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SEG SOCIAL A POLITICA DE SAU E O SUS

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Seguridade Social: a Política 
de Saúde e o SUS
2/243
Seguridade Social: a Política de Saúde e o SUS
Autora: Profa. Chennyfer Dobbins Paes da Rosa
Como citar este documento: ROSA, Chennyfer Dobbins Paes da. Seguridade Social: a Política de 
Saúde e o SUS. Valinhos: 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: História da Política de Saúde no Brasil 07
Assista suas aulas 27
Unidade 2: Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS 34
Assista suas aulas 51
Unidade 3: Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência 
Social e Saúde
58
Assista suas aulas 100
Unidade 4: Gestão, Organização e Funcionamento dos Serviços de Saúde 107
Assista suas aulas 134
Unidade 5: Financiamento e Controle Social 141
Assista suas aulas 158
2/194
3/2433
Unidade 6: Conferências Nacionais de Saúde 165
Assista suas aulas 179
Unidade 7: Descentralização e Municipalização da Saúde 186
Assista suas aulas 200
Unidade 8: Pactos da Saúde 207
Assista suas aulas 222
Sumário
Seguridade Social: a Política de Saúde e o SUS
Autora: Profa. Chennyfer Dobbins Paes da Rosa
Como citar este documento: ROSA, Chennyfer Dobbins Paes da. Seguridade Social: a Política de 
Saúde e o SUS. Valinhos: 2015.
4/243
Apresentação da Disciplina
Entende-se por Política Pública tudo o que 
o Estado faz ou não sobre uma determinada 
questão, com a participação ou sem da 
sociedade, visando garantir os direitos 
sociais previstos pela legislação vigente.
Refletindo especificamente sobre a Política 
Pública de Saúde brasileira, ao longo dos 
anos essa tem avançado, com muitos 
impasses por se tratar de algo complexo, 
requerendo o comprometimento de todos, 
não só do governo, mas da sociedade como 
um todo.
No Brasil, temos de ressaltar que 
é necessário se atentar para as 
desigualdades e injustiças que o sistema 
capitalista nos traz, sendo que, ao construir 
e ou replanejar as Políticas Públicas de 
proteção social, é necessário compreender 
essas questões, de maneira a minimizar as 
distorções existentes.
Quando se trata de Política Pública de 
Saúde, deve-se englobar ações voltadas 
não só à saúde como um bem físico, mas 
um bem-estar físico, mental, psicossocial, 
o que envolve educação, segurança, 
condições habitacionais adequadas, 
transporte, renda, condições dignas de 
trabalho, dentre outros elementos.
Os principais marcos regulatórios da atual 
Política de Saúde Pública no Brasil foram a 
Constituição Federal de 1988 e a Reforma 
Sanitária, responsáveis pela idealização 
e implementação do Sistema Único de 
Saúde (SUS), garantindo a universalidade, 
integralidade e equidade para todos os 
cidadãos.
5/243
A Constituição Federal de 1988, no título 
VIII (Da Ordem Social), Ccapítulo II (Da 
Seguridade Social), seção II (Da Saúde), 
artigo 196 (Brasil, 1988), deixa claro que 
a saúde é um direito de todos e dever do 
Estado, garantido por meio das políticas 
sociais e econômicas à redução do risco 
de agravos à saúde e de outros, tendo 
acesso universal e igualitário às ações e 
serviços voltados à promoção, proteção e 
recuperação e reabilitação da saúde.
A Saúde Pública brasileira é norteada 
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que 
tem por definição um agrupamento de 
serviços e atividades de atenção à saúde 
prestados por órgãos e instituições 
públicas: federal, estadual e municipal, 
podendo ser de administração: direta, 
indireta ou via Organização Social e/ou 
fundações mantidas pelo Poder Público de 
controle da qualidade, pesquisa e produção 
de insumos, medicamentos, inclusive 
sangue e derivados, e de equipamentos de 
saúde, garantida, também, a participação 
complementar da iniciativa privada, 
tendo como princípios doutrinários a 
universalidade, integralidade e equidade.
O SUS não é um serviço ou uma instituição, 
mas um sistema que significa um conjunto 
de unidades, de serviços e ações que 
interagem para um fim comum, portanto 
ofertando a assistência à população 
baseada no modelo da promoção, 
proteção e recuperação da saúde, 
para que, assim, busquemos os meios 
capazes de alcançar eficiência e eficácia 
6/243
orientadas pelos princípios organizativos 
da descentralização, regionalização, 
hierarquização, resolutividade, 
participação social e complementariedade 
do setor privado. Devem constituir-se 
em objetivos estratégicos que deem 
concretude ao modelo de atenção à saúde 
desejado para o Sistema Único de Saúde 
(SUS).
Portanto, dentre os objetivos desta 
disciplina, cabe:
• compreender os conceitos, 
significados e a trajetória histórica da 
seguridade no Brasil;
• conhecer os fundamentos gerais 
da Seguridade Social e a gestão da 
política de saúde;
• entender a gestão, organização 
e funcionamento dos serviços; 
financiamento e controle social na 
saúde.
7/243
Unidade 1
História da Política de Saúde no Brasil
Objetivos
1. Compreender as bases históricas da 
Política de Saúde no Brasil.
2. Conhecer os principais marcos 
históricos e a construção do Sistema 
Único de Saúde (SUS).
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil8/243
História da Saúde Pública no 
Brasil
Para a compreensão da situação atual da 
saúde no Brasil, vale entender como as 
demandas de saúde eram supridas.
A implementação das políticas públicas de 
saúde no Brasil iniciou-se no século XVI, 
com a vinda da família Real. Ocorreram 
vários problemas devido à falta de 
profissionais de saúde e ao próprio medo 
da população em relação à assistência 
prestada, o que inclui as vacinas.
O diretor do Departamento Federal de 
Saúde Pública, o Dr. Oswaldo Cruz, buscou 
implementar medidas de desinfecção 
sanitária e de vacinação obrigatória 
(antivaríola), porém a população teve 
medo, achando que era algo para agredir 
e não beneficiar a saúde, fazendo o 
movimento chamado de Revolta da Vacina.
No Brasil Colônia de Portugal, a produção 
econômica estava organizada em ciclos 
e sob o trabalho escravo e o quadro 
sanitário era desolador, denominada de 
inferno, no qual os colonizadores brancos 
e os escravos tinham poucas chances de 
sobrevivência.
Nessa fase, a sociedade acreditava nos 
curandeiros e benzedeiras negros ou 
indígenas, não havia médicos portugueses 
que aceitassem morar no Brasil e os 
tratamentos eram baseados em sangrias 
e purgantes, portanto a estruturação da 
assistência por profissionais de saúde 
qualificados foi uma das principais 
barreiras.
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil9/243
A vinda da corte portuguesa determinou 
mudanças na administração da saúde. 
Como sede provisória do império, a cidade 
do Rio de Janeiro tornou-se alvo de ações 
sanitárias.
Para melhorar o atendimento, foram 
criadas, por ordem real, a Imperial 
Academia de Medicina uma Academia no 
Rio de Janeiro e outra na Bahia, que seriam 
escolas de Medicina.
Houve também a implementação da 
Inspetoria de Saúde dos Portos no ano 
de 1828, com o intuito de inspecionar 
as embarcações, além da exigência de 
vacinação para a população da corte.
Existiam muitas doenças causadas por 
miasmas, pelo consumo de bebidas e frutas 
contaminadas.
Entre 1890 a 1900, houve a 
desorganização dos serviços de saúde, 
facilitando a ocorrência de novas 
epidemias como a varíola, gripe espanhola, 
peste bubônica, febre tifoide e cólera. 
Os médicos, chamados de “higienistas”, 
passaram a ocupar cargos importantes 
em troca do compromisso de estabelecer 
medidas de combate às doenças como 
orientações básicas de higiene, fiscalização 
sanitária e isolamento dos doentes. Esse 
plano de combate configurou-se como 
primeira política de saúde brasileira.
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil10/243
Figura 1 – EpidemiasFonte: <http://guiadoestudante.abril.com.
br/imagem/gripe-espanhola.jpg>
Entre 1889 a 1930 (Primeira República 
– período de repúdio à monarquia e 
consolidação dos ideais republicanos), a 
atividade econômica principal era a cultura 
cafeeira com substituição da mão de obra 
escrava pela de europeus, o que também 
influenciou nas doenças apresentadas, 
consequentemente na prestação de 
serviços de saúde.
A crise do café dos anos 1920, culminando 
com a queda da bolsa de NY em 1929, 
acentuou a crise econômica, influenciando 
na saúde da população, com predomínio 
das doenças pestilentas, saneamento 
precário e ações de saúde nos portos.
O Dr. Oswaldo Cruz, nessa época, institui 
as campanhas sanitárias como modelo de 
intervenção, fazendo a vacina de caráter 
obrigatório.
Em 1923, Lei Eloy Chaves instituiu as 
Caixas de Aposentadorias e Pensões 
(CAPS) nas empresas ferroviárias pelo 
Decreto nº 4.682, de 24 de janeiro de 
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil11/243
1923, deixando claro, no artigo 1, que 
cada uma das empresas de estradas de 
ferro existentes no país precisaria ter 
uma Caixa de Aposentadoria e Pensões 
para os respectivos empregados, e em 
1926 estendeu para outras categorias, 
tornando-se esse o marco da previdência 
social no Brasil e das políticas sociais.
