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RESUMO de Direito Internacional Público

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RESUMO 
DE 
DIREITO INTERNACIONAL
ORIGEM HISTÓRICA
O Direito Internacional Público surgiu a partir do século XVII, quando se formaram os “Estados-Nação” com as características que conhecemos hoje. O ponto limite foi o fim da Guerra dos 30 anos (em 1648), por meio do Tratado de Vestfália, quando nascem a soberania dos Estados, a obrigação de não intervenção nos assuntos internos e a igualdade jurídica como princípios fundamentais das relações internacionais, que até então existiam. 
O Tratado de Vestfália teve como objetivo principal por fim à Guerra dos Trinta Anos (1618 à 1648), travada entre várias nações europeias, especialmente a alemã, por motivos variados: rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais. Envolvia, de um lado, o Sacro Império Romano Germânico (controlado pela dinastia dos Habsburgos), apoiado pela Espanha e, do outro, os protestantes germânicos (em especial os luteranos), apoiados pela Suécia e França. 
Num primeiro momento, o objeto do Direito Internacional são os Estados, regendo a atividade interestatal. Com o fim da 2.ª Guerra Mundial (1945) começam a surgir as primeiras Organizações Internacionais, que passaram a deter também personalidade jurídica internacional, atribuindo aos indivíduos capacidades postulatórias – relacionamento internacional hodierno. 
CONCEITOS DE DIP
“É o conjunto de normas jurídicas que regulam as relações mútuas dos Estados e, subsidiariamente, as das demais pessoas internacionais, como determinadas organizações, e dos indivíduos.” (Hildebrando Accioly)
“É o conjunto de normas que regula as relações externas dos atores 
que compõem a sociedade internacional. Tais pessoas internacionais são as seguintes: Estados, organizações internacionais, o homem etc.” (Celso de Albuquerque Mello)
ORDEM JURÍDICA INTERNACIONAL
-CENTRALIZADA (normas válidas para todo território nacional)
-Executivo, Legislativo e Judiciário
-Poder Central Autônomo
-Relacionamento vertical (hierarquia de leis)
-(DES)CENTRALIZADA (a convivência organizada de várias soberanias).
-Não há divisão de funções estatais
-Não há Poder Central Autônomo
-Relacionamento horizontal (todos no mesmo nível)
FUNDAMENTOS DO DIP NA ATUALIDADE 
DOUTRINA MISTA ou TEORIA OBJETIVISTA TEMPERADA: prevalece hoje a teoria de que o DIP retira seus fundamentos do pacta sunt servanda (art. 26 da Convenção de Viena sobre os Direitos dos Tratados) – as partes são sempre livres para manifestar sua vontade, mas uma vez criada a norma de DIP através do consentimento, os Estados teriam a obrigação de obedecê-la de boa fé.
Artigo 26 da Convenção de Viena - Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de boa fé.
DIREITO INTERNACIONAL x DIREITO INTERNO
Direito Internacional Público x Direito Interno: questão tormentosa é o CONFLITO DE NORMAS de Direito Internacional e de Direito Interno. 
O Estado que tem a sua ordem jurídica interna estabelecida e estruturada, é o mesmo Estado que celebra Tratados Internacionais, se obrigando no âmbito internacional. Logo, o mesmo Estado gera duas espécies de normas - interna e internacional ...
A Carta da ONU, que criou a ONU no mundo, em seu art. 2.º, alínea 7, delimita a própria atuação, não autorizando a sua intromissão em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição interna de cada Estado. Porém, a própria Carta prevê exceções, como nos casos onde há a ameaça da paz, ruptura dessa ou casos de agressão, por meio do Conselho de Segurança da ONU (art. 39).
Em eventual conflito, QUAL deverá prevalecer?
R: São duas teorias explicativas do impasse: a teoria monista e a teoria dualista.
TEMOS DUAS TEORIAS:
Teoria Dualista : Seu expoente maior foi o alemão TRIEPEL, a partir do séc. XIX. Salienta que Direito Internacional e Direito Interno são realidades distintas, com âmbito de incidência completamente diferente. O Direito Internacional rege as relações exteriores entre os Estados, ao passo que o Direito Interno disciplina as relações internas do Estado. Tendo em vista esta perspectiva, não há que se falar, para esta teoria, em conflito de normas de direito interno e internacional, uma vez que a ordem internacional não pode regular questões internas. 
