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RESUMO BIOFISICA AULA DE 1- 10

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AULA 1
A Biofísica, como ciência, tem origem no século XIX, com objetivo de explicar os fenômenos biológicos utilizando os conhecimentos dos princípios físicos.
Grandeza Física é tudo aquilo que pode ser medido, associado a um valor numérico e a uma unidade. As grandezas físicas estão relacionadas aos ritmos biológicos circadianos: ritmo termorregulação, sistema respiratorio, sistema cardiovascular.
As Grandezas Fundamentais formam o universo (seres vivos) – qualitativas. Vejamos:
Matéria: Qualquer substância que ocupa lugar no espaço, representada pela quantidade de massa de um corpo.
Energia: Capacidade de gerar trabalho.
Espaço: Relação de distâncias, comprimentos, áreas e volume dos objetos.
Tempo: Sucessão de acontecimentos, de ordem natural como dia e noite, fenômenos físicos, químicos e biológicos.
As grandezas derivadas são a combinação das grandezas fundamentais – quantitativas – representas pelo Sistema Internacional de Pesos e Medidas.
AULA 2
A visão é um dos sentidos especiais do corpo humano, faz parte do sistema nervoso sensorial e, através das vias aferentes, carrega toda informação dos órgãos, do sentido até o sistema nervoso
O mecanismo da visão acontece através dos olhos, e é a incidência de luz visível nos olhos que fornece a energia necessária para que células especializadas, localizadas em seu interior, sejam excitadas. A interpretação físico-biológica da excitação produzida por essa radiação eletromagnética depende da estrutura do receptor de luz ou do olho (cf. DURÁN, 2010).
O mecanismo de formação da imagem ocorre por refração da luz, e o principal meio refrativo do olho é a interface ar/córnea. Isso ocorre devido à grande diferença no índice de refração do ar e da córnea.
O olho humano é um sistema óptico convergente que refrata a luz que o penetra pela pupila e converge para sua porção posterior, a retina, para formar uma imagem real e invertida (cf. PASSOS, 2008).
A luz, inicialmente, percorre a córnea, o humor aquoso, a íris, o cristalino e o humor vítreo antes de atingir a retina, onde a imagem real invertida do objeto será formada. A partir dessa etapa, o nervo óptico irá transmitir, por meio de estímulo elétrico, a informação para o cérebro (córtex cerebral).
As lentes são dispositivos ópticos que atuam por refração da luz, em geral, feitas de material mais refringente do que o meio em que serão utilizadas. Elas podem ser do tipo Convergente ou Divergente.
Lentes Convergentes: Possuem um foco real e atuam convergindo os raios de luz. Podem ser do tipo biconvexa, plano-convexa, ou côncavo-convexa.
Lentes Divergentes: Possuem um foco virtual e atuam divergindo (afastando) os raios de luz. Podem ser do tipo bicôncava, plano-côncava ou convexo-côncava.
Quando o globo ocular apresenta alguma dificuldade para focar a imagem sobre a retina, as imagens formadas não são nítidas. Essa condição é definida como ametropia ou erro de refração. Vejamos os tipos de ametropia: Miopia, Hipermetropia, Astigmatismo, Presbiopia, Catarata e Glaucoma
AULA 3
As ondas são movimentos oscilatórios que se propagam no meio material ou no espaço, transportando energia sem transportar matéria.
Podemos classificá-las quanto à natureza :
Mecânica: Resultam de perturbação em meios deformáveis ou materiais elásticos e transportam apenas energia mecânica. Não se propagam no vácuo, apenas na matéria.
Eletromagnéticas: Resultam de vibrações de cargas eletromagnéticas. Essas ondas se propagam no vácuo e em alguns meios materiais.
Quanto à sua direção de propagação: 
Unidimensionais: A energia se propaga linearmente em uma única dimensão, como em uma corda.
Bidimensionais: A energia se propaga superficialmente em um plano, como na superfície da água.
Tridimensionais: A energia se propaga no espaço em todas as direções, como as ondas sonoras e luminosas.
Quanto à perturbação:
Longitudinais: Quando a perturbação é paralela à direção de propagação da onda, como nas ondas sonoras.
Transversais: Quando a perturbação é perpendicular à direção de propagação da onda, como nas ondas produzidas pelas cordas e ondas eletromagnéticas.
