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Inflamação: Mecanismo de Defesa do Corpo

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Araçatuba, 17 de fevereiro de 2014 
 
Aula: Inflamação 
 
 Por definição, “inflamação é uma resposta do hospedeiro que serve para levar 
leucócitos e proteínas plasmáticas para os locais de inflamação ou agressão”. 
Inflamação não é doença, é um mecanismo de defesa que não precisa, 
obrigatoriamente, de microrganismos; há muitos fatores que dão início a um processo 
inflamatório. Ela só ocorre em tecidos vascularizados. A célula-gatilho da inflamação é o 
mastócito. Os sinais cardinais são: edema, eritema, calor, dor e perda de função. 
 Em todo o tempo ocorrem inflamações no nosso corpo, mesmo que não haja sinais e 
sintomas. O fator etiológico é o que provoca a doença e a desencadeia. 
 As patologias associadas à cavidade bucal são decorrentes de processos inflamatórios 
que interagem com os mecanismos de reação das bactérias. A inflamação surge como 
tentativa de erradicar microrganismos, mas quando não consegue os sinais e sintomas se 
tornam evidentes. Não é algo ruim até que haja respostas dos patógenos. 
 As células se comunicam porque em suas membranas existem receptores que são 
essenciais para a ativação de células, onde se ligam principalmente fatores de crescimento 
(que fazem o reparo), citocinas (que fazem comunicação celular pró-inflamatória e anti-
inflamatória) e produtos do ácido araquidônico (prostaglandinas e leucotrienos). Quando 
em homeostasia, a célula tem equilíbrio estrutural, funcional, nutricional e iônico. As 
proteínas acopladas à membrana não permitem a entrada do cálcio, pois ele causa extremo 
“estresse celular”. Se algum fator fizer a célula sair da normalidade, serão ativadas vias 
metabólicas que produzirão muitos mediadores químicos, que ativarão outras células. Quando 
há o “estresse celular”, a célula pode seguir quatro caminhos: homeostasia, adaptação, lesão 
reversível ou necrose. 
 A inflamação aguda é rápida, tem curta duração, sinais visíveis, dura horas ou poucos 
dias e sua principal célula é o neutrófilo. Os neutrófilos estão na corrente sanguínea, é uma 
célula pequena e chega rapidamente a inflamação aguda, porém, de 24/48 horas eles morrem; 
são como os piócitos, pois tem afinidade por bactérias (principalmente estafilo e 
estreptococos) e quando não as encontra, entram em apoptose. São causadas por infecções, 
necrose tecidual, corpos estranhos e reações imunes (quando o sistema imune não consegue 
identificar o que é próprio do organismo do que não é). 
 A inflamação crônica tem longa duração, suas principais células são os macrófagos e 
linfócitos, proliferação de vasos sanguíneos, fibrose, destruição tecidual. É decorrente da 
inflamação aguda ou processo insidioso. 
 A função do processo inflamatório é destruir o agente agressor (com as células 
sanguíneas e proteínas plasmáticas) e reestabelecer a área lesada (somente se a inflamação for 
bem resolvida, caso contrário a inflamação continua não permitirá o reestabelecimento da 
área). 
 Nesse processo, acontecem fenômenos vasculares, e no meio disso o vaso sanguíneo 
fica cheio de hemácias e se torna um vaso congesto. Primeiramente, ocorrem mudanças no 
fluxo e calibre vascular; em outras palavras, vasodilatação. Os mastócitos enviam 
mediadores solicitando ajuda e envio de mais células assim que percebe a presença de um 
corpo estranho, então o calibre aumenta junto com o fluxo sanguíneo aparecendo também 
calor e rubor. Concomitantemente, os mastócitos aumentam a permeabilidade vascular e as 
células endoteliais começam a se contrair, resultando em espaços interendoteliais (gaps). 
Exemplo: um tubo (vaso sanguíneo) é revestido por pisos (células endoteliais) e entre eles há 
fenestras. Os mastócitos liberam histamina, que penetram nas células endoteliais e faz com 
que elas se contraiam, dessa forma, as fenestras aumentam e as proteínas plasmáticas 
extravasam (são macromoléculas) por um processo chamado exsudato inflamatório, que 
