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8- Conforto Higrotérmico - conceituação e índices mais utilizados

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CONFORTO HIGROTÉRMICO – Conceituação e índices mais utilizados
A origem dos estudos de critérios de conforto ambiental:
O interesse em estabelecer critérios de conforto térmico, data, na Europa, do começo do século dezenove, quando começou o movimento por reforma das condições das indústrias e das moradias. Critérios para níveis de calor foram primeiro estabelecidos para minas e indústrias, metálicas e têxteis, porque acidentes e doenças eram muito comuns pelo desgaste causado por calor e umidade. Em 1916 a Comissão Americana de Ventilação efetuou estudos e pesquisas com o intuito de determinar a influência das condições higrotérmicas no rendimento do trabalho. Concluíram:
o rendimento do trabalho físico cai de 15% quando a temperatura se eleva de 20 para 24°C;
e cai de 28% se a temperatura for de 300C com umidade relativa de 80%.
Conceituação de conforto térmico: “conforto térmico dentro de um espaço, diz-se da condição em que uma grande porcentagem de pessoas neste espaço não iram preferir um entorno nem mais quente nem mais frio, do ponto de vista físico e subjetivo. Este estado depende da atividade, do grau de vestimenta e da aclimatização do individuo em questão”.
Índices de conforto higrotérmico:
Estando o individuo adequadamente vestido, sem problemas de saúde e aclimatado às dadas condições, o conforto higrotérmico vai depender das condições ambientais que variam conforme a região climática.
A.A.S.H.R.A.E. considera, para os climas mais quentes dos EUA. 250C como temperatura ótima, no inverno, podendo variar entre 23 e 270C, desde que:
- velocidade do ar 0,5 m/s
- umidade relativa entre 30 e 70%
- temperatura radiante média igual à temperatura do ar
- vestimenta normal
- pessoa sentada, ocupação sedentária
Recomenda-se ainda:
-	deduzir 1°C para umidade de 90%
-	acrescentar 1°C para verão
-	em banheiro ou similar, acrescentar 3 a 5°C
-	deduzir até 5°C para ocupação ativa
-	deduzir 3 a 5°C para áreas de trânsito.
Pela dificuldade de trabalhar com tantas variáveis inter-relacionadas entre si, estudos procuram agrupar estas variáveis que refletem condições de mesmas respostas. A relação entre as variáveis climáticas foram graficamente relacionadas na “carta psicrométrica”. Esta carta expressa a relação entre temperatura seca e úmida do ar, umidade relativa e absoluta do ar e pressão de vapor. Isto é, relaciona dados equivalentes.
As condições de conforto também foram estudadas de forma a se expressarem através de gráficos que facilitem sua leitura. Estudos buscaram estabelecer condições de conforto que equivalem, isto é, condições diferenciadas que apresentam as mesmas respostas – os índices de conforto térmico. 
Muitos pesquisadores estabeleceram estes índices baseados em experimentos onde condições térmicas foram reproduzidas em ambientes controlados e indivíduos responderam sobre como sentiam estas condições. Estatisticamente os dados foram representados em gráficos, escalas e cartas.
Zona de Conforto: a faixa de valores limites dentro dos quais uma grande porcentagem (80%) de pessoas investigadas julgam não serem necessárias alterações das condições ambientais, é considerada como “zona de conforto”. Seus valores devem ser sempre encarados com uma indicação e deve ser analisada sua aplicabilidade ás condições específicas do projeto e da realidade ambiental.
Há mais de trinta índices de conforto e há muitas discrepâncias entre os valores limites encontrados por diferentes estudiosos; veremos apenas os mais utilizados e adequados às nossas condições.
Índices de conforto higrotérmico mais usados:
Na carta psicrométrica, B. Givoni estabeleceu zonas de conforto fisiológico para indivíduos mais ou menos vestidos, aclimatados ou não, e em diferentes tipos de atividades. Estabeleceu também uma zona de conforto de “referência”, o “diagrama bioclimático”, que localiza a zona de conforto para indivíduos aclimatados, em repouso, ou em atividades sedentárias, e vestidos com roupas leves de verão.
CARTA BIOCLIMÁTICA: na Austrália estudiosos concluíram que, sob condições de muito calor, quando as taxas metabólicas estão mais baixas, os valores de temperatura bulbo seco melhor refletem os valores dos julgamentos. Baseado em dúvidas como esta Victor Olgyay chegou à conclusão de que não se deveria ter um índice de uma figura única, pois cada um dos fatores climáticos são controlados diferentemente. Ele construiu a “Carta Bioclimática” onde a zona de conforto é definida por valores de temperatura bulbo seco e umidade relativa. Com linhas adicionais ele mostra como o conforto pode ser “empurrado” para cima pelo movimento de ar ou, “empurrado” para baixo pela radiação.
TEMPERATURA EFETIVA: a primeira escala produzida nos EUA pela ASHRAE. Produziu “linhas da igual conforto” na carta psicrométrica e foi chamada de “Temperatura Efetiva”.
Posteriormente, estudos concluíram que este método subestima a ação de ventos moderados em altas temperaturas e ao mesmo tempo superestima os efeitos adversos de altas umidades. Correções foram feitas e um nomograma foi construído que define a Temperatura Efetiva (TE) diretamente da leitura da temperatura de bulbo seco, da temperatura de bulbo úmido e do movimento do ar.
TEMPERATURA EFETIVA CORRIGIDA: como a TE não levava em conta a troca por radiação entre o corpo e o ambiente, foi encontrado que, ao invés de temperatura de bulbo seco deve se usar a temperatura do termômetro de globo, que mede a temperatura radiante, possibilitando que as reações subjetivas à radiação sejam corretamente avaliadas. Esta é a “Temperatura Efetiva Corrigida” (TEC).
Para estudiosos de Cingapura e da Austrália, paises que apresentam condições climáticas mais similares às nossas, os valores da zona de conforto do nomograma de TE foram confirmados. Porém lembram que limites de velocidade do ar devem ser considerados. Abaixo de 0,15 m/s, mesmo com as demais condições satisfatórias, a maioria das pessoas reclama de estar abafado e acima de 1,5 m/s, o vento causaria efeitos incômodos como, vôo dos papéis, das cinzas e da poeira.
Em lugares muito quentes valores maiores que estes limites são até suportados, mas por curtos períodos.
ÍNDICE DO IPT: A maioria destes índices para climas equatoriais e tropicais, foi elaborada e testada em zonas de climas temperados onde a aclimatização não é considerada. Muito pouco tem sido estudado no Brasil e apenas recentemente o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) publicou um estudo preliminar sobre valores limites de temperatura de bulbo seco e temperatura média radiante dentro da faixa de conforto higrotérmico. Veja a seguir:
IPT - ZONA DE CONFORTO: LIMITES DE TEMPERATURA DE BULBO SECO
	Temperaturas máximas mensais médias (0C):
	Umidade relativa:
	
	<45%
	45 - 60%
	>60%
	 >30
	29
	27
	27
	30> t> 28
	29
	27
	27
	 <28
	29
	26
	26
A temperatura radiante média deve ser igual ou inferior a 30W.
Valores limites da zona de conforto (°C temperatura efetiva)
	
	Local
	mínimo
	ótimo
	máximo
	Grã-Bretanha, inverno
	14
	17
	20
	verão
	-
	18
	22
	RUA, inverno
	15
	20
	23
	verão
	18
	22
	26
	Sydney, verão
	-
	22
	25
	Cingapura
	24
	-
	27
	Valores prováveis para regiões tropicais
	22
	25
	27
Fonte: Koenigsberger et alli (op.cit. na bibliografia recomendada)

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