Um Tratado Internacional, para o dualismo, terá eficácia apenas “externamente”. Ou seja, a assinatura e ratificação de um tratado, para o dualismo, exige um processo de incorporação desta nova norma internacional ao ordenamento jurídico interno, através da edição obrigatória de um novo diploma legal para surtir efeitos internamente: logo, o tratado internacional deverá ser transformado em LEI INTERNA para atender a uma obrigação contraída pelo Estado perante outros Estados soberanos. 
O STF passou a se posicionar no sentido da aplicação da Teoria Dualista Moderada, já que nem sempre havia reprodução da norma no Direito Interno. Assim, o Tratado Internacional recebia status de “lei ordinária”, conforme §2.º do art. 5.º da CF/88, com exceção dos Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos, cujo §3.º do artigo 5.º lhes atribui eficácia de norma constitucional. 
 Teoria adota pelo Brasil foi a Monista . 
Teoria Monista : Doutrina completamente oposta à anterior, uma vez que trata da questão da unidade do ordenamento internacional e interno, ou seja, somente uma ordem jurídica, que deve coexistir. Em 1934, o austríaco HANS KELSEN publicou sua maior obra, a “Teoria Pura do Direito”, na qual defendia a existência de uma só ordem jurídica, com respeito à hierarquia entre as normas, de forma que a ordem interna seria subordinada à internacional, ou vice-versa – eis a essência do monismo. Ou seja, o Tratado Internacional, para os monistas, ingressa automaticamente. Sua assinatura e ratificação significa assumir um compromisso jurídico: se o tratado contempla direitos e obrigações que podem ser exigidos no âmbito interno, não é necessária a edição de um “novo” diploma normativo para materializar o tratado no plano interno; o ato de ratificação do tratado já gera efeitos no âmbito nacional. 
CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE SEUS TRATADOS
A Convenção de Viena de Direitos e Tratados Internacionais foi elaborada em 23 de maio de 1969, codificando o Direito Internacional referentemente aos “tratados internacionais”, criando normas gerais sobre eles, que buscassem harmonizar e padronizar os procedimentos de elaboração, ratificação, denúncia e extinção, positivando, inclusive, normas costumeiras.
Entrou em vigor no plano internacional apenas em 27 de janeiro de 1980, quando atingiu o número mínimo de 35 ratificações, exigida em seu art. 84. 
O Brasil assinou esta Convenção já na data da abertura para assinaturas, porém, o processo de internalização se iniciou no Congresso Nacional somente em abril de 1992. 
Apesar da grande importância deste tratado, o Brasil passou a adotá-lo apenas em 14 de dezembro de 2009, quando o então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, através do Decreto n.º 7.030, promulgou a Convenção de Viena, tornando-se o Brasil dela signatário.
Com a promulgação da Convenção de Viena sobre Direito do Tratados pelo Brasil, o seu texto passou a vigorar no Direito Interno. Mas, alerta-se para o que diz o art. 27:
Direito Interno e Observância de Tratados 
Artigo 27 : “Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado (...)”.
Assim, a partir da ratificação desta Convenção fica claro que a interpretação de todos os tratados internacionais de que o Brasil é parte deve ser feita com base no Direito Internacional, e não no Direito Interno. Ou seja, ficava PROIBIDO o procedimento de um pais celebrar tratado e, depois, alterando sua legislação “interna”, derrogar ou ab-rogar as regras convencionadas externamente. Quando uma lei nacional posterior contradiz os preceitos determinados em um tratado internacional que o Brasil seja parte, o que deve prevalecer é o tratado. 
É dai que começa a discussão doutrinária de que o Brasil, devido a aderência à Convenção de Viena sobre Direitodos Tratados, seria, hoje, MONISTA. 
Mas monismo se divide em: 
Monismo Nacionalista (v. Francisco Rezek)
Monismo Internacionalista (v. Sidney Guerra; Valério Mazzuoli)
Monismo Nacionalista = em caso de conflito entre a ordem interna e a ordem internacional, deve prevalecer a norma nacional, por ser o ordenamento interno hierarquicamente superior ao internacional.
Monismo Internacionalista = ao contrário, elaborado pela Escola de Viena (que possui como grande representante Hans Kelsen), entende que deve prevalecer a norma de Direito Internacional Público, por ser ela superior ao ordenamento jurídico interno.
