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Seguridade Social: a Política de Saúde e o SUS 2/243 Seguridade Social: a Política de Saúde e o SUS Autora: Profa. Chennyfer Dobbins Paes da Rosa Como citar este documento: ROSA, Chennyfer Dobbins Paes da. Seguridade Social: a Política de Saúde e o SUS. Valinhos: 2015. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: História da Política de Saúde no Brasil 07 Assista suas aulas 27 Unidade 2: Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS 34 Assista suas aulas 51 Unidade 3: Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde 58 Assista suas aulas 100 Unidade 4: Gestão, Organização e Funcionamento dos Serviços de Saúde 107 Assista suas aulas 134 Unidade 5: Financiamento e Controle Social 141 Assista suas aulas 158 2/194 3/2433 Unidade 6: Conferências Nacionais de Saúde 165 Assista suas aulas 179 Unidade 7: Descentralização e Municipalização da Saúde 186 Assista suas aulas 200 Unidade 8: Pactos da Saúde 207 Assista suas aulas 222 Sumário Seguridade Social: a Política de Saúde e o SUS Autora: Profa. Chennyfer Dobbins Paes da Rosa Como citar este documento: ROSA, Chennyfer Dobbins Paes da. Seguridade Social: a Política de Saúde e o SUS. Valinhos: 2015. 4/243 Apresentação da Disciplina Entende-se por Política Pública tudo o que o Estado faz ou não sobre uma determinada questão, com a participação ou sem da sociedade, visando garantir os direitos sociais previstos pela legislação vigente. Refletindo especificamente sobre a Política Pública de Saúde brasileira, ao longo dos anos essa tem avançado, com muitos impasses por se tratar de algo complexo, requerendo o comprometimento de todos, não só do governo, mas da sociedade como um todo. No Brasil, temos de ressaltar que é necessário se atentar para as desigualdades e injustiças que o sistema capitalista nos traz, sendo que, ao construir e ou replanejar as Políticas Públicas de proteção social, é necessário compreender essas questões, de maneira a minimizar as distorções existentes. Quando se trata de Política Pública de Saúde, deve-se englobar ações voltadas não só à saúde como um bem físico, mas um bem-estar físico, mental, psicossocial, o que envolve educação, segurança, condições habitacionais adequadas, transporte, renda, condições dignas de trabalho, dentre outros elementos. Os principais marcos regulatórios da atual Política de Saúde Pública no Brasil foram a Constituição Federal de 1988 e a Reforma Sanitária, responsáveis pela idealização e implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo a universalidade, integralidade e equidade para todos os cidadãos. 5/243 A Constituição Federal de 1988, no título VIII (Da Ordem Social), Ccapítulo II (Da Seguridade Social), seção II (Da Saúde), artigo 196 (Brasil, 1988), deixa claro que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido por meio das políticas sociais e econômicas à redução do risco de agravos à saúde e de outros, tendo acesso universal e igualitário às ações e serviços voltados à promoção, proteção e recuperação e reabilitação da saúde. A Saúde Pública brasileira é norteada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que tem por definição um agrupamento de serviços e atividades de atenção à saúde prestados por órgãos e instituições públicas: federal, estadual e municipal, podendo ser de administração: direta, indireta ou via Organização Social e/ou fundações mantidas pelo Poder Público de controle da qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive sangue e derivados, e de equipamentos de saúde, garantida, também, a participação complementar da iniciativa privada, tendo como princípios doutrinários a universalidade, integralidade e equidade. O SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um sistema que significa um conjunto de unidades, de serviços e ações que interagem para um fim comum, portanto ofertando a assistência à população baseada no modelo da promoção, proteção e recuperação da saúde, para que, assim, busquemos os meios capazes de alcançar eficiência e eficácia 6/243 orientadas pelos princípios organizativos da descentralização, regionalização, hierarquização, resolutividade, participação social e complementariedade do setor privado. Devem constituir-se em objetivos estratégicos que deem concretude ao modelo de atenção à saúde desejado para o Sistema Único de Saúde (SUS). Portanto, dentre os objetivos desta disciplina, cabe: • compreender os conceitos, significados e a trajetória histórica da seguridade no Brasil; • conhecer os fundamentos gerais da Seguridade Social e a gestão da política de saúde; • entender a gestão, organização e funcionamento dos serviços; financiamento e controle social na saúde. 7/243 Unidade 1 História da Política de Saúde no Brasil Objetivos 1. Compreender as bases históricas da Política de Saúde no Brasil. 2. Conhecer os principais marcos históricos e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil8/243 História da Saúde Pública no Brasil Para a compreensão da situação atual da saúde no Brasil, vale entender como as demandas de saúde eram supridas. A implementação das políticas públicas de saúde no Brasil iniciou-se no século XVI, com a vinda da família Real. Ocorreram vários problemas devido à falta de profissionais de saúde e ao próprio medo da população em relação à assistência prestada, o que inclui as vacinas. O diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, o Dr. Oswaldo Cruz, buscou implementar medidas de desinfecção sanitária e de vacinação obrigatória (antivaríola), porém a população teve medo, achando que era algo para agredir e não beneficiar a saúde, fazendo o movimento chamado de Revolta da Vacina. No Brasil Colônia de Portugal, a produção econômica estava organizada em ciclos e sob o trabalho escravo e o quadro sanitário era desolador, denominada de inferno, no qual os colonizadores brancos e os escravos tinham poucas chances de sobrevivência. Nessa fase, a sociedade acreditava nos curandeiros e benzedeiras negros ou indígenas, não havia médicos portugueses que aceitassem morar no Brasil e os tratamentos eram baseados em sangrias e purgantes, portanto a estruturação da assistência por profissionais de saúde qualificados foi uma das principais barreiras. Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil9/243 A vinda da corte portuguesa determinou mudanças na administração da saúde. Como sede provisória do império, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se alvo de ações sanitárias. Para melhorar o atendimento, foram criadas, por ordem real, a Imperial Academia de Medicina uma Academia no Rio de Janeiro e outra na Bahia, que seriam escolas de Medicina. Houve também a implementação da Inspetoria de Saúde dos Portos no ano de 1828, com o intuito de inspecionar as embarcações, além da exigência de vacinação para a população da corte. Existiam muitas doenças causadas por miasmas, pelo consumo de bebidas e frutas contaminadas. Entre 1890 a 1900, houve a desorganização dos serviços de saúde, facilitando a ocorrência de novas epidemias como a varíola, gripe espanhola, peste bubônica, febre tifoide e cólera. Os médicos, chamados de “higienistas”, passaram a ocupar cargos importantes em troca do compromisso de estabelecer medidas de combate às doenças como orientações básicas de higiene, fiscalização sanitária e isolamento dos doentes. Esse plano de combate configurou-se como primeira política de saúde brasileira. Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil10/243 Figura 1 – EpidemiasFonte: <http://guiadoestudante.abril.com. br/imagem/gripe-espanhola.jpg> Entre 1889 a 1930 (Primeira República – período de repúdio à monarquia e consolidação dos ideais republicanos), a atividade econômica principal era a cultura cafeeira com substituição da mão de obra escrava pela de europeus, o que também influenciou nas doenças apresentadas, consequentemente na prestação de serviços de saúde. A crise do café dos anos 1920, culminando com a queda da bolsa de NY em 1929, acentuou a crise econômica, influenciando na saúde da população, com predomínio das doenças pestilentas, saneamento precário e ações de saúde nos portos. O Dr. Oswaldo Cruz, nessa época, institui as campanhas sanitárias como modelo de intervenção, fazendo a vacina de caráter obrigatório. Em 1923, Lei Eloy Chaves instituiu as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPS) nas empresas ferroviárias pelo Decreto nº 4.682, de 24 de janeiro de Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil11/243 1923, deixando claro, no artigo 1, que cada uma das empresas de estradas de ferro existentes no país precisaria ter uma Caixa de Aposentadoria e Pensões para os respectivos empregados, e em 1926 estendeu para outras categorias, tornando-se esse o marco da previdência social no Brasil e das políticas sociais. Figura 2 – Eloy Chaves Fonte: <http://www.ipe.rs.gov.br/upload/ HD_20111027134741foto_1.jpg> A proposição da lei era formar os fundos da Caixa com uma contribuição mensal dos empregados correspondente a 3% dos respectivos vencimentos; uma contribuição anual da organização, correspondente Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil12/243 a 1% de sua renda bruta, garantindo o financiamento tanto da saúde como da aposentadoria aos contribuintes. O problema maior nessa fase foi que só tinham acesso à saúde pública as pessoas que eram trabalhadores ativos; seus dependentes e não trabalhadores não podiam se beneficiar das CAPS, visto que essa política foi decorrente do movimento operário grevista e não da preocupação com o bem-estar social. As CAPs eram organizadas pela empresa, sendo administradas e financiadas pelos donos e pelos trabalhadores. Eles credenciavam os serviços de saúde/ médicos que iriam atender esses beneficiados e concediam medicamentos gratuitos. Antes dessa lei, muitas fábricas já forneciam serviços médicos aos seus trabalhadores, no entanto parte do custo era pago pelos próprios trabalhadores através de descontos nos salários. Figura 3 – IAPS Fonte: <https://sebodomessias.com.br/ imagens/produtos/14/142547_907.jpg> Essas Caixas beneficentes eram uma espécie de poupança coletiva em que Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil13/243 os trabalhadores depositavam uma quantia mensal e funcionavam como um seguro para a família deles. E, no ano de 1934, para garantir a força produtiva (que era primordial na época, pois havia um crescente aumento do processo de industrialização e dos centros urbanos), foi preciso que a saúde da população fosse mais bem cuidada. Nesse período, a implementação de programas e serviços auxiliares de assistência médica foi realizada através de práticas clientelistas, típicas do regime populista que caracterizou a Era Vargas. Figura 4 Era Vargas – Regime Populista Fonte: <http://www.cartamaior.com.br/arquivosCar- taMaior/FOTO/143/FF592ECA219F156EDD00CC22A- 4D438B0E02EA5C359E6CDD53816B9C64765A46C.jpg> Getúlio Vargas chegava ao poder com a Revolução de 30, criando o Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP), e em 1933, por meio dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que na realidade foram desenvolvidos no intuito Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil14/243 de substituir as CAPs. Esse novo modelo era organizado por categoria profissional e administrado pelo Estado. Na década de 1940, foram tomadas medidas de reestruturação e ampliação dos órgãos de saúde dos Estados, sendo, então, as ações de saúde gerenciadas pelo MESP. Figura 5 Fonte: <http://www.ripanosmalandros.com.br/wp- content/uploads/2015/02/logo_sejusp.jpg> Foi criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), muito importante para a saúde pública, pois contribuiu no combate à malária, em pesquisas de doenças tropicais e na educação sanitária da década de 1950. Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde (MS), que focou nos novos IAPs, unificando as ações e contrariando os trabalhadores que queriam manter a assistência à saúde junto à rede credenciada que eles escolhiam, portanto, com esse desentendimento entre Governo e trabalhador, houve o surgimento da medicina de grupo (famosos “convênios”). Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil15/243 Em 1956, foi criado o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERU), com o intuito de promover a educação sanitária da população rural e dez anos depois o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que originou um sistema previdenciário para os trabalhadores ativos. Para saber mais Veja um pouco da história do Sistema de Saúde Suplementar no texto “O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios”, de J. Paim, C. Travassos, C. Almeida, L. Bahia, J. Macink. Disponível no material complementar. Assista ao vídeo “História da Saúde Pública no Brasil”. Disponível na biblioteca. Lembre-se... O Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), criado em 1974, teve como objetivo controlar os pagamentos ilegais frutos da corrupção e de serviços médicos fantasmas e garantir a saúde da população segurada. A Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV) e o INPS foram transformados no Instituto Nacional da Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), em que a saúde e a previdência passaram a ser tratadas juntas. Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil16/243 O grande problema dessa união entre saúde e previdência foi que o dinheiro começou a ser investido em “ambos” os lados, além do desvio de verba da previdência para as obras como a Transamazônica, Ponte Rio Niterói, Hidrelétrica de Itaipu, reduzindo o investimento com a saúde, com financiamento público com linhas de financiamento a fundos perdidos. Relata- se que foi o maior orçamento da história usado sem nenhuma fiscalização. Nos anos 1970, com apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Panamericana de Saúde (OPAS), difundiu- se a medicina comunitária que dava ênfase à participação da comunidade. Essas iniciativas auxiliaram no Movimento pela Reforma Sanitária, que foi um marco importante para a saúde pública brasileira. Nessa época, a saúde estava um “caos”, com epidemias de meningite, aumento da mortalidade infantil, surtos de poliomielite, dentre outras doenças. A sociedade estava pressionando o governo com vários movimentos de saúde principalmente porque o sistema previdenciário encontrava-se falido. No período de transição política (1980 em diante), houve a crise econômica e fim do regime militar. Esse clima favoreceu a discussão da questão da saúde pela sociedade e o aparecimento de propostas para o setor, sendo discutidas as mudanças Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil17/243 de melhoria da saúde na VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986. Essa conferência foi utilizada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde, abarcando não apenas o sistema, mas todo setor de saúde, com três macrotemas: saúde como direito, reformulação do Sistema Nacional de Saúde e financiamento do setor, introduzindo novas ideias e buscando melhoria das condições de vida da população.Discutiremos um pouco mais sobre essa e as demais Conferências Nacionais de Saúde na unidade 6. Um dos grandes momentos da Oitava foi o consenso obtido em torno da criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), que depois se transformaria no Sistema Único de Saúde (SUS). O SUDS foi baseado no princípio de integração de todos os serviços de saúde, sendo responsável pela municipalização da saúde e da fiscalização da aplicação das verbas destinadas à saúde. O SUS foi aprovado pela Constituição Federal de 1988 e constitui o modelo oficial público de atenção à saúde em todo país, sendo um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e o único a garantir assistência integral e totalmente gratuita para a totalidade da população. Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil18/243 A Constituição Federal de 1988 é um marco importante para os setores sociais, definindo a saúde como de relevância pública, garantindo o direito e o dever do cidadão em ter acesso à saúde, avaliando a política de saúde no brasileira nos diferentes níveis (Federal, Estadual e Municipal). O SUS, segundo a Lei nº 8.080, de 1990, no Título II (Do Sistema Único de Saúde), da “Disposição Preliminar”, artigo 4 (Brasil, 1990), é o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público. Sua diretriz é única (universalidade, equidade e integralidade), requerendo atenção especial em cada esfera de governo, para que se tenha um planejamento conciso e integrado. Essa articulação sistêmica foi planejada desde o Plano Nacional de Saúde (PNS) 2004-2007 – Um pacto pela Saúde no Brasil, que será apresentado na unidade 8. Para saber mais Veja o material complementar disponível sobre a história do SUS. Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil19/243 Link Leia mais sobre as portarias relativas ao Sistema de Planejamento do SUS: – Portaria nº 2.135, de 25 de setembro de 2013: estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: <http://sna. saude.gov.br/legislacao/leg_detalhes2. cfm?id=5653> Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil20/243 Glossário Nacional: envolve a esfera federal de governo. Presidente, Senado, Deputados federais. Nível de gestão estratégica. Estadual: envolve o nível estadual de gestão. Governadores dos Estados. Municipal: envolve o município. Gestão com foco na operação. Prefeitos das cidades. Questão reflexão ? para 21/243 Assista ao vídeo “Políticas de Saúde no Brasil”, disponível no material complementar, e reflita sobre a real participação da população brasileira no processo de melhoria do sistema de saúde do país. 22/243 Considerações Finais (1/3) Para se chegar ao momento atual da saúde pública brasileira, ou seja, o SUS, vários fatos históricos foram essenciais. Resumidamente, pode-se relatar: • século XVI: vinda da família real para o Brasil (carência de profissionais e medo da população). Proliferação de curandeiros e boticários; • 1892: criação dos primeiros laboratórios bacteriológicos; • gestão do Presidente Rodrigues Alves: nomeação do Diretor de Saúde Pública Oswaldo Cruz, que implementou desinfecção sanitária e obrigação da vacinação antivaríola (Revolta da Vacina); • 1920: criação de órgãos especializados no combate a doenças; • 1923: criação da Lei Elói Chaves que instituiu as Caixas de Aposentadorias e Pensões; • 1934: Governo de Getúlio Vargas implementa programas de assistência médica aos trabalhadores para garantir o processo de industrialização. 23/243 A constituição nesse ano passou a garantir assistência médica, licença- maternidade remunerada e jornada de trabalho de oito horas para os trabalhadores; • 1943: foi instituída a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que agregou para os trabalhadores benefícios como a indenização aos acidentados, o tratamento médico aos doentes, o pagamento de horas extras, férias remuneradas, dentre outros. Esses benefícios eram exclusivos aos trabalhadores portadores de carteira assinada; • 1953: criação do Ministério da Saúde; • 1956: criação do DNERU para a população rural; • 1960: criação da Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, que unificou os serviços de saúde para todos os profissionais que fizessem parte do regime da CLT, independente de a qual categoria esses trabalhadores fossem filiados. Nesse regime, foram excluídos os trabalhadores rurais, Considerações Finais (2/3) 24/243 os empregados domésticos e, naturalmente, os servidores públicos e de autarquias e que tivessem regimes próprios de previdência; • 1966: criação do INPS; • 1974: criação do Ministério da Previdência e Assistência Social. INPS transforma-se em INAMPS; • no fim da década de 1970, surge o movimento pela Reforma Sanitarista; • na década de 1980, são criados programas de assistência básica de saúde; • a Constituição de 1988 estabelece a saúde como relevância pública e direito básico de todos os cidadãos. Criação do SUS. A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visam à redução de risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para a sua promoção e recuperação (BRASIL, 2006). Considerações Finais (3/3) Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil25/243 Referências BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988. ______. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 1990a. ______. Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 31 dez. 1990b. ______. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde: um pacto pela saúde no Brasil. Brasília, 2005. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 fev. 2006a. ______.Ministério da Saúde. Portaria nº 2.135, de 25 de setembro de 2013. Estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2135_25_09_2013.html>. Acesso em: 30 maio 2015. ______. Ministério da Saúde. Sistema de Planejamento do SUS. Brasília, 2006e. 52 p. ______. Plano Nacional de Saúde. Alguns aportes para sua elaboração. [S.I.: s.n.], 2004. Mimeografado. Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil26/243 CHORNY, A. H. Planificación em salud: viejas ideas em nuevos ropajes. Cuadernos Médico Sociales, Rosário, v. 73, p. 5-30, Abr. 1998. MATUS, C. Plano Nacional de Saúde: alguns aportes para sua elaboração. [S.l.: s.n.], 2004. Mimeografado. SCLIAR, Moacyr. História do Conceito de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.34, p. 10-15, Mar. 2007. TEIXEIRA, S. M. F. T. Retomar o debate sobre a reforma sanitária para avançar o sistema único de saúde (SUS). Revista de Administração de Empresa, São Paulo, v. 49, n. 4, p. 472-480, Jul. 2009. 27/243 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: História Política de Saúde no Brasil - Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ b7bfa334bf75075bdc882a59432a6fa6>. Aula 1 - Tema: História Política de Saúde no Brasil - Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/20c-94c12a707bf54c9bd8280d882279e>. 28/243 1. Quanto ao Sistema Único de Saúde e seus princípios básicos, assinale a opção Correta. a) A Constituição afirma que os serviços privados podem integrar o SUS, desde que estabeleçam com o SUS contrato de direito público. b) O princípio da descentralização é um princípio constitucional que define que a descentralização deve ser feita garantindo-se o comando único. c) O princípio da integralidade, ou seja, assistência integral ainda não é uma realidade em muitos serviços do SUS, em virtude do despreparo das equipes e falta de diálogo entre os profissionais. d) A participação popular é um princípio estabelecido pela constituição, somente nas conferências de saúde. e) Pode-se afirmar que o direito ao tratamento igual (público e privado) se refere exclusivamente aos aspectos dos serviços de hotelaria que precisam ser necessariamente iguais. Questão 1 29/243 2. Acerca do Sistema Único de Saúde – SUS, que desenvolve ações de acordo com as diretrizes constantes no Art. 198 da Constituição Federal, assinale a opção incorreta. Questão 2 a) Com a Lei Orgânica da Saúde, os serviços do setor privado que participam do SUS de forma complementar, passam a integrá-lo, sujeitando-se às suas normas. b) As ações de Vigilância Sanitária Epidemiológica e da Saúde do Trabalhador estão incluídas no campo de atuação do SUS. c) Constitucionalmente o SUS é organizado de acordo com os seguintes princípios: centralização, atendimento integral e participação da comunidade. d) Compete à Direção Nacional do SUS, formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição. e) O SUS desenvolve suas ações obedecendo a alguns princípios organizativos, como universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência. 30/243 3. O conceito de “saúde” defendido pela OMS: Questão 3 a) é oposto ao conceito generalizado; b) é mais amplo que o conceito comum; c) opõe um saber profissional ao saber popular; d) contraria o conceito defendido pelos governos; e) vê a saúde como fato exclusivamente social. 31/243 4. Em 1953 foi criado o Ministério da Saúde, com foco: Questão 4 a) Novos IAPS (unificando as ações de saúde pública b) Manter a rede credenciada de serviços de saúde c) Criar a saúde suplementar d) Criar o departamento de endemias e) Controlar a corrupção 32/243 5. Nos anos 70 a OMS e a OPAS difundiu a medicina comunitária com ên- fase: Questão 5 a) participação do Ministério da Saúde, ajudando no acesso à saúde b) participação do cidadão, com foco no ajuste do sistema privado c) participação das esferas estaduais e municipais, ajudante na 8a Conferência Nacional de Saúde d) participação da comunidade, auxiliando na contabilidade da previdência social e) participação da comunidade, auxiliando no Movimento da Reforma Sanitária 33/243 Gabarito 1. Resposta: A b) O princípio da descentralização é um princípio constitucional que define que a descentralização deve ser feita garantindo- se que as esferas de gestão tenham autonomia. c) O princípio da integralidade, ou seja, assistência integral é uma realidade em todos os serviços do SUS pois trata-se de uma doutrina obrigatória. d) A participação popular é um princípio estabelecido pelas diretrizes organizativas do SUS. e) O caráter de igualdade refere-se ao acesso aos serviços, independente da necessidade do usuário, sendo que será estabelecida a equidade das ações. 2. Resposta: E O SUS desenvolve suas ações obedecendo as doutrinas: universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, equidade e integralidade. a) Com a Lei Orgânica da Saúde, os serviços do setor privado que participam do SUS de forma complementar, passam a integrá-lo, sujeitando-se às suas normas. b) As ações de Vigilância Sanitária Epidemiológica e da Saúde do Trabalhador estão incluídas no campo de atuação do SUS. c) Constitucionalmente o SUS é organizado 34/243 de acordo com os seguintes princípios: centralização, atendimento integral e participação da comunidade. d) Compete à Direção Nacional do SUS, formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição. 3. Resposta: B a) não é o oposto ao conceito generalizado c) não está relacionado ao saber profissional e/ou ao saber popular; d) não contraria o conceito defendido pelos governos visto que a Lei Orgânica da Saúde estabelece essa diretriz e) a saúde é um fato bio, psico, social. 