Buscar

Política Externa Brasileira

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Política Externa Brasileira 
Os Jogos de Dois Níveis 
Para Putnam as negociações entre países ocorrem por meio de um jogo que se realiza tanto no campo doméstico, 
quanto no campo internacional: as causas domésticas com efeitos internacionais são o jogo no nível II e as causas 
internacionais com efeitos domésticos são os jogos no nível I. 
Negociador-chefe 
É o líder que irá negociar diretamente com o representante do outro lado, portanto não pode agir conforme suas 
visões políticas e deve conseguir o acordo mais atrativo para as pessoas que representa. Ele tem duas funções 
principais, a de fazer a negociação no nível I e o de realizar discussões com sua população doméstica, buscando a 
ratificação. Seus motivos podem ser: aprimorar sua posição no nível II, aumentando seu poder político e minimizando 
perdas; alterar o equilíbrio no nível II, buscando seu ponto de vista; ou perseguir sua própria concepção de interesse 
nacional no ambiente internacional. 
Win-set 
Ao negociador é dado um raio de ação, para sua negociação, esse é o Win-set: Win-sets amplos favorecem os 
acordos no campo externo (nível I), já a dimensão do Win-set no nível II afeta a distribuição dos ganhos obtidos na 
barganha internacional. 
Determinantes do Win-set 
• Preferências e coalizões no nível II – Se os constituintes puderem sem grandes perdas não aprovar o acordo o win-
set se torna ainda menor. Grupos isolacionistas também atrapalham as negociações, a ratificação e diminuem o win-
set. 
• Instituições no nível II – o parlamento pode ter encaminhamentos que dificultem a ratificação, mas também é 
possível encontrar um ambiente propenso à ratificação, com partidos em maioria, por exemplo. 
• Estratégias de negociação no nível I - quanto mais amplo o win-set, mais fácil concluir o acordo no nível I. 
ll 
Hoje, estudaremos sobre a política externa brasileira no final do século XIX e início do século XX, a qual será dividida 
aqui em dois períodos: 
• Em primeiro lugar, estudaremos a Primeira República (1889 – 1930). 
• Em segundo lugar, estudaremos a Era Vargas (1930 – 1945). 
 
Para começarmos os estudos do período denominado como República Velha (1889 – 1930), precisaremos, antes, 
voltar na história do Brasil para entendermos como chegamos à Primeira República. A Primeira República, também 
conhecida como República Velha, constitui a primeira fase da organização republicana nacional que vai desde a 
Proclamação da República (15 de novembro de 1889) até a chamada Revolução de 1930. Até o começo da década de 
30, a República Velha vigorava no Brasil, ou seja, o país possuía uma centralização de poder entre os partidos 
políticos, além da economia cafeeira e a aliança política entre São Paulo e Minas Gerais, conhecida como política do 
café com leite. 
 
 
A partir de 1914, a Primeira República entrou em declínio. Nem o surto de industrialização suportou a crise pela qual 
passava a produção do café, que teve seu golpe final com a crise econômica mundial capitalista de 1929. A crise das 
oligarquias rurais e a crise econômica mundial atingiram profundamente a produção cafeeira e representaram a 
agonia da República Velha. A insatisfação com a eleição de Júlio Prestes, em 1930, deu à elite os motivos para 
derrubar os fazendeiros paulistas que estavam no poder, por meio da Revolução de 1930. Era o fim da República 
Velha e o início da Era Vargas. 
 
