (AOCP) No planejamento, com relação ao Controle, é CORRETO afirmar que A) não assegura a observância ao programado. B) sua efetivação se dá num momento único. C) tem como um de seus objetivos a verificação da correspondência do realizado com o planejado, em termos de meios e de produto. D) não fornece subsídios para a avaliação e revisão da ação. E) a identificação e a correção de desvio não se constituem em seu objetivo. CONCEITOS IMPORTANTES EFICÁCIA (resumidamente) Medida normativa de alcance de resultados; Está voltada para os fins; Está voltada para o alcance de objetivos; Implica na escolha de meios adequados para atingir os fins; Conforme Batista (2013), “A eficácia é analisada a partir do estudo da adequação da ação para o alcance dos objetivos e das metas previstas no planejamento e do grau em que os mesmos foram alcançados. Incide sobre a proposta e, basicamente, sobre os objetivos por ela expressos, estabelecendo em que medida os objetivos propostos foram alcançados e quais as razões dos êxitos e fracassos.” Segundo Nogueira “Os critérios de eficácia dizem respeito à avaliação de processos, isto é, se o programa ou projeto está sendo implementado de forma adequada para atingir os objetivos propostos e o grau de alcance dos mesmos.” Na visão de Cohen e Franco “Operacionalmente, eficácia é o grau em que se alcançam os objetivos e as metas de um projeto na população beneficiária, em um determinado período de tempo, independente dos custos implicados.” EFICIÊNCIA (resumidamente) Relação entre custos e benefícios; Volta-se para a melhor maneira pela qual as coisas devem ser feitas ou executadas; Visa à aplicação racional de recursos; Não se preocupa com os fins/objetivos (EFICÁCIA), apenas com os meios; Conforme Batista (2013), “A avaliação de eficiência incide diretamente sobre a ação desenvolvida. Tem por objetivo reestruturar a ação para obter, ao menor custo e ao menor esforço, melhores resultados.”. Ainda “São critérios de eficiência aqueles relacionados com o rendimento técnico e administrativo da ação: a otimização dos recursos disponibilizados, os padrões de qualidade dos resultados, a capacidade de atender a demanda, etc.”. EFETIVIDADE Afere em que medida os resultados de uma ação trouxeram benefícios à população; Enquanto a eficácia indica se o objetivo foi atingido, a efetividade mostra se aquele objetivo trouxe impactos e melhorias para determinada população. Aqui há intenção de estabelecer a causalidade entre a política e as alterações nas condições sociais. Medida do impacto ou do grau de alcance dos objetivos. SE LIGUE! (WELBER/2013) No processo de avaliação de políticas, programas sociais, os indicadores relativos à eficácia, eficiência e efetividade são fundamentais. Assim, conceitualmente eles significam: 1- A avaliação da efetividade refere-se ao estudo do impacto do planejado sobre a situação, mensurando reais transformações na realidade sob a qual o planejamento se apóia. 2- A eficácia é analisada a partir do estudo da adequação da ação ao alcance dos objetivos e das metas previstas no planejamento, observando-se cuidadosamente a relação custo-benefício. 3- A avaliação da eficiência incide diretamente sobre a ação desenvolvida. Tem por objetivo reestruturar a ação para obter, ao menor custo e ao menor esforço, melhores benefícios. 4- Pode-se afirmar que é possível um programa social ser eficiente, eficaz e não ser efetivo. Estão corretas as afirmativas: a) 1,2 b) 1,2 e 3 c) 1, 3 e 4 d) 2, 3 e 4 e) 2 e 3 PLANO É mais abrangente; mais genérico (contem estudos, análises situacionais e diagnósticos); Faz referência às decisões que expressam as orientações políticas fundamentais; Constituído por um conjunto de programas inseridos dentro de uma determinada política; Delineia as DECISÕES DE CARÁTER GERAL DO SISTEMA, suas grandes linhas políticas, suas estratégias, sua diretrizes e estabelece responsabilidades; No plano são sistematizados e compatibilizado objetivos e metas. PROGRAMA Conjunto organizado, coerente e integrado de projetos que buscam os mesmos objetivos e são complementares entre si. Estabelece prioridades de intervenção, ordena os projetos, aloca os recursos. Envolve o conjunto de ações a serem desenvolvidas em um determinado período; É o documento que detalha por setor, a política, diretrizes, metas e medidas instrumentais. É a setorização do plano. PROJETO Menor unidade do processo de planejamento; Unidade mais operativa do planejamento; Conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados; É