Ondas sonoras
São ondas de natureza mecânica, longitudinal, tridimensional e não se propagam no vácuo. Podem viajar através de gases, líquidos e sólidos. No entanto, o vácuo é o melhor isolante acústico.
Nas ondas longitudinais, a partícula e a onda oscilam na mesma direção de propagação. A vibração do primeiro plano de partículas é transferida para o plano seguinte e daí por diante. Dessa forma, todo o meio elástico vibra na mesma direção de propagação, existindo zonas de compressão e de rarefação de partículas.
O estudo das ondas sonoras denomina-se Acústica.
 
AULA 4
A orelha é o órgão do corpo humano encarregado de transformar as diferenças de pressão das ondas sonoras (som) em pulsos elétricos, que são enviados ao cérebro para reconhecimento e interpretação. É dividida em três partes: ORELHA MÉDIA, INTERNA E EXTERNA.
Orelha externa: É formada pelo pavilhão auricular (parte externa e mais visível) e pelo canal auditivo externo (meato acústico externo). Por estar em contato com o meio externo, é nesse compartimento que incide o estímulo produzido por uma fonte sonora. O canal tem aproximadamente 2,5 cm de comprimento e 0,7 cm de diâmetro e termina na membrana timpânica (tímpano). Protege o tímpano esquentando o ar e impedindo, pela presença de pelos e de cerúmen, a entrada de partículas e insetos.
Orelha média: A membrana timpânica é o início da orelha média, uma cavidade cheia de ar que contém três pequenos ossos: martelo, bigorna e estribo.
Outras partes são:
Membrana timpânica: as ondas sonoras provocam variações de pressão que, ao se chocarem com o tímpano, produzem vibração;
Ossículos: formam uma cadeia que se estende da membrana timpânica até a janela oval e seguem a sequência martelo, bigorna e estribo;
Músculos: dois músculos fazem parte da orelha média, o tensor do tímpano e o estapédio (menor músculo estriado do corpo humano). A contração simultânea desses músculos aproxima os ossículos e estira o tímpano;
Tuba auditiva: meio de comunicação entre a orelha média e a nasofaringe. Essa estrutura tem a função de igualar a pressão do ar em ambas as faces do tímpano e se abre durante bocejos e deglutição.
Orelha interna: Composta por três partes que atuam na audição (cóclea) e no equilíbrio (vestíbulo e canais semicirculares).
Cóclea: suas paredes limitam três tubos enrolados em espiral e cheios de endolinfa, em torno de um eixo central (modíolo). Nesse local, a energia transportada pelo estímulo sonoro será convertida em sinal elétrico.
 Estruturas do sistema nervoso também participam da audição. Vejamos duas importantes estruturas e seus papéis nesse processo:
Nervo Auditivo: A porção coclear do nervo vestibulococlear (VIII par craniano) é responsável por conduzir o estímulo elétrico, originado nos filetes nervosos ligados à cóclea, ao encéfalo (sistema nervoso central).
Centros Auditivos Cerebrais: Região do córtex cerebral com função auditiva, chamado de córtex auditivo. 
É importante ressaltar que o encéfalo faz parte do sistema auditivo, já que é ele que decodifica os impulsos elétricos gerados na orelha interna. Sem as áreas cerebrais responsáveis pela audição, os sons não teriam sentido.
Tipos de surdez existentes:
Surdez de transmissão ou condução: Ocorre quando existe impedimento da passagem das ondas sonoras através da orelha externa e média.
Surdez sensorioneural ou de percepção: Quando existe uma lesão no aparelho auditivo ou nas vias e centros nervosos, deve-se ao aumento do limiar de excitabilidade para produzir os potenciais de ação que se propagam pelo nervo.
Surdez central : Quando há lesão das vias nervosas centrais ou do córtex cerebral.
AULA 5
O equilíbrio do corpo humano é resultado da interação do aparelho vestibular, da visão e da propriocepção. Nesta aula, iremos conhecer o aparelho vestibular e entender sua influência sobre o corpo humano.
Funções do Aparelho vestibular
O aparelho vestibularé o receptor da gravidade e da aceleração percebidas pelo nosso corpo, através do qual o sistema nervoso central se mantém a par da posição da cabeça no espaço e de seus movimentos através de órgãos sensitivos.