ESTADOS
Esses sujeitos já possuem personalidade jurídica, não dependendo de outros sujeitos para adquiri-la. É o ente formado por um território, uma comunidade humana e um governo soberano, dotado de capacidade de exercer direitos e contrair obrigações, não subordinado jurídica ou administrativamente a qualquer outro poder.
A Convenção de Montevidéu sobre Direitos e Deveres dos Estados, de 1933, elenca os requisitos dos Estados Internacionais: 1. população permanente (nacionais e estrangeiros); 2. território (ele não precisa ser completamente definido, sendo que a ONU tem admitido Estados com questões de fronteira, como por ex., Israel); os curdos são a maior nação sem território do mundo; 3. governo  (deve ser efetivo e estável) e 4. capacidade de entrar em relações com os demais Estados.
não existe um Poder Legislativo “universal”: ao contrário, são os próprios Estados e Organizações Internacionais que, por meio do CONSENTIMENTO, elaboram as normas internacionais – tratados. Ou seja, no ordenamento jurídico internacional, os mesmos sujeitos que criam as normas são os destinatários destas. 
Exemplo disso é o Decreto n.º 3.927, de 19 de setembro de 2001, que promulgou o “Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta” entre Brasil e Portugal, celebrado em Porto Seguro em 22 de abril de 2000.
O Congresso Nacional aprovou esse acordo por meio do Decreto Legislativo n.º 165, de 30 de maio de 2001.
não existe um Poder Judiciário “universal”, com jurisdição automática sobre os Estados: um Estado somente irá se submeter à jurisdição de um tribunal internacional caso manifeste seu CONSENTIMENTO, e nunca compulsoriamente. O que existem são cortes internacionais para a solução de conflitos, tais como a Corte Internacional de Justiça (Haia), o Tribunal sobre o Direito do Mar, ou a Corte Interamericana de Direitos Humanos
Mas, como diz Francisco Rezek, “nenhum Estado soberano é naturalmente e congenitamente jurisdicionado de tribunal nenhum. Só o consentimento pode fazer com que um tribunal internacional pretenda chamar à sua barra o Estado”. Nesse contexto, a criação pelo Tribunal de Haia (CIJ) da “cláusula facultativa de jurisdição obrigatória”: só os países que adotam esta cláusula submetem-se à jurisdição desta corte.
O Direito Internacional tem por objetivo, portanto, promover a convivência pacífica dos membros da Sociedade Internacional e a cooperação entre eles, com vistas a encontrar soluções para os problemas da humanidade, de interesse internacional. Mas, quais problemas são esses?
R: proteção ao meio ambiente e segurança climática (ex.: Protocolo de Kyoto). 
 OBS.: Desde 2014, a ONU passou a contar com a Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA, na sigla em inglês), cuja primeira edição ocorreu em 2014 e a segunda em 2016.
 OBS.: A equipe de Donald Trump está profundamente dividida sobre os EUA se retirarem do Acordo Climático de Paris, para combater o aquecimento global. Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de dióxido de carbono do mundo, depois da China. França e ONU vêm movendo esforços para que isso não aconteça. 
SUJEITOS DE DIP
Não há um consenso entre os autores acerca do conceito de sujeito de Direito Internacional. 
Para uma corrente, dentro da qual destacamos o brasileiro Celso de Albuquerque Mello, o ser humano e as empresas transnacionais (multinacionais) seriam os sujeitos de Direito Internacional Público. 
Não diferente, Hildebrando Accioly destaca que hoje, ao lado das Organizações Internacionais enquanto associações de estados, já existe o reconhecimento progressivo da condição internacional do ser humano. Ou seja, em consonância com o atual Direito Internacional dos Direitos Humanos, defende-se que o ser humano é também sujeito de Direito Internacional. Nesse âmbito, o indivíduo é tratado em igualdade de condições quando comparado com os Estados.
ESTADOS - Sujeitos clássicos / primários
O Estado foi o primeiro elemento que surgiu na sociedade internacional, sendo os únicos sujeitos de Direito Internacional Público até o início do século XX. Estado não se confunde com Nação (da qual é a organização jurídico-política), nem com povo ou grupo de pessoas. Os Estados são juridicamente iguais para o Direito Internacional Público.
Organismos Internacionais – Sujeitos Secundários
 São coletividades reconhecidas como pessoas internacionais, com personalidade jurídica própria, independente da dos Estados membros, podendo ser sujeito tanto no ordenamento interno dos Estados como na esfera internacional. 