4. Resposta: A b) Os trabalhadores que queriam manter a rede credenciada de serviços de saúde não o MS c) O intuito era unificar as ações de saúde, porém os trabalhadores queriam manter a rede credenciada escolhida, sendo que esse desentendimento deu abertura na criação da saúde suplementar d) Não foi o MS que criou o departamento de endemias, esse surgiu em 1956 DNERU e) O Ministério da Previdência e Assistência Social que buscou controlar os pagamentos médicos ilegais e/ou fantasmas Gabarito 35/243 5. Resposta: E a) participação da comunidade, auxiliando no Movimento da Reforma Sanitária b) participação da comunidade, auxiliando no Movimento da Reforma Sanitária c) participação da comunidade, auxiliando no Movimento da Reforma Sanitária d) participação da comunidade, auxiliando no Movimento da Reforma Sanitária Gabarito 36/243 Unidade 2 Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS Objetivos 1. Compreender as diretrizes organizativas e participativas do Sistema Único de Saúde (SUS). 2. Entender o conceito de seguridade social de saúde. Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS37/243 Introdução O Planejamento e Programação em Saúde no Brasil teve um longo histórico, sendo que o marco da universalidade, integralidade e equidade foi pela própria construção do Sistema Único de Saúde (SUS), criado de acordo com a Constituição Federal de 1988, cujos instrumentos de gestão (planos e relatórios) e planejamento foram regulamentados pelas Leis 8.080/1990 e 8.142/1990 (Leis Orgânicas da Saúde), como visto na unidade 1. O SUS incorpora os princípios defendidos pela Reforma Sanitária, constitui o modelo oficial público de atenção à saúde em todo país, sendo um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e o único a garantir assistência integral e totalmente gratuita para a totalidade da população. Seu tripé de sustentação (União, Estados e Municípios) constitui-se nos princípios de descentralização, da integralidade, da assistência e da participação da comunidade. Figura 7 Fonte: <http://www.coffito.org.br/site/ images/noticia/2014/SUS.jpg> O SUS é um sistema público, ou seja, destinado a toda a população e financiado Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS38/243 com recursos arrecadados através dos impostos pagos pela população. Trata- se de um conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público de controle da qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive sangue e derivados, e de equipamentos de saúde, garantida, também, a participação complementar da iniciativa privada. O SUS enfrenta muitas dificuldades em diversas regiões do país, mesmo em se tratando de organização e da gestão de serviços. O sistema de saúde brasileiro é um dos mais avançados do mundo, mesmo que na maior parte das vezes apresente um atendimento com baixa qualidade, pois, para garantir um funcionamento de qualidade, é necessárioter recursos das políticas econômicas. O SUS não é um serviço ou uma instituição, mas um sistema que significa um conjunto de unidades, de serviços e ações que interagem para um fim comum. Para saber mais Veja os textos sobre o SUS disponíveis no material complementar. Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS39/243 Esses elementos integrantes do sistema referem-se, ao mesmo tempo, às atividades de promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Dentre os princípios doutrinários do SUS, cabe: • Universalidade: todas as pessoas têm direito ao atendimento independente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou renda etc. A saúde é direito de cidadania e dever dos governos Municipal, Estadual e Federal, deixando de existir com isso os “indigentes” que eram os brasileiros não incluídos no mercado formal de trabalho; • Equidade: todo cidadão é igual perante o Sistema Único de Saúde e será atendido conforme as suas necessidades. Os serviços de saúde devem considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, ou seja, cada grupo ou classe social ou região tem seus problemas específicos, tem diferenças no modo de viver, de adoecer e de ter oportunidades de satisfazer suas necessidades de vida. Assim, os serviços de saúde devem saber quais são as diferenças dos grupos da população e trabalhar para cada necessidade, oferecendo mais a quem mais precisa, diminuindo as desigualdades existentes. Não pode Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS40/243 oferecer o mesmo atendimento a todas as pessoas, da mesma maneira, em todos os lugares. Se isso ocorrer, algumas pessoas vão ter o que não necessitam e outras não serão atendidas naquilo que necessitam, devendo tratar desigualmente os desiguais; • Integralidade: as ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo tempo para prevenção e a cura. Os serviços de saúde devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser humano integral submetido às mais diferentes situações de vida e trabalho, que o leva a adoecer e a morrer. O indivíduo não deve ser visto holisticamente. Cabe deixar claro que a Política Nacional de Saúde brasileira está descrita na Constituição Federal, nas Leis Orgânicas da Saúde e nas políticas específicas. Para saber mais • Lei no 8.080/90 – Lei Orgânica da Saúde – art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: * VIII - elaboração e atualização periódica do Plano de Saúde; * X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; * XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS41/243 Conforme descrito no artigo 36, § 1º, da Lei nº 8.080, de 19/09/90, os planos de saúde são “a base das atividades e programações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde-SUS”. Por isso, o Ministério da Saúde promove ampla discussão técnica e política, que culmina com a publicação do documento norteador da gestão federal no setor saúde: o Plano Nacional de Saúde (PNS). Encontra-se em vigor o Plano referente aos anos de 2012 a 2015, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde, com diretrizes e metas a serem alcançadas, com o propósito de redução dos riscos e agravos à saúde da população, por meio das ações de promoção e vigilância em saúde. Para saber mais Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: * XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal; Art. 18. À direção municipal do Sistema Único de Saúde (SUS) compete: * I - Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde. Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS42/243 O Conselho Nacional de Saúde (CNS) é o órgão vinculado ao Ministério da Saúde, que tem a responsabilidade de desenvolver diretrizes para a elaboração dos planos de saúde, com foco na análise das características da população e dos equipamentos de saúde disponíveis, seja no nível local, estadual ou federal. Figura 8 Fonte: <http://arquivos.unama.br/nead/proead/Tec_gestao_publica/politicas_ publicas/html/unidade1/images/guia/pir%C3%A2mide.jpg> Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS43/243 Pode-se citar como exemplo do Plano Nacional de Saúde, Efetivar a atenção básica como espaço prioritário de organização do SUS, usando estratégias de atendimento integral – a exemplo da saúde da família – e promovendo a articulação intersetorial e com os demais níveis de complexidade da atenção à saúde (BRASIL, 2005). Nesse exemplo, o verbo “efetivar” significa que a Estratégia de Saúde da Família já está implantada, e o que se pretende alcançar é a sua consolidação. Fonte:<http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Agencia/Publicacao+Agencia/PNS+Plano+Nacional+de+Saude+2012+2015> Conforme já discutido, os princípios doutrinários do SUS são: • universalidade (acesso para todos); • integralidade (cobertura a todo tipo de necessidade, seja assistência médica, medicamentos, órteses, próteses, hemoderivados, vacinas, dentre outros); • equidade (todos serão atendidos de acordo com a sua necessidade). Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS44/243 Dentre os princípios organizativos, o SUS contempla: • Regionalização e hierarquização: a rede de serviços do SUS deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada, permitindo o conhecimento dos problemas da população de uma área delimitada, favorecendo ações de vigilância epidemiológica e sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade. O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de nível primário de atenção, que devem estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam serviços de saúde. Os que não forem resolvidos nesse nível deverão ser referenciados para os serviços de maior complexidade tecnológica. Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS45/243 Figura 9 Fonte: <http://images.slideplayer.com. br/5/1643426/slides/slide_19.jpg> • Resolutividade: é a exigência que o indivíduo busca no atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde. Além disso, espera-se que o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentar e resolver esse problema até o nível de sua complexidade. Figura 10 Fonte: <http://www.saude.rs.gov.br/upload/ HD_20130910123823prontuario_eletronico_03.jpg> Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS46/243 • Descentralização: é a redistribuição das responsabilidades às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da ideia de que, quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto. Figura 11 Fonte: <http://www.crpsp.org.br/PORTAL/comunicacao/ jornal_crp/127/frames/modelo03.jpg> • Participação do cidadão: é a garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas, poderá participar do processo de formulação das políticasde saúde e do controle de sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. Figura 12 Fonte: <http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/426145/ gd/142527215891/SUS-Sistema-Unico-de-Saude-Porque- e-direito-do-cidadao-pegar-remedios-gratis.jpg> Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS47/243 • Complementariedade do setor privado: a Constituição definiu que quando, por insuficiência do setor público, for necessária a contratação de serviços privados, essa contratação poderá ser feita, desde que o serviço privado respeite princípios básicos e normas técnicas do SUS; pois o atendimento do usuário público pelo serviço privado deverá ter mesma lógica do SUS, tanto na qualidade da prestação do serviço quanto em termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. Tudo em busca da garantia das ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS48/243 Glossário Diretrizes: são formulações que indicam as linhas de ação a serem seguidas. No exemplo apresentado acima, uma das diretrizes definidas é: “Expansão e efetivação da atenção básica de saúde” (BRASIL, 2005). Estratégia: é a maneira como se pretende operacionalizar a diretriz, por exemplo: “ampliação das equipes de saúde da família, às quais deverão ser asseguradas as condições necessárias à resolubilidade, com qualidade, de seu trabalho” (BRASIL, 2005). Prioridades: são as medidas que serão privilegiadas ou que terão caráter essencial. Pode-se citar como exemplo: “Expansão e efetivação da atenção básica de saúde”; destacam-se como prioridades a “adequação e instalação de unidades básicas de saúde, ao lado da integração da atenção básica com os demais níveis da atenção” (BRASIL, 2005). Metas: são expressões quantitativas de um objetivo. As metas concretizam o objetivo no tempo e esclarecem e quantificam “o que”, “para quem”, “quando”. Questão reflexão ? para 49/243 A Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990, apresenta os princípios que fundamentam as ações do SUS. Essa lei regula, em todo território nacional, as ações e serviços de saúde e dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Com base nessa lei, você acredita que princípios doutrinários que representam o SUS realmente foram implementados? Faça uma reflexão, discuta com seus parentes, vizinhos e/ou conhecidos que utilizaram o sistema público nos últimos meses. 50/243 Considerações Finais (1/2) A seguridade compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas a garantir os direitos relativos à saúde. Cabe ao SUS esse compromisso, garantindo os princípios doutrinários, organizativos, com foco nas ações propostas pelo sistema (promoção, proteção e recuperação da saúde), facilitando ao profissional de saúde melhorar os processos, estruturas e métodos utilizados para o alcance dos objetivos com qualidade. Esses meios, orientados pelos princípios organizativos da descentralização, regionalização, hierarquização, resolutividade, participação social e complementariedade do setor privado, devem ser direcionados por objetivos estratégicos fortalecendo o sistema e garantindo o modelo de atenção à saúde desejado. 51/243 O SUS foi sendo construído devido aos movimentos políticos e sociais, buscando diminuir o quadro de doenças, principalmente as condicionadas pelo tipo de desenvolvimento social e econômico do país e que o sistema de saúde anterior não conseguia enfrentar pela própria irracionalidade e desintegração do Sistema de Saúde da época com excessiva centralização, levando a decisões muitas vezes equivocadas. Considerações Finais (2/2) 52/243 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Seguridade Social no Brasil, Po- lítica de Saúde e SUS - Bloco I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ dae6e4b3588f21fe33bf0431f81b7b9f>. Aula 2 - Tema: Seguridade Social no Brasil, Políti- ca de Saúde e SUS - Bloco II Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 6d25a8039fcf2f6394e317b73cf9a84c>. 53/243 1. A Lei 8.080/1990 especifica à direção nacional do SUS a responsabilida- de de desenvolver planejamento estratégico nacional junto com os esta- dos, municípios e o Distrito Federal. Dentre as responsabilidades que a lei traz, pode-se afirmar: Questão 1 a) o marco da universalidade, integralidade e equidade b) cabe a responsabilidade de desenvolver diretrizes para a elaboração dos planos de saúde c) descreve o processo de recursos provenientes do Fundo Nacional de Saúde, fixando que os municípios, estados e o Distrito Federal precisam ter no seu planejamento e programação de saúde d) especifica o orçamento nos três níveis, a participação de todos os dos órgãos relacionados, interligando as a demanda em saúde com as políticas de saúde. e) monitoramento, avaliação e controle efetivo das suas ações, garantindo o controle do dinheiro público e a transparência da alocação dos recursos. 54/243 2. Permitir o acesso à tecnologia de alto custo apenas aos cidadãos que possuam seguros privados de saúde contraria um dos princípios básicos do SUS e significa ausência de: Questão 2 a) integridade; b) hierarquização; c) universalização; d) municipalização; e) equidade. 55/243 3. Um dos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), conhecido por Equi- dade, ainda é uma meta distante no nosso sistema de saúde devido: Questão 3 a) ao difícil acesso a práticas preventivas de saúde b) à dificuldade da prioridade conforme a necessidade da maioria da população aos serviços de saúde c) à dificuldade de referência e contra referência ao acesso desigual de medicamentos especializados d) divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário e) a incapacidade de resolutividade dos serviços nos níveis de média complexidade 56/243 4. No que tange a complementariedade do setor, pode-se afirmar: Questão 4 a) pode-se contratar os serviços privados para atender usuários do SUS, independente da necessidade b) Não cabe ao serviço privado seguir as regras de regionalização e hierarquização dos serviços c) quando por insuficiência do setor público, pode-se fazer a contratação de serviços privados para servir aos usuários do SUS d) A integração do serviço privado não precisa seguir a mesma lógica do SUS em termos de normas técnicas e) Não cabe ao sistema de saúde suplementar fazer promoção e proteção à saúde do usuário do SUS 57/243 5. Resolutividade significa: Questão 5 a) redistribuir as responsabilidades às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo b) que o serviço de saúde esteja apto e capacitado à prestar uma assistência de qualidade, resolvendo o problema de saúde do cidadão até o nível de sua complexidade c) garantia do controle social d) organizar a rede assistencial de acordo com os níveis de atenção e) organizar os serviços de acordo com a região 58/243 Gabarito 1. Resposta: D a) Neste caso é a Constituição de 1988. A Lei 8080/90 especifica o orçamento nos três níveis, a participação de todos os dos órgãos relacionados, interligando as a demanda em saúde com as políticas de saúde. b) Trata-se dos Conselhos de Saúde. A Lei 8080/90 especifica o orçamento nos três níveis, a participação de todos os dos órgãos relacionados, interligando as a demanda em saúde com as políticas de saúde.c) Trata-se da Lei 8142/90. A Lei 8080/90 especifica o orçamento nos três níveis, a participação de todos os dos órgãos relacionados, interligando as a demanda em saúde com as políticas de saúde. e) Trata-se da Lei 8142/90. A Lei 8080/90 especifica o orçamento nos três níveis, a participação de todos os dos órgãos relacionados, interligando as a demanda em saúde com as políticas de saúde. 