Figura 2 – Eloy Chaves
Fonte: <http://www.ipe.rs.gov.br/upload/
HD_20111027134741foto_1.jpg>
A proposição da lei era formar os fundos 
da Caixa com uma contribuição mensal 
dos empregados correspondente a 3% dos 
respectivos vencimentos; uma contribuição 
anual da organização, correspondente 
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil12/243
a 1% de sua renda bruta, garantindo o 
financiamento tanto da saúde como da 
aposentadoria aos contribuintes.
O problema maior nessa fase foi que só 
tinham acesso à saúde pública as pessoas 
que eram trabalhadores ativos; seus 
dependentes e não trabalhadores não 
podiam se beneficiar das CAPS, visto que 
essa política foi decorrente do movimento 
operário grevista e não da preocupação 
com o bem-estar social.
As CAPs eram organizadas pela empresa, 
sendo administradas e financiadas 
pelos donos e pelos trabalhadores. Eles 
credenciavam os serviços de saúde/
médicos que iriam atender esses 
beneficiados e concediam medicamentos 
gratuitos. Antes dessa lei, muitas fábricas 
já forneciam serviços médicos aos seus 
trabalhadores, no entanto parte do custo 
era pago pelos próprios trabalhadores 
através de descontos nos salários.
Figura 3 – IAPS
Fonte: <https://sebodomessias.com.br/
imagens/produtos/14/142547_907.jpg>
Essas Caixas beneficentes eram uma 
espécie de poupança coletiva em que 
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil13/243
os trabalhadores depositavam uma 
quantia mensal e funcionavam como um 
seguro para a família deles. E, no ano de 
1934, para garantir a força produtiva 
(que era primordial na época, pois havia 
um crescente aumento do processo de 
industrialização e dos centros urbanos), 
foi preciso que a saúde da população 
fosse mais bem cuidada. Nesse período, a 
implementação de programas e serviços 
auxiliares de assistência médica foi 
realizada através de práticas clientelistas, 
típicas do regime populista que 
caracterizou a Era Vargas.
Figura 4 Era Vargas – Regime Populista
Fonte: <http://www.cartamaior.com.br/arquivosCar-
taMaior/FOTO/143/FF592ECA219F156EDD00CC22A-
4D438B0E02EA5C359E6CDD53816B9C64765A46C.jpg>
Getúlio Vargas chegava ao poder com 
a Revolução de 30, criando o Ministério 
da Educação e Saúde Pública (MESP), 
e em 1933, por meio dos Institutos de 
Aposentadoria e Pensões (IAPs), que na 
realidade foram desenvolvidos no intuito 
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil14/243
de substituir as CAPs. Esse novo modelo 
era organizado por categoria profissional e 
administrado pelo Estado.
Na década de 1940, foram tomadas 
medidas de reestruturação e ampliação 
dos órgãos de saúde dos Estados, sendo, 
então, as ações de saúde gerenciadas pelo 
MESP.
Figura 5
Fonte: <http://www.ripanosmalandros.com.br/wp-
content/uploads/2015/02/logo_sejusp.jpg>
Foi criado o Serviço Especial de Saúde 
Pública (SESP), muito importante para a 
saúde pública, pois contribuiu no combate 
à malária, em pesquisas de doenças 
tropicais e na educação sanitária da 
década de 1950.
Em 1953, foi criado o Ministério da 
Saúde (MS), que focou nos novos IAPs, 
unificando as ações e contrariando os 
trabalhadores que queriam manter 
a assistência à saúde junto à rede 
credenciada que eles escolhiam, portanto, 
com esse desentendimento entre Governo 
e trabalhador, houve o surgimento da 
medicina de grupo (famosos “convênios”).
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil15/243
Em 1956, foi criado o Departamento 
Nacional de Endemias Rurais (DNERU), 
com o intuito de promover a educação 
sanitária da população rural e dez anos 
depois o Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS), que originou um sistema 
previdenciário para os trabalhadores ativos.
Para saber mais
Veja um pouco da história do Sistema de Saúde 
Suplementar no texto “O sistema de saúde 
brasileiro: história, avanços e desafios”, de J. 
Paim, C. Travassos, C. Almeida, L. Bahia, J. Macink. 
Disponível no material complementar.
Assista ao vídeo “História da Saúde Pública no 
Brasil”. Disponível na biblioteca.
Lembre-se...
O Ministério da Previdência e Assistência 
Social (MPAS), criado em 1974, teve 
como objetivo controlar os pagamentos 
ilegais frutos da corrupção e de serviços 
médicos fantasmas e garantir a saúde da 
população segurada.
A Empresa de Processamento de Dados 
da Previdência Social (DATAPREV) e o 
INPS foram transformados no Instituto 
Nacional da Assistência Médica da 
Previdência Social (INAMPS), em que a 
saúde e a previdência passaram a ser 
tratadas juntas.
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil16/243
O grande problema dessa união entre 
saúde e previdência foi que o dinheiro 
começou a ser investido em “ambos” 
os lados, além do desvio de verba da 
previdência para as obras como a 
Transamazônica, Ponte Rio Niterói, 
Hidrelétrica de Itaipu, reduzindo 
o investimento com a saúde, com 
financiamento público com linhas de 
financiamento a fundos perdidos. Relata-
se que foi o maior orçamento da história 
usado sem nenhuma fiscalização.
Nos anos 1970, com apoio da Organização 
Mundial de Saúde (OMS) e Organização 
Panamericana de Saúde (OPAS), difundiu-
se a medicina comunitária que dava 
ênfase à participação da comunidade. 
Essas iniciativas auxiliaram no Movimento 
pela Reforma Sanitária, que foi um marco 
importante para a saúde pública brasileira.
Nessa época, a saúde estava um “caos”, 
com epidemias de meningite, aumento da 
mortalidade infantil, surtos de poliomielite, 
dentre outras doenças. A sociedade 
estava pressionando o governo com vários 
movimentos de saúde principalmente 
porque o sistema previdenciário 
encontrava-se falido.
No período de transição política (1980 
em diante), houve a crise econômica e fim 
do regime militar. Esse clima favoreceu 
a discussão da questão da saúde pela 
sociedade e o aparecimento de propostas 
para o setor, sendo discutidas as mudanças 
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil17/243
de melhoria da saúde na VIII Conferência 
Nacional de Saúde em 1986.
Essa conferência foi utilizada para se referir 
ao conjunto de ideias que se tinha em 
relação às mudanças e transformações 
necessárias na área da saúde, abarcando 
não apenas o sistema, mas todo setor 
de saúde, com três macrotemas: saúde 
como direito, reformulação do Sistema 
Nacional de Saúde e financiamento 
do setor, introduzindo novas ideias e 
buscando melhoria das condições de vida 
da população.Discutiremos um pouco 
mais sobre essa e as demais Conferências 
Nacionais de Saúde na unidade 6.
Um dos grandes momentos da Oitava foi 
o consenso obtido em torno da criação do 
Sistema Único Descentralizado de Saúde 
(SUDS), que depois se transformaria no 
Sistema Único de Saúde (SUS).
O SUDS foi baseado no princípio de 
integração de todos os serviços de saúde, 
sendo responsável pela municipalização 
da saúde e da fiscalização da aplicação das 
verbas destinadas à saúde.
O SUS foi aprovado pela Constituição 
Federal de 1988 e constitui o modelo oficial 
público de atenção à saúde em todo país, 
sendo um dos maiores sistemas públicos 
de saúde do mundo e o único a garantir 
assistência integral e totalmente gratuita 
para a totalidade da população.
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil18/243
A Constituição Federal de 1988 é um 
marco importante para os setores sociais, 
definindo a saúde como de relevância 
pública, garantindo o direito e o dever do 
cidadão em ter acesso à saúde, avaliando 
a política de saúde no brasileira nos 
diferentes níveis (Federal, Estadual e 
Municipal).
O SUS, segundo a Lei nº 8.080, de 1990, 
no Título II (Do Sistema Único de Saúde), 
da “Disposição Preliminar”, artigo 4 
(Brasil, 1990), é o conjunto de ações e 
serviços de saúde, prestados por órgãos e 
instituições públicas federais, estaduais 
e municipais, da administração direta 
e indireta e das fundações mantidas 
pelo Poder Público. Sua diretriz é única 
(universalidade, equidade e integralidade), 
requerendo atenção especial em cada 
esfera de governo, para que se tenha um 
planejamento conciso e integrado.
Essa articulação sistêmica foi planejada 
desde o Plano Nacional de Saúde (PNS) 
2004-2007 – Um pacto pela Saúde no 
Brasil, que será apresentado na unidade 8.
Para saber mais
Veja o material complementar disponível sobre a 
história do SUS.