 São fruto da vontade dos Estados ou de outras Organizações Internacionais, constituídas com base em um tratado multilateral, não possuindo soberania, povo ou território, têm atribuições próprias e limites de competência que são determinados em sua carta constitutiva
Têm por traços característicos: 
criação por um acordo internacional; 2. possuir pelo menos um órgão decisório com uma vontade coletiva, diferente da vontade dos Estados (partes); 3. ter capacidade jurídica para celebrar tratados de caráter obrigatório com os Estados e com outros organismos; 4. a condição de seus membros é “não permanente” (art. 5.º da Carta das Nações Unidas); 5. lhe são estendidas, na maioria das vezes, as normas existentes para a responsabilidade dos Estados. 
As organizações internacionais podem ser de alcance universal ou regional, podendo ter vocação mais genérica (política), voltada à preservação da paz e da segurança mundiais, ou técnica específica, como um objetivo econômico, social ou cultural.
Nessa classificação, a Organização das Nações Unidas (ONU) e seus órgãos (UNICEF, UNESCO etc.) é exemplo de organização internacional de âmbito universal e vocação política. A Organização dos Estados Americanos (OEA) é de alcance regional e vocação política, a Liga Árabe e a União Européia, enquanto a Organização Internacional do Trabalho (OIT) é de alcance universal e finalidade técnica específica.
Organizações Não Governamentais – ONG’s (LINDB, art. 11)
Diferentemente dos Estados e das Organizações Internacionais, as ONG’s Internacionais NÃO são pessoas jurídicas de Direito Internacional Público. Elas têm personalidade jurídica de Direito Interno de um Estado qualquer que, aos lhes conceder personalidade, a elas delega poderes para prosseguir em suas atividades. As ONG’s Internacionais são entidades sem fins lucrativos, reguladas pelo Direito Internacional Privado (pessoas jurídicas de Direito Privado), através da Convenção Interamericana sobre Personalidade e Capacidade de Pessoas Jurídicas no Direito Internacional Privado, estabelecida pelos Estados membros da OEA em 1984, da qual o Brasil é signatário. 
Ao longo dos anos, as ONG’s foram ganhando papel importante e hoje, além de colaborarem no trabalho de campo, monitoram reuniões, fornecem consultoria à ONU, assistência humanitária (na busca da proteção da vida e saúde humana), voz para os povos sem representação, além de fiscalizar o cumprimento, por parte dos governos, de tratados internacionais.
Sua capacidade no plano universal dependerá da capacidade que lhe é reconhecida no país de sua nacionalidade. Um exemplo é a Cruz Vermelha Internacional, que se trata de associação constituída na Suíça em 1863, que desempenha funções relevantes de âmbito internacional, na medida em que tem finalidade humanitária, podendo intervir no território de diversos Estados por razões humanitárias.
EX.: Outrosexemplos de ONG’s famosas: GREENPEACE, Médicos Sem Fronteiras (Médecins sans Frontières), WWF-Brasil
Santa Sé e Vaticano
A Santa Sé tem uma representação diplomática ampla e assento em várias Organizações Internacionais, como membro pleno, observador ou convidado. O sujeito de DIP é a Santa Sé: as relações e acordos diplomáticos (concordatas) com outros Estados soberanos, portanto, são com ela estabelecidos e NÃO com o Vaticano, que é apenas um território sobre o qual a Santa Sé tem soberania.
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
O art. 38 do Estatuto da CIJ - Corte Internacional de Justiça, muito conhecida como “Tribunal de Haia”, foi criada em 1945, e é o principal órgão judiciário das Nações Unidas, a ela competindo decidir, segundo o direito internacional geral, as controvérsias que lhe forem submetidas, inclusive as oriundas da violação das normas JUS COGENS. O art. 38 é considerado pela doutrina como sendo o rol de fontes do Direito Internacional Público.
“Artigo 38:
A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais (tratados), quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.”
As fontes do Direito Internacional Público enumeradas pelo art. 38 são meramente exemplificativas, e não possuem hierarquia entre si. Em outras palavras, os tratados estão no mesmo nível hierárquico dos costumes e dos princípios gerais de direito. Assim, é possível que um tratado revogue um costume ou mesmo que um costume revogue um tratado.