provoca edema e calor (as proteínas saem dos vasos para os tecidos extravasculares e são 
atraídas para os locais de agressão). Com o exsudato extravasando, ocorre a lentificação no 
fluxo sanguíneo devido a viscosidade que o sangue adquire; as hemácias vão para o centro da 
circulação e os leucócitos se acumulam na periferia, próximos ao local da agressão, e ativam 
uns aos outros para eliminar o agressor. 
 Os mastócitos iniciam a inflamação: é uma célula grande com citoplasma rico em 
grânulos, tem muitos receptores que quando ativados degranulam a célula, é muito sensível no 
caso de alergias, é formado na medula óssea, pode se diferenciar em qualquer célula, mas é 
um progenitor de células mieloides, expressa a molécula CD34 e na corrente sanguínea 
expressam a molécula c-kit. A completa maturação se dá no tecido conjuntivo, ou seja, torna-
se granuloso no tecido conjuntivo; tem longa vida e é como um “vigia” esperando o agente 
agressor; quando entram em contato com o agente se desgranula. Ele libera principalmente 
histamina, TNF-alfa, interleucina 1,6. Fica próximo a mucosas e a partir de lá o processo 
inflamatório é desencadeado. Exemplo: em uma queimadura, as células sofrem necrose e as 
proteínas teciduais livres ficam soltas e ativam o mastócito, que logo se desgranula, a 
histamina é liberada e atua sobre os vasos, promovendo a vasodilatação. O sistema 
complemento também ativa o mastócito. 
 O exsudato inflamatório é um conjunto de substâncias de alto peso molecular que 
saem dos vasos para o local agredido. Além disso, sai o Fator XII, imunoglobulinas, 
proteínas do sistema complemento e anticorpos. 
 O Sistema Complemento atua fazendo opsonização sobre a célula (marca para 
morrer), facilita a fagocitose e morte dos agentes estranhos (c3b), é um fator quimiotático 
(atrai os leucócitos para o lugar afetado, promove quimiotaxia), faz lise de micróbios. “As 
células precisam de ajuda para encontrar o lugar afetado e o sistema complemento auxilia 
nesse processo”. O linfócito produz anticorpos que fazem a neutralização, opsonização, ativa 
o sistema complemento (fagocitose c3b – que é opsonina) ativa a inflamação e lise bacteriana. 
 Fator XII é uma proteína plasmática ligada a coagulação na produção de fibrinas, mas 
NÃO faz coágulo; quando sai do vaso entra em atrito com alguma coisa no interstício e já é 
ativada. Quando ativada atua na protrombina que se converte em trombina; depois ela atua 
no fibrinogênio, que é convertido em fibrina; essas são redes que ancoram o infiltrado 
inflamatório, dificultam a disseminação do agente agressor e participa da agregação 
plaquetária. O Fator XII atua sobre o plasminogênio que vira plasmina (ativa proteínas 
plasmáticas – fator XII, pré-calicreína e cininogênio). A plasmina atua sobre o cininogênio e o 
converte em cininas, que também é convertido pela calicreína; a cinina promove a 
vasodilatação e a dor. São 10 vezes mais potentes que a histamina, ou seja, chega certo 
momento que o mastócito não consegue mais liberar histamina e quem passa a ter essa função 
é a cinina. “O ambiente inflamatório estressa as células, permitindo a entrada de cálcio e 
então ativa à enzima fosfolipase; essa enzima quebra os fosfolipídios da membrana e o 
transforma em ácido araquidônico e a ciclooxigenase o converte em prostaglandina (promove 
vasodilatação e dá continuidade a inflamação e permeabilidade, mas causa muita dor); a 
lipooxigenase produz leucotrienos e é um quimiotático para neutrófilos, aumentado a 
vasoconstrição”. As prostraglandinas potencializam os efeitos da histamina e das cininas. 
 O infiltrado inflamatório possui viscosidade, o fluxo sanguíneo fica lento e permite 
que os leucócitos e neutrófilos cheguem a parede dos tecidos. Várias células endoteliais já 
espressadas tem receptores que conectam nelas osleucócitos e neutrófilos, promovendo 
adesão e rolamento até que eles saiam para os tecidos extravasculares. #Marginação #Adesão 
#Leucodiapedese. A marginação leucocitária e quimiotaxia são essenciais para a 
leucodiapedese.

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