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil19/243
Link
Leia mais sobre as portarias relativas ao Sistema 
de Planejamento do SUS:
– Portaria nº 2.135, de 25 de setembro de 
2013: estabelece diretrizes para o processo 
de planejamento no âmbito do Sistema Único 
de Saúde (SUS). Disponível em: <http://sna.
saude.gov.br/legislacao/leg_detalhes2.
cfm?id=5653>
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil20/243
Glossário
Nacional: envolve a esfera federal de governo. Presidente, Senado, Deputados federais. Nível 
de gestão estratégica.
Estadual: envolve o nível estadual de gestão. Governadores dos Estados.
Municipal: envolve o município. Gestão com foco na operação. Prefeitos das cidades.
Questão
reflexão
?
para
21/243
Assista ao vídeo “Políticas de Saúde no Brasil”, 
disponível no material complementar, e reflita sobre a 
real participação da população brasileira no processo 
de melhoria do sistema de saúde do país.
22/243
Considerações Finais (1/3)
Para se chegar ao momento atual da saúde pública brasileira, ou seja, o SUS, 
vários fatos históricos foram essenciais. Resumidamente, pode-se relatar:
• século XVI: vinda da família real para o Brasil (carência de profissionais e 
medo da população). Proliferação de curandeiros e boticários;
• 1892: criação dos primeiros laboratórios bacteriológicos;
• gestão do Presidente Rodrigues Alves: nomeação do Diretor de Saúde 
Pública Oswaldo Cruz, que implementou desinfecção sanitária e 
obrigação da vacinação antivaríola (Revolta da Vacina);
• 1920: criação de órgãos especializados no combate a doenças;
• 1923: criação da Lei Elói Chaves que instituiu as Caixas de 
Aposentadorias e Pensões;
• 1934: Governo de Getúlio Vargas implementa programas de assistência 
médica aos trabalhadores para garantir o processo de industrialização. 
23/243
A constituição nesse ano passou a garantir assistência médica, licença-
maternidade remunerada e jornada de trabalho de oito horas para os 
trabalhadores;
• 1943: foi instituída a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que 
agregou para os trabalhadores benefícios como a indenização aos 
acidentados, o tratamento médico aos doentes, o pagamento de 
horas extras, férias remuneradas, dentre outros. Esses benefícios eram 
exclusivos aos trabalhadores portadores de carteira assinada;
• 1953: criação do Ministério da Saúde;
• 1956: criação do DNERU para a população rural;
• 1960: criação da Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, que unificou 
os serviços de saúde para todos os profissionais que fizessem parte do 
regime da CLT, independente de a qual categoria esses trabalhadores 
fossem filiados. Nesse regime, foram excluídos os trabalhadores rurais, 
Considerações Finais (2/3)
24/243
os empregados domésticos e, naturalmente, os servidores públicos e de 
autarquias e que tivessem regimes próprios de previdência;
• 1966: criação do INPS;
• 1974: criação do Ministério da Previdência e Assistência Social. INPS 
transforma-se em INAMPS;
• no fim da década de 1970, surge o movimento pela Reforma Sanitarista;
• na década de 1980, são criados programas de assistência básica de 
saúde;
• a Constituição de 1988 estabelece a saúde como relevância pública 
e direito básico de todos os cidadãos. Criação do SUS. A saúde é um 
direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais 
e econômicas que visam à redução de risco de doenças e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para a sua 
promoção e recuperação (BRASIL, 2006).
Considerações Finais (3/3)
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil25/243
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de 
outubro de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988. 
______. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 
Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 1990a.
______. Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Diário Oficial [da] República Federativa do 
Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 31 dez. 1990b.
______. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde: um pacto pela saúde no Brasil. Brasília, 2005. 
______. Ministério da Saúde. Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006. Diário Oficial [da] 
República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 fev. 2006a.
______.Ministério da Saúde. Portaria nº 2.135, de 25 de setembro de 2013. Estabelece diretrizes 
para o processo de planejamento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2135_25_09_2013.html>. Acesso em: 
30 maio 2015.
______. Ministério da Saúde. Sistema de Planejamento do SUS. Brasília, 2006e. 52 p.
______. Plano Nacional de Saúde. Alguns aportes para sua elaboração. [S.I.: s.n.], 2004. 
Mimeografado.
Unidade 1 • História da Política de Saúde no Brasil26/243
CHORNY, A. H. Planificación em salud: viejas ideas em nuevos ropajes. Cuadernos Médico 
Sociales, Rosário, v. 73, p. 5-30, Abr. 1998.
MATUS, C. Plano Nacional de Saúde: alguns aportes para sua elaboração. [S.l.: s.n.], 2004. 
Mimeografado.
SCLIAR, Moacyr. História do Conceito de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.34, 
p. 10-15, Mar. 2007. 
TEIXEIRA, S. M. F. T. Retomar o debate sobre a reforma sanitária para avançar o sistema único de 
saúde (SUS). Revista de Administração de Empresa, São Paulo, v. 49, n. 4, p. 472-480, Jul. 2009. 
27/243
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: História Política de Saúde no 
Brasil - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
b7bfa334bf75075bdc882a59432a6fa6>.
Aula 1 - Tema: História Política de Saúde no Brasil 
- Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/20c-94c12a707bf54c9bd8280d882279e>.
28/243
1. Quanto ao Sistema Único de Saúde e seus princípios básicos, assinale a 
opção Correta.
a) A Constituição afirma que os serviços privados podem integrar o SUS, desde que 
estabeleçam com o SUS contrato de direito público.
b) O princípio da descentralização é um princípio constitucional que define que a 
descentralização deve ser feita garantindo-se o comando único.
c) O princípio da integralidade, ou seja, assistência integral ainda não é uma realidade em 
muitos serviços do SUS, em virtude do despreparo das equipes e falta de diálogo entre os 
profissionais.
d) A participação popular é um princípio estabelecido pela constituição, somente nas 
conferências de saúde.
e) Pode-se afirmar que o direito ao tratamento igual (público e privado) se refere 
exclusivamente aos aspectos dos serviços de hotelaria que precisam ser necessariamente 
iguais.
Questão 1
29/243
2. Acerca do Sistema Único de Saúde – SUS, que desenvolve ações de 
acordo com as diretrizes constantes no Art. 198 da Constituição Federal, 
assinale a opção incorreta.
Questão 2
a) Com a Lei Orgânica da Saúde, os serviços do setor privado que participam do SUS de forma 
complementar, passam a integrá-lo, sujeitando-se às suas normas.
b) As ações de Vigilância Sanitária Epidemiológica e da Saúde do Trabalhador estão incluídas 
no campo de atuação do SUS.
c) Constitucionalmente o SUS é organizado de acordo com os seguintes princípios: 
centralização, atendimento integral e participação da comunidade.
d) Compete à Direção Nacional do SUS, formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e 
nutrição.
e) O SUS desenvolve suas ações obedecendo a alguns princípios organizativos, como 
universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.
30/243
3. O conceito de “saúde” defendido pela OMS:
Questão 3
a) é oposto ao conceito generalizado;
b) é mais amplo que o conceito comum;
c) opõe um saber profissional ao saber popular;
d) contraria o conceito defendido pelos governos;
e) vê a saúde como fato exclusivamente social.
31/243
4. Em 1953 foi criado o Ministério da Saúde, com foco:
Questão 4
a) Novos IAPS (unificando as ações de saúde pública
b) Manter a rede credenciada de serviços de saúde
c) Criar a saúde suplementar
d) Criar o departamento de endemias
e) Controlar a corrupção
32/243
5. Nos anos 70 a OMS e a OPAS difundiu a medicina comunitária com ên-
fase:
Questão 5
a) participação do Ministério da Saúde, ajudando no acesso à saúde
b) participação do cidadão, com foco no ajuste do sistema privado
c) participação das esferas estaduais e municipais, ajudante na 8a Conferência Nacional de 
Saúde
d) participação da comunidade, auxiliando na contabilidade da previdência social
e) participação da comunidade, auxiliando no Movimento da Reforma Sanitária
33/243
Gabarito
1. Resposta: A
b) O princípio da descentralização é um 
princípio constitucional que define que a 
descentralização deve ser feita garantindo-
se que as esferas de gestão tenham 
autonomia.
c) O princípio da integralidade, ou seja, 
assistência integral é uma realidade em 
todos os serviços do SUS pois trata-se de 
uma doutrina obrigatória.
d) A participação popular é um princípio 
estabelecido pelas diretrizes organizativas 
do SUS.
e) O caráter de igualdade refere-se ao 
acesso aos serviços, independente da 
necessidade do usuário, sendo que será 
estabelecida a equidade das ações.
2. Resposta: E
O SUS desenvolve suas ações obedecendo 
as doutrinas: universalidade de acesso aos 
serviços de saúde em todos os níveis de 
assistência, equidade e integralidade.
a) Com a Lei Orgânica da Saúde, os serviços 
do setor privado que participam do SUS de 
forma complementar, passam a integrá-lo, 
sujeitando-se às suas normas.
b) As ações de Vigilância Sanitária 
Epidemiológica e da Saúde do Trabalhador 
estão incluídas no campo de atuação do 
SUS.
c) Constitucionalmente o SUS é organizado 
34/243
de acordo com os seguintes princípios: 
centralização, atendimento integral e 
participação da comunidade.
d) Compete à Direção Nacional do SUS, 
formular, avaliar e apoiar políticas de 
alimentação e nutrição.