Cabe destacar que é diferente falar-se em hierarquia de fontes e “hierarquia de normas”. Com efeito, na sociedade internacional existem normas com grau superior de validade sobre as outras normas, que são as chamadas normas JUS COGENS. Tratam-se de normas imperativas de Direito Internacional geral, das quais nenhuma derrogação é possível, salvo por norma de igual natureza, que criam obrigações internacionais erga omnes. É com o advento da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados em 1969 que finalmente foi concebido um conceito jurídico definitivo de JUS COGENS:
Tratado em Conflito com uma Norma Imperativa de Direito
Internacional Geral (JUS COGENS):
“Artigo 53: é nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional Geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela Comunidade Internacional dos Estados como um todo, como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só pode ser modificada por norma ulterior de Direito internacional geral da mesma natureza ’’.
OBS.: O procedimento para Nulidade, Extinção, Retirada ou Suspensão da execução de um Tratado Internacional está nos Artigos 65 e 66 da Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados. 
OBS.: O disposto no art. 53 não prejudicará a faculdade da CIJ decidir uma questão “ex aequo et bono”, se as partes com isto concordarem.
Dizer que a CIJ poderá decidir uma questão “ex aequo et bono” significa que essa corte poderá solucionar controvérsia ou conflito com base na EQUIDADE: equidade é o respeito à igualdade de direitos de cada uma das partes (ponto de equilíbrio), embora não seja tecnicamente fonte. Convém usá-la como meio de solução dos problemas de falta ou insuficiência (ineficácia) de norma jurídica regulamentadora de caso concreto controverso. A aplicação da equidade sempre dependerá da aquiescência dos Estados.
EX.: Um exemplo reconhecido de norma JUS COGENS é a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, apesar de não ser um tratado. Outros exemplos: proibição da agressão, do genocídio, da escravidão, da discriminação racial, da pirataria, do tráfico de entorpecentes, do tráfico de pessoas, normas de direito humanitário, direito ambiental etc.
Primárias (art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça): 
Tratados (art. 38, “a”, ECIJ): formalmente, não são hierarquicamente superiores ao costume, mas, na prática, são as principais fontes do DIP e as mais aplicadas, já que trazem maior segurança jurídica para as relações internacionais. Sua regulamentação se dá pelo Direito dos Tratados, que regula sua celebração, entrada em vigor e extinção.
Costumes (art. 38, “b”, ECIJ): são atos reiterados dos Estados durante certo período de tempo (repetição tem que ser uniforme e continuada), versando um assunto da mesma forma. Quem alega a regra costumeira em seu favor, deve prová-la. Sua interpretação é difícil, uma vez que deve ser aceito pelas partes, do contrário, há que existir um consenso para sua admissão, já que cada Estado vê seus costumes com pesos e valorações distintas; por isso tem caído em desuso. A prática geral a que se reporta o Estatuto de Haia ao definir o costume internacional não impede a existência de costumes internacionais de âmbito regional, como é o caso do asilo político, costume internacional de caráter regional.
PRINCIPIOS 
Princípios Gerais do Direito (art. 38, “c”, ECIJ): Estão, em sua maioria, positivados nos tratados, tendo a finalidade de preencher lacunas do Direito. Mas podemos citar dentre eles o pacta sunt servanda, a boa-fé, o respeito à coisa julgada e etc.
Princípios Gerais do Direito Internacional:
abstenção de recorrer a ameaça ou uso da força;
solução pacífica de litígios;
não-intervenção em assuntos de jurisdição interna;
cooperação;
igualdade de direitos e livre determinação dos povos;
cumprimento em boa-fé das obrigações contraídas;
respeito à independência dos Estados.
Secundárias (art. 38, “d”, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça): 
Jurisprudência: interna e internacional. 
Doutrina: todas as manifestações de cunho doutrinário, ainda que não de pessoa física, como os anais das Conferências, os grupos de estudos da ONU, as decisões de Tribunais Internacionais, dentre outros, considerados doutrina. 
Novas Fontes do Direito Internacional:
Decisões de Organizações Internacionais: As Organizações Internacionais podem criar atos internacionais, tais como decisões, resoluções, diretrizes, diretivas, recomendações, gerando obrigações aos países a elas vinculadas.
Direito Flexível (Soft-law): normas que preveem mecanismos de solução de controvérsias como a conciliação e a mediação, sem sanções, mas gerando “obrigação moral”. São, portanto, facultativas, ao contrário do que ocorre com o JUS COGENS, que são normas cogentes. Também conhecidas como droit doux (direito flexível) ou mesmo soft norm.

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