Ele é o responsável pela manutenção e regulação do tônus muscular, da postura, do equilíbrio estático e dinâmico, da coordenação dos movimentos e da estabilização dos olhos em relação ao ambiente.
O aparelho vestibular pode ser dividido em Labirinto ósseo e Labirinto Membranoso.
Labirinto ósseo CANAIS SEMICIRCULARES: São tubos ósseos encaixados na porção petrosa do osso temporal.
Labirinto Membranoso VESTÍBULO: Onde está localizada a parte funcional dos aparelhos auditivo e vestibular. No seu interior, encontra-se a endolinfa e, no exterior, a perilinfa. 
Distúrbios vestibulares ― Vestibulopatias
Referem-se ao mau funcionamento do aparelho vestibular como consequência de afecções nos trajetos vestibulares centrais ou periféricos.
Centrais: São distúrbios que acometem o sistema nervoso central, como por exemplo, o núcleo vestibular localizado no tronco encefálico ou o cerebelo.
Periféricos: São distúrbios decorrentes do comprometimento do sistema vestibular periférico, dos órgãos e do nervo vestibular.
Os distúrbios vestibulares podem ocasionar no paciente: surdez, zumbido, vertigem, náusea, vômito, nistagmo e até mesmo quedas.
Vertigem: Definida por ocasionar ilusões de movimento do corpo ou do ambiente, com caráter rotatório, em decorrência de patologias dos canais semicirculares ou do utrículo, dos nervos vestibulares ou das estruturas centrais. Nas causas centrais, a vertigem é um sintoma comum.
Ataxia: alteração de equilíbrio com ausência da coordenação motora, que não é ocasionada pelo sistema musculoesquelético, mas ocorre nas vias nervosas relacionadas à sua atividade ou a distúrbios psiquiátricos. Por ser muito complexa pode ser dividida em: vestibular, cerebelar, sensitiva e frontal.
Nistagmo: Reflexo do sistema vestibular sobre a movimentação do globo ocular, que apresenta dois componentes: uma via lenta, com origem em fibras que atravessam o fascículo longitudinal medial e a formação reticular, e uma via rápida, com origem na formação reticular.
AULA 6
o que significa homeotermia?
propriedade que certos corpos possuem de manter sua temperatura constante. Podemos considerar o ser humano homeotermo, já que o mesmo possui a capacidade de controlar a temperatura interna do corpo. Para isso, conta com dois mecanismos que são amplamente estudados: Termogênese e Termólise. 
Esse controle efetivo é possível devido ao equilíbrio dinâmico entre a quantidade de calor produzida – mecanismos que produzem calor: Termogênese – e a quantidade perdida – mecanismos que dissipam calor: Termólise.
Podemos verificar a temperatura na axila, boca, reto, prega inguinal ou sulco inframamário.
Termogênese
A termogênese biológica é o mecanismos biológico que produz calor para manutenção do metabolismo celular basal. Ela pode ser:
Mecânica: Contração muscular involuntária para produzir calor. Gera aumento de 2 a 5 vezes no consumo de O2, o que indica envolvimento da junção neuromuscular com atividade nervosa descontrolada. Exemplo: Calafrio, primeira reação do corpo em situações de frio.
Química: Aumento do metabolismo interno, por meio de reações exotérmicas que ocorrem no metabolismo de açúcares, gorduras e proteínas. Sobretudo no metabolismo das gorduras localizadas no tecido adiposo marrom.
A termogênese química é mais lenta do que a mecânica, no entanto é mais importante na manutenção da temperatura.
Termólise
mecanismo interno de dissipação de calor para manutenção do metabolismo celular basal. 
Vejamos as formas como o corpo humano pode perder calor:
Vaporização: Passagem do estado líquido para o estado gasoso. No corpo humano, a vaporização ocorre por evaporação da água na pele e nos pulmões. A umidade do ar afeta a evaporação, maior umidade menor evaporação.
Radiação: Perda de calor por ondas eletromagnéticas. Cerca de 60% da perda de calor corporal ocorre por radiação. A pele é a principal fonte de radiação do corpo humano através da emissão raios infravermelhos.
Convecção: Transferência de energia térmica de um sistema para outro que se faz através da movimentação de massas de fluido. Essas correntes se deslocam das regiões mais frias para as mais quentes e vice-versa.