3. Resposta: B
a) não é o oposto ao conceito generalizado 
c) não está relacionado ao saber 
profissional e/ou ao saber popular;
d) não contraria o conceito defendido pelos 
governos visto que a Lei Orgânica da Saúde 
estabelece essa diretriz
e) a saúde é um fato bio, psico, social.
4. Resposta: A
b) Os trabalhadores que queriam manter a 
rede credenciada de serviços de saúde não 
o MS
c) O intuito era unificar as ações de saúde, 
porém os trabalhadores queriam manter 
a rede credenciada escolhida, sendo que 
esse desentendimento deu abertura na 
criação da saúde suplementar
d) Não foi o MS que criou o departamento 
de endemias, esse surgiu em 1956 DNERU
e) O Ministério da Previdência e Assistência 
Social que buscou controlar os pagamentos 
médicos ilegais e/ou fantasmas
Gabarito
35/243
5. Resposta: E
a) participação da comunidade, auxiliando 
no Movimento da Reforma Sanitária
b) participação da comunidade, auxiliando 
no Movimento da Reforma Sanitária
c) participação da comunidade, auxiliando 
no Movimento da Reforma Sanitária
d) participação da comunidade, auxiliando 
no Movimento da Reforma Sanitária
Gabarito
36/243
Unidade 2
Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS
Objetivos
1. Compreender as diretrizes 
organizativas e participativas do 
Sistema Único de Saúde (SUS).
2. Entender o conceito de seguridade 
social de saúde.
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS37/243
Introdução
O Planejamento e Programação em 
Saúde no Brasil teve um longo histórico, 
sendo que o marco da universalidade, 
integralidade e equidade foi pela própria 
construção do Sistema Único de Saúde 
(SUS), criado de acordo com a Constituição 
Federal de 1988, cujos instrumentos de 
gestão (planos e relatórios) e planejamento 
foram regulamentados pelas Leis 
8.080/1990 e 8.142/1990 (Leis Orgânicas 
da Saúde), como visto na unidade 1.
O SUS incorpora os princípios defendidos 
pela Reforma Sanitária, constitui o modelo 
oficial público de atenção à saúde em 
todo país, sendo um dos maiores sistemas 
públicos de saúde do mundo e o único a 
garantir assistência integral e totalmente 
gratuita para a totalidade da população. 
Seu tripé de sustentação (União, Estados 
e Municípios) constitui-se nos princípios 
de descentralização, da integralidade, 
da assistência e da participação da 
comunidade.
Figura 7
Fonte: <http://www.coffito.org.br/site/
images/noticia/2014/SUS.jpg>
O SUS é um sistema público, ou seja, 
destinado a toda a população e financiado 
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS38/243
com recursos arrecadados através dos 
impostos pagos pela população. Trata-
se de um conjunto de ações e serviços de 
saúde prestados por órgãos e instituições 
públicas federais, estaduais e municipais, 
da administração direta e indireta e das 
fundações mantidas pelo Poder Público de 
controle da qualidade, pesquisa e produção 
de insumos, medicamentos, inclusive 
sangue e derivados, e de equipamentos de 
saúde, garantida, também, a participação 
complementar da iniciativa privada.
O SUS enfrenta muitas dificuldades em 
diversas regiões do país, mesmo em se 
tratando de organização e da gestão de 
serviços.
O sistema de saúde brasileiro é um dos 
mais avançados do mundo, mesmo que 
na maior parte das vezes apresente um 
atendimento com baixa qualidade, pois, 
para garantir um funcionamento de 
qualidade, é necessárioter recursos das 
políticas econômicas.
O SUS não é um serviço ou uma instituição, 
mas um sistema que significa um conjunto 
de unidades, de serviços e ações que 
interagem para um fim comum.
Para saber mais
Veja os textos sobre o SUS disponíveis no 
material complementar.
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS39/243
Esses elementos integrantes do sistema 
referem-se, ao mesmo tempo, às 
atividades de promoção, proteção, 
recuperação e reabilitação da saúde.
Dentre os princípios doutrinários do SUS, 
cabe:
• Universalidade: todas as pessoas têm 
direito ao atendimento independente 
de cor, raça, religião, local de 
moradia, situação de emprego ou 
renda etc. 
A saúde é direito de cidadania e dever 
dos governos Municipal, Estadual 
e Federal, deixando de existir com 
isso os “indigentes” que eram os 
brasileiros não incluídos no mercado 
formal de trabalho;
• Equidade: todo cidadão é igual 
perante o Sistema Único de Saúde 
e será atendido conforme as suas 
necessidades. Os serviços de saúde 
devem considerar que em cada 
população existem grupos que vivem 
de forma diferente, ou seja, cada 
grupo ou classe social ou região 
tem seus problemas específicos, 
tem diferenças no modo de viver, de 
adoecer e de ter oportunidades de 
satisfazer suas necessidades de vida. 
Assim, os serviços de saúde devem 
saber quais são as diferenças dos 
grupos da população e trabalhar para 
cada necessidade, oferecendo mais 
a quem mais precisa, diminuindo as 
desigualdades existentes. Não pode 
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS40/243
oferecer o mesmo atendimento a 
todas as pessoas, da mesma maneira, 
em todos os lugares. Se isso ocorrer, 
algumas pessoas vão ter o que 
não necessitam e outras não serão 
atendidas naquilo que necessitam, 
devendo tratar desigualmente os 
desiguais;
• Integralidade: as ações de saúde 
devem ser combinadas e voltadas 
ao mesmo tempo para prevenção e 
a cura. Os serviços de saúde devem 
funcionar atendendo o indivíduo 
como um ser humano integral 
submetido às mais diferentes 
situações de vida e trabalho, que o 
leva a adoecer e a morrer. O indivíduo 
não deve ser visto holisticamente.
Cabe deixar claro que a Política Nacional 
de Saúde brasileira está descrita na 
Constituição Federal, nas Leis Orgânicas da 
Saúde e nas políticas específicas.
Para saber mais
• Lei no 8.080/90 – Lei Orgânica da Saúde – art. 
15. A União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios exercerão, em seu âmbito 
administrativo, as seguintes atribuições:
* VIII - elaboração e atualização periódica do 
Plano de Saúde;
* X - elaboração da proposta orçamentária do 
Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade 
com o plano de saúde;
* XVIII - promover a articulação da política e dos 
planos de saúde;
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS41/243
Conforme descrito no artigo 36, § 1º, 
da Lei nº 8.080, de 19/09/90, os planos 
de saúde são “a base das atividades e 
programações de cada nível de direção do 
Sistema Único de Saúde-SUS”. Por isso, 
o Ministério da Saúde promove ampla 
discussão técnica e política, que culmina 
com a publicação do documento norteador 
da gestão federal no setor saúde: o Plano 
Nacional de Saúde (PNS). Encontra-se em 
vigor o Plano referente aos anos de 2012 
a 2015, aprovado pelo Conselho Nacional 
de Saúde, com diretrizes e metas a serem 
alcançadas, com o propósito de redução 
dos riscos e agravos à saúde da população, 
por meio das ações de promoção e 
vigilância em saúde.
Para saber mais
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da 
Saúde (SUS) compete: 
* XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico 
Nacional no âmbito do SUS, em cooperação 
técnica com os Estados, Municípios e Distrito 
Federal; 
Art. 18. À direção municipal do Sistema Único de 
Saúde (SUS) compete: 
* I - Planejar, organizar, controlar e avaliar as 
ações e os serviços de saúde e gerir e executar os 
serviços públicos de saúde.
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS42/243
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) é o órgão vinculado ao Ministério da Saúde, que tem a 
responsabilidade de desenvolver diretrizes para a elaboração dos planos de saúde, com foco 
na análise das características da população e dos equipamentos de saúde disponíveis, seja no 
nível local, estadual ou federal.
Figura 8
Fonte: <http://arquivos.unama.br/nead/proead/Tec_gestao_publica/politicas_
publicas/html/unidade1/images/guia/pir%C3%A2mide.jpg>
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS43/243
Pode-se citar como exemplo do Plano Nacional de Saúde,
Efetivar a atenção básica como espaço prioritário de organização do SUS, 
usando estratégias de atendimento integral – a exemplo da saúde da 
família – e promovendo a articulação intersetorial e com os demais níveis 
de complexidade da atenção à saúde (BRASIL, 2005).
Nesse exemplo, o verbo “efetivar” significa que a Estratégia de Saúde da Família já está 
implantada, e o que se pretende alcançar é a sua consolidação.
Fonte:<http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Agencia/Publicacao+Agencia/PNS+Plano+Nacional+de+Saude+2012+2015>
Conforme já discutido, os princípios doutrinários do SUS são:
• universalidade (acesso para todos);
• integralidade (cobertura a todo tipo de necessidade, seja assistência médica, 
medicamentos, órteses, próteses, hemoderivados, vacinas, dentre outros);
• equidade (todos serão atendidos de acordo com a sua necessidade).