República Velha compreende o período entre os anos de 1889 e 1930, quando a elite cafeeira paulistana e mineira 
revezava o cargo da presidência da República movida por seus interesses políticos e econômicos. 
O primeiro presidente foi o Marechal Deodoro da Fonseca, que proclamou a República em 15 de novembro de 1889 e 
conquistou o mandato através do Governo Provisório. 
O Governo Provisório foi responsável por acabar com a mediação da Igreja nos interesses políticos. Deodoro da 
Fonseca, em seu governo, separou Igreja e Estado, determinou o fim do padroado e fez com que o casamento se 
tornasse um registro civil obrigatório. 
Por mais que demonstrasse confiança no cargo de presidente, Deodoro da Fonseca renunciou à presidência após o 
fracasso da política econômica do “encilhamento”, empreendida pelo Ministro da Fazenda Rui Barbosa. O 
“encilhamento” permitia que grandes emissões de dinheiro fossem realizadas, o que acabou suscitando em um grave 
período inflacionário. 
Em 1891, foi elaborada a Primeira Constituição da República, baseada no texto constitucional dos Estados Unidos. 
Dentre as principais mudanças estavam o rompimento com o sistema monárquico, a divisão dos três poderes 
independentes entre si (Legislativo, Executivo e Judiciário) e a alternância da presidência com eleições diretas 
realizadas no período de 4 anos. Todos os homens com mais de 21 anos letrados eram obrigados a votar e as 
províncias passaram a ser denominadas estados, obtendo mais autonomia federativa. 
 
Alguns historiadores argumentam que os todos os presidentes da República Velha (exceto Epitácio Pessoa) faziam 
parte de uma sociedade secreta da Faculdade de Direito de São Paulo de origem maçom. 
Os presidentes da República Velha foram: 
 
• 1889-1891: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca; 
• 1891-1894: Floriano Vieira Peixoto; 
• 1894-1898: Prudente José de Morais e Barros; 
• 1898-1902: Manuel Ferraz de Campos Sales; 
• 1902-1906: Francisco de Paula Rodrigues Alves; 
• 1906-1909: Afonso Augusto Moreira Pena (morreu durante o mandato) 
• 1909-1910: Nilo Procópio Peçanha (vice de Afonso Pena, assumiu em seu lugar); 
• 1910-1914: Marechal Hermes da Fonseca; 
• 1914-1918: Venceslau Brás Pereira Gomes; 
• 1918-1919: Francisco de Paula Rodrigues Alves (eleito, morreu de gripe espanhola, sem ter assumido o 
cargo); 
• 1919: Delfim Moreira da Costa Ribeiro (vice de Rodrigues Alves, assumiu em seu lugar); 
• 1919-1922: Epitácio da Silva Pessoa; 
• 1922-1926: Artur da Silva Bernardes; 
• 1926-1930: Washington Luís Pereira de Sousa (deposto pela revolução de 1930); 
• 1930: Júlio Prestes de Albuquerque (eleito presidente em 1930, não tomou posse, impedido pela Revolução 
de 1930); 
• 1930: Junta Militar Provisória: General Augusto Tasso Fragoso, General João de Deus Mena Barreto, Almirante 
Isaías de Noronha. 
 
 
 
Em 1930, o gaúcho Getúlio Vargas articulou um golpe de Estado com a intenção de boicotar o posto de presidência de 
Júlio Prestes, candidato de Washington Luís. Ele se juntou a alguns militantes de esquerda que queriam acabar com 
a política do café-com-leite (alternância de paulistas e mineiros na presidência). O ato ficou conhecido como 
Revolução de 1930 e consolidou a figura de Vargas como um dos presidentes mais emblemáticos que já governaram 
o Brasil. 
 
A Era Vargas foi um momento da história da República brasileira ocorrido entre os anos de 1930 e 1945. Neste 
período o Brasil foi governado por Getúlio Vargas. A Era Vargas constitui-se num conjunto de políticas públicas que 
tinham como objetivo alcançar certa autonomia política e econômica por meio de um desenvolvimento nacional 
independente baseado num Estado forte, centralizado e planejador. Os quinze anos em que Getúlio Vargas exerceu o 
poder no Brasil de forma incontestável é até hoje objeto de diversas análises por parte de historiadores, economistas, 
sociólogos e estudiosos em geral. 
 