2. Resposta: C Acesso a todos independente da contribuição social a)Integralidade é ofertar tudo o que o cidadão necessita, desde vacinação até UTI b)Hierarquização é organizar o atendimento conforme o nível de necessidade assistencial (primário, secundário e terciário) 59/243 c)Municipalização - esfera local e) Equidade, dar prioridade conforme a necessidade do cidadão 3. Resposta: B São poucos os programas e serviços que conseguem estabelecer o principio da equidade. a) O acesso a práticas preventivas de saúde pode ser uma meta do principio da Universalidade c) à dificuldade de referência e contra- referência ao acesso desigual de medicamentos especializados refere-se ao principio da Universalidade d) divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário - trata-se do principio da Integralidade e) a incapacidade de resolutividade dos serviços nos níveis de média complexidade trata-se do principio organizativo da Resolutividade 4. Resposta: C a) Existem regras para a utilização da complementariedade do setor, sobre três condições de celebração do contrato para a prestação do serviço b) O prestador privado deve seguir os mesmos preceitos dos SUS, respeitando a regionalização e hierarquização. 60/243 d) A integração do serviço privado deve seguir a mesma lógica do SUS em termos de normas técnicas e princípios básicos e) O prestador privado deve seguir os mesmos preceitos dos SUS, respeitando os princípios básicos e normas técnicas 5. Resposta: B a) Trata-se da descentralização c) Trata-se da participação do cidadão d) Trata-se da hierarquização e) Trata-se da regionalização 61/243 Unidade 3 Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde Objetivos 1. Apresentar o contexto de seguridade social. 2. Entender as diferenças entre previdência social e assistência social. 3. tTrazer os princípios e diretrizes que norteiam a seguridade social brasileira com a saúde. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde62/243 Introdução A seguridade social é o conjunto de instrumentos e ações em busca de uma sociedade livre, justa e solidária, reduzindo ou eliminando a pobreza, marginalização, em busca de não ter desigualdades sociais, garantindo o bem de todos os cidadãos. A Constituição Federal, no artigo 3º, descreve claramente que o sistema de seguridade social, em seu conjunto, deve garantir que o indivíduo se sinta seguro e protegido ao longo de sua vida, oferecendo a assistência e recursos necessários para os momentos de dificuldades. Portanto, garantindo a segurança social, segurança do indivíduo como parte integrante de uma sociedade. Para saber mais A segurança está inserida nas necessidades básicas do indivíduo, segundo a pirâmide de Maslow. A pirâmide de Maslow ou a hierarquia das necessidades de Maslow é um conceito criado pelo psicólogo norte-americano Abraham H. Maslow, que determina as condições necessárias para que cada ser humano atinja a sua satisfação pessoal e profissional. De acordo com a ideia de Maslow, os seres humanos vivem para satisfazer às suas necessidades, com o objetivo de conquistar a sonhada autorrealização plena. O esquema descrito na pirâmide de Maslow trata justamente da hierarquização dessas necessidades ao longo da vida do ser humano. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde63/243 Para saber mais A pirâmide de Maslow é dividida em cinco níveis hierárquicos, cada um formado por um conjunto de necessidades. Na base da pirâmide, estão os elementos que são considerados primordiais para a sobrevivência de uma pessoa, como a fome, a sede, o sexo e a respiração. Para progredir na hierarquia, é necessária a conquista das condições elementares da pirâmide, passando para os próximos níveis, um a um, até alcançar o topo. Dentre as etapas da hierarquia das necessidades de Maslow, cabem: • necessidades fisiológicas: formam a base da pirâmide, onde estão as necessidades básicas de qualquer ser humano, como a fome, a sede, a respiração, a excreção, o abrigo e o sexo, por exemplo; • necessidades de segurança: formam o segundo nível da hierarquia, onde estão os elementos que fazem os indivíduos se sentirem seguros, desde a segurança em casa até meios mais complexos, como a segurança no trabalho, segurança com a saúde (planos de saúde) etc.; • necessidades sociais: formam o terceiro nível da pirâmide. Nesse grupo, estão as necessidades de se sentir parte de um grupo social, como ter amigos, constituir família, receber carinho de parceiros sexuais etc.; Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde64/243 Para saber mais • necessidades de status ou estima: formam a quarta etapa da pirâmide de Maslow, que agrupa duas principais necessidades – a de reconhecer as próprias capacidades e de ser reconhecido por outras pessoas, devido à capacidade de adequação do indivíduo. Ou seja, é a necessidade que uma pessoa tem de se orgulhar de sim própria, sentir a admiração e orgulho de outros indivíduos, ser respeitada por si e pelos outros, entre outras características que envolvam o poder, o reconhecimento e o orgulho, por exemplo; • necessidades de autorrealização: topo da pirâmide, o indivíduo consegue aproveitar todo o potencial de si próprio, com autocontrole de suas ações e satisfação. Fonte: <http://www.significados.com.br/piramide-de-maslow/> Link Aprofunde o assunto nos links: <https://www.youtube.com/watch?v=R3EEH6qljMI> <http://www.scielo.br/pdf/rae/v20n3/v20n3a05> Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde65/243 A seguridade social é definida na Constituição Federal, no artigo 194, caput, como um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (Brasil - Constituição Federal, 1988). Trata-se de um sistema de proteção social que abrange os programas sociais de maior relevância no Brasil: • Previdência social • assistência social • saúde Link Acesse o seguinte link e entenda um pouco mais sobre as questões relativas à Seguridade Social e o SUS: <http://portalsaude.saude.gov.br/index. php/o-ministerio/principal/siops/mais- sobre-siops/5980-financiamento-do-sus- seguridade-social-e-o-sus> A saúde tem uma finalidade ampla, como discutido nas unidades anteriores, pois o SUS é um sistema complexo que abrange todos os ramos de proteção do indivíduo, com acesso universal, integral além da equidade, como já aprendido nesta disciplina. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde66/243 O sistema de proteção do social na saúde destaca-se de maneira diferente dos demais, pois o Estado não pode negar acesso à saúde pública a uma pessoa sob o argumento que ela não contribuiu com impostos, não tem bens financeiros ou algo do tipo que a impossibilite de provera sua própria saúde. Esse sistema é iqualitário, independente das condições socioeconômicas do cidadão. Se um milionário dono de um banco quiser ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ele poderá usufruir desse bem, sem pagamento: “saúde é direito de todos e dever do Estado”. Para saber mais Conheça a Lei Orgânica da Saúde em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2011-2014/2011/Decreto/D7508.htm> No Brasil, as ações de saúde são de responsabilidade do Ministério da Saúde (MS), como já aprendido nas unidades 1 e 2. O INSS gerencia benefícios e serviços da previdência social, e não de saúde, ao contrário do que era. Atualmente, ele não responde por nenhum financiamento de saúde, controle de recursos e distribuição de verbas (em relação a hospitais, unidades básicas, entre outros serviços nessa área). Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde67/243 Compete ao MS, por meio do Sistema Único de Saúde, a execução de práticas de vigilância sanitária e epidemiológica, de saúde do trabalhador, saneamento básico, proteção do meio ambiente, desenvolvimento científico e tecnológico de melhorias assistenciais de saúde e cuidado ambiental, fiscalização e inspeção de alimentos, águas para o consumo humano, produção de medicamentos, equipamentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde. As ações e serviços da saúde são complexas, multidisciplinares e requerem ações imediatas. Além disso, cabe ressaltar que é necessário desenvolver e implementar medidas preventivas relativas ao bem-estar da população nas diversas áreas, como saneamento básico, alimentação, educação em saúde, gestão ambiental, sustentabilidade, dentre outras, sendo essa uma maneira de evitar situações em que a saúde da população de uma maneira geral pode ser comprometida, o que pode acarretar um prejuízo maior não só financeiro mas emocional e psicológico tanto ao indivíduo que adoeceu por falta de promoção e prevenção de saúde como de todos ao redor dele (familiares, amigos, colegas de trabalho etc.). Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde68/243 Da assistência social (Constituição Federal, artigos 203 e 204) Figura 14 Fonte: <http://www.santaterezinha.sc.gov.br/ uploads/885/imagens/1116901.png> A Constituição Federal, no artigo 203, caput, estabelece que a assistência social deverá ser oferecida e coberta para qualquer indivíduo que necessitar, independente do tipo de contribuição social. A assistência social é o segmento autônomo da seguridade social com foco nas pessoas que não têm condições financeiras para seu sustento e prover sua própria manutenção de vida. Cuida dos que realmente estão em situação de pobreza e miséria, por isso não exige dos seus beneficiários qualquer contribuição financeira, portanto, aqui, quem pode se beneficiar da assistência social são os indivíduos que precisam ser supridos de necessidades básicas como alimento, roupa, abrigos e até mesmo pequenos benefícios em dinheiro). O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome é o órgão responsável pela assistência social. Ele busca preencher as lacunas da previdência social que têm Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde69/243 caráter contributivo, ou seja, para que a pessoa se beneficie da previdência social, ela deve ter dado uma “contrapartida”, conforme veremos mais à frente neste capítulo. Dentre os objetivos da assistência social, segundo a Constituição Federal, artigo 203, cabem: I. proteção da família, da maternidade, infância, adolescência e velhice; II. amparo às crianças e adolescentes carentes; III. promoção da integração ao mercado de trabalho; IV. habilitação e reabilitação de pessoas portadoras de deficiência e a promoção da sua integração à vida comunitária; V. garantia de 1 salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a sua própria subsistência, nem de tê-la provida por sua família. São exemplos de benefícios da assistência social: auxílio-natalidade; auxílio- funeral; suporte às famílias vitimadas, por exemplo, por acidentes ambientais, como os causados pelas chuvas; Bolsa Família; abrigos, dentre outros. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde70/243 Da previdência social (arts. 201 e 202 da Constituição Federal 88) Figura 15 Fonte: <http://tvclassecontabil.com.br/ noticias/previdencia-social/desempregados- tambem-podem-contribuir-para-a- previdencia-social-e-manter-direitos> A previdência social é a técnica de proteção social destinada especificamente aos trabalhadores que contribuem no arrecadamento mensal. A proposta é que eles se beneficiem em situações específicas, como afastamento por doença e ao se aposentar, garantindo seu sustento e de seus dependentes. Busca afastar necessidades sociais decorrentes de contingências sociais que reduzem ou eliminam a capacidade de autossustento dos trabalhadores e/ou de seus dependentes. Esse tipo de proteção social busca atingir contingências bem específicas, ao trabalhador e seus dependentes (dependência presumida por lei, no caso de cônjuges, filhos menores e/ou incapazes) ou comprovada no caso concreto (no caso de pais que dependiam economicamente do filho que veio a óbito). A legislação, em seu artigo 16 (Lei 8.213/91), estabelece claramente as Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde71/243 regras do que vem a ser um beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado: I. o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; Figura 16 Fonte: <http://files.maid.webnode.com. pt/200000621-66cae67c4e/Conjuge.JPG> Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde72/243 II. os pais; Figura 17 Fonte: <http://www.fecomercio-ms.com.br/ wp-content/uploads/2014/07/pais.jpg> III. o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes. § 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. (Redação Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde73/243 Para saber mais Leia mais sobre Previdência Social <http://www.previdencia.gov.br/legislacao/> <http://www.previdenciatotal.com.br/noticias.php?menu=8> <http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/06/entenda-o-que-muda-nos- beneficios-da-previdencia.html> <http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/gps/tabela- contribuicao-mensal/> <http://www.previdencia.gov.br/publicacoes/> <http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/> <http://www3.dataprev.gov.br/sislex/> <http://blog.planalto.gov.br/previdencia-poderia-gastar-mais-r-9-bi-so-em-2015-com- emendas-que-propoem-mudar-correcao-da-aposentadoria/> <http://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-n-o-8-2121991-e-lei-n-o-8-2131991-atualizadas-e-esquematizadas-para-2015/> Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde74/243 dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. § 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e das demais deve ser comprovada. Portanto, os beneficiários são os trabalhadores e dependentes, de acordo com as regras descritas acima. A previdência social tem natureza de seguro social, por isso exige-se a contribuição dos seus segurados. Cabe ressaltar que somente o fato de a pessoa ter advindo de uma contingência social não significa que ela terá acesso. No caso, Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde75/243 ela precisa ter contribuído em algum momento, visto que se trata de um sistema é contributivo, sendo necessário provisionar o fundo de custeio para ter um balanço do fluxo de caixa, garantindo a manutenção de benefícios previdenciários. O regime jurídico da previdência social, como um todo, parte da premissa da obrigação contributiva do segurado (por exemplo, período de carência; cálculo do valor das prestações Para saber mais Normas Constitucionais acerca da previdência social: Art. 201, Constituição Federal - A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios que preservem equilíbrio financeiro e atuarial e atenderá, nos termos da lei: I - cobertura de doença, invalidez, morte e idade avançada (exemplos: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte, aposentadoria por idade); II - proteção à maternidade, especialmente à gestante (salário-maternidade); III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário (seguro-desemprego); IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde76/243 Para saber mais V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no parágrafo segundo. Parágrafo primeiro: É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem à saúde ou à integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos da lei complementar. Parágrafo segundo: Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-mínimo. Parágrafo Terceiro: Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. Parágrafo quarto: É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. Parágrafo quinto: É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde77/243 Para saber mais Parágrafo sexto: A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. Parágrafo sétimo: É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, observadas as seguintes condições: I - 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher; II - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, reduzido em 5 (cinco) anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. Parágrafo oitavo: Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em 5 anos para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. Parágrafo nono: Para efeito de aposentadoria, é assegurada contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. Fonte: <http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/con1988_13.07.2010/art_201_.shtm> Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde78/243 pecuniárias). A contribuição do trabalhador é obrigatória. Todo e qualquer cidadão que exercer atividade laborativa remunerada deve, obrigatoriamente, contribuir para a previdência social. O indivíduo também pode contribuir por vontade própria, não sendo exclusivamente esse benefício aos que trabalham com carteira assinada. Nesse caso, são chamados segurados facultativos, por exemplo, o da dona de casa. Essa possibilidade de contribuição deve-se ao princípio da universalidade de atendimento. Os segurados facultativos contribuem em busca de no futuro poderem utilizar os benefícios previdenciários, pois o direito é apenas de quem contribuiu. Cabe ressaltar que, nesses casos, o direito dos benefícios é restrito, até porque eles não pertencem à mesma categoria dos demais contribuintes que efetuam a contribuição pela atividade remunerada. A previdência social tem caráter legal, está contida na lei, não existindo espaço para acordo de vontades na relação de seguro social. Em 2015, ocorreram algumas mudanças previdenciárias, embora ainda em discussão, algumas cláusulas já estão sendo seguidas. Atualmente, a previdência social utiliza uma fórmula matemática (fator previdenciário), com a intenção de Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde79/243 reduzir os benefícios de quem se aposenta antes da idade mínima (60 anos para mulheres; 65 anos para homens), fazendo com que isso seja ferramenta de incentivo para o trabalhador continuar a exercer suas atividades laborais. Quanto menor a idade no momento da aposentadoria, maior é o redutor do benefício. Segue, no quadro abaixo, artigo sobre as principais mudanças na Lei 8.213/91 de acordo com a Medida Provisória (número 664/2014, publicada no Diário Oficial da União do dia 30/12/2014). Figura 18 Fonte: <http://direito.folha.uol.com.br/ uploads/2/9/6/2/2962839/8956067_orig.png> Essa Medida Provisória trouxe significativas mudanças na legislação previdenciária: o acesso da população a uma série de benefícios do INSS ficou mais rigoroso, entre eles seguro- desemprego e pensão por morte. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde80/243 1- Alterações do auxílio-doença: o artigo 59 da Lei 8.213/91, revogado expressamente pela MP 664/2014 (artigo 6º, inciso II, letra B), previa como hipótese de incidência do auxílio-doença o segurado “ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos”. Na atualidade, o tema é disciplinado pelo artigo 60 da Lei 8.213/91, alterado pela MP 664/2014, ao dispor que “o auxílio- doençaserá devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou sua atividade habitual, desde que cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei”. Dessa forma, certamente por erro de redação ou descuido, pois o auxílio- doença não deveria ser concedido para curtos afastamentos laborativos, a MP 664/2014 não mais exige que a incapacidade laboral para o trabalho habitual até 15 dias consecutivos. No caso do empregado, não há problema, pois a nova legislação incumbiu a empresa de pagar o salário do segurado incapacitado pelos primeiros 30 dias, passando a ser devido o auxílio-doença ao empregado a contar do 31º do afastamento, se requerido em até 45 dias deste. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde81/243 Essa lacuna beneficia os demais segurados (empregado doméstico, trabalhador avulso, segurado especial, contribuinte individual e segurado facultativo), posto que, com a revogação expressa do artigo 59 e a nova redação do artigo 60 da Lei 8.213/91, não há regra que impeça a concessão do auxílio-doença para esses segurados para um curto afastamento laboral, mesmo que seja de um dia, desde que o requerimento administrativo seja ofertado em até 30 dias. Veja-se o texto dado ao mencionado artigo pela MP 664/2014: “Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para seu trabalho ou sua atividade habitual, desde que cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei: I - ao segurado empregado, a partir do trigésimo primeiro dia do afastamento da atividade ou a partir da data de entrada do requerimento, se entre o afastamento e a data de entrada do requerimento decorrerem mais de quarenta e cinco dias; e II - aos demais segurados, a partir do início da incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de trinta dias”. O auxílio-doença é um benefício previsto para todos os segurados, tendo a renda mensal inicial de 91% do salário de benefício, não podendo ser inferior a um salário mínimo, pois visa substituir a remuneração do beneficiário. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde82/243 Em regra, o auxílio-doença pressupõe a realização de carência de 12 contribuições mensais, que será excepcionalmente dispensada nas hipóteses de invalidez decorrente de acidente de qualquer natureza, doença profissional, do trabalho ou das moléstias graves listadas em ato regulamentar. No entanto, a MP 664/2014 instituiu um novo teto para o valor do auxílio- doença, ao inserir o § 10 no artigo 29 da Lei 8.213/91, que determina que “o auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o número de doze, a média aritmética simples dos salários-de- contribuição existentes”. O auxílio-doença não poderá superar a média aritmética simples dos 12 últimos salários de contribuição do segurado ou, se inexistentes 12 salários de contribuição no período básico de cálculo (a partir de julho de 1994), deverá ser feita a média aritmética simples de todos os salários de contribuição existentes, sempre com a óbvia incidência da correção monetária. Certamente, o motivo dessa nova regra é aproximar o valor do auxílio-doença da remuneração percebida pelo segurado nos 12 últimos meses, a fim de evitar que o benefício fique com renda superior se o segurado possuir altos salários de contribuição no passado, o que poderá gerar a acomodação do segurado, se o auxílio-doença superar a sua remuneração mensal habitual. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde83/243 Em regra, a data de início do benefício (DIB) será a data da incapacidade, marco inicial do pagamento a ser promovido pelo INSS. Contudo, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento (DER) se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento na previdência social. Apenas no caso do segurado empregado a regra será diferente, tendo em vista a obrigação legal da empresa de pagar ao segurado o seu salário durante os 30 (trinta) primeiros dias do afastamento. Logo, para o segurado empregado, desde a MP 664/2014, a data de início do benefício não será a data da incapacidade, e sim o 31º (trigésimo primeiro) dia seguinte. Excepcionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passar mais de 45 (quarenta e cinco) dias, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento na previdência social. 2- Alterações na aposentadoria por invalidez: a data de início do benefício (DIB) será a data da incapacidade, marco inicial do pagamento a ser promovido pelo INSS. Contudo, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento (DER) se passar mais de 30 dias, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento na previdência social. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde84/243 Figura 19 Fonte: <http://comps.canstockphoto.com.br/ can-stock-photo_csp11613007.jpg> Apenas no caso do segurado empregado a regra será diferente, tendo em vista a obrigação legal da empresa de pagar ao segurado o seu salário durante os 30 (trinta) primeiros dias do afastamento (antes eram os primeiros 15 dias). Cuida-se de novidade da MP 664/2014, que alterou o § 2º do artigo 43 da Lei 8.212/91, que passou a dispor que “durante os primeiros trinta dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral”. Dessa forma, restou alterada a data do início do benefício da aposentadoria por invalidez para o empregado. Para o segurado empregado, a data de início do benefício não será a data da incapacidade, e sim o 31º (trigésimo primeiro) dia seguinte. Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde85/243 Excepcionalmente, se entre a data da incapacidade e a data de entrada do requerimento se passarem mais de 45 (quarenta e cinco) dias, a data de início do benefício também será a data de entrada do requerimento na previdência social. Vale registrar que esse novo regramento sobre a data de início do benefício da aposentadoria por invalidez e sobre a obrigação da empresa de pagar o salário nos primeiros 30 dias de afastamento do empregado inválido somente possui vigência a partir de 1º de março de 2015. 3- Alterações na pensão por morte: os segurados poderão instituir pensão por morte se deixarem dependentes, sendo que o benefício independia de carência até o advento da Medida Provisória 664, de 30/12/2014. Desde então, o artigo 25 da Lei 8.213/91 passou a exigir carência de 24 recolhimentos mensais para a concessão da pensão por morte como regra geral, salvo nas exceções a serem vistas. Excepcionalmente, a pensão por morte somente dispensará a carência apenas em duas situações: A) Quando o segurado falecido estava em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez; Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde86/243 B) Quando a morte do segurado decorreu de acidente de trabalho (típico, por equiparação ou no caso das doenças ocupacionais). Nos termos do artigo 5º, inciso III, da MP 664/2014, as alterações perpetradas na carência da pensão por morte somente
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