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS44/243
Dentre os princípios organizativos, o SUS 
contempla:
• Regionalização e hierarquização: 
a rede de serviços do SUS deve ser 
organizada de forma regionalizada 
e hierarquizada, permitindo o 
conhecimento dos problemas da 
população de uma área delimitada, 
favorecendo ações de vigilância 
epidemiológica e sanitária, controle 
de vetores, educação em saúde, além 
das ações de atenção ambulatorial 
e hospitalar em todos os níveis de 
complexidade.
O acesso da população à rede deve se dar 
através dos serviços de nível primário de 
atenção, que devem estar qualificados para 
atender e resolver os principais problemas 
que demandam serviços de saúde. 
Os que não forem resolvidos nesse nível 
deverão ser referenciados para os serviços 
de maior complexidade tecnológica.
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS45/243
Figura 9
Fonte: <http://images.slideplayer.com.
br/5/1643426/slides/slide_19.jpg>
• Resolutividade: é a exigência que 
o indivíduo busca no atendimento 
ou quando surge um problema de 
impacto coletivo sobre a saúde. 
Além disso, espera-se que o serviço 
correspondente esteja capacitado para 
enfrentar e resolver esse problema até 
o nível de sua complexidade.
Figura 10
Fonte: <http://www.saude.rs.gov.br/upload/
HD_20130910123823prontuario_eletronico_03.jpg>
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS46/243
• Descentralização: é a redistribuição 
das responsabilidades às ações e 
serviços de saúde entre os vários 
níveis de governo, a partir da ideia 
de que, quanto mais perto do fato 
a decisão for tomada, mais chance 
haverá de acerto.
Figura 11 
Fonte: <http://www.crpsp.org.br/PORTAL/comunicacao/
jornal_crp/127/frames/modelo03.jpg>
• Participação do cidadão: é a 
garantia constitucional de que a 
população, através de suas entidades 
representativas, poderá participar do 
processo de formulação das políticasde saúde e do controle de sua 
execução, em todos os níveis, desde o 
federal até o local.
Figura 12
Fonte: <http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/426145/
gd/142527215891/SUS-Sistema-Unico-de-Saude-Porque-
e-direito-do-cidadao-pegar-remedios-gratis.jpg>
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS47/243
• Complementariedade do setor 
privado: a Constituição definiu 
que quando, por insuficiência do 
setor público, for necessária a 
contratação de serviços privados, 
essa contratação poderá ser feita, 
desde que o serviço privado respeite 
princípios básicos e normas técnicas 
do SUS; pois o atendimento do 
usuário público pelo serviço privado 
deverá ter mesma lógica do SUS, 
tanto na qualidade da prestação do 
serviço quanto em termos de posição 
definida na rede regionalizada e 
hierarquizada dos serviços.
Tudo em busca da garantia das ações 
de promoção, proteção, recuperação e 
reabilitação da saúde.
Unidade 2 • Seguridade Social no Brasil, Política de Saúde e o Sistema Único de Saúde – SUS48/243
Glossário
Diretrizes: são formulações que indicam as linhas de ação a serem seguidas. No exemplo 
apresentado acima, uma das diretrizes definidas é: “Expansão e efetivação da atenção básica 
de saúde” (BRASIL, 2005).
Estratégia: é a maneira como se pretende operacionalizar a diretriz, por exemplo: “ampliação 
das equipes de saúde da família, às quais deverão ser asseguradas as condições necessárias à 
resolubilidade, com qualidade, de seu trabalho” (BRASIL, 2005).
Prioridades: são as medidas que serão privilegiadas ou que terão caráter essencial. Pode-se 
citar como exemplo: “Expansão e efetivação da atenção básica de saúde”; destacam-se como 
prioridades a “adequação e instalação de unidades básicas de saúde, ao lado da integração da 
atenção básica com os demais níveis da atenção” (BRASIL, 2005).
Metas: são expressões quantitativas de um objetivo. As metas concretizam o objetivo no tempo 
e esclarecem e quantificam “o que”, “para quem”, “quando”.
Questão
reflexão
?
para
49/243
A Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990, apresenta os 
princípios que fundamentam as ações do SUS. 
Essa lei regula, em todo território nacional, as ações e serviços 
de saúde e dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, a organização e o 
funcionamento dos serviços correspondentes. Com base nessa 
lei, você acredita que princípios doutrinários que representam 
o SUS realmente foram implementados? Faça uma reflexão, 
discuta com seus parentes, vizinhos e/ou conhecidos que 
utilizaram o sistema público nos últimos meses.
50/243
Considerações Finais (1/2)
A seguridade compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade destinadas a garantir os direitos 
relativos à saúde.
Cabe ao SUS esse compromisso, garantindo os princípios doutrinários, 
organizativos, com foco nas ações propostas pelo sistema (promoção, 
proteção e recuperação da saúde), facilitando ao profissional de saúde 
melhorar os processos, estruturas e métodos utilizados para o alcance 
dos objetivos com qualidade.
Esses meios, orientados pelos princípios organizativos da 
descentralização, regionalização, hierarquização, resolutividade, 
participação social e complementariedade do setor privado, devem 
ser direcionados por objetivos estratégicos fortalecendo o sistema e 
garantindo o modelo de atenção à saúde desejado.
51/243
O SUS foi sendo construído devido aos movimentos políticos e 
sociais, buscando diminuir o quadro de doenças, principalmente as 
condicionadas pelo tipo de desenvolvimento social e econômico do país 
e que o sistema de saúde anterior não conseguia enfrentar pela própria 
irracionalidade e desintegração do Sistema de Saúde da época com 
excessiva centralização, levando a decisões muitas vezes equivocadas.
Considerações Finais (2/2)
52/243
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Seguridade Social no Brasil, Po-
lítica de Saúde e SUS - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
dae6e4b3588f21fe33bf0431f81b7b9f>.
Aula 2 - Tema: Seguridade Social no Brasil, Políti-
ca de Saúde e SUS - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
6d25a8039fcf2f6394e317b73cf9a84c>.
53/243
1. A Lei 8.080/1990 especifica à direção nacional do SUS a responsabilida-
de de desenvolver planejamento estratégico nacional junto com os esta-
dos, municípios e o Distrito Federal. Dentre as responsabilidades que a lei 
traz, pode-se afirmar:
Questão 1
a) o marco da universalidade, integralidade e equidade
b) cabe a responsabilidade de desenvolver diretrizes para a elaboração dos planos de saúde
c) descreve o processo de recursos provenientes do Fundo Nacional de Saúde, fixando que os 
municípios, estados e o Distrito Federal precisam ter no seu planejamento e programação 
de saúde
d) especifica o orçamento nos três níveis, a participação de todos os dos órgãos relacionados, 
interligando as a demanda em saúde com as políticas de saúde.
e) monitoramento, avaliação e controle efetivo das suas ações, garantindo o controle do 
dinheiro público e a transparência da alocação dos recursos.
54/243
2. Permitir o acesso à tecnologia de alto custo apenas aos cidadãos que 
possuam seguros privados de saúde contraria um dos princípios básicos do 
SUS e significa ausência de:
Questão 2
a) integridade;
b) hierarquização;
c) universalização;
d) municipalização;
e) equidade.
55/243
3. Um dos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), conhecido por Equi-
dade, ainda é uma meta distante no nosso sistema de saúde devido:
Questão 3
a) ao difícil acesso a práticas preventivas de saúde
b) à dificuldade da prioridade conforme a necessidade da maioria da população aos serviços 
de saúde
c) à dificuldade de referência e contra referência ao acesso desigual de medicamentos 
especializados 
d) divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização 
pelo usuário
e) a incapacidade de resolutividade dos serviços nos níveis de média complexidade
56/243
4. No que tange a complementariedade do setor, pode-se afirmar:
Questão 4
a) pode-se contratar os serviços privados para atender usuários do SUS, independente da 
necessidade 
b) Não cabe ao serviço privado seguir as regras de regionalização e hierarquização dos 
serviços
c) quando por insuficiência do setor público, pode-se fazer a contratação de serviços privados 
para servir aos usuários do SUS
d) A integração do serviço privado não precisa seguir a mesma lógica do SUS em termos de 
normas técnicas
e) Não cabe ao sistema de saúde suplementar fazer promoção e proteção à saúde do usuário 
do SUS
57/243
5. Resolutividade significa: 
Questão 5
a) redistribuir as responsabilidades às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de 
governo
b) que o serviço de saúde esteja apto e capacitado à prestar uma assistência de qualidade, 
resolvendo o problema de saúde do cidadão até o nível de sua complexidade
c) garantia do controle social
d) organizar a rede assistencial de acordo com os níveis de atenção
e) organizar os serviços de acordo com a região
58/243
Gabarito
1. Resposta: D
a) Neste caso é a Constituição de 1988. A 
Lei 8080/90 especifica o orçamento nos 
três níveis, a participação de todos os 
dos órgãos relacionados, interligando as 
a demanda em saúde com as políticas de 
saúde.
b) Trata-se dos Conselhos de Saúde. A 
Lei 8080/90 especifica o orçamento nos 
três níveis, a participação de todos os 
dos órgãos relacionados, interligando as 
a demanda em saúde com as políticas de 
saúde.c) Trata-se da Lei 8142/90. A Lei 8080/90 
especifica o orçamento nos três níveis, 
a participação de todos os dos órgãos 
relacionados, interligando as a demanda 
em saúde com as políticas de saúde.
e) Trata-se da Lei 8142/90. A Lei 8080/90 
especifica o orçamento nos três níveis, 
a participação de todos os dos órgãos 
relacionados, interligando as a demanda 
em saúde com as políticas de saúde.