Condução: É a transferência direta de calor de um corpo para outro, quando há contato de um corpo quente e outro frio.
Para ajudar a manter a temperatura corporal constante, algumas partes do corpo funcionam como materiais isolantes. São elas: Os tecidos subcutâneos, A pele, A gordura dos tecidos subcutâneos.
O corpo humano pode manter a termorregulação através de:
Mecanismos fisiológicos, onde o organismo utiliza alterações metabólicas para manter a temperatura, como o suor e os calafrios.
Mudanças no comportamento e atitudes, onde o indivíduo busca alternativas no meio externo para conter as variações térmicas, como, por exemplo, uso de roupas apropriadas, procurar locais mais ventilados, abrigo ao sol, dentre outros.
Distúrbios da regulação térmica
A Eutermia é um estado térmico em que a temperatura corporal é mantida dentro da faixa normal, enquanto a hipertermia ou hipotermia são distúrbios da regulação térmica que podem ser promovidos devido às falhas dos mecanismos termorreguladores.
A hipertemia é a elevação da temperatura, já a hipotermia é a redução da temperatura corporal. Essas variações podem ser fisiológicas ou patológicas e as condições patológicas nas quais a temperatura do corpo sai da taxa normal incluem diferentes estados de ambas.
A febre é uma elevação regulada na temperatura corporal e se expressa através da ativação dos mecanismos de ganho de calor e inibição dos mecanismos de perda de calor. Esse elevação já foi considerada uma resposta patológica às infecções, mas atualmente é considerada parte da resposta imunológica normal do corpo.
A Hipotermia é definida pela redução da temperatura corporal para valores inferiores a 35ºC, sendo classificada em primária ou secundária em decorrência da ausência ou presença de falhas na função do hipotálamo.
Os fatores que favorecem a hipotermia são exposição a ambientes frios, uso inadequado de roupas, idade, ausência de atividades físicas, uso de drogas, anestésicos, sedativos, dentre outros. Estados de subnutrição, doenças metabólicas, lesões no sistema nervoso central e insuficiência cardíaca também devem ser considerados.
AULA 7
Radiação é qualquer processo de emissão de energia por intermédio de ondas ou de partículas.
As radiações são ondas eletromagnéticas, compostas por um campo elétrico e um campo magnético oscilantes e perpendiculares entre si. 
A principal radiação existente na terra é a luz solar, uma luz branca que se decompõe do vermelho ao violeta (vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta). Estas são as cores do arco íris (várias ondas eletromagnéticas com diferentes comprimentos de onda/frequência)
A cor visível de um objeto é a reflexão da radiação (parte da luz branca), pois as demais ficam retidas no tecido. Na cor preta, todas as radiações são absorvidas, e, na cor branca, todas as radiações são refletidas.
O espectro eletromagnético é uma classificação das radiações segundo o transporte de energia, da mais fraca até a mais energética.
Classificação das radiações
• Ionizante: É o tipo de radiação que arranca elétrons da matéria e que apresenta alta frequência e pequeno comprimento de onda, como: raios alfa, beta, gama e raio X.
• Não ionizante: É o tipo de radiação que não arranca elétrons da matéria, e tem como principal efeito o aquecimento dos tecidos do corpo, como: radiação ultravioleta, infravermelho, luz visível, micro-ondas, ondas de rádio
Outros tipos de radiações:
Ondas de Rádio: As ondas de rádio possuem grande comprimento, o que permite que elas sejam refletidas pelas camadas ionizadas da atmosfera superior. Essas ondas, além disso, têm a capacidade de contornar obstáculoscomo prédios e árvores, de modo que é relativamente fácil captá-las em um aparelho radiorreceptor.
Micro-ondas: As micro-ondas correspondem à faixa de mais alta frequência produzida por osciladores eletrônicos. São muito utilizadas em telecomunicações, equipamentos de cozinha e como um dos recursos eletrotermofototerapêuticos utilizados por fisioterapeutas.
Luz visível: A luz branca visível (tipo de radiação não ionizante) é, na verdade, um espectro com várias cores de luz, que correspondem à faixa de frequência visível pelo olho humano.