o instrumental mais próximo da execução, devendo detalhar as atividades a serem desenvolvidas, estabelecer prazos, especificar recursos humanos e materiais e estruturar receitas e custos. Em suma: É um empreendimento claramente planejado e delimitado pelos seus objetivos, suas atividades, sua abrangência temporal e financeira, seus beneficiários diretos e indiretos. Constitui o nível mais específico do planejamento. O projeto, apesar de considerar os mesmos elementos de um programa, possui um nível bem maior de detalhamento. E o planejamento para curto prazo. Fique ligado! (Conder/2013 – FGV - adaptada) Sobre plano, programa e o projeto, meio de expressão no processo de planejamento, julgue a afirmativa abaixo d) O projeto é o menor nível do processo de planejamento e tem caráter interventivo de curto prazo. (IF TO 2014) Na perspectiva da gestão de projetos sociais, podemos afirmar que: I. É um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados. II. Conjunto de projetos que perseguem os mesmos objetivos. III. É a soma de programas que procuram objetivos específicos, que constituirão por sua vez os objetivos gerais dos programas.Com base nas assertivas acima, assinale a opção que apresenta a correta correspondência entre o termo denominador e sua definição. A) Plano - I; Programa - II; Projeto - III. B) Projeto - I; Programa - II; Plano - III. C) Plano - I; Projeto - II; Programa - III. D) Programa - I; Plano - II; Projeto - III. E) Projeto - I; Plano - II; Programa - III. (IBC/2012 – AOCP) Sobre Plano, Programa e Projeto, assinale a alternativa INCORRETA. (A) São documentos que explicitam, sistematizam, interpretam e detalham decisões em diferentes níveis de decisão. (B) O plano delineia as decisões de caráter específico do sistema. (C) O programa detalha, por setor, a política, as diretrizes, as metas e as medidas instrumentais. (D) O programa é a setorização do plano. (E) O projeto sistematiza e estabelece o traçado prévio da operação de um conjunto de ações. TIPOLOGIA DA AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E PROJETOS Avaliação ex-ante: Realizada ao começo de um programa, com o fito de dar suporte à decisão de implementar ou não o programa, e ordenar os vários projetos segundo sua eficiência para alcançar os objetivos determinados. O elemento central da avaliação ex-ante é o diagnóstico, que auxilia na alocação dos recursos disponíveis de acordo com os objetivos propostos . Avaliação ex-post: Realizada após a execução do projeto, busca obter elementos para fundamentar decisões qualitativas. Avalia a efetividade da política; Avaliação formativa: Estão relacionadas à formação do programa. Adotadas durante a implementação, são voltadas para a análise e produção de informação sobre as etapas de implementação. Geram informações para os que estão diretamente envolvidos com o programa, com o objetivo de fornecer elementos para a realização de correções de procedimentos para melhorar o programa. Avaliação somativa: é conduzida após o término de um programa ou projeto, servindo basicamente para julgar o mérito e a relevância de um programa ou projeto em relação a determinados critérios; Avaliação Externa Realizada por pessoas de fora da instituição responsável pelo programa, em geral com experiência neste tipo de atividade. Entre as vantagens desta avaliação podem ser citadas a isenção e objetividade dos avaliadores externos, que não estão diretamente implicados com o processo, além da possibilidade de comparação dos resultados obtidos com os de outros programas similares já analisados. Avaliação interna Realizada dentro da instituição responsável, com maior colaboração das pessoas que participam do programa. Citam-se como vantagens a eliminação da resistência natural a um avaliador externo, a possibilidade de reflexão e aprendizagem e compreensão sobre a atividade realizada dentro da instituição. Avaliação Participativa Usada principalmente para pequenos projetos, prevê a participação dos beneficiários das ações no planejamento, na programação, execução e avaliação dos mesmos. (fonte – internet) Ao planejar um programa de proteção social, o assistente social deve propor, como um de seus componentes, a avaliação. Se quiser corrigir os erros e problemas que surgem durante a execução do programa, deve privilegiar a avaliação: a) somativa b) de eficiência c) de impactos d) Formativa e) De marco zero SUGESTÃO BIBLIOGRÁFICA
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