2. Resposta: C
Acesso a todos independente da 
contribuição social
a)Integralidade é ofertar tudo o que o 
cidadão necessita, desde vacinação até UTI
b)Hierarquização é organizar o 
atendimento conforme o nível de 
necessidade assistencial (primário, 
secundário e terciário)
59/243
c)Municipalização - esfera local
e) Equidade, dar prioridade conforme a 
necessidade do cidadão
3. Resposta: B
São poucos os programas e serviços que 
conseguem estabelecer o principio da 
equidade.
a) O acesso a práticas preventivas de 
saúde pode ser uma meta do principio da 
Universalidade
c) à dificuldade de referência e contra-
referência ao acesso desigual de 
medicamentos especializados refere-se ao 
principio da Universalidade
d) divulgação de informações quanto 
ao potencial dos serviços de saúde e a 
sua utilização pelo usuário - trata-se do 
principio da Integralidade
e) a incapacidade de resolutividade dos 
serviços nos níveis de média complexidade 
trata-se do principio organizativo da 
Resolutividade
4. Resposta: C
a) Existem regras para a utilização da 
complementariedade do setor, sobre três 
condições de celebração do contrato para 
a prestação do serviço
b) O prestador privado deve seguir os 
mesmos preceitos dos SUS, respeitando a 
regionalização e hierarquização.
60/243
d) A integração do serviço privado deve 
seguir a mesma lógica do SUS em termos 
de normas técnicas e princípios básicos
e) O prestador privado deve seguir os 
mesmos preceitos dos SUS, respeitando os 
princípios básicos e normas técnicas
5. Resposta: B
a) Trata-se da descentralização
c) Trata-se da participação do cidadão
d) Trata-se da hierarquização
e) Trata-se da regionalização
61/243
Unidade 3
Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde
Objetivos
1. Apresentar o contexto de seguridade 
social.
2. Entender as diferenças entre 
previdência social e assistência 
social. 
3. tTrazer os princípios e diretrizes 
que norteiam a seguridade social 
brasileira com a saúde.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde62/243
Introdução
A seguridade social é o conjunto de 
instrumentos e ações em busca de uma 
sociedade livre, justa e solidária, reduzindo 
ou eliminando a pobreza, marginalização, 
em busca de não ter desigualdades sociais, 
garantindo o bem de todos os cidadãos.
A Constituição Federal, no artigo 3º, 
descreve claramente que o sistema de 
seguridade social, em seu conjunto, deve 
garantir que o indivíduo se sinta seguro e 
protegido ao longo de sua vida, oferecendo 
a assistência e recursos necessários para 
os momentos de dificuldades. Portanto, 
garantindo a segurança social, segurança 
do indivíduo como parte integrante de uma 
sociedade.
Para saber mais
A segurança está inserida nas necessidades 
básicas do indivíduo, segundo a pirâmide de 
Maslow. A pirâmide de Maslow ou a hierarquia 
das necessidades de Maslow é um conceito 
criado pelo psicólogo norte-americano Abraham 
H. Maslow, que determina as condições 
necessárias para que cada ser humano atinja a 
sua satisfação pessoal e profissional.
De acordo com a ideia de Maslow, os seres 
humanos vivem para satisfazer às suas 
necessidades, com o objetivo de conquistar 
a sonhada autorrealização plena. O esquema 
descrito na pirâmide de Maslow trata justamente 
da hierarquização dessas necessidades ao longo 
da vida do ser humano.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde63/243
Para saber mais
A pirâmide de Maslow é dividida em cinco níveis hierárquicos, cada um formado por um conjunto 
de necessidades. Na base da pirâmide, estão os elementos que são considerados primordiais para a 
sobrevivência de uma pessoa, como a fome, a sede, o sexo e a respiração. Para progredir na hierarquia, é 
necessária a conquista das condições elementares da pirâmide, passando para os próximos níveis, um a 
um, até alcançar o topo.
Dentre as etapas da hierarquia das necessidades de Maslow, cabem:
• necessidades fisiológicas: formam a base da pirâmide, onde estão as necessidades básicas de 
qualquer ser humano, como a fome, a sede, a respiração, a excreção, o abrigo e o sexo, por exemplo;
• necessidades de segurança: formam o segundo nível da hierarquia, onde estão os elementos que 
fazem os indivíduos se sentirem seguros, desde a segurança em casa até meios mais complexos, 
como a segurança no trabalho, segurança com a saúde (planos de saúde) etc.;
• necessidades sociais: formam o terceiro nível da pirâmide. Nesse grupo, estão as necessidades de 
se sentir parte de um grupo social, como ter amigos, constituir família, receber carinho de parceiros 
sexuais etc.;
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde64/243
Para saber mais
• necessidades de status ou estima: formam a quarta etapa da pirâmide de Maslow, que agrupa duas 
principais necessidades – a de reconhecer as próprias capacidades e de ser reconhecido por outras 
pessoas, devido à capacidade de adequação do indivíduo. Ou seja, é a necessidade que uma pessoa 
tem de se orgulhar de sim própria, sentir a admiração e orgulho de outros indivíduos, ser respeitada 
por si e pelos outros, entre outras características que envolvam o poder, o reconhecimento e o 
orgulho, por exemplo;
• necessidades de autorrealização: topo da pirâmide, o indivíduo consegue aproveitar todo o potencial 
de si próprio, com autocontrole de suas ações e satisfação.
Fonte: <http://www.significados.com.br/piramide-de-maslow/>
Link
Aprofunde o assunto nos links: 
<https://www.youtube.com/watch?v=R3EEH6qljMI>
<http://www.scielo.br/pdf/rae/v20n3/v20n3a05>
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde65/243
A seguridade social é definida na 
Constituição Federal, no artigo 194, caput, 
como um “conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos poderes públicos e da 
sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e 
à assistência social” (Brasil - Constituição 
Federal, 1988).
Trata-se de um sistema de proteção social 
que abrange os programas sociais de maior 
relevância no Brasil:
• Previdência social
• assistência social
• saúde
Link
Acesse o seguinte link e entenda um pouco mais 
sobre as questões relativas à Seguridade Social e 
o SUS:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.
php/o-ministerio/principal/siops/mais-
sobre-siops/5980-financiamento-do-sus-
seguridade-social-e-o-sus>
A saúde tem uma finalidade ampla, como 
discutido nas unidades anteriores, pois o 
SUS é um sistema complexo que abrange 
todos os ramos de proteção do indivíduo, 
com acesso universal, integral além 
da equidade, como já aprendido nesta 
disciplina.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde66/243
O sistema de proteção do social na saúde 
destaca-se de maneira diferente dos 
demais, pois o Estado não pode negar 
acesso à saúde pública a uma pessoa 
sob o argumento que ela não contribuiu 
com impostos, não tem bens financeiros 
ou algo do tipo que a impossibilite de 
provera sua própria saúde. Esse sistema 
é iqualitário, independente das condições 
socioeconômicas do cidadão.
Se um milionário dono de um banco quiser 
ser atendido pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS), ele poderá usufruir desse bem, sem 
pagamento: “saúde é direito de todos e 
dever do Estado”.
Para saber mais
Conheça a Lei Orgânica da Saúde em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2011-2014/2011/Decreto/D7508.htm>
No Brasil, as ações de saúde são de 
responsabilidade do Ministério da Saúde 
(MS), como já aprendido nas unidades 1 e 2.
O INSS gerencia benefícios e serviços da 
previdência social, e não de saúde, ao 
contrário do que era. Atualmente, ele não 
responde por nenhum financiamento de 
saúde, controle de recursos e distribuição 
de verbas (em relação a hospitais, unidades 
básicas, entre outros serviços nessa área).
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde67/243
Compete ao MS, por meio do Sistema 
Único de Saúde, a execução de práticas 
de vigilância sanitária e epidemiológica, 
de saúde do trabalhador, saneamento 
básico, proteção do meio ambiente, 
desenvolvimento científico e tecnológico 
de melhorias assistenciais de saúde e 
cuidado ambiental, fiscalização e inspeção 
de alimentos, águas para o consumo 
humano, produção de medicamentos, 
equipamentos, produtos e substâncias de 
interesse para a saúde.
As ações e serviços da saúde são 
complexas, multidisciplinares e requerem 
ações imediatas. Além disso, cabe 
ressaltar que é necessário desenvolver 
e implementar medidas preventivas 
relativas ao bem-estar da população 
nas diversas áreas, como saneamento 
básico, alimentação, educação em saúde, 
gestão ambiental, sustentabilidade, 
dentre outras, sendo essa uma maneira 
de evitar situações em que a saúde da 
população de uma maneira geral pode 
ser comprometida, o que pode acarretar 
um prejuízo maior não só financeiro mas 
emocional e psicológico tanto ao indivíduo 
que adoeceu por falta de promoção e 
prevenção de saúde como de todos ao 
redor dele (familiares, amigos, colegas de 
trabalho etc.).