Radiação infravermelha: Os raios infravermelhos são emitidos por corpos cuja superfície encontra-se com temperatura superior ao zero absoluto, temperatura essa em que a vibração molecular cessa. Em geral, associada como fonte local de geração de calor, compreende comprimentos de onda que variam de 0,8 -1.000 µm, sendo dividida segundo seus efeitos biológicos em três classificações:
1. Radiação infravermelha curta: compreende comprimentos de onda no intervalo de 0,8-1,5 µm;
2. Radiação infravermelha média: apresenta comprimentos de onda na faixa de 1,5-5,6 µm;
3. Radiação infravermelha longa: com comprimentos de onda variando entre 5,6-1.000 µm, situa-se no espectro eletromagnético, entre a luz visível e as micro-ondas.
Dentre as aplicações da radiação infravermelha estão: A. A capacidade de transformar informações em frequências de ondas para telefone celular e controle remoto; B. A aplicabilidade médica e fisioterapêutica como o uso na fototerapia; C. A função, em setores militares e de segurança, para detecção de seres vivos ou objetos em trânsito.
Radiação ultravioleta: A radiação ultravioleta pode ser subdividida em três comprimentos de onda distintos:
UV próximo - que corresponde ao comprimento de onda de 380 a 200 nm;
UV distante - que delimita o intervalo de 200 a 10 nm de comprimento de onda;
UV extremo - que varia de 31 a 1 nm e situa-se entre as radiações de raios X e a luz visível no espectro eletromagnético.
A radiação ultravioleta, proveniente da fonte natural (o sol), é subdividida em:
UVA - que compreende comprimentos de ondas longas com intervalo de 320-400 nm, com capacidade de atingir a superfície terrestre;
UVB - que remete a comprimentos de ondas na faixa de 280 – 320nm, as quais são parcialmente absorvidas na atmosfera e atingem parcialmente a superfície terrestre;
UVC - que são ondas curtas, com comprimentos de onda entre 200 -280nm, absorvidas pela camada de ozônio.
AULA 8
Radiação ionizante - são definidas pela propriedade de, ao incidirem sobre um meio qualquer, ceder ou retirar elétrons dos átomos constituintes deste meio, tornando-os eletricamente carregados.
Ionização- É o processo pelo qual os átomos de uma determinada matéria perdem ou ganham elétrons, formando íons. Energia e partículas emitidas de núcleos instáveis são capazes de causar ionização.
Quando um núcleo instável emite partículas são, tipicamente, na forma de partículas alfa, beta ou nêutrons. No caso da emissão de energia, a emissão se faz por onda eletromagnética, muito semelhante aos raios X, os raios gama.
As radiações ionizantes podem ser de dois tipos:
Radiação nuclear: Radiação Alfa (α): Partícula alfa é a maior partícula emitida por núcleos instáveis, são compostas por dois prótons e dois nêutrons. Quando um átomo emite uma partícula alfa, ele perde dois prótons tornando-se um elemento diferente. Em geral, emitidas por núcleos de elevada massa atômica, caracterizados instáveis, tais como, urânio, tório e radônio.
Radiação beta (β): A radiação beta (β) é composta pela emissão de um elétron (β-) ou pósitron (β+) de um núcleo de um átomo instável. São muito mais leves do que as partículas alfa e são, essencialmente, elétrons de alta energia cinética. Quando um átomo emite uma partícula beta, ele se transforma em outro átomo. Partículas beta são emitidas quando um nêutron do átomo se transforma em um próton, ocorre a emissão de um "antineutrino" e calor.
Radiação gama (γ): Raios gama são fótons de alta energia emitidos pelo núcleo de alguns átomos. Raios gama são idênticos aos raios X usados para diagnóstico por imagem. A diferença está no fato de que os raios gama vêm do centro do átomo e os raios X não, com isso os raios gama têm muito mais energia que os raios X.
Radiação eletromagnética: Raio x :Ondas eletromagnéticas equivalentes aos raios gama diferindo apenas quanto à sua origem, isso faz com que as propriedades dos raios X sejam semelhante aos raios gama. Emitida pela camada eletrônica (não nuclear), ou produzida pelo impacto de elétrons energéticos sobre um alvo (equipamento de raios X). As dificuldades de blindagem e poder de penetração são semelhantes aos da radiação gama. As aplicações mais conhecidas dos raios X são no radiodiagnóstico e na radioterapia.