Um dos principais termos ligado à República Velha é a política do café com leite, que consistia numa aliança entre os 
dois Estados mais poderosos da federação: São Paulo (centro da economia cafeeira) e Minas Gerais (que detinha o 
maior contingente eleitoral do país). Essa aliança previa um rodízio na indicação do candidato a ser apoiado pelos dois 
Estados nas eleições periódicas para a Presidência da República. 
Ficou conhecida como "política do café-com-leite" o arranjo político que vigorou no período da Primeira República 
(mais conhecida pelo nome de República Velha), envolvendoas oligarquias de São Paulo e Minas Gerais e o governo 
central no sentido de controlar o processo sucessório, para que somente políticos desses dois estados fossem eleitos à 
presidência de modo alternado. Assim, ora o chefe de estado sairia do meio político paulista, ora do mineiro. 
Era fácil concluir com isso que os presidentes eleitos representariam os interesses das duas oligarquias, mas não eram 
necessariamente de origem mineira ou paulista, a exemplo do último presidente eleito por meio deste 
esquema, Washington Luís, que nasceu no Rio de Janeiro, mas fez toda sua carreira política em São Paulo. 
Após a proclamação da República, a 15 de novembro, dois militares se sucederam no comando do país, os marechais 
Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. A partir daí, a história do Brasil foi marcada por acordos entre as elites dos 
principais centros políticos do país, que à época eram Minas Gerais e São Paulo. Os "coronéis", grandes fazendeiros, 
optavam por candidatos da política café-com-leite, e estes, além de concentrar suas decisões na proteção dos 
negócios dos latifundiários, concediam regalias, cargos públicos e financiamentos. 
O surgimento do nome "café-com-leite", batizando tal acordo, seria uma referência às economias de São Paulo e 
Minas, grandes produtores, respectivamente, de café e leite. Entretanto, alguns autores contestam tal explicação para 
o surgimento da expressão, pois o Rio Grande do Sul seria o maior produtor de leite à época. O leite como referência 
a Minas Gerais teria vindo, na verdade, das características da cozinha mineira, representada pelo queijo minas ou 
mesmo pelo pão de queijo, e que assim, combinada com o a palavra "café", há muito associada a São Paulo (por ser 
este estado, sim, o grande produtor de café e seu maior representante), remeteria à expressão ainda hoje conhecida 
de "café-com-leite", usada para designar a pessoa que participa de uma ação com neutralidade, que não pode dar 
conselho e não pode ser aconselhado, que participa com condições especiais em algum evento. 
De qualquer modo, os dois eram estados bastante populosos, fortes politicamente e berços de duas das principais 
legendas republicanas: o Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro. São Paulo era a maior força 
política e Minas Gerais tinha o maior eleitorado do país, como acontece ainda hoje. 
 
 
Com a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, o preço do café brasileiro caiu drasticamente, o que levou os 
cafeicultores paulistas a terem uma crise de superprodução. Esta fragilidade econômica de São Paulo foi decisiva para 
que Minas Gerais se unisse ao Rio Grande do Sul e à Paraíba, formando a chamada Aliança Liberal, a qual resultou na 
eleição do gaúcho Getúlio Vargas à presidência encerrando o ciclo da política café-com-leite. 
O período imperial da história brasileira começou no dia 7 de setembro de 1822 (com a Independência do Brasil) e 
terminou em15 de novembro de 1889 (com a Proclamação da República). Neste tempo, o Brasil foi governado por 
dois monarcas: D. Pedro I e D. Pedro II. 
Primeira República (1889 – 1930): caracterizada por uma forte centralização do poder entre os partidos políticos e a 
conhecida aliança política café com leite (entre São Paulo e Minas Gerais). 
Era Vargas (1930 – 1945): esse período foi um marco na história brasileira, em razão das inúmeras alterações que 
Getúlio Vargas fez no país, tanto sociais quanto econômicas.