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde68/243
Da assistência social (Constituição 
Federal, artigos 203 e 204)
Figura 14
Fonte: <http://www.santaterezinha.sc.gov.br/
uploads/885/imagens/1116901.png>
A Constituição Federal, no artigo 203, caput, 
estabelece que a assistência social deverá 
ser oferecida e coberta para qualquer 
indivíduo que necessitar, independente do 
tipo de contribuição social.
A assistência social é o segmento 
autônomo da seguridade social com 
foco nas pessoas que não têm condições 
financeiras para seu sustento e prover 
sua própria manutenção de vida. Cuida 
dos que realmente estão em situação de 
pobreza e miséria, por isso não exige dos 
seus beneficiários qualquer contribuição 
financeira, portanto, aqui, quem pode 
se beneficiar da assistência social são os 
indivíduos que precisam ser supridos de 
necessidades básicas como alimento, 
roupa, abrigos e até mesmo pequenos 
benefícios em dinheiro).
O Ministério do Desenvolvimento Social 
e Combate à Fome é o órgão responsável 
pela assistência social. Ele busca preencher 
as lacunas da previdência social que têm 
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde69/243
caráter contributivo, ou seja, para que a 
pessoa se beneficie da previdência social, 
ela deve ter dado uma “contrapartida”, 
conforme veremos mais à frente neste 
capítulo.
Dentre os objetivos da assistência social, 
segundo a Constituição Federal, artigo 203, 
cabem:
I. proteção da família, da maternidade, 
infância, adolescência e velhice;
II. amparo às crianças e adolescentes 
carentes;
III. promoção da integração ao mercado 
de trabalho;
IV. habilitação e reabilitação de pessoas 
portadoras de deficiência e a 
promoção da sua integração à vida 
comunitária;
V. garantia de 1 salário-mínimo de 
benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir meios de 
prover a sua própria subsistência, 
nem de tê-la provida por sua família.
São exemplos de benefícios da assistência 
social: auxílio-natalidade; auxílio-
funeral; suporte às famílias vitimadas, por 
exemplo, por acidentes ambientais, como 
os causados pelas chuvas; Bolsa Família; 
abrigos, dentre outros.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde70/243
Da previdência social (arts. 201 e 202 da 
Constituição Federal 88)
Figura 15
Fonte: <http://tvclassecontabil.com.br/
noticias/previdencia-social/desempregados-
tambem-podem-contribuir-para-a-
previdencia-social-e-manter-direitos>
A previdência social é a técnica de 
proteção social destinada especificamente 
aos trabalhadores que contribuem no 
arrecadamento mensal. A proposta é 
que eles se beneficiem em situações 
específicas, como afastamento por doença 
e ao se aposentar, garantindo seu sustento 
e de seus dependentes.
Busca afastar necessidades sociais 
decorrentes de contingências sociais que 
reduzem ou eliminam a capacidade de 
autossustento dos trabalhadores e/ou de 
seus dependentes.
Esse tipo de proteção social busca 
atingir contingências bem específicas, 
ao trabalhador e seus dependentes 
(dependência presumida por lei, no caso de 
cônjuges, filhos menores e/ou incapazes) 
ou comprovada no caso concreto (no caso 
de pais que dependiam economicamente 
do filho que veio a óbito).
A legislação, em seu artigo 16 (Lei 
8.213/91), estabelece claramente as 
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde71/243
regras do que vem a ser um beneficiários 
do Regime Geral de Previdência Social, na 
condição de dependentes do segurado:
I. o cônjuge, a companheira, 
o companheiro e o filho não 
emancipado, de qualquer condição, 
menor de 21 (vinte e um) anos ou 
inválido;
Figura 16
Fonte: <http://files.maid.webnode.com.
pt/200000621-66cae67c4e/Conjuge.JPG>
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde72/243
II. os pais;
Figura 17
Fonte: <http://www.fecomercio-ms.com.br/
wp-content/uploads/2014/07/pais.jpg>
III. o irmão não emancipado, de qualquer 
condição, menor de 21 (vinte e 
um) anos ou inválido ou que tenha 
deficiência intelectual ou mental que 
o torne absoluta ou relativamente 
incapaz, assim declarado 
judicialmente; (Redação dada pela Lei 
nº 12.470, de 2011)
§ 1º A existência de dependente de 
qualquer das classes deste artigo exclui 
do direito às prestações os das classes 
seguintes.
§ 2º O enteado e o menor tutelado 
equiparam-se a filho mediante declaração 
do segurado e desde que comprovada 
a dependência econômica na forma 
estabelecida no Regulamento. (Redação 
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde73/243
Para saber mais
Leia mais sobre Previdência Social
<http://www.previdencia.gov.br/legislacao/>
<http://www.previdenciatotal.com.br/noticias.php?menu=8>
<http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2015/06/entenda-o-que-muda-nos-
beneficios-da-previdencia.html>
<http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/gps/tabela-
contribuicao-mensal/>
<http://www.previdencia.gov.br/publicacoes/>
<http://www.previdencia.gov.br/servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/>
<http://www3.dataprev.gov.br/sislex/>
<http://blog.planalto.gov.br/previdencia-poderia-gastar-mais-r-9-bi-so-em-2015-com-
emendas-que-propoem-mudar-correcao-da-aposentadoria/>
<http://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-n-o-8-2121991-e-lei-n-o-8-2131991-atualizadas-e-esquematizadas-para-2015/>
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde74/243
dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 3º Considera-se companheira ou 
companheiro a pessoa que, sem ser casada, 
mantém união estável com o segurado ou 
com a segurada, de acordo com o § 3º do 
art. 226 da Constituição Federal. 
§ 4º A dependência econômica das 
pessoas indicadas no inciso I é presumida e 
das demais deve ser comprovada.
Portanto, os beneficiários são os 
trabalhadores e dependentes, de acordo 
com as regras descritas acima.
A previdência social tem natureza 
de seguro social, por isso exige-se a 
contribuição dos seus segurados. Cabe 
ressaltar que somente o fato de a pessoa 
ter advindo de uma contingência social 
não significa que ela terá acesso. No caso, 
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde75/243
ela precisa ter contribuído em algum momento, visto que se trata de um sistema é contributivo, 
sendo necessário provisionar o fundo de custeio para ter um balanço do fluxo de caixa, 
garantindo a manutenção de benefícios previdenciários.
O regime jurídico da previdência social, como um todo, parte da premissa da obrigação 
contributiva do segurado (por exemplo, período de carência; cálculo do valor das prestações 
Para saber mais
Normas Constitucionais acerca da previdência social:
Art. 201, Constituição Federal - A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios que preservem equilíbrio 
financeiro e atuarial e atenderá, nos termos da lei:
I - cobertura de doença, invalidez, morte e idade avançada (exemplos: auxílio-doença, aposentadoria 
por invalidez, pensão por morte, aposentadoria por idade);
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante (salário-maternidade);
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário (seguro-desemprego);
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde76/243
Para saber mais
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, 
observado o disposto no parágrafo segundo.
Parágrafo primeiro: É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de 
atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem à saúde ou à integridade física e quando 
se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos da lei complementar.
Parágrafo segundo: Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do 
trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-mínimo.
Parágrafo Terceiro: Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão 
devidamente atualizados, na forma da lei.
Parágrafo quarto: É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.
Parágrafo quinto: É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado 
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde77/243
Para saber mais
Parágrafo sexto: A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos 
proventos do mês de dezembro de cada ano.
Parágrafo sétimo: É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, 
observadas as seguintes condições:
I - 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher; 
II - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, reduzido em 
5 (cinco) anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam atividades 
em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
Parágrafo oitavo: Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em 5 anos 
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
Parágrafo nono: Para efeito de aposentadoria, é assegurada contagem recíproca do tempo de 
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos 
regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei.
Fonte: <http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/con1988_13.07.2010/art_201_.shtm>
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde78/243
pecuniárias).
A contribuição do trabalhador é 
obrigatória. Todo e qualquer cidadão que 
exercer atividade laborativa remunerada 
deve, obrigatoriamente, contribuir para a 
previdência social.
O indivíduo também pode contribuir 
por vontade própria, não sendo 
exclusivamente esse benefício aos 
que trabalham com carteira assinada. 
Nesse caso, são chamados segurados 
facultativos, por exemplo, o da dona de 
casa. Essa possibilidade de contribuição 
deve-se ao princípio da universalidade de 
atendimento.
Os segurados facultativos contribuem em 
busca de no futuro poderem utilizar os 
benefícios previdenciários, pois o direito é 
apenas de quem contribuiu.
Cabe ressaltar que, nesses casos, o direito 
dos benefícios é restrito, até porque eles 
não pertencem à mesma categoria dos 
demais contribuintes que efetuam a 
contribuição pela atividade remunerada.
A previdência social tem caráter legal, está 
contida na lei, não existindo espaço para 
acordo de vontades na relação de seguro 
social.