Radiação gama
Emissão de Nêutrons: O quarto tipo de radiação ionizante é o resultado da emissão de nêutrons por núcleos de átomos radioativos. A emissão nêutron é associada com a fissão nuclear. Fissão nuclear (quebra do núcleo atômico) é usada em usinas nucleares para gerar o calor usado para produzir energia elétrica. A fissão envolve a divisão de átomos com muitos prótons e nêutrons (como o urânio 235) em átomos menores.
Radionuclídeo: É um átomo com energia nuclear instável que emite radiação, como vimos até o momento. Este núcleo procura a estabilidade com a emissão de radioatividade ionizante na forma de partículas. O tempo no qual um radionuclídeo, emite radiação é definido como meia-vida (tempo necessário para que a atividade radioativa de uma amostra seja reduzida à metade da atividade inicial).
AULA 9
Raios X - A radiação ionizante tem energia suficiente para ionizar átomos através da emissão de fótons, perdendo toda ou quase toda energia em uma única ou em várias interações com átomos. Ao ejetar elétrons, essa radiação promove a ionização dos átomos até parar. Os fótons, por sua vez, também podem atravessar um meio sem interagir.
Os raios X são um tipo de onda eletromagnética equivalente aos raios gama, com propriedades semelhantes, diferindo apenas quanto à sua origem.
Interação da Radiação Ionizante com a Matéria: A interação dos raios X e gama com a matéria é possível por meio da interação com átomos ou com elétrons, mas também há a possibilidade de ausência de interação, em que a radiação eletromagnética (REM) atravessa distâncias consideráveis em um meio material sem modificá-lo e sem se modificar.
Aplicações da radioatividade
Devido à propriedade dos elementos químicos emitirem partículas e energia promovendo a ionização da matéria, tecnologias foram sendo desenvolvidas e empregadas no avanço da Ciência e da tecnologia.
Radioterapia: É a terapia empregada em tratamentos dos mais diversos tipos de câncer, em que a emissão de radionuclídeos libera partículas beta, capazes de destruir células tumorais.
Cintilografia: Baseia-se no uso de elementos químicos para emissão de radiações gama com capacidade de se ligarem especificamente a um determinado fármaco, formando a molécula radiofármaco e, visam à obtenção de imagens de processos fisiológicos, órgãos e sistemas do organismo.
Tomografia computadorizada: Realiza a emissão de feixes paralelos de raios X, em rotação de 360° sobre o paciente, gerando radiografias transversais da região a ser analisada, as quais são submetidas à conversão pelo computador em imagens em três dimensões, oferecendo, assim, melhor resolução do que as obtidas pela técnica de radiografia convencional.
Tomografia por Emissão de Pósitrons: Baseia-se na emissão de partículas beta ou pósitron. A administração da radiação beta ocorre com associação a moléculas de glicose marcadas com um elemento químico emissor de pósitrons, que se concentra em áreas metabolicamente ativas. Isso porque a atuação da emissão beta leva em consideração que tecidos com maior atividade metabólica consomem mais glicose, fato que direciona a glicose para tecidos de maior atividade, tais como células tumorais.
AULA 10
Os efeitos da exposição àsradiações ionizantes estão relacionados com a dose da radiação ionizante e o modo como essa exposição ocorre. Podemos citar dois mecanismos de ação da radiação ionizante: 
Mecanismo direto: Ocorre interação da radiação diretamente com as moléculas como DNA, RNA, proteínas, enzimas, entre outras, podendo promover a quebra e a alteração estrutural.
Mecanismo indireto: A radiação interage com substâncias, como a água e compostos, produzindo radicais livres, os quais ionizam o citoplasma e afetam moléculas importantes do metabolismo celular basal. Frequentemente, o dano causado pela radiação é reparado pelas próprias células, a partir dos sistemas de reparo do corpo, mediados por enzimas, para os diferentes tipos de lesão.
Efeitos da radiação: Os efeitos da radiação podem ser divididos em somáticos e hereditários.
Efeitos somáticos: Quando a exposição é crônica, ou seja, a dose é recebida pouco a pouco, durante anos, os efeitos são tardios (anos ou décadas), como por exemplo, câncer, úlceras, catarata, esterilidade, envelhecimento precoce e leucemia. A gravidade dos efeitos depende da dose total de radiação recebida, do intervalo de tempo em que ela foi recebida, e da região do corpo que foi atingida. Ocasionam danos nas células e se manifestam apenas na pessoa irradiada, não oferecendo riscos às gerações futuras. Quando a exposição é aguda, ou seja, a dose total de radiação é recebida em um curto intervalo de tempo, os efeitos são imediatos (poucas horas, dias ou semanas), como por exemplo, náusea, perda de apetite e de peso e até mesmo a morte.
Efeitos hereditários:Também conhecidos como efeitos genéticos, são originados somente no descendente da pessoa irradiada. São resultantes dos danos que as radiações provocam nas células dos órgãos reprodutores. A sensibilidade das células à radiação é resumida em: “A sensibilidade das células à radiação é diretamente proporcional à sua atividade reprodutora e inversamente proporcional ao seu grau de especialização”. Sendo assim, a maior sensibilidade das células à radiação é observada em células com hipóxia e, portanto, a medula óssea, o esperma e os tecidos linfáticos são mais sensíveis do que o tecido nervoso.
O que é proteção radiológica?
O entendimento da interação da radiação com o organismo e com o meio ambiente é de fundamental importância para assegurar uso adequado da proteção, maximizando os benefícios, minimizando os efeitos indesejáveis e proporcionando um aumento na qualidade de vida.
Para determinar limiares de princípios básicos da proteção radiológica, foi criada, inicialmente, a International Commission on Radiation Units and Measurements (ICRU), com a finalidade de estabelecer grandezas e unidades de Física das radiações, critérios de medidas, métodos de comparação etc. Posteriormente, foi criada a International Commission on Radiological Protection (ICRP), com o intuito de elaborar normas de proteção radiológica e estabelecer limites de exposição à radiação ionizante para indivíduos que atuam diariamente nessa área e para o público em geral.
As normas de proteção radiológica, apesar de indicarem valores de limitação da dose, estabelecem o princípio fundamental conhecido como ALARA. No Brasil, as diretrizes básicas referentes à proteção radiológica estão relacionadas nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), descritas nas Diretrizes Básicas de Radio (NE-3.01).
Princípio da Justificativa: O princípio da justificativa fundamenta que toda a atividade com exposição à radiação ionizante deve ser justificada considerando os benefícios pretendidos. Do ponto de vista médico, esse princípio deve relevar a necessidade da exposição e as características particulares do indivíduo envolvido, sendo proibida a exposição que não possa ser justificada. Isso inclui a exposição com o objetivo único de demonstração, treinamento ou outros fins que contrariem o princípio da justificativa.
Limitações de dose: Os limites de dose estabelecidos pelas normas de radioproteção de cada país devem orientar e ser, obrigatoriamente, cumpridos pelos trabalhadores expostos à radiação ionizante e pelo público em geral. O limite individual de dose para o trabalhador é de 50 mSv/ano e, para o público em geral, é de 1mSv/ano. No entanto, a limitação da dose não se aplica aos pacientes, pois justifica que os benefícios advindos das radiações ionizantes aos tratamentos superam os possíveis danos causados pelo emprego da técnica.
Proteção contra a radiação
A proteção contra a radiação visa, por meio da avaliação de risco e do correto planejamento das atividades desenvolvidas, projetar e construir instalações, bem como implementar práticas adequadas de manuseio da radioatividade. Dessa forma, inicialmente, há a orientação aos trabalhadores sobre o uso de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI).
 Importa observar a otimização dessa proteção pela elaboração e execução correta de projetos de instalações laboratoriais, na escolha adequada dos equipamentos e na execução correta dos procedimentos de trabalho. A proteção dos trabalhadores ainda é determinada pela avaliação de três fatores: 
Tempo : A quantidade de dose recebida deve ser proporcional ao tempo de exposição e à velocidade da dose.
Distância: Define o espaço necessário entre o trabalhador e a fonte de radiação, de modo que a intensidade de radiação decresça com o quadrado da distância.
Blindagem: Refere-se à espessura do material utilizado para barrar a penetração da radiação. Esta é dependente do tipo de radiação, da atividade da fonte e da velocidade de dose aceitável após a blindagem.
Levantamento radiométrico : a confirmação da estrutura de ambiente de trabalho adequada a manter a proteção do trabalhador pode ser realizada através do levantamento radiométrico, o qual utiliza dosímetros para quantificar o nível de radiação no ambiente e qualificá-lo como adequado.

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