Em 2015, ocorreram algumas mudanças 
previdenciárias, embora ainda em 
discussão, algumas cláusulas já estão 
sendo seguidas. Atualmente, a previdência 
social utiliza uma fórmula matemática 
(fator previdenciário), com a intenção de 
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde79/243
reduzir os benefícios de quem se aposenta 
antes da idade mínima (60 anos para 
mulheres; 65 anos para homens), fazendo 
com que isso seja ferramenta de incentivo 
para o trabalhador continuar a exercer 
suas atividades laborais. Quanto menor 
a idade no momento da aposentadoria, 
maior é o redutor do benefício. Segue, no 
quadro abaixo, artigo sobre as principais 
mudanças na Lei 8.213/91 de acordo com 
a Medida Provisória (número 664/2014, 
publicada no Diário Oficial da União do dia 
30/12/2014).
Figura 18
Fonte: <http://direito.folha.uol.com.br/
uploads/2/9/6/2/2962839/8956067_orig.png>
Essa Medida Provisória trouxe 
significativas mudanças na legislação 
previdenciária: o acesso da população 
a uma série de benefícios do INSS 
ficou mais rigoroso, entre eles seguro-
desemprego e pensão por morte.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde80/243
1- Alterações do auxílio-doença: o 
artigo 59 da Lei 8.213/91, revogado 
expressamente pela MP 664/2014 
(artigo 6º, inciso II, letra B), previa como 
hipótese de incidência do auxílio-doença 
o segurado “ficar incapacitado para o 
seu trabalho ou para a sua atividade 
habitual por mais de 15 (quinze) dias 
consecutivos”.
Na atualidade, o tema é disciplinado pelo 
artigo 60 da Lei 8.213/91, alterado pela 
MP 664/2014, ao dispor que “o auxílio-
doençaserá devido ao segurado que ficar 
incapacitado para seu trabalho ou sua 
atividade habitual, desde que cumprido, 
quando for o caso, o período de carência 
exigido nesta Lei”.
Dessa forma, certamente por erro de 
redação ou descuido, pois o auxílio-
doença não deveria ser concedido 
para curtos afastamentos laborativos, 
a MP 664/2014 não mais exige que a 
incapacidade laboral para o trabalho 
habitual até 15 dias consecutivos.
No caso do empregado, não há problema, 
pois a nova legislação incumbiu a 
empresa de pagar o salário do segurado 
incapacitado pelos primeiros 30 dias, 
passando a ser devido o auxílio-doença 
ao empregado a contar do 31º do 
afastamento, se requerido em até 45 dias 
deste.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde81/243
Essa lacuna beneficia os demais segurados 
(empregado doméstico, trabalhador avulso, 
segurado especial, contribuinte individual 
e segurado facultativo), posto que, com a 
revogação expressa do artigo 59 e a nova 
redação do artigo 60 da Lei 8.213/91, 
não há regra que impeça a concessão do 
auxílio-doença para esses segurados para 
um curto afastamento laboral, mesmo que 
seja de um dia, desde que o requerimento 
administrativo seja ofertado em até 30 dias. 
Veja-se o texto dado ao mencionado artigo 
pela MP 664/2014:
“Art. 60. O auxílio-doença será devido ao 
segurado que ficar incapacitado para seu 
trabalho ou sua atividade habitual, desde 
que cumprido, quando for o caso, o período 
de carência exigido nesta Lei:
I - ao segurado empregado, a partir do 
trigésimo primeiro dia do afastamento da 
atividade ou a partir da data de entrada 
do requerimento, se entre o afastamento 
e a data de entrada do requerimento 
decorrerem mais de quarenta e cinco 
dias; e II - aos demais segurados, a partir 
do início da incapacidade ou da data de 
entrada do requerimento, se entre essas 
datas decorrerem mais de trinta dias”.
O auxílio-doença é um benefício previsto 
para todos os segurados, tendo a renda 
mensal inicial de 91% do salário de 
benefício, não podendo ser inferior a 
um salário mínimo, pois visa substituir a 
remuneração do beneficiário. 
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde82/243
Em regra, o auxílio-doença pressupõe 
a realização de carência de 12 
contribuições mensais, que será 
excepcionalmente dispensada nas 
hipóteses de invalidez decorrente de 
acidente de qualquer natureza, doença 
profissional, do trabalho ou das moléstias 
graves listadas em ato regulamentar. 
No entanto, a MP 664/2014 instituiu 
um novo teto para o valor do auxílio-
doença, ao inserir o § 10 no artigo 29 
da Lei 8.213/91, que determina que “o 
auxílio-doença não poderá exceder a 
média aritmética simples dos últimos 
doze salários-de-contribuição, inclusive 
no caso de remuneração variável, ou, 
se não alcançado o número de doze, a 
média aritmética simples dos salários-de-
contribuição existentes”.
O auxílio-doença não poderá superar a 
média aritmética simples dos 12 últimos 
salários de contribuição do segurado ou, 
se inexistentes 12 salários de contribuição 
no período básico de cálculo (a partir de 
julho de 1994), deverá ser feita a média 
aritmética simples de todos os salários 
de contribuição existentes, sempre com a 
óbvia incidência da correção monetária. 
Certamente, o motivo dessa nova regra 
é aproximar o valor do auxílio-doença da 
remuneração percebida pelo segurado 
nos 12 últimos meses, a fim de evitar 
que o benefício fique com renda superior 
se o segurado possuir altos salários de 
contribuição no passado, o que poderá 
gerar a acomodação do segurado, 
se o auxílio-doença superar a sua 
remuneração mensal habitual.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde83/243
Em regra, a data de início do benefício (DIB) 
será a data da incapacidade, marco inicial 
do pagamento a ser promovido pelo INSS. 
Contudo, se entre a data da incapacidade 
e a data de entrada do requerimento (DER) 
se passar mais de 30 dias, a data de início 
do benefício será a data de entrada do 
requerimento na previdência social.
Apenas no caso do segurado empregado 
a regra será diferente, tendo em vista a 
obrigação legal da empresa de pagar ao 
segurado o seu salário durante os 30 (trinta) 
primeiros dias do afastamento. Logo, 
para o segurado empregado, desde a MP 
664/2014, a data de início do benefício não 
será a data da incapacidade, e sim o 31º 
(trigésimo primeiro) dia seguinte. 
Excepcionalmente, se entre a data da 
incapacidade e a data de entrada do 
requerimento se passar mais de 45 
(quarenta e cinco) dias, a data de início 
do benefício será a data de entrada do 
requerimento na previdência social.
2- Alterações na aposentadoria por 
invalidez: a data de início do benefício 
(DIB) será a data da incapacidade, marco 
inicial do pagamento a ser promovido 
pelo INSS. Contudo, se entre a data da 
incapacidade e a data de entrada do 
requerimento (DER) se passar mais de 30 
dias, a data de início do benefício será 
a data de entrada do requerimento na 
previdência social.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde84/243
Figura 19
Fonte: <http://comps.canstockphoto.com.br/
can-stock-photo_csp11613007.jpg>
Apenas no caso do segurado empregado 
a regra será diferente, tendo em vista 
a obrigação legal da empresa de pagar 
ao segurado o seu salário durante os 30 
(trinta) primeiros dias do afastamento 
(antes eram os primeiros 15 dias).
Cuida-se de novidade da MP 664/2014, 
que alterou o § 2º do artigo 43 da 
Lei 8.212/91, que passou a dispor 
que “durante os primeiros trinta dias 
de afastamento da atividade por 
motivo de invalidez, caberá à empresa 
pagar ao segurado empregado o seu 
salário integral”. Dessa forma, restou 
alterada a data do início do benefício 
da aposentadoria por invalidez para o 
empregado.
Para o segurado empregado, a data de 
início do benefício não será a data da 
incapacidade, e sim o 31º (trigésimo 
primeiro) dia seguinte.
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde85/243
Excepcionalmente, se entre a data da 
incapacidade e a data de entrada do 
requerimento se passarem mais de 45 
(quarenta e cinco) dias, a data de início do 
benefício também será a data de entrada 
do requerimento na previdência social.
Vale registrar que esse novo regramento 
sobre a data de início do benefício da 
aposentadoria por invalidez e sobre a 
obrigação da empresa de pagar o salário 
nos primeiros 30 dias de afastamento 
do empregado inválido somente possui 
vigência a partir de 1º de março de 2015.
3- Alterações na pensão por morte: os 
segurados poderão instituir pensão por 
morte se deixarem dependentes, sendo 
que o benefício independia de carência 
até o advento da Medida Provisória 664, 
de 30/12/2014. Desde então, o artigo 25 
da Lei 8.213/91 passou a exigir carência 
de 24 recolhimentos mensais para a 
concessão da pensão por morte como 
regra geral, salvo nas exceções a serem 
vistas. Excepcionalmente, a pensão por 
morte somente dispensará a carência 
apenas em duas situações: A) Quando 
o segurado falecido estava em gozo de 
auxílio-doença ou aposentadoria por 
invalidez; 
Unidade 3 • Princípios e Diretrizes da Seguridade Social no Brasil: Previdência Social, Assistência Social e Saúde86/243
B) Quando a morte do segurado 
decorreu de acidente de trabalho 
(típico, por equiparação ou no caso das 
doenças ocupacionais).
Nos termos do artigo 5º, inciso III, 
da MP 664/2014, as alterações 
perpetradas na carência da pensão